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LICITAÇÕES
(Lei 8.666/93 e Lei 10520/02 - “Lei do Pregão”)
► Não se pode trazer mais nenhuma regra após o edital, sob pena de surpreender os licitantes e
fraudar o procedimento licitatório.
3) Sigilo das propostas : As propostas serão sigilosas até o momento da sua abertura em conjunto.
Não viola o Princípio da Publicidade.
• Menor Preço: Vence a licitação aquele que apresentar o preço mais baixo.
• Melhor Técnica: Será escolhida com base na melhor técnica, objetivamente prevista no edital.
► Critérios de desempate: Lei 8.666/93, art. 3º, §2º: São critérios sucessivos, não alternativos,
devem se utilizar os critérios na ordem em que se apresentam.
• Bem produzido por empresa que invista em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
→ Se nenhum dos critérios funcionarem haverá sorteio. (art. 45, §2º da Lei 8666).
→ Se uma das empresas empatadas for microempresa ou empresa de pequeno porte, esta terá
preferência em relação às demais. (LC 123/06). Não partirá para os critérios gerais de desempate.
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→ Caso a microempresa apresentar uma proposta até 10% maior que a vencedora, haverá empate.
No caso do pregão o benefício é de até 5%. (LC 123/06).
• Fundos Especiais.
• Demais entes mantidos ou subvencionados pelo dinheiro público: Todos os entes que recebem
dinheiro público, incluindo terceiro setor, particulares e etc.
► Intervalo Mínimo: Prazo mínimo, previsto em lei, que deve ser respeitado pela Administração
Pública entre a publicação do edital e a data marcada para a abertura dos envelopes.
► Comissão de Licitação: Responsável pelo procedimento licitatório. A licitação não é feita pela
autoridade máxima do órgão, ela apenas define a necessidade de licitar, estabelece normas e
regulamentos, cria e publica o edital. Para se fazer a licitação, a autoridade do órgão deve designar
uma comissão composta por no mínimo 03 membros, onde pelo menos 02 devem ser servidores
efetivos do órgão. A comissão pode ser “especial”: quando a Administração designa uma comissão
pra cada licitação; ou pode ser “permanente”: Que é responsável por todos os procedimentos
licitatórios do órgão durante o período de um ano. A lei diz que após 01 ano não é possível a
recondução de todos os membros. A responsabilidade pelos atos da comissão é solidária.
► Modalidades Licitatórias:
→ O pregão possui lei específica (Lei 10.520/02), as demais são regidas pela Lei 8.666/93.
→ A Concorrência, a Tomada de Preço e o Convite são definidas em razão do valor do contrato a ser
celebrado; o que faz a Administração decidir qual delas usar é o valor do contrato. A Concorrência
para valores mais altos, Tomada de Preço para valores médios e Convite para valores mais baixos.
Diminuindo progressivamente a competição (Concorrência → Tomada de Preço → Convite ).
→ Quem pode mais, pode menos. Pode-se utilizar uma modalidade mais complexa para valores mais
baixos, porém não se pode fazer o contrário.
● Concorrência: Modalidade mais garantidora, qualquer pessoa pode participar da concorrência, não
há limitações para competição. É obrigatória a Concorrência para contratações de obras e serviços de
engenharia acima de 1,5 milhões; e para aquisição de bens e contratação de serviços que não sejam
de engenharia acima de 650 mil.
a) contratos de concessão de serviço público (na concessão quem remunera o serviço é o usuário e
não a Administração - tarifa).
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b) contratos de concessão de direito real de uso: situações em que o Estado transfere ao particular o
direito real de usar um bem público.
Exceção: Se o imóvel a ser alienado foi adquirido por dação em pagamento ou por decisão judicial,
pode ser feita a Concorrência ou o Leilão.
d) contrato de empreitada integral: são contratos de obra onde o empreiteiro fica responsável por
todas as etapas da obra, desde o início até a entrega pronta para o uso.
e) licitações internacionais.
Exceção: 1) Se o órgão tiver um cadastro internacional de licitantes pode-se fazer Tomada de Preço
(desde que esteja nos limites de valor da Tomada de Preço) 2) Se não tiver fornecedor no país é
possível fazer licitação internacional na modalidade Convite, se estiver nos limites de valor deste.
→ Intervalo Mínimo (prazo mínimo entre publicação do edital e a abertura dos envelopes): Se é do
tipo Melhor Técnica, ou Técnica e Preço, ou se trata de empreitada integral, o intervalo mínimo é de
45 dias, nos outros casos é de 30 dias.
● Convite: Só podem participar os convidados, que devem ser no mínimo 03, salvo comprovada
restrição de mercado (ex: se só existem 02 no mercado). Os convidados podem ser cadastrados ou
não. Pode participar do convite os não convidados que estiverem cadastrados e manifestarem
interesse com no mínimo 24 horas de antecedência da abertura dos envelopes. Só é possível o
Convite para a contratação de obras e serviços de engenharia de até no máximo 150 mil; e para a
aquisição de bens e outros serviços de até no máximo 80 mil. O convite não tem edital, utiliza-se a
“Carta Convite”, que não é publicada. Existe publicidade, mas esta é restrita uma vez que não há
publicação no Diário Oficial nem em jornal de grande circulação. A publicidade é feita pelo envio da
Carta Convite aos convidados e posterior afixação da Carta Convite no átrio da repartição em local
visível ao público. A Comissão de Licitação segue a regra geral (03 membros sendo 02 efetivos),
porém se o órgão comprovar escassez de pessoal, dispensa-se a comissão e a licitação será feita por
apenas 01 servidor efetivo. Quando aos convidados, não é obrigado a convidar só os cadastrados,
porém para cada nova licitação feita sobre o mesmo objeto, enquanto houver licitantes cadastrados
e não convidados, a Administração terá que chamar um convidado a mais, até esgotar a lista de
cadastrados.
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→ Intervalo Mínimo: Como não há publicação do edital, o intervalo mínimo começa a ser contado do
recebimento da carta convite por todos os convidados, ou da afixação da Carta Convite no átrio da
repartição – o que acontecer por último. O intervalo mínimo é de 05 dias úteis.
● Leilão: Modalidade licitatória para alienação de bens. Somente para bens imóveis adquiridos por
dação em pagamento ou por decisão judicial (pode-se fazer também a Concorrência). Somente para
bens móveis inservíveis (desafetados), apreendidos (advindos de ato ilícito) ou penhorados
(empenhados, e não penhorados), cujos valores não ultrapassem 650 mil (acima desse valor, só
Concorrência). No Leilão não tem Comissão de Licitação, quem faz o Leilão é o leiloeiro, que pode ser
leiloeiro oficial ou servidor designado para isso. O Tipo de Licitação é sempre “Maior Lance”, vence o
Leilão aquele que oferecer o maior lance igual ou superior ao valor da avaliação.
● Pregão: É uma modalidade licitatória para aquisição de bens e serviços comuns. Bens e serviços
comuns são aqueles que podem ser designados no edital com expressão usual de mercado (ex:
caneta, jardinagem). Não se aplica em obras. Não há limite de valor. É uma modalidade mais célere,
pois as fases são invertidas: primeiro se analisa as propostas para depois analisar os documentos de
quem ganhou. Os lances podem ser verbais ou virtuais. O Tipo de Licitação é sempre “Menor Preço”,
vence aquele que oferecer o preço mais baixo. O Pregão também não tem Comissão de Licitação,
quem faz o Pregão é o pregoeiro, que é sempre um servidor.
● Inexigibilidade de Licitação: art.25, Lei 8.666/93 - É inexigível sempre que for inviável a
competição.
● Dispensa de Licitação: art.17 e 24, Lei 8.666/93 - A competição é viável, porém a lei taxativamente
dispensa a licitação.
1) Em razão do valor do contrato: contratações de até 10% do valor do Convite não precisam de
licitação, pode licitar mas não precisa. Exceção: Até 20% do valor do Convite quando se tratam de
Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Agências Executivas e Consórcios Públicos.
3) Situações de Urgência: a dispensa diz respeito aos contratos diretamente ligados à situação de
urgência (para resolver a situação emergencial), e desde que esses contratos não ultrapassem 180
dias improrrogáveis.
4) Quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa não puder ser repetida sem prejuízo
para a Administração: licitação deserta. Quando não aparece ninguém para licitar e causaria
prejuízos para a Administração fazer uma nova licitação. Não confundir com licitação fracassada,
onde todos os licitantes são desabilitados ou desclassificados, nesse caso faz-se nova licitação.
► PROCEDIMENTO LICITATÓRIO:
• Concorrência:
→ Se inicia com a fase interna, onde a Administração realiza atos preparatórios para a licitação: Faz-
se a exposição de motivos (explicação motivando a contratação, motivos da contratação); depois
ocorre a dotação orçamentária (define e comprova que há orçamento suficiente para a contratação);
depois designar-se-á a Comissão de Licitação; e por fim elaborará o edital e a minuta do contrato.
→ Fase externa: Se inicia com a publicação do edital no Diário Oficial e em jornal de grande
circulação (art.21 da Lei 8.666/93); marca-se uma data para abertura dos envelopes (Prazo Mínimo);
o prazo para a impugnação do edital, que poderá ser feita qualquer cidadão, começa a contar com a
publicação e vai até o 5º dia útil anterior a data marcada para a abertura dos envelopes, se tratando
dos licitantes, o prazo vai até o 2º dia útil anterior a abertura dos envelopes. Se ninguém impugnar o
edital, mesmo assim a Administração poderá alterar o edital em face de qualquer erro ou vício,
porém alterado o edital (de ofício ou mediante provocação) precisa haver nova publicação e
reabertura do prazo de Intervalo Mínimo, entretanto essa reabertura do prazo não é necessária se a
alteração do edital não modificar o conteúdo das propostas (alteração meramente material).
1) Habilitação jurídica (comprovação que existe no mundo jurídico, ex: registro na junta comercial);
→ Se o licitante for microempresa ou empresa de pequeno porte (LC 123/06), ela pode participar da
licitação mesmo que ela não possua “regularidade fiscal”. Se vencedora, será concedido prazo de 2
dias úteis, prorrogáveis por mais 2, para que ela faça o saneamento, se regularizando com o fisco.
→ Se todos os licitantes forem inabilitados, a Administração concederá prazo de 08 dias úteis para
que os licitantes se adéqüem ao edital.
→ Lei 12394/10 (art.3º da Lei 8.666) – A lei permite que a Administração conceda um benefício de
até 25% para produtos manufaturados e para serviços nacionais, visando a busca do
desenvolvimento nacional, ou seja, ela pode contratar um produto manufaturado ou um serviço
nacional por até 25% mais caro do que outro que não seja, desde que previsto no edital. A lei ainda
prevê que se pode estabelecer um benefício adicional (desde que não ultrapasse os 25%) se esses
produtos manufaturados e serviços nacionais decorrerem de inovação tecnológica.
→ E novamente se todos forem desclassificados, prazo de 08 dias úteis para que se adéquem ao
edital.
→ Em caso de não homologação (anulação ou revogação), caberá recurso no prazo de 05 dias úteis,
não tem efeito suspensivo.
• Tomada de Preço: Possui uma única diferença em relação à concorrência: não possui fase de
habilitação, pois os licitantes já foram cadastrados e o cadastro funciona como habilitação prévia.
• Convite:
→ Se todos os licitantes forem desclassificados, abrirá o prazo de 03 dias úteis para se adequar ao
edital (e não de 08 dias).
→ Não existe fase de publicação de edital, existe o envio da carta convite aos convidados e posterior
fixação desta no átrio da repartição, mas não há publicação do instrumento convocatório.
• Pregão:
→ Primeiro a publicação do edital, depois vem à classificação das propostas para depois a
habilitação; e primeiro adjudica para depois homologar.
→ Passados os lances verbais a Administração chama o vencedor para habilitá-lo. Depois encaminha
para adjudicação, que é feita pelo próprio pregoeiro.
→ Só após adjudicado é que se encaminhará para a autoridade do órgão para fazer a homologação.
→ Não tem recursos. O pregão não pode parar, por isso não há recurso entre as fases. Só pode haver
recurso ao final do pregão. Prazo para recurso é imediato. Se for manifestada imediatamente a
intenção de recorrer, a Administração concederá prazo de 03 dias para apresentar as razões do
recurso.
CONTRATOS ADMINSITRATIVOS
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► Nem todo contrato que o Estado celebra é contrato Administrativo, ele pode contratar civilmente
sem as prerrogativas de Poder Público.
1) de adesão: não admitem rediscussão de cláusulas. O particular adere no momento em que aceita
participar da licitação.
2) Consensual: Se torna perfeito ou acabado com o consenso das partes, diferente do contrato real,
que só se aperfeiçoa com a entrega da coisa.
4) Formal: Possui forma predefinida por lei (art.55 da Lei 8.666), todas as cláusulas são necessárias à
validade do contrato. Obedecida às cláusulas, forma-se o contrato administrativo que a lei denomina
instrumento de contrato ou termo de contrato. Em alguns casos a Lei 8.666 dispensa a forma do
contrato administrativo, ele é indispensável somente nos contratos cujo valor exija licitação na
modalidade Concorrência ou Tomada de Preço (obras acima de 150 mil e aquisição de bens ou
serviços acima de 80 mil). Para valores inferiores a estes é possível substituir o instrumento de
contrato pela carta contrato, nota de empenho da despesa, ou pela ordem de serviço. Seja qual for o
valor, o contrato precisa ser documentado, não é admitido contrato verbal, exceção : É possível
contrato verbal para aquisição de bens de até 5% do valor do convite, e desde que este seja um
contrato de pronta entrega e pronto pagamento (contrato que não gera obrigações futuras). A
eficácia do contrato depende da publicação, após ser celebrado: A Administração tem até o 5º dia
útil do mês seguinte aquele em que o contrato foi celebrado, para providenciar a publicação. Após
isso se tem 20 dias corridos para que a publicação ocorra. Se a Administração não publicar o contrato
é válido, mas não é eficaz.
1) Alteração unilateral: Não pode alterar o objeto do contrato, mas pode-se alterar o projeto ou o
valor, adequando o contrato ao interesse público. A alteração quantitativa pode chegar até no
máximo 25% do valor original do contrato (para mais ou para menos), Exceção : Nos contratos de
reforma (de equipamento ou de edifício) a alteração para mais pode chegar até 50%. Não pode
alterar o equilíbrio econômico e financeiro do contrato, por exemplo, se aumentar o tamanho da
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obra tem que aumentar o valor a ser pago proporcionalmente. Não pode haver alteração que atinja a
margem de lucro pactuada.
2) Rescisão unilateral: Poder que a Administração tem de terminar o contrato antes do prazo
previsto. Não depende de decisão judicial nem da autorização do particular. A rescisão pode se dar
por motivo de inadimplemento (não cabe indenização) ou por motivo de interesse público (cabe
indenização). Se o Estado for inadimplente, o particular nunca pode rescindir o contrato (pode tão
somente suspender a execução do contrato se o inadimplemento ultrapassar os 90 dias). No
contrato de concessão de serviço público a rescisão por motivo de interesse público recebe o nome
de “encampação”, e a decorrente de inadimplemento recebe o nome de “caducidade”.
► O equilíbrio econômico e financeiro do contrato não pode ser alterado (haverá atualização de
valores e reajustes regulares de preços previstos no contrato), porém existem situações
excepcionais, alheia a vontade das partes, que desequilibram a relação contratual, nesses casos
haverá a revisão ou recomposição de preços onde o Estado irá reequilibrar o contrato. Teoria da
Imprevisão.
► Teoria da Imprevisão:
3) Fato da Administração e o fato do Príncipe: Situações causadas pelo próprio Estado que
desequilibram a relação contratual, o Fato da Administração acontece quando o Estado desequilibra
o contrato pelo descumprimento contratual, omitindo-se onde deveria atuar ou atuando onde
deveria omitir-se dentro do que foi estipulado no contrato. O Fato do Príncipe ocorre quando o
Estado atua fora do contrato, de forma geral e abstrata, porém essa atuação interfere e desequilibra
a relação contratual.
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► Duração dos contratos administrativos (art.57 da Lei 8.666): Como regra, o prazo de duração do
contrato é o mesmo prazo de duração do orçamento (crédito orçamentário): 01 ano.
Exceções: a) Se o contrato estiver previsto no plano plurianual (plano que prevê as despesas que
ultrapassam 01 ano), ele pode durar no máximo 04 anos. b) Prestação de serviços contínuos: máximo
de 60 meses (excepcionalmente, se devidamente justificado, pode ser prorrogado por mais 12
meses). c) Aluguel de equipamentos e programas de informática: prazo máximo de 48 meses. d)
Outros até 120 meses (art.24). e) Os contratos que não geram despesas, a duração não precisa
respeitar a duração do crédito orçamentário.
► Não existe contrato administrativo por prazo indeterminado, uma das cláusulas necessárias do
contrato administrativo é o prazo.
1) Forma natural: a) Advento do termo (quando possui prazo definido); b) Cumprimento do objeto.
4) Rescisão: a) Unilateral - feita sempre pelo Estado (por inadimplemento do particular ou por
motivo de interesse público); b) Judicialmente - Utilizada pelo particular em face ao inadimplemento
do Estado. c) Acordo das Partes - Bilateral ou distrato. d) De pleno direito - Decorre de uma situação
alheia a vontade das partes, impedindo a manutenção do contrato.