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CONCEITO E FINALIDADE
CABIMENTO
MOMENTO DA AUDIÊNCIA
O réu deve ser citado com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência para comparecer à
referida audiência que se realizará com antecedência mínima de 30 (trinta) dias (art. 334 do CPC).
Note-se então que o réu, em regra, não é citado para oferecer a contestação e, sim, para
comparecer à audiência preliminar de conciliação ou mediação, acompanhado de advogado ou
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Quem conduz a audiência não é o juiz e, sim, o conciliador ou mediador (§1° do art. 334 do
CPC). Se não houver conciliador ou mediador, o juiz a presidirá.
Desde que necessária à composição das partes, poderá haver mais de uma sessão destinada à
conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira
sessão (§2° do art. 334 do CPC).
A pauta da audiência de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o
intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte (§12° do art. 334
do CPC).
AUSÊNCIA INJUSTIFICADA
CAPACIDADE POSTULATÓRIA
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As partes, nessa audiência, devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores
públicos (§9° do art. 334 do CPC).
REPRESENTAÇÃO VOLUNTÁRIA
A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes
para negociar e transigir (§10 do art. 334 do CPC). Note-se que a lei evitou o termo preposto,
intimamente ligado à atividade empresarial, para deixar claro que a constituição de representação
voluntária é possível tanto às pessoas jurídicas quanto às pessoas físicas. Não há necessidade que
esse representante voluntário seja empregado da pessoa jurídica que ele representa. É, no entanto,
essencial que ele tenha poderes expressos para transigir.
Qualquer pessoa capaz pode ser constituída como representante convencional. Ao incapaz é
vedado essa função, salvo quando se tratar de menor púbere (art. 666 do CC).
O advogado, não pode ser nomeado preposto (art. 23 do Código de Ética da OAB). Fredie
Didier Jr. sustenta, porém, acertadamente, que a restrição do Código de Ética refere-se apenas à
preposição em causas trabalhistas, nas quais a figura do preposto assume outras funções
processuais como depor pela parte, por exemplo.
AUTOCOMPOSIÇÃO
CONTESTAÇÃO ANTECIPADA
Se o juízo for incompetente, o réu pode apresentar a contestação antecipada, no foro do seu
domicílio. A simples alegação da incompetência gera a suspensão da realização da audiência
preliminar de conciliação ou mediação (§3º do art. 340 do CPC).
Definida a competência, o juízo competente designará nova data para esta audiência.
CONCILIADOR E MEDIADOR
DISTINÇÃO
O conciliador atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre
as partes, ao passo que o mediador atuará preferencialmente nos casos em que já houver esse
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NATUREZA JURÍDICA
O profissional liberal receberá pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo
tribunal. Já o conciliador ou mediador aprovado em concurso público não recebe remuneração
específica, pois já é remunerado por suas funções (art. 119 do CPC).
Todavia, é também possível o trabalho voluntário, sem qualquer remuneração (art. 169, §1º
do CPC).
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SISTEMA MULTIPORTAS
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
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PERGUNTAS:
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CONTESTAÇÃO
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Contestação é a peça através da qual o réu apresenta a sua defesa. É também chamada de
contrariedade ou simplesmente de defesa. No procedimento comum, a contestação será sempre
escrita, mas no juizado especial cível admite-se também a contestação oral.
PRAZO
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do art. 334 do CPC, deve ser manifestado por todos os litisconsortes e, por isso, o prazo para
contestar deveria se iniciar da data de apresentação do último pedido de cancelamento da
audiência, mas não foi esse o caminho adotado pelo legislador.
No litisconsórcio passivo, se, além do autor, cada um dos réus, também requerer o
cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação, mas o autor houver desistido da ação
em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data da intimação da decisão
que homologar a desistência (§2º do art. 335 do CPC).
DEFESAS PROCESSUAIS
DEFESAS DE MÉRITO
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a) diretas: são aquelas em que o réu, sem apresentar qualquer fato novo, nega a
existência dos fatos alegados pelo autor ou impugna a consequência jurídica que o autor pretende
extrair desses fatos. Nesse último caso, verifica-se a chamada confissão qualificada pois se
reconhece que o fato existe mas se impugna o efeito jurídico pretendido.
b) indiretas: quando o réu reconhece a existência dos fatos alegados mas apresenta
fatos novos que impede, modifica ou extingue o direito do autor (art. 350 do CPC). Diz-se indireta
porque não ataca os fatos alegados na inicial, pelo contrário, reconhece-os, e, de mérito, pois ataca
a relação jurídica de direito material. Exemplos de fatos impeditivos do direito do autor: nulidade
do contrato, erro, dolo, coação. Exemplos de fatos modificativos: pagamento parcial, concessão de
parcelamento. Exemplos de fatos extintivos: prescrição, remissão, etc. As defesas substanciais
indiretas, além de ensejarem ao autor o direito à réplica, ainda invertem o ônus da prova,
competindo ao réu comprovar a veracidade do fato alegado.
c) peremptórias: quando objetivam a exclusão do direito material do autor. Exemplos:
prescrição, pagamento, compensação, etc.
d) dilatórias: quando visam dilatar o exercício da pretensão do autor. Exemplos:
alegação do direito de retenção até que seja indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis.
PEDIDOS NA CONTESTAÇÃO
EXCEÇÕES E OBJEÇÕES
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A palavra exceção, no sentido processual amplo, significa qualquer tipo defesa apresentada
pelo réu. É pois sinônimo de defesa.
Desdobra-se em:
a) exceção em sentido estrito: é a defesa que só o réu poderá apresentar, sendo
vedado ao juiz conhecê-la de ofício.
b) objeção: é a matéria de defesa que o juiz pode conhecer de ofício.
Em regra, as defesas processuais são objeções, pois o juiz as conhece de ofício, mas algumas
são exceções em sentido estrito, dependem de requerimento do réu, como é o caso do
compromisso arbitral e da incompetência relativa.
Quanto às defesas de mérito ou substanciais, via de regra, são exceções em sentido estrito, o
juiz não pode conhecê-las de ofício, mas abrem-se exceções à prescrição, decadência legal,
nulidade absoluta do contrato e pagamento, todas elas são defesas de mérito que o juiz pode
acolher de ofício e que, por isso mesmo, classificam-se como sendo objeções substanciais.
Tanto a preliminar quanto a prejudicial devem ser examinadas com antecedência pelo
magistrado para só depois, se o caso, apreciar o mérito.
A preliminar, no entanto, é uma mera defesa processual que visa retardar ou impedir o
julgamento sem influir no conteúdo do mérito, ao passo que a questão prejudicial é decisiva ao
julgamento do mérito, isto é, influi no acolhimento ou não do pedido.
Numa ação de cobrança, por exemplo, a nulidade do contrato é uma prejudicial, pois se o
contrato for nulo a ação será improcedente, enquanto que a nulidade processual é uma preliminar
à medida que impede ou retarda o julgamento do mérito, conforme o tipo de vício.
Acrescente-se ainda que a questão prejudicial pode ser objeto de processo autônomo ao
contrário do que ocorre com a questão preliminar.
A questão prejudicial pode ser interna, conforme a sua discussão ocorra no mesmo processo
ou em outro processo, nesse último, haverá a suspensão do processo (art. 313, V, a, do CPC), ao
passo que a preliminar é sempre interna.
PRINCÍPIOS DA CONTESTAÇÃO
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
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a) objeções: são as matérias que o juiz pode apreciar de ofício e que, por isso, nada
obsta que o réu as argua após a contestação. Exemplos: incompetência absoluta, nulidade absoluta
do negócio jurídico, prescrição, decadência legal, etc.
b) fatos supervenientes (art. 493 do CPC).
c) quando a lei permitir de modo específico a alegação extemporânea, isto é, matérias
que podem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição.
Há ainda certas alegações que, por força de lei, devem ser apresentadas fora da contestação,
em petição específica. São elas: arguição de impedimento ou suspeição do magistrado, do membro
do Ministério Público e do auxiliar da justiça.
O réu tem pois o ônus de cumular todas as suas defesas na contestação.
O princípio da eventualidade ainda repercute na eficácia preclusiva da coisa julgada, pois o
réu, após o trânsito em julgado da decisão de mérito, não poderá alegar noutro processo as
alegações e defesas que poderia ter alegado no processo anterior. É o que se denomina de
princípio do deduzido e dedutível, previsto no art. 508 do CPC. Assim, as defesas que não foram
deduzidas na contestação não poderão ser alegadas pelo réu nem mesmo em outro processo.
Ônus da impugnação específica é o que veda a defesa genérica e exige, sob pena de
presunção de verdade, que o réu, na contestação, ataque cada uma das alegações de fato
constantes da petição inicial.
É, pois, vedado ao réu contestar por negação geral ou limitar-se a dizer que os fatos alegados
pelo autor não são verdadeiros.
O réu tem o ônus de impugnar cada um dos pontos alegados pelo autor na petição inicial,
esclarecendo como os fatos ocorreram, sendo insuficiente a negativa genérica.
Tome-se como exemplo uma ação de indenização por acidente de veículo em que o autor
alega a ocorrência do acidente, a culpa do réu e o prejuízo que o fato lhe causou. Nessa situação, se
o réu nega apenas a culpa, presumem-se verdadeiros a ocorrência do acidente e do prejuízo,
dispensando-se o autor da comprovação desses dois fatos, de modo que a discussão passar a se
restringir à questão da culpa.
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INDEFERIMENTO DA CONTESTAÇÃO
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O art. 337 do CPC arrola as preliminares ou defesas processuais, mas o referido rol não é
taxativo, pois outras matérias podem também ser arguidas em preliminar de contestação.
As matérias do art. 337 do CPC são objeções processuais e, por isso, o juiz as reconhece de
ofício. Abre-se exceção apenas ao compromisso arbitral e à incompetência relativa.
De acordo com o art. 337 do CPC, incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
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V – Perempção
Perempção é a sanção processual, que consiste na perda do direito de mover a ação, aplicada
ao autor que, por três vezes anteriores, abandonou o processo.
Na quarta tentativa de ajuizamento da mesma ação, o juiz, de ofício ou a requerimento do
réu, decreta a perempção e extingue o processo sem resolução do mérito.
A perempção não impede que o direito material seja invocado como matéria de defesa, mas
obviamente veda também a reconvenção, que se trata também de ação.
A perempção só atinge o pedido deduzido nas ações anteriores. Se autor alterar o pedido
haverá uma outra ação, que será admitida por ser distinta das três anteriores. Se, por exemplo,
ocorrer a perempção da ação anulatória de negócio jurídico em razão da coação, nada obsta que o
autor mova uma ação de indenização pelo ato ilícito da coação, porquanto se trata de um pedido
distinto do anterior.
VI – Litispendência
Litispendência é o fato do autor propor duas ou mais ações idênticas, nesse caso, prevalecerá
o processo no qual o réu foi citado primeiro. Quanto aos demais, ainda que ajuizados antes, serão
extintos sem resolução do mérito.
Se, no entanto, o processo em que ocorrer a primeira citação for por qualquer outro motivo
extinto sem resolução do mérito, a preferência será para os outros, seguindo-se a ordem da
citação.
A litispendência, quando conhecida de ofício pelo juiz antes da citação, tomará por base, para
efeito de primazia, a data da propositura da ação, isto é, do protocolo das petições iniciais.
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Finalmente, não haverá litispendência e, sim, tramitação simultânea, quando a mesma ação
for proposta no Brasil e no exterior, conforme art. 24 do CPC, salvo quando houver proibição em
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. A preferência, na fase de execução,
será para a sentença brasileira, caso transite em julgado antes da homologação da sentença
estrangeira ou então para a sentença estrangeira, caso seja homologada no Brasil antes do trânsito
em julgado da sentença brasileira.
VIII – Conexão
Conquanto o dispositivo em apreço refira-se apenas à conexão, o certo é que também se
aplica à continência.
Na conexão, o réu aponta, na contestação, a existência de outras ações que contém o mesmo
pedido ou causa de pedir, ainda que envolvam partes diferentes. Há também outras hipóteses de
conexão que não seja pelo pedido ou causa de pedir, já analisadas anteriormente.
A conexão, quando acolhida, provoca a reunião dos processos perante o juízo prevento e,
diante disso, em termos lógicos, a preliminar de conexão, à medida que define o juízo competente,
deve vir antes das preliminares de ilegitimidade de parte, perempção, coisa julgada, etc, pois o
juízo prevento é o que será o competente para apreciar todas as demais questões suscitadas na
contestação.
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§1º, do CPC. Exemplo: ação que versa sobre direito real imobiliário. A falta de consentimento,
quando necessário e não suprida pelo juiz, invalida o processo (parágrafo único do art.74 do CPC).
X- Convenção de arbitragem
A existência de convenção de arbitragem não pode ser conhecida de ofício pelo juiz, devendo
o réu argui-la na contestação, sob pena de preclusão (§5º do art.337 do CPC).
A convenção de arbitragem é o acordo escrito celebrado por pessoas capazes, que versa
sobre direito disponível, para submeter o litígio a julgamento de árbitros não pertencentes ao
Poder Judiciário.
São duas as suas espécies:
a) cláusula compromissória: é o acordo celebrado antes de surgir o litígio;
b) compromisso arbitral: é o acordo celebrado após o surgimento do litígio.
Se, não obstante a convenção de arbitragem, a parte mover ação judicial, o réu, sob pena de
preclusão, poderá arguir na contestação a existência desse acordo que provocará a extinção do
processo sem resolução do mérito. Se não for arguida, ou não for acolhida, o processo prosseguirá
normalmente.
Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que rejeitar a alegação de
convenção de arbitragem (art. 1015, III, do CPC).
A decisão que acolhe a convenção de arbitragem tem natureza de sentença, posto que
extingue o processo sem resolução do mérito, sendo impugnável por apelação.
Alegada na contestação a convenção de arbitragem, o juiz, antes de acolhê-la e extinguir o
processo, deve suspender o feito e oficiar o árbitro, caso já tenha sido instaurado o juízo arbitral,
para que ele se pronuncie se é ou não competente, conforme art. 8º, parágrafo único da lei
9.307/96. É pois o árbitro que decide sobre a sua própria competência, isto é, sobre existência,
validade e eficácia da convenção de arbitragem. Se ele pronunciar-se a favor, o processo judicial
será extinto sem resolução do mérito, mas se decidir contra a convenção, reputando-a inexistente,
nula ou ineficaz, o processo judicial prosseguirá normalmente.
Esta decisão do árbitro que reconhece a sua própria competência para uma primeira corrente
pode ser afastada pelo juiz que, nesse caso, rejeitaria a preliminar para fazer o processo prosseguir.
Outra corrente, apoiada no art. 8º, parágrafo único, da Lei 8.307/96, sustenta que é o próprio
árbitro que deve julgar a sua competência, sem prejuízo de essa decisão ser anulada
posteriormente pelo Poder Judiciário, mas somente em ação anulatória específica.
Se o procedimento arbitral ainda não houver sido instaurado, o próprio juiz analisará a
preliminar e, ao acolhê-la, extinguirá o processo sem resolução do mérito.
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XII – Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar
Caução é a garantia que se deve depositar previamente para a hipótese da ação ser julgada
improcedente. Só é exigível em algumas situações. Exemplo: na ação rescisória o autor precisa fazer o
depósito de cinco por cento sobre o valor da causa (art. 968, II, do CPC). Outro exemplo: o autor,
brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país no curso do processo
deverá depositar o valor correspondente ao pagamento das custas e honorários do advogado do réu, se
não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento (art. 83 do CPC).
A expressão ou outra prestação que a lei exige como preliminar, refere-se ao depósito que é
exigido por lei com outra finalidade que não seja propriamente a de garantia. Exemplo: quando, a
requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem resolver o mérito, o autor não poderá propor
novamente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários a que for
condenado (art. 92 do CPC).
Nas hipóteses acima, o juiz determinará que o autor realize o depósito no prazo fixado sob
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PERGUNTAS:
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62) Alegada na contestação a convenção de arbitragem, o juiz, num primeiro momento, deve
suspender ou extinguir o processo?
63) E se a convenção de arbitragem for celebrada só após a contestação, o que acontece?
64) Se o réu alega que é parte ilegítima, o que o juiz deve fazer?
65) Se o réu for substituído voluntariamente por outro réu, haverá algum tipo de reembolso?
66) O autor, antes do juiz apreciar a preliminar de legitimidade passiva, tem quais opções?
67) Se o réu alega que é parte ilegítima mas não indica o verdadeiro responsável, haverá
alguma consequência?
68) Qual a diferença entre a nomeação à autoria e o novo instituto de correção do polo
passivo?
69) A súmula 472 do STF ainda é aplicável?
70) O que é extromissão processual?
71) O que é caução? Dê exemplos.
72) Qual a consequência da falta de caução?
73) A impugnação da concessão da justiça gratuita deve ser feita em que momento? Qual o
recurso cabível?
74) Quais as consequências da revogação da justiça gratuita que havia sido concedida ao
autor?
RECONVENÇÃO
CONCEITO
Reconvenção é a ação proposta pelo réu em face do autor no mesmo processo em que está
sendo demandado. Exemplo: A move ação de nulidade de contrato em face de B que, no
mesmo processo, reconvém para pleitear o cumprimento das obrigações contratuais.
NATUREZA JURÍDICA
A reconvenção é uma ação movida pelo réu e não propriamente uma defesa.
A sua natureza jurídica varia conforme o pedido pleiteado, podendo ser uma ação
declaratória, condenatória ou constitutiva.
Não se trata de uma ação dentro de outra ação.
Na verdade, a reconvenção é uma nova ação dentro do mesmo processo, ampliando-lhe o
objeto, que se torna composto, à medida que passa a reunir duas pretensões distintas.
A reconvenção não inaugura um novo processo, nem um processo incidente, pois ela se
desenvolve num processo já existente.
FUNDAMENTO
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PRESSUPOSTOS DA RECONVENÇÃO
A reconvenção é uma nova ação e, portanto, deve preencher os requisitos da petição inicial,
mas é ainda preciso observar os seguintes pressupostos:
a) pendência da ação original
Se a ação original for extinta antes da contestação, que é o momento em que a reconvenção
pode ser ofertada, a reconvenção não poderá ser apresentada.
Todavia, reconvenção não é uma ação acessória, tanto é que, uma vez proposta, ela
prosseguirá o seu curso normal ainda que haja desistência da ação principal ou a sua extinção sem
resolução de mérito (art. 343, §2, do CPC).
A reconvenção, a rigor, é uma ação autônoma que deve ser distribuída por dependência
b) observância do prazo de resposta
A reconvenção deve constar no bojo da contestação, isto é, na mesma peça e não em petição
separada (art. 343 do CPC).
Portanto, deve ser apresentada no mesmo prazo da contestação que, ressalvadas as
hipóteses de contagem em dobro, via de regra, é de 15 (quinze) dias.
Ressalte-se, porém, que o réu também pode propor a reconvenção independentemente de
oferecer contestação (§6º do art. 343 do CPC).
O Enunciado n. 45 do Fórum Permanente de Processualistas Civis dispõe que:
Para que se considere proposta a reconvenção, não há necessidade de uso desse nomen
iuris , ou dedução de um capítulo próprio. Contudo, o réu deve manifestar inequivocamente o
pedido de tutela jurisdicional qualitativa ou quantitativamente maior que a simples improcedência
da demanda .
Se o réu apresentar contestação sem a reconvenção, ele não poderá reconvir depois, ainda
que não tenha expirado o prazo de 15 (quinze) dias, pois nesse caso operou-se a preclusão
consumativa.
A reconvenção apresentada fora do prazo ou após a oferta da contestação deve ser
indeferida liminarmente, mas nada obsta que o réu ajuíze ação autônoma que, em face da
conexão, será também distribuída por dependência.
c) competência
A reconvenção deve ser ajuizada no juízo da ação principal. Trata-se de competência
funcional e, portanto, absoluta.
Só é cabível a reconvenção se o juízo da ação principal for também competente para a
reconvenção. Se a incompetência for relativa, poderá se prorrogar caso o autor reconvindo, que é o
réu da reconvenção, não se manifeste sobre essa questão. Se, ao revés, houver incompetência
absoluta, o juiz de ofício rejeitará liminarmente a reconvenção. Se, por exemplo, a ação principal é
movida no domicílio do réu será vedada a reconvenção que versa sobre ação real imobiliária, pois,
nessa hipótese a competência é no local da situação do imóvel.
Portanto, se o juízo for absolutamente incompetente para a reconvenção ela será
simplesmente indeferida sem que seja ordenada a sua remessa ao juízo competente, pois a
reconvenção não pode ser ajuizada sem que haja uma outra ação pendente.
d) identidade de procedimentos
O procedimento da ação principal e da reconvenção deve ser o mesmo, por aplicação
analógica do art. 327, §1º, III, do CPC, que cuida da cumulação de pedidos.
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Se, por exemplo, a ação principal tramita no rito comum, a reconvenção não pode correr no
rito especial, deverá também adaptar-se ao procedimento comum.
De fato, ação e reconvenção tramitam no mesmo processo, sendo essencial que haja
uniformidade de procedimentos.
e) conexão
A reconvenção deve ser conexa com a ação principal ou com a defesa (art. 343 do CPC).
Com efeito, reconvenção deve fundamentar-se no pedido ou na causa de pedir da ação
principal ou então nos fundamentos da contestação.
Exemplo: A move ação de inexigibilidade de dívida em face de B que poderá reconvir para
pleitear a cobrança dessa dívida. Note-se que o fundamento dessa reconvenção é o contrato, que
funciona como causa de pedir da petição inicial.
Outro exemplo: A move ação de cobrança em face de B que contesta para alegar
compensação e ainda reconvém para cobrar-lhe a diferença devida. Nesse exemplo, a reconvenção
é conexa com os fundamentos da defesa.
Basta, segundo Barbosa Moreira, um vínculo tênue entre as duas causas, uma afinidade de
questões que coloque a reconvenção no mesmo contexto jurídico da ação principal ou da defesa.
O réu pode reconvir sem contestar desde que o fundamento da reconvenção não seja conexo
com a defesa e sim com a ação principal.
f) interesse processual
Não há interesse de agir para reconvir sobre matérias defensivas em que a sentença de
improcedência surtirá o mesmo efeito que a eventual reconvenção. Exemplo: o réu que na
contestação da ação de cobrança alega pagamento não tem interesse em reconvir para pleitear a
declaração da existência de pagamento.
Conforme salienta Cândido Rangel Dinamarco, não cabe reconvenção quando a
improcedência da ação, por si só, for suficiente para propiciar ao réu o bem que ele aspira. Na ação
de investigação de paternidade, por exemplo, o réu não poderá reconvir para pleitear a declaração
de que não é o pai do autor.
É, no entanto, admissível a reconvenção em ação meramente declaratória, mas para pleitear
pedido diferente daquele abrangido pela eventual improcedência da ação (súmula 258 do STF).
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reconvenção só será cabível naqueles que, após a contestação, devem observar o procedimento
comum, como é o caso da ação monitória (súmula 292 do STJ).
Por fim, nos processos de falência e inventário não são cabíveis a reconvenção, pois esses
procedimentos não podem ser convertidos para o procedimento comum.
O réu, que é o autor da reconvenção, denomina-se réu-reconvinte, ao passo que o autor, que
é o réu da reconvenção, é chamado de autor-reconvindo.
A reconvenção pode ser proposta pelo réu, isoladamente ou em litisconsórcio ativo com
terceiro estranho ao processo (art. 343, §4º, do CPC).
Da mesma forma, a reconvenção pode ser proposta contra o autor, isoladamente, ou em
litisconsórcio passivo com terceiro estranho ao processo (art. 343, §3º, do CPC).
Admite-se, como se vê, a reconvenção ampliativa, que é a que inclui terceiro, tanto no polo
ativo quanto no polo passivo. Todavia, o terceiro, isoladamente, não poderá reconvir, pois a lei
exige que ele esteja litisconsorciado com o réu. Igualmente, não se poderá reconvir apenas contra o
terceiro, pois a lei exige que ele esteja litisconsorciado com o autor.
Se houver vários réus, nada obsta que apenas um deles apresente a reconvenção. É também
possível que a reconvenção atinja apenas um dos vários autores. É assim admissível a reconvenção
com redução ou diminuição subjetiva das partes.
PROCEDIMENTO
A reconvenção tramita nos próprios autos da ação principal e não em apenso a ela.
O juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação do seu ajuizamento pelo
distribuidor (art. 286, parágrafo único, do CPC).
O autor-reconvindo será intimado, na pessoa do seu advogado, para apresentar contestação
ou outra resposta no prazo de 15 (quinze) dias (art. 343, §1º, do CPC). Esta intimação, que tem
conteúdo de citação, é feita pela imprensa ao advogado ainda que ele não tenha poderes expressos
para receber citação.
Esta intimação produzirá os efeitos da citação do art. 240 do CPC.
Após a contestação, a reconvenção segue o curso normal do processo e será julgada na
mesma sentença que julgará a ação principal, mas em capítulos distintos. A prolação de sentenças
separadas é causa de nulidade absoluta, pois não há previsão legal para a cisão dos julgamentos,
salvo quando a reconvenção, for julgada liminarmente improcedente, com base no art. 332 do CPC,
ou então quando for indeferido o seu processamento.
Nada obsta que tanto a ação quanto a reconvenção sejam julgadas procedentes ou
improcedentes ou que uma seja procedente e a outra improcedente.
Na justiça federal, não há custas para a distribuição da reconvenção, conforme lei 9.289/86,
mas na justiça estadual a previsão ou não de custas depende da legislação local.
A pessoa que reside fora do Brasil para propor ação precisa prestar caução, mas para a
reconvenção a lei a dispensa desse depósito (art. 83, III, do CPC).
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RECURSOS
RESPOSTAS À RECONVENÇÃO
O substituto processual, como se sabe, é o que defende em nome próprio interesse alheio,
nos casos autorizados pelo ordenamento jurídico.
Se o autor da ação principal for substituto processual, o réu-reconvinte só poderá apresentar
a reconvenção mediante dois requisitos cumulativos:
a) afirmar ser titular do direito em face do substituído. Não se pode, através da
reconvenção, pleitear os direitos que porventura tenha em face do substituto processual.
b) que o autor da ação principal tenha também legitimidade para figurar como
substituto processual no polo passivo da reconvenção (art. 343, §5º, do CPC). Se o autor tem
legitimidade para ser substituto processual no polo ativo, mas não no polo passivo, a reconvenção
deverá ser barrada.
Ação dúplice é aquela em que o réu pode formular pedido na contestação para ampliar o
objeto do processo.
O juiz, como se sabe, não pode julgar fora do pedido estampado na petição inicial, de modo
que o réu, caso queira formular uma nova pretensão, e não apenas se defender, deverá propor
ação ou reconvenção.
As ações dúplices, porém, constituem uma exceção, pois legitima o réu a pleitear o seu
pedido contraposto na própria contestação.
Diante disso, nas ações dúplices, não há necessidade da reconvenção, mas caso ela seja
apresentada, o juiz, segundo ensina Cândido Rangel Dinamarco, deverá recebê-la como pedido
contraposto à medida que não há qualquer prejuízo para a parte adversa.
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COMPENSAÇÃO E RECONVENÇÃO
Compensação é a extinção de duas ou mais obrigações pelo fato das partes se tornarem
credoras e devedoras entre si.
O réu que, na ação de cobrança, contesta alegando compensação, não receberá a eventual
diferença que lhe couber, pois a compensação, quando acolhida, apenas enseja a improcedência da
ação, enquanto que, através da reconvenção, ele pode formular o pedido de cobrança da diferença
que o autor lhe deve.
Vê-se assim que a compensação é uma defesa de mérito, pois visa neutralizar a pretensão do
autor, ao passo que a reconvenção é uma nova ação que amplia os limites do julgamento do
magistrado.
De acordo com o art. 343, §6º, do CPC o réu pode propor reconvenção independentemente
de oferecer contestação .
Trata-se do chamado réu-reconvinte revel, pois ele se torna revel após ter apresentado a
reconvenção.
Uma corrente sustenta que, nesse caso, o revel sucumbirá na ação principal, pois os fatos
alegados na inicial se presumirão verdadeiros, salvo quando a lide versar sobre direito indisponível.
Outra, entretanto assevera que não há revelia em relação ao réu-reconvinte que não
contestou, pois ele se mostra ativo no processo e, à medida que apresentou a reconvenção,
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PERGUNTAS:
1) O que é reconvenção?
2) Qual a sua natureza jurídica?
3) A reconvenção é uma ação dentro da ação? Ela inaugura um novo processo ou um
processo incidente?
4) Quais os pressupostos da reconvenção?
5) A reconvenção é uma ação acessória?
6) A reconvenção é apresentada em peça separada da contestação?
7) Qual o prazo para a reconvenção?
8) Se o réu contesta e não reconvém, ele poderá reconvir depois?
9) Quando a reconvenção deve ser indeferida liminarmente?
10) Qual o juízo competente para a reconvenção?
11) Se o juízo da ação for incompetente para a reconvenção, o juiz decreta de ofício a
incompetência?
12) Acolhida a incompetência, qual o destino da reconvenção?
13) Qual o procedimento da reconvenção?
14) O pedido da reconvenção deve ter conexão com alguma coisa ou é livre?
15) O réu pode reconvir sem contestar?
16) A reconvenção pode recair sobre matérias cuja sentença de improcedência já surtiria o
mesmo efeito?
17) E admissível reconvenção em ações meramente declaratórias?
18) A reconvenção é cabível em qual tipo de processo?
19) Cite seis processos de conhecimento de jurisdição contenciosa que não admite
reconvenção.
20) É cabível reconvenção na execução e liquidação de sentença?
21) E na ação rescisória?
22) E nos procedimentos especiais?
23) É possível a reconvenção ampliativa?
24) É possível a reconvenção com redução subjetiva?
25) Há citação na reconvenção?
26) A reconvenção é julgada fora da sentença da ação principal?
27) Há custas na reconvenção?
28) Quem reside fora do Brasil precisa prestar caução para reconvir?
29) Qual o recurso cabível da sentença que julga a reconvenção? E da decisão que a indefere
liminarmente ou que a julga liminarmente improcedente?
30) Quais as respostas que o autor reconvindo pode apresentar?
31) É cabível reconvenção sucessiva?
32) No caso de ação movida por substituto processual, o réu pode apresentar reconvenção?
33) O que é ação dúplice?
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CONCEITO
Ambas são objeções processuais, pois o juiz pode afastar-se de ofício, independentemente de
requerimento de uma das partes.
O impedimento, no entanto, retrata uma situação objetiva em que não paira qualquer dúvida
sobre a sua ocorrência, por exemplo, o juiz é irmão de uma das partes, enquanto que a suspeição
compreende as hipóteses em que predomina o subjetivismo, e não propriamente a certeza, como,
por exemplo, o fato do juiz ser amigo íntimo de qualquer das partes.
O impedimento pode ser alegado a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição
inclusive após o trânsito em julgado através da ação rescisória (art. 966, II, do CPC). Não se sujeita,
portanto, ao prazo preclusivo de 15 (quinze) dias, previsto no art. 146 do CPC.
Em contrapartida, a suspeição só pode ser arguida no prazo de 15 (quinze) dias, por qualquer
das partes, a contar do conhecimento do fato, sob pena de preclusão.
Se o fato se tornar conhecido apenas após o trânsito em julgado, opera-se a preclusão quanto
à suspeição, mas o impedimento ainda pode ser alegado em ação rescisória.
HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO
De acordo com o art. 144 do CPC, há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas
funções no processo:
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão. Assim, o juiz, ao
ser promovido para o tribunal, não pode participar do julgamento de processo em que prolatou
decisão de primeiro grau.
III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. Não há impedimento quanto aos colaterais de
quarto grau que são os primos, tios avós e sobrinhos netos. O referido impedimento só se verifica
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HIPÓTESES DE SUSPEIÇÃO
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dever de informar as razões de foro íntimo em ofício reservado à Corregedoria Nacional de Justiça.
Instituiu-se nesta resolução o chamado confessionário, que viola o direito à intimidade do
magistrado. O STF, no mandado de segurança coletivo nº 28.215/2009, suspendeu liminarmente
esta resolução.
PROCEDIMENTO
LEGITIMIDADE ATIVA
A arguição impedimento ou suspeição poderá ser feita por qualquer das partes, em petição
específica dirigida ao próprio juiz do processo (art. 146, caput, do CPC). Esta petição, que poderá
ser instruída com os documentos e rol de testemunhas, ainda deverá indicar o nome do juiz e
narrar um dos fatos que configuram impedimento ou suspeição, previstos nos arts. 144 e 145 do
CPC.
PRAZO
PROCURAÇÃO
O art. 105 CPC não exige procuração com poderes expressos para a arguição do impedimento
ou suspeição, ao contrário do impedimento ou suspeição previsto no Código de Processo Penal
(art.98 do CPP).
FORMA DE ARGUIÇÃO
EFEITOS
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simultaneamente à contestação. Nada obsta que seja apresentada antes ou depois, desde que se
respeite, no caso de suspeição, o prazo de 15 (quinze) dias contado do conhecimento do feito.
Se reconhecer o impedimento ou suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará
imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, sendo que essa decisão é irrecorrível,
por ser do foro íntimo. Se o juiz não reconhecer o impedimento ou suspeição, ele determinará a
autuação da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de
documentos e do rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal
(art. 146, §1º, do CPC).
Vê-se assim que o próprio juiz desfruta de capacidade postulatória para apresentar a sua
defesa, dispensando-se o advogado.
Este incidente é sempre da competência do tribunal. O juiz, a rigor, é o réu desse incidente e
por isso não poderá julgá-lo nem indeferi-lo liminarmente, ainda que seja intempestivo.
Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que se for recebido
sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr, mas se for recebido com efeito suspensivo, o
processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido, o processo permanecerá suspenso,
pois a simples arguição do incidente já é causa de suspensão do processo (art. 313, III, do CPC).
Nesse período, bem como na hipótese em que o incidente é recebido com efeito suspensivo, a
tutela de urgência poderá ser requerida ao substituto legal do magistrado (art. 146, §3º, do CPC).
Acolhida a alegação de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz
nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal (§5º do art. 146 do CPC). Portanto, afasta-se
apenas o juiz mas não se altera o juízo. Além disso, a decisão fixará o momento a partir do qual o
juiz não poderia ter atuado (§6º do art. 146 do CPC) . O tribunal ainda decretará a nulidade dos atos
do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou suspeição (§7º do art. 146
do CPC).
Percebe-se assim que o incidente de impedimento ou suspeição não tem apenas a finalidade
de afastar o juiz, mas também a de declarar a nulidade dos atos processuais praticados. Por
consequência ainda que o juiz suspeito ou impedido já esteja aposentado é cabível o incidente para
se anular os atos que ele praticou.
Do acórdão que julga procedente o incidente de impedimento ou suspeição será cabível
recurso extraordinário para o STF ou recurso especial para o STJ, conforme o caso, podendo o juiz
recorrer da decisão, independentemente de constituir advogado, pois ele tem capacidade técnica
para os atos processuais e, ademais, o §5º do art. 146 do CPC o autoriza expressamente a recorrer.
Na pendência desses recursos, que não têm efeito suspensivo, o processo retoma normalmente o
seu curso sob a condução do magistrado substituto legal.
Quanto à parte que não arguiu o impedimento ou suspeição, não poderá recorrer, pois não
há interesse à medida que se mantém o foro e o juízo, alterando-se apenas o juiz, sendo certo que
ninguém tem direito de ser julgado por determinado juiz.
Já a parte que arguiu o impedimento ou suspeição só poderá recorrer quando o tribunal
julgar improcedente o incidente, sendo também cabível o recurso extraordinário ou o recurso
especial.
Por outro lado, a arguição de impedimento ou suspeição de magistrado que é membro do
tribunal segue o mesmo procedimento.
Se, no entanto, o impedimento ou suspeição for de todos os membros do tribunal ou da
maioria absoluta, a arguição será endereçada ao próprio tribunal. Se este não reconhecer
voluntariamente o seu impedimento ou suspeição, os autos serão remetidos ao STF, que fará o
julgamento, por força do art. 102, I, n , da CF.
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PERGUNTAS:
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REVELIA
CONCEITO
EFEITOS
Não se deve confundir a revelia, que é a situação do réu que não contesta a ação, com os seus
efeitos, que são as consequências derivadas dessa inércia.
A revelia não é um efeito e, sim, um estado, uma situação na qual o réu se encontra, um ato-
fato processual, posto que se caracteriza sem que seja preciso perquirir se houve ou não a intenção
de se tornar revel.
Conforme se verá, é perfeitamente possível a ocorrência da revelia sem que se verifique os
seus efeitos.
Os efeitos que decorrem da revelia são os seguintes:
a) presunção de veracidade dos fatos alegados na petição inicial;
b) fluência dos prazos processuais independentemente de intimação;
c) julgamento antecipado do mérito.
3 – Presunção de verdade das alegações de fato formuladas pelo autor na petição inicial (art.
340 do CPC)
Trata-se de uma presunção relativa, pois o juiz não é obrigado a aplicá-la.
Com efeito, não há presunção de verdade quando a questão for exclusivamente jurídica ou os
fatos forem evidentemente inverossímeis ou contrários ao senso comum ou à convicção do
magistrado.
Note-se ainda que a presunção de veracidade pode recair apenas sobre os fatos e não sobre
os fundamentos jurídicos, à medida que o juiz conhece o direito (princípio iura novit curia ). Dessa
forma, os argumentos jurídicos de uma contestação intempestiva podem ser aproveitados pelo
magistrado.
Força convir, portanto, que revelia não significa a procedência automática da ação.
Por outro lado, o efeito da presunção de veracidade dos fatos, decorrente da revelia, não se
aplica nas hipóteses do art. 345, que são as seguintes:
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contestação que versarem sobre defesa comum, isto é, pertinente aos demais litisconsortes.
III – a petição inicial não estava acompanhada de instrumento que a lei considera essencial
à prova de ato.
A hipótese refere-se aos fatos que devem ser comprovados por documentos. Exemplos:
nascimento, óbito, propriedade imobiliária, etc.
O réu revel que não tem advogado não é sequer intimado dos atos processuais, fluindo os
prazos da data da publicação do ato decisório no órgão oficial (art. 346 do CPC).
Publicação é o ato pelo qual o juiz entrega a sentença, decisão ou despacho ao cartório. A
partir dessa data, e não da intimação da outra parte pela imprensa, é que começa a correr os
prazos processuais para o revel. Portanto, o prazo para apelação começa a correr do dia da
publicação da sentença em cartório e não da intimação pela imprensa.
Vê-se assim que o réu revel que não tem advogado não é intimado pessoalmente e nem pela
imprensa para manifestar-se sobre os atos processuais.
Será, no entanto, intimado pessoalmente em duas hipóteses:
a) prestar depoimento pessoal;
b) exibir documentos.
Saliente-se, contudo, que o réu revel que constituir advogado passará a ser intimado
normalmente de todos os atos processuais.
O autor, diante da revelia, pode aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, sem o
consentimento do réu, desde que lhe promova uma nova citação, reabrindo-se o prazo de 15
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(quinze) dias para a apresentação da contestação apenas quanto aos novos tópicos (art. 329, II, do
CPC). A rigor, ele não será citado e, sim, intimado pessoalmente, pois já havia sido citado
anteriormente.
No caso de revelia, o autor ainda poderá desistir da ação sem o consentimento do réu.
O revel poderá, através de advogado, intervir no processo em qualquer fase, mas receberá o
processo no estado em que se encontra (art. 346, parágrafo único, do CPC).
O réu revel, desde que constitua advogado em tempo oportuno, poderá produzir provas
(súmula 231 do STF). É claro que a prova documental ele não poderá produzir, pois esta prova deve
ser juntada com a contestação, salvo quando se tratar de documentos novos.
Quanto às provas testemunhais e periciais, devem apenas ser requeridas, e não produzidas,
na contestação, mas depois ainda precisam ser reiteradas quando o juiz, antes do saneamento,
prolatar o despacho que determina a especificação das provas que as partes pretendem produzir.
O revel, para uma corrente, não poderá produzir essas provas, posto que não as requereu na
contestação, ao passo que outra corrente admite que ele produza essas provas, pois o
requerimento que deveria ser feito na contestação não é preclusivo.
Caso o réu revel ingresse no processo apenas na fase da audiência, ele poderá, através do seu
advogado, fazer perguntas às testemunhas e contraditá-las. Poderá também impugnar o laudo
pericial, requerer esclarecimentos ao perito, pois o fato de ter ingressado após a produção da prova
não gera a perda do direito de impugná-las.
Anote-se, porém, que o réu revel não poderá alegar aquelas matérias de defesa que, por
força do princípio da eventualidade, ele as deveria ter arguido na contestação, pois, em seu
desfavor, opera-se a preclusão.
Não há revelia no processo de execução, pois o réu é citado para cumprir a obrigação e não
para apresentar contestação.
Sobre a proteção ao réu revel, irradia seus efeitos na ação rescisória, na querela nullitatis e
na coisa julgada sobre as questões prejudiciais.
Com efeito, o réu revel pode mover ação rescisória, desde que presentes uma das hipóteses
do art. 966 do CPC.
Se, no entanto, a revelia ocorrer em processo cuja citação tenha sido nula ou inexistente, o
réu revel poderá ajuizar a querela nullitatis , ação judicial que visa impugnar a sentença já
transitada em julgado prolatada em processo que violou os pressupostos processuais de existência.
Diferentemente da ação rescisória, em que há prazo de decadência para ser proposta, a querela
nulitatis pode ser movida a qualquer tempo.
Por fim, a extensão da coisa à questão prejudicial, não se aplica no caso de revelia (art. 503,
§1°, II, do CPC).
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PERGUNTAS:
1) O que é revelia?
2) O que é contumácia processual?
3) Qual a diferença entre revelia e os seus efeitos?
4) Por que a revelia é um ato fato processual?
5) É possível revelia sem os seus efeitos?
6) Quais os três principais efeitos da revelia?
7) A presunção de verdade oriunda da revelia recai sobre os fundamentos jurídicos?
8) É uma presunção absoluta ou relativa?
9) Quais as hipóteses em que não se aplica esta presunção?
10) Se um dos litisconsortes contestar a ação os demais se beneficiarão?
11) Se o réu revel apresenta reconvenção, haverá o efeito da revelia?
12) A presunção de verdade oriunda da revelia aplica-se ao réu revel citado fictamente?
E ao réu preso?
13) A contestação ofertada pelo assistente do réu revel evita o efeito da revelia?
14) Se a reconvenção não for contestada haverá presunção de verdade dos fatos?
15) O réu revel que não tem advogado é intimado dos atos processuais? Nesse caso qual
o termo inicial dos prazos processuais? O que é publicação?
16) Quando o réu revel deverá ser intimado pessoalmente?
17) O autor, diante da revelia, pode aditar a petição inicial? E desistir da ação?
18) Até que momento o réu revel pode intervir no processo? Ele receberá o processo em
qual situação?
19) O réu revel pode produzir provas? E provas documentais? E provas testemunhais?
20) Há revelia no processo de execução?
21) O réu revel pode mover ação rescisória?
22) E a querela nullitatis ?
23) A coisa julgada aplica-se plenamente ao réu revel?
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
CONCEITO
Providências preliminares são os atos processuais praticados após o término do prazo para a
resposta do réu e antes da fase do julgamento conforme o estado do processo.
Assim, findo o prazo para a resposta do réu, quer ele tenha ou não ofertado a contestação, o
juiz tomará, quando necessário, as providências preliminares (art. 347 do CPC).
Não se trata de uma fase obrigatória do procedimento comum, pois a sua ocorrência
depende de determinados fatores concretos.
FINALIDADE
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ESPÉCIES
Foi dito que, na petição inicial e na contestação, o autor e o réu mencionam genericamente as
provas que pretendem produzir.
Todavia, findo o prazo para a contestação, o juiz, às vezes, prolata um despacho para que as
partes especifiquem as provas que realmente pretendem produzir na audiência.
Como a lei é silente sobre esse prazo, aplica-se o prazo legal supletivo, previsto no art. 218,
§3°, que é de cinco dias.
Se o réu não contestar e, diante disso, operar-se os efeitos da revelia, este despacho de
especificação de provas não é prolatado. Igualmente, se o fato for notório ou incontroverso, em
suma, quando não houver necessidade de produção de outras provas, pois em todas essas
hipóteses o juiz fará o julgamento antecipado do mérito (art. 355 do CPC).
O art. 348 do CPC dispõe que:
Se o réu não contestar a ação, o juiz verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto
no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretende produzir, se ainda não as
tiver indicado .
O dispositivo em análise prevê o despacho de especificação das provas apenas quando se
tratar de réu revel que não sofra os efeitos da revelia, como é o caso das ações que versam sobre
direitos indisponíveis, mas é pacífico que, mesmo nos casos em que há contestação, o juiz, quando
pretender designar audiência de instrução, também prolatará esse despacho de especificação das
provas.
Outro equívoco do citado art. 348 é referir-se apenas à especificação das provas pelo autor,
pois esse direito obviamente também será estendido ao réu, por uma questão de isonomia. Trata-
se assim de um despacho direcionado a ambas as partes.
RÉPLICA DO AUTOR
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O prazo para a réplica é de 15 (quinze) dias, sendo permitido ao autor a produção de provas,
inclusive documental, para rebater as alegações do réu.
Fora dessas três hipóteses acima, não haverá réplica, ou seja, o autor não poderá, nesse
momento do processo, manifestar-se sobre a contestação do réu.
Via de regra, também não haverá tréplica, que é a manifestação do réu sobre a réplica do
autor, salvo em duas hipóteses: quando o autor, na réplica, juntar documentos novos ou suscitar
questões processuais novas. Nesses casos, o prazo para a tréplica também será de quinze dias.
No Código anterior, a ação declaratória incidental era uma das providências preliminares.
O réu poderia propor esta ação no prazo da contestação e o autor no prazo de 10 (dez) dias
contados da contestação.
O objetivo desta ação era fazer com que a coisa julgada também recaísse sobre a questão
prejudicial, requerendo sobre ela um julgamento de mérito.
O novo CPC aboliu a ação declaratória incidental, pois a coisa julgada agora também se
estende sobre as questões prejudiciais, conforme art. 503, §1°, do CPC, de modo que não há
realmente interesse para o ajuizamento da referida ação.
Conforme se verá oportunamente, a ação declaratória incidental ainda subsiste em relação à
falsidade documental.
PERGUNTAS:
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requisitos cumulativos:
a) revelia, isto é, falta de contestação;
b) presunção de veracidade dos fatos. Se, por exemplo, a lide versa sobre direito
indisponível, a revelia não gerará essa presunção de veracidade, vedando-se assim o julgamento
antecipado do mérito com base nela, mas nada obsta que seja julgado antecipadamente com base
no inciso I do citado art. 356.
c) que o revel, após o prazo para contestação, não tenha ingressado no processo para
requerer a produção de provas, conforme lhe faculta o art. 349 do CPC.
O juiz, antes de julgar antecipadamente o mérito, deve comunicar essa sua intenção às
partes, por força do princípio da cooperação, evitando-se, destarte, uma decisão-surpresa. Ao ser
comunicada, a parte deverá insistir no seu desejo de produzir provas, sob pena de, em sede de
apelação, não poder alegar o cerceamento de defesa.
O julgamento antecipado do mérito pode ensejar sentença de procedência ou improcedência,
mas será nulo, por revelar comportamento contraditório do magistrado, a improcedência por
insuficiência de provas.
É o que dispõe o Enunciado 297 do Fórum Permanente de Processualistas Civis:
O juiz que promove julgamento antecipado do mérito por desnecessidade de outras provas
não pode proferir sentença de improcedência por insuficiência de outras provas .
Não haverá, nesse caso, nulidade quando o próprio autor requerer o julgamento antecipado
do mérito.
O julgamento antecipado do mérito é dever do juiz, e não mera faculdade, pois visa atender
ao princípio da eficiência, sobretudo, no seu aspecto da duração razoável do processo.
O CPC 2.015 rompeu com o dogma de sentença una e passou a admitir o julgamento parcial
de mérito, mas nesse caso o ato judicial não se revestirá da natureza jurídica de sentença, posto
que o processo não será extinto, prosseguindo-se quanto aos demais pedidos, sendo, por isso,
classificado como decisão interlocutória de mérito, impugnável por agravo de instrumento,
conforme art. 356, §5°, do CPC.
O julgamento antecipado parcial do mérito é cabível não só quando houver mais de um
pedido como também na hipótese de o juiz acolher antecipadamente uma parcela do único pedido
formulado na petição inicial, relegando a análise da outra parcela após o término da fase
instrutória, ocasião em que será prolatada a sentença.
Se, por exemplo, a petição inicial contém pedido de indenização, em razão de danos
emergentes e lucros cessantes sofridos pela vítima, o juiz pode julgar antecipadamente o pedido de
danos emergentes por considerá-los provados e determinar a realização da fase instrutória para a
comprovação dos lucros cessantes.
Admite-se, portanto, o julgamento parcial de mérito nas seguintes situações:
a) na cumulação própria e simples de pedidos em que o autor formula mais de um
pedido para que todos eles sejam acolhidos simultaneamente. Exemplo: rescisão de contrato e
perdas e danos.
b) pedido único, mas suscetível de fracionamento. Exemplo: pedido de entrega de cem
sacas de café em que já se encontra comprovada a obrigação de entregar setenta sacas, relegando-
se para a fase instrutória apenas a discussão sobre o remanescente de trinta sacas.
Nas hipóteses acima, caberá o julgamento antecipado parcial de mérito quando um ou mais
pedidos ou parcela deles:
I – mostrar-se incontroversos;
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II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355, isto é, por não
haver necessidade de produção de outras provas ou por verificar-se a revelia com o seu efeito de
presunção de veracidade dos fatos articulados na petição inicial.
Por outro lado, a decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de
obrigação líquida ou ilíquida (art. 356, §1º, do CPC).
Se a obrigação for líquida, a parte poderá, desde logo, independentemente de caução e ainda
que haja recurso pendente, requerer o cumprimento da decisão. Igualmente quando a obrigação
for ilíquida, isto é, não apontar o valor, mas nesse caso a medida cabível será a liquidação da
decisão cujo objetivo é a apuração do quantum debeatur .
A liquidação e o cumprimento da decisão poderão ser processados em autos suplementares,
a requerimento da parte ou a critério do juiz (art. 356, §4º, do CPC). Visa-se, com essa medida,
evitar o tumulto processual e também impedir a paralisação da liquidação ou execução quando, por
ocasião da sentença, houver apelação e, por consequência, a necessidade de remessa dos autos
principais ao tribunal.
Após o trânsito em julgado da decisão parcial de mérito, a execução será definitiva quanto ao
pedido já decidido (art. 356, §3º, do CPC). Note-se que a decisão se torna definitiva com o trânsito
em julgado da decisão parcial de mérito e não somente com o trânsito em julgado da sentença de
mérito.
Quanto à possibilidade de julgamento antecipado parcial ilíquido, creio que só seja possível
mediante dois requisitos cumulativos:
a) que o pedido seja genérico. Em regra, é proibido o pedido genérico, isto é, ilíquido.
b) que não seja possível determinar, de modo definitivo, o montante devido ou quando
a apuração do valor devido depender da produção da prova de realização demorada ou
excessivamente dispendiosa (art. 491 do CPC).
Como bem ensina Fredie Didier Jr, não há sentido em proibir, em regra, decisões ilíquidas
(art. 491) e, ao mesmo tempo, permitir, em regra, decisões ilíquidas, se proferidas em julgamento
antecipado parcial (art. 356, §1º) - seria uma distinção sem qualquer critério .
Se a parte formula pedido líquido, mas diante da cisão do pedido desencadeado pelo
julgamento parcial do mérito não for possível se apurar desde logo o valor dessa fração do pedido,
a decisão também poderá reconhecer uma obrigação ilíquida.
O julgamento antecipado parcial do mérito, após o trânsito em julgado, sujeita-se à coisa
julgada material, sendo suscetível de ação rescisória (art. 966, §3º, do CPC).
PERGUNTAS:
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CONCEITO
Saneamento é a decisão judicial que visa preparar e organizar o processo para a fase
instrutória.
Não se trata de um despacho e, sim, de decisão, pois inúmeras questões são decididas no
saneamento.
É cabível o saneamento quando não for o caso de:
a) extinção do processo sem resolução do mérito;
b) extinção com resolução do mérito com base na prescrição, decadência ou na
autocomposição (reconhecimento do pedido, renúncia e transação);
c) julgamento antecipado do mérito.
FORMA
CONTEÚDO DO SANEAMENTO
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devem ser objeto de prova. Caso tenha sido deferida a produção de prova testemunhal, o juiz fixará
o prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas
(art. 357, §4º, do CPC). O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez),
sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato (art. 357, §6º, do CPC.
O juiz ainda poderá limitar o número de testemunhas, levando em conta a complexidade da
causa e dos fatos individualmente considerados (art. 357, §7°, do CPC).
Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz nomeará perito
especializado e, se possível, estabelecerá, desde logo, calendário para sua realização (art. 357, §8°,
do CPC).
Este calendário da perícia, que será imposto pelo juiz na decisão de saneamento, fixará o
prazo para a entrega do laudo e o agendamento dos diversos atos periciais que deverão ser
realizados. Não se trata do calendário processual a que se refere o art. 191 do CPC, que é um
negócio jurídico plurilateral elaborado de comum acordo entre as partes e o juiz, em qualquer fase
do processo, para a prática dos atos processuais.
O calendário do art. 191 pode referir-se a um ou mais ato processual e dispensar a intimação
das partes para a prática dos atos processuais e audiência que constam do agendamento, ao passo
que o calendário da perícia é específico para a perícia e não dispensa a intimação das partes em
relação a cada ato que compõe a prova pericial. É possível que no calendário processual também
conste o calendário da perícia e, nesse caso, não será uma imposição do juiz e, sim, em negócio
jurídico plurilateral.
ESCLARECIMENTOS OU AJUSTES
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no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se tornará estável (art. 357, §1º, do CPC).
Não se trata de embargos de declaração. Findo esse prazo, opera-se a preclusão, de modo que a
decisão não poderá ser objeto de futura apelação ou impugnada em contrarrazões do apelo,
afastando-se, destarte, a incidência do art. 1.009, §1º, do CPC.
Todavia, a essa preclusão, abrem-se duas exceções:
a) decisões às quais a lei prevê o recurso de agravo de instrumento. Exemplo:
redistribuição do ônus da prova (art. 1.015, XI, do CPC). Outro exemplo: decisão que rejeita a
alegação de convenção de arbitragem (art. 1.015, III, do CPC).
b) questões referentes aos requisitos de admissibilidade do processo. É que estas
questões podem ser conhecidas de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não
ocorrer o trânsito em julgado (art. 485, §3º, do CPC).
Após o saneamento, opera-se a estabilização processual, sendo vedado ao autor, ainda que o
réu consinta, alterar ou aditar o pedido ou a causa de pedir (art. 329, II, do CPC).
No saneamento, conforme já dito, a lei atribui ao juiz o poder de fixar as questões de fato
sobre as quais recairá a atividade probatória, que são os chamados pontos controvertidos, bem
como o dever de informar previamente as partes sobre as questões de direito relevantes para a
decisão de mérito. Este poder e dever, no entanto, são retirados do juiz quando houver acordo de
organização do processo.
Com efeito, as partes podem apresentar ao juiz, para homologação, a delimitação consensual
das questões de fato e de direito a que referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as
partes e o juiz (art. 357, §2º, do CPC).
Trata-se de um negócio jurídico processual que pode versar, inclusive, sobre os fundamentos
jurídicos possíveis de serem adotados pelo juiz, excepcionando-se o princípio iura novit curia (o
juiz conhece o Direito).
O juiz não é obrigado a homologar esse acordo, compete-lhe analisar a validade e
razoabilidade de suas cláusulas. Se, no entanto, for homologado estará vinculado aos seus termos.
Salvo se o acordo contiver alguma nulidade, também vinculará o tribunal no julgamento de
eventual recurso de apelação.
PERGUNTAS:
1) O que é saneamento?
2) É correto falar em despacho saneador?
3) Quando é cabível o saneamento?
4) O que é saneamento compartilhado?
5) O que é o embargos de declaração às avessas?
6) Qual o conteúdo da decisão de saneamento?
7) O que se entende por fixação dos pontos controvertidos? Esta decisão é definitiva?
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INTRODUÇÃO
PODER DE POLÍCIA
De acordo com o art. 360 do CPC, o juiz exerce o poder de polícia, incumbe-
lhe: I – manter a ordem e o decoro na audiência;
II – ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III – requisitar, quando necessário, força policial;
IV – tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da
Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;
V – registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.
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A abertura da audiência é o ato pelo qual o juiz ordena que o serventuário da justiça apregoe
as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devem participar,
anunciando que a sessão irá se iniciar.
PREGÃO
Pregão é o chamado verbal feito pelo serventuário de justiça, em voz alta e clara, para
informar que a audiência irá se iniciar.
Este chamado verbal é dirigido às partes e respectivos advogados, bem como às outras
pessoas que também devem participar da audiência, como é o caso dos peritos e testemunhas.
A ausência de pregão gera a nulidade da audiência, salvo em duas hipóteses:
a) quando a parte ou advogado não apregoados não se encontravam no local;
b) quando a sentença de mérito for favorável à parte não apregoada.
TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO
Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, ainda que anteriormente, na audiência
preliminar da fase postulatória, já se houvesse tentado, sem sucesso, a solução consensual do
conflito (art. 359 do CPC).
A conciliação é a intermediação feita pelo juiz para tentar fazer o acordo entre as partes.
Feito o acordo, será lavrado o termo de conciliação, que será assinado pelas partes e, em
seguida, o juiz prolatará sentença homologatória de mérito, nos termos do art. 487, III, b, do CPC. A
ausência injustificada da parte à tentativa de conciliação não lhe acarreta qualquer
consequência negativa, revelando apenas o propósito de não conciliar.
O advogado, desde que munido de procuração com poderes expressos para transigir,
também pode realizar a conciliação.
Cumpre observar que a parte não é intimada pessoalmente para comparecer à audiência de
instrução e julgamento e, sim, pela imprensa, através da pessoa do seu advogado.
Caso o juiz não realize a tentativa de conciliação, não se anulará a audiência.
Não se exige assim a presença pessoal das partes ao contrário do que ocorre com a audiência
de instrução do Juizado Especial em que a presença das partes é obrigatória.
De acordo com Cândido Rangel Dinamarco, a tentativa de conciliação não exige a presença do
advogado, pois não se trata de ato postulatório.
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DEBATES ORAIS
Os debates são as alegações finais orais das partes e do Ministério Público realizada após o
término da instrução.
Com efeito, finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como
ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de
20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz (art. 364 do
CPC).
Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo será de 30 (trinta) minutos,
dividindo-se esse tempo por acordo entre os que integram o mesmo grupo, caso contrário o juiz
dividirá por igual (art. 364, §1º, do CPC).
Nada obsta que o juiz dilate esses prazos, invocando-se, para tanto, o art.139, VI, do CPC.
Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá
ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como
pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias,
assegurada vista dos autos (arts. 364, §2º, do CPC). Trata-se dos chamados memoriais, que são as
alegações finais escritas.
É, pois, o juiz que decidirá se haverá debates ou memoriais dado o caráter subjetivo do que se
deve entender por questões complexas de fato ou de direito . Ainda que as partes queiram
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SENTENÇA
De acordo com o art. 366 do CPC, encerrado o debate ou oferecida as razões finais, o juiz
proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias .
Vê-se assim que é mera faculdade do juiz prolatar a sentença oral, isto é, no próprio termo de
audiência.
Quanto ao prazo de 30 (trinta) dias para sentenciar, trata-se de prazo processual impróprio. A
sentença oral considera-se publicada tão logo seja proferida na própria audiência, devendo,
é claro, ser reduzida a escrito. Quando prolatada depois, impõe-se a necessidade de se intimar as
partes através da imprensa.
ADIAMENTO DA AUDIÊNCIA
HIPÓTESES
O adiamento obsta o início da audiência, de modo que a segunda audiência não será
continuação da primeira.
Conforme art. 362 do CPC, a audiência poderá ser
adiada: I – convenção das partes;
II – se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
III – por atraso injustificado de seu início em tempo superior à 30 (trinta) minutos do horário
marcado .
Este inciso III, que não constava no Código anterior, constitui um direito ao adiamento, que a
lei atribui às partes e aos advogados.
O rol acima é meramente exemplificativo, pois é ainda possível outras causas de adiamento
baseadas em motivos justos. Exemplos: greve dos servidores públicos do Poder Judiciário, atraso na
entrega do laudo pericial pelo perito, etc.
No inciso II do citado art. 362 enquadra-se a ausência justificada do Ministério Público, do
perito ou assistente técnico, da parte e do advogado de qualquer das partes.
O impedimento para comparecer deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não
sendo, o juiz procederá a instrução.
Não é motivo para adiamento da audiência o fato do advogado ter outra audiência designada
com antecedência para o mesmo dia e horário, pois a parte contrária não pode ser prejudicada
pelo excesso de trabalho do causídico. Em caso de impossibilidade dessa comprovação, por
exemplo, sequestro do advogado, a prova pode ser feita depois, anulando-se a audiência
porventura realizada.
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Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas (art. 362, §3º, do CPC).
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Reza o art. 365 do CPC que a audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e
justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das
partes .
Audiência una significa que ela é uma só para os diversos atos processuais previstos. É, pois,
na mesma audiência, que se realiza o depoimento pessoal, a inquirição de testemunhas, os
esclarecimentos do perito e assistente técnico, os debates e, se o caso, o julgamento. Não há assim
uma audiência em separado para cada um desses atos.
Audiência contínua é a que começa e termina numa só sessão. Todavia, diante da
impossibilidade da realização de instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz
marcará o seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial, conforme
prevê o art. 365, parágrafo único, do CPC.
A suspensão da audiência, a rigor, não gerará uma nova audiência e sim o prosseguimento, a
continuação da mesma audiência. Dessa forma, na audiência de continuação, não se reabre o prazo
para se arrolar testemunhas e presente o advogado na primeira sessão e ausente na continuação o
juiz não poderá dispensar as provas por ele requeridas.
CISÃO DA AUDIÊNCIA
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PERGUNTAS:
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