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INTRODUÇÃO A MISSÕES

INTRODUÇÃO:
O QUE É MISSÕES? A palavra missão vem do latim missio, que significa
enviar. No Novo Testamento a palavra grega é apostello, que tem o mesmo
significado. Por vários séculos na Igreja Cristã a palavra missão foi um
conceito usado em conexão com a Doutrina da Trindade, referindo-se ao
envio do Filho e do Espírito Santo ao mundo. Foi somente a partir do século
XVI que a palavra missão começou a significar a Igreja sendo enviada ao
mundo. Portanto, a palavra missão significa. Sim, enviar é o significado da
palavra missão. Quem primeiro se preocupou em enviar foi o próprio Deus.
Em João 3.16 você lê: Deus amou o mundo de tal maneira, que, para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Através
deste versículo, conhecemos a preocupação de Deus para com a
humanidade decaída e distanciada de Si, razão pela qual, enviou Jesus, o
seu Filho unigênito, ao mundo para uma única missão. A única missão de
Jesus no mundo foi salvar o homem perdido (Leia Lc 19.10). O verbo dar,
neste sentido, não é simplesmente alguém estender a mão e oferecer
alguma coisa a outrem. É oferecer ou ofertar uma dádiva valiosa para
alguém que não merece, sem impor o recebimento de algo em troca. Foi
exatamente o que Deus fez: Ofereceu o seu Filho amado para resgatar o
homem que se havia se afastado completamente d Ele. Para se entender
missões é preciso partir deste princípio, que Deus o seu Filho e que o
próprio Filho se para salvação dos homens perdidos. Se compreendermos
que Deus deu o Filho e que Jesus se deu a si mesmo para a salvação da
humanidade, podemos, então, dizer: Missões é a obra de Deus dada à Igreja
que, seguindo o exemplo de Cristo, proclama por palavras e ações o Reino
de Deus, chamando todos ao arrependimento e a ter fé em Cristo,
enviando-os a serem discípulos dEle.
I - A BÍBLIA E MISSÕES
A Bíblia é um livro Missionário, sem a Bíblia, a evangelização do mundo seria
não apenas impossível, mas também inconcebível. A Bíblia coloca sobre nós
a responsabilidade de evangelizar o mundo, dá-nos um evangelho a
proclamar, diz-nos como faze-lo e declara-se o poder de Deus para a
salvação de cada crente.
Sempre que os cristãos perdem a sua confiança na Bíblia, eles também
perdem o seu zelo pelo evangelismo. Inversamente, sempre que estão
convictos sobre a Bíblia, estão determinados sobre o evangelismo.

II- MISSÕES NO VELHO TESTAMENTO


Todas as nações têm sua origem na mão criadora de Deus e estão sob o seu
olhar vigilante. As nações não são meras peças decorativas que estão no
cenário da História, Deus e o Homem. A obra e atividade de Deus apontam
para a Humanidade como um todo. Esta é uma das verdades fundamentais
de Gn 1-11, que é o registro do início da História a Apocalipse se mostra um
livro Missionário e mais, que o próprio criador é um Deus Missionário o
mandato cultural de Deus ao Homem Gn 1:26,27. A raça humana é uma
unidade: Criada por Deus de um só casal. Gn 2:18 - A separação do Homem
de Deus: Resultado do pecado de Adão, passou a todos os descendentes Gn
3:24 comparar com Rm 5:12.
A Bíblia é livro missionário. A prova disto não consiste numa lista de
referências escolhidas, mas no desenho e espírito da Bíblia inteira. A
mensagem dela, desde os primeiros capítulos, é missionária.
1. Há um só Deus, justo e compassivo, para toda a raça humana, Is 45:5,6.
2. A raça humana é uma unidade criada por Deus de um só casal.
3. A separação de Deus e resultado do pecado de Adão, passou a todos os
descendentes, Gn 3:24 - comparar Rm 5:12.
4. Deus é Juiz de toda a terra, Gn 18:25, 1Sm 2:10
5. Deus destruiu o grande inimigo, tornando a salvação acessível a todos os
descendentes de Eva, Gn 3:15,
6. Desde Caim somos responsáveis por nossos irmãos, Gn 4:9, Pv 24:11,12,
Ez 3:18,
7. Desde cedo na História humana, é previsto que toda a terra se encherá
da gloria do Senhor, Nm 14:21
Depois do dilúvio e da torre de Babel, Deus planejou usar uma nação
abençoar todas as famílias da terra Gn 12:1-3. Conforme este plano, o povo
de Israel deveria ensinar as nações, perdidas no culto a muitos deuses falsos
e no abismo do pecado, que:
1. Há um só Deus, Is 43:9-13.
2. Sua lei é santa, Êx 19:5,6 com Êx 20:3-17.
3. Este Deus é Salvador, Is 43:11 ,45:22
Israel devia também demonstrar através da sua vida nacional, o poder e
amor de Deus para com aqueles que o seguem, atraindo assim todas as
outras nações a Ele e à sua salvação, 1Rs 8:41-43; Sl 67:1,2.
Israel falhou. Os profetas, todavia, previram o tempo quando todas as
nações serão atraídas a Jerusalém pela glória de Deus, Mq 4:1-3 Is 11:9,10,
56:6,7. No entanto Deus escolheu outro tipo de instrumento, a Igreja - para
tornar conhecida a sua benção salvadora a todos os povos. Ela é um
instrumento novo com um novo modo de agir. Podemos dizer que a palavra
chave do velho testamento é VINDE, ao passo que a palavra à Igreja no novo
testamento é IDE. A ordem de Israel é VINDE, a ordem para a Igreja é IDE.

III- MISSÕES NO NOVO TESTAMENTO


O ponto central de toda a Bíblia é a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Intimamente ligada a estes fatos está a ordem missionária, repetida cinco
vezes Mt 28:18-20, Mc 16:15, Lc 24:47-48, Jo 20:21, At 1:8, e dirigida
àqueles que, logo depois, haveriam de ser os primeiros membros da nova
entidade que seria o corpo de Cristo na terra, a saber, a Igreja.
Nas várias ocorrências desta ordem de Cristo, vemos que Ele nos ordena:
1) como devemos ir 2) o quê fazer 3) onde 4) com que alcance.
1. A maneira de ir é:
a. no espírito de Cristo Jo 20:21
b. com sua autoridade Mt 28
c. no poder do Espírito Santo At 1.8
2. O que devemos fazer é:
a. testemunhar, At 1:8
b. pregar, Mc 16.15ses.
c. discipular, ensinar e batizar, Mt 28
3. O lugar do nosso trabalho:
a. parte do lugar onde estamos
b. vai através de barreiras de cultura, preconceitos e distâncias, At 1.8
4. O alcance da obra inclui
a. toda a criatura
b. em todo o mundo, entre todas as nações, ou melhor, todos os povos
c. geopolítico, língua, cultura e raça.
O espírito desta ordem enche o livro de Atos e as epístolas. O resultando
disso foi um número sempre crescente de novos convertidos e de igrejas
locais. De fato, as epístolas são cartas escritas por missionários a igrejas por
eles fundadas, cartas estas que foram circulando por muitas outras igrejas
até serem incluídas no Novo Testamento, e assim chegaram até nós. Temos
a Bíblia por causa dos primeiros missionários.
Temos como exemplo do efeito da ordem de Cristo nas epístolas e na vida
das igrejas primitivas:
1. Paulo exorta os filipenses a serem luzeiros, mesmo no ambiente
carregado onde viviam, Fp 2:14-16.
2. Ele elogia duas igrejas pela divulgação da sua fé em toda parte, Rm 1:8,
1Ts 1:8.
3. Os filipenses ajudavam no sustento de Paulo e, aparentemente,
mantinham Epafrodito como missionário, Fp 4:10,15, 2Co 11:9, Fp 2:25.
4. Paulo fala da necessidade que ele sente de evangelizar em toda parte 1Co
9:16,l7, 2Co 5:l4,l5. At 28:28 Rm 15:20,21.
5. Ele sempre levava consigo um grupo de evangelistas, entre os quais havia
um bom número de leigos, trabalhando em equipe em vários centros. At
19:29, 20:4, Rm 16:7,12, Fp 4:3 2Tm 4:6,18.
O Apocalipse, escrito por um missionário no exílio, mostra-nos o fim
triunfante do programa missionário de Deus, Ap 7:9, ll:15.
IV- UM ESTUDO DA ORDEM MISSIONÁRIA
É importante notar três coisas que Jesus não disse na ordem missionária;
1. Não disse que todo o mundo seria salvo. Mt 7:13-14, Mc 16:16. Afirmou
que seus representantes seriam odiados e perseguidos, Jo 15:18,20, mas
que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua igreja na expansão
ao redor do mundo (A figura é das milícias da igreja levando a guerra
espiritual até as regiões onde o inferno abre sua boca na terra) Mt 16:18.
2. Não disse também que devemos evangelizar um lugar até a conversão da
maioria do povo do local antes de enviar missionários a outros lugares At
1:8 não diz para terminar primeiro o trabalho em Jerusalém para depois ir
à Judéia, etc.: mas manda testemunhar tanto em Jerusalém como em toda
Judéia, etc.
3. A ordem não diz, também, que abramos escolas e hospitais, ou que
lutemos contra corrupção nos governos e opressão dos. A educação e a
medicina têm servido como meios, abrindo portas para a evangelização.
Todas estas ações desejáveis têm sido praticadas por indivíduos
convertidos quando a igreja mantinha a centralidade da pregação e
discipulado, como Cristo mandou.
Mt 28:18-20 é importante porque os verbos discipular, ensinar, e batizar
implicam na organização de igrejas locais, como era o costume de todos os
discípulos em Atos e depois. Desde fato concluímos que os métodos de
evangelização que levam a muitas profissões de fé sem arrebanhar os novos
convertidos em congregação fazem um trabalho muito incompleto.
Surge, então, uma pergunta. Quando podemos dizer que um lugar está
evangelizado? Terá o simples anúncio uma só vez do evangelho por homens
religiosos desconhecidos, que falam com pesado sotaque de estrangeiros?
A evangelização tem duas partes, a pregação ou divulgação da mensagem,
e discipulado.
Na parte da precação, temos de anunciar a mensagem, em linguagem
compreensível, andando de lugar em lugar na região toda, a fim de alcançar
o maior número de pessoas possível.
No discipulado, temos de dar atenção especial àqueles que mostram
interesse, até que alguns destes manifestem sua fé pelo batismo e
comecem a guardar todas as coisas ordenadas por Jesus. Se estes novos
convertidos, na sua igreja local, são bem instruídos e cheios do Espírito
Santo, eles com entusiasmo, se encarregarão da evangelização do resto da
sua área, e os missionários prosseguirão para outra parte. Quando em
determinado lugar, existe uma igreja com força para evangelizar e
discipular, o trabalho missionário já terminou. A fase de evangelização
continua.
At 1:8 acrescentes outra consideração muito importante. Jerusalém e
Judéia constituem uma região culturalmente homogênea, de sorte que
os recém convertidos iam testemunhar da sua nova fé a todos os vizinhos
e parentes, fazendo uma reação em cadeia por toda a Judéia.
Mas Jesus sabia que o novo movimento havia de esbarrar num obstáculo
muito grande quando chegasse às fronteiras de Samaria, havia entre Judéia
e Samaria algumas diferenças de cultura e religião, mas o mais difícil era
uma barreira de preconceitos tão grande que não existiam relações sociais
através dela. As vias normais de evangelização por vizinhos e parentes não
existiam entre as duas regiões. Era necessário outro tipo de evangelização,
feito por homens preparados para vencer os preconceitos que sentiam
contra os samaritanos e os que os samaritanos sentiam contra eles. Deus
usou a perseguição da igreja em Jerusalém para forçar a igreja a lembrar
dos campos mais distantes (cuidemos para que Ele não tenha de mandar
perseguição para que nossas igrejas se lembrem de outras partes do
mundo). No fim. Um homem muito sensível à direção do Espirito Santos foi
escolhido para começar este tipo especial de evangelização At 8:1,4,5.

1- EVANGELIZAÇÃO E MISSÕES
A meta final de todo missionário, bem como, a meta final de todo crente
fiel, é a evangelização.
Por isso é impossível fazer distinção completa entre a evangelização feita
diretamente pela igreja local através de todos os seus membros e a
evangelização mais especializada, feita por aqueles que a igreja envia para
trabalhar com povos além do alcance direto da igreja local.
Uma anotação vem sendo usada nestes tempos para expressar três tipos
de evangelização:
E.1- Evangelização de vizinhos, parentes e outros da mesma cultura e
região.
E.2- Evangelização através de barreiras de cultura.
E.3- Evangelização através de barreiras de cultura e barreiras geográficas
ou fronteiras nacionais.
Nesta matéria, o povo na situação E.1- é considerado a responsabilidade
direta da igreja local, ao passo que as pessoas de E.2- ou E.3- são
consideradas como campo missionário. Quase sempre a evangelização
missionária exige preparo especializado por parte do missionário. Na
maioria dos casos exige, também, trabalho em equipe com vários membros
especializados.

V. A CONDIÇÃO ETERNA DAQUELES QUE MORREM SEM OUVIR DE CRISTO


Neste assunto nossos sentimentos tendem a formar nossa doutrina. É
muito importante saber e seguir o ensino claro da Bíblia, ainda que não o
compreendamos totalmente, confiantes de que Deus agirá em perfeita
justiça e misericórdia.
Há muitos que dizem: "Deus é justo e não condenará aqueles que nunca
ouviram de Cristo no caso de que eles façam o melhor possível com as luzes
que têm, ou que procurem, mesmo como que tateando, o verdadeiro
Deus". Mas onde na Bíblia existe a sugestão de que homem algum já tentou
fazer o melhor possível ou procurar a Deus?
É verdade que nossa mente foge do pensamento da condenação eterna de
milhões que nunca ouviram de Cristo. Mas o nosso pensamento humano
também foge de qualquer pensamento do inferno e a perdição eterna de
alma sem Cristo. Há verdades profundas e até incompreensível na natureza
de Deus, reveladas na Bíblia. Mesmo assim a aceitamos como nossa única
fonte de conhecimento seguro sobre Deus e sua maneira de tratar com o
seu povo.

OS PONTOS BÁSICOS DO ENSINO BÍBLICO SOBRE ESTE ASSUNTO SÃO:


1. O Senhor Deus não inocenta o culpado, Êx 34:6,7. Este fato não tira a
mínima parcela do atributo de amor perfeito de Deus. Mas sendo amor
perfeito, e ao mesmo tempo, o Juiz de toda a terra, Ele fará justiça Gn
18:25, e julgará os mortos, um por um, segundo as suas obras Ap 20:13.
2. Não há nenhum justo, ninguém que, por sua própria iniciativa, busque a
Deus, Rm 3:10,11. No dia em que Deus julgar os segredos dos homens,
veremos que todos pecaram contra a luz da consciência, Rm 2:12,16.
A experiência de milhares de missionários confirma o fato que ninguém vive
em conformidade com a luz que tem. Confirma ainda que, com raríssimas
exceções, não há pagão que não espere, desejoso de saber mais de Deus,
até que tenha sentido a atuação do Espirito Santo, agindo através da
pregação do evangelho feito por homens.
3. A Salvação vem, exclusivamente, mediante a fé em Cristo, o único
Salvador, At 4:12 Jo 14:6.
4. Para que, haja esta fé, tem de haver a pregação da mensagem de Cristo,
feita por homens. Em Rm 10:17, é parte integrante do argumento que a
mensagem é pregada por homens, enviados com esta finalidade. Comparar,
também, 2Co 5:17,19.
5. A Bíblia não dá nenhuma indicação de que haverá segunda chance depois
da morte para aqueles que não depositaram sua fé em Cristo durante esta
vida. A comparação de Hb 9:27 com Ap 20:11,13indica claramente que os
homens morrem uma só vez (portanto, nada de reencarnação) e que depois
da morte serão entregues ao juízo final.
O Juízo de Deus é justo. Em Ap 20:11,15, vemos o Juiz assentado no trono
para fazer justiça conforme os livros que se abrem diante dele. Os livros são
de dois tipos.
1. O livro da vida traz os nomes de todos aqueles que já alcançaram a
primeira ressurreição pela graça de Cristo, Ap 20:6.
2. Outros livros são abertos, Ap 20:12,13, recordando as obras de todos
aqueles que não foram inscritos no livro da vida. Estes são julgados, um por
um, segundo as suas obras.
Os primeiros três capítulos de Romanos, escritos para que se cale toda
boca. Rm 3:19, e para que seja manifestada no tempo presente a justiça de
Deus, Rm 3:26, falam de dois tipos de pessoas que serão condenadas. Isto
se vê, especialmente, em Rm 2:12,16.
a. Os que com lei pecaram, mediante lei serão julgados. Eles tinham a lei
das Escrituras Sagradas, e as suas obras não obedeceram à lei que tinham.
Serão condenados.
b. Os que pecaram sem lei (a lei das Escrituras) também perecerão. Estes
tinham a lei de Deus gravada nas suas consciências, Rm 2:15, e não a
obedecerão. Sua desobediência à lei da consciência será manifesta a todos
no dia em que Deus julgar os segredos dos homens, Rm 2:16, e todos verão
que Deus é justo no seu julgamento.

Podemos resumir assim as três classes de homens:


1. Os inscritos no livro da vida, salvos pela fé na obra perfeita de Cristo, sem
referência ás suas próprias obras, Ap 20:12,
2. Todos os demais serão condenados na base das suas obras, escritas nos
livros de Deus, Ap 20:13.
a. Aqueles que não tinham a lei de Moisés serão julgados pela sua
desobediência à lei da consciência Rm 2:15,16.
b. Aqueles que tinham a lei das Escrituras serão julgados pela sua
desobediência àquela lei, Rm 2:12.

VI. A VOCAÇÃO
Qual é nosso lugar na evangelização do mundo? Já vimos que, na
evangelização do mundo:
1. Deus limitou-se ao uso de homens, 2Co 5:17,19; Ez 33:7), embora tenha
havido grandes demoras e períodos de escassez 22:30.
2. Não somente os pastores, e sim todos os santos. (crentes) devem
trabalhar na edificação do corpo de Cristo até que seja completo, Ef
4:11,12.
3. Se a vida de um crente está completamente entregue a Deus, então a
razão de ser da sua vida, além da santificação pessoal e a adoração de Deus,
é sua obediência à ordem de Cristo.
4. Esta obediência incluirá os dois aspectos:
a. a evangelização em nossa Jerusalém e Judéia,
b. a evangelização mais especializada através de barreiras, em lugares mais
distantes ou mais difíceis.
O nosso problema aqui é este: como podemos saber se Deus nos está
chamando a nós, pessoalmente, para um trabalho de evangelização
especializada?

A Direção de Deus Em Geral.


Na Bíblia encontramos muitas promessas sobre a direção de Deus em
nossas vidas, como Sl 32:8,9 e Pv 3:5,6. Devemos notar que cada promessa
tem sua condição. Deus só dirige aqueles que realmente desejam seguir a
sua orientação. Somente aqueles que apresentam seus corpos por sacrifício
vivo a Deus experimentará a Sua perfeita vontade, Rm 12:1,2. Esta entrega
traz uma profunda confiança que Deus dirigirá mesmo. Se Ele tem completo
direito de dirigir em nossas vidas, nós temos completo direito de sermos
dirigidos por Ele, na hora certa.

Temos três regras básica na direção geral da parte de Deus.


1. Deus nos guia pela Bíblia. Ele não promete iluminar o caminho muito a
nossa frente, mas a lâmpada de que Sl ll9:105 fala é sempre suficiente para
iluminar o próximo passo que temos de tomar.
2. O Espírito Santo nos guia, Jo 14:26; 16:13. Um exemplo notável disto
ocorre em At 16:6,7. Devemos notar que uma vida cheia de sensibilidade à
ação do Espírito tinha preparado Paulo para aquela direção. É importante
notar, também, que Paulo já estava empregando todas as suas energias
para obedecer à ordem de Cristo quando o Espírito mudou sua direção. Se
nós continuarmos em obediência a Deus, ficaremos sensível para saber se
as nossas circunstâncias são indicações da direção do Espirito de Deus ou
não. Muitas vezes é necessário esperar no Senhor para ter a certeza. Is
30:15 Sl 37:45; Is 26:12.
3. A Paz de Cristo é o árbitro em nossos corações, Cl 3:15. Aquele que está
sendo guiado pelo Espírito Santo sentirá falta de paz se der um passo,
mesmo pequeno, fora do plano divino. Em Is 30:21 a palavra atrás de ti
"indica que a pessoa já sente que Deus não está mais na sua frente,
guiando, e isto lhe tira o sossego e a paz. Mas quando a paz de Cristo
aumenta em nós ao passo que entramos mais firme num caminho novo,
então ela está sendo o árbitro de Deus, ajudando-nos a saber que é o
caminho certo.
A vocação particular, podemos ter a certeza que estamos dentro do
caminho que Deus traçou para nossas vidas Ef 2:10. Não podemos deixar
de sentir alguma confusão quando um servo de Deus nos dá conselho que
a ordem de Cristo é a nossa vocação e que nós devemos preparar-nos para
uma vida missionária se o Espírito não nos impedir, enquanto outro
conselheiro, igualmente fiel a Deus, nos diz: A vida missionária é tão difícil
que ninguém deve atrever-se a começá-la se não tiver uma vocação
especial da parte de Deus.
Alguns aproveitarão a confusão para consigo mesmo, Eu não sou
vocacionado graças a Deus!" Entretanto, aqueles que têm desejo profundo
de andar com Deus não ficarão na confusão. Sabem que cada filho de Deus
tem sua vocação particular e começam, com fé e perseverança, a procurá-
la.

A PROCURA ATIVA DA VONTADE DE DEUS


Talvez lhe ajudem algumas sugestões sobre como procurar saber a vontade
de Deus para sua vida.
1. Pergunte a si mesmo: Até que ponto eu desejo saber e praticar a vontade
de Deus na minha vida (pode haver algo mais importante para mim?)
2. Ofereça a Deus em sacrifício vivo:
a. todos os seus desejos e inclinações quanto à sua vida futura,
b. todas as suas posses e todos os relacionamentos do presente e
c. todas as coisas preciosas que lhe prendem ao passado, presente ou
futuro. Se Abraão não se tivesse desprendido das coisas preciosas de Ur dos
Caldeus, ele teria achado oportunidade de voltar para lá, Hb 11:13,16.
3. Pense nas coisas que menos desejaria fazer e aceite-a como uma das
possibilidades que Deus pode indicar. Se achar fraca sua vontade neste
ponto, peça que Deus o fortaleça para fazer a vontade dele e aceite pela fé
a força que Ele dá.
4. Estude as necessidades espirituais de outras partes do mundo,
procurando saber se há alguns servos de Deus trabalhando lá para suprir
aquelas necessidades, Jo 4 :35.
5. Estude outros tipos de pessoas que moram na sua vizinhança e que são
resistentes ao evangelho. Procure entender porque eles resistem. Procure
ouvir os relatórios de missionários e ler suas cartas e publicações.
6. Faça como Isaías, Is 6:8, pedindo que Deus o envie a um lugar
necessitado. Gilmour da Mongólia fez isto e escreveu: "Mesmo na simples
base do bom senso eu me via chamado a ser missionário, porque se o reino
de Deus é uma seara, então achei razoável ir trabalhar onde havia mais
serviço e menos trabalhadores". Mt 9:38.
7. Envolva-se agora em um trabalho missionário através de oração, ofertas
e correspondência com missionários. Peça a Deus que lhe dê um lugar ou
um povo como sua responsabilidade pessoal para oração. Procure sempre
notícias do "seu" campo. Se puder interessar outros da sua igreja ou escola,
procure formar um grupo de oração por missões, Mt 9:33.
Prova posterior da vocação de Deus. Depois das grandes decisões da vida
vem, usualmente, a reavaliação destas, agora com "cabeça fria". Algumas
perguntas podem ajudar-nos a chegar a uma convicção profunda,
confirmada pela paz de Deus no coração:
1. Seus conselheiros na vida espiritual concordam em que este pensamento
seu é mesmo o plano de Deus?
2. O desafio de aventura ou a perspectiva de heroísmo influenciaram sua
decisão?
3. A chamada já teve tempo para ficar amadurecida em sua vida? Os que
esperam no Senhor possuirão a terra, Sl 37:9.
Jesus disse: As minhas ovelhas ouvem a minha voz, Jo 10:27. A
característica principal das ovelhas é que elas seguem. Sabem que precisam
do pastor e confiam nele. Se nós temos o coração de ovelha do bom Pastor,
ouviremos, no tempo certo, a sua voz.

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