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ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

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ESTRUTURAS

DE CONCRETO ARMADO

ECA

NOTAS DE AULA - 04
CÁLCULO DE LAJES MACIÇAS EM CONCRETO ARMADO

Fernando de Moraes Mihalik


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NA_04/200A
ESTRUTURAS
NOTAS DE AULA - PARTE 4
CÁLCULO DE LAJES MACIÇAS EM CONCRETO ARMADO

1. INTRODUÇÃO

São peças de pequena


espessura quando
comparadas às demais
dimensões (estruturas
laminares planas), sujeitas
basicamente a esforços de
flexão, onde as cargas
atuam normalmente ao seu
plano médio. Comumente apoiam-se em vigas em seu contorno.

Analisaremos basicamente as lajes retangulares, e chamaremos os lados de lx e ly, sendo ly ≥ lx,


e a espessura de h.

PRINCIPAIS TIPOS DE LAJES

a) Lajes Maciças: São placas maciças de concreto armado, executadas sobre formas
planas.

São as comumente utilizadas, sendo


portanto as analisadas no curso.

Podem ser moldadas “in loco” ou


pré-moldadas.

b) Lajes Nervuradas: São aquelas que apresentam na zona tracionada nervuras de concreto
armado,
podendo
ser
colocado
entre
elas
material
inerte ou
não.

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c) Lajes Caixão: São lajes nervuradas que apresentam uma mesa na face inferior, e um
espaço interno
preenchido com
material inerte ou
forma perdida.
Atualmente vem
sendo pouco
utilizadas.

d) Lajes Mistas: São executadas com dois tipos de estruturas, ou seja, conjuntamente em
concreto armado e
blocos cerâmicos
capazes de resistir
aos esforços de
compressão
oriundos da flexão
quando solidários
com nervuras de
concreto; ou então
com perfis
metálicos capazes
de resistir aos
esforços de
tração,
substituindo assim
as armaduras no
concreto.

e) Lajes Cogumelo: (Ou lajes sem vigas) São lajes que se apoiam diretamente em pilares,
sem a existência de vigas. Como
há uma concentração de cargas
nas proximidades do pilar, pode
haver necessidade de aumento da
espessura da laje na região que
envolve o pilar, denominado
capitel.

CAPITEL - DETALHE EM CORTE

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2. VÃOS TEÓRICOS (lt ):


No caso geral o vão teórico da laje na direção considerada (x ou y) é a distância entre os eixos
dos apoios.

Daqui em diante, os vãos teóricos nas direções x e y serão denominados lx


e ly . (sendo ly o maior dos dois, ou seja: ly ≥ lx )
l

Observação: Em casos onde as vigas de apoio forem muito largos, mas que não representam os mais
corriqueiros, não é necessário adotar para o vão teórico valores maiores que:

a) em lajes isoladas: o vão livre acrescido da espessura da laje no meio do vão:

b) em vão extremo de laje contínua:


O vão livre acrescido da semi-largura do apoio interno e da semi-espessura da laje no meio do vão.

c) lajes em balanço: laje contínua:


O vão livre acrescido da semi-largura no apoio.

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3. DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

3.1. Espessuras Mínimas - Lajes Maciças: (NBR 6118 – item 13.2.4.1)

As espessuras das lajes maciças (h) não devem ser inferiores a:


• 7 cm, nas lajes destinadas a pisos.
• 5 cm, nas lajes de cobertura não destinadas a piso, e que não estejam em balanço.
• 10 cm, nas lajes destinadas a passagem de veículos de peso total menor ou igual a
30kN (3 tf).
• 12 cm, nas lajes destinadas a passagem de veículos de peso total maior que 30kN.

3.2. Cargas Atuantes: (ref.: NBR-6120 – Cargas para o Cálculo de Edificações)

a) Cargas Permanentes:
Peso Específico
tf / m3 kN / m3
Concreto Armado 2,5 25
Concreto Simples 2,4 24
Alvenaria de tijolos maciços 1,8 18
Alvenaria de tijolos furados 1,3 13
Alvenaria de blocos de concreto 1,4 14
Entulho de obra 1,3 13
Tijolos sílico-calcáreos 2,0 20

Valores usuais:
revestimento de piso – espessura 5 cm: carga distribuída = 0,08 tf/m² (0,8 kN/m²)

b) Cargas Acidentais:
Carga Distribuída

tf / m2 kN / m2
Dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro 0,15 1,5
Despensa, área de serviços e lavanderia 0,20 2,0
Escada sem acesso ao público 0,25 2,5
Escada com acesso ao público 0,30 3,0
Casa de máquinas 0,75 7,5
Forro sem acesso as pessoas 0,05 0,5

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4. CLASSIFICAÇÃO DAS LAJES

4.1. Quanto às dimensões : (sendo ly ≥ lx)


Obs:
Armada em cruz ly ≤ 2 lx
Nas lajes nervuradas a direção da
Armada em uma direção ly > 2 lx armadura é dada pela direção da nervura,
e não pela geometria da laje.

4.2. Quanto ao tipo de apoio:

OBSERVAÇÃO: Casos onde há continuidade Exceções:


entre lajes e não se considera engastamento: 1. Laje adjacente a balanço –
sempre apoiado.
2. Lajes com espessuras muito
diferentes (por exemplo, mais
de 2 cm de diferença em
edifícios residenciais)

5. SEQUÊNCIA DE CÁLCULO - LAJES MACIÇAS

5.1. Identificação dos painéis de laje - definição dos vãos e condições de apoio.
5.2. Levantamento das cargas atuantes em cada laje.
5.3. Cálculo dos esforços atuantes em cada laje e das reações de apoio nas vigas.
5.4. Cálculo das armaduras de flexão e verificação das deformações (flechas).
5.5. Detalhamento das armaduras.

6. CÁLCULO DE ESFORÇOS EM LAJES MACIÇAS

6.1. Consideração das Cargas Aplicadas

As cargas que estão aplicadas nas lajes são, na maioria dos casos, cargas uniformemente
distribuídas em toda a sua área. São elas:
- peso próprio da laje
- peso do revestimento de piso
- carga acidental
- peso das paredes de alvenaria sobre a laje (não diretamente sobre as vigas)

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Na prática, e de uma forma simplificada, na maioria dos casos, quando existem paredes de
alvenaria diretamente sobre a laje, distribui-se a sua carga total sobre a toda a área da laje,
recaindo no cálculo de cargas distribuídas. Em alguns casos, principalmente em lajes armadas em
uma direção ou em casos de cargas elevadas, considera-se a carga como concentrada.

Às vezes, outras cargas estão aplicadas nas lajes. São elas:


- peso do forro do teto, pendurado na laje
- peso das camadas de impermeabilização – inclusive proteção mecânica e argamassa para
caimento de drenagem
- peso de material de enchimento sobre a laje
- peso de camada de terra sobre a laje (no caso de jardins), ou de água (no caso de piscinas)

6.2. Lajes Armadas em uma Direção

Os esforços fletores, as reações de apoio e a flecha máxima nas lajes armadas em uma
direção são calculados de modo análogo ao de uma viga de largura bw = 1m, segundo a
direção paralela ao menor lado (lx).

a) Lajes Isoladas:

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b) Lajes Contínuas:

c) Lajes em Balanços:

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6.3. Lajes Armadas em Cruz:

6.3.1. Momentos Fletores

Sequência de Cálculo dos Momentos Fletores em painéis contínuos de lajes

a) Calcula-se os momentos fletores separadamente para cada painel isolado:

- Isola-se cada laje considerando seus apoios engastados ou simplesmente apoiados.


- Considera-se um lado engastado quando há continuidade com a laje adjacente, e simplesmente
apoiado quando não há continuidade com a laje adjacente (quando não houver laje adjacente ou
quando a laje adjacente estiver em outro nível – laje rebaixada, por exemplo).

Exemplo:

Obs: (A hachura indica laje rebaixada)


No exemplo, fazendo um corte AA na estrutura temos:

RESUMO: CRITÉRIO DE CONSIDERAÇÃO DE ENGASTE:


Considera-se engaste quando há continuidade entre os painéis de lajes
adjacentes.

EXCEÇÕES:
1. Nas lajes adjacentes a balanços considera-se sempre apoio simples.
2. Quando duas lajes possuem espessuras muito diferentes, considera-se
engaste apenas na laje mais esbelta, e apoio na laje mais espessa.

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Cálculo dos Momentos Fletores nas Lajes Isoladas:

Os momentos fletores nas lajes isoladas podem ser calculados com a utilização das Tabelas de
Czerny (teoria da elasticidade) [ Ref.: Beton - Kalender - 1976], considerando-se υ = 0,20 (módulo
de deformação transversal - coeficiente de Poisson).
Para essas tabelas: ly: maior vão e lx: menor vão

As tabelas de Czerny nos fornecem coeficientes (α,β) que nos permitem calcular os valores dos
momentos fletores máximos (positivos e negativos) ao longo das direções x e y, paralelas aos lados
lx e ly, e a flecha máxima da laje.

plx 2 plx 2
Mx = Mbx =
αx βx
plx 2 plx 2
My = Mby = * p é a carga distribuida sobre a laje
αy βy

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b) Junta-se as lajes, com a consideração da continuidade, fazendo-se a compatibilização (ou


equilíbrio) dos momentos negativos entre as lajes adjacentes.

Supondo que Mb2 ≥ Mb1, o valor do momento final M1-2 a considerar será:

 Mb2 + Mb1
− M =
M1−2 = Máx  1−2 2 , isto é, o maior desses 2 valores
− M1−2 = 0,8Mb2

Observação: Ao fazer essa compatibilização, considera-se que os momentos positivos finais


após a união das lajes não se alteram.
(A influência desse equilíbrio dos momentos negativos é desprezível na maioria dos casos, e a
laje redistribui os esforços).

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6.3.2. Reações de Apoio

As cargas nas vigas de apoio das lajes retangulares sujeitas a cargas uniformemente distribuídas
podem ser calculadas pelas áreas de contribuição decorrentes das cargas dos trapézios ou
triângulos obtidos pelo traçado de ângulos de 45º, 60º ou 90º a partir dos vértices, da seguinte
forma:

6.3.3. Flecha máxima no centro da laje:

plx 4 E: módulo de elasticidade do concreto


a= h: espessura da laje
Eh3 α a

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7. CÁLCULO E DETALHAMENTO DAS ARMADURAS DE FLEXÃO - LAJES MACIÇAS

7.1. Cálculo das Armaduras de Flexão Necessárias

O cálculo das armaduras necessárias para resistir aos momentos fletores nas lajes em
cada direção é feito para uma seção de 1 metro de largura, de forma análoga a de uma
viga com bw=100 cm sujeita a um momento fletor característico Mk. Isso se deve ao fato
que os momentos calculados nas lajes são para uma largura unitária.

Assim sendo,
podemos usar as
tabelas para o
dimensionamento de
seções à flexão
simples, conhecidas
também como
tabelas de k6 e k3.

b w d2 .fc (pela tabela obtém-se o valor de k3 correspondente)


k6 =
Mk
Mk
Asnec = k 3 (se M em tf cm/m)
d
k M
Asnec = 3. k (se M em kN cm / m)
10 d

(onde fc = 0,85 fcd = 0,85 fck / γc)

Taxa de armadura de flexão : ρs


ρs = As/ bw h ≥ ρmin

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7.2. Disposições Construtivas (NBR_6118 – item 19.3.3)

a) Armaduras Mínimas - Aço CA-50:


Asmin = ρs bw h , com bw=100cm

VALORES MÍNIMOS DE ρs (ρmin)


fck (MPa) 20 25 30 35 40 45 50
armaduras negativas 0,150 0,150 0,173 0,201 0,230 0,259 0,288
armadura positiva
(principal) de lajes 0,101 0,101 0,116 0,135 0,154 0,174 0,193
armadas em cruz
armadura positiva
(principal) de lajes 0,150 0,150 0,173 0,201 0,230 0,259 0,288
armadas em 1 direção
armadura positiva As/s ≥ 20% da armadura principal
(secundária) de lajes As/s ≥ 0,9 cm²/m
armadas em 1 direção ρs ≥ 1,5 ρmin
OBS: Valores de ρmin válidos para aço CA-50, γc = 1,4 e γs = 1,15

b) Diâmetro das Barras:

φ ≤ h/8

c) Espaçamento entre as Barras:

Smin : valor recomendado = 7 cm


2h
Smáx =
20 cm

O valor de espaçamento mínimo entre as barras acima indicado, de 7 cm, é normalmente utilizado
como recomendação, no sentido de facilitar a concretagem; em tese o espaçamento mínimo pode
ser determinado de forma que sobre uma distância livre entre as barras para a passagem do
concreto igual a 3 cm. Assim o valor de Smin seria:
Smin = φ barra + 3 cm

Já os valores de Smax indicados são os valores apresentados na norma.

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d) Cobrimento das Armaduras:

Valores de cobrimentos mínimos em função da agressividade do ambiente:

TABELA DE CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL

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7.3. Determinação do número, formato e dimensões das barras.

a) Armadura Positiva - para resistir aos momentos dos vãos das lajes

Detalhes das extremidades dos ferros na região dos apoios (recomendação):

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b) Armadura Negativa - para resistir aos momentos negativos entre as lajes


(após a sua compatibilização)

 lx maior
=
a  4
 ≥ lb + 2h

lx maior = maior dos lados menores


(lx) das 2 lajes

lb = comprimento de ancoragem

8. CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE LAJES DE EDIFÍCIOS

8.1. Cargas Parcialmente Distribuídas em Lajes Armadas e uma Direção

a) Distribuição de Cargas

Supõe-se que as cargas concentradas ou parcialmente distribuídas se espraiem a 45o


até o plano médio da laje.

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b) Largura Útil - bw

O cálculo dos esforços decorrentes é calculado como se fosse uma viga de largura bw,
adotando-se os valores:

Quando b ≥ lx bw = b (item a)

Quando b < lx bw = b + ∆b, sendo ∆b fornecido abaixo:

2a1(lx − a1 )  b 
B1) Para momentos fletores positivos ∆b =  1− 
lx  lx 
a1(2lx − a1 )  b 
B2) Para momentos fletores negativos ∆b =  1− 
lx  lx 
 b
B3) Para forças cortantes ∆b = a11− 
 lx 
Para momentos fletores de lajes em  b
B4) ∆b = 1,5a11− 
balanço  lx 
 b
B5) Para forças cortantes em balanço ∆b = 0,5a11− 
 lx 

Sendo a1 a
distância do
centro da
carga ao apoio
cujo lado está
a seção que
se estudo e a2
a distância do
centro da
carga à borda
mais próxima.

Caso a carga
se estenda por toda a extensão (lx) da laje, as expressões acima ficam resumidas a:

b1) l-b 
Para momentos fletores positivos ∆b =  
 2 
3
B2) Para momentos fletores negativos ∆b = (l - b )
4
1
B3) Para forças cortantes ∆b = (l - b )
2
Para momentos fletores de lajes em 3
B4)
balanço
∆b = (l - b )
4
1
B5) Para forças cortantes em balanço ∆b = (l - b )
4

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EXEMPLOS

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8.2. Lados com 2 Tipos de Apoio


(Consideração de apoio / engastamento quando houver apoios diferentes no mesmo lado)

8.2.1. Para a Determinação da Espessura da Laje

a) Quando o comprimento do trecho engastado for igual ou superior a 2/3 do


comprimento total, o cálculo de d é feito como se o lado fosse engastado.

b) Quando o comprimento do trecho engastado for inferior a 2/3 do comprimento total, o


cálculo de d é feito como se o lado fosse apoiado.

8.2.2. Para o Cálculo dos Momentos Fletores Positivos

a) Quando o comprimento do trecho engastado for inferior a 2/3 do comprimento total, o


cálculo dos Momentos Positivos é feito como se o lado fosse apoiado.

b) Quando o comprimento do trecho engastado for igual ou superior a 2/3 do


comprimento total, o cálculo dos Momentos Positivos é feito como se o lado fosse
engastado, a não ser quando o comprimento do trecho apoiado for significativo – por
exemplo, 2 metros.
Em casos como esse, pode ser feita a simplificação ilustrada abaixo:

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8.2.3. Para o Cálculo dos Momentos Fletores Negativos

a) Quando o comprimento do trecho engastado for igual ou superior a 1/3 do


comprimento total, o cálculo dos Momentos Negativos é feito como se o lado fosse
engastado. O Momento Negativo final no trecho contínuo será obtido após a
compatibilização deste momento com o obtido para a laje adjacente.
Exemplo:

b) Quando o comprimento do trecho engastado for inferior a 1/3 do comprimento total,


consideraremos esse lado como simplesmente apoiado. O Momento Negativo final no
trecho contínuo será então 80% do momento de borda da laje adjacente.

8.3. Cisalhamento em Lajes

a) Dispensa-se a colocação de armadura transversal para resistir aos esforços de


cisalhamento em uma laje quando tivermos

onde:

(o valor de τwu1 é limitado a 1 MPa, (10 kgf/cm2))

(valor de fck em MPa)

Na grande maioria dos casos essa armadura não é necessária, pois o valor de τwd é
inferior a τwu1.

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b) Quando, porém, τwd for superior a τwu1, deve-se dispor uma armadura transversal
para combater o cisalhamento, podendo esta ser composta por estribos ou barras
dobradas.
O cálculo dessa armadura é idêntico ao de uma armadura transversal de vigas, com a
consideração de τc = 0.

8.4. Aberturas em Lajes

8.4.1. Lajes Armadas em 1 Direção

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8.4.2. Lajes Armadas em Cruz

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8.5. Critério para Cálculo e Detalhamento de Lajes em L


(sem o auxílio de métodos computacionais)

8.5.1. Cálculo das armaduras de flexão

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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8.5.2. Determinação da espessura da laje

8.5.3. Utilização da tabelas de lajes com bordo livre

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8.6. Armaduras nos Cantos das Lajes com Apoios Simples

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Esquema Típico de Armação dos Cantos

8.7. Cargas Concentradas em Lajes em Balanço

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8.8. Cantos de Marquises

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9. EXERCÍCIO

Dada a planta de formas de um pavimento tipo, detalhar as armaduras das lajes.


Dados:
Concreto fck = 20MPa
Aço CA-50A
Cobrimento das armaduras- para lajes = 1 cm*; para vigas = 1,5 cm
Carga acidental = 2 kN/m2
Revestimento de piso = 1 kN/m2

Paredes de 18 cm de espessura e 2,60 m de altura sobre todas as vigas, com peso específico = 13kN/m3.
Gradil de 1 m de altura e peso de 120 kgf/m na extremidade do balanço

* O VALOR DO COBRIMENTO NÃO ESTÁ RESPEITANDO O M ÍNIMO RECOMENDADO PELA NBR-


6118, mas vale toda a seqüência de cálculo e dimensionamento.

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L1 -

lx = 284
h = 8

ly = 664

ly = 6,64 = 2,34 > 2 → laje armada em 1 direçã


lx 2,84
g laje = 0,08 x 25 = 2,00 kN/m²
g revest = 1,00 kN/m²
q= 2,00 kN/m²
p= 2,00 + 1,00 + 2,00 = 5,00 kN/m²

Mx = px lx² = 5,00 x 8,07 = 2,84 kNm/m


14,2 14,2
Mbx = p x lx² = 5,00 x 8,07 = 5,04 kNm/m
8 8
L2 - ly = 424

h = 9

tabela 6
lx = 340

ly = 4,24 = 1,25 → laje armada em cruz


lx 3,40
g laje = 0,09 x 25 = 2,25 kN/m²
g revest = 1,00 kN/m²
q= 2,00 kN/m²
p= 2,25 + 1,00 + 2,00 = 5,25 kN/m²

Mx = p x lx² = 5,25 x 11,6 = 2,44 kNm/m


αx 24,9
My = p x lx² = 5,25 x 11,6 = 1,76 kNm/m
αy 34,4
Mbx = p x lx² = 5,25 x 11,6 = 5,47 kNm/m
βx 11,1
Mby = p x lx² = 5,25 x 11,6 = 4,70 kNm/m
βy 12,9

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L3 -

ly = 424
h = 9

tabela 6

lx = 324

ly = 4,24 = 1,31 → laje armada em cruz


lx 3,24
g laje = 0,09 x 25 = 2,25 kN/m²
g revest = 1,00 kN/m²
q= 2,00 kN/m²
p= 2,25 + 1,00 + 2,00 = 5,25 kN/m²

Mx = p x lx² = 5,25 x 10,5 = 2,32 kNm/m


αx 23,8
My = p x lx² = 5,25 x 10,5 = 1,57 kNm/m
αy 35
Mbx = p x lx² = 5,25 x 10,5 = 5,15 kNm/m
βx 10,7
Mby = p x lx² = 5,25 x 10,5 = 4,31 kNm/m
βy 12,8

L4 -
lx = 167

h = 8

laje em balanço → laje armada em 1 direção

g laje = 0,08 x 25 = 2,00 kN/m²


g revest = 1,00 kN/m²
q= 2,00 kN/m²
p= 2,00 + 1,00 + 2,00 = 5,00 kN/m²

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carga vertical (V) na extremidade do balanço:


carga acidental vertical = 2,00 kN/m
g gradil = 120,00 kgf/m = 1,20 kN/m
V= 2,00 + 1,20 = 3,20 kN/m
carga horizontal (H) na extremidade do balanço:
carga acidental horizontal = 0,80 kN/m
H= 0,80 kN/m

Mbx = p x lx² + V x lx + H x h =
2
Mbx = 5,00 x 2,79 + 3,20 x 1,67 + 0,80 x 1,00 =
2
Mbx = 13,12 kNm/m

Compatibilização dos momentos negativos:


5,04 + 4,70 = 4,87 kNm/m
M1-2 = maior 2
0,8 x 5,04 = 4,03 kNm/m

5,04 + 4,31 = 4,67 kNm/m


M1-3 = maior 2
0,8 x 5,04 = 4,03 kNm/m

5,47 + 5,15 = 5,31 kNm/m


M2-3 = maior 2
0,8 x 5,47 = 4,37 kNm/m

M3-4 = não há equilíbrio = Mbalanço = 13,12 kNm/m

NUNCA SE FAZ EQUILÍBRIO QUANDO SE TRATA DE LAJE EM BALANÇO: O MOMENTO A SER


CONSIDERADO É O DO BALANÇO

Fernando de Moraes Mihalik


UNIP - Universidade Paulista - 35 -
ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Esquema - Momentos finais nas lajes (kNm/m)

Cálculo das Armaduras de Flexão

Concreto: fck = 20MPa = 200 kgf/cm2 = 0,20 tf/cm2 = 2,0 kN/cm2


fc= 0,85 fcd = 0,85 x 2,0 / 1,4 = 1,21 kN/cm2

Momentos Positivos
Laje L1
h = 8 cm
adotando d = h - 2 cm = 6 cm
Mx = 2,84 kNm/m = 284 kNcm/m
k6 = b x d² x fc = 100 x 36 x 1,21 = 15,39
Mk 284
na tabela = 15,32 → k3 = 0,338
Asnec = k3 x Mk = 0,338 x 284 = 1,60 cm²/m
10 d 10 6
Asmin = 0,15 x h = 0,15 x 8 = 1,20 cm²/m
Adotamos φ 5,0 C/ 12

Fernando de Moraes Mihalik


UNIP - Universidade Paulista - 36 -
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Laje L 2
h = 9 cm
adotando d = h - 2 cm = 7 cm
Mx = 2,44 kNm/m = 244 kNcm/m
k6 = b x d² x fc = 100 x 49 x 1,21 = 24,41
Mk 244
na tabela = 22,60 → k3 = 0,333
Asnec = k3 x Mk = 0,333 x 244 = 1,16 cm²/m
10 d 10 7
Asmin = 0,10 x h = 0,10 x 9 = 0,90 cm²/m
Adotamos φ 5,0 C/ 17

My = 1,76 kNm/m = 176 kNcm/m


k6 = b x d² x fc = 100 x 49 x 1,21 = 33,73
Mk 176
na tabela = 29,88 → 3
k = 0,330
Asnec = k3 x Mk = 0,330 x 176 = 0,83 cm²/m
10 d 10 7
Asmin = 0,10 x h = 0,10 x 9 = 0,90 cm²/m
Adotamos φ 5,0 C/ 20

Laje L 3
h = 9 cm
adotando d = h - 2 cm = 7 cm
Mx = 2,32 kNm/m = 232 kNcm/m
k6 = b x d² x fc = 100 x 49 x 1,21 = 25,69
Mk 232
na tabela = 22,60 → k3 = 0,333
Asnec = k3 x Mk =
0,333 x 232 = 1,10 cm²/m
10 d 10 7
Asmin = 0,10 x h = 0,10 x 9 = 0,90 cm²/m
Adotamos φ 5,0 C/ 18
My = 1,57 kNm/m = 157 kNcm/m
k6 = b x d² x fc = 100 x 49 x 1,21 = 37,79
Mk 157
na tabela = 29,88 → k3 = 0,330
Asnec = k3 x Mk = 0,330 x 157 = 0,74 cm²/m
10 d 10 7
Asmin = 0,10 x h = 0,10 x 9 = 0,90 cm²/m
Adotamos φ 5,0 C/ 20

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UNIP - Universidade Paulista - 37 -
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Momentos Negativos
Lajes 1 e 2
h = 8 cm
adotando d = h - 2 cm = 6 cm
Mx = 4,87 kNm/m = 487 kNcm/m
k6 = b x d² x fc = 100 x 36 x 1,21 = 8,97
Mk 487
na tabela = 8,72 → k3 = 0,353
Asnec = k3 x Mk = 0,353 x 487 = 2,87 cm²/m
10 d 10 6
Asmin = 0,10 x h = 0,10 x 8 = 0,80 cm²/m
Adotamos φ 8,0 C/ 17

Lajes 1 e 3
h = 8 cm
adotando d = h - 2 cm = 6 cm
Mx = 4,67 kNm/m = 467 kNcm/m
k6 = b x d² x fc = 100 x 36 x 1,21 = 9,35
Mk 467
na tabela = 8,72 → k3 = 0,353
Asnec = k3 x Mk = 0,353 x 467 = 2,75 cm²/m
10 d 10 6
Asmin = 0,10 x h = 0,10 x 8 = 0,80 cm²/m
Adotamos φ 8,0 C/ 17

Lajes 2 e 3
h = 9 cm
adotando d = h - 2 cm = 7 cm
Mx = 5,31 kNm/m = 531 kNcm/m
k6 = b x d² x fc = 100 x 49 x 1,21 = 11,21
Mk 531
na tabela = 10,48 → k3 = 0,347
Asnec = k3 x Mk = 0,347 x 531 = 2,63 cm²/m
10 d 10 7
Asmin = 0,10 x h = 0,10 x 9 = 0,90 cm²/m
Adotamos φ 8,0 C/ 19

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Lajes 24 e 3 (balanço)
h = 8 cm
adotando d = h - 2 cm = 6 cm
Mx = 13,12 kNm/m = 1312 kNcm/m
k6 = b x d² x fc = 100 x 36 x 1,21 = 3,33
Mk 1312
k6 =muito baixo; vamos aumentar 1 cm a altura da L4;
(k6 limite para aço CA-50A: pela tabela, para εyd = 2,07 por mil, k6=3,75)
alterando para 9 cm, teremos:
h = 9 cm
adotando d = h - 2 cm = 7 cm
k6 = b x d² x fc = 100 x 49 x 1,21 = 4,54
Mk 1312
na tabela = 4,51 → k3 = 0,399
Asnec = k3 x Mk = 0,399 x 1312 = 7,48 cm²/m
10 d 10 7
Asmin = 0,15 x h = 0,15 x 9 = 1,35 cm²/m
Adotamos φ 8,0 C/ 6
(embora não esteja dentro do espaçamento recomendável, vamos adotá-lo)

Observação: Caso refizéssemos o cálculo do momento fletor, vejam no que daria:


g laje = 0,09 x 25 = 2,25 kN/m²
g revest = 1,00 kN/m²
q= 2,00 kN/m²
p= 2,25 + 1,00 + 2,00 = 5,25 kN/m²

carga vertical (V) na extremidade do balanço:


carga acidental vertical = 2,00 kN/m
g gradil = 120,00 kgf/m = 1,20 kN/m
V= 2,00 + 1,20 = 3,20 kN/m
carga horizontal (H) na extremidade do balanço:
carga acidental horizontal = 0,80 kN/m
H= 0,80 kN/m
Mbx = p x lx² + V x lx + H x h =
2
Mbx = 5,25 x 2,79 + 3,20 x 1,67 + 0,80 x 1,00 =
2
Mbx = 13,46 kNm/m

Armadura de distribuição: Laje L1

1/5 Asprinc = 1/5 x 1,60 = + 0,32 cm²/cm


Asdistr =
0,9 cm²/cm
Adotamos φ 5,0 C/ 30

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DESENHOS DE ARMAÇÃO

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L1 / L2: a = ¼ 340 = 85 cm
L1 / L3: a = ¼ 324 = 81 cm = adotaremos por igualdade 85 cm
L2 / L3: a = ¼ 340 = 85 cm
L4 / L3: a = ¼ 324 = 81 cm apenas para o lado da L3; do lado da L4 deve ser estendido até a
extremidade do balanço.
As distrib L3: 1/5 7,48 = 1,5 cm2/m : adotado φ 6,3 c/21

Armadura de borda: Adotada φ 5 c/25;


comprimentos: considerados a = 1/5 284 ≈ 60 cm para a L1, e a= 1/5 340≈ 70 cm para as demais.

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TABELAS DE FERROS E RESUMOS DAS ARMAÇÕES

ARMADURA POSITIVA

TABELA DE FERROS RESUMO

COMPRIMENTO (m) DIAMETRO PESO LINEAR COMPRIMENTO PESO


POSIÇÃO QUANT DIAM
UNIT. TOTAL (mm) (kg/m) (m) (kg)
1 9 5 6,87 61,83 5 0,16 540,28 86,4
2 55 5 3,01 165,55 6,3 0,25
3 25 5 3,58 89,5 8 0,40
4 17 5 4,42 75,14 10 0,63
5 23 5 3,42 78,66 12,5 1,00
6 16 5 4,35 69,6 TOTAL (SEM PERDAS) 86,4

ARMADURA NEGATIVA

TABELA DE FERROS RESUMO

COMPRIMENTO (m) DIAMETRO PESO LINEAR COMPRIMENTO PESO


POSIÇÃO QUANT DIAM
UNIT. TOTAL (mm) (kg/m) (m) (kg)
1 37 8 1,83 67,71 5 0,16 87,81 14,0
2 22 8 1,84 40,48 6,3 0,25 26,88 6,7
3 55 8 2,91 160,05 8 0,40 268,24 107,3
4 8 6,3 3,36 26,88 10 0,63
5 48 5 0,96 46,08 12,5 1,00
6 39 5 1,07 41,73 TOTAL (SEM PERDAS) 128,1

Fernando de Moraes Mihalik

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