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CO/VAR/PRO/ICA/080/022
ÍNDICE
0. Preâmbulo 3
5. Circuitos múltiplos 43
6. Ensaios 44
1
0. PREÂMBULO
A presente Instrução trata da ligação à terra das blindagens dos cabos que constituem
uma linha trifásica isolada, instalada seja numa galeria de serviços, numa instalação interior
ou directamente enterrada. Para diminuir as perdas na linha e optimizar a capacidade de
transporte, costumam adoptar-se alguns sistemas de ligação que reduzem a intensidade
das correntes induzidas nas blindagens. Estes sistemas implicam ligações particulares das
blindagens entre si e à terra e dão lugar a tensões permanentes e sobretensões transitórias
nos circuitos de blindagem que devem ser considerados.
0.1 ÂMBITO
Esta Instrução descreve os sistemas e acessórios utilizados nas ligações dos circuitos de
blindagem de linhas trifásicas para tensões iguais ou superiores a 66 kV, constituídas por
cabos unipolares com blindagem metálica e bainha isolante. Podem ser necessários meios
especiais para suportar as tensões permanentes e transitórias que se podem estabelecer
entre diferentes partes do circuito de blindagem, e entre estas e a terra, e deve-se permitir
o ensaio e a verificação da continuidade deste circuito.
0.2 DEFINIÇÕES
Nesta Instrução empregam-se as definições do Vocabulário Electrotécnico Internacional
(publicação IEC 60050) e do Anexo A de “The Design of Specially Bonded Cable Systems”
(parte 1) da Electra n.º 28 de Maio de 1973.
Acrescem-se, para além disso, as seguintes definições:
• Blindagem ou Ecrã. Condutor concêntrico contínuo que rodeia o condutor e isolamento
principais, destinado a confinar o campo eléctrico e a conduzir as eventuais correntes
de curto-circuito. Pode ser constituída por um revestimento metálico contínuo ou por
uma coroa de fios eventualmente complementada por fitas metálicas. Deve ligar-se à
terra directa ou indirectamente.
• Limitadores de Tensão da Blindagem (LTB) (1). Dispositivos com dois terminais de
característica tensão-corrente fortemente não linear, destinados a limitar as diferenças
de potencial transitórias que, por ocorrência de sobretensões de impulsos, atmosféricas
ou de manobra, podem aparecer entre elementos do circuito de blindagens com rigidez
dieléctrica limitada.
• Caixa de ligações. Caixa bloqueável(2), construída para alojar as ligações das blindagens,
dos fios de ligação à terra e os LTBs associados, quando existam. Deve ligar-se à terra
se for metálica.
3
• Ligação indirecta à terra. Ligação à terra das blindagens dos cabos, ou de uma parte
delas, de tal forma que se reduzam ou eliminem as correntes na blindagem que de outra
forma se produziriam. Nesta ligação entre a blindagem e um eléctrodo de terra, podem
ficar integradas em série outras partes de blindagem da mesma ou de outra fase. Com
a ligação à terra indirecta, originam-se pequenas tensões permanentes em alguns pontos
das blindagens ou no terminal.
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1. PRINCÍPIOS GERAIS DE LIGAÇÃO DE BLINDAGENS
Numa linha de corrente alternada, o conjunto formado pelas blindagens e pelas suas
ligações constitui um circuito secundário fortemente ligado ao circuito primário, formado
pelos condutores principais submetidos a tensão de rede. Por esta razão, podem aparecer
no circuito das blindagens intensidades consideráveis durante o funcionamento normal da
linha. Há que ter em conta as perdas e o aquecimento acrescentado por esta causa e
adoptar, em muitos casos, medidas para os minimizar. Distinguem-se nesta Instrução dois
tipos de esquemas de ligação à terra das blindagens:
• Sistemas de ligação rígida à terra
• Sistemas de ligação especial à terra
5
1.1 SISTEMAS DE LIGAÇÃO RÍGIDA À TERRA
Nestes sistemas, as blindagens das três fases ligam-se directamente entre si e à terra para
que, em todos os pontos da linha, as tensões das blindagens entre si e em relação à terra
se mantenham próximas de zero. Não se adopta nenhuma disposição para evitar a circulação
de correntes pelas blindagens em regime permanente. Estas correntes, induzidas pelos
condutores principais, originarão uma produção adicional de calor, com a consequente
diminuição da capacidade de transporte da linha.
As blindagens devem unir-se entre si e à terra nos dois extremos da linha. Se for preciso,
por forma a limitar as tensões de blindagem que poderiam ocorrer em caso de defeito na
própria linha, as blindagens unir-se-ão entre si noutros pontos, que também se podem
ligar à terra(3).
Junções
Figura 1
Esquema de ligação rígida à terra
Regra geral, os cabos unipolares que constituem uma linha trifásica dispõem-se em triângulo
o mais próximos possível, para reduzir as correntes nas blindagens, as quais aumentam
com a separação entre fases.
Nesta disposição, as transposições de fases ao longo da linha só são úteis para reduzir
a sua influência indutiva sobre os cabos adjacentes. Quando a disposição é plana, ou de
alguma maneira assimétrica, a transposição de condutores pode conseguir, além disso,
a igualdade de correntes nas blindagens, e, com isso, o valor mínimo de perdas neste tipo
de ligação. Em nenhum caso a transposição de condutores serve para anular as correntes
nas blindagens.
(3)É prudente ligar as blindagens entre si e à terra cada 2 a 3 km, mas apenas é exigível se as
tensões geradas entre as fases ou entre fase e terra por queda de tensão causada pela circulação
de corrente de defeito superarem a tensão de perfuração da bainha.
6
1.2 SISTEMAS DE LIGAÇÃO ESPECIAL À TERRA
A circulação permanente de corrente pelas blindagens durante o funcionamento normal
da linha conduz a um aumento das perdas e à necessidade de sobredimensionar a secção
dos condutores principais para conseguir uma determinada capacidade de transporte na
linha. Por forma a evitar estes inconvenientes, as blindagens ligam-se à terra seguindo
esquemas que excluam a formação de circuitos fechados entre elas, ou que consigam
anular as forças electromotrizes induzidas nos possíveis circuitos fechados, sem que
deixem de ser satisfeitas as condições de segurança já expostas.
Conseguido este objectivo, aparecem, para além das vantagens procuradas, outras duas:
• Pode incrementar-se a separação entre fases para conseguir uma melhor dissipação do
calor para o meio circundante.
• Ao ser menor a secção necessária do condutor principal, a corrente capacitiva absorvida
pela linha é um pouco menor.
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1.2.1 Sistema de ligação cruzada de blindagens
Este sistema consiste em dividir o comprimento total da linha em troços mediante
descontinuidades nas blindagens, efectuando em cada transição de troço uma ligação
cruzada de blindagens. Os pontos naturais para estabelecer a descontinuidade são as
juntas. O esquema típico é o formado por um ou mais “troços longos”, contendo cada um
deles três “troços menores”.
Troço longo
Caixas de LTB
e cruzamento
de blindagens
Fig. 2
Sistema de ligação cruzada
(1 troço longo, 3 troços menores)
Desta forma, conseguimos que em cada troço longo a f.e.m. induzida total seja praticamente
nula. Pode conseguir-se uma redução suficiente, embora não seja total, desta f.e.m. com
troços desiguais ou em número não múltiplo de três. As blindagens ligam-se à terra nos
dois extremos da linha e, eventualmente, nos extremos dos troços longos. Se a disposição
dos cabos não for simétrica (disposição plana, por exemplo) e, por esta razão se efectuam
transposições dos mesmos, o cruzamento das ligações das blindagens deve efectuar-se
em sentido contrário ao da transposição, de forma a que as blindagens em série permaneçam
na mesma posição em todo o percurso.
Fig. 3
Cruzamento de blindagens no
caso de transposição dos cabos
8
Para efeitos da ligação das blindagens entre si e à terra, distinguem-se duas variantes:
Ligação cruzada seccionada: As blindagens unem-se entre si e à terra nos extremos do
circuito e nos extremos de todos os troços longos.
Ligação cruzada contínua: As blindagens unem-se entre si e à terra apenas nos extremos
do circuito.
Fig. 5
Sistema de ligação cruzada contínua
(2 troços longos, 6 troços menores)
9
1.2.2 Sistema de ponto único de ligação à terra
Em traçados curtos ou que não requeiram mais de um comprimento de cabo, pode ser
pouco económico o sistema de ligação cruzada de blindagens. Nestes casos, recorre-se a
um esquema em que cada blindagem tenha um só ponto de ligação às restantes e à terra.
Normalmente, o ponto em que as blindagens se unem e se ligam à terra é um dos extremos
da linha, mas se as tensões permanentes da blindagem que apareçam nesse caso forem
excessivas, pode deslocar-se o ponto de ligação à terra para um ponto intermédio.
O circuito de blindagens de uma linha pode fraccionar-se em troços isolados entre si com
um ponto único de ligação à terra em cada troço. Tanto no caso anterior como neste último
o sistema recebe o nome de ligação à terra em ponto único.
No sistema de ponto único, cada troço do circuito de blindagens é posto à terra ligando-o
ao condutor de continuidade de terra (descrito em 1.2.3), nos seus extremos ou em pontos
intermédios.
Nas figuras Fig. 6, Fig. 7 e Fig. 8, representamos exemplos típicos de ligações á terra de
ponto único para linhas de um ou dois troços.
Fig. 6
Sistema de ponto único
(Ligação à terra num extremo)
Fig. 7
Sistema de ponto único
(Ligação à terra no ponto intermédio)
10
Condutor de continuidade
Caixa de
LTB de terra
Fig. 8
Sistema de ponto único
(Ligação à terra nos dois extremos com interrupção
de blindagem no ponto intermédio)
11
1.2.5 Limitadores de tensão de blindagem (LTB)
Os dispositivos limitadores indicados no ponto anterior, também denominados
descarregadores de sobretensão, são elementos condutores de óxido de zinco fortemente
não lineares. Apresentam uma resistência muito elevada às tensões reduzidas que aparecem
em condições de funcionamento normal, pelo que não modificam o esquema do circuito
de blindagens. Conduzem muito mal as tensões de frequência industrial originadas durante
falhas na rede, sem ter qualquer efeito limitador sobre as ditas tensões. Por outro lado,
conduzem muito bem no caso das perturbações breves de origem atmosférica ou de
manobra que originariam tensões muito elevadas nos extremos e nos pontos de
descontinuidade, limitando estas tensões a valores admissíveis. Esta condução é
acompanhada por produção de calor no descarregador, para a qual este tem uma capacidade
reduzida de armazenamento. Por esta razão, apenas são adequados para limitar sobretensões
de uma ordem de duração inferior a 1 ms, podendo ficar destruídos se uma tensão de
frequência industrial, ainda que de curta duração, chegar a ultrapassar o seu limiar de
condução franca.
Há que limitar as tensões que aparecem entre as blindagens e a terra, que submetem a
bainha isolante do cabo e os isoladores de suporte dos terminais a um esforço dieléctrico.
Há que limitar ainda as tensões que se apresentam entre os dois extremos da blindagem
que coincidem na mesma junção com descontinuidade de blindagem, as quais devem ser
suportadas por uma espessura muito reduzida de material isolante no interior da junção.
Estas ligações e os LTB deverão ser colocados fora do alcance das pessoas não autorizadas
em caixas adequadas, com interposição de barreiras físicas, ou junto à base de terminais
de exterior se não forem acessíveis a partir do chão.
(4)As ligações amovíveis estão ligadas por lâminas e parafusos e podem ser facilmente retiradas
e recolocadas, sem submeter os elementos do circuito a esforços ou dobragens.
12
2. CONDIÇÕES E ENSAIOS DOS CIRCUITOS DE LIGAÇÃO À TERRA
13
• Se não existir condutor de continuidade e nessa localização existir um sistema local
de terra destinado a outros usos, para efectuar a ligação a este sistema será necessário
verificar que pode admitir os impulsos de intensidade que se originariam em caso de
descarga atmosférica ou de manobra e as intensidades de frequência industrial que
apareceriam em caso de actuação de um dos LTB, preservando a segurança das
pessoas e equipamentos.
• Se não se verificar nenhuma das possibilidades indicadas nos pressupostos anteriores,
o centro da estrela dos LTB não se ligará à terra. Nestes casos, é preferível a ligação
dos LTB em triângulo.
14
3. ESQUEMAS NORMALIZADOS DE LIGAÇÃO DE BLINDAGENS
Junções
Fig. 1
Sistema de ligação rígida à terra
Troço longo
Troço menor Troço menor Troço menor
Caixas de LTB
e cruzamento
de blindagens
Fig. 2
Sistema de ligação cruzada
(1 troço longo, 3 troços menores)
15
Troço longo troço longo
Fig. 5
Sistema de ligação cruzada contínua
(2 troços longos, 6 troços menores)
Caixa de LTB
e cruzamento
de blindagens
LTB em LTB em
estrela triângulo
Fig. 9
Pormenor da caixa de LTB e cruzamento de blindagens
16
3.3. SISTEMAS DE LIGAÇÃO À TERRA EM PONTO ÚNICO
Estes sistemas, que podem ser constituídos por um ou vários troços, caracterizam-se pela
descontinuidade das blindagens em algumas (ou em todas) as ligações entre troços e pela
união das blindagens entre si e a terra num único ponto dentro de cada troço. Em cada extremo
de troço que não coincida com o ponto da ligação à terra, deverão ser instalados dispositivos
limitadores de sobretensões montados em estrela com o centro ligado à terra. Deve existir um
condutor de continuidade e as ligações à terra, tanto das blindagens como dos dispositivos
limitadores de sobretensões, devem realizar-se directamente a este condutor (Fig. 6, 7 e 8).
Fig. 6.
Sistema de ponto único
(Ligação à terra num extremo)
Caixa de Caixa
Caja dede
Condutor de continuidade
LTB LTB
LTP
de terra
Fig. 7.
Sistema de ponto único
(Ligação à terra no ponto intermédio)
Condutor de continuidade
Caixa de
de terra
LTB
Fig. 8.
Sistema de ponto único
(Ligação à terra nos dois extremos com
interrupção da blindagem no ponto intermédio)
17
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CIRCUITO DE BLINDAGENS
As caixas de ligações metálicas deverão estar sempre ligadas à terra por uma ligação
independente da tomada de terra dos elementos contidos no seu interior (ligações das
blindagens ou dos LTB) com um nível de isolamento suficiente. O isolamento interno das
caixas de ligação deverá cumprir as condições do ponto 6.3.
As caixas ou armários deverão estar munidos de algum meio para evitar posições de
ligação incorrectas, bem como ter uma etiqueta que mostre a posição de ligação normal.
As ligações dos terminais, cabos de ligação e LTB deverão estar projectados para que
possam alcançar e manter facilmente as resistências de contacto do ponto 6.6 (d). Os
terminais e cabos de ligação deverão cumprir também as condições de resistência a
curtos-circuitos dadas na Tabela do ponto 4.2
(5) As caixas de ligação são do tipo horizontal e estanques, e são colocadas em caixas ou galerias.
Os armários são de tipo vertical protegidos da intempérie e são colocados presos em paredes de
S.E. ou estruturas metálicas (torres ou postes).
(6)Um curto-circuito interno gera uma sobrepressão muito importante. Se a caixa de ligação não
resistir, esta pressão é transmitida à caixa envolvente (de pequeno volume) e pode ser suficiente
para arrancar a tampa e provocar um acidente.
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4.1.1 Caixas de ligação estanques
Deverão satisfazer o grau de protecção IP68. As que contenham LTB e que se montem ao
nível do chão deverão ser de tipo horizontal, com tampas munidas de cavilhas adequadas
para a instalação em caixas pouco profundas debaixo da superfície do terreno. O ponto
mais alto da caixa de ligação montada no subsolo (sem considerar as argolas de elevação)
não deverá estar a mais de 1 m abaixo do nível do terreno, para facilitar a manipulação.
As caixas previstas para a instalação exterior devem ser resistentes à intempérie e adequadas
à montagem sobre estruturas de suporte de terminais estanques.
As caixas metálicas deverão estar ligadas à terra por conexão a eléctrodos principais de
terra adjacentes ou ao condutor de continuidade de terra. Também poderão estar ligadas
apenas a um sistema local de terra, independente do sistema principal, se o isolamento
interno da caixa garantir o nível de segurança adequado. Cada caixa deverá conter os
elementos de um só circuito.
Quando o armário estiver situado dentro da área de uma malha de terra importante (por
exemplo, de uma subestação), deverá ligar-se a esta malha a barra de terra interna. Se o
armário for metálico, deverá ligar-se também a esta malha de terra, podendo efectuar-se
esta ligação à barra de terra no seu interior.
Quando a caixa não estiver assim situada (por exemplo, em junções ao longo do percurso
do cabo), a barra de terra à qual estão unidos os cabos de ligação (via LTB, nos casos
apropriados) em operação normal deverá estar ligada ao sistema de ligação à terra do
local da junção. Se for metálica, a caixa deverá estar ligada à sua própria terra (local). O
isolamento entre a barra de terra interna e a caixa deverá ser adequado para resistir ao
nível de ensaio entre o cabo de junção e a terra especificado no ponto 6.3. O isolamento
entre o revestimento dos LTB e a caixa também deverá cumprir esta condição.
Quando a caixa for metálica, o seu borne de ligação à terra será independente dos elementos
nela alojados. O conjunto dos dispositivos de ligação poderá estar coberto por um isolante
transparente de metil-metacrilato, ou de outro material adequado.
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4.2 CABOS DE LIGAÇÃO ENTRE BLINDAGENS E CAIXAS DE LIGAÇÃO E/OU
ALOJAMENTO DE LTB
Estes cabos devem ser constituídos por condutores de Cobre isolados com PEX, e deverão
ser de um dos seguintes tipos:
A secção dos cabos de ligação, tanto para os condutores interior e exterior dos cabos
concêntricos como para os cabos monopolares em qualquer tipo de ligação, será determinada
pelo valor máximo da corrente de curto-circuito previsto para a instalação. Em função da
tensão mais elevada para o material, estabelecem-se os níveis mínimos desta corrente a
ter em conta no projecto dos condutores de ligação nas tabelas 1A e 1B, e que são os
seguintes:
Se numa instalação concreta se prevêem valores mais elevados, deverão ser adoptadas
secções superiores adequadas.
Nos terminais, os cabos de ligação das blindagens dos cabos deverão ser os condutores
interiores dos cabos concêntricos; os condutores exteriores dos citados cabos deverão,
em qualquer situação, ser ligados às partes metálicas das estruturas de suporte
20
do terminal. Pelo facto de se utilizarem caixas de ligação metálicas, os condutores exteriores
dos cabos concêntricos dos terminais deverão estar ligados à caixa metálica em qualquer
situação.
As ligações deverão ser projectadas para minimizar o comprimento dos cabos. Sempre
que possível nenhum cabo de ligação de tipo concêntrico deverá ter mais de 10 m de
comprimento.
Em instalações novas, não se admitirão junções nos condutores de ligação, mas poderão
admitir-se em intervenções posteriores, como, por exemplo, em trabalhos de manutenção
ou reparação.
• Cabos de ligação usados para a ligação á terra das blindagens dos cabos no ponto comum
de ligação à terra de dois troços com ligação de ponto único, como mostra a Fig. 7.
Caixa de Caixa de
LTP LTP
Condutor de continuidade
de terra
Fig. 7
Sistema de ponto único
(Ligação à terra no ponto intermédio)
• Cabos de ligação usados para a ligação à terra ou outras ligações nos terminais
em equipamentos com invólucros metálicos, como nas Figs. 10, 11 e 12.
21
Ligações de invólucros metálicos
Caixa de ligação
bloqueável montada
sobre pórtico
Fig. 10
Esquema de ligações de blindagens em terminais com invólucro metálico
(Ligação directa à terra)
22
Ligações remotas de invólucros metálicos
Cabo de ligação
a passar através do
TI (se aplicável)
Caixa de ligação
bloqueável
sobre pórtico
Fig. 11
Esquema de ligações de blindagens em terminais com invólucro metálico
(Ligação directa à terra)
23
Ligações de invólucros metálicos
Cabo de ligação
(pode passar fora do
TI se for vantajoso)
Caixa de ligação
bloqueável sem
ponte ligada
em serviço normal
Pode-se substituir
o cabo e a caixa de
ligação à terra por
uma ligação à terra
portátil quando se
actuar sobre os
LTB. Ligação à terra principal do sistema
ou condutor de continuidade de terra
Fig. 12
Esquema de ligação de blindagem em terminais com invólucro metálico
(Não ligadas à terra)
24
4.3 TERMINAIS DE FIM DE LINHA
O nível de isolamento entre blindagens (ou partes metálicas a elas ligadas) e a terra
deverá ser tal que permita a aplicação dos ensaios de rigidez em alta tensão contínua
especificados para a bainha do cabo. Deverão suportar também as sobretensões indicadas
na coluna 3 da Tabela 2A.
O isolamento em relação à terra das bases metálicas dos terminais de exterior será feito
com a utilização dos isoladores de pedestal.
Quando os cabos terminarem num equipamento com invólucro metálico (com isolamento
a gás SF6 ou isolamento a óleo), poderão ser necessárias disposições especiais para a
ligação, a ligação à terra e a utilização do LTB. Os circuitos principais podem dividir-se
em dois tipos, “ÓLEO” e “SF6”.
25
Cabo de ligação a passar
através de um TI
(se aplicável)
N OTA :
(a) Nas blindagens dos cabos haverá correntes
Caixa de ligação
circulantes ou capacitivas.
bloqueável
(b) Este esquema utiliza-se preferencialmente em
terminais montados em apoios de passagem
aéreo-subterrâneo.
Fig. 13
Esquema de ligação de blindagem em terminais em ligação rígida
(Ligações directas à terra)
26
Caixa de ligação Cabo de ligação
bloqueável a passar através de
montada um TI (se aplicável)
sobre pórtico
Ligação à terra
principal
do sistema
Fig. 14
Esquema de ligação de blindagem em terminais
(Ligações directas à terra)
27
Apenas o cabo
de ligação interior
deverá passar
através do TI
(se aplicável)
Cabos
concêntricos
NOTA:
Este esquema dará lugar a correntes
Caixa de ligação c i r c u l a n t e s o u c a p a c i t iva s n a s
bloqueável blindagens dos cabos.
Fig. 15
Esquema de ligação de blindagem em terminais
(Ligação directa à terra)
28
4.3.2.2 Circuitos SF6
Este tipo inclui terminais com blindagem metálica quando não existir nenhum
transformador entre eles e um interruptor automático ou seccionador manobrável.
Em geral, estes terminais estão submersos em gás SF6.
(a) O tipo SF6 1 refere-se a terminais ligados à terra em que a ligação à terra da
blindagem esteja próxima dos terminais dos cabos. Neste caso, o isolamento
do seccionamento deverá estar em curto-circuito com pontes ligadas
directamente a ambos os lados do isolamento, como mostra a Fig. 10. Se os
transformadores de corrente não estiverem alojados dentro do conjunto com
blindagem metálica da subestação, deverá ser empregue o tipo SF6 2 .
(b) O tipo SF6 2 refere-se a terminais ligados à terra em que a ligação à terra da
blindagem esteja afastada dos terminais dos cabos. Neste caso, o isolamento
do seccionamento deverá ser protegido com um LTB, como mostra a Fig. 11.
(c) O tipo SF6 3 refere-se a terminais não ligados à terra. O isolamento do
seccionamento dos terminais deverá ser protegido com um LTB, como mostra
a Fig. 12.
29
Ligações de invólucros metálicos
Caixa de ligação
bloqueável montada
sobre pórtico
Fig. 10
Esquema de ligação de blindagem em terminais
(Ligação directa à terra)
30
Ligações de invólucros metálicos
Cabo de ligação
a passar através
do TI (se aplicável)
Caixa de ligação
bloqueável
sobre pórtico
Fig. 11
Esquema de ligação de blindagens em terminais
(Ligação directa à terra)
31
Ligações de invólucros metálicos
Cabo de ligação
a passar através
do TC (se aplicável)
Caixa de ligação
bloqueável
sobre pórtico sem
ponte ligada em
serviço normal
Pode-se substituir o
cabo e a caixa de
ligação à terra, por
uma ligação à terra
portátil quando se
actuar sobre os LTB.
Ligação principal do sistema
ou condutor de continuidade
Fig. 12
Esquema de ligação de blindagens em terminais
32
4.3.3 Esquemas de ligação com transformadores de intensidade
Quando se instalam transformadores de intensidade adjacentes aos terminais, os esquemas
de ligação serão normalmente os descritos na figura correspondente. Quando o cabo
de ligação é concêntrico, como na Fig. 15, isto obriga a separar os dois condutores numa
parte do cabo e o esquema de ligação experimenta uma redução de eficácia na limitação
da tensão transitória.(8)
Apenas o cabo de
ligação interior
deve passar
através do TI
(se aplicável)
Cabos
concêntricos
NOTA:
Este esquema dará lugar a correntes
Caixa de ligação c i r c u l a n t e s o u c a p a c i t iva s n a s
blindagens dos cabos.
bloqueável
Fig. 15
Esquema de ligação de blindagem em terminais
(Ligação directa à terra)
(8) Ao separar os condutores aumenta a indutância do circuito e a queda de tensão neste ponto.
33
4.3.4. Isolamento da blindagem metálica dos terminais
Qualquer tubagem de óleo ou de gás que penetre no terminal deverá ligar-se através de
mangas ou cordões isolantes, de tal forma que possa estar ligada permanentemente à
terra enquanto se deixam as blindagens dos cabos isoladas da terra.
4.4. JUNÇÕES
Devem respeitar-se as seguintes condições:
As junções com seccionamento de blindagem (ver 4.4.3) podem ser adaptadas a junções
sem seccionamento se lhes forem acrescentados conectores curtos formem uma ponte
directa e permanentemente sobre o isolamento do seccionamento. Tais conectores
estarão integrados dentro do isolamento externo geral da caixa da junção.
Quando um sistema de cabos com blindagem isolada tiver de ser ligado a um sistema
de cabos de blindagem não isolada, a junção deverá ser do tipo com seccionamento de
blindagem (ver Fig. 16).
34
Junções com
descontinuidade de blindagem
Cabos
concêntricos
Fig. 16
Junção entre um sistema com ligação à terra
e um sistema com blindagem isolada neste ponto
35
4.4.4 Junções ao ar
O isolamento exterior de qualquer junção que venha a ser instalada ao ar deverá ser
idêntico ao da junção enterrada. O isolamento não se pode conseguir com base nas
distâncias através do ar.
4.5.1 Aplicação
Para minimizar as sobretensões transitórias nas blindagens dos cabos, deverão ser
instalados limitadores de tensão de blindagem (LTB) nos seguintes casos:
• Nas junções de cruzamento de blindagem e nos terminais não ligados à terra de troços
com ligação de ponto único.
• Em terminais não ligados à terra, ligados directamente a um equipamento com blindagem
metálica do tipo definido em 4.3.2.2 Deverá ser evitado tanto quanto possível o uso
de LTB nestes pontos, mediante a adopção de uma disposição alternativa de ligações
e de terras.
• Nos terminais não ligados à terra de todos os restantes tipos.
• Em certas circunstâncias, poderá ser necessário instalar LTB em terminais ligados à
terra quando estão instalados em equipamentos com blindagem metálica (ver 4.3.2.2).
36
O cabo de ligação
exterior não deve passar
através do TI
(se aplicável)
Cabos
concêntricos
Fig. 17
Esquema de ligação de blindagens em terminações
(Sem ligação à terra)
37
Junções com descontinuidade
de blindagem
Cabos
concêntricos
Sistema de terra
da localização da junção
Fig. 18
Esquema de ligação de blindagens em junções de cruzamento
(sistemas com ligação cruzada)
38
Junções com descontinuidade
de blindagem
Cabos
concêntricos
Fig. 19
Esquema de ligação de blindagens em junções com interrupção
de blindagem sem ligação à terra entre troços
com ligação de ponto único
39
Ligações de invólucros metálicos
Cabo de ligação
(pode passar fora
do TI se
for recomendável)
Caixa de ligação
bloqueável
sobre pórtico
sem ponte ligada
em serviço normal
Fig. 12
Esquemas de ligação de blindagens em terminais com invólucro metálico
(não ligados à terra)
40
Junções com descontinuidade
de blindagem
Cabos
Concêntricos
Fig. 16
Junção entre um sistema com ligação à terra
e um sistema com blindagem isolada neste ponto
41
4.5.2 Condições de funcionamento
As unidades devem ser capazes de suportar as situações descritas em seguida, já
mencionadas no ponto 1.2.5 da presente Instrução:
42
5. CIRCUITOS MÚLTIPLOS
Uma instalação pode conter dois ou mais ternos de cabos monopolares. Para que o
conjunto se possa considerar como uma única linha (vários condutores por fase), para
efeitos da presente Instrução, deverão cumprir-se as seguintes condições:
• O percurso deverá ser idêntico para todos os ternos, assim como as suas distâncias
relativas.
• Todos os ternos deverão estar ligados à terra nos mesmos pontos do seu traçado e
aos mesmos pontos da rede de terra.
• Deverá ser impossível deixar fora de serviço algum dos ternos e manter os restantes
em serviço.
Quando não for satisfeita alguma das condições indicadas, e em particular, quando se
trate de circuitos projectados como independentes, não deverão existir elementos comuns
nos circuitos de blindagens dos diferentes ternos.
43
6. ENSAIOS
Tabela 2A
(a) Tensão de impulso (forma de onda nominal de 1/50 microsegundos segundo IEC 60230,
três positivos e três negativos de 35 kVp entre fases e de 15,5 kVp entre fases e terra).
(b) Tensão contínua de 25 kV durante 5 minutos entre fases e entre fases e terra.
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6.4 CABOS DE LIGAÇÃO
Os cabos de ligação devem ser submetidos a ensaios de rotina de acordo com o HD
603, excepto no que diz respeito às tensões de ensaio que deverão ser as seguintes:
Tabela 2B
Tensão de ensaio
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6.5 LIMITADORES DE TENSÃO DA BLINDAGEM
Os ensaios de rotina e de manutenção dos conjuntos prontos serão os seguintes:
Unidades de óxido de zinco
A tensão de ensaio em c.a. 50 Hz deverá ajustar-se para que a intensidade de
teste de crista seja de 1,6 mA e a tensão medida esteja dentro da gama abaixo:
Nos testes após-instalação, o exame visual deverá evidenciar que os cabos de ligação
e a superfície externa da unidade ou do invólucro estão livres de protuberâncias
significativas ou de outros sinais de deterioração.
(a) Resistências de isolamento internas para caixas de LTB com fios de terra.
A resistência entre os fios de terra e qualquer invólucro metálico não deverá ser menos
do que 10 M1 medidos com um megaohmímetro de 1000V.
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6.6 CIRCUITOS COMPLETOS APÓS INSTALAÇÃO
(a) Depois da instalação de um circuito completo, serão realizados ensaios para
assegurar que a blindagem e o isolamento de seccionamento da blindagem em
todos os pontos é capaz de suportar um ensaio de rigidez à tensão contínua de
10 kV durante 1 minuto. Durante a execução desses ensaios deverão desligar-se
os LTB. Além disso, deverão ser verificadas as ligações e a ligação à terra das
blindagens.
(b) Recomendamos que, com uma periodicidade anual, se verifique a integridade
do isolamento blindagem-terra a uma tensão contínua de 5 kV durante 1 minuto.
Ao mesmo tempo, deverão verificar-se os LTB de acordo com o Ponto 6.5.
(c) Caso se apresente um defeito interno num sistema de cabos com ligação especial,
deverão realizar-se os ensaios referidos na alínea (b) e deverá verificar-se a
continuidade da ligação metálica blindagem-terra antes de voltar a pôr o cabo
em serviço.
(d) Depois da instalação, deverá realizar-se uma medição da resistência de todos
os contactos dos cabos de ligação das blindagens em cada caixa ou armário
de ligação, com um micróhmimetro digital. A resistência de contacto não deverá
ser superior a 20 µ1.
A resistência de contacto das ligações dos LTB nas caixas ou armários deve ser
medida de forma similar e não deverá ser superior a 50 µ1.
Quando for possível, deverá medir-se de forma similar a resistência de contacto
do cabo de terra externo, que não deverá ser superior a 50 µ1.
Nota
Se por um sistema de cabos com ligação especial tiver circulado uma corrente
de defeito, recomendamos que, na primeira oportunidade, se verifiquem a
integridade do isolamento blindagem-terra, a integridade dos cabos de ligação
e as características dos LTB.
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Tabela 1A
Secção nominal 120 mm2 240 mm2 300 mm2 500 mm2
do condutor
Isol. PEX + 1,2+1,5 18,2 19,7 1,7+1,7 24,6 26,6 1,8+1,8 27,4 29,6 2,2+2,0 35,3 38,1
Bainha PVC
Tabela 1B
Secção nominal
do condutor 120* mm2 240 mm 2 300 mm 2 500 mm2
Condutor Central 12,8 13,3 17,8 18,7 20,2 21,0 26,4 28,0
Isol. PEX + 1,2+2,0 19,2 20,7 1,7+1,0 23,4 25,3 1,8+1,0 25,8 27,9 2,2+3,0 36,8 39,7
Bainha interior PVC
Condutor 24,4 26,4 33,6 36,3 36,0 38,9 47,4 51,2
concêntrico
Bainha 1,8 28,4 30,7 1,8 37,6 40,6 2,1 40,6 43,8 2,4 52,6 56,8
exterior PE
*Também para ligações de sistemas de 132 kV e 275 kV não submetidas à corrente de curto-circuito, por exemplo ligações a LTB.
48
7. LIGAÇÃO À TERRA DE DESCARREGADORES DE SOBRETENSÕES
7.1 INTRODUÇÃO
O objectivo deste capítulo é determinar como devem ser ligados à terra os descarregadores
de sobretensões em circuitos de alta tensão.
As ligações à terra estão devidamente regulamentadas. Resumidamente, deve garantir-se
o seguinte:
- Numa instalação não poderá haver um ponto acessível em tensão que possa
ferir as pessoas, seja em condições de funcionamento normal, seja em situação de
curto-circuito. Por conseguinte, qualquer cabo que conduza corrente deverá ser
isolado.
- Os circuitos de terra deverão ser rectos, sem curvas forçadas e o mais curtos
possível.
- Em qualquer caso, o cliente pode tomar qualquer decisão sem que afecte a
segurança do circuito.
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7.2 UNIÃO AO CIRCUITO DE TERRA
A união das diferentes ligações à terra indicadas (ligação à terra directa, ligação à terra
do descarregador, ligação à terra dos pára-raios) deverá ser feita da seguinte forma:
O cabo da ligação à terra do pára-raios pode ser único para os três pára-raios de um
circuito.
A ligação à terra será feita ao cabo de terra indicado pelo cliente. Os elementos de
ligação deverão ser adequados para a secção do condutor ligado. Na documentação de
final de obra, deverá ser indicada a ligação de cada circuito.
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