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ICAT 2005

CO/VAR/PRO/ICA/080/022
ÍNDICE

0. Preâmbulo 3

1. Princípios gerais de ligação de blindagens 5

2. Condições e ensaios dos circuitos de ligação à terra 13

3. Esquemas normalizados de ligação de blindagens 15

4. Elementos constitutivos do circuito de blindagens 18

5. Circuitos múltiplos 43

6. Ensaios 44

7. Ligação à terra de pára-raios 49

1
0. PREÂMBULO

A presente Instrução trata da ligação à terra das blindagens dos cabos que constituem
uma linha trifásica isolada, instalada seja numa galeria de serviços, numa instalação interior
ou directamente enterrada. Para diminuir as perdas na linha e optimizar a capacidade de
transporte, costumam adoptar-se alguns sistemas de ligação que reduzem a intensidade
das correntes induzidas nas blindagens. Estes sistemas implicam ligações particulares das
blindagens entre si e à terra e dão lugar a tensões permanentes e sobretensões transitórias
nos circuitos de blindagem que devem ser considerados.

0.1 ÂMBITO
Esta Instrução descreve os sistemas e acessórios utilizados nas ligações dos circuitos de
blindagem de linhas trifásicas para tensões iguais ou superiores a 66 kV, constituídas por
cabos unipolares com blindagem metálica e bainha isolante. Podem ser necessários meios
especiais para suportar as tensões permanentes e transitórias que se podem estabelecer
entre diferentes partes do circuito de blindagem, e entre estas e a terra, e deve-se permitir
o ensaio e a verificação da continuidade deste circuito.

0.2 DEFINIÇÕES
Nesta Instrução empregam-se as definições do Vocabulário Electrotécnico Internacional
(publicação IEC 60050) e do Anexo A de “The Design of Specially Bonded Cable Systems”
(parte 1) da Electra n.º 28 de Maio de 1973.
Acrescem-se, para além disso, as seguintes definições:
• Blindagem ou Ecrã. Condutor concêntrico contínuo que rodeia o condutor e isolamento
principais, destinado a confinar o campo eléctrico e a conduzir as eventuais correntes
de curto-circuito. Pode ser constituída por um revestimento metálico contínuo ou por
uma coroa de fios eventualmente complementada por fitas metálicas. Deve ligar-se à
terra directa ou indirectamente.
• Limitadores de Tensão da Blindagem (LTB) (1). Dispositivos com dois terminais de
característica tensão-corrente fortemente não linear, destinados a limitar as diferenças
de potencial transitórias que, por ocorrência de sobretensões de impulsos, atmosféricas
ou de manobra, podem aparecer entre elementos do circuito de blindagens com rigidez
dieléctrica limitada.
• Caixa de ligações. Caixa bloqueável(2), construída para alojar as ligações das blindagens,
dos fios de ligação à terra e os LTBs associados, quando existam. Deve ligar-se à terra
se for metálica.

(1) A denominação Inglesa é SVL, sigla para Sheath Voltage Limiter.


(2) Que requer uma ferramenta ou chave para a abrir.

3
• Ligação indirecta à terra. Ligação à terra das blindagens dos cabos, ou de uma parte
delas, de tal forma que se reduzam ou eliminem as correntes na blindagem que de outra
forma se produziriam. Nesta ligação entre a blindagem e um eléctrodo de terra, podem
ficar integradas em série outras partes de blindagem da mesma ou de outra fase. Com
a ligação à terra indirecta, originam-se pequenas tensões permanentes em alguns pontos
das blindagens ou no terminal.

4
1. PRINCÍPIOS GERAIS DE LIGAÇÃO DE BLINDAGENS

Numa linha de corrente alternada, o conjunto formado pelas blindagens e pelas suas
ligações constitui um circuito secundário fortemente ligado ao circuito primário, formado
pelos condutores principais submetidos a tensão de rede. Por esta razão, podem aparecer
no circuito das blindagens intensidades consideráveis durante o funcionamento normal da
linha. Há que ter em conta as perdas e o aquecimento acrescentado por esta causa e
adoptar, em muitos casos, medidas para os minimizar. Distinguem-se nesta Instrução dois
tipos de esquemas de ligação à terra das blindagens:
• Sistemas de ligação rígida à terra
• Sistemas de ligação especial à terra

Em ambos os sistemas, deverão ser cumpridas as seguintes condições:


• Durante o funcionamento normal, devem-se conduzir à terra as correntes capacitivas,
mantendo as blindagens num potencial próximo do da terra.
• Durante o tempo que durar um curto-circuito, tanto externo à linha como ocorrido nela
mesma ou em algum dos seus elementos, as correntes de falha que possam percorrer
o circuito de blindagens não devem provocar tensões excessivas entre as blindagens
e a terra e entre partes do circuito de blindagens. A rigidez do isolamento entre blindagem
e terra (bainha do cabo) e do isolamento de separação entre partes da blindagem deverá
ser suficiente para resistir a estas tensões.
• Nos pontos em que as sobretensões transitórias de origem atmosférica ou de manobra
possam produzir solicitações dieléctricas inadmissíveis no circuito de blindagens, deverão
existir limitadores de tensão adequadamente dimensionados.

A adopção de medidas para anular ou minimizar nas blindagens as intensidades permanentes


associadas ao funcionamento da linha em condições normais, pode provocar outro tipo
de problemas, principalmente o aparecimento em circuitos de blindagens de tensões
elevadas durante a ocorrência de curtos-circuitos ou sobretensões transitórias na rede.
Nesta Instrução, regulam-se os procedimentos para manter estas sobretensões dentro de
limites aceitáveis.

5
1.1 SISTEMAS DE LIGAÇÃO RÍGIDA À TERRA
Nestes sistemas, as blindagens das três fases ligam-se directamente entre si e à terra para
que, em todos os pontos da linha, as tensões das blindagens entre si e em relação à terra
se mantenham próximas de zero. Não se adopta nenhuma disposição para evitar a circulação
de correntes pelas blindagens em regime permanente. Estas correntes, induzidas pelos
condutores principais, originarão uma produção adicional de calor, com a consequente
diminuição da capacidade de transporte da linha.
As blindagens devem unir-se entre si e à terra nos dois extremos da linha. Se for preciso,
por forma a limitar as tensões de blindagem que poderiam ocorrer em caso de defeito na
própria linha, as blindagens unir-se-ão entre si noutros pontos, que também se podem
ligar à terra(3).

Junções

Figura 1
Esquema de ligação rígida à terra

Regra geral, os cabos unipolares que constituem uma linha trifásica dispõem-se em triângulo
o mais próximos possível, para reduzir as correntes nas blindagens, as quais aumentam
com a separação entre fases.
Nesta disposição, as transposições de fases ao longo da linha só são úteis para reduzir
a sua influência indutiva sobre os cabos adjacentes. Quando a disposição é plana, ou de
alguma maneira assimétrica, a transposição de condutores pode conseguir, além disso,
a igualdade de correntes nas blindagens, e, com isso, o valor mínimo de perdas neste tipo
de ligação. Em nenhum caso a transposição de condutores serve para anular as correntes
nas blindagens.

(3)É prudente ligar as blindagens entre si e à terra cada 2 a 3 km, mas apenas é exigível se as
tensões geradas entre as fases ou entre fase e terra por queda de tensão causada pela circulação
de corrente de defeito superarem a tensão de perfuração da bainha.

6
1.2 SISTEMAS DE LIGAÇÃO ESPECIAL À TERRA
A circulação permanente de corrente pelas blindagens durante o funcionamento normal
da linha conduz a um aumento das perdas e à necessidade de sobredimensionar a secção
dos condutores principais para conseguir uma determinada capacidade de transporte na
linha. Por forma a evitar estes inconvenientes, as blindagens ligam-se à terra seguindo
esquemas que excluam a formação de circuitos fechados entre elas, ou que consigam
anular as forças electromotrizes induzidas nos possíveis circuitos fechados, sem que
deixem de ser satisfeitas as condições de segurança já expostas.

Conseguido este objectivo, aparecem, para além das vantagens procuradas, outras duas:
• Pode incrementar-se a separação entre fases para conseguir uma melhor dissipação do
calor para o meio circundante.
• Ao ser menor a secção necessária do condutor principal, a corrente capacitiva absorvida
pela linha é um pouco menor.

Há de ter em conta certos inconvenientes:


• O sistema de blindagens (cabos e acessórios) deve suportar tensões permanentes (da
ordem de algumas dezenas de volts) e transitórias (da ordem de alguns kilovolts) e por
conseguinte deve estar totalmente isolado da terra, excepto nos pontos de ligação
previstos.
• Em certos casos, deverão ser empregues junções que permitam a descontinuidade
eléctrica nas blindagens.
• Devem instalar-se elementos de limitação das sobretensões transitórias de curta duração
nos pontos de descontinuidade das blindagens e, em certos casos, nos extremos.
• Nos casos de ligação à terra num único ponto, é necessário instalar um condutor de
continuidade de terra.

As perdas nas blindagens não podem eliminar-se completamente anulando a intensidade


total que as percorre. O efeito de proximidade gera correntes parasitas nos caminhos
fechados dentro da massa da blindagem (perdas de Foucault) que também ocasionam
perdas.

7
1.2.1 Sistema de ligação cruzada de blindagens
Este sistema consiste em dividir o comprimento total da linha em troços mediante
descontinuidades nas blindagens, efectuando em cada transição de troço uma ligação
cruzada de blindagens. Os pontos naturais para estabelecer a descontinuidade são as
juntas. O esquema típico é o formado por um ou mais “troços longos”, contendo cada um
deles três “troços menores”.

Troço longo

Troço menor Troço menor Troço menor

Caixas de LTB
e cruzamento
de blindagens

Fig. 2
Sistema de ligação cruzada
(1 troço longo, 3 troços menores)

Desta forma, conseguimos que em cada troço longo a f.e.m. induzida total seja praticamente
nula. Pode conseguir-se uma redução suficiente, embora não seja total, desta f.e.m. com
troços desiguais ou em número não múltiplo de três. As blindagens ligam-se à terra nos
dois extremos da linha e, eventualmente, nos extremos dos troços longos. Se a disposição
dos cabos não for simétrica (disposição plana, por exemplo) e, por esta razão se efectuam
transposições dos mesmos, o cruzamento das ligações das blindagens deve efectuar-se
em sentido contrário ao da transposição, de forma a que as blindagens em série permaneçam
na mesma posição em todo o percurso.

Fig. 3
Cruzamento de blindagens no
caso de transposição dos cabos

8
Para efeitos da ligação das blindagens entre si e à terra, distinguem-se duas variantes:
Ligação cruzada seccionada: As blindagens unem-se entre si e à terra nos extremos do
circuito e nos extremos de todos os troços longos.

Troço longo Troço longo

Caixas de LTB e cruzamento


de blindagens
Fig. 4
Sistema de ligação cruzada seccionada
(2 troços longos, 6 troços menores)
(ligação à terra intermédia)

Ligação cruzada contínua: As blindagens unem-se entre si e à terra apenas nos extremos
do circuito.

troço longo troço longo

Caixas de LTB e cruzamento


de blindagens

Fig. 5
Sistema de ligação cruzada contínua
(2 troços longos, 6 troços menores)

9
1.2.2 Sistema de ponto único de ligação à terra
Em traçados curtos ou que não requeiram mais de um comprimento de cabo, pode ser
pouco económico o sistema de ligação cruzada de blindagens. Nestes casos, recorre-se a
um esquema em que cada blindagem tenha um só ponto de ligação às restantes e à terra.
Normalmente, o ponto em que as blindagens se unem e se ligam à terra é um dos extremos
da linha, mas se as tensões permanentes da blindagem que apareçam nesse caso forem
excessivas, pode deslocar-se o ponto de ligação à terra para um ponto intermédio.
O circuito de blindagens de uma linha pode fraccionar-se em troços isolados entre si com
um ponto único de ligação à terra em cada troço. Tanto no caso anterior como neste último
o sistema recebe o nome de ligação à terra em ponto único.
No sistema de ponto único, cada troço do circuito de blindagens é posto à terra ligando-o
ao condutor de continuidade de terra (descrito em 1.2.3), nos seus extremos ou em pontos
intermédios.
Nas figuras Fig. 6, Fig. 7 e Fig. 8, representamos exemplos típicos de ligações á terra de
ponto único para linhas de um ou dois troços.

Condutor de continuidade de terra


Caixa de
LTB

Fig. 6
Sistema de ponto único
(Ligação à terra num extremo)

Caixa de Condutor de continuidade Caixa de


LTB LTB
de terra

Fig. 7
Sistema de ponto único
(Ligação à terra no ponto intermédio)

10
Condutor de continuidade
Caixa de
LTB de terra

Fig. 8
Sistema de ponto único
(Ligação à terra nos dois extremos com interrupção
de blindagem no ponto intermédio)

1.2.3 Condutor de continuidade de terra


Se não existir uma ligação de baixa impedância entre os eléctrodos de ligação à terra em
ambos os extremos da linha, no caso de circulação pela linha de correntes de curto-circuito
com forte componente homopolar haverá um retorno por terra. Neste caso, podem induzir-
se tensões muito elevadas no circuito das blindagens e nos condutores próximos e paralelos
à linha. A fim de proporcionar um caminho de baixa impedância para a corrente homopolar,
é colocada uma ligação condutora entre os eléctrodos de terra de ambos os extremos da
linha formado por um condutor (ou vários) de secção suficiente para suportar a corrente
de curto-circuito esperada. Este condutor, instalado em localização adjacente à linha,
transpõe-se em pontos intermédios para equilibrar as f.e.m. induzidas e evitar assim a
circulação permanente de corrente durante o funcionamento normal da linha. O condutor
de continuidade de terra deverá estar isolado em todo o seu percurso. A tensão de ensaio
deverá ser 10kV, 50 Hz, durante 1 minuto.

1.2.4 Sobretensões no circuito de blindagens


Nos sistemas de ligação especial, a circulação de correntes de falha externas ou internas
à linha induz tensões de frequência industrial nas blindagens, superiores às de funcionamento
permanente. Estas tensões não devem ultrapassar os valores admissíveis pela bainha
exterior dos cabos e acessórios ou pelos isolamentos de descontinuidade das blindagens
nas junções e terminais. O seu valor depende do comprimento dos troços menores, dos
parâmetros eléctricos e geométricos da linha, da intensidade de curto-circuito e do esquema
do circuito de blindagens. Os cabos e acessórios são projectados para resistir a estas
sobretensões.
Os fenómenos transitórios rápidos de origem atmosférica ou de manobra originam
sobretensões de frente abrupta que se propagam pelo circuito das blindagens e podem
alcançar valores muito elevados nos pontos de interrupção das blindagens e nos terminais.
Para limitar estas sobretensões, é necessário instalar dispositivos limitadores de tensão
em determinados pontos, tal como se detalha no ponto 1.2.5. Estes limitadores não devem,
em nenhum caso, iniciar a condução com a tensão de frequência industrial, ocasionada
pelas correntes de falta, que possa apresentar-se nos seus bornes.

11
1.2.5 Limitadores de tensão de blindagem (LTB)
Os dispositivos limitadores indicados no ponto anterior, também denominados
descarregadores de sobretensão, são elementos condutores de óxido de zinco fortemente
não lineares. Apresentam uma resistência muito elevada às tensões reduzidas que aparecem
em condições de funcionamento normal, pelo que não modificam o esquema do circuito
de blindagens. Conduzem muito mal as tensões de frequência industrial originadas durante
falhas na rede, sem ter qualquer efeito limitador sobre as ditas tensões. Por outro lado,
conduzem muito bem no caso das perturbações breves de origem atmosférica ou de
manobra que originariam tensões muito elevadas nos extremos e nos pontos de
descontinuidade, limitando estas tensões a valores admissíveis. Esta condução é
acompanhada por produção de calor no descarregador, para a qual este tem uma capacidade
reduzida de armazenamento. Por esta razão, apenas são adequados para limitar sobretensões
de uma ordem de duração inferior a 1 ms, podendo ficar destruídos se uma tensão de
frequência industrial, ainda que de curta duração, chegar a ultrapassar o seu limiar de
condução franca.

Há que limitar as tensões que aparecem entre as blindagens e a terra, que submetem a
bainha isolante do cabo e os isoladores de suporte dos terminais a um esforço dieléctrico.
Há que limitar ainda as tensões que se apresentam entre os dois extremos da blindagem
que coincidem na mesma junção com descontinuidade de blindagem, as quais devem ser
suportadas por uma espessura muito reduzida de material isolante no interior da junção.

1.3 Ligações de blindagens


Para permitir verificações periódicas de isolamento e continuidade do circuito das blindagens,
as ligações entre elas, à terra e aos LTB, efectuam-se com recurso a elementos amovíveis(4).
A ligação dos LTB deverá também ser amovível.

Estas ligações e os LTB deverão ser colocados fora do alcance das pessoas não autorizadas
em caixas adequadas, com interposição de barreiras físicas, ou junto à base de terminais
de exterior se não forem acessíveis a partir do chão.

(4)As ligações amovíveis estão ligadas por lâminas e parafusos e podem ser facilmente retiradas
e recolocadas, sem submeter os elementos do circuito a esforços ou dobragens.

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2. CONDIÇÕES E ENSAIOS DOS CIRCUITOS DE LIGAÇÃO À TERRA

2.1 CONDIÇÕES GERAIS


Todas as ligações directas entre blindagens e entre estas e a terra devem realizar-se através
de elementos amovíveis. As ligações entre blindagens e entre estas e a terra realizadas
através de LTB devem ser passíveis de serem desligadas. Durante o funcionamento da
linha, estes elementos deverão ser considerados como elementos com tensão, devendo
ser estabelecidas e observadas as mesmas precauções que regulam o acesso e
manuseamento das outras partes da instalação que também estão em tensão.

2.2 PONTOS DE LIGAÇÃO À TERRA DAS BLINDAGENS


A ligação directa das blindagens à terra deverá ser efectuada tendo em conta as seguintes
recomendações:
• Nos casos em que devam ligar-se à terra as blindagens em algum dos extremos da
linha, a ligação deverá ser efectuada ao eléctrodo geral de terra da subestação e no
mesmo ponto onde estiver ligado o condutor de continuidade de terra (se este existir).
• Nos casos em que se liguem à terra as blindagens em pontos intermédios da linha,
ligar-se-ão também ao condutor de continuidade, se este existir.
• Se não existir condutor de continuidade, e se no local houver um sistema de terra
destinado a outros usos, para efectuar a ligação das blindagens a este sistema em
pontos intermédios da linha será necessário justificar que pode admitir os impulsos
de intensidade que serão originados em caso de descarga atmosférica ou de manobra,
as intensidades de frequência industrial que apareceriam em caso de curto-circuito
na linha ou fora dela e as correntes permanentes de frequência industrial que podem
apresentar-se por assimetrias da linha ou outras causas, salvaguardando sempre a
segurança das pessoas e dos equipamentos.

2.3 PONTOS DE LIGAÇÃO À TERRA DOS LTB


Nas situações em que os dispositivos de LTB estejam ligados em estrela, o centro desta
poderá ser ligado à terra por um dos seguintes métodos:
• Nos casos em que devam ligar-se os LTB em algum dos extremos da linha, a ligação
será efectuada ao eléctrodo geral de terra da subestação e no mesmo ponto onde
esteja ligado o condutor de continuidade de terra (se existir).
• Ao condutor de continuidade (se existir).
• Se não existir condutor de continuidade, nem houver uma rede de terra adequada,
poderá efectuar-se a ligação a um eléctrodo formado por quatro varetas de comprimento
não inferior a 1,2 m, ligadas em paralelo e situadas nas quatro esquinas do espaço
onde estejam alojados os LTB, sempre que este eléctrodo seja electricamente
independente de qualquer outro sistema local de terra da instalação.

13
• Se não existir condutor de continuidade e nessa localização existir um sistema local
de terra destinado a outros usos, para efectuar a ligação a este sistema será necessário
verificar que pode admitir os impulsos de intensidade que se originariam em caso de
descarga atmosférica ou de manobra e as intensidades de frequência industrial que
apareceriam em caso de actuação de um dos LTB, preservando a segurança das
pessoas e equipamentos.
• Se não se verificar nenhuma das possibilidades indicadas nos pressupostos anteriores,
o centro da estrela dos LTB não se ligará à terra. Nestes casos, é preferível a ligação
dos LTB em triângulo.

14
3. ESQUEMAS NORMALIZADOS DE LIGAÇÃO DE BLINDAGENS

3.1. SISTEMA DE LIGAÇÃO RÍGIDA À TERRA


Neste sistema, as blindagens estão directamente unidas entre si e à terra em ambos os
extremos e, eventualmente, em algum ponto intermédio, sem que exista interrupção alguma
na sua continuidade. Na Fig. 1 ilustra-se o caso geral, em que os pontos de junção estão
ligados directamente à terra.

Junções

Fig. 1
Sistema de ligação rígida à terra

3.2. SISTEMAS DE LIGAÇÃO CRUZADA DE BLINDAGENS


Nas figuras seguintes mostra-se o esquema a empregar no caso de troço longo único
(Fig. 2) e no caso de dois troços longos (Fig. 5). Neste sistema, apenas são necessários
dispositivos limitadores de sobretensão nos pontos intermédios de descontinuidade das
blindagens.

Troço longo
Troço menor Troço menor Troço menor

Caixas de LTB
e cruzamento
de blindagens

Fig. 2
Sistema de ligação cruzada
(1 troço longo, 3 troços menores)

15
Troço longo troço longo

Caixas de LTB e cruzamento


de blindagens

Fig. 5
Sistema de ligação cruzada contínua
(2 troços longos, 6 troços menores)

Os LTB podem-se ligar das seguintes formas (ver Fig. 9):

• Em triângulo, ficando cada um deles em paralelo com o espaço de interrupção de


continuidade de cada blindagem.
• Em estrela, com o centro ligado a uma tomada de terra local ou ao condutor (ou a um
dos condutores) de continuidade, se este existir (ver ponto 2.3).
• Em estrela, com o centro isolado.

Caixa de LTB
e cruzamento
de blindagens

LTB em LTB em
estrela triângulo

Fig. 9
Pormenor da caixa de LTB e cruzamento de blindagens

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3.3. SISTEMAS DE LIGAÇÃO À TERRA EM PONTO ÚNICO
Estes sistemas, que podem ser constituídos por um ou vários troços, caracterizam-se pela
descontinuidade das blindagens em algumas (ou em todas) as ligações entre troços e pela
união das blindagens entre si e a terra num único ponto dentro de cada troço. Em cada extremo
de troço que não coincida com o ponto da ligação à terra, deverão ser instalados dispositivos
limitadores de sobretensões montados em estrela com o centro ligado à terra. Deve existir um
condutor de continuidade e as ligações à terra, tanto das blindagens como dos dispositivos
limitadores de sobretensões, devem realizar-se directamente a este condutor (Fig. 6, 7 e 8).

Condutor de continuidade de terra Caixa de


LTB

Fig. 6.
Sistema de ponto único
(Ligação à terra num extremo)

Caixa de Caixa
Caja dede
Condutor de continuidade
LTB LTB
LTP
de terra

Fig. 7.
Sistema de ponto único
(Ligação à terra no ponto intermédio)

Condutor de continuidade
Caixa de
de terra
LTB

Fig. 8.
Sistema de ponto único
(Ligação à terra nos dois extremos com
interrupção da blindagem no ponto intermédio)

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4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CIRCUITO DE BLINDAGENS

Descrevem-se em seguida os elementos necessários para estabelecer as ligações entre


os elementos do circuito de blindagens que cada sistema requer, assim como para efectuar
a verificação posterior das blindagens.

4.1 CAIXAS OU ARMÁRIOS DE LIGAÇÃO(5)


Os extremos dos cabos de ligação e dos LTB (exceptuando os LTB ligados directamente
entre isolamentos de seccionamento em terminais de equipamentos com revestimento
metálico ou em terminais exteriores – ver ponto 4.5.1) deverão estar encerrados em caixas
de ligação capazes de conter os efeitos das falhas térmicas ou eléctricas de algum dos
elementos alojados sem que produzam danos a elementos externos nas proximidades.
Nos casos das caixas instaladas em caixas ou recintos de volume reduzido, recomendamos
que sejam capazes de conter os efeitos de um possível curto-circuito interno.(6)

No caso de tensões de 245 Kv e superiores, com os correspondentes níveis de defeito


elevados, aceita-se que, em determinadas situações, os isolamentos dos LTB e das ligações
possam não ser capazes de suportar as condições a que são submetidos em caso de
defeito interno da própria linha. Quando se possa prever esta situação, deverão adoptar-
se medidas adicionais para confinar as consequências de tal tipo de defeito.

As caixas de ligações metálicas deverão estar sempre ligadas à terra por uma ligação
independente da tomada de terra dos elementos contidos no seu interior (ligações das
blindagens ou dos LTB) com um nível de isolamento suficiente. O isolamento interno das
caixas de ligação deverá cumprir as condições do ponto 6.3.

As caixas ou armários deverão estar munidos de algum meio para evitar posições de
ligação incorrectas, bem como ter uma etiqueta que mostre a posição de ligação normal.

As ligações dos terminais, cabos de ligação e LTB deverão estar projectados para que
possam alcançar e manter facilmente as resistências de contacto do ponto 6.6 (d). Os
terminais e cabos de ligação deverão cumprir também as condições de resistência a
curtos-circuitos dadas na Tabela do ponto 4.2

(5) As caixas de ligação são do tipo horizontal e estanques, e são colocadas em caixas ou galerias.
Os armários são de tipo vertical protegidos da intempérie e são colocados presos em paredes de
S.E. ou estruturas metálicas (torres ou postes).
(6)Um curto-circuito interno gera uma sobrepressão muito importante. Se a caixa de ligação não
resistir, esta pressão é transmitida à caixa envolvente (de pequeno volume) e pode ser suficiente
para arrancar a tampa e provocar um acidente.

18
4.1.1 Caixas de ligação estanques
Deverão satisfazer o grau de protecção IP68. As que contenham LTB e que se montem ao
nível do chão deverão ser de tipo horizontal, com tampas munidas de cavilhas adequadas
para a instalação em caixas pouco profundas debaixo da superfície do terreno. O ponto
mais alto da caixa de ligação montada no subsolo (sem considerar as argolas de elevação)
não deverá estar a mais de 1 m abaixo do nível do terreno, para facilitar a manipulação.

As caixas previstas para a instalação exterior devem ser resistentes à intempérie e adequadas
à montagem sobre estruturas de suporte de terminais estanques.
As caixas metálicas deverão estar ligadas à terra por conexão a eléctrodos principais de
terra adjacentes ou ao condutor de continuidade de terra. Também poderão estar ligadas
apenas a um sistema local de terra, independente do sistema principal, se o isolamento
interno da caixa garantir o nível de segurança adequado. Cada caixa deverá conter os
elementos de um só circuito.

4.1.2 Armários ou caixas de ligação protegidas


Todas as caixas deverão satisfazer o grau de protecção IP54. Quando estiverem em posição
vertical, são denominadas armários. Os armários deverão cumprir as seguintes condições:
(1) A parte posterior do armário deverá ser um painel fixo.
(2) A(s) portas(s) deverá(ão) estar fechada(s) com um cadeado de segurança ou um método
alternativo. Quando o armário tiver duas portas, uma delas deverá ser bloqueável; a
outra porta poderá estar segura por fechos internos na parte superior e inferior.
(3) Cada circuito deverá ter os seus cabos de ligação a blindagens e à terra, LTB e cabos de
ligação à terra próprios. Não se podem compartilhar estes elementos entre dois circuitos.

Quando o armário estiver situado dentro da área de uma malha de terra importante (por
exemplo, de uma subestação), deverá ligar-se a esta malha a barra de terra interna. Se o
armário for metálico, deverá ligar-se também a esta malha de terra, podendo efectuar-se
esta ligação à barra de terra no seu interior.

Quando a caixa não estiver assim situada (por exemplo, em junções ao longo do percurso
do cabo), a barra de terra à qual estão unidos os cabos de ligação (via LTB, nos casos
apropriados) em operação normal deverá estar ligada ao sistema de ligação à terra do
local da junção. Se for metálica, a caixa deverá estar ligada à sua própria terra (local). O
isolamento entre a barra de terra interna e a caixa deverá ser adequado para resistir ao
nível de ensaio entre o cabo de junção e a terra especificado no ponto 6.3. O isolamento
entre o revestimento dos LTB e a caixa também deverá cumprir esta condição.
Quando a caixa for metálica, o seu borne de ligação à terra será independente dos elementos
nela alojados. O conjunto dos dispositivos de ligação poderá estar coberto por um isolante
transparente de metil-metacrilato, ou de outro material adequado.

19
4.2 CABOS DE LIGAÇÃO ENTRE BLINDAGENS E CAIXAS DE LIGAÇÃO E/OU
ALOJAMENTO DE LTB
Estes cabos devem ser constituídos por condutores de Cobre isolados com PEX, e deverão
ser de um dos seguintes tipos:

(i) Construção monopolar, de acordo com a Tabela 1A


(ii) Construção concêntrica de acordo com a Tabela 1B
As tabelas 1A e 1B indicam a secção mínima do condutor de ligação para as tensões
nominais e os níveis de corrente de curto-circuito do sistema. Os cabos de ligação deverão
cumprir os requisitos do HD-603 em tudo o aplicável, excepto no que se refere às tensões
de ençais, que serão as indicadas no Ponto 6.4 desta Instrução.

A secção dos cabos de ligação, tanto para os condutores interior e exterior dos cabos
concêntricos como para os cabos monopolares em qualquer tipo de ligação, será determinada
pelo valor máximo da corrente de curto-circuito previsto para a instalação. Em função da
tensão mais elevada para o material, estabelecem-se os níveis mínimos desta corrente a
ter em conta no projecto dos condutores de ligação nas tabelas 1A e 1B, e que são os
seguintes:

U ) 72,5 kV 16 kA durante 1 segundo

72,5 kV < U ) 145 kV 25 kA durante 1 segundo

145 kV < U ) 245 kV 40 kA durante 1 segundo

245 kV < U 63 kA durante 1 segundo

Se numa instalação concreta se prevêem valores mais elevados, deverão ser adoptadas
secções superiores adequadas.

Os cabos de ligação a empregar deverão ser:


• Em sistemas de cabos com ligação rígida: Todos os cabos de ligação serão monopolares
• Em sistemas de cabos com ligação especial: Excepto nos casos indicados mais adiante,
todos os cabos de ligação serão concêntricos. Numa junção com separação de blindagem,
os condutores dos dois lados do seccionamento serão o interior e o exterior do cabo de
ligação.

Nos terminais, os cabos de ligação das blindagens dos cabos deverão ser os condutores
interiores dos cabos concêntricos; os condutores exteriores dos citados cabos deverão,
em qualquer situação, ser ligados às partes metálicas das estruturas de suporte

20
do terminal. Pelo facto de se utilizarem caixas de ligação metálicas, os condutores exteriores
dos cabos concêntricos dos terminais deverão estar ligados à caixa metálica em qualquer
situação.

Os LTB e as suas ligações amovíveis poderão situar-se directamente sobre a torre ou a


estrutura metálica de suporte.

As ligações deverão ser projectadas para minimizar o comprimento dos cabos. Sempre
que possível nenhum cabo de ligação de tipo concêntrico deverá ter mais de 10 m de
comprimento.

Em instalações novas, não se admitirão junções nos condutores de ligação, mas poderão
admitir-se em intervenções posteriores, como, por exemplo, em trabalhos de manutenção
ou reparação.

Os casos excepcionais em que se podam utilizar cabos de ligação monopolares em


sistemas de ligação especial de blindagens são:

• Cabos de ligação usados para a ligação á terra das blindagens dos cabos no ponto comum
de ligação à terra de dois troços com ligação de ponto único, como mostra a Fig. 7.

Caixa de Caixa de
LTP LTP
Condutor de continuidade
de terra
Fig. 7
Sistema de ponto único
(Ligação à terra no ponto intermédio)

• Cabos de ligação usados em terminais normalmente ligados à terra.

• Cabos de ligação usados para a ligação à terra ou outras ligações nos terminais
em equipamentos com invólucros metálicos, como nas Figs. 10, 11 e 12.

21
Ligações de invólucros metálicos

Caixa de ligação
bloqueável montada
sobre pórtico

Ligação à terra principal do sistema ou


condutor de continuidade de terra

NOTA: As pontes de conexão devem estar ligadas directamente a ambos os


lados do isolamento de separação e os invólucros metálicos devem
estar conectados à ligação à terra principal do sistema.

Função da ligação: Ligação directa à terra


Elemento: Terminal do cabo
Aplicável a: Para ligação directa à terra em sistemas com
blindagem isolada de classe SF61.

Fig. 10
Esquema de ligações de blindagens em terminais com invólucro metálico
(Ligação directa à terra)

22
Ligações remotas de invólucros metálicos

Cabo de ligação
a passar através do
TI (se aplicável)
Caixa de ligação
bloqueável
sobre pórtico

Ligação à terra principal do sistema


ou condutor de continuidade

NOTA: Os LTB devem estar ligados directamente a ambos os lados do


isolamento de separação e os invólucros metálicos devem estar ligados
à ligação à terra principal do sistema.

Função da ligação: Ligação directa à terra


Elemento: Terminal do cabo
Aplicável a: Para ligação directa à terra em sistemas com
blindagem isolada de classe SF62.

Fig. 11
Esquema de ligações de blindagens em terminais com invólucro metálico
(Ligação directa à terra)

23
Ligações de invólucros metálicos

Cabo de ligação
(pode passar fora do
TI se for vantajoso)

Caixa de ligação
bloqueável sem
ponte ligada
em serviço normal

Pode-se substituir
o cabo e a caixa de
ligação à terra por
uma ligação à terra
portátil quando se
actuar sobre os
LTB. Ligação à terra principal do sistema
ou condutor de continuidade de terra

NOTA: Os LTB devem estar ligados directamente a ambos os lados do


isolamento de separação e as caixas envolventes devem estar
ligadas à ligação à terra principal do sistema.

Função da ligação: Ligação de LTB


Elemento: Terminal do cabo sem ligação à terra
Aplicável a: Ligações em sistemas com blindagem isolada
de tipo SF63.

Fig. 12
Esquema de ligação de blindagem em terminais com invólucro metálico
(Não ligadas à terra)

24
4.3 TERMINAIS DE FIM DE LINHA

4.3.1. Terminais para instalação ao ar


Todos os cabos de ligação entre blindagens ou partes metálicas da base do terminal,
as caixas de ligação e os pontos de ligação à terra deverão ser de um dos tipos isolados
normalizados.

O nível de isolamento entre blindagens (ou partes metálicas a elas ligadas) e a terra
deverá ser tal que permita a aplicação dos ensaios de rigidez em alta tensão contínua
especificados para a bainha do cabo. Deverão suportar também as sobretensões indicadas
na coluna 3 da Tabela 2A.

O isolamento em relação à terra das bases metálicas dos terminais de exterior será feito
com a utilização dos isoladores de pedestal.

4.3.2 Terminais para ligação directa a equipamentos com invólucro metálico


Os terminais para instalações blindadas (GIS ou transformadores) devem incorporar
isolamento de separação de blindagem.

Quando os cabos terminarem num equipamento com invólucro metálico (com isolamento
a gás SF6 ou isolamento a óleo), poderão ser necessárias disposições especiais para a
ligação, a ligação à terra e a utilização do LTB. Os circuitos principais podem dividir-se
em dois tipos, “ÓLEO” e “SF6”.

4.3.2.1 Circuitos ÓLEO


Este tipo inclui os terminais com blindagem metálica num transformador
(geralmente imersos em óleo). A ligação ao enrolamento do transformador faz-
se directamente ou através de um seccionador (não manobrável em serviço).
Para esta aplicação poderão ser usados os mesmos esquemas de ligação e de
ligação à terra dos terminais ao ar, ou seja, as das Fig. 13 a 15 inclusive. Também
poderão ser usados os esquemas de ligação e de ligação à terra para circuitos
de tipo SF6 se se tornarem mais económicas ou mais adequadas às condições
locais.

25
Cabo de ligação a passar
através de um TI
(se aplicável)

N OTA :
(a) Nas blindagens dos cabos haverá correntes
Caixa de ligação
circulantes ou capacitivas.
bloqueável
(b) Este esquema utiliza-se preferencialmente em
terminais montados em apoios de passagem
aéreo-subterrâneo.

Ligação à terra principal


do sistema

Função da ligação: Ligação directa à terra


Elemento: Terminal
Aplicável a: Excepto para terminações de tipo GIS em equipamentos
com blindagem metálica (ver Figs. 10 e 11).

Fig. 13
Esquema de ligação de blindagem em terminais em ligação rígida
(Ligações directas à terra)

26
Caixa de ligação Cabo de ligação
bloqueável a passar através de
montada um TI (se aplicável)
sobre pórtico

Ligação à terra
principal
do sistema

NOTA: (a) Nas blindagens haverá correntes circulantes ou


capacitivas.
(b) Este esquema utiliza-se preferencialmente em terminais
montados em pórticos individuais.

Função da ligação: Ligação directa à terra


Elemento: Terminal
Aplicável a: Sistemas de todos os tipos com ligações dos extremos
a terminais de tipo intempérie e a terminais de
equipamentos com invólucro metálico de tipo ÓLEO

Fig. 14
Esquema de ligação de blindagem em terminais
(Ligações directas à terra)

27
Apenas o cabo
de ligação interior
deverá passar
através do TI
(se aplicável)

Cabos
concêntricos

NOTA:
Este esquema dará lugar a correntes
Caixa de ligação c i r c u l a n t e s o u c a p a c i t iva s n a s
bloqueável blindagens dos cabos.

Ligação à terra principal do sistema.

Função da ligação: Ligação directa à terra


Elemento: Terminal
Aplicável a: Sistemas de todos os tipos cujos extremos tenham
terminais de tipo intempérie ou terminais em
equipamentos com invólucro metálico de tipo ÓLEO

Fig. 15
Esquema de ligação de blindagem em terminais
(Ligação directa à terra)

28
4.3.2.2 Circuitos SF6
Este tipo inclui terminais com blindagem metálica quando não existir nenhum
transformador entre eles e um interruptor automático ou seccionador manobrável.
Em geral, estes terminais estão submersos em gás SF6.

Para este tipo de terminal é essencial que o isolamento do seccionamento de


blindagem esteja protegido das sobretensões transitórias durante as operações
de manobra, através de barras de curto-circuito ou LTB, conforme for melhor,
ligados directamente entre ambos os lados deste isolamento.

Normalmente, para obter uma supressão efectiva das sobretensões de impulso,


devem montar-se (sempre que possível) duas ligações deste tipo separadas cerca
de 180º à volta da circunferência do terminal(7). Cada ligação, incluindo as dos LTB
se os houver, deverá ser o mais curta possível e em nenhum caso deverá exceder
os 0,5 m. Deverão estar fixadas por parafusos às partes metálicas adjacentes para
poderem ser retirados para os ensaios de isolamento da blindagem (ver 6.6).

(a) O tipo SF6 1 refere-se a terminais ligados à terra em que a ligação à terra da
blindagem esteja próxima dos terminais dos cabos. Neste caso, o isolamento
do seccionamento deverá estar em curto-circuito com pontes ligadas
directamente a ambos os lados do isolamento, como mostra a Fig. 10. Se os
transformadores de corrente não estiverem alojados dentro do conjunto com
blindagem metálica da subestação, deverá ser empregue o tipo SF6 2 .
(b) O tipo SF6 2 refere-se a terminais ligados à terra em que a ligação à terra da
blindagem esteja afastada dos terminais dos cabos. Neste caso, o isolamento
do seccionamento deverá ser protegido com um LTB, como mostra a Fig. 11.
(c) O tipo SF6 3 refere-se a terminais não ligados à terra. O isolamento do
seccionamento dos terminais deverá ser protegido com um LTB, como mostra
a Fig. 12.

(7)Nestas condições não há impedância entre o interruptor e o cabo e poderão apresentar-se


descargas com frentes de onda muito extremas. A frequência do impulso é muito alta e o
comprimento de onda é curto. Para manter o nível de protecção do cabo é necessário reduzir ao
mínimo a distância entre o LTB e a blindagem e dividir o comprimento do isolamento de seccionamento
de blindagem colocando dois LTB ou barras de união em paralelo.

29
Ligações de invólucros metálicos

Caixa de ligação
bloqueável montada
sobre pórtico

Ligação à terra principal do sistema


ou condutor de continuidade de terra.

NOTA: As pontes de conexão deverão estar ligadas directamente a ambos


os lados do isolamento de separação e os invólucros metálicos
deverão estar conectados à ligação à terra principal do sistema.

Função da ligação: Ligação directa à terra


Elemento: Terminal do cabo
Aplicável a: Para a ligação directa à terra em sistemas com
blindagem isolada de tipo SF61.

Fig. 10
Esquema de ligação de blindagem em terminais
(Ligação directa à terra)

30
Ligações de invólucros metálicos

Cabo de ligação
a passar através
do TI (se aplicável)
Caixa de ligação
bloqueável
sobre pórtico

Ligação à terra principal do sistema


ou condutor de continuidade

NOTA: Os LTB devem estar ligados directamente a ambos os lados do


isolamento de separação e os invólucros metálicos devem estar
ligados à ligação à terra principal do sistema.

Função da ligação: Ligação directa à terra


Elemento: Terminal do cabo
Aplicável a: Ligação directa à terra em sistemas com
blindagem isolada de tipo SF62.

Fig. 11
Esquema de ligação de blindagens em terminais
(Ligação directa à terra)

31
Ligações de invólucros metálicos

Cabo de ligação
a passar através
do TC (se aplicável)

Caixa de ligação
bloqueável
sobre pórtico sem
ponte ligada em
serviço normal

Pode-se substituir o
cabo e a caixa de
ligação à terra, por
uma ligação à terra
portátil quando se
actuar sobre os LTB.
Ligação principal do sistema
ou condutor de continuidade

NOTA: Os LTB ligam-se directamente a ambos os lados do isolamento


de separação e as caixas envolventes ligam-se à ligação à terra
principal do sistema.

Função da ligação: Ligação de LTB


Elemento: Terminais dos cabos sem ligação à terra
Aplicável a: Ligações em sistemas com blindagem isolada
do tipo SF6 3.

Fig. 12
Esquema de ligação de blindagens em terminais

32
4.3.3 Esquemas de ligação com transformadores de intensidade
Quando se instalam transformadores de intensidade adjacentes aos terminais, os esquemas
de ligação serão normalmente os descritos na figura correspondente. Quando o cabo
de ligação é concêntrico, como na Fig. 15, isto obriga a separar os dois condutores numa
parte do cabo e o esquema de ligação experimenta uma redução de eficácia na limitação
da tensão transitória.(8)

Apenas o cabo de
ligação interior
deve passar
através do TI
(se aplicável)

Cabos
concêntricos

NOTA:
Este esquema dará lugar a correntes
Caixa de ligação c i r c u l a n t e s o u c a p a c i t iva s n a s
blindagens dos cabos.
bloqueável

Ligação à terra principal do sistema.

Função da ligação: Ligação directa à terra


Elemento: Terminal
Aplicável a: Sistemas de todos os tipos cujos extremos tenham
terminais de tipo intempérie ou terminais em
equipamentos com invólucro metálico de tipo ÓLEO.

Fig. 15
Esquema de ligação de blindagem em terminais
(Ligação directa à terra)

(8) Ao separar os condutores aumenta a indutância do circuito e a queda de tensão neste ponto.

33
4.3.4. Isolamento da blindagem metálica dos terminais
Qualquer tubagem de óleo ou de gás que penetre no terminal deverá ligar-se através de
mangas ou cordões isolantes, de tal forma que possa estar ligada permanentemente à
terra enquanto se deixam as blindagens dos cabos isoladas da terra.

Quando a tensão permanente da blindagem num terminal ultrapasse os 10V, as partes


metálicas da base do terminal blindado deverão estar blindadas contra contactos
acidentais mediante uma protecção isolante adequada.

4.4. JUNÇÕES
Devem respeitar-se as seguintes condições:

4.4.1 Isolamento externo


As caixas de junção e os cabos de ligação deverão estar isolados externamente de tal forma
que permitam a realização no terreno dos ensaios de tensão do revestimento do cabo.

4.4.2 Junções sem seccionamento de blindagem


Qualquer junção instalada onde não for preciso o seccionamento da blindagem terá
continuidade metálica directa entre as blindagens dos cabos adjacentes.

As junções com seccionamento de blindagem (ver 4.4.3) podem ser adaptadas a junções
sem seccionamento se lhes forem acrescentados conectores curtos formem uma ponte
directa e permanentemente sobre o isolamento do seccionamento. Tais conectores
estarão integrados dentro do isolamento externo geral da caixa da junção.

4.4.3 Junções com seccionamento da blindagem


Qualquer junção instalada onde for necessário o seccionamento da blindagem, deverá
incorporar uma parte isolante e estar disposto de forma que proporcione os níveis de
isolamento necessários, tanto à terra como entre blindagens, dos cabos adjacentes.

Todas as junções com seccionamento de blindagem deverão estar dispostas de forma


a que acomodem os cabos de ligação concêntricos (ver 4.2). Os elementos de ligação
estarão situados o mais próximo possível do isolamento do seccionamento das blindagens.

Quando um sistema de cabos com blindagem isolada tiver de ser ligado a um sistema
de cabos de blindagem não isolada, a junção deverá ser do tipo com seccionamento de
blindagem (ver Fig. 16).

34
Junções com
descontinuidade de blindagem

Cabos
concêntricos

Caixa de ligação bloqueável


com limitadores
de tensão de blindagem

Ligação à terra da subestação ou


condutor de continuidade de terra

Função da ligação: Ligação rígida e ligação de LTB


Elemento: Junção entre troços distintos, um dos quais
não está ligado à terra
Aplicável a: Sistemas que incluem troços com ligação
cruzada e troços com ligação de ponto único.

Fig. 16
Junção entre um sistema com ligação à terra
e um sistema com blindagem isolada neste ponto

Quando o comprimento total de um sistema de cabos com ligação rígida de blindagem


isolada for grande, pode ser conveniente, para facilitar a localização e reparação de
possíveis defeitos na bainha dos cabos, subdividir o sistema em dos ou mais troços. Tal
subdivisão poderá conseguir-se com a inclusão de um ou mais grupos de junções com
seccionamento de blindagem.

35
4.4.4 Junções ao ar
O isolamento exterior de qualquer junção que venha a ser instalada ao ar deverá ser
idêntico ao da junção enterrada. O isolamento não se pode conseguir com base nas
distâncias através do ar.

4.5 DISPOSITIVOS LIMITADORES DE SOBRETENSÃO

4.5.1 Aplicação
Para minimizar as sobretensões transitórias nas blindagens dos cabos, deverão ser
instalados limitadores de tensão de blindagem (LTB) nos seguintes casos:

• Nas junções de cruzamento de blindagem e nos terminais não ligados à terra de troços
com ligação de ponto único.
• Em terminais não ligados à terra, ligados directamente a um equipamento com blindagem
metálica do tipo definido em 4.3.2.2 Deverá ser evitado tanto quanto possível o uso
de LTB nestes pontos, mediante a adopção de uma disposição alternativa de ligações
e de terras.
• Nos terminais não ligados à terra de todos os restantes tipos.
• Em certas circunstâncias, poderá ser necessário instalar LTB em terminais ligados à
terra quando estão instalados em equipamentos com blindagem metálica (ver 4.3.2.2).

As Figs. 12, 16, 17, 18 e 19 mostram estas aplicações.

36
O cabo de ligação
exterior não deve passar
através do TI
(se aplicável)

Cabos
concêntricos

Caixa de ligação bloqueável com


limitadores de tensão de blindagem

Ligação à terra da subestação ou


condutor de continuidade de terra

Função da ligação: Ligação de LTB


Elemento: Terminais não ligados à terra
Aplicável a: Sistemas de todos os tipos cujos extremos tenham
terminais de tipo intempérie ou terminais em
equipamentos com invólucro metálico de tipo ÓLEO.

Fig. 17
Esquema de ligação de blindagens em terminações
(Sem ligação à terra)

37
Junções com descontinuidade
de blindagem

Cabos
concêntricos

Caixa de ligação bloqueável com


limitadores de tensão de blindagem

Sistema de terra
da localização da junção

Função da ligação: Ligação cruzada protegida com LTB


Elemento: Junções em pontos de seccionamento de
Aplicável a: troços.
Sistemas de ligação cruzada.

Fig. 18
Esquema de ligação de blindagens em junções de cruzamento
(sistemas com ligação cruzada)

38
Junções com descontinuidade
de blindagem

Cabos
concêntricos

Caixa dupla de ligação com


LTB. Pode ser substituída por
duas caixas simples.

Terra principal Terra principal


do sistema do sistema

Função da ligação: Ligação de LTB


Elemento: Blindagem não ligada à terra
Aplicável a: Sistemas de ligação em ponto único.

Fig. 19
Esquema de ligação de blindagens em junções com interrupção
de blindagem sem ligação à terra entre troços
com ligação de ponto único

39
Ligações de invólucros metálicos

Cabo de ligação
(pode passar fora
do TI se
for recomendável)
Caixa de ligação
bloqueável
sobre pórtico
sem ponte ligada
em serviço normal

Ligação à terra principal do sistema ou


condutor de continuidade de terra

NOTA: Os LTB ligam-se directamente a ambos os lados do isolamento


de separação e as caixas envolventes ligam-se à ligação principal
à terra do sistema.

Função da ligação: Ligação de LTB


Elemento: Terminais dos cabos não ligados à terra
Aplicável a: Ligações em sistemas com blindagem isolada
de tipo SF63.

Fig. 12
Esquemas de ligação de blindagens em terminais com invólucro metálico
(não ligados à terra)

40
Junções com descontinuidade
de blindagem

Cabos
Concêntricos

Caixa de ligação bloqueável


com limitadores
de tensão de blindagem

Ligação à terra da subestação ou


condutor de continuidade de terra

Função da ligação: Ligação rígida e ligação de LTB


Elemento: Junção entre troços distintos, um dos quais
não está ligado à terra
Aplicável a: Sistemas que incorporam troços com ligação
cruzada e troços com ligação de ponto único.

Fig. 16
Junção entre um sistema com ligação à terra
e um sistema com blindagem isolada neste ponto

41
4.5.2 Condições de funcionamento
As unidades devem ser capazes de suportar as situações descritas em seguida, já
mencionadas no ponto 1.2.5 da presente Instrução:

(1) As unidades deverão ser capazes de suportar continuamente a tensão permanente


na blindagem induzida pela corrente de carga nominal.
(2) As unidades deverão ser capazes de suportar durante um período de 1 segundo de
cada vez, duas aplicações em sucessão rápida da sua tensão nominal (à frequência
industrial), a qual não deve ser inferior à tensão induzida na blindagem em condições
de c.c. externo à linha.
(3) As unidades deverão ser capazes de suportar as tensões transitórias e as
correspondentes correntes a que se vêem submetidas em condições anormais do
sistema: em manobras de rotina, em descargas atmosféricas nominais, em
sobretensões de manobra nominais, ou durante uma corrente de curto-circuito de
valor nominal. Não obstante, será aceitável que ocasionalmente as unidades não
sejam capazes de suportar as condições a que são submetidas em caso de defeito
interno no sistema de cabos (ver 4.1).
(4) As unidades deverão ser capazes de limitar as tensões transitórias a que são
submetidas (tensão de pico residual), até à tensão de impulso admissível no local
de conexão entre as ligações e a terra (ver 6.3). Se a tensão de pico residual exceder
o valor de 20 kV, poderá ser necessário rever os níveis de isolamento da bainha do
cabo e da protecção da caixa de junção.

As unidades usadas para proteger o isolamento de seccionamento dos terminais ligados


à terra em equipamentos com blindagem metálica deverão cumprir apenas as condições
(3) e (4).

4.5.3 Ligação à terra


A ligação à terra dos dispositivos LTB será feita tendo em conta as indicações do ponto
2.3 desta Instrução.

4.5.4 Instalação de LTB


Quando forem instalados em caixas com invólucro metálico ou em isoladores de exterior,
directamente ao ar, deverão ser encapsulados e resistentes à intempérie. Os LTB deverão
ser instalados de forma a que possam ser facilmente desligados.

42
5. CIRCUITOS MÚLTIPLOS

Uma instalação pode conter dois ou mais ternos de cabos monopolares. Para que o
conjunto se possa considerar como uma única linha (vários condutores por fase), para
efeitos da presente Instrução, deverão cumprir-se as seguintes condições:

• O percurso deverá ser idêntico para todos os ternos, assim como as suas distâncias
relativas.

• Todos os ternos deverão ter o mesmo esquema de ligação de blindagens.

• Todos os ternos deverão estar ligados à terra nos mesmos pontos do seu traçado e
aos mesmos pontos da rede de terra.

• Todos os ternos deverão estar ligados de forma rígida e em paralelo em AT em ambos


os extremos, sem interposição de aparelhagem.

• Deverá ser impossível deixar fora de serviço algum dos ternos e manter os restantes
em serviço.

Nestas condições, poderão ser comuns a todos os ternos o condutor de continuidade,


as caixas ou zonas de ligação e as caixas ou zonas de alojamento de dispositivos
limitadores de sobretensão.

Quando não for satisfeita alguma das condições indicadas, e em particular, quando se
trate de circuitos projectados como independentes, não deverão existir elementos comuns
nos circuitos de blindagens dos diferentes ternos.

43
6. ENSAIOS

6.1 ISOLAMENTO EXTERIOR DAS JUNÇÕES.


A caixa de protecção da junção deve resistir aos ensaios de resistência mecânica, imersão
em 1 m de coluna de água e 20 ciclos de aquecimento e arrefecimento, seguidos por ensaios
de tensão contínua de 20 kV durante 1 minuto e testes de impulso entre extremos das blindagens
e entre cada blindagem e a terra, como se indica na tabela seguinte, segundo a IEC 60840
Anexo H ou IEC 62067 Anexo D.

Tabela 2A

Ensaios de impulsos com onda nominal de 1/50µs (IEC 60230)

Tensão do Caixas de junção


sistema Entre conectores Entre conectores e a terra
kV kV p kV p
66 60 30
132 75 37,5
275 95 47,5
400 125 62,5

6.2 ESTANQUIDADE À ÁGUA DAS CAIXAS DE LIGAÇÃO ENTERRADAS


As caixas de ligação enterradas para instalação abaixo do nível do solo deverão ser
submetidas a um ensaio tipo de estanquidade à água.
As caixas de ligação com pequenos comprimentos de cabos ligados deverão ser
submersas em água até uma profundidade de pelo menos 1 m em relação ao ponto mais
alto da caixa ou deverão ser submetidas a uma sobrepressão externa de 0,1 bar durante
um período de 7 dias. A caixa de ligação deverá ser concebida de forma a que resista
a este ensaio sem danos nem fugas. É admissível, no final do ensaio, o aparecimento
de pequenas gotas de água no interior da caixa que no seu conjunto não se considerem
prejudiciais para a vida útil nem para o funcionamento da caixa de ligação.

6.3 ISOLAMENTO INTERNO DOS INVÓLUCROS DE LIGAÇÃO


As ligações deverão ser capazes de suportar ensaios tipo de

(a) Tensão de impulso (forma de onda nominal de 1/50 microsegundos segundo IEC 60230,
três positivos e três negativos de 35 kVp entre fases e de 15,5 kVp entre fases e terra).
(b) Tensão contínua de 25 kV durante 5 minutos entre fases e entre fases e terra.

44
6.4 CABOS DE LIGAÇÃO
Os cabos de ligação devem ser submetidos a ensaios de rotina de acordo com o HD
603, excepto no que diz respeito às tensões de ensaio que deverão ser as seguintes:

Tabela 2B

Tensão de ensaio

Descrição Ensaio de rigidez


a seco Ensaio de tensão
“Spark test” sobre cabos acabados
kV c.a kV

Isolamento de cabos monopolares 20 25 c.c. 1minuto

Isolamento interior de cabos concêntricos


de 120 mm2, 240 mm2 e 300 mm2 25 15 c.a. 5minutos
Isolamento interior de cabos concêntricos
de 500 mm2 30 20 c.a. 5minutos

Revestimento exterior de cabos concêntricos 20 25 c.c. 1minuto

45
6.5 LIMITADORES DE TENSÃO DA BLINDAGEM
Os ensaios de rotina e de manutenção dos conjuntos prontos serão os seguintes:
Unidades de óxido de zinco
A tensão de ensaio em c.a. 50 Hz deverá ajustar-se para que a intensidade de
teste de crista seja de 1,6 mA e a tensão medida esteja dentro da gama abaixo:

Tensão de crista Tensão de crista/32


Tipo de limitador
(kV) (kV)

CPA-03 5,05 ÷ 5,56 3,57 ÷ 3,93

CPA-06 10,10 ÷ 11,12 7,14 ÷ 7,86

Nos testes após-instalação, o exame visual deverá evidenciar que os cabos de ligação
e a superfície externa da unidade ou do invólucro estão livres de protuberâncias
significativas ou de outros sinais de deterioração.

(a) Resistências de isolamento internas para caixas de LTB com fios de terra.

A resistência entre os fios de terra e qualquer invólucro metálico não deverá ser menos
do que 10 M1 medidos com um megaohmímetro de 1000V.

46
6.6 CIRCUITOS COMPLETOS APÓS INSTALAÇÃO
(a) Depois da instalação de um circuito completo, serão realizados ensaios para
assegurar que a blindagem e o isolamento de seccionamento da blindagem em
todos os pontos é capaz de suportar um ensaio de rigidez à tensão contínua de
10 kV durante 1 minuto. Durante a execução desses ensaios deverão desligar-se
os LTB. Além disso, deverão ser verificadas as ligações e a ligação à terra das
blindagens.
(b) Recomendamos que, com uma periodicidade anual, se verifique a integridade
do isolamento blindagem-terra a uma tensão contínua de 5 kV durante 1 minuto.
Ao mesmo tempo, deverão verificar-se os LTB de acordo com o Ponto 6.5.
(c) Caso se apresente um defeito interno num sistema de cabos com ligação especial,
deverão realizar-se os ensaios referidos na alínea (b) e deverá verificar-se a
continuidade da ligação metálica blindagem-terra antes de voltar a pôr o cabo
em serviço.
(d) Depois da instalação, deverá realizar-se uma medição da resistência de todos
os contactos dos cabos de ligação das blindagens em cada caixa ou armário
de ligação, com um micróhmimetro digital. A resistência de contacto não deverá
ser superior a 20 µ1.
A resistência de contacto das ligações dos LTB nas caixas ou armários deve ser
medida de forma similar e não deverá ser superior a 50 µ1.
Quando for possível, deverá medir-se de forma similar a resistência de contacto
do cabo de terra externo, que não deverá ser superior a 50 µ1.

Nota
Se por um sistema de cabos com ligação especial tiver circulado uma corrente
de defeito, recomendamos que, na primeira oportunidade, se verifiquem a
integridade do isolamento blindagem-terra, a integridade dos cabos de ligação
e as características dos LTB.

47
Tabela 1A

CONSTRUÇÃO DOS CABOS MONOPOLARES DE LIGAÇÃO DE BLINDAGENS

Tensão do sis- 30 a 66 kV 132 kV 275 kV 400 kV


tema associado

Secção nominal 120 mm2 240 mm2 300 mm2 500 mm2
do condutor

Dimensões Espessura Diâmetro Espessura Diâmetro Espessura Diâmetro Espessura Diâmetro


(mm)
Mín Máx Mín Máx Mín Máx Mín Máx

Condutor 12,8 13,3 17,8 18,7 20,2 21,0 26,4 28,0

Isol. PEX + 1,2+1,5 18,2 19,7 1,7+1,7 24,6 26,6 1,8+1,8 27,4 29,6 2,2+2,0 35,3 38,1
Bainha PVC

Tabela 1B

CONSTRUÇÃO DOS CABOS CONCÊNTRICOS DE LIGAÇÃO DE BLINDAGENS

Tensão do sis- 30 a 66 kV 132 kV 275 kV 400 kV


tema associado

Secção nominal
do condutor 120* mm2 240 mm 2 300 mm 2 500 mm2

Dimensões Espessura Diâmetro Espesor Diâmetro Espessura Diâmetro Espessura Diâmetro


(mm)
Mín Máx Mín Máx Mín Máx Mín Máx

Condutor Central 12,8 13,3 17,8 18,7 20,2 21,0 26,4 28,0

Isol. PEX + 1,2+2,0 19,2 20,7 1,7+1,0 23,4 25,3 1,8+1,0 25,8 27,9 2,2+3,0 36,8 39,7
Bainha interior PVC
Condutor 24,4 26,4 33,6 36,3 36,0 38,9 47,4 51,2
concêntrico

Bainha 1,8 28,4 30,7 1,8 37,6 40,6 2,1 40,6 43,8 2,4 52,6 56,8
exterior PE

*Também para ligações de sistemas de 132 kV e 275 kV não submetidas à corrente de curto-circuito, por exemplo ligações a LTB.

48
7. LIGAÇÃO À TERRA DE DESCARREGADORES DE SOBRETENSÕES

7.1 INTRODUÇÃO
O objectivo deste capítulo é determinar como devem ser ligados à terra os descarregadores
de sobretensões em circuitos de alta tensão.
As ligações à terra estão devidamente regulamentadas. Resumidamente, deve garantir-se
o seguinte:

- Numa instalação não poderá haver um ponto acessível em tensão que possa
ferir as pessoas, seja em condições de funcionamento normal, seja em situação de
curto-circuito. Por conseguinte, qualquer cabo que conduza corrente deverá ser
isolado.

- Os cabos do circuito de ligação à terra que ligam os eléctrodos, não deverão


ser revestidos, deverão ser resistentes à corrosão e preferencialmente deverão
estar visíveis.

- Os descarregadores deverão ser ligados à ligação à terra do acessório que


protegem.

- Os circuitos de terra deverão ser rectos, sem curvas forçadas e o mais curtos
possível.

A ligação à terra de um descarregador (cabo isolado ou condutor sem revestimento) não


está determinada. Não há nenhum motivo para empregar um ou outro tipo de condutor.
Imaginemos um pára-raios no alto de um poste. A ligação à terra poderá fazer-se com
um cabo isolado ou com um condutor sem revestimento, conforme a decisão do cliente.
Há que ter em conta que:

- É preferível empregar um cabo isolado, que está do lado da segurança.

- Em qualquer caso, o cliente pode tomar qualquer decisão sem que afecte a
segurança do circuito.

- Podemos optar por um cabo sem revestimento, unido eléctrica e mecanicamente


ao poste em secções curtas, que não terá problemas de perfuração de isolamento
em caso de impulso significativo.

49
7.2 UNIÃO AO CIRCUITO DE TERRA
A união das diferentes ligações à terra indicadas (ligação à terra directa, ligação à terra
do descarregador, ligação à terra dos pára-raios) deverá ser feita da seguinte forma:

O cabo da ligação à terra do pára-raios pode ser único para os três pára-raios de um
circuito.

Não se pode empregar o mesmo cabo para pára-raios de diferentes circuitos.

A ligação à terra será feita ao cabo de terra indicado pelo cliente. Os elementos de
ligação deverão ser adequados para a secção do condutor ligado. Na documentação de
final de obra, deverá ser indicada a ligação de cada circuito.

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