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Índice

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 2


1.1 Introdução ........................................................................................................................................... 2
1.2 Objectivos ........................................................................................................................................... 3
1.2.1 Geral ............................................................................................................................................. 3
1.2.2 Específicos .................................................................................................................................... 3
1.3 Delimitação da pesquisa ..................................................................................................................... 3
CAPITULO II: PANORAMA HISTÓRICO ........................................................................................................... 4
2.1 OBRIGAÇÃO......................................................................................................................................... 4
2.2 A extinção da obrigação tributária...................................................................................................... 5
2.3 Hipóteses de extinção da obrigacao tributária ................................................................................... 5
2.3.1COMPENSAÇÃO ............................................................................................................................ 5
2.3.2 PAGAMENTO ................................................................................................................................ 6
2.3.3 TRANSAÇÃO ................................................................................................................................. 7
2.3.6 CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA ...................................................................................... 10
2.3.7 PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO ....................................... 10
2.3.8 CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO .............................................................................................. 10
2.3.9 DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL ............................................................................. 11
CAPITULO III: O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL...................................................................................... 13
3.1 Noções Introdutórias ........................................................................................................................ 13
3.3 Princípios e Conceitos Gerais que Informam o Sistema Tributário Vigente ..................................... 14
3.4 São princípios e conceitos básicos estabelecidos por estes dois diplomas ...................................... 14
3.4.2 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA.................................................................................... 14
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS ................................................................................................. 15
3.5 Aplicação da Lei Tributária no Tempo e no Espaço .......................................................................... 16
3.6 Sujeito Passivo .................................................................................................................................. 17
CAPITULO IV: CONCLUSÃO.......................................................................................................................... 18
4.1 Conclusão .......................................................................................................................................... 18
CAPÍTULO V BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 19
5.1 Bibliografia ........................................................................................................................................ 19

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução
No presente trabalho abordaremos questões como a extinção da obrigação tributária, suas formas
e peculiaridades, eventualidades e demais relações para que ocorra a extinção, bem como a
compensação, além da repetição de indébito. Este tema promove múltiplas discussões no Direito
Tributário. E debater as formas de extinção do crédito expostas no Código Tributário Nacional
(CTN) e na doutrina, contribui à compreensão do assunto. Partindo do esclarecimento dos mais
estimados doutrinadores brasileiros, o artigo pretende elucidar as modalidades extintivas de
modo didática. Também tem como objectivo fornecer uma breve introdução do sistema
tributário, em vigor no País onde ira se analisar alguns conceitos não como um todo mas somente
para termos uma pequena noção no que toca ao sistema tributário moçambicano. Como destaque
falaremos sobre impostos bem como as taxas e também falaremos da interpretação das normas
tributarias.

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1.2 Objectivos

1.2.1 Geral
 Analisar a extinção da obrigação tributária;
 Analisar o Sistema tributário Nacional;

1.2.2 Específicos
 Caracterizar Hipóteses de extinção da obrigação tributária;
 Examinar o sistema tributário nacional;
 Interpretar as normas fiscais

1.3 Delimitação da pesquisa


No presente estudo, tendo em conta os objectivos e a característica da pesquisa em análise,
limita-se à análise em analisar a extinção da obrigação tributária e também no sistema tributário
Nacional. Focaliza-se no sistema tributário nacional pôr analisou-se uma pequena parte do
sistema tributário brasileiro somente com fim de saber qual seriam as eventuais diferenças.

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CAPITULO II: PANORAMA HISTÓRICO
O Estado com poder soberano governa um povo em determinados limites territoriais. Óbvio que
a medida em que há uma população, haverá também necessidades de recursos para sua
manutenção e para prática dos objetivos estatais. Diante disto, os governantes tiveram a ideia de
arrecadar dinheiro (antigamente moedas de ouro e prata) de seus habitantes. Esses recursos
arrecadados pelo Estado são chamados de tributos.

Os tributos ao longo de toda história foram motivo de muitas guerras e atrocidades entre os
povos. Pois sua cobrança era extremamente onerosa e não havia retorno. Além disso, sua
aplicação era desmedida, via de regra.

As classes atingidas abruptamente eram os mais necessitados, enquanto os mais ricos tinham
diversos benefícios dos imperadores. O grande exemplo se passa na época do feudalismo.

Com a divisão do grande império, se formaram vários feudos (pedaços de terras). E em cada um
desses pedaços de terra, havia um senhor feudal. Ou seja, pessoas dotadas de poder político e
grande influência econômica: a nobreza. Como nesta época as pessoas viviam do campo, os
senhores feudais se aproveitavam dos camponeses, forçando-lhes a entregar suas colheitas,
deixando apenas o necessário para sobrevivência de seus servos. Neste período perdeu-se a
noção de Estado, devido à baixa circulação de moeda entre as pessoas.

Antes de avancar para as formas de extincao da obrigacao tributaria precisamos saber alguns
conceitos.

2.1 OBRIGAÇÃO
É uma relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto
consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao
segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio. Resumidamente, obrigação
tributária.

Dado isto, é necessário que a Administração saiba o que realmente o contribuinte deve para
exigir o cumprimento da obrigação tributária, constituindo o seu crédito através do lançamento
tributário, Alexandre (2017, p. 433) diz:

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Ocorrido o fato gerador, é necessário definir, com precisão, o montante do tributo ou penalidade,
o devedor e o prazo para pagamento, de forma a conferir exigibilidade à obrigação. Daí a
exigência de um procedimento oficial consistente em declarar formalmente a ocorrência do fato
gerador, definir os elementos materiais da obrigação surgida (alíquota e base de cálculo),
calcular o montante devido, identificar o respectivo sujeito passivo, com o fito de possibilitar que
contra este seja feita a cobrança do tributo ou da penalidade pecuniária.ria é o dever do
contribuinte pagar determinado tributo ao Estado.

2.2 A extinção da obrigação tributária


Ocorre quando um dos elos que a suportam são atingidos, quais sejam: o objeto (a prestação
pecuniária) o sujeito ativo ou o sujeito passivo, ou quando ocorre a eliminação de seus vínculos:
direito sujeito (o qual o sujeito ativo detém) ou o dever jurídico (o qual o sujeito passivo detém).

2.3 Hipóteses de extinção da obrigacao tributária


 Compensação;
 Pagameto;
 Transação;
 Remissão;
 Prescrição e a decadência;
 Conversão de depósito em renda;
 Pagamento antecipado;
 consignação em pagamento;
 Decisão administrativa irreformável;
 Decisão judicial passado em julgado e dação em pagamento em bens imóveis.

2.3.1COMPENSAÇÃO
A compensação é a colisão dos créditos e débitos. O conceito mais elaborado é o trazido pelo
artigo 368, do Código Civil: se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da
outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. Ou seja, se o contribuinte for
credor da Fazenda, e ao mesmo tempo possuir débitos junto a ela, poderá haver a compensação

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dos créditos tributários e a sua extinção. No entanto, cumpre salientar que só haverá o instituto
da compensação nos casos definidos em lei.

O art. 170, do CTN, dispõe de um regramento dessa matéria: "A lei pode, nas condições e sob as
garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa,
autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou
vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. ”

Portanto, o objeto da compensação, de um lado é o crédito tributário, líquido, certo e exigível,


por cumprir todos os requisitos que a lei determina, que pertence ao Fisco (sujeito ativo) e de
outro lado a obrigação principal de pagar do contribuinte (sujeito passivo). Importante destacar
que é incabível a compensação de tributos administrados por entes federativos distintos.

2.3.2 PAGAMENTO
Uma das formas mais comuns da extinção do crédito tributário. O cumprimento da prestação em
si. É a satisfação da prestação que o sujeito passivo ou qualquer pessoa que o represente está
obrigado na relação tributária, da importância pecuniária do débito. Merece destaque também
que, quando o contribuinte realiza o pagamento adiantado, pode ser concedido desconto pelo
ente tributante, e quando houver pago uma quantidade além da devida, têm direito a restituição
dos valores pagos erroneamente. Jurisprudência:

TRIBUTÁRIO. PAGAMENTO. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. O erro na guia de


recolhimento evidentemente não resulta na invalidade ou ineficácia do pagamento, mas, havendo
dúvida a respeito de qual a imputação deste, há necessidade de que seja dirimida. Ofensa ao art.
156, I do CTN, porque o acórdão recorrido julgou extinta a execução fiscal sem a certeza de que
o pagamento pode ser imputado aos débitos correspondentes às certidões de dívida ativa sub
judice.

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2.3.3 TRANSAÇÃO
A transação se caracteriza por ser um acordo entre credor e devedor, com a finalidade específica
de prevenir ou encerrar um litígio. O Código Civil Brasileiro consagra duas modalidades de
transação, quais sejam: preventiva ou terminativa. A modalidade preventiva é aquela em que
num determinado negócio jurídico se houver dúvidas ou conflitos entre os sujeitos da relação,
eles possuem a liberdade de transacionar. Por exemplo: se em uma determinada obra de
construção civil foi firmado um contrato e durante a construção haja algum desentendimento
entre as partes, as mesmas podem realizar um acordo extinguindo suas obrigações para evitar a
judicialização do litígio.

A transação terminativa, aproveitando o exemplo já explorado, ocorre quando existe uma lide
instaurada, entretanto é lícito as partes realizarem um acordo judicial para encerrar o litígio.
Sendo esta última a modalidade permitida no Código Tributário Nacional, que não estabelece a
figura da transação preventiva. Acertadamente, pois o artigo 171 do Código Tributário Nacional
diz:

Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da
obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em
determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei
indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso.

Ou seja, seria no mínimo arriscado permitir à Administração negociar com os particulares sem
que haja algum procedimento instaurado. Sendo assim, sempre que houver diminuição do
patrimônio público de qualquer forma, deverá haver uma lei autorizativa para ser celebrada a
transação, devendo o ente tributante ser o titular do tributo, conforme leciona o parágrafo único
do citado artigo. Vale ressaltar que, o agente fiscal não possui liberdade de negociação, ele
apenas representa a vontade do Estado mediante a lei autorizativa. Sendo negociável os
interesses disponíveis. Em direito público é notório que vige o princípio da indisponibilidade do
patrimônio público, por isso o instituto da transação não é muito usual.

Na realidade, esta modalidade aparece combinada com outras formas de extinção do crédito
tributário. Um exemplo: suponha-se que uma lei autorize que o Estado conceda desconto de
60% das multas moratórias aplicadas aos contribuintes que renunciassem as ações judiciais que
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contestem os créditos de algum tributo e procederem ao pagamento em 20 dias úteis, a partir da
transação. O Estado concederia então 60% de desconto, de forma que esta é extinta pela
transação. O restante seria extinto pelo pagamento do débito em aberto.

2.3.4 REMISSÃO
Remissão é o perdão da dívida feita pelo Fisco em benefício do contribuinte. Em respeito ao
artigo 150, da Constituição Federal, esta benesse somente ocorrerá mediante lei específica.
Observe as regras que dispõe acerca desta modalidade extintiva do crédito tributário, encontra-se
no artigo 172 do CTN:

Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:

I - à situação econômica do sujeito passivo;

II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;

III - à diminuta importância do crédito tributário;

IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do


caso;

V - A condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.

Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se,
quando cabível, o disposto no artigo 155.

Nas hipóteses descritas nos incisos I, II e IV, competirá à autoridade fiscal verificar as situações
em que se encontra o contribuinte do tributo para efetuar a dispensa do crédito tributário. O
inciso V diz respeito à característica econômica de determinada região, sendo particular desta,
devido a fragilidades fiscais ou carecimento de incentivos. Por fim o inciso III, refere-se à
cobrança do crédito tributário ser mais onerosa que efetivamente recebida pela Administração.
Nitidamente, o parágrafo único ilustra que a concessão da remissão não gera direito adquirido à
parte que for beneficiada.

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2.3.5 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Conforme já explorado neste trabalho, quando ocorre o fato gerador, nasce a obrigação tributária.
Daí se faz o lançamento, tornando a obrigação líquida, certa e exigível, neste momento surge o
crédito tributário. Caso o contribuinte não pague o crédito tributário, o ente tributante tem o
direito de pleitear em juízo a cobrança deste crédito por meio da ação de execução fiscal.

A Administração Tributária possui um prazo para efetuar o lançamento do crédito tributário,


sendo este prazo decadencial de 5 (cinco) anos. Novais (2018, p. 400), descreve pontualmente
algo interessante nesta modalidade:

Tecnicamente o prazo decadencial deveria ter sido enquadrado, ao lado da isenção e anistia,
como modalidade de exclusão do crédito tributário (art. 175 do CTN), pois se caracteriza em
momento anterior à constituição do próprio crédito tributário. Em termos mais simples, se a
decadência é prazo para constituição do crédito, não poderia ser utilizada para extingui-lo. Só se
extinguiria crédito que já exista e não aquele que sequer chegou a existir. Entretanto, devemos
adotar o enquadramento legal do código como modalidade de extinção dos créditos tributários.

A prescrição ocorrerá quando a Fazenda Pública se mostrar inerte durante 5 (cinco) anos após a
constituição do crédito tributário até o ajuizamento da execução fiscal. Neste contexto, observe-
se o que diz no artigo 174 do Código Tributário Nacional:

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data
da sua constituição definitiva.

Parágrafo único. A prescrição se interrompe:

I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV- por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do
débito pelo devedor.

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Importante ressaltar o que leciona o parágrafo único deste artigo, pois toda vez que ocorrer uma
dessas hipóteses será reiniciado o prazo prescricional. Resumindo, a decadência é o prazo para
constituição do credito tributário e a prescrição é o prazo para o exercício na via judicial do
direito de cobrança.

2.3.6 CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA


Uma das modalidades de suspensão do crédito tributário é o depósito do montante integral (art.
151, II, do CTN). Utilizado para impedir a Administração de expropriar qualquer bem em ação
executória. Diante disto, se o contribuinte perder a discussão judicial ou administrativa, ocorrerá
a conversão deste depósito em renda, tornando assim extinto o crédito tributário. Hipótese
consagrada no artigo 156, inciso VI, do CTN.

2.3.7 PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO


Dentre a espécies de lançamento tributário, é notório que há o lançamento por homologação,
sendo característico deste a iniciativa do contribuinte em efetuar o pagamento (art. 150, do
CTN). Ou seja, o próprio sujeito passivo da relação será responsável por realizar o cálculo do
tributo e pagá-lo antecipadamente. Aguardando apenas a homologação pela Administração
Tributária que o fará no prazo de 5 (cinco) anos, sob pena de concordância tácita do ato realizado
pelo contribuinte.

2.3.8 CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO


Esta modalidade de extinção do crédito tributário é utilizada em medida judicial pelo sujeito
passivo da relação tributária sempre que o Fisco estiver obstando a realização do cumprimento
da obrigação e existem situações que o contribuinte tem dúvida acerca de qual é o ente público
que deve receber o tributo. Nestes casos também deve se valer da consignação em pagamento. É
o que descreve a inteligência do artigo 164, do CTN:

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito
passivo, nos casos:

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I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem


fundamento legal;

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre
um mesmo fato gerador.

 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.


 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância
consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em
parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades
cabíveis.

2.3.9 DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL


Garantindo o direito do exercício da ampla defesa e contraditório em processos judiciais ou
administrativos (art. 5º, LV, da Constituição Federal), o sujeito passivo da relação jurídico-
tributária pode recorrer na via administrativa para apurar qualquer irregularidade. Sendo a
decisão favorável ao sujeito passivo, parcial ou totalmente, ocorrerá a hipótese prevista no artigo
156, IX, do CTN). Importante destacar que a decisão deve ser irreformável, não podendo ser
objeto de ação anulatória posteriormente.

2.3.9.1DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO


A decisão judicial passada em julgado ocorre quando não cabem mais recursos, gozando a
decisão da imutabilidade constitucional prevista no artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição
Federal, que dispõe:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

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XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Seguindo o mesmo norteador da hipótese acima descrita, a decisão judicial transitada em julgado
também é causa de extinção do crédito tributário (art. 156, X, do CTN).

2.3.9.2 DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS


Com origem no direito civil brasileiro, a dação em pagamento em bens imóveis é uma forma de
extinção da obrigação, quando o credor aceita receber prestação diversa da que lhe é devida. Em
matéria tributária, a prestação devida pelo sujeito passivo é pecuniária, em seu artigo 3, o Código
Tributário Nacional traz a definição de tributo, que diz:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

De modo que o artigo 156, inciso XI, do CTN, prevê a possibilidade de consenso do Estado em
receber prestação diversa apenas em forma de um bem imóvel.

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CAPITULO III: O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

3.1 Noções Introdutórias


Para a realização dos fins que se propõe, e que se traduzem na realização de despesas orientadas
fundamentalmente à satisfação de necessidades públicas (necessidades colectivas da sociedade
organizada politicamente), o Estado necessita de obter receitas. Tais receitas provêm
prioritariamente da cobrança de tributos (prestações compulsivas, pecuniárias ou em espécie) que
podem revestir a natureza de impostos ou de taxas, ou da venda e exploração de bens do
património público (receitas patrimoniais).

3.2 Impostos e taxas são definidos como se segue:


O imposto (Ex: IRPS, IRPC e IVA) define-se como uma prestação pecuniária compulsivade
carácter unilateral, cujo objectivo é gerar recursos orientados prioritariamente para
ofinanciamento da prestação de serviços que visem a satisfação de necessidades públicas;

As taxas, por sua vez, definem-se como prestações pecuniárias compulsivas que:

Correspondem à obrigação que o Estado assume de prestar determinados serviços específicos


virados à satisfação de necessidades públicas ou semi-públicas, ou alternativamente colocá-los à
disposição da população (Ex: taxas de aterragem, taxa de lixo, taxa de rádio); ou surgem como
contrapartida de uma actividade específica da administração em resposta a uma solicitação
explícita do contribuinte (licenças de caça, licença de exploração de minas, licença de corte de
florestas). No primeiro caso, têm-se as denominadas taxas de serviços, em que a actividade da
administração decorre geralmente do exercício do poder fiscalizador, se denominam de licenças
ou taxas de polícia. Ao contrário do imposto, no conceito de taxa está ausente o carácter
unilateral, pois existe, neste caso, uma contraprestação específica do lado da administração (só
paga a taxa aquele que solicita a prestação do correspondente serviço, licença ou outro acto
administrativo).

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3.3 Princípios e Conceitos Gerais que Informam o Sistema Tributário Vigente
O artigo 100 da Constituição da República prescreve que “os impostos são criados ou alterados
por lei, que os fixa segundo critérios de justiça social”, sendo esta a única referência do texto
constitucional a esta importante matéria. O texto constitucional é, a este respeito,
complementado pela Lei ordinária, encontrando-se os princípios que regem a organização e o
funcionamento do sistema tributário nacional e estabelecem as respectivas bases sistematizados
em dois diplomas complementares, respectivamente:

 Lei nº 15/2002, de 26 de Junho – Lei de Bases do Sistema Tributário;


 Lei nº 2/2006, de 22 de Março – Lei Geral Tributária.

3.4 São princípios e conceitos básicos estabelecidos por estes dois diplomas:

3.4.1 PRINCÍPIOS GERAIS:

 A tributação visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e de outrasentidades


públicas e promove a justiça social, a igualdade de oportunidades e a
necessáriaredistribuição da riqueza e do rendimento;
 A tributação respeita os princípios da generalidade, da igualdade, da legalidade, da
nãoretroactividade, da justiça material e da eficiência e simplicidade do sistema
tributário, nãohavendo lugar à cobrança de impostos que não tenham sido estabelecidos
por lei.

 Estão sujeitos ao princípio da legalidade tributária a incidência, a taxa, os benefícios


fiscais,
as garantias e obrigações dos contribuintes e da administração tributária e o regime
deinfracções tributárias.

3.4.2 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA


 As bases da política de impostos e o sistema fiscal são definidos por Lei, nos termos da

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Constituição;

 A Lei de Bases do Sistema Tributário determina a incidência, as taxas e os


benefíciosfiscais dos impostos nacionais, as garantias e as obrigações do sujeito passivo e
daadministração tributária, bem como os procedimentos básicos de liquidação e cobrança
de impostos;

 A Lei das Finanças Autárquicas determina a incidência, as taxas e os benefícios fiscais


dos impostos autárquicos;

 O exercício da justiça tributária é garantido através dos tribunais das jurisdições fiscal e
aduaneira para tutela plena e efectiva de todos os direitos ou interesses legalmente
protegidos em matéria tributária.

3.4.3 Actos Ilícitos


O carácter ilícito da obtenção de rendimentos, da aquisição, titularidade ou transmissão
de bens ou de outro qualquer acto não obsta à sua tributação quando tais actos preencham
os pressupostos das normas de incidência aplicáveis.

3.4.4 Benefícios Fiscais


Os benefícios fiscais são medidas de carácter excepcional e tendencialmente temporário,
que impedem ou reduzem a tributação de manifestações da capacidade contributiva e
prosseguemobjectivos extra-fiscais de interesse público relevante, nomeadamente de
orientação daeconomia.

INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS


 Na determinação do sentido das normas tributárias e na qualificação dos factos a que as
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mesmas se aplicam são observadas as regras e princípios gerais de interpretação e
aplicação das leis;

 Sempre que, nas normas tributárias, se empreguem termos próprios de outros ramos de
direito, devem os mesmos ser interpretados no mesmo sentido daquele que aí têm, salvo
se outro entendimento decorrer directamente da lei;

 Persistindo a dúvida sobre o sentido das normas de incidência a aplicar, deve atender-se à
substância económica dos correspondentes factos tributários;

 Em caso de simulação de acto ou negócio jurídico, a tributação recai sobre o acto


ounegócio jurídico real e não sobre o acto ou negócio simulado;

 As lacunas resultantes de normas tributárias que devam obrigatoriamente constituir


matéria
de lei não são susceptíveis de interpretação analógica;

 As normas que determinam a incidência e as isenções, não são susceptíveis


deinterpretação extensiva nem analógica.

3.5 Aplicação da Lei Tributária no Tempo e no Espaço


As normas tributárias oneradoras do sujeito passivo aplicam-se somente aos factos
posterioresà sua entrada em vigor, não se considerando como oneradora do sujeito passivo, para
esteefeito, a norma que:

 Corrija imprecisões ou erros formais da lei;


 Elimine dúvidas de interpretação da legislação vigente;
 Altere legislação vigente que favoreça comportamentos de abuso fiscal;
 No caso de infracção tributária, deixe de a qualificar como tal, bem como a que
determine

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Um regime punitivo mais favorável do que o previsto na lei vigente ao tempo da sua prática,

E não tenha sido proferida sentença condenatória transitada em julgado.

Sem prejuízo de tratados ou convenções internacionais de que Moçambique seja parte e salvo
disposição legal em sentido contrário, as normas tributárias aplicam-se aos factos que ocorramno
território nacional e aos rendimentos auferidos no estrangeiro por residentes.

3.6 Sujeito Passivo


Por sujeito passivo da relação jurídico-tributária entende-se quem, nos termos da legislação
tributária, esteja obrigado ao cumprimento de uma prestação tributária, de natureza material ou
formal, seja uma pessoa singular ou colectiva, uma entidade constituída observando ou não os
requisitos legais, um património, uma organização de facto ou de direito ou qualquer outro
agrupamento de pessoas. Para efeitos desta definição, entende-se por prestação tributária
qualquer obrigação de:

 Pagar tributos, de reter e entregar tributo por conta de outrem, ou responder por uma
obrigação de terceiro;
 Apresentar declarações dentro dos prazos legais, de prestar um esclarecimento sobre a
sua situação tributária e de proporcionar à administração tributária os dados e
informações relacionados com o facto tributário;
 Prestar uma caução;
 Organizar a contabilidade e a escrita. Não adquire a qualidade de sujeito passivo quem:
o suporte o encargo do tributo por repercussão legal, sem prejuízo do direito de
reclamação, recurso hierárquico ou recurso contencioso nos termos das leis tributárias; ou
o deva prestar informações sobre assuntos tributários de terceiros, exibir documentos,
emitir opinião em processo administrativo ou judicial ou permitir o acesso a imóveis no
local de trabalho.

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CAPITULO IV: CONCLUSÃO

4.1 Conclusão
No que concerne extinção da obrigação tributária, foi verificado que o Direito Tributário está em
constante evolução, assim como a sociedade. Após séculos em busca de melhores condições
entre o Estado e seus cidadãos, chega-se em um ponto de mais transparência, segurança jurídica
e formas de ver seus direitos serem assegurados. Conforme explanado, são as hipóteses de
extinção do crédito tributário: o pagamento; a compensação; a transacção; remissão; a prescrição
e a decadência; a conversão de depósito em renda; o pagamento antecipado e a homologação do
lançamento; a consignação em pagamento; a decisão administrativa irreformável, assim
entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objecto de acção
anulatória; a decisão judicial passada em julgado; a dação em pagamento em bens imóveis, na
forma e condições estabelecidas em lei. No viés constitucionalista, a legislação deve ser criada
emanando a vontade de seu povo, a fim de que, cada vez mais, tenha-se consciência de afastar
qualquer excesso ou violação fiscal por parte da Administração Tributária. E no sistema
tributário nacional Para a realização dos fins que se propõe, e que se traduzem na realização de
despesas orientadas fundamentalmente à satisfação de necessidades públicas (necessidades
colectivas da sociedade organizada politicamente), o Estado necessita de obter receitas. Tais
receitas provêm prioritariamente da cobrança de tributos (prestações compulsivas, pecuniárias ou
em espécie) que podem revestir a natureza de impostos ou de taxas, ou da venda e exploração de
bens do património público (receitas patrimoniais).

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CAPÍTULO V BIBLIOGRAFIA

5.1 Bibliografia
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 11ª ed. rev., atual. e ampl. Salvador: Editora
JusPodivm, 2017.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988.

Códigos Portugueses do IVA, IRPC e IRPS, nos quais se inspiram os correspondentes impostos
do sistema tributário nacional

José Joaquim Teixeira Ribeiro – “Lições de Finanças Públicas”

António L. De Sousa Franco – “Finanças Públicas e Direito Financeiro”

Abílio Guimarães – “Direito Aduaneiro e Fiscal

Aníbal Cavaco Silva – “Finanças Públicas e Politica Macro-Económica”

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