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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR:

JACKSON MAGALHÃES DOS SANTOS

RESUMO ANALÍTICO

TERESINA – 2019
O documentário “Pro Dia Nascer Feliz” - produzido por João Jardim em 2006 - expõe a
realidade de jovens que estudam em escolas públicas, trazendo à tela o drama que muitos
professores passam ao tentar educar em situações precárias, desmotivados ora pelo
descaço da Prefeitura em resolver os problemas estruturais da escola, ora pela falta de
interesse dos alunos. O diretor do documentário utiliza diversas fotos que demonstram a
realidade desses brasileiros, despertando uma percepção do fato que não seria notada com
apenas a consciência de tais desavenças.
Como é mostrado no documentário, o problema educacional no Brasil é ocorrente há
muito tempo, em 1962, quatorze milhões de pessoas não frequentavam a escola, e
seguindo o desfeche dos fatos apresentados, essa realidade não mudou muito, pois metade
dos estudantes do ensino fundamental não conseguem ler e escrever corretamente.
Existem 210 mil escolas no Brasil, 13,7 mil não dispõem de banheiros, 1,9 mil não
possuem acesso a água, com essas condições é inviável que alguma criança consiga uma
educação de qualidade.
Em cidades pequenas, as escolas são um refugio para crianças que não possuem incentivo
prévio em suas casas, o prazer de adquirir conhecimento é fascinante, a possibilidade de
conseguir uma vida melhor domina seu imaginário, preenche seu coração e motiva suas
ações, o furto desse sentimento é cruel, e muitas prefeituras não conseguem manter a
demanda de ônibus para as comunidades remotas porque não possuem verbas para o tal.
Durante as gravações em Marani, as crianças só conseguiram ir à escola duas vezes, e
após essas informações serem dadas à quem assiste, é passado uma série de depoimentos
que exprime o sentimento de decepção.
Mesmo com tantas dificuldades estruturais que as escolas impõem aos estudantes, os
mesmos enfrentam um ambiente caótico, cercado de armas e drogas, pois muitas escolas
ficam próximas à pontos de tráfico, sendo comum as crianças cultivarem amizades com
traficantes e usuários, criando uma “classe” dentro das escolas.
Por sua vez, os professores conscientes das dificuldades que muitos alunos são
submetidos a passar, decidem ceder ao perpetuamento da falta de educação, permitindo
que os alunos passem de ano sem terem os conhecimentos mínimos exigidos pela grade
curricular, e muitos alunos, já desmotivados pelas circunstâncias mencionadas durante
todo o documentário, passam a simplesmente irem as escolas, pois sabem que mesmo
sem estudar, os professores irão passa-los de ano, e o crime que havia sido cometido – o
furto de seu anseio pelo conhecimento, passa a ter o consentimento das vítimas, gerando
uma cadeia sem fim, que irá destruir a motivação de professores e de alunos que convivem
no mesmo ambiente. E há casos específicos, que professores não reprovam certos alunos
por medo, pois muitos fazem parte do tráfico, gerando o terror que muitos professores
sofrem.
O Ensino Básico é fundamental para essas crianças, pois o mais importante a ser feito é
garantir que os alunos não sucumbam ao mundo das drogas, que tanto destrói a saúde dos
pais. Há um relato de um jovem que assumi que já usou drogas, reforçando a influencia
que essa realidade maligna possui nas escolas de cidades pequenas, porém o mesmo
admite que tem vontade de seguir carreira militar, deixando que quem assiste ao
documentário possa supor que esse ambiente acaba mudando a personalidade dos
envolvidos, transformando os mesmos em pessoas sem perspectivas de vida.
Em contraste com a realidade de várias escolas públicas do nordeste brasileiro, o
documentário apresenta a realidade de estudantes de escolas privadas, que possuem uma
família com a renda alta, com escolas localizadas em locais totalmente seguros, e a
diferença fica clara, as aflições que os alunos de escolas privadas passam são totalmente
triviais, com praticamente todos os alunos sendo aprovados em universidades públicas,
tornando inviável a ingressão de alunos de escolas públicas nas universidades. É uma
realidade triste, infelizmente ainda existe lugares que enfrentam tais condições, os
governos estão sempre tentando acabar com essas dificuldades. O sujeito que vos escreve
não possui conhecimento em métodos pedagógicos para poder julgar as políticas
educacionais que os antigos e atuais governos estão seguindo.

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