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VEREDAS MENTAIS
CAMPINAS
2015
FACULDADES SPEI
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU
EM PSICOLOGIA TRANSPESSSOAL
ALUBRAT- CAMPINAS
VEREDAS MENTAIS
CAMPINAS
2015
2
AGRADECIMENTOS:
3
Emergência
Cláudio Assato
4
SUMÅRIO:
RESUMO 09
INTRODUÇÃO 10
VEREDAS MENTAIS 10
OBJETIVOS 11
JUSTIFICATIVAS 11
METODOLOGIA 12
CAPITULO 1: O FENÔMENO 13
1.1. APOFENIA E PAREIDOLIA 13
CAPITULO 2: UMA VEREDA HISTÓRICA 17
5.1.CID-10 E DSM 27
6.1. PSICOSES 30
6.2. ESUIZOFRENIAS 30
6.3. TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR 32
6.4. AS SUBSTANCIAS PSICO ATIVAS 32
6.5. ALUCINACOES E DELIRIOS 33
6.6. OS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 36
6.7. OS QUADROS DISSOCIATIVOS 36
5
7.1. A PSICOLOGIA TRANSPESSOAL 38
7.2. FORMAS DAS EMERGENCIAS ESPIRITUIAIS 39
8.1. DISCUSSÃO 46
9.1. RESULTADOS 59
APÊNDICE- 01:
1. ESQUIZOFRENIA PARANOIDE 65
2. ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA 65
3. ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA 64
4. ESQUIZOFRENIA SIMPLES 65
5. ESQUIZOFRENIA RESIDUAL 66
APÊNDICE – 02:
1. CONCEITO DE UNIDADE 68
2. CONCEITO DE VIDA 69
3. CONCEITO DE EGO 70
4. ESTADOS DE CONSCIÊNCIA 73
5. CARTOGRAFIA DA CONSCIÊNCIA 76
11.REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS 80
6
LISTA DE ABREVEATURAS:
7
LISTA DE FIGURAS:
8
RESUMO:
9
INTRODUÇÃO
VEREDAS MENTAIS
Não foi tarefa simples escrever sobre as Veredas Mentais (VM) que
criamos e percorremos em nossa jornada; descobrir e contempla-las emerge
memórias e simboliza nossa vida!
Como cada ser é único, nada melhor do que a Arte para representar o
simbólico e imaginário de cada um. Assim, diante deste tema atual e
sincrônico pensou-se que ela trouxe para a PT um modo subjetivo de
compreendê-la; então começou-se aqui uma vereda com referência a arte
contemporânea, representada pela atual 31 bienal de SP onde o tema fala
10
sobre “Como procurar coisas que não existem” e da Trienal 2014 de
Piracicaba que questiona o que seria de nós sem as coisas que não existem.
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho é de realizar uma revisão bibliográfica
do tema EE no campo da PT.
OBJETIVO ESPECÍFICO
Correlacionar EE, experiência espiritual a transtornos mentais de
conteúdo religioso classificadas e nomeadas de outro modo no campo da
psicologia, da psicopatologia e da psiquiatria clínica, além de observar a
fenomenologia das VM do evento.
11
JUSTIFICATIVAS
A PT descreve a EE sob vários aspectos e relata que pode ser
desencadeada ou manifestada de formas distintas em cada indivíduo, pois
estas são dotadas de características específicas que as distinguem umas das
outras. Esses estados incomuns de consciência na EE faz com que seja
possível aos materiais inconscientes, com forte carga emocional emergir para
a consciência e esse processo é a expressão de um poderoso potencial de
cura espontâneo descrito na PT, entretanto também foi descrito na psiquiatria
como sendo sinal ou sintoma de algumas psicopatologias. O fenômeno pode
ser observado com características semelhantes na população e nesta revisão
bibliográfica descreveu-se diferentes olhares para o evento.
METODOLOGIA
12
CAPÍTULO 1: O FENÔMENO
Nosso cérebro é capaz de criar imagens onde elas não existem, pode
ver diversas formas em objetos e lugares. Este fenômeno é chamado de
pareidolia.
13
Figura 1
Pareidolia no chocolate
Figura 2
Apofenia e as manchas na parede
14
Pareidolia é um tipo de Apofenia; um fenômeno cognitivo de
percepção de padrões ou conexões em dados aleatórios. É um importante
fator na criação de crenças e ou ilusões. Inicialmente descrita como sintoma
de psicose, a apofenia ocorre no entanto em indivíduos perfeitamente
saudáveis mentalmente.
Figura 3
Jesus na Torrada
15
Figura 4
Rorschach
16
CAPÍTULO 2: UMA VEREDA HISTÓRICA
17
com as proposições freudianas. Então desde tenra idade nossas veredas vão
se construindo de modo simbólico e uma parte deste símbolo será consciente
e outra inconsciente.
18
recalcado. Em oposição a essa idéia, ele entende que não é o conteúdo que
explica a formação do símbolo**, mas sim a própria estrutura do pensamento
do sujeito.
______________________________________________________________
* A palavra recalque significa “rebaixamento de terra ou paredes” (p. 358). O radical calcar é conceituado como
“calcar a terra, o terreno= pressionar-pisar-apertar” (p. 358), podendo também ser utilizado como “oprimir, vexar,
desprazer” (HANS, 1996, p. 358).
Roudinesco e Plon (1998) acrescentam que o termo refere-se “ao ato de fazer recuar ou de rechaçar alguém ou
alguma coisa” (p. 647). Os mesmos autores afirmam que também pode ser utilizado como sinônimo de recusa ao
acesso a um país ou lugar específico.
De uso quase que exclusivo da psicanálise, define-se recalque como sendo o movimento que o aparelho psíquico
promove para despejar da consciência as representações que podem gerar desprazer. Além disso, o aparelho
psíquico disponibiliza energia para executar a tarefa de manter o conteúdo que foi despejado afastado da
consciência (HANS, 1996; Kusnetzoff, 1982). O mecanismo do recalque não dispõe de força suficiente para
erradicar as fontes pulsionais do aparelho psíquico, mas para empurrá-las de volta, “desalojar do centro da cena” (p.
363), mantendo-as fora da consciência, no inconsciente. O recalque mantém-se existente e necessário, pois as
fontes pulsionais, uma vez recalcadas, movimentam-se constantemente buscando um caminho para acessar a
consciência e o mundo externo, onde irá encontrar a satisfação. A função do recalque é gerar contra-investimentos
para manter o material recalcado no inconsciente (HANS 1996).
Roudinesco e Plon (1998) e Laplache e Pontalis (2001) afirmam que o recalque é um processo que obriga as idéias
e as representações pulsionais a permanecerem no inconsciente. Esse funcionamento se estabelece para evitar o
desprazer que pode ser gerado pelo retorno deste material, bem como o desequilíbrio psicológico do sujeito.
** Para Piaget representação tem início no segundo ano de vida. Nesse sentido, não se pode falar em simbolismo
antes que ela apareça; em contrapartida os freudianos vêem símbolos aos dois meses de idade, pois parece falar
de simbolismo, de consciência do ‘como se’, antes que haja representação.
19
CAPÍTULO 3: VEREDAS ALTERNATIVAS:
20
constituindo-se muitas vezes elementos importantes na história das
sociedades e, principalmente, de suas religiões. Têm um profundo impacto,
tanto na vida daqueles que os vivenciam diretamente quanto naqueles que os
acompanham próximos.
21
uma interessante possibilidade de significado para a palavra
“emergência” que é “nascimento (do Sol)” ou ainda “situação crítica
ou acontecimento perigoso ou fortuito”.
22
medida última de todas as coisas, substituindo com rapidez e sem piedade, a
espiritualidade e as crenças religiosas.
Nas últimas décadas, por volta dos anos 60, pudemos observar um
crescente interesse pela espiritualidade e atualmente de modo
transdisciplinar aparecem em varias áreas, como citado, nas duas mostras de
arte de 2014/15 (bienal e trienal).
23
ser muito bem avaliadas por profissionais competentes, pois episódios de
estados incomuns de consciência como as EA e os EAC abrangem um
espectro muito amplo, que vão de estados espirituais puros, sem nenhum
vestígio de patologia, a condições de natureza claramente biológica que
exigem tratamento médico; o que pode ser interpretado como uma EE, no
sentido de crise, na verdade, pode ocultar estados psicóticos que, certamente
estariam nos domínios da psiquiatria. Porém, o que denominamos de EE traz
no seu percurso uma transformação pessoal, muitas vezes, radical, o que
pode não ocorrer quando diagnosticado um distúrbio mental.
24
CAPÍTULO 4: LABIRINTOS EM VEREDAS
25
psiquiátrico que podem apresentar características psicóticas semelhantes a
uma crise de EE, por exemplo os quadros depressivos com características
psicóticas, os quadros bipolares com sintomas psicóticos, as psicoses
induzidas por SPA (Substancias Psicoativas) entre outros diagnósticos
clínicos .
26
CAPÍTULO 5: NOMEANDO AS VEREDAS
27
Sendo a percepção da alucinação de origem interna, emancipada de todas
variáveis que podem acompanhar os estímulos ambientais (iluminação,
acuidade sensorial, etc.), um objeto alucinado muitas vezes é percebido mais
nitidamente que os objetos reais de fato. Tudo que pode ser percebido pode
também ser alucinado e isso ocorre, imaginativamente, com maior liberdade
de associações de formas e objetos. Na alucinação, por exemplo, um leão
pode aparecer de asas, ou um caracol que cavalga um ouriço. O indivíduo
que alucina pode ter percebido isoladamente cada umas das formas e,
mentalmente, combinado umas com as outras. As alucinações podem
manifestar-se também através de qualquer um dos cinco sentidos, sendo as
mais freqüentes as auditivas e visuais.
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No delírio, os mecanismos associativos do indivíduo fogem da
realidade e da lógica , podendo levar o mesmo a formar juízos e raciocínios
anormais e originando porventura alucinações, percepções delirantes ou
idéias delirantes. Apresentam-se como características gerais dos delírios a
sua resistência e irredutibilidade perante a lógica e a experiência; a sua
tendência crescente e difusão por toda a consciência, tornando-se o centro
de toda a vivência do indivíduo; a falta de autoconsciência do doente
relativamente à perturbação. Assim, a idéia ou tema delirante é a realidade
privada do doente e que o separa da comunidade onde a realidade dos
indivíduos sãos é a sua percepção sociocultural e situacional dos pontos
comuns e em acordo.
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CAPÍTULO 6: CAMINHANDO PELAS VEREDAS
6.1. PSICOSES
lesões cerebrais,
tumores cerebrais,
esquizofrenia,
SPA
infecções,
distúrbios metabólicos,
6.2. ESQUIZOFRENIAS
30
corpo.
Esquizofrenia paranóide
Esquizofrenia Hebefrênica
Esquizofrenia Catatônica
31
Esquizofrenia Simples e
Esquizofrenia residual
32
tratamentos somáticos). Dependendo da natureza da substância e do
contexto no qual os sintomas ocorrem a perturbação pode envolver humor
depressivo ou acentuada diminuição do interesse ou prazer, ou humor
elevado, expansivo ou irritável; podem apresentar características
esquizofreniformes ou não.
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vezes é percebido mais nitidamente que os objetos reais de fato. Tudo que
pode ser percebido pode também ser alucinado e isso ocorre,
imaginativamente, com maior liberdade de associações de formas e objetos.
O indivíduo que alucina pode ter percebido, isoladamente, cada umas das
formas e, mentalmente, combinado umas com as outras. As alucinações
podem manifestar-se também através de qualquer um dos cinco sentidos,
sendo as mais freqüentes as auditivas e visuais.
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delirantes ou idéias delirantes. Apresentam-se como características gerais
dos delírios a sua resistência e irredutibilidade perante a lógica e a
experiência; a sua tendência crescente e difusão por toda a consciência,
tornando-se o centro de toda a vivência do indivíduo; a falta de
autoconsciência do doente relativamente à perturbação.
Assim, a idéia ou tema delirante é a realidade privada do doente e que
o separa da comunidade onde a realidade dos indivíduos sãos é a sua
percepção sociocultural e situacional dos pontos comuns e em acordo.
35
- Práticas Espirituais: Este parece ser um dos principais fatores
desencadeantes da EE, como a meditação, ativação de
experiências espirituais, prática do zen, meditação budista
Vipassana, ioga Kundalini, exercícios sufis, ou através da oração e
contemplação cristã.
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naquele momento segundo Groff , que as definiu como estágios de crise e de
uma transformação psicológica profunda que envolve todo ser da pessoa,
transformação que toma a forma não comum de consciência e envolvem
emoções internas, alterações sensoriais, pensamentos incomuns e várias
manifestações físicas.
37
CAPÍTULO 7: UMA VEREDA ALTERNATIVA
Aspecto Estrutural e
Aspecto Dinâmico.
1. Conceito de Unidade,
2. Conceito de Vida,
3. Conceito de Ego,
4. Estados de Consciência e
5. Cartografia da Consciência
38
7.2. FORMAS DAS EMERGÊNCIAS ESPIRITUAIS
A partir dos conceitos da PT e do entendimento das EE será possível
descreve-la e ou classifica-las num entendimento holístico e Trasnpessoal.
Assim as formas mais importantes EE de são:
39
manifestações dessa forma de crise são encontradas na literatura védica
hindu. Pode ser ativada pela meditação, por exercícios específicos, pela
intervenção de um mestre espiritual que tenha a sua kundaliní desperta e,
raramente, por razões desconhecidas.
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ou canções, falar em línguas estranhas ou emitir sons vocais
desconhecidos ou animalescos;
_____________________________________________________________________________________________
***Neste estado ocorre a dissolução das estruturas egóicas fronteiras pessoais, surgindo a
sensação de unidade com o outro, com a natureza ou com todo o universo. As propriedades
de tempo e de espaço são transcendidas e a pessoa pode vivenciar a natureza do infinito ou
da eternidade. As emoções associadas com esses estados variam de sensação de
felicidade, grande prazer, paz e serenidade. Abraham Maslow, que estudou essas
experiências em centenas de pessoas, deu-lhes o nome de "experiências culminantes". As
experiências culminantes geralmente trazem um refinamento da consciência mediante o
mundo e a expressão plena espontânea de habilidades e potenciais (auto-realização).
****A psique dessas pessoas parece um colossal campo de batalha, onde é travado um
combate entre forças duais; forças do bem e as forças do mal, ou entre as forças da Luz e as
das Trevas. Temas de morte - o assassinato, o ritual, o sacrifício, o martírio e o pós vida.
Recriam eventos fantásticos com magnitudes cósmicas. Seus estados visionários tendem a
levá-las ao passado, reconstruindo a sua própria história e a história da humanidade,
dirigindo-se para a criação do mundo e para o estado paradisíaco ideal original, lutando por
perfeição e tentando corrigir as coisas erradas do passado.
Depois deste período de caótica perturbação, as experiências vão se tornando cada
vez mais agradáveis, dirigindo-se para uma resolução. O processo costuma culminar na
experiência do "casamento sagrado", seja com um parceiro arquetípico imaginário ou
projetado numa pessoa real idealizada (aspectos masculinos e femininos entendo em
equilíbrio).
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7.2.3. A Crise de Abertura Psíquica
No decorrer de EE de todos os tipos, é comum o aguçamento das
capacidades intuitivas e a presença de fenômenos "paranormais". Porém, em
alguns casos, a precognição, a telepatia ou a clarividência ficam intensos e
perturbadores que domina o quadro e constitui um grande problema para
quem vive a EE e para os demais que convivem com o indivíduo.
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Existem várias formas de lidar com esses conteúdos que emergem a
consciência, basicamente eles precisam ser compreendidos, expressarem
sentido de explicação e serem incluídos ou conciliados com as nossas
crenças e valores da vida atual.
Pode ser uma experiência que oferece, por si, muitas explicações
como dificuldades de relacionamento, medos irreais, aversões e atrações,
problemas psicossomáticos obscuros, surgimento súbito de sensações
corporais, visões intensas ou emoções sem sabermos o significado, pois
essas experiências não estão totalmente conscientes para se tornarem
manifesta, por isso elas percebem, mas desconhecem o significado ou a
causa.
43
A principal razão, por que essas experiências podem desencadear
uma séria crise é a natureza e a qualidade confiável dessa canalização de
assuntos que o receptor jamais esteve exposto. Neste caso, é uma prova
inegável da existência de realidades espirituais que pode levar a uma
confusão filosófica que tinham uma visão científica convencional.
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Carl Gustav Jung dedicou um estudo especial ao problema dos “discos
voadores”, referindo que esses fenômenos poderiam ser produto de visões
arquetípicas do inconsciente coletivo da humanidade.
45
CAPÍTULO 8: MAPEANDO VEREDAS
8.1. DISCUSSÃO
Vários autores observaram o fenômeno e o descrevem criando
nomenclaturas, classificações e descrições; além de critérios diagnósticos e
condutas terapêuticas. Os autores, entretanto, apresentaram diferentes
opiniões; Jung por exemplo viu na experiência mística a manifestação de
uma experiência psicologicamente saudável.
Hood e Caird (1987) constataram que indivíduos que relataram ter tido
experiências místicas pontuam mais em escalas de bem- estar psicológico e
menos em escalas de psicopatologia do que os controles; também
comprovaram que indivíduos ligados a alguma crença religiosa pode
funcionar como fator protetor nas psicopatologias.
46
metodológicas que alguns autores sugeriram para essa investigação.
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como critério de saúde mental: na vivência saudável existe a dúvida sobre a
realidade objetiva da experiência e no transtorno mental existe certeza sobre
essa realidade.
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revela em resultados que são compatíveis com uma história de transtorno
mental e surge sempre associada a outros transtornos psiquiátricos.
49
religioso, seus detalhes não excedem as crenças aceitas, são moderadas,
geram excitação e as habilidades sociais e os hábitos de higiene estão
preservados. Já nas crenças obsessivas, as experiências são muito pessoais
e divergem das crenças do grupo, seus detalhes excedem as crenças
aceitas, são intensas, geram terror e as habilidades sociais e os hábitos de
higiene estão comprometidos. Já os comportamentos saudáveis não
excedem as prescrições, são gerais, não estão presentes condutas de
limpeza e de verificação e não ocorre a desconsideração de outras práticas.
As condutas compulsivas, diferentemente, excedem as prescrições, são
muito específicas, estão associadas a rotinas de limpeza e de verificação e
trazem desconsiderações para com outras práticas religiosas propostas pelo
grupo religioso.
50
equivocado, estimular pesquisas que gerem tratamentos mais adequados
para esses problemas e estimular os centros de formação psiquiátricos a
acrescentarem a compreensão e o tratamento desses problemas aos seus
programas de treinamento.
51
Koenig (2007), procedendo a uma revisão da literatura sobre critérios
diferenciadores entre experiência espiritual e transtornos mentais, propôs que
as primeiras não comprometem os desempenhos social e ocupacional,
preservam a compreensão do caráter incomum da experiência, não geram
rupturas na relação com um grupo sociocultural de referência, não estão
associadas a outras patologias mentais e geram crescimento psicológico com
o tempo.
Tien (1991), constatou que 10% dos homens e 15% das mulheres em
uma amostra de 18.572 indivíduos, obtida em uma ampla pesquisa de
sintomas psiquiátricos em uma população geral (Epidemiological Catchment
Area Program), apresentavam alucinações ao longo de toda a vida sem
52
manifestarem outros sintomas patológicos. Ohayon (2000) sondou 13.057
indivíduos da Grã-Bretanha, da Alemanha e da Itália por telefone e constatou
que 38,7% destes relataram ter tido alucinações e, entre estes, 5,1%
apresentavam esse sintoma uma ou mais vezes por semana.
53
esquizofrênicos são precedidas por eventos traumáticas, geram perturbação
e não existe controle sobre elas.
54
indicando a existência de um nível alto de vivências dissociativas nessa
amostra.
55
forma de lidar com a situação aversiva, pode se generalizar para as demais
situações de vida, passando a trazer prejuízos na capacidade de adaptação
do indivíduo.
56
afastadas.
57
Beng-Yeong (2000), propõe que estados de transe saudáveis sejam
disparados por ações definidas, sejam curtos e gerem resultados benéficos
para o indivíduo que os vivencia e serão patológicos se forem disparados por
emoções estressantes, durarem muito e gerarem resultados maléficos para
quem os vivencia.
58
CAPÍTULO 9: CONSTRUINDO NOVAS VEREDAS
9.1. RESULTADO:
Levando em consideração os principais sintomas diferenciadores entre
uma EE, uma experiência espiritual e um transtorno mental propostos por
todos esses autores citados na discussão e resultados acima, nota-se que
esses critérios não devem ser considerados isoladamente, mas sim em um
conjunto.
59
ocupacionais. Lukoff et al (1995); entretanto, comentam como indivíduos que
tiveram uma experiência mística podem se sentir temporariamente
desajustados em relação à sua vida cotidiana, enquanto não conseguirem
compreendê-la e retomá-la
60
6. Ausência de comorbidades
Sims (1988), apontou que a psicopatologia relacionada a uma
experiência espiritual pode ser observada tanto no comportamento do
indivíduo quanto na sua experiência subjetiva, manifesta-se em todas as
suas áreas de vida e compõe um histórico de vida compatível com o histórico
de um transtorno mental, em nada lembrando uma experiência espiritual.
Quanto mais evidenciada estiver a patologia, mais probabilidades teremos de
estar diante de um transtorno mental.
7. A experiência é controlada
Cabe a um ego vigilante controlar suas vivências habituais e garantir
um bom desempenho pessoal e social. Caberá a ele, da mesma forma,
controlar as experiências espirituais e religiosas, de modo a não prejudicar
suas vivências habituais. Formas orientais de meditação, por exemplo,
tendem a atrair indivíduos com transtorno de personalidade borderline e
narcisista, que têm uma frágil integração psicológica, podendo gerar nesses
indivíduos falsas experiências de iluminação, repletas de visões aterradoras.
61
qual já tinha apontado a inadequação da abordagem científica tradicional
para abordar os “Estados Alterados de Consciência”, entendidos como
alterações qualitativas no padrão global de funcionamento mental que o
indivíduo sente serem radicalmente diferentes do seu modo habitual de
funcionamento, recomendando o uso extensivo de observações empíricas
que possam ser replicadas por outros investigadores.
62
CAPITULO 10: A SUA VEREDA
10.1. CONCLUSÃO:
Conclui-se que cada um de nós construímos nossas próprias VM e
que ainda faltam mais estudos que testem prospectivamente os critérios
diferenciadores do que seria uma experiência espiritual, uma EE descrita pela
PT e uma psicopatologia descrita pela psiquiatria clínica; de qualquer modo é
importante levar em consideração os fatores observados no resultado da
pesquisa para melhor diagnóstico e prognóstico, além da compreensão da
peculiaridade da VM individual, pois fenômenos são observados e nomeados
de modo distintos e conseqüentemente classificados de acordo com os
diferentes saberes. A experiência egoica é única e particular de cada ser ao
caminhar rumo ao self; neste processo as VM percorridas nos deixam
marcas as quais foram foco deste trabalho e continuam sendo pesquisadas.
63
APÊNDICE - 01 Esquizofrenia e Transtorno Afetivo Bipolar
1. Esquizofrenia Paranóide
3. Esquizofrenia Catatônica
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sem propósito.
4. Esquizofrenia Simples
5. Esquizofrenia Residual
65
alegria doentias, conhecidas respectivamente como depressão e mania, de
onde vem o antigo nome de Psicose Maníaco Depressiva.
66
Durante um episódio ou estado misto, os sintomas frequentemente
incluem agitação, sono perturbado, grandes mudanças no apetite e
pensamentos suicidas. Pessoas em estado misto podem sentir-se muito
tristes ou sem esperança e ao mesmo tempo extremamente energizadas.
67
APÊNDICE – 02: CONCEITOS EM PSICOLOGIA TRANSPESSOAL
1. CONCEITO DE UNIDADE
Do Conceito de Unidade se sustenta e convergem o conceito de
Vida e de Ego, a Cartografia da Consciência e os Estados de
Consciência.
68
Para Furlan (1998), “a separatividade perece existir , somente na
dimensão mais concreta e imediata de nossos sentidos”.
2. CONCEITO DE VIDA
Vida é um pulsar contínuo no qual nascer, morrer e renascer
fazem parte de um processo. De modo geral tudo é vida; energia, formas
diversas de existências, nem se sabe, quando começou ou quando
terminará. É um dos aspectos fundamentais para a clínica e para a
educação. A caracterização básica desse conceito na PT é a dimensão
atemporal.
69
Para Pierre Weil (1989) dentro de sua perspectiva do conceito de
vida, de energia de consciência (que é uma energia) refere a vida num
conceito mais amplo, não apenas da vida biológica, física, mas também
da natureza, do espírito, a vida-energia, infinita nas suas mais diferentes
expressões.
3. CONCEITO DE EGO
O Conceito de Ego na PT caracteriza-se como uma construção
mental, ilusória, que tem a tendência de solidificar energia mental em uma
barreira, a qual separa o espaço em dias partes: Eu e o outro. E
representando parcialidades das experiências humanas.
70
constituem a individualidade, que é o ser essencial integral
(Assagioli,1993).
71
O estado mental que antecede a criação do ego é um espaço
amplo, livre, luminoso, que esta ligado a uma inteligência porem sem
consciência, como se fosse um estado total de unidade indiferenciada.
72
gosto, eu sei, etc. Ao estabelecer o conceito, diminuem-se as chances de o
indivíduo viver a experiência direta, plena e verdadeira, visto que existe o pré-
conceito, a pré suposição. (Saldanha, 2006).
4. ESTADOS DE CONSCIÊNCIA
Os estados de consciência simbolizam, no corpo teórico, o caminhar
através das diferentes dimensões da consciência.
73
Estado de Consciência de vigília,
Estado de Consciência de sonho,
Estado de Consciência de sono profundo,
Estado de Consciência de devaneio,
Estado de Consciência de despertar e
Estado de Consciência cósmica ou de plena consciência
74
registra ondas cerebrais alfa de 9 a 13 ciclos por segundo, é
alcançado através do relaxamento. Neste estado as imagens são
desconexas, criativas, literárias, artísticas, científicas e administrativas.
Também, neste estado o indivíduo está totalmente aberto para
perceber o agora, está propício à livre associação, e suas idéias
devem ser anotadas imediatamente, pois podem desaparecer no
estado de vigília.
75
Todas essas abordagens podem ser chamadas de sistemas
destinados a mudar o estado de consciência. O trabalho terapêutico em
diferentes estados de consciência é vital na abordagem transpessoal
(Saldanha, 1999).
5. CARTOGRAFIA DA CONSCIÊNCIA
Cartografia da consciência é o mapeamento das diferentes regiões,
das dimensões mentais, de onde provêm os conteúdos experienciados e
acessados pelo indivíduo e que favorecem a sua compreensão em sua
trajetória de auto-aprimoramento. Cada estado de consciência acessa
diferentes conteúdos, tornando possível entender o que acontece nessas
dimensões mentais.
Conteúdos autobiográficos,
Vivencias intra-uterinas e
Nível que antecede a vivencia intra-uterina e vai além da
existência biológica.
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Portanto em sua cartografia dividiu em: “Consciente, inconsciente e
inconsciente coletivo”.
Vigília:
Formada de conteúdos usuais do cotidiano, presentes na
consciência, regidos pelo tempo linear passado, presente e futuro lógico, pelo
pensamento analítico e causal. A maioria das pessoas se mantem no estado
de vigília a maior parte do tempo.
Pré-consciente:
Nível de conteúdos ligados à vigília, acessados facilmente a partir de
uma simples evocação direta. Estão parcialmente ligados a vigília.
77
Inconsciente psicodinâmico:
Nível de conteúdos ligados a experiências, sentimentos e pulsões
biográficas, desde o nascimento até o momento da vida atual, mas que muito
raramente vêem à tona. Entretanto podem manifestar-se sob forma de
"Sintoma". Corresponde ao inconsciente Freudiano.
Inconsciente ontogenético:
Nível de conteúdos ligados a experiências intra-uterinas pré ou
perinatais. Representam uma zona de transição do nível pessoal para o
traspessoal, incluindo experiências de morte e nascimento.
Inconsciente transindividual:
Nível de conteúdos de experiências ancestrais (da linhagem
genética ancestral), experiências paligenéticas (de outros tempos e lugares,
que ultrapassa a linha biológica e a lei genética, gerando a compreensão
intuitiva da lei do carma), experiências coletivas e raciais (de várias culturas
passadas, do “inconsciente coletivo ou racial” que contém toda a história da
humanidade) e experiências arquetípicas (do inconsciente coletivo de Jung
através de símbolos universais da experiência humana, arquétipos ou
imagens primordiais). E o primeiro dos domínios transpessoais, experiências
com elementos que transcendem o ego.
Inconsciente filogenético:
Nível de conteúdos ligados a experiências além das formas
humanas, da própria seqüência evolutiva do nosso planeta, tanto orgânicas
(órgão, tecido, célula, animal ou vegetal) como inorgânicas.
Inconsciente extraterreno:
Nível de conteúdos que se estendem para além do nosso
planeta, experiência de estar fora do corpo, de encontros com entidades
espirituais, de percepção extra-sensorial, telepatia, clarividência, escrita
automática e possessão por espíritos.
Supraconsciente ou superconsciente:
78
Nível de conteúdos advindos da percepção ampliada da
realidade, com sentimentos de compaixão e equanimidade, com apreensão
intuitiva do fenômeno da unidade e da relação homem-cosmo, mas que é
acessado se estivermos receptivos a ele (eliminando os pensamentos
desnecessários). E um nível diferenciado da consciência, onde ocorre
profundo êxtase existencial. Também denominado como inconsciente
superior, pois sugere um nível mais amplo do que a consciência de vigília.
Vácuo:
Estado além de qualquer conteúdo. vivência do estado de puro
ser, fusão à Mente Universal, além do tempo e espaço, do bem e do mal.
Estado correspondente ao nirvana na filosofia budista. Para Grof (1988) e
subjacente a toda criação .
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