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Circuitos de 1ª ordem

Electrotecnia CTEN EN-AEL Poitout


Circuitos de 1ª ordem

• São designados por circuitos de 1ª ordem aqueles cujas grandezas –


tensão e corrente – são definidas por equações diferenciais de 1ª
ordem.

• Exemplo de circuitos de 1ª ordem:


R

R1
R2
e(t) L e(t)
C

• Normalmente, pretende-se determinar as funções que caracterizam a


evolução da tensão e da corrente (ao longo do tempo) em
determinados componentes do circuito.
Circuitos de 1ª ordem

• Os circuitos de 1ª ordem podem ou não ter fontes (de tensão e de


corrente) incluídas.

• Na ausência de fontes poderão existir corrente e tensão no circuito,


desde que as condições iniciais o permitam:

– Os comportamento dos condensadores (com carga) será semelhante ao de


uma fonte de tensão cujo valor diminui ao longo do tempo.

– O comportamento das bobinas (com campo magnético) será semelhante


ao de uma fonte de corrente cujo valor diminui ao longo do tempo.
Circuitos de 1ª ordem – obtenção das equações

• As equações diferenciais que caracterizam a tensão ou a corrente


podem ser obtidas a partir da aplicação da lei das malhas ou da lei dos
nós.
• Por exemplo, no circuito representado, aplicando a lei das malhas,
obtém-se:
di (t )
R
e(t ) = L + Ri (t )
dt
di (t ) R e(t )
e(t) L
+ i (t ) =
dt L L

• É de lembrar que se soubermos a corrente num determinado


componente (bobina, condensador ou resistência ) podemos sempre
obter a tensão a partir das equações já dadas.
O mesmo se pode dizer em relação à obtenção da expressão da
corrente a partir de expressão da tensão.
Circuitos de 1ª ordem sem fonte
obtenção da solução

• Num circuito de 1ª ordem sem fonte, a obtenção de uma solução está


simplificada: corresponde a obter a solução de uma equação
homogénea.
• Por exemplo, aplicando a lei das malhas ao circuito da figura obtém-se:

di (t ) R
R

L + i (t ) = 0
dt L

• R= 3 ohm
• L = 2 henry
Circuitos de 1ª ordem sem fonte
obtenção da solução

• Pretende-se então obter a solução duma equação do tipo:

di (t )
+ a i (t ) = 0
dt

• Analisando a equação verifica-se que a solução terá que ser tal que a
derivada seja semelhante à própria função.

• e-at é uma solução, no entanto a solução geral é dada por:

i (t ) = K1e −at

• O parâmetro K1 pode ser obtido a partir das condições iniciais do


circuito
Circuitos de 1ª ordem sem fonte
obtenção da solução

• Supondo que era conhecida a corrente na bobina no instante t=0:

i (0 ) = 5 A

• Pode-se definir que:


3
(0 )
5 = K1e 2

• Logo K1 = 5

• A solução será então


3
i (t ) = 5e
− t
2
Diversos – constante em tempo

• Todos os circuitos de 1ª ordem podem ser caracterizados por


um parâmetro denominado constante em tempo (representado
por τ).
• A constante em tempo permite avaliar a maior ou menor rapidez
na evolução das grandezas no circuito.

1
τ=
a
L
• No caso de um circuito RL: τ=
R
• No caso de um circuito RC: τ = RC
Circuitos de 1ª ordem com fonte
obtenção da solução

• Num circuito de 1ª ordem com fonte, as várias grandezas (tensão,


corrente) têm normalmente duas componentes :
– Uma componente transitória (“transient response”)
– Uma componente estacionária (“steady state response”)

• A componente transitória surge normalmente quando há uma variação


brusca das condições de funcionamento do circuito (por exemplo
quando este é ligado ou desligado).

• A componente estacionária corresponde à tensão ou corrente que


permanece após se ter “extinguido” a componente transitória.

• Nem sempre a componente estacionária é contínua. As suas


características dependem das fontes presentes no circuito (pode por
exemplo ser sinusoidal).
Circuitos de 1ª ordem com fonte
obtenção da solução

• As grandezas, num circuito de primeira ordem, são caracterizadas por


equações diferenciais do tipo:
dx (t )
+ a x (t ) = f (t )
dt

... em que o termo do lado direito da equação depende das fontes do


circuito (normalmente é desigando por “função forçadora”)

• A solução deste tipo de equações é composta pela soma de duas


soluções: uma correspondente à componente transitória, outra
correspondente à componente estacionária.

x(t ) = x p (t ) + xc (t )
Circuitos de 1ª ordem com fonte
obtenção da solução

x(t ) = x p (t ) + xc (t )

• A solução particular (ou resposta “forçada”) corresponde à componente


estacionária.

A solução complementar (ou resposta “natural”) corresponde à


componente transitória.
Circuitos de 1ª ordem com fonte
obtenção da solução

OBTENÇÃO DA SOLUÇÃO PARTICULAR


(COMPONENTE ESTACIONÁRIA):

• A solução particular pode ser obtida assumindo o seu “formato”, e


procedendo à sua substituição na equação diferencial (a solução
particular verifica a equação diferencial).

• Por exemplo se as fontes no circuito forem contínuas, pode assumir-se


que a solução particular da tensão ou corrente corresponda a uma
constante:
x (t ) = K1

O valor de K1 poderá então ser determinado através da substituição


desta solução na equação.
NOTA: para fontes contínuas também é possível chegar a este resultado de
outra forma.
Circuitos de 1ª ordem com fonte
obtenção da solução

OBTENÇÃO DA SOLUÇÃO COMPLEMENTAR


(COMPONENTE TRANSITÓRIA):

• A solução complementar pode ser obtida através da solução da


equação homogénea:
dx (t )
+ a x (t ) = 0
dt

... Sendo da forma:

x (t ) = K 2e − at

• O valor de K2 pode ser determinado através das condições iniciais do


circuito.
Circuitos de 1ª ordem com fonte
obtenção da solução

OBTENÇÃO DA SOLUÇÃO COMPLEMENTAR


(COMPONENTE TRANSITÓRIA):

• Para determinar o valor de K2 utiliza-se a solução global da equação


diferencial.

Ou seja: x (t ) = x p (t ) + xc (t )

x (t ) = K1 + K 2e − at

Supondo que por exemplo x(0)= 5 e K1 já tinha sido determinado e era


10, tem-se que:
5 = 10 + K 2e − a( 0 ) K 2 = −5

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