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O IMAGINÁRIO NA VISÃO

SARTREANA: RELATOS DE UMA


EXPERIÊNCIA
2 DE SETEMBRO DE 2014 BRUNOTURRI

CENTRO DE PSICOTERAPIA EXISTENCIAL

CURSO DE FORMAÇAO EM PSICOTERAPIA

FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL

O IMAGINÁRIO NA VISÃO SARTREANA:

RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA

SÃO PAULO

2009

FLÁVIA AUGUSTA VETTER FERRI

O IMAGINÁRIO NA VISÃO SARTREANA:

RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA

SÃO PAULO

2009

A todos aqueles que passaram pela minha vida, tornando-a especial.


AGRADECIMENTOS
A Deus, pela minha existência e por proporcionar-me condições para que eu possa
realizar meus projetos.
Aos meus pais, Érico e Maria, pela oportunidade, apoio e principalmente por
acreditarem em mim.

A minha irmã Elídia, pelo apoio, incentivo e acima de tudo pelo exemplo de dedicação
e persistência, no qual procuro espelhar-me constantemente.

Ao meu namorado Evandro, pela compreensão, carinho e companhia.

Aos professores do Centro de Psicoterapia Existencial por transmitirem seus


conhecimentos e experiências durante as aulas e em especial aos professores André e
Camon, pela orientação nesse trabalho.

Aos colegas do curso, pelo acolhimento, pelas experiências compartilhadas e


vivenciadas, com as quais pude aprender muito. Saudades de todos!

A todos os meus clientes, pela confiança e colaboração para meu crescimento.

Aos meus alunos, que com seus questionamentos e inquietações me fazem mergulhar
cada vez mais em busca de conhecimento.

“O importante não é o que fizeram de nós,

mas o que nós próprios fazemos daquilo

que fazem de nós”.

Sartre
RESUMO
O homem é um eterno vir-a-ser, como descreveu Sartre. É com esse movimento que a
existência flui constantemente. Acreditando nessa perspectiva, o presente trabalho
apresenta um novo olhar acerca de um atendimento clínico realizado no ano de 2006.
Para isso, foi realizada a leitura das gravações transcritas para não perder o foco dos
atendimentos. Em um segundo momento, buscou-se um embasamento teórico, enfocado
no pensamento de Sartre. Considerando que a psicoterapia no enfoque fenomenológico-
existencial está focada nas percepções e sentimentos que o cliente instiga no terapeuta,
não poderia deixar de conter relatos da experiência da relação vivenciada naquele
momento. No decorrer dos atendimentos, percebeu-se que a queixa inicial, relatada pela
cliente ao procurar ajuda, tratava-se apenas de um aspecto de algo que não estava tão
aparente. O que havia sido relatado como “dificuldade de concentração” foi percebida,
com o passar dos atendimentos, como uma predominância do imaginário na sua vida.
Segundo o pensamento de Sartre, o homem é livre para imaginar, sendo a imaginação
um ato intencional da consciência. É a consciência de alguma coisa que está ausente em
determinado momento, porém, que fora anteriormente percebido por essa consciência.
Outro ponto relevante a ser descrito é a espontaneidade, que significa dizer que é uma
produção livre, que foge de qualquer forma de determinismo. Nossa vida é inteira
calcada no imaginário e a idealização está diretamente ligada a ele. Embora a
idealização seja algo tão presente na vida, é perigoso quando predomina sobre o real.
Isso podia ser percebido no caso relatado e, uma vez que geralmente a vida não dá conta
de cumprir essas expectativas idealizadas, surge a decepção. É importante ressaltar que
o imaginário nada tem de surpreendente. Enquanto os objetos “reais” podem ter
possibilidades inesgotáveis de descoberta a seu respeito, os objetos da imaginação nada
podem ensinar ou conter de novo, uma vez que só é possível imaginar o que se conhece.
Pode-se dizer então, que a imaginação não é mais rica que a realidade, ao contrário, é
apenas um pálido esboço dela. Com o passar das sessões, a cliente foi percebendo como
isso acontecia em sua vida e mostrou-se aberta a possibilidades de mudança e a correr
os riscos da própria existência.

Palavras-chave: Imaginário, projeto, fenomenologia, existencialismo.


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO …………………………………………………………. 8
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ………………………………………… 10
Uma Breve Introdução ao Pensamento de Jean-Paul
Sartre…………………………… 10

Sobre o
Imaginário…………………………………………………………………………………
…………. 16

CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………. 24
REFERÊNCIAS ……………………………………………………….. 28

INTRODUÇÃO
A graduação em qualquer área que seja, está norteada por vários sentimentos e
expectativas. O término de um curso desse nível traz consigo muita angústia e envolve
uma intensa vontade de colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos durante
anos na universidade, um desejo de promover mudanças em determinados contextos,
muitas vezes de “mudar o mundo”, isso tudo somado à incerteza, inexperiência e
insegurança.

Após três anos da minha graduação, revendo meu primeiro atendimento clínico
realizado durante o período de estágio em um contexto de clínica-escola e concluindo o
curso de formação em psicoterapia fenomenológico-existencial, escolho o mesmo caso
para reescrevê-lo aqui, não com o objetivo de melhorá-lo, uma vez que esse processo já
se concretizou há anos, mas em uma tentativa de enxergá-lo com um novo olhar.

A fenomenologia traz um novo modo de ver a psicologia. Desvinculando-a de aspectos


científicos, voltados para parâmetros que buscam enquadrar a experiência humana em
uma racionalidade específica, ela contribui com um olhar diferente, que inclui todas as
experiências humanas a partir de uma idéia de homem- em – relação.

Pode-se afirmar que o trabalho da psicologia com olhar fenomenológico traz a proposta
de compreender a vivência de cada sujeito e atuar no sentido de promover mudanças no
campo perceptivo, afim de que o mesmo perceba outras formas de existir no mundo,
ampliando assim, seu leque de possibilidades. Trabalha-se com um sujeito que é, em
suma, pura possibilidade. A intervenção terapêutica vai buscar ajudar, no sentido de que
o paciente possa aprender por si mesmo sobre suas escolhas e o modo de experienciá-
las.

Com a realização deste trabalho, pretendo compreender como se dá a vivência do


fenômeno do imaginário com relação às expectativas da cliente e aos seus projetos de
vida.

Esse trabalho terá um enfoque no pensamento de Jean-Paul Sartre, novelista francês,


teatrólogo e considerado o maior intelectual do existencialismo. Um intelectual
rigoroso de sua época. Leu e discutiu os autores substanciais de seu tempo (primeira
metade do século XX), é referência nas áreas da filosofia, epistemologia, psicologia.

O grande desafio de Sartre foi responder a alguns problemas propostos aos cientistas,
filósofos e pensadores do período, dilemas trazidos pelo idealismo e racionalismo, por
um lado e pelo materialismo e positivismo, por outro, materializados em questões como
a problemática do conhecimento, a discussão acerca da objetividade nas ciências e, mais
especificamente, nas ciências humanas; a necessidade de revisão da filosofia, conduzida
pelo marxismo (SCHNEIDER, 2002).

No período em que esteve em Berlin, Sartre estudou a fenomenologia de Husserl, as


teorias de Heidegger e Jaspers e a filosofia de Scheller. A partir desses autores, chegou
a Kierkegaard. Seus escritos foram fortemente marcados pelo contexto de segunda
Guerra Mundial e pela ocupação nazista na França.

Morreu no ano de 1980 e seu cortejo contou com a presença de mais de 50 mil pessoas,
o que justifica a relevância de seu pensamento naquela época e o impacto causado pelo
mesmo, sendo ainda hoje bastante difundido.

UMA BREVE INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO DE JEAN-PAUL SARTRE

O surgimento do existencialismo enquanto corrente filosófica se deu na Europa após o


término da 2ª Guerra Mundial, em contexto marcado por uma crise política, social,
econômica e moral que a sucedeu. Em meio a um ambiente de desânimo, as teses
existencialistas correspondiam e esclareciam o momento histórico daquela época
(PENHA, 2001).

O mesmo autor ressalta que ao mencionar a origem da palavra existencialismo, tem-


se existere, sinônimo de exibir-se, mover-se para fora. Logo, essa doutrina filosófica
tem como centro a reflexão acerca da existência humana, considerada individual,
concreta e particularmente.
A corrente de pensamento existencial tem vários representantes, entre eles destacam-se
Sören Aabye Kierkegaard (1813-1855), Friedrich Wilhelm Nietzsche(1844-1900),
Martin Heidegger (1889-1976) e Jean-Paul Sartre (1905-1980).
Antes de iniciar ressaltando as contribuições de Sartre para o existencialismo, convém
resgatar o conceito de intencionalidade de consciência, proposto inicialmente por Franz
Brentano (1838-1917) e difundido por Edmund Husserl (1859-1938).

O filósofo Franz Brentano, percebeu que haviam fenômenos ou processos mentais que
não eram dados à observação. Para ele, a consciência não era uma substância. Partia
então do pressuposto que a consciência é sempre intencional, sempre referente a algo.
Brentano dá ênfase à intencionalidade dos fenômenos psíquicos e, por conseguinte
acredita que o ponto de partida do conhecimento é a intencionalidade da consciência.

Husserl, segundo Penha (2001), é o criador do método fenomenológico. Recebeu


influência de Franz Brentano, seu antigo professor. Por ser formado em matemática,
Husserl tinha o objetivo de fundamentar a filosofia de forma rigorosa, tornando-a uma
ciência universal.

Fenomenologia vem do grego phainomenon particípio presente de phainesthai, que


significa aparecer. A fenomenologia busca investigar a essência inerente da aparência.
O termo aparência assume duas concepções simetricamente opostas. A primeira seria o
ato de ocultar a realidade. A segunda a manifestação ou revelação da mesma realidade.
Pelo segundo significado, a aparência é o que manifesta ou revela a própria realidade,
de maneira que esta encontra na realidade a sua verdade, a sua revelação. Aparência é
qualquer coisa de que se tem consciência. Qualquer coisa que apareça à consciência é
uma área legítima da investigação filosófica (COELHO, 2006).
O método criado por Husserl sugere a integração entre objeto e sujeito através da
reflexão, pois, segundo ele, a atenção volta-se para o objeto e, desta forma, é possível
percebê-lo como se apresenta à consciência, chegando-se mais próximo daquilo que se
observa. Eis o princípio de intencionalidade da consciência. (ERTHAL, 2004).

A consciência, segundo Husserl, não é um depósito de conteúdos mentais, mas um


movimento para fora de si, para que dessa forma, possa existir. Portanto, consciência
consiste em voltar-se em direção às coisas que aparecem a ela como fenômenos,
captando e descrevendo as experiências tais como se processam.

Seu postulado básico é a intencionalidade, característica fundamental da consciência,


pois é através dela que aquilo que um objeto é. Seguindo esse pensamento, se estabelece
uma nova relação entre sujeito e objeto, onde o pensamento e o ser estão interligados.

A fenomenologia busca captar a essência mesma das coisas, descrevendo a experiência


tal como se processa de modo a que se atinja a realidade tal como ela é. Para tanto,
Husserl propõem que o indivíduo suspenda todo o juízo sobre os objetos que o cercam.
Nada afirme nem negue sobre as coisas, adotando uma espécie de abandono do mundo e
recolhimento dentro de si mesmo. O mundo é então colocado entre parênteses,
permanecendo na consciência apenas aquilo que, por sua evidência, é impossível de ser
negado. (DARTIGUES, 2005).
Segundo o autor acima citado, a tarefa efetiva da fenomenologia está em analisar as
vivências intencionais da consciência para perceber como se produz o sentido dos
fenômenos.

A fenomenologia nasce como uma tentativa de análise do fenômeno enquanto


fenômeno. Dessa forma, as generalizações, na vã tentativa de entendimento do homem,
são deixadas de lado e apenas a peculiaridade de cada fenômeno é que passa a ser
percebida. Se por um lado parece extremamente simples analisar o fenômeno pelo
próprio fenômeno, por outro, essa tarefa se reveste de modo bastante complexo na
medida em que sempre temos um conceito apriorístíco sobre os fenômenos. Analisá-los
como fenômenos, sem preconceitos significa despir-se de valores muitas vezes
arraigados ao longo de anos de reflexão (ANGERAMI, 2007).

A proposta da fenomenologia de Husserl consiste em adotar para si a postura de que só


é possível chegar ao fenômeno indo a ele ao modo como ele se apresenta e não tomar
como ponto de partida sistemas de verdades com suas premissas ou hipóteses. Parte-se
da redução fenomenológica como forma de não permitir o deslocamento e, assim, fazer
do conhecimento um dado evidente em si mesmo. Husserl, em primeiro momento,
identifica a fenomenologia como uma psicologia descritiva, distanciando – se tanto da
perspectiva idealista como da realista. Tenta encontrar essências fundadas sobre a
evidência e construir uma fenomenologia propriamente dita (ANGERAMI, 2002).

Ao conhecer o conceito de intencionalidade proposto por Husserl, Sartre, nas palavras


de sua companheira Simone de Beauvoir “empalideceu de emoção” (PENHA, 2001). A
partir de seu interesse e estudo acerca da fenomenologia, Sartre deu início as suas
produções filosóficas mais importantes.

Nogare (1994) ressalta que a filosofia sartreana baseia-se no pressuposto de que a


existência precede a essência, ao passo que, primeiramente o homem surge no mundo,
descobre-se e só depois se define. Em outras palavras, o homem surge como um nada e
será tal como se fizer, lançando-se para o futuro através de seu projeto.

O existencialismo considera a existência humana em seu aspecto particular, individual e


concreto. Essa individualidade é uma proposta do homem assumir-se totalmente, ou
seja, tornar-se senhor das suas atitudes, da sua maneira de ser. E isso nada mais é do que
um conhecer-se na relação com o mundo e consigo próprio, de modo que possa dar
respostas diferenciadas entre suas necessidades e as exigências que vêm de fora.

Segundo o pensamento de Sartre, o homem é um ser indeterminado, ou seja, a partir do


momento em que é lançado ao mundo de forma factual, sem justificativas, precisa
“fazer-se”, “criar-se” e apenas fará isso através de suas escolhas. Pode ele, fazer um
projeto de si próprio, realizando-se.

É o fato de poder fazer opções que constitui a essência do homem e lhe permite criar
seus próprios valores. Ele é um ser diante da escolha. Não há como não escolher.
Assim, se ele é totalmente livre para escolher, é também responsável por tudo que faz,
portanto, tendo um compromisso com a realidade.
Em sua obra “O Existencialismo é um Humanismo” (SARTRE, 1978), Sartre cita que o
fato de a existência preceder a essência, faz com que o Homem seja inevitavelmente
responsável pelo que é. Esse é o princípio de toda sua filosofia. O Homem nada mais é
do que aquilo que faz de si, o que se projeta num futuro (NUNES, 1995).

Sartre não considera passado, presente e futuro instâncias temporais separadas umas das
outras. Para ele, existe uma constante dialética, presente a todo o momento na vida do
homem, o constituindo. O passado, de acordo com o filósofo, pode ser caracterizado
pelo seu caráter cristalizado, imutável, paralisado, cujos acontecimentos não podem ser
eliminados nem transformados. O presente por sua vez, é o momento em que nos
colocamos, imediatamente petrificado em passado sendo apenas uma linha divisória
entre o que aconteceu e o que acontecerá. Enquanto o futuro é o que ainda não é. Trata-
se das expectativas, um possível, com a possibilidade contrária de não ser. Para Sartre, é
a mola propulsora dos projetos de cada indivíduo. É se projetando para o futuro, que o
homem escolhe diante de suas possibilidades (ARRUDA, 1994).

Erthal (2004) lembra que o homem é o que se projeta e não existe antes desse projeto. É
o que Sartre denominou de projeto original, a escolha que o indivíduo faz sobre si
mesmo, sendo essa a matriz de todos os demais projetos e determinante de sentimentos
e ações. Cabe a cada sujeito criar o seu projeto, através da liberdade, condição essencial
do homem.

Para Sartre, o homem está condenado a ser livre. Condenado por não ter criado a si
próprio e por não ser possível abdicar dessa liberdade. É essa liberdade que o faz ser
responsável pelo seu devir. Logo, é a liberdade que obriga a realidade humana a existir
em vez de ser, é o fundamento da existência e se traduz pela necessidade de ser
constantemente escolha.

Para criar seu próprio mundo, realizar suas próprias potencialidades, não deixa de ser
para o homem uma fonte de angústia, pois ele escolhe sem experiências prévias, estando
sujeito a erros. Esta condição propicia o aparecimento da angústia no homem, visto que
esta responsabilidade que lhe é inerente o obriga a agir encarando a verdade
diretamente, ainda que isso seja difícil pelo fato de ninguém poder realizar por ele seu
projeto. Projeto que deve ser entendido como a procura de atualização da própria
essência, do completar-se, condição jamais atingida pelo ser humano.

Nunes (1995), vindo de encontro com o pensamento sartreano, aponta que o homem é
uma totalização-em-curso e isso faz com que ele seja obrigado a escolher a todo
instante, sendo submetido à responsabilidade total de sua existência.

A atribuição de tal responsabilidade por sua existência é o que dá fundamento à


angústia, uma vez que o indivíduo não pode fugir dessa condição (GILES, 1980). Uma
vez que existir é escolher, complementa Nogare (1994), é inevitável entrar em contato
com a angústia.

É essa angústia que traz ao homem a necessidade de engajar-se com sua própria
existência, a superar sua condição o tempo todo, a inventar-se a cada momento.
A princípio, o existencialismo trouxe a idéia de um pensamento pessimista acerca da
vida do homem, por trazer em seu bojo conceitos como solidão, angústia, tédio e morte.
Sartre rebate essa afirmação dizendo justamente o contrário: o otimismo consiste em
colocar a vida do homem em suas próprias mãos, dar condições para ele se libertar das
amarras e determinações das quais está condicionado e tornar-se protagonista de sua
própria história (ERTHAL, 2004).

SOBRE O IMAGINÁRIO

Para abordar a questão do imaginário na concepção fenomenológico-existencial, o


presente trabalho apresentará um estudo de caso relativo a um atendimento clínico
realizado no ano de 2006. Trata-se de uma mulher a qual chamaremos de Diana[1], na
época com 23 anos de idade, que procurou ajuda no Centro de Psicologia Aplicada da
Universidade Paranaense, localizada na cidade de Cascavel, PR. Em um primeiro
momento, sua queixa principal era a dificuldade de concentrar-se em seus estudos.

Diana estava cursando o primeiro período do curso de Estética e Cosmetologia. Além


da dificuldade relatada anteriormente, era possível perceber também dificuldades em
relacionar-se com seus colegas, tanto de turma quanto de trabalho.

Há três anos, Diana trabalhava como auxiliar de serviços gerais em um hospital da


cidade, trabalho esse escolhido por ela justamente por se tratar de um trabalho mecânico
e ter a característica de “não precisar pensar” (sic) para ser realizado.
Eis aqui, segundo o que me parece, um dos aspectos mais relevantes do seu processo
psicoterápico. Sua autoestima. Retomando o pensamento sartreano, nossa vida só se
realiza mediante escolhas e são essas escolhas que determinam quem somos.

Sartre chama de projeto original a escolha que o indivíduo faz sobre si mesmo. O
indivíduo forma uma imagem de si e realiza todas as suas escolhas seguindo essa
imagem (ERTHAL, 2004). Pensando na opção de Diana por um emprego do qual não
seria necessário nenhum esforço intelectual para ser realizado, pode-se pensar o quanto
ela mesma subestimava suas possibilidades. Dessa forma fica evidente qual a imagem
que Diana tinha construído de si mesma até aquele momento, a de uma pessoa que não
acreditava ser capaz.

Isso refletia de forma bastante significativa em relação aos seus estudos. “Quando eu
venho pra cá [referindo-se à universidade] sinto como se eu ‘tivesse’ em outro planeta,
acho que esse não é meu lugar” (sic).
Com o relato acima mencionado é possível perceber o quanto Diana sentia-se
inadequada no contexto da Universidade. Segundo Torres (2008, p. 38)

“sentir-se inadequado é perceber-se desigual a uma referência, seja ela uma pessoa ou
um contexto. (…) Perceber a inadequação pode ser incômodo, principalmente em um
contexto onde as diferenças são evitadas”.

Torres (2008) ressalta que o sentimento de inadequação pode estar relacionado com
limitações das habilidades pessoais. Diante dessa colocação, é oportuno salientar duas
condições que colaboravam para que Diana se sentisse dessa forma. O primeiro diz
respeito à sua condição socioeconômica. Vale lembrar que apesar de estar inserida em
uma Universidade de cunho particular, ela exercia uma função de ajudante geral e
residia em um bairro carente da cidade mencionada. Outro aspecto importante é o fato
de apresentar dificuldades na dicção, no que se refere a pronuncia de algumas palavras.
Essa dificuldade a deixava muito constrangida nos momentos em que precisava
apresentar algum trabalho em sala de aula ou mesmo ler um texto em voz alta, limitando
suas ações.

Percebe-se que para Diana, o sentimento de inadequação era bastante significativo, uma
vez que chegava a incomodar-se por ser desigual. Era possível perceber em si, um
desejo de ser como suas colegas, tidas por ela como referencial.

A partir das percepções mencionadas e da nossa relação no setting terapêutico, eu


comecei a compreender mais o que ela significava como dificuldade em concentrar-se.

Com o passar das sessões, Diana foi relatando o que ela denominava “Mundo de
Bobby” [2].

O imaginário de Diana estava quase exclusivamente voltado a sua postura diante dos
acontecimentos de sua vida, a sua posição frente ao mundo e diante dos outros.
Geralmente, quando algo acontecia em sua rotina, Diana agia de determinada forma
que, de fato, nunca lhe agradava. Permanecia com a sensação de que agiu da pior forma
possível e que poderia ter feito diferente, que poderia ter sido melhor.

A imaginação nada mais é do que uma forma do objeto aparecer à consciência


(ANGERAMI, 2003). De acordo com Arruda (1994), a consciência se dirige a um
objeto que esteja ausente no seu campo perceptual para dele preencher-se. Em outras
palavras, imaginação só se configura desta forma, por ter a característica de trazer à
consciência aquilo que está ausente em determinado momento.

Diana imaginava incontáveis vezes a mesma situação já ocorrida, porém, agindo de


forma diferente. Ora conseguindo manter uma posição firme, defendendo seus ideais,
ora contando piadas e agradando a todos com seu bom-humor. Conseguia visualizar em
seu imaginário, algo que não estava presente nela: uma postura ativa e espontânea.

Desta forma, em sua imaginação, o desfecho de suas histórias era sempre perfeito,
esperado por ela, mas nunca alcançado por ela na vida real apesar dos “ensaios” na
frente do espelho, fato que culminava em constante frustração e decepção a respeito de
sua conduta.

Suponho que, por ter uma autoestima bastante reduzida, Diana dirigiu-se a um ideal
quase inatingível, perfeito demais, numa tentativa de compensar o seu vazio. Devido a
esse distanciamento existente entre si e sua imagem idealizada, frequentemente
decepcionava-se consigo mesma, o que consequentemente confirmava sua
incapacidade. Ou seja, a todo o instante realizava escolhas que vinham ao encontro da
sua autoestima rebaixada e a confirmava a todo o momento.
É importante ressaltar que, de acordo com Angerami (2003), a todo o momento estamos
criando expectativas em nossa vida, calcadas no imaginário. Pode-se dizer, segundo o
autor, que nossa realidade é praticamente toda sedimentada nesse aspecto imaginário.

De acordo com Arruda (1994), a imaginação é liberdade, uma vez que a consciência
tem o caráter livre e criador. Sartre chega a compará-lo ao ato mágico, na virtude de
fazer aparecer objetos desejáveis.

Logo, se não houvesse uma motivação desejante, não haveria necessidade de trazer para
a consciência esse objeto.

“Eu sou o meu imaginário; a minha realidade objetiva e absoluta é a minha


subjetividade e seu enfeixamento com o imaginário; eu sou a minha sensopercepção e o
seu embricamento imaginário. O meu corpo é a minha consciência, o meu imaginário,
que é a minha própria realidade” (CAMON, 2004 p. 43).

Percebe-se que na vida real, Diana apresentava dificuldades em assumir os riscos de


suas escolhas, em reconhecer sua liberdade e como conseqüência, paralisava diante dos
acontecimentos de seu cotidiano. Nesse sentido, aparece o imaginário como um espaço
em que ela se sentia segura para experimentar-se, arriscar-se no mundo. Seguindo esse
pensamento, Angerami (2004) aponta que é no imaginário que as possibilidades de
realização e superação ganham contornos e formas para serem lançadas no nível do real.
Nesse sentido, o autor afirma que embora a idealização seja algo tão presente na vida, é
perigoso quando predomina sobre o real. E era isso que estava acontecendo com Diana.

Embora todas as ações humanas se iniciem no imaginário, o estabelecimento preciso


entre este e o real é condição fundamental para o equilíbrio da subjetividade do ser
humano (ANGERAMI, 2004).

Para Sartre, o imaginário é frustrante por nada conter de revelador sobre as coisas, pois
só é possível imaginar algo que se conhece. O mundo real tem seu caráter surpreendente
e comporta inesgotáveis descobertas acerca de um objeto, a imaginação por sua vez,
seria uma pobreza essencial, pálido esboço dessa realidade que se apresenta de forma
tão rica.

Seguindo esse pensamento, pode-se dizer que uma existência norteada apenas pelo
aspecto imaginário torna-se frustrante, incompleta, pois não traz em si o caráter
surpreendente da realidade concreta.

Para Angerami (2004), quando nossa realidade existencial não dá conta das expectativas
criadas no imaginário surge à decepção. A decepção está relacionada ao não
cumprimento da idealização originária no imaginário.

Existia uma tendência de Diana em estar o tempo todo no imaginário e não conseguir
realizar suas possibilidades no mundo real. Isso apenas foi percebido por ela no
momento em que ela deu-se conta do quanto estava em uma condição de telespectadora
de sua própria existência.
“Às vezes eu tenho a sensação de que eu estou sentada, assistindo minha vida passar,
como se fosse uma novela, mas sem nenhum acontecimento novo. Só a mesmice de
sempre” (sic).
Pensar em ser protagonista de sua própria história, de realizar escolhas que o tempo
todo permite ao homem criar-se é fonte de angústia para todos, uma vez que esse
movimento de liberdade traz consigo a responsabilização e o compromisso com a sua
existência. Parece que era dessa angústia que Diana pretendia fugir, uma vez que,
assumir uma condição passiva diante da vida, traz a ideia ilusória de que não se é
responsável por ela. O que Diana até então não havia se dado conta até então é de que
essa posição passiva na qual permanecia também se efetivava em uma escolha.

Em todos os momentos em nosso encontro era possível notar o quanto Diana estava
envolvida e comprometida com o tratamento psicoterápico, mostrando uma postura
reflexiva e aberta a mudanças.

A partir de nossas reflexões, pareceu-me que Diana estava buscando libertar-se das
amarras que a impediam de agir e não mais apenas em concentrar-se nas suas
atividades. Isso seria consequência. Era preciso apropriar-se de sua liberdade e de sua
existência. Reconstruir sua autoestima e, por conseguinte, seus projetos. Poder realizar
escolhas em um mundo concreto sem ter a sensação de que poderia ter sido diferente,
decepcionando-se a todo o momento por não ter agido da forma como esperava.

De acordo com Angerami (2004, p. 22)

“é no imaginário que se processam as grandes mudanças do campo perceptivo antes de


se tornarem realidade; é nele que se efetiva a própria elaboração dos conceitos, sobre o
qual se fundamentam as concepções de valores, de mundo e da condição humana”.

O mesmo autor ressalta que, embora a vida imaginária tenha um fascínio reluzente
capaz de conferir as mais diferentes propriedades a um determinado objeto, é preciso
que também tenhamos padrões claros e definidos da vida real (ANGERAMI, 2004).

Seguindo o pensamento de Kierkegaard, Feijoo (2002) lembra que a existência humana


é um eterno paradoxo do qual não há possível nenhuma resolução. Dentre os inúmeros
paradoxos citados pelo filósofo, ele cita que o ser humano é vivência entre finito e
infinito, no qual permanece em constante dialética. Finito representado pelo campo de
ação e infinito pela imaginação. Ambos são necessários e de extrema importância, pois
se o homem se perde no finito, fica limitado à ação, ato repetitivo, ao contrário, a perda
no mundo do imaginário constitui o próprio delírio.

Sartre nos fala que só é possível estabelecer projetos futuros se conseguirmos nos
colocar em direção à, ou seja, um futuro sem essa vivência de imaginário não mobiliza
o homem em direção a construção e realização desse projeto.

Muitas pessoas apresentam inúmeras dificuldades na vivência do real pelo fato de


estruturarem expectativas a partir da vivência imaginária. O imaginário não apresenta as
dificuldades inerentes à realidade (ANGERAMI, 2004).
Com o passar das sessões, Diana pode lançar mão de seu imaginário de uma forma
diferente. Refez seu projeto, reinventou outra forma de existir. Quando passou a
acreditar em si mesma, a liberdade já não a assustava mais. E quando já era possível
realizar escolhas sem medo de correr riscos, quando se sentia confiante para
responsabilizar-se pelos seus atos, dentro de suas potencialidades e possibilidades, a alta
foi proposta.

“A melhor coisa que mudou em mim foi aquela sensação ruim de ter feito algo errado.
Não fico mais querendo voltar atrás, no “Mundo de Bobby”. Consigo até respirar
melhor. Minha autoestima mudou muito. (…). Me sinto com força, capaz de aprender
(…) eu pensei e acho que ‘tô preparada pra fazer as minhas coisas sozinha. Foi muito
bom vir aqui. Eu senti que você dava importância pras minhas coisas. Aqui eu vi outro
aspecto das coisas, que tem outro jeito, outra maneira de ver que não era o que eu via.
Dependia de mim desde o começo, por isso foi tão difícil e você me ajudou nisso.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo clareza da importância do saber psicológico e influenciado pela fenomenologia


de Husserl, Sartre iniciou suas incursões teóricas formulando proposições no campo da
psicologia. Voltou-se, porém, à filosofia pela necessidade técnica de melhor
fundamentar os seus estudos cerca da psicologia. Poder-se-ia afirmar que a filosofia
sartreana foi o fio condutor de boa parte de suas elaborações psicológicas, posição
perfeitamente coerente com o objeto central de toda a sua obra – o homem concreto.
Poucos, porém, compreendem sua relevância na psicologia, que se encontra na
exposição de uma psicologia em moldes totalmente diversos dos até então existentes, ao
apontar a superação de uma série de dificuldades e impasses presentes no âmago das
formulações da psicologia clássica e psicanálise freudiana.

O projeto principal de Sartre, em seu trabalho, foi reformular a psicologia, realizando-a


em moldes totalmente diferentes daqueles do empirismo e da metafísica, perspectivas
que determinaram a constituição dessa disciplina até aquele momento histórico
(SCHNEIDER, 2002).

Pode-se dizer que a psicoterapia, vista como uma proposta fenomenológico- existencial
tem como princípio a crença no homem-em-relação, na sua forma de estar-no-mundo,
na sua forma de escolher sua existência. Assim, esse homem encara o vazio, a culpa, a
angústia, a morte, sempre buscando caminhos que o levem a transcender-se a todo
instante.

Angerami (2002) pontua que os existencialistas negam-se a entender o homem a partir


decategorizações, generalizações e até mesmo de abstrações resultantes da aplicação de
baterias de testes psicológicos. O homem, ao ser concebido como fenômeno único e
isolado, lança por terra outro princípio das teorias comportamentais em Psicologia:
“organismos diferentes reagem do mesmo modo diante de estímulos semelhantes”. Essa
posição poderia ser assim conceituada pelos existencialistas: “organismos diferentes
reagem de modo diferente diante de estímulos semelhantes”.

Enquanto ciência empírica, a Psicologia, necessita de um enfeixamento determinista


para ser considerada como tal: “descobrir, descrever, explicar e predizer as ocorrências
do mundo em que vivemos”. E, para realizar tais propósitos, deve servir-se de seu
instrumental científico: testes psicológicos, entrevistas, levantamento de dados, exames
clínicos e outros (ANGERAMI, 2002).

Seguindo esse pensamento, na medida em que os existencialistas percebem os


experimentos feitos em bases ditas científicas como irrelevantes, uma vez que a
singularidade do homem é homogeneizada, a união do pensamento existencialista coma
Psicologia Cientifica é praticamente impossível (ANGERAMI, 2002).

De acordo com o mesmo autor, o trabalho do psicólogo que atua na abordagem


fenomenológico-existencial não é científico e nem tem pretensão de sê-lo. O autor
afirma que somos apenas sonhadores que acreditam em uma psicologia mais humana,
por mais que pareça paradoxal diante dos avanços da própria ciência.

A própria forma como refletimos a concepção fenomenológica no campo da


psicoterapia já torna difícil um enquadre que possibilite respostas absolutas e
definitivas. Não há como se pretender o chamado enquadre científico e, ao mesmo
tempo, buscar a especificidade e unicidade de cada pessoa. Se difundimos o tempo todo
a necessidade de uma compreensão humana incluindo a totalidade da existência do
homem em toda a sua historicidade, não há a menor condição de se aspirar ao respaldo
nos critérios científicos (ANGERAMI, 2002).

A essência da psicoterapia consiste, portanto, na escuta e na fala. Sobre a fala diz


Heidegger: O ser humano fala. Falamos acordados e nos sonhos. Falamos o tempo todo;
falamos inclusive quando não proferimos palavra alguma e quando escutamos ou lemos,
falamos também quando nem escutamos ou lemos senão que efetuamos um trabalho ou
nos entregamos ao ócio (ANGERAMI, 2002).

O cliente passa a perceber que a norma da vida é o risco, fazendo escolhas ou não ele
arrisca-se a todo o momento, até no fato de nada escolher, não se pode ter certeza do
resultado de nossas escolhas. A consciência da liberdade e da responsabilidade, em si
mesma é geradora de angústia. Expressando suas possibilidades de conduta, o homem
vai moldando a si mesmo, ao mesmo tempo que vai se moldando ao mundo (ERTHAL,
2004).

Erthal (2004) define que o principal objetivo da psicoterapia existencial é proporcionar


uma maximização da autoconsciência para facilitar um aumento do potencial de
escolha; é proporcionar uma ajuda efetiva ao cliente no sentido de descobrir-se e de
autogerir-se; é ajudá-lo a aceitar os riscos de suas próprias decisões responsáveis, enfim,
de aceitar a liberdade de ser capaz de utilizar suas próprias capacidades para existir.

Erthal (2004) cita que a função do terapeuta é apenas estimular a mudança no sentido de
ver o cliente fiel a sua própria mudança, confiando na capacidade “latente” do mesmo
de poder compreender a si mesmo e resolver seus problemas, não traçando um rumo
para ele.

A autora também discute o terapeuta na relação psicoterapêutica, afirmando que esse é


uma pessoa, mas é também um eu em desenvolvimento que se define na relação. Seu
papel é a própria coragem de ser uma pessoa. Não é preciso sair desse papel para viver o
papel do cliente, pois o terapeuta precisa ensinar a seu cliente que ele tem um lugar
próprio, e que é também diferente daquele ocupado pelo primeiro. A empatia não é uma
identificação é sim uma compreensão do que se passa com o cliente como se fosse ele,
sem deixar de ser uma pessoa diferente. O resultado de uma compreensão empática é
observado pela reação do cliente como se sentisse que estivesse se ouvindo e se
compreendendo através do terapeuta.

Erthal (2004) assegura certo envolvimento na relação, existe uma divisão de


responsabilidades, pois há um caráter de reciprocidade na relação. Inevitavelmente o
terapeuta existencial serve de modelo para o cliente, o que aumenta ainda mais a sua
responsabilidade como terapeuta. Não há procura de imagem de si no outro. Cada um é
único, contudo realizando trocas. Ser modelo não significa modelar intencionalmente o
comportamento do cliente, mas transmitir atitudes que levam a uma auto-revelação de si
mesmo. O ser autêntico promove autenticidade. O cliente cria sua própria visão e seus
valores, e somente a ele cabem as decisões e a opção final.

Nosso papel de psicólogos é acolher o sujeito proporcionando-lhe um espaço de escuta,


no qual ele possa perceber a singularidade de sua existência e sua responsabilidade
diante da mesma.

Penso que o papel do profissional da psicologia é ajudar o cliente para que assuma sua
liberdade de ser, aceitando os riscos de suas escolhas, utilizando sua capacidade criativa
para existir, responsabilizando-se que a partir de suas próprias escolhas que se constrói e
dá sentido a sua existência, podendo assim perceber que existem inúmeras
possibilidades para enredar a sua existência.

REFERÊNCIAS
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Brasília, ano 14, n.61, jan./mar. 1994.
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Campinas, 2008. Acesso em 10 de agosto 2009. Disponível
em:www.psicoexistencial.com.br

[1]Nome fictício adotado para preservar a identidade da cliente.

[2]Referência a um desenho animado chamado “O fantástico mundo de Bobby”, no qual


o curioso menino, protagonista da história, encontra recursos na sua imaginação para
tentar entender o mundo dos adultos.

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