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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................4
1.2. Bacias Hidrográficas..........................................................................................4
2. GRANDEZAS IMPORTANTES.......................................................................11
3. PRECIPITAÇÃO................................................................................................12
3.1. Mecanismo de Formação da Precipitação .....................................................13
4. INTERCEPTAÇÃO ...........................................................................................23
5. INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO............................................................24
3
7.4.1. Fatores que afetam a evaporação da água em uma superfície vegetada .31
8. EVAPOTRANSPIRAÇÃO ................................................................................32
8.1. Tipos de Evapotranspiração ...........................................................................32
1. INTRODUÇÃO
A hidrologia é o ramo da ciência que estuda a água e interage com as ciências naturais,
essencialmente com a ocorrência, circulação e distribuição da água nos meios aquáticos,
terrestres e aéreos, e com as propriedades físicas e químicas da água. Há uma estreita relação
entre a hidrologia e as outras ciências que envolvam em maior ou menor grau o estudo da
água, tais como, a climatologia, a hidráulica, a biologia, as engenharias, a agronomia, etc.
A bacia hidrográfica pode ser definida como o conjunto de terras limitadas por divisores
de águas e com existência de nascentes dos cursos de água, principais e secundários,
denominados afluentes e subafluentes (Figura 1).
P
a) Coeficiente de Compacidade (Kc): Kc = * 0,28
A
onde: P e o perímetro da bacia em Km; A e a área da bacia em Km2
A
b) Fator de Forma (Kf): Kf =
L2
Uma bacia com uma rede de drenagem apresentando muitas ramificações têm a
possibilidade de gerar mais escoamento superficial do que àquelas com poucas ramificações,
que tem mais possibilidade de infiltrar água.
A ordem dos cursos d’água traduz a maior ou menor capacidade de escoamento de uma
determinada bacia hidrográfica, inferida como natureza geomorfológica dos solos que
compõem a bacia, pois uma bacia de primeira ordem significa que o solo tem uma alta
capacidade de infiltração, e portanto um de ordem quatro por exemplo, terá menor
capacidade de infiltrar água, proporcionando assim, maior escoamento. Em geral a seguinte
classificação pode ser adotada:
Rios de “Primeira Ordem” – correspondente aos canais que estendem das nascentes até
a primeira confluência
b) Densidade de Drenagem
Traduz a eficiência do sistema de drenagem de uma bacia, que é expresso pela relação
entre o comprimento total dos cursos d’água (efêmeros, intermitentes ou perenes) e sua área
total. Esse índice em geral varia de 0,5 Km / Km2 para bacias com drenagem pobre, a 3,5 Km
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/ Km2 ou mais para bacias com sistema de drenagem rico e pode ser calculado pela seguinte
L
expressão: Dd = onde:
A
Q
Densidade da Rede Fluvial (Dr): Dr = onde:
A
É comum iniciar o ciclo da água ou ciclo hidrológico, como também é conhecido, com
a evaporação da água dos oceanos e a sua conclusão com o retorno da água para os mesmos.
No ciclo da água ( Figura 5) a energia solar tem participação fundamental, pois através dessa
energia é que a água dos oceanos passa do estado liquido para o gasoso, indo para a
atmosfera na forma de vapor de água. Do vapor d’água que se eleva dos oceanos uma parte
condensada se precipita na forma de chuva sobre o próprio oceano, outra parte por meio da
circulação geral da atmosfera atinge os continentes, onde ocorre sua condensação e
conseqüente precipitação.
Tabela 1 Características Físicas das Bacias Hidrográficas dos ribeirões Itaim e Antas no município de Taubaté – SP.
Parte da chuva que atinge a superfície terrestre é interceptada pela cobertura vegetal,
podendo escoar diretamente pelos caules ou precipitar da folhas e atingir o solo e uma outra
parte que mantém as folhas e caules úmidos pode evaporar mais tarde e retornar a atmosfera.
Uma outra parte, ainda, da água precipitada, chega ao solo diretamente sem ser interceptada
pela vegetação e que, ao atingir o solo, pode infiltrar no mesmo ou escoar diretamente para
lagos ou reservatórios, córregos, rios e daí para os oceanos. Da parte que infiltra no solo,
parte fica retida nos poros do solo e constitui o seu armazenamento, que, entretanto, poderá
retornar à atmosfera pela evaporação da superfície do solo ou pela transpiração de superfícies
vegetais. Outra parte dependendo do local de infiltração pode atingir no subterrâneo os
aqüíferos freático e artesiano. O aqüífero freático alimenta nascentes, córregos e rios que em
síntese conduzem a água aos oceanos, fechando o ciclo.
2. GRANDEZAS IMPORTANTES
A área por sua vez, é uma grandeza que define o tamanho da superfície, tais como da
própria bacia hidrográfica, ou da área dos diferentes tipos de uso e cobertura, do reservatório,
etc. A área da bacia hidrográfica é uma grandeza cujo conhecimento é muito importante para
a determinação exata do volume de chuva na bacia, do volume do escoamento superficial,
etc.
A vazão é um parâmetro representado pela relação entre o volume (m³, l) por unidade
de tempo (h, min ou s) obtida aplicando-se a equação da continuidade: Q = V.A , onde Q =
Vazão em m3/s, A é a área em m2 e V é a velocidade da água em m/s. Facilmente podemos
considerar o área de uma bacia e o tempo de chuva ou ainda o tempo de bombeamento de
água e transformar a altura de lâmina de água (mm) em vazão (m³/hora).
3. PRECIPITAÇÃO
de uma série de dados (30 anos) o que para a maioria das bacias hidrográficas se constitui
num problema devido à falta de dados.
C - Precipitação Ciclônica
A nuvem é um aerossol constituído por uma mistura de ar, vapor d’água e gotículas no
estado líquido que variam de 0,01 a 0,03 mm de diâmetro. Quando se olha para o céu deve-se
perguntar, toda nuvem produz chuva ?
Observando o céu, verifica-se a existência de nuvens que não produzem chuva o que
evidencia a necessidade de ocorrência de algum processo que desencadeie a chuva. A origem
da chuva na realidade está relacionada aos processos de crescimento e coalescência das
gotículas de água nas nuvens, de modo que atinjam um volume tal que seu peso supere as
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forças que a mantém em suspensão, adquirindo então velocidade superior às forças verticais
de ascensão.
Por exemplo: uma chuva com Tr = 5 anos significa que é esperado que pelo menos uma
vez a cada 5 anos essa chuva seja igualada ou excedida. Isto é há 20% de chance de que seja
igualado ou excedido no período de 5 anos.
V
P= x10 = mm
A
Exemplo: Um Pluviômetro com diâmetro 25 cm coletou um volume de água de 1600
cm3 , a altura de chuva nesse caso será:
16
1600
A = 3,14 x (252 )/4 = 490,6 cm2 P= x10 = 32,6mm
490,6
Devido ao fato de P ser independente da área, lógico que para um dado pluviômetro o
valor de P depende de sua área A. O fato de P independer da área e que faz com que a
unidade mm seja útil e pratica, pois se espalharmos 1 litro de água sobre uma superfície plana
e impermeável de 1 metro quadrado, teremos uma lâmina ou altura de água de 1 milimetro.
Conforme pode ser observado na relação:
1litro 1000cm 3
P= = = 0,1cm = 1mm
m2 10000cm 2
Dessa forma conhecendo-se a área de captação de uma bacia passamos a ter uma idéia
mais concreta do volume de água que se acumula ou escoa após uma determinada chuva, pela
seguinte relação, 1 mm = 10 m3/ha.
Pluviômetro Pluviógrafo
Figura 7. Pluviômetro e Pluviógrafo do Postro meteorológico UNITAU/INMET
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Existem vários tipos de pluviógrafos, porém somente três têm sido mais utilizados.
V
i= = mm / hora
A∆t
1600
i= x10 = 10,87mm / h
490,6 x3
Ietogramas: Os ietogramas são gráficos de barras (Figura 9), nos quais a abscissa
representa a escala de tempo e a ordenada a altura de precipitação. A leitura de um ietograma
é feita da seguinte forma: a altura de precipitação correspondente a cada barra é a
precipitação total que ocorreu durante aquele intervalo de tempo.
Os dados lidos nos pluviômetros são mais comuns do que os dados de pluviógrafos e
são lançados diariamente pelo observador em folhinha específica, a qual é remetida no fim
de cada mês para a entidade encarregada. Antes, do processamento dos dados observados nos
postos são feitas algumas análises para a verificação de consistência dos dados.
Como os dados são lidos pelos observadores, podem ocorrer erros considerados
grosseiros do tipo Observações marcadas em dias que não existem (ex.: 31 de abril); Leituras
absurdas (ex.: 500 mm em um dia); Erros de transcrição (ex.: 0,36 mm em vez de 3,6 mm).
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Figura 11. Variabilidade da chuva no tempo para Piracicaba –SP no mês de janeiro.de 1984.
Fonte: Reichardt, (1986).
Outro aspecto importante na medida da chuva é a sua variabilidade espacial que pode
ser observada, mais freqüentemente, nas chuvas de verão das regiões tropicais e subtropicais,
as quais são muito localizadas. Dessa forma e freqüente chover em um local e não chover a
umas poucas centenas de metros desse local. Esse fato suscita a pergunta: Quantos
pluviômetros são necessários para se ter uma boa representatividade da chuva. Essa e uma
pergunta difícil de responder e um critério pratico e a de se ter 1 pluviômetro a cada 1 a 5
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Km2 , contudo uma densidade de pluviômetros dessa ordem significa um custo elevado de
instalação, operação e manutenção.
Figura 12 .Variabilidade da chuva (espaço e tempo) nos estados do Amazonas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Sul.
Fonte: Reichardt, (1987).
4. INTERCEPTAÇÃO
À medida que a água infiltra pela superfície, as camadas superiores vão sendo
umedecidas de cima para baixo alterando gradativamente o perfil de umidade do solo. Essa
infiltração se dá pela ação da gravidade (força Peso), que vence as forças de adesão e coesão
entre as partículas de solo e a água (umidade). Existe então uma frente de molhamento na
penetração da água no solo, que ao se aprofundar deixa o solo acima de si saturado Contudo,
o ar presente no solo, fica aprisionado em vários poros do solo, e assim, nesse processo, a
taxa de infiltração passa a diminuir com o tempo, pois ocorre o aumento de comprimento da
zona saturada que em conjunto com o ar aprisionado passa a oferecer resistência ao processo
de infiltração. Desse modo, a água só irá se aprofundar mais em uma camada de solo, se a
camada imediatamente superior estiver saturada, e sendo assim, se o fornecimento de água
cessar, cessa-se o processo de infiltração e o que teremos é um processo de redistribuição da
umidade no solo.
A velocidade de infiltração decresce com o tempo, de modo que após algum tempo
pode ocorrer escoamento superficial. A capacidade de infiltração aumenta com o aumento da
porosidade, do tamanho das partículas, da presença de fissuras biológicas e do estado de
fissuração das rochas. Quanto mais seco o solo, maior será a capacidade de infiltração, as
águas das chuvas transportam os materiais finos que, pela sua sedimentação posterior, tendem
a reduzir a porosidade da superfície. As chuvas saturam a camada próxima à superfície e
aumenta a resistência à penetração da água. A cobertura vegetal do solo favorece a
infiltração, já que dificulta o escoamento superficial da água e melhora a porosidade do solo.
São constituídos de dois anéis concêntricos de chapa metálica, com diâmetros variando
entre 16 e 40 cm, que são cravados verticalmente no solo de modo a restar uma pequena
altura livre sobre este. Aplica-se água em ambos os cilindros mantendo uma lâmina líquida
de 1 a 5 cm, sendo que no cilindro interno mede-se o volume ou a altura de água aplicada a
intervalos fixos de tempo. A finalidade do cilindro externo é manter verticalmente o fluxo de
água do cilindro interno, onde se faz a medição. Testes de infiltração de água podem demorar
de 1 a 2 horas em solo arenoso, e, até 6 ou mais horas em solo argiloso.
Alguns valores de Velocidade de infiltração Básica para solos e outras superfícies são
mostrados nas Tabela 4.
Tabela 4. Valores de Velocidade de Infiltração Básica para solos no Brasil
Classificação VIB (mm/h)
Muito alto > 30
Alto 15 – 30
Médio 5 -15
Baixo 1–5
Muito baixo <1
Fonte: Reichardt (1987)
Parte da água infiltrada no solo chega a atingir camadas mais profundas e com isso
atinge o aqüífero freático, o qual está em contato direto com, rios, córregos, lagos e
nascentes. Contudo, pode ocorrer que a quantidade de água seja suficiente somente para
umedecer e/ou saturar determinada camada de solo, sendo portanto retida por ele e se
constituindo em água de armazenamento. A água é retida nos poros do solo por forças
capilares, que são função da afinidade entre partículas sólidas do solo e a água, havendo
necessidade da ocorrência da interface ar-água. Estas interfaces ar-água, chamadas meniscos,
apresentam uma curvatura que é tanto maior quanto menor for o tamanho do poro. A
curvatura determina o estado de energia da água e assim, quanto menor o poro mais retida
está a água. Desse modo para se esvaziar um poro grande (solo arenoso) precisa-se de menor
quantidade de energia de sucção do que para esvaziar poros pequenos (solo argiloso).
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7. EVAPORAÇÃO
Fenômeno pelo qual a água passa da fase líquida para a fase gasosa (vapor), a
evaporação ocorre tanto em uma massa de água contínua (mar, lago, rio, poça) como em uma
superfície úmida (planta, solo, etc.) e exige um determinado suprimento de energia externa,
normalmente admitido como poder evaporante do ar.
O Brasil com sua enorme extensão territorial, apresenta grande variação nos valores de
umidade do ar. Na região Amazônica a UR fica quase sempre próximo a 100 % devido a
ocorrência diária de chuva. Em regiões áridas como o Nordeste, a UR pode em determinadas
épocas do ano se aproximar de 20 a 10 % . Na região Centro-Oeste são típicos valores médios
de UR ao redor de 50 a 40%. Nas regiões Centro-Sul e Sul são comuns os valores de UR ao
redor de 50 a 70 %. Esses valores de UR são valores médios, pois os valores diários e
estacionais da UR podem apresentar grande variação.
No tanque representado pela Figura 18. as moléculas de água que estão no meio da
massa líquida estão ligadas umas com as outras por componentes horizontais (direita e
esquerda) e componentes verticais (inferior e superior), enquanto que as moléculas de água
que estão próximo a superfície não apresenta a componente vertical superior. Esse
desequilíbrio nada mais é que a tensão superficial da água. Na medida em que uma molécula
de água é puxada para o interior da massa líquida e ocorrendo o aquecimento da água devido
à radiação solar, uma molécula do interior da massa líquida que obteve ganho de energia
cinética (energia de movimento) ocupa seu lugar. Na superfície de água livre, existe o contato
ar-água ocorre uma grande troca de vapor de água e se a molécula que sobe tiver energia
cinética maior que a tensão de vapor na interface ar-água, a mesma vence a tensão superficial
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A radiação líquida média, por exemplo, na região de Piracicaba no estado de São Paulo
(Reichardt, 1987) no período de primavera-verão é 337 cal/cm2/dia, se toda essa energia for
utilizada para evaporar a água de um tanque a 25 oC, por exemplo, ela seria suficiente para
evaporar 0,578 g de água em cada cm2. Isto porque 1 g de água exige 583 cal para se
evaporar a 25 oC. Como 0,578 g é igual a 0,578 cm3, a altura de água evaporada será de
0,578 cm ou 5,78 mm.
c) Vento: O vento transporta massas de ar de uma região para outra e, assim, afeta a
evaporação pois quando uma massa de ar úmida e fria é reposta por uma massa de ar seca e
quente, novas quantidades de vapor podem ser absorvidas pelo ar e como conseqüência se
intensifica o processo de evaporação.
d) Salinidade da água: Existe uma afinidade muito maior entre moléculas de água e
entre essas e moléculas de sólido, do que de água-ar ou sólido-ar. Desse modo as forças de
retenção na interface sólido–água dentro de um tanque de evaporação, um lago ou rio de água
salobra, ou oceano do são mais fortes que da água pura, necessitando nesse caso de maior
energia para a evaporação.
a) Umidade do solo: Quanto mais úmido estiver um determinado solo mais fácil se dará
o processo de evaporação. Contudo o fluxo de água dentro do solo depende da sua estrutura e
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da sua textura, pois um solo argiloso por exemplo tem grande capacidade de armazenar água,
devido ao pequeno tamanho de suas partículas que lhe confere elevada porosidade, mas ao
mesmo tempo eleva em muito a suas forças de retenção nas interfaces sólido-líquido,
diminuindo assim a sua capacidade de transmitir água.
A evaporação que mais ocorre em uma planta é a evaporação da água que foi utilizada
nos diversos processos metabólicos necessários ao crescimento e desenvolvimento das
plantas, o qual recebe o nome de transpiração. Contudo, ocorre logo após cessar uma chuva a
evaporação da superfície foliar e caules.
nas condições de acentuado estresse hídrico. Informação mais detalhada sobre a perda de
água das plantas pode ser obtida em Ferri, (1979).
8. EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Existindo água disponível no sistema solo-planta este fluxo pode atingir 10 mm/dia
dependendo se o dia está ensolarado, com UR baixa e vento razoável. Em dias nublados por
outro lado, dado a elevada UR, o fluxo pode ser pequeno e mesmo desprezível.
Diz-se que a Evapotranspiração é potencial (ETp) quando a água é utilizada por uma
extensa superfície vegetada, em crescimento ativo e cobrindo totalmente o solo, estando esta
superfície vegetal bem suprida de umidade, ou seja, em nenhum instante a demanda
atmosférica é restringida por falta de água no solo. Para Penman (1956) a grama foi
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prontamente tomada como padrão pois esta é a cobertura utilizada nos postos meteorológicos.
Assim definida, a ETp, é um dos elementos climatológicos fundamentais, que corresponde ao
processo oposto da chuva (Thornthwaite, 1946
São aqueles que estimam a ETp pelo uso de formulas e Equações que se utilizam de
medições de alguns parâmetros climáticos específicos, além dos tanques de evaporação.
Existem também vários tipos diferentes de tanques de evaporação, sendo o mais comum
o tanque Classe A. Neste caso mede-se a evaporação da água no tanque em situação de
cobertura vegetal (grama) circundando o tanque, e transformação dessa evaporação em
evapotranspiração se dá pela seguinte relação:
120
superficial (%)
100
Escoamento
80
60
40
20
0
0 8 40 90 100
Cobetura florestal (%)
9.1.3. Infiltração
A Velocidade de infiltração decresce com o tempo, dessa forma, seu valor é alto no
início do processo e vai decrescendo até chegar a um valor aproximadamente constante,
quando então é chamada Velocidade de infiltração Básica.
9.1.4. Topografia
Conforme a Bertoni & Lombardi Neto (1990) em uma rampa de 100 metros, devido a
energia cinética o 1º 25 m perde 13,9 t/ha, 2º 25 m perde 25,9 t/ha, 3º 25 m perde 38,8 t/ha,
4º 25 m perde 51,4 t/ha, assim torna-se importante a adoção de parcelamentos da rampa para
o controle da erosão utilizando-se de terraceamentos ou cordões de vegetação permanente.
e) Nível d’água :é a altura atingida pela água na seção considerada em relação a uma
dada referência. São valores instantâneos ou médios de períodos.
a) Balanço hídrico
P – INF– EV = ES onde:
b) Medições de vazão
Existem várias maneiras para se medir a vazão em um curso d´água, para pequenos
córregos, utilizam-se calhas e vertedores; para rios de médio e grande porte a determinação
da vazão se faz a partir do conhecimento da área e da velocidadede escoamento. Em geral, as
maneiras mais utilizadas são aquelas que estimam a vazão a partir do nível d´água:
b1) Vertedores
São mais utilizados os vertedores de parede delgada, de forma retangular com contração
completa (Figura 26)e forma triangular (Figura 27). As fórmulas que relacionam o nível e a
vazão são as seguintes:
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Vertedor retangular:
Q = 1,84 ⋅ L ⋅ H 1,5
(L e H em m, Q em m3/s)
Vertedor triangular:
Q = 1,42 ⋅ H 2,5 (H em m, Q
em m3/s) – Equação válida para
θ = 90°
V = a + b.n
Vvert = V0,6
b) dois pontos, quando h é maior que 1,0 m. Neste caso, o molinete é colocado a
20% e 80% de h e a velocidade média da vertical é a média aritmética das velocidades
obtidas nos dois pontos:
V0, 2 + V0,8
Vvert =
2
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Vi + Vi +1
Vsec_ i =
2
A vazão total da seção do rio é obtida pelo somatório das vazões parciais:
n
Q = ∑ qi
i =1
A experiência tem mostrado que o nível d´água (h) e a vazão (Q) ajustam-se bem à
curva do tipo potencial, e com o avanço da informática o uso de planilhas eletrônicas tipo
EXCEL, tem facilitado em muito o ajuste de curvas e equações.
O hidrograma apresenta, então, três partes principais: ascensão, caracterizada pelo forte
gradiente e diretamente relacionada com a intensidade da precipitação; região do pico, junto
aos valores máximos de vazão e atingindo o ponto de inflexão (ponto C); recessão, quando
somente o escoamento subterrâneo contribui para a vazão no rio.
Pode-se separar estes dois escoamentos (para fins de análise individual) através do
hidrograma, utilizando-se métodos gráficos. O objetivo destes métodos é determinar uma
linha que represente a divisão entre as parcelas superficial e subterrânea do escoamento.
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O ponto A, em todos os casos é de fácil determinação, visto a forte inflexão que ocorre
durante o período de ascensão do hidrograma. No entanto, o ponto C, que caracteriza o
término do escoamento superficial e o início da recessão, é de determinação mais complexa.
Vários critérios podem ser utilizados para a sua determinação:
O método racional, implica na definição de que a máxima vazão irá ocorrer quando toda
a bacia estiver contribuindo com a vazão do rio, na saída da bacia, Figura 34. Desse modo, o
tempo de percurso da água do ponto mais remoto na bacia até a foz, será igual ao Tc (tempo
de concentração). O cálculo se dá pela seguinte expressão:
CIA
Q= , onde:
360
Q = descarga máxima em m3/s
C = coeficiente de escoamento (runoff)
I = intensidade (mm/h) da precipitação esperada para um certo período de
retorno e de duração igual ao tempo de concentração da bacia.
A = área em hectares.
Observando-se a formula verifica-se que a vazão será tanto maior quanto maior forem
os valores de C, I e A.
TIPO DE SOLO
DECLIVE % arenoso franco Argiloso
Uso e Cobertura do Solo
Floresta
0–5 0,1 0,3 0,4
5 – 10 0,25 0,35 0,5
10 – 30 0,3 0,5 0,6
Pastagem
0–5 0,1 0,3 0,4
5 – 10 0,15 0,35 0,55
10 – 30 0,2 0,4 0,6
Terras Cultivadas
0–5 0,3 0,5 0,6
5 – 10 0,4 0,6 0,7
10 – 30 0,5 0,7 0,8
L3
Tc = 0,0195K 0, 77 K= , onde:
H
Tc = Tempo de concentração (min)
L = Comprimento máximo percorrido pela água (m)
H = Diferença de altura entre o ponto mais distante e o ponto de saída da bacia (m).
O método do Soil Conservation Service - SCS-USA, atualmente NRCS (2007) tem por
base a determinação da Infiltração e da Precipitação efetiva (Pe), isto é a parte da precipitação
que pode gerar escoamento superficial.
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Tabela 10. Valores do coeficiente “C” de runoff, usando na fórmula racional, Chow (1964).
Características da Área C
Gramados
Solo arenoso, 2% 0,05 – 0,10
Solo arenoso, 2 a 7% 0,10 – 0,15
Solo arenoso, maior que 7 % 0,15 – 0,20
Solo argiloso, 2% 0,13 - 0,17
Solo argiloso, 2 a 7% 0,18 – 0,22
Solo argiloso, maior que 7% 0,25 – 0,35
Comercial
Zona central 0,70 – 0,95
Periferia 0,50 – 0,70
Residencial
Casas isoladas 0,30 – 0,50
Conjuntos de casas, esparsos 0,40 – 0,60
Conjunto de casas, densos 0,60 – 0,75
Edifícios de apartamento 0,50 – 0,60
Zonas suburbanas 0,25 – 0,40
Industrial
Áreas leves 0,50 – 0,80
Áreas densas 0,60 – 0,90
Parques e cemitérios 0,10 – 0,25
Play-grounds 0,20 – 0,35
Áreas às margens de estradas de ferro 0,20 – 0,40
Áreas não desenvolvidas 0,10 – 0,30
Ruas e Telhados
Asfalto 0,70 – 0,95
Concreto 0,80 – 0,95
Paralelepípedos 0,70 – 0,85
Telhados 0,75 – 0,95
O cálculo da precipitação efetiva é feito por meio da Figura 38 ou por meio da seguinte
equação:
( P − 0.2 ∗ S ) 2
Pe = para P ≥ 0.2∗S
( P + 0.8 ∗ S )
onde:
25400
S= − 254
CN
O CN depende de 3 fatores:
- tipo de solo;
- ocupação de solo.
Grupo B – Solos menos permeáveis que o anterior, arenosos menos profundos que os
do Grupo A e com permeabilidade superior a média (teor de argila ainda inferior a 15 %).
Grupo C – Solos que geram escoamento superficial acima da média e com capacidade
de infiltração abaixo da média, contendo considerável porcentagem de argila e pouco
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profundo (barrentos com teor total de argila de 20 a 30 % mas sem camadas argilosas
impermeáveis ou contendo pedras até profundidades de 1,2 m).
Grupo D – Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa
capacidade de infiltração e alta capacidade de escoamento (argilosos 30 – 40 % de argila e
ainda com camada densificada a uns 50 cm de profundidade.
CONDIÇÃO I – solos secos – as chuvas nos últimos 5 dias não ultrapassam 15 mm.
CONDIÇÃO II – situação média na época das cheias – as chuvas nos últimos 5 dias
totalizaram entre 15 e 40 mm.
CONDIÇÃO III – solo úmido (próximo da saturação) – as chuvas nos últimos 5 dias
foram superiores a 40 mm e as condições meteorológicas forma desfavoráveis a altas taxas de
evaporação.
Tabela 11. Valores de condição de umidade antecedente.
A água subterrânea em seu estado natural está em contínuo movimento que é governado
por leis ou princípios hidráulicos. As estruturas hidráulicas que contém as águas subterrâneas
são chamados de aqüíferos, que em geral são formações geológicas permeáveis. A maioria
dos aqüíferos são constituídas por rochas não consolidadas, especialmente compostas por
cascalho e areia em geral de grande extensão e que podem ser considerados como
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reservatórios subterrâneos. A água que recebem entra através de recargas naturais e flui
através deles por ação da gravidade ou pela extração em poços.
O aqüífero é não confinado quando a água nele presente não tem seu nível delimitado
por camada de impedimento e sim delimitado pela superfície de água livre onde reina a
pressão atmosférica e, portanto, chamado de freático e seu nível ou limite superior é chamado
de lençol freático. De outra forma o aqüífero confinado, conhecido como artesiano é aquele
que contém pressão acima da atmosférica, pela ação de confinamento provocado por duas
camadas de material impermeável.
Na Figura 38 é demonstrado alguns tipos de poços em função dos aqüíferos do qual eles
obtém água.
sedimentares consolidadas que formam bons aqüíferos. Nestas rochas, as fraturas causadas
pelos movimentos tectônicos, alargadas pelos canais de dissolução devido à ação da
percolação da água atmosférica, formam aberturas conectadas através das quais o fluxo
subterrâneo pode ser considerável.
Os calcários formam um relevo típico, onde normalmente é grande a acumulação de
água, o relevo de colinas (ou kárstico). Formam também, um aqüífero típico, contendo
grandes reservas de água subterrânea, conhecido como aqüífero cárstico.
Rochas ígneas são resultantes do esfriamento e solidificação do magma originado em
grandes profundidades. Se a solidificação ocorre em profundidade as rochas ígneas são
intrusivas ou plutônicas e, se a solidificação ocorre na superfície ou próximo dela, as rochas
ígneas são extrusivas ou vulcânicas. As rochas ígneas maciças são impermeáveis, mas,
quando se encontram fissuradas ou fraturadas podem vir a constituir bons aqüíferos.
Nas rochas metamórficas, dobradas e falhadas por efeito de um tectonismo regional, os
aqüíferos são constituídos pelas estruturas rúpteis existentes, tais como fraturas, diáclases e
falhas.
Salvo condições particulares onde o poço é jorrante a remoção de água só é
possibilitada por bombeamento que uma vez iniciado irá promover um rebaixamento da água
no poço e no seu entorno formando o chamado cone de depressão que diferem em forma e
tamanho dependendo da taxa de bombeamento, do tempo de duração do bombeamento, das
características do aqüífero, especialmente, da sua Transmissividade (T) em m²/dia, inclinação
da linha do lençol e da recarga do aqüífero ao redor do poço.
É claro que a água subterrânea profunda ou artesiana é importante, principalmente
quando se necessita de grandes volumes de água no bombeamento para alguma atividade
humana. Contudo para efeito de produção de água em um curso d água na bacia hidrográfica
torna-se de suma importância a água do lençol freático, principalmente por estar localizada
próximo à superfície do solo, e também pelo fato de ser responsável na maior parte das vezes
pela manutenção da vazão de rios e córregos.
A água que escoa em um rio pode advir do escoamento superficial ou da descarga das
águas subterrâneas nas fontes. A contribuição devida às águas subterrâneas é conhecida como
fluxo de base dos rios.
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O balanço hídrico na sua forma natural e mais completa pode ser estabelecido pela
seguinte equação de conservação de massa:
onde:
O balanço como apresentado tem que ser olhado com bastante critério, pois alguns
termos têm maior importância que outros dependendo da bacia considerada. Se a bacia é
florestada, a Evapotranspiração, a Infiltração, o Armazenamento e o Escoamento subterrâneo
são mais importantes, se a bacia tem muita área impermeabilizada, os termos Escoamento
superficial no solo e Evaporação têm mais importância, ou ainda se a bacia possui um grande
represamento, a Evaporação da superfície de água é mais importante.
Contudo, é óbvio que muitas bacias tem um pouco de cada um desses tipos de
superfície, e que existem variações mesmo dentro de uma mesma superfície, por exemplo, a
área rural não é homogênea, tem vegetação do tipo pasto, culturas agrícolas, florestas,
pequenos represamentos, áreas impermeáveis, mesmos assim, em termos quantitativos do
balanço, só é possível uma abordagem pelas médias, mensal e anual e de forma reduzida.
P – INF– EV = ES
Como foi visto o escoamento superficial compreendido aqui como todo escoamento que
ocorre sobre a superfície do solo é maior onde a cobertura do solo é desprovida de vegetação,
o que pode acontecer tanto em bacias hidrográficas totalmente rurais ou ainda urbanas. Em
bacias rurais o escoamento superficial provoca o arraste das partículas de solo desprendidas
pela chuva, para as porções mais baixas ou planas dos terrenos da bacia hidrográfica,
causando o assoreamento dos mananciais, aumentando a concentração de sólidos em
suspensão e com isso também o aumento da concentração de elementos químicos.
Moreira et al, (2006) demonstraram que o ribeirão Itaim no Vale do Paraíba embora
com uma recuperação da vegetação nos últimos 17 anos (Aguiar, et. Al., 2006) da ordem de
127%, carrega cerca de 8.000 kg de sólidos em suspensão.
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14. BIBLIOGRAFIA
15. CITAÇÃO
16. CONTATOS