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Políticas de Formação de Professores de Física: o caso do curso de

Licenciatura em Física Modalidade a Distância UAB/UFAL

Aberal Ferreira da Silva neto (UAB/UFAL)


aberal.ferreira@bol.com.br
Gluadstone Araújo Santos Ramalho(UAB/UFAL)
gasr_al@oi.com.br
José Santana de Lima (UAB/UFAL)
santana669@gmail.com
Natanael dos santos(UAB/UFAL)
natanael_stos@hotmail.com

Resumo:
Apresentamos e discutimos as Políticas de Formação de Professores de
Física: o caso do curso de Licenciatura em Física Modalidade a Distância
UAB/UFAL com base em alguns teóricos. Mostramos a história do ensino do
ensino a distância no País, desde os projetos pioneiros ao Sistema
Universidade Aberta do Brasil, assim como as suas bases legais. Fizemos um
relato da história da EaD na Ufal em seguida,realizamos um breve relato dos
impactos do curso Licenciatura em Física UAB/UFAL confrontado a atual
situação dos professores que hoje atuam nas escolas, bem a grande carência
desses profissionais.

Palavras-chave: Política, Formação,Distância, UAB, física.

1. Introdução
Em Alagoas, os atuais Programas de Formação de professores, com
destaque para o Programa Universidade Aberto do Brasil (UAB) sinalizam para
uma preocupação do atual governo em formar os profissionais do Ensino de
Ciências, com ênfase nas áreas de Matemática e Física, necessários ao nível
da Educação Básica.

Na rede pública de ensino temos um déficit muito grande com relação ao


número de professores de Física. Segundo uma pesquisa realizada por
Barbosa em 2008, em "Alagoas existe uma demanda de por aproximadamente
320 professores somente na rede pública de ensino, sendo 82 na rede
Municipal, e 238 na rede Estadual" (2008, p. 12).

Desde 1996, com a promulgação LDB, tem sido condição sine qua non
para exercício da profissão docente, a formação em curso de licenciatura
plena para a atuação na Educação Básica. Como bem menciona o Art. 62; que
diz que a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em
nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades
e institutos superiores de educação.

Durante o nosso estágio na rede publica estadual de ensino, vimos a


carência que existe de professores de Física, pois na cidade em que moramos
existe apenas um professor de Física, mas o mesmo não está lecionando. A
falta desse profissional foi o que mais nos motivou para fazermos esse artigo
sobre Políticas de Formação de Professores de Física: o caso do curso de
Licenciatura em Física Modalidade a Distância UAB/UFAL.

Neste artigo iremos fazer um resumo sobre a história da Física no Brasil,


tendo como base alguns teóricos, apresentaremos algumas propostas
educacionais que poderiam aumentar o número de professores no estado de
Alagoas, apresentaremos também o curso de Física no estado de Alagoas e
as necessidades que existe desse profissional. Iremos comentar sobre a
atuação de outros profissionais formados em outras áreas, que estão atuando
como professores de Física.

O nosso objetivo é fazer um estudo teórico/bibliográfico acerca da LDB;


das políticas de Formação de professores de Física no Brasil; o impacto do
sistema UAB para a educação alagoana e o perfil do egresso do curso de
Licenciatura em Física da UFAL; delinear o perfil do profissional que hoje atua
no ensino de física nas escolas públicas alagoanas, apresentar os impactos
das políticas de formação de professores de Física em nível de graduação no
contexto do sistema Universidade Aberta do Brasil para a Educação Básica
alagoana.

O trabalho será desenvolvido da seguinte maneira como trata-se de uma


pesquisa de natureza qualitativa de campo a partir da qual será desenvolvido
um estudo teórico/bibliográfico acerca da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) com ênfase no que tange à formação
de professores para a Educação Básica, bem como os documentos legais que
decorrem destas diretrizes.

Identificar e evidenciar as políticas de Formação de professores de Física


em vigor no Brasil, bem como o impacto que o sistema UAB tem provocado na
educação alagoana e especificamente na qualidade do ensino de Física ao
nível da Educação Básica e Superior.

Este estudo teórico/bibliográfico tem por objetivo ainda, destacar o perfil


do egresso do curso de Licenciatura em Física da UFAL presencial e a
distância, favorecendo desta forma, a análise do real impacto que tais cursos
têm provocado no contexto da educação alagoana.

Num segundo momento desta pesquisa, vamos delinear o perfil do


profissional que hoje atua no ensino de física nas escolas públicas alagoanas.
Para isto, vamos recorrer num primeiro momento à Secretaria de Estado da
Educação e do Esporte de Alagoas (SEEE-AL) e suas coordenadorias de
ensino em busca de documentos que nos permitam traçar este perfil.

Ao final desta etapa, teremos um conjunto de dados que nos permite


identificar o número e o perfil dos profissionais que atuam como professores de
Física na Educação Básica Pública Alagoana bem como identificar quais
destes professores fazem parte do Sistema Universidade Aberta do Brasil.
Uma vez identificados os sujeitos que são alunos do curso de Licenciatura em
Física do sistema UAB/UFAL que estão de fato no exercício do magistério na
educação Básica Alagoana, será aplicado junto a estes sujeitos um formulário
de coleta de dados no formato de um questionário com 3 questões fechadas e
2 abertas buscando identificar o impacto que o curso de Licenciatura em Física
da UAB/UFAL tem provocado em sua ação docente e de que forma isto
repercute na(s) escola(s) em que o mesmo desenvolve sua prática pedagógica.
Este trabalho ainda está em andamento, pois ainda iremos fazer delineamento
do Perfil dos Professores de Física em Exercício, identificação dos professores
que são alunos do curso de Física UAB/UFAL e aplicarmos um questionário
aos alunos do curso de Física da UAB.

O artigo está dividido em quatro capítulos, onde no primeiro iremos


comentar sobre Políticas de Formação de Professores de Física no Brasil, o
segundo capitulo Sistema Universidade Aberta do Brasil, o terceiro O curso de
Física na Modalidade a Distância da UAB/UFAL e por último os Impactos do
Sistema UAB para a formação de professores de física em Alagoas.

1. Políticas de Formação de Professores de Física no Brasil


No Brasil o ensino de ciências sempre teve deficiências, pois além de ser
uma área recente em nosso país, não houve uma preocupação da parte dos
governantes. A primeira escola de nível superior no Brasil só veio surgir em
1810 que foi a Academia Real Militar, oferecendo os cursos de topografia,
geografia e das armas de engenharia, infantaria e cavalaria. Segundo Silva
(1998) o curso tinha duração de sete anos.
"A Academia Militar fora uma instituição de ensino e regime militares e destinava-
se a formar oficiais..., Fora constituída por um curso de sete anos, assim
distribuídos: os quatro primeiros anos básicos, o chamado curso de matemática e
outro militar de três anos de duração. ( Silva, 1998)"

Em 1858 com a modernização com construções de estradas de ferro,


portos, prédios, etc. teve-se então, a necessidade de formar engenheiros civis,
portanto houve uma reformulação no ensino superior brasileiro, a escola Militar
passa a ser denominada escola Central do Exército segundo Silva (1998)
"destinada ao ensino da matemática e Ciências Físicas Naturais. Sendo que o
curso de matemática e Ciências Físicas e naturais era um curso de formação
de bacharéis, e tinha quatro anos de duração."

Este modelo teve duração até 1874, quando houve um rompimento entre
os ensinos civil e militar, transformando a Escola Central do Exército em Escola
Politécnica segundo Silva (1998). Com essas modificações, o curso de
Ciências Física e Matemática, tinha duração apenas de três anos, isso
perdurou até 1896.

Ainda segundo Silva (1998) estes cursos eram estritamente


profissionalizante, mantidos por escolas isoladas e se manteve até a década de
1930. “Sem nenhuma formação de professores de nível superior, só se
disponha de escolas profissionalizantes, isto é, de ciências aplicadas e
formação vocacional" (KULLOK, 2000).
Em 11 de abril de 1931 foi promulgado um decreto de nº 19 851 do
ministério da Educação e saúde Pública, o mesmo foi um grande avanço na
educação brasileira, pois nessa época foram fundadas varias Universidades.

Mas, segundo alguns historiadores da ciência, costumam fixar o inicio da


física no Brasil a partir da Universidade de São Paulo, em 1934, quando a elite
paulista trouxe vários europeus cientistas, dentre eles físicos e matemáticos,
"onde esses cientistas impulsionaram o ambiente da Matemática e da Física da
época" . Segundo BARBOSA (2008).

Nesse período o estudo e desenvolvimento da Física tiveram um grande


avanço, pois entre os anos de 1934 a 1979 podemos citar vários cientistas
como: Gleb Wataglhin, em cuja honra foi batizado o instituto de Física da
UNICAMP, José Leite Lopes, Jayme Tiomno,Roberto Salmeron, César lates
Yukawa que recebeu o premio Nobel em 1949 e Roberto Lobo.

Embora, o estudo da física tenha desenvolvido bastante no século XX,


ainda existe uma grande carência de profissionais na área de Física tanto na
área de pesquisa quanto na área educacional.
" A necessidade de físicos para os próximos anos , em havendo desenvolvimento
econômico educacional rápido, é estimada em vários milhares. O ensino de física
no nível médio e superior ainda é ministrado em grande parte por profissionais de
outros campos, como engenheiros e médicos. Somente neste setor há necessidade
de professores universitários às centenas e professores do ensino básico aos
milhares, sem falar de instituto de pesquisas e industrias." RIBEIRO (

Segundo RIBEIRO (2003) o ensino de física no ensino básico é ministrado


por profissionais de outras áreas uma vez que a LDB no artigo 62 exige nível
superior, curso de licenciatura plena para atuar no Ensino Médio.

"Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal."

Ainda segundo RIBEIRO(2003) o Ensino Básico precisa de milhares de


professores para atuarem no Ensino Médio, mas sabe-se que o investimento
em educação e ciência é fundamental, porém essa media, é apenas teoria que
faz parte do discurso políticos dos governantes.

De acordo com uma pesquisa realizada nas IES no Brasil, desde 1990
a 2005 foram formados 13.504 licenciados em Física, porém nas salas de aula
o MEC só encontrou 3.095 licenciados em Física. Esses dados são
preocupantes, onde se encontram os 10.409 professores de Física?
"O Brasil formou, no período de 1990 a 2005, 13.504 licenciados em Física. Tem-
se portando uma média de 900 licenciados/ano. No ano de 2003, além dos
professores formados no período anterior à 1990, haviam aproximadamente 11,7
mil licenciados em Física menos de 26% dos licenciados formados entre 1990 e
2003." ARAÚJO, ET AL (2008)
Uma reportagem feita pelo o Fantástico e transmitida pela Rede Globo de
televisão no mês de julho de 2010 revela a falta de professores na área de
Ciências Exatas.

"O resultado é uma conseqüência do que governo já tinha apurado em 2008. Quando
um levantamento do MEC mostrou um déficit de 240 mil professores da quinta série
ao ensino médio. As áreas mais críticas eram, justamente, física, química e
matemática. De 2008 até hoje, o governo vê algum avanço...
Presidente do movimento todos pela educação Eduardo Mendes, ele apresenta outro
dado preocupante: “Somente 25% dos professores que estão ensinando física no
Brasil de fato foram formados em física. Em química, 38%, isso é grave, porque a
gente não sabe o que eles estão ensinando e como estão ensinando”, completa o
educador....
Esse problema do professor que não é formado na matéria que ensina que já
apareceu em Goiás se repete no Nordeste. A Secretaria de Educação do Maranhão
reconhece que faltam mais de 1,2 mil professores de exatas e de ciências no estado.
Segundo a nota, não há profissionais suficientes formados nessas áreas...
Segundo o MEC, física tem o maior déficit do país. Só sete mil professores se
formaram entre 2001 e 2008. Números do governo, no entanto, mostram que
começa a aumentar a quantidade de alunos em faculdades que formam professores
no país, principalmente porque mais cursos foram criados. FANTÁSTICO (2010)”

O presidente do movimento todos pela educação nos revela que


apenas 25% dos professores que lecionam Física são formados de fato na
área. Para solucionar este problema as universidades públicas oferecem
cursos de licenciaturas em todo o país, são cursos presenciais,
semipresenciais e a distância com o sistema UAB.

2. Sistema Universidade Aberta do Brasil

Segundo Freitas (2005), é durante a década de 1980 que acontecem, no


Brasil, várias iniciativas, porém frustradas para a criação de uma Universidade
Aberta do Brasil a Distância. A motivação ocorreu devido as notícias de
experiências da Universidade Aberta da Inglaterra, da Universidade Aberta da
Venezuela, da Universidade Aberta de Costa Rica e de outras bem sucedidas.
Durante essa época, a Universidade de Brasília cria um centro para cursos de
extensão na modalidade à distância. À frente dessa iniciativa estão, o então
pró-reitor de extensão Valnei Garrafa, Maria Rosa Magalhães e o reitor
Cristovão Buarque. Nessa época, o correio, encontros presencias e material
impresso, eram usados.

Em meados de 1990, a Universidade Federal da Bahia, estréia no ensino à


distância em várias de suas Unidades de Ensino, porém somente algumas são
bem sucedidas. É durante essa época que surgem os primeiros cursos de
especialização em alfabetização para professores do interior do Estado da
Bahia, cursos estes, desenvolvidos e implementados por Fernando Floriano.

Entre a década de 70 e a de 90, são apontados pelo Ministério da Educação


cerca de 31 estabelecimentos de ensino na modalidade EaD, segundo [1].
Pedia-se então, uma organização dessa nova modalidade à distância no país,
haja vista o avanço alcançado devido ao desenvolvimento da tecnologia da
comunicação.

O Ministério da Educação, em 2006, com o objetivo de articular e integrar um


sistema nacional de educação superior à distância cria o projeto Universidade
Aberta no Brasil, por meio de sua Secretaria de Educação a Distância - SEED
através do Decreto 5.800 de 8 junho de 2006,, através de sua Secretaria que
visa à ampliação e a interiorização da oferta de ensino superior e gratuito e de
qualidade no país.

O projeto revela a importância da Educação a Distância (EAD), como


modalidade de ensino inovadora e que trará desenvolvimento científico e
tecnológico ao país.

As bases legais para essa modalidade foram estabelecidas pela Lei de


Diretrizes e Bases na Educação Nacional n°9.394, de 20 de dezembro de
1996, regulamentada pelo decreto n°5.622 de 20 de dezembro de 2005, que
revogou os decretos n°2.494 de 10/02/98, e n°2.561 de 27/04/98, com
normatização definida na Portaria Ministerial n°4.361 de 2004.

No decreto n°5.622 dita que, ficam obrigatórios os momentos presenciais


para avaliação, estágios, defesas de trabalhos e conclusão de curso. Classifica
os níveis de modalidades educacionais em educação básica, de jovens e
adultos, especial, profissional e superior; Os cursos deverão ter a mesma
duração definida para os cursos na modalidade presencial; Os cursos poderão
aceitar transferência e aproveitar estudos realizados em cursos presenciais, da
mesma forma que cursos presenciais poderão aproveitar estudos realizados
em cursos à distância. Regulariza o credenciamento de instituições para oferta
de cursos e programas na modalidade à distância (básica, de jovens e adultos,
especial, profissional e superior).[1]

3. O curso de Física na Modalidade a Distância da UAB/UFAL.

O início da educação a distância ainda que de forma embrionária deu-se na


Universidade Federal de Alagoas no ano de 1998 e segundo Leopoldo
Mercado em seu livro Percurso na Formação de Professores: com tecnologias
da informação; “... foi impulsionado pela deficiência encontrada na formação
de profissionais da educação básica, visto que, apenas 10% dos professores
da educação básica no estado de Alagoas, possuía habilitação para área de
seu ensino, mostrando ainda que a maior parte destes professores lecionavam
com muita deficiência e seus graus de instruções limitava-se ao ensino médio.
Modelado no pioneirismo do curso a distancia da Universidade Federal do Mato
Grosso (UFMT) o Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas -
UFAL, capacitou duas professoras junto ao programa Brasilead na
Universidade de Brasília e ao término, foi arquitetado uma proposta que
objetivou a criação do curso a distancia de Pedagogia Pela UFAL.”
A demanda crescente por professores de ciências e particularmente na
disciplina de física tornou necessária a criação de mais vagas nas
universidades federais visto que, principalmente no estado de Alagoas as
Instituições Federais são as únicas a ofertarem em grande número vagas de
licenciatura no curso de física. A dificuldade é tão grande que segundo
BARBOSA, 2006, no atual rítimo de formação de licenciados em fisica, que é
de 2 por ano, levaria 160 anos para suprir a necessidade de 320 professores
do ensino publico incluindo-se aí a rede municipal de ensino e a estadual.

Devido a necessidade de formação de professores pelo problema citado fez-


se necessário a criação de cursos a distancia, pois as universidades em sua
maioria concentra-se em grandes centros populacionais o que dificulta o
ingresso de alunos que se situam longe desses grandes centros.

Como na educação a distancia a limitação física é superada, bem como a


estrutura física utilizada, resume-se em sua maior parte a própria casa do
aluno, esta modalidade de ensino ganhou força no país e dentro da
Universidade Federal de Alagoas. Um breve histórico em relação ao curso de
Física nos revela que o curso de Graduação em Licenciatura em Física na
modalidade presencial, foi criado na Universidade Federal de Alagoas no ano
de 1974 e suas atividades iniciaram-se em 1975 e desde lá segundo Barbosa
foram formados no total 65 licenciados.

O curso de licenciatura em física a distancia iniciou-se em 2007 e foi


ofertado curso em pólos na capital e no interior, e objetivou a formação de
professores em física para suprir a necessidade da rede publica, pois, uma
parte das vagas foi ofertada para professores da rede municipal e estadual
como veremos mais tarde.

4. Impactos do Sistema UAB para a formação de professores de física em


Alagoas

Em Alagoas, a demanda por professores de Física é grande segundo dados


do Educacenso de 2008, disponível no site do INEP. O número de alunos que
ingressam no ensino médio é alto e vem crescendo a cada ano, tornando o
profissional licenciado em Física, um ser raro. Segundo, Barbosa (2006), em
Alagoas existe uma demanda de 320 professores na rede pública de ensino,
como a UFAL forma aproximadamente 2 profissionais por ano, o tempo para
preencher a carência seriam 160 anos. Isso se nenhum dos profissionais
atuantes se aposentarem ou sair por algum motivo.

Atualmente a situação do professor de física é descrita no quadro abaixo:

Tabela 1 – Situação dos professores de Física nas escolas públicas do


Estado de Alagoas
Situação e Demanda Rede Municipal Rede Estadual
O = Situação Perfeitas: Professores com 3 35
Licenciatura na sua Área de Atuação.
A = Professores sem formação Superior 54 44
B = Professores com Licenciatura, mas 24 162
não sendo na Disciplina
C = Professores com Nível Superior sem 4 32
Licenciatura
D = Previsão da Necessidade de 82 238
formação de Professores A+B+C

Com a vinda do ensino superior a distância, percebe-se uma estratégia, das


entidades governamentais e suprimir essa deficiência no ensino de física no
estado de Alagoas. Por meio da Universidade Aberta do Brasil – UAB, em
2007, a Universidade Federal de Alagoas através da Comissão Permanente
de Vestibular - COPEVE, lança o Edital 02/2007 com o concurso para o
ingresso nos Cursos de Graduação em Licenciatura à Distância, com cinco
pólos presenciais, Maceió, Maragogi, Olho D’água das Flores, Santana do
Ipanema e São José da Laje. Foram 200 vagas distribuídas em 50 para cada
pólo. 80% das vagas de cada pólo eram destinadas a professores da rede
pública de ensino e os 20% restantes ao público geral.

O curso possui a duração de 3040h distribuídas em 8 períodos de 6 meses


cada. Atualmente a turma de 2007 está no 5º período e outras duas de 2009 e
2010, cursam respectivamente 2º e 3º período. A grade curricular está
distribuída da seguinte forma:

Número Máximo de Anos:


Carga Horária Fixa: 1980 Carga Horária Máxima Anual:510
14
Carga Horária Flexível: Número Mínimo de Anos:
Carga Horária Mínima Anual: 240
200 8

Disciplinas Eletivas
FISD044 INTERATIVIDADE EM AMBIENTES INFORMÁTICOS 60h
FISD045 ENADE - EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DO ESTUDANTE 0h
Ano de Oferecimento: 1
FISD002 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO 60h
FISD004 TIC PARA EAD 60h
FISD006 PROJETOS INTEGRADORES 1 40h
FISD001 MATEMÁTICA BÁSICA 80h
FISD003 PROFISSÃO DOCENTE 60h
FISD005 INTRODUÇÃO À FÍSICA 80h
Ano de Oferecimento: 2
FISD007 POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL 80h
FISD008 CÁLCULO 1 100h
FISD009 FÍSICA 1 80h
FISD010 FÍSICA EXPERIMENTAL 1 40h
FISD011 PROJETOS INTEGRADORES 2 40h
Ano de Oferecimento: 3
FISD012 DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM 80h
FISD013 CÁLCULO 2 80h
FISD014 FÍSICA 2 80h
FISD015 INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE FÍSICA 1 40h
FISD016 FÍSICA EXPERIMENTAL 2 40h
FISD017 PROJETOS INTEGRADORES 3 40h
Ano de Oferecimento: 4
FISD022 FÍSICA EXPERIMENTAL 3 40h
FISD023 PROJETOS INTEGRADORES 4 40h
FISD018 PLANEJAMENTO, CURRÍCULO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 80h
FISD019 CÁLCULO 3 80h
FISD020 FÍSICA 3 80h
FISD021 INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE FÍSICA 2 40h
Ano de Oferecimento: 5
FISD024 PROJETO PEDAGÓGICO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO TRABAL 80h
FISD025 FÍSICA 4 40h
FISD026 FÍSICA EXPERIMENTAL 4 80h
FISD027 INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE FÍSICA 3 40h
FISD028 ESTÁGIO SUPERVISIONADO 1 100h
FISD029 PROJETOS INTEGRADORES 40h
Ano de Oferecimento: 6
FISD030 PESQUISA EDUCACIONAL 60h
FISD031 FÍSICA MODERNA 1 60h
FISD032 HISTÓRIA DA CIÊNCIA 60h
FISD033 INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE FÍSICA 4 40h
FISD034 ESTÁGIO SUPERVISIONADO 2 100h
FISD035 PROJETOS INTEGRADORES 40h
Ano de Oferecimento: 7
FISD036 FÍSICA MODERNA 2 80h
FISD037 FÍSICA MODERNA EXPERIMENTAL 40h
FISD038 FILOSOFIA DA CIÊNCIA 40h
FISD039 ESTÁGIO SUPERVISIONADO 3 100h
FISD040 PROJETOS INTEGRADORES 40h
Ano de Oferecimento: 8
FISD041 FÍSICA APLICADA E CONTEMPORÂNEA 60h
FISD042 FUNDAMENTOS DA FÍSICA 60h
FISD043 ESTÁGIO SUPERVISIONADO 4
Fonte: www.ufal.edu.br

O curso de Licenciatura em Física ofertado pela UFAL, foi o pontapé para


a entrada do Ensino à Distância no Estado de Alagoas, como estratégia para
solucionar a grande deficiência em profissionais da área de física nas escolas
alagoanas. O Ministério da Educação espera que os números de profissionais
que são formados nesses cursos mudem a caótica situação em que Alagoas se
encontra.

5. Considerações Finais

Neste artigo mostramos a realidade em que se encontra o Ensino de Física


de Alagoas à grande carência sofrida pelas escolas desse profissional tão
importante. Não somente em quantidade de profissionais, como também na
qualidade dos poucos que estão atuando, haja vista, alguns não terem nem a
formação específica para lecionar. O exemplo disso fica o último concurso feito
pela Secretaria da Educação e do Esporte, em 2009, para o cargo de professor
Monitor, e que mesmo assim, não foram supridas em todas as Coordenadorias
as vagas para o docente na disciplina de física.
Atualmente, não há novidade alguma em se deparar com um professor que
é licenciado em Biologia dando aulas de Física, ou ainda casos que o docente
sequer possui graduação em algumas áreas, isso é alarmante.
O Ensino a distância revela-se como um "scape", na formação de
profissionais licenciados em Física, pois diferentemente do curso tradicional, a
grande vantagem em relação a este, é que no curso à distância o número de
formados é maior. A esperança é que um maior número de profissionais venha
a surgir com a expansão da EAD em alagoas, e que os mesmos sejam
qualificados para contribuir no desenvolvimento do estado com um todo.

Referências

[1] - RIBAS, J. C. C. ; HERMENEGILDO, J. L. S. . A Implantação do


Programa Universidade Aberta do Brasil em um Instituto Federal de
Educação: trajetória e riscos pela ausência de uma política institucional e
marco regulatório em EaD.. In: EDUTEC 2009, 2009, Manaus. Sociedade
do Conhecimento e Meio Ambiente. Manaus : Instituto Piatam, 2009. v. 1.
p. 85-8
[2] - www.pt.wikipedia.org/wiki/Ead - EAD - Acesso em 23/07/2010 às 21:00.

[3] - FREITAS, K. S. Um panorama geral sobre a história do ensino a


distância. 2005.
[4] - www.uab.capes.gov.br - Instituições - Consultar: UFAL, Física.

[5] - BARBOSA, I. L. O Curso de Licenciatura em Física na Universidade


Federal de Alagoas: Surgimento, mudanças e formação a opinião dos
egressos. 2006

[6] - www.angloabc.com.br/cursinho/exclusivo/fisica/texto4.pdf - Acesso em


23/07/2010 às 00:07.

[7] - http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1298757-7823
Acesso em 23/07/2010 às 00:07.

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