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1.1 Introdução
A segurança do trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas dos acidentes e
incidentes originados durante a atividade laboral do trabalhador. Tem como principal objetivo
a prevenção de acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do
profissional. Ela atinge sua finalidade quando consegue proporcionar a ambos, empregado e
empregador, um ambiente de trabalho saudável e seguro, garantindo aquela certeza de que vão
laborar num ambiente agradável, ganhar o seu pão de cada dia e retornar para a família felizes,
alegres de terem cumprido mais uma jornada de trabalho em sua vida profissional.
Por volta de 1750 a.C., o Império Babilônico criou o Código de Hamurabi. Dele foram
traduzidos 281 artigos a respeito de relações de trabalho, família, propriedade e escravidão. No
artigo que trata da responsabilidade profissional, o imperador Hamurabi sentencia com pena de
morte o arquiteto que construir uma casa que se desmorone e cause a morte de seus ocupantes,
Figura 1.2.
As sociedades gregas e romanas não valorizavam esse estudo, uma vez que dependiam
de escravos para realizar as atividades que geravam riscos de acidentes e doenças ocupa- cionais
(RODRIGUES, 1982).
• Século IV a.C. - Hipócrates (Grécia, 460-375 a.C.): ocorreram mudanças no pa- radigma
espiritualista para o naturalista. O mecanismo do processo saúde-doença pela teoria
dos miasmas vigorou até o século XIX. Hipócrates descreveu a “intoxica- ção saturnina”
em um mineiro, porém omitiu o ambiente de trabalho e a ocupação. O Tratado de
Hipócrates (Ares, Águas e Lugares) informava ao médico a relação entre ambiente e
saúde (clima, topografia, qualidade da água, organização política).
• Século I a.C.: Lucrécio também indagava a respeito dos trabalhadores das minas. Plínio,
o Velho (23-79 a.C.), escreve o Tratado de História Naturalis, relatando o aspecto de
trabalhadores expostos a chumbo, mercúrio e poeiras. Fez também a des- crição dos
primeiros equipamentos de proteção individual utilizados, como máscaras (panos e
bexigas de carneiros) para evitar a inalação de poeiras e fumos.
Na Grécia, as instituições responsáveis pelos conflitos trabalhistas eram denominadas
erans e, em Roma, collegia: “Os erans admitiam como membros todos os cidadãos gregos, os
filhos e os escravos, sendo que estes últimos não eram, na realidade, membros com direito
pleno e sim um “capital de trabalho”. Quanto aos collegia: “Qualquer pessoa podia ser membro
desta associação, inclusive os escravos e os libertos (...)” (FRIEDE, 1973).
Durante o período compreendido entre o apogeu do Império Romano até o final da Ida-
de Média não foram encontrados estudos ou discussões documentadas sobre as doenças. Para
alguns autores tal fato se deve a imposições de ordem econômica (RODRIGUES, 1982; MENDES,
1980).
(...) no enfoque sistêmico, estabelecemos relações entre fatores, tais como: pessoas não
utilizam cintos (primeiro fenômeno cultural); cintos sujos e escondidos sob o banco (fe-nômeno
físico); e hábito de não limpar cintos e de colocá-los sob o banco (fenômeno cultural).
Formamos, assim, a visão abrangente dos processos que levam ao acidente de trânsito no
âmbito da organização.
De modo semelhante, podemos avaliar os fenômenos gerados nas outras áreas de ação.
Foi com a entrada em vigor da Constituição Federal de 1988 (CF/1988), carta magna so-
berana a qualquer outra legislação brasileira, que as leis, os decretos e outras normas que
tratavam da segurança do trabalho passaram a adequar-se à nova CF/1988, criando ga- rantias
trabalhistas e inovando os preceitos de segurança e medicina do trabalho até então esquecidos
pela legislação pátria, e por consequência garantindo a integridade dos trabalhadores em suas
diversas atividades, Figura 1.5.
Atualmente existem diversos dispositivos legais e regulamentares que tentam buscar na
prática a eficácia dessas tão almejadas garantias. Temos as normas emanadas do Poder Le-
gislativo, chamadas de “leis”, e os decretos, regulamentos, regimentos internos, portarias,
instruções e resoluções, que provêm do Executivo através do seu chefe, de seus ministros ou
secretários de Estado.
CONVENÇÃO No 182 - PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL E A AÇÃO IMEDIATA PARA SUA
ELIMINAÇÃO, 1999
CONVENÇÃO No 127 - PESO MÁXIMO DAS CARGAS, 1967 CONVENÇÃO No 124 - EXAME MÉDICO
DOS ADOLESCENTES PARA O TRABA-
Não podemos considerar uma delas mais importante que a outra, pois isso é enganoso
e prejudicial para a organização. A produtividade proporciona salário aos componentes
(empregados), lucros ao patrocinador (acionista), benefícios sociais à comunidade e re- cursos
para desenvolver a organização. A qualidade dos produtos conquista consumidores e,
consequentemente, gera recursos. Segurança e preservação ambiental evitam danos a pessoas,
meio ambiente e patrimônio, e aumentam a produtividade. Logo, o desenvolvi- mento das
pessoas promove o desempenho de qualquer função (CARDELAL, 2010).
(...) A cultura pode ser encarada como um conjunto de forças poderosas que o grupo exerce
sobre o indivíduo. A organização tem personalidade própria. Isso decorre de seu caráter
sistêmico. A organização é um sistema e, portanto, tem características próprias, inexistentes nas
partes. A cultura muda por pressão externa ou interna. A alteração no modo de pensar envolve
uma percepção totalmente nova. Algo que era visto com admiração pode passar a ser visto
como reprovável, como já ocorreu, por exemplo, com o uso de casacos de pele de animais
silvestres.
“O porco acorda sete vezes por noite pensando em matar o tratador, porque sabe que a mão
que traz a lavagem um dia trará o facão.”
A partir deste ensinamento, percebemos que as empresas que têm por cultura mandar
funcionários embora, sem justificativa, somente para auferir mão de obra mais barata e livre de
impostos, em vez de registrá-los, treiná-los, conscientizá-los, desenvolvem nos colaboradores o
sentimento que o porco nutre pelo tratador. O salário representa a lavagem e não é suficiente
para desenvolver relações de amor entre empregador e empregado. Leva, por sua vez, a
sentimentos de revolta, insegurança, desrespeito pelas normas de segurança, faltas e atrasos
no trabalho etc.
b. A instalações militares;
Artigo 2o
Onde surgirem problemas especiais de relevante importância, que tornem impos- sível
pôr imediatamente em prática todas as medidas preventivas e de proteção pre- vistas pelo
Convenção, todo Estado-membro, após se consultar com organizações de empregadores e
trabalhadores e outras partes interessadas que possam ser afetadas, deverá criar planos para a
progressiva implementação das citadas medidas num deter- minado espaço de tempo.
Artigo 5o
RESPONSABILIDADE DE EMPREGADORES
Identificação
Artigo 7o
Os empregadores identificarão toda instalação de risco sob seu controle, com base no
Artigo 8º
Artigo 9o
Com relação a cada instalação sujeita a risco maior, os empregadores deverão criar e
manter um sistema documentado de controle de risco que preveja:
RELATÓRIO DE SEGURANÇA
Artigo 10
Artigo 11
Artigo 12
Artigo 15
Artigo 16
b. em caso de acidente maior, o alerta deve ser dado tão logo quanto possível;
Artigo 19
i. relatório de segurança;
e. nos limites de suas funções e sem correr o risco de serem de alguma forma
prejudicados, tomar medidas corretivas e, se necessário, interromper a atividade onde,
com base em seu treinamento e experiência, considerem ter razoável justificativa para
crer que haja risco iminente de acidente maior; informar seu supervisor antes, ou
imediatamente depois, de tomar essa medida ou, se for o caso, soar o alarme;
e. nos limites de suas funções e sem correr o risco de serem de alguma forma prejudi
cados, tomar medidas corretivas e, se necessário, interromper a atividade onde, com
base em seu treinamento e experiência, considerem ter razoável justificativa para crer
que haja risco iminente de acidente maior; informar seu supervisor antes, ou
imediatamente depois, de tomar essa medida ou, se for o caso, soar o alarme;
Artigo 21
Artigo 22
Artigo 24
2. A Convenção entrará em vigor doze meses após a data de registro, pelo Diretor-
-Geral, das ratificações de dois Estados-membros.
3. A partir daí, esta Convenção entrará em vigor, para todo Estado-membro, doze
me- ses após a data do registro de sua ratificação.
Artigo 25
Artigo 26
Artigo 27
Artigo 28
Artigo 29
Artigo 30
As versões nos idiomas inglês e francês do texto desta Convenção são igualmente ofi-
ciais.
b. acidentes maiores;
c. experiências adquiridas com os “quase-acidentes”;
6. Reconhecendo que um acidente maior pode ter grandes consequências nos termos de
seu impacto sobre a vida humana e o meio ambiente, os Estados-membros de- veriam incentivar
a criação de sistemas de compensar trabalhadores o mais breve possível após o evento, e de
controlar adequadamente seus efeitos sobre a população e o meio ambiente.
1.6 Resumo
A segurança do trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas dos acidentes e inci-
dentes originados durante a atividade laboral do trabalhador. Tem como principal objetivo a
prevenção de acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do
profissional. Ela atinge sua finalidade quando consegue proporcionar a ambos, empregado e
empregador, um ambiente de trabalho saudável e seguro.
São temas que se relacionam direta ou indiretamente com a segurança do trabalho: hi-
giene do trabalho, medicina do trabalho, proteção contra incêndios e explosões, doenças
ocupacionais, ergonomia, meio ambiente, qualidade de vida, primeiros socorros, sistemas de
gestão da qualidade, higiene industrial, psicologia do trabalho, legislação trabalhista (leis,
decretos, portarias ministeriais, instruções técnicas e resoluções) e, por último, a segurança
patrimonial.
NR 1 - Disposições Gerais
NR 2 - Inspeção Prévia
NR 3 - Embargo e Interdição
NR 8 - Edificações
NR 14 - Fornos
NR 17 - Ergonomia
NR 19 – Explosivos
NR 25 - Resíduos Industriais
NR 26 - Sinalização de Segurança
NR 28 - Fiscalização e Penalidades
NR 35 - Trabalho em Altura
O conceito de trabalho decente formalizou-se pela OIT em 1999, com a missão de promo- ver
oportunidades para que homens e mulheres tenham um trabalho produtivo e de qua- lidade,
em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas, sendo con- siderado
condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a
garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.
CONVENÇÃO No 127 - PESO MÁXIMO DAS CARGAS, 1967 CONVENÇÃO No 124 - EXAME MÉDICO
DOS ADOLESCENTES PARA O TRA-
d. NR 14 - Ergonomia
d. NR 31 - Ergonomia
a. NR 3 - Embargo e Interdição
b. Pode atuar tanto de maneira positiva quanto negativa nos assuntos relacionados com
a segurança do trabalho.
c. Não merece atenção dos profissionais da segurança do trabalho, tendo em vista que
a cultura organizacional só diz respeito à área de Recursos Humanos (RH).
7. A convenção da OIT, no 174, em seu artigo 21, estabelece que os trabalhadores em-
8. A convenção da OIT, no 174, em seu artigo 11, estabelece que os empregadores reve-
rão, atualizarão e modificarão o relatório de segurança, EXCETO: