A VOZ DO TRANSGÊNERO: UM DESAFIO
FONOAUDIOLÓGICO.
SANTOS, Diana Conceição Ferreira¹, PACHECO, Sara Areb2
1. Acadêmico (a) do Curso de Fonoaudiologia da FAMETRO; 2. Orientadora : QUEIROZ, Aulisângela da Silva.
INTRODUÇÃO
A transexualidade refere-se à condição que o
indivíduo se vê, diferente da identidade de gênero
que lhe é dada ao nascer. Este termo tem se
tornado objeto de interesse as pesquisas do âmbito
científico, a fonoaudiologia tem como objetivo
desafiar-se diante ao processo da identidade vocal
do transgenitalizado.
A idéia desta pesquisa é impulsionar a
importância da muda vocal no transgênero, o grau
de dificuldade da transição vocal de cada gênero
respeitando sua anatomia genética. Valorizando a
conscientização e as vantagens da muda vocal no
transgênero e a escassez de pesquisas sobre esta
prática do fonoaudiólogo com o transgenitalizado.
METODOLOGIA
A metodologia de elaboração desta pesquisa
consiste no estudo dos indivíduos transgêneros,
homem ou mulher que não se encontra com o seu
sexo de nascença, sob o aspecto do processo de
muda vocal.
Também baseia-se em um levantamento
bibliográfico descritivo, valorizando todo o contexto
teórico dos processos fonoaudiólogos no que se
refere às características a qualidade de voz, a
muda vocal, a inserção do uso de hormônios
(masculinos e/ou femininos) e a importância da
atuação fonoaudiológica na modulação de
entonação, ressonância, vocabulário, pronúncia,
articulação e expressividade fisionômica e gestual
da fala.
REFERÊNCIAS
BERGEL, Sirlei. Voz do Transexual Masculino. 1999. 16f. Monografia (Curso de Especialização em Voz) - Centro de Especialização em
Fonoaudiologia Clínica, Porto Alegre, 1999.
BRASIL. Lei Federal n° 6.965, de 09 de Dezembro de 1981. Dispõe sobre a regulamentação da Profissão de Fonoaudiólogo, e determina
outras providências. Brasília, 1981.
DRUMOND, Lorena Badaró; GAMA, Ana Cristina Cortes. Correlação entre dados espectrográficos e perceptivo-auditivos de vozes
disfônicas. Fono Atual, São Paulo, v. 35, n.8, p. 49-58, 2006.
RESULTADOS
No Brasil existem poucos estudos científicos
sobre transgêneros. Ainda assim, identifica-se a
importância da fonoterapia no processo de
adequação da voz, da muda vocal dos
transgêneros. O fonoaudiólogo é o profissional
responsável pelos padrões da fala e da voz
(BRASIL, 1981). A voz, além de ser uma função
neurofisiológica, carrega a personalidade do
indivíduo, “revelando aspectos do seu estado
psicoemocional e transmitindo um significado além
do conteúdo do discurso que acompanha”
(DRUMOND; GAMA, 2006, p. 50).
Para o transgênero, a voz é mais um aspecto a
ser modificado e adaptado. Nos poucos estudos
realizados, observamos que intervenções
cirúrgicas na laringe não garantem uma voz
identificada como feminina ou masculina
(BERGEL, 1999; VASCONCELLOS; GUSMÃO,
2001). No processo transexualizador, a terapia
hormonal consiste no uso de anti-androgênios e
estrogênio, com doses individuais para resultados
com menos efeitos colaterais.
.
CONCLUSÃO
Atualmente no Brasil existem poucos estudos
sobre a muda vocal dos transgêneros. O
transgênero busca modelar seu corpo e readequar a
voz para que venha a ser aceito pela sociedade,
conforme o gênero de sua escolha. Tais
modificações demonstram uma reafirmação de
características que os identifiquem como mulheres
ou homens, em que compete ao fonoaudiólogo
tratar e aperfeiçoar a voz neste processo de
readequação sexual.