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CENTRO UNIVERSITÁRIO E FACULDADES - UNIFTEC

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

CALEBE PEDROSO HORBACH

ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS


VIADUTO RADIAL SUDOESTE DE
CAXIAS DO SUL / RS

CAXIAS DO SUL
2017
CALEBE PEDROSO HORBACH

ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS


VIADUTO RADIAL SUDOESTE DE
CAXIAS DO SUL / RS

Projeto desenvolvido na disciplina de


Estágio I, Uniftec - Centro Universitário e
Faculdades, como requisito parcial para
aprovação na disciplina.
Orientador:
Prof. Me. Eng. Guilherme La Flor Ziegler.

CAXIAS DO SUL
2017
À meus Mestres.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – COMPOSIÇÃO ANTIGA DO SICRO 2 – JANEIRO / 2015 ..................................... 9


FIGURA 2 – COMPOSIÇÃO ATUAL DO SICRO – MARÇO / 2017 ........................................ 10
FIGURA 3 – COMPOSIÇÃO DO LDI – LUCRO E DESPESAS INDIRETAS ................................ 11
FIGURA 4 – ESQUEMA DE COMPOSIÇÃO DE CUSTOS ....................................................... 11
FIGURA 5 – ÁRVORE DE COMPOSIÇÕES DOS SERVIÇOS DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO .......... 13
FIGURA 6 – EQUIPES ENVOLVIDAS NA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ..................................... 14
FIGURA 7 – FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ................................................................ 17
FIGURA 8 – RUBRICAS QUE COMPÕEM O BDI ................................................................. 18
FIGURA 9 – FÓRMULA DO BDI ....................................................................................... 19
FIGURA 10 – PROCESSO DE ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS ................................................ 22
FIGURA 11 – LOCAL DE ESTÁGIO .................................................................................. 24
FIGURA 12 - MACROLOCALIZAÇÃO DO TRECHO .............................................................. 25
FIGURA 13 – LOCALIZAÇÃO DO FUTURO VIADUTO DA RADIAL SUDOESTE.......................... 26
FIGURA 14 – IMPLANTAÇÃO DO LOCAL ........................................................................... 27
FIGURA 15 – GREIDE DE ELEVAÇÃO DO TERRENO .......................................................... 28
FIGURA 16 – CURVAS DE NÍVEL DO TALVEGUE ............................................................... 29
FIGURA 18 – IMPLANTAÇÃO DA PLACA NO CANTEIRO DE OBRAS ...................................... 30
FIGURA 18 – MODELO COMPUTACIONAL DO VIADUTO ..................................................... 31
FIGURA 20 – ORDEM DE INÍCIO DE SERVIÇO................................................................... 32
FIGURA 21 – PERFIL LONGITUDINAL DO VIADUTO ........................................................... 35
FIGURA 22 – PLANTA DE VIGAS LONGARINAS ................................................................. 37
FIGURA 23 – VISTAS SUPERIORES E INFERIORES DAS VIGAS LONGARINAS ....................... 38
FIGURA 24 – CORTES AA’ E BB’ – VIGAS LONGARINAS ................................................... 38
FIGURA 25 – DETALHE DOS ENCONTROS DO VIADUTO COM A RUA ................................... 39
FIGURA 26 – DETALHE DOS APOIOS CENTRAIS............................................................... 40
FIGURA 27 – DETALHE DAS JUNTAS .............................................................................. 40
FIGURA 28 – VISTA DO ENCONTRO 1 ............................................................................. 44
FIGURA 29 – VISTA DA PROTENSÃO DAS VIGAS .............................................................. 44
FIGURA 30 – CAMISA PERDIDA NAS ESTACAS ................................................................. 45
FIGURA 31 – VISÃO GERAL DO CANTEIRO DE OBRAS ...................................................... 45
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - COMPOSIÇÃO DE FORMAÇÃO DE PREÇO ....................................................... 16


TABELA 2 - PLANILHA DE FORMAÇÃO DO BDI ................................................................. 20
TABELA 3 – PARÂMETROS DE REFERÊNCIA DE BDI......................................................... 21
TABELA 4 – CRITÉRIOS DE QUANTIFICAÇÃO UTILIZADOS PELO SINAPI.............................. 23
TABELA 5 – SERVIÇOS NÃO PREVISTOS EM ORÇAMENTO ................................................ 33
TABELA 6 – CUSTOS NÃO PREVISTOS EM ORÇAMENTO ................................................... 33
TABELA 7 – CÁLCULO DO QUANTITATIVO DE ESTACAS .................................................... 34
TABELA 8 – CONCRETO USINADO BOMBEADO FCK=25MPA ............................................ 36
TABELA 9 – CÁLCULO DO QUANTITATIVO DE CONCRETO ................................................. 36
TABELA 10 – COMPARAÇÃO ENTRE CURVAS ABC .......................................................... 43
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 3
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................. 3
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 4
3.1 ORÇAMENTO DE OBRAS ................................................................................ 4
3.2 TIPOS DE LICITAÇÃO ...................................................................................... 6
3.3 MODALIDADES DE LICITAÇÃO ....................................................................... 6
3.4 ORÇAMENTO DE OBRAS PÚBLICAS .............................................................. 7
3.4.1 PARETO ........................................................................................................... 8
3.4.2 SICRO ............................................................................................................... 8
3.4.3 SINAPI ............................................................................................................ 12
3.4.4 Orçamento Desonerado / Não Desonerado................................................. 15
3.4.5 Custos Indiretos ............................................................................................ 17
3.4.6 BDI .................................................................................................................. 18
3.4.7 Processo de Orçamentação de Obras ......................................................... 21

4 ESTUDO DE CASO ........................................................................................ 24


4.1 EMPRESA ....................................................................................................... 24
4.2 OBRA ESTUDADA .......................................................................................... 25
4.3 ANÁLISE DO LOCAL DA OBRA ...................................................................... 27
4.4 VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS EXECUTIVAS ................................... 32
4.5 VERIFICAÇÃO DO ORÇAMENTO LICITADO E DOS QUANTITATIVOS POR
MEIO DA ANÁLISE DO PROJETO EXECUTIVO ...................................................... 34
4.6 MONTAGEM DO ORÇAMENTO E COMPARAÇÃO COM O LICITADO.......... 41
4.7 COMPARAÇÃO COM OS ITENS DAS CURVAS ABC .................................... 42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 46
6 BIBLIOGRAFIA............................................................................................... 47
7 ANEXO A – CHECKLIST DE LICITAÇÃO PÚBLICA .................................... 48
8 ANEXO B – ORÇAMENTO DA LICITAÇÃO – 11/2015 ................................. 51
9 ANEXO C – PARETO DA LICITAÇÃO – 11/2015 .......................................... 56
10 ANEXO D – ORÇAMENTO - DATA BASE - 10/2015..................................... 57
11 ANEXO E – COMPOSIÇÕES DE PREÇO – 10/2015 ..................................... 59
12 ANEXO F – COTAÇÕES DE MERCADO – 10/2015 ...................................... 60
13 ANEXO G – PARETO DATA BASE – 10/2015 .............................................. 61
RESUMO

O presente estudo tem o objetivo de verificar a compatibilidade das informações de um


orçamento de obras públicas, com a finalidade de estudar os objetivos gerais e específicos,
abordando a problemática dos superfaturamentos de obras públicas no Brasil.
Este mostra dados sobre a futura implantação do viaduto da radial sudoeste. O trecho de
estudo será uma importante via de acesso da Zona Sul da cidade à Perimetral. A estrutura executada
em concreto protendido difere dos sistemas convencionais, proporcionando maior durabilidade em
relação às construções de concreto moldado in loco.
O levantamento tem base de referência de preços no Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI e no Sistema de Custos Rodoviários – SICRO 2.
Neste trabalho, serão fornecidos custos de fornecimento de insumos, composições de
materiais, entre outros coeficientes que formarão o preço final de venda. Todas as tabelas utilizadas
no orçamento são de acesso público.
Este método de orçamentação se aplica apenas para segmentos de obras públicas, tendo
variações se utilizados para outros fins.
A montagem do orçamento será feita vinculada ao projeto e terá o percentual adicional de
BDI acrescido sob o valor total do orçamento.
O trabalho será dividido em 2 partes. Um capítulo dedicado aos aspectos concentuais na
orçamentação de obras públicas. Outro capítulo abordará a montagem de um orçamento comparativo
entre diferentes meses de referência de preço.

Palavras-chave: Orçamentação. Obras Públicas. SINAPI. SICRO. BDI.


1 INTRODUÇÃO

Um orçamento indica uma estimação do preço final de obra. Programando


um cronograma físico-financeiro é possível estimar quanto tempo uma obra pode
demorar. Sabendo disso, estima-se um tempo necessário para a execução de uma
obra. Esta pode se tratar de infinitas possibilidades.
Ao orçamentista, cabe a experiência de calcular elementos. O engenheiro
civil pode estimar valores de áreas de reboco, massa fina e chapisco. Esquadrias.
Volumes de concreto, armaduras e fôrmas. Pode calcular áreas de lajes e vigas. Se
tratando da ocasião, o projeto mostra algumas incoerências e por poucas vezes uma
obra é aprovada de primeira mão.
O papel do orçamentista é trabalhar dentro de valores aceitos no mercado.
Determinar se os preços sofrem alterações fora do normal e se a alternativa
proposta é viável. Sabe-se se uma análise criteriosa reduz os preços finais e que a
economia de insumos, materiais e mão-de-obra torna a obra mais realizável.
Estamos tratando de preços, porém também de tempos. Sabe-se que a
onerosidade dos processos causa grande lentidão à máquina pública, devido ao
trâmite do processo das informações.
Desde o início do projeto há um planejamento. É necessário uma ideia. A
partir desta ideia se desenvolve uma análise criteriosa da obra. Os preços e
quantidades são conferidos. A documentação necessária é arquivada e as
informações fazendo sentido serão executadas.
O que acarreta os atrasos são as distâncias, as informações e o interesse.
Tudo ocorre em um processo longo e tratando-se de distantes municípios, a
execução prevista em 3 meses, pode demorar o dobro do tempo. Muitas empresas
não respeitando o tempo dos contratos e apresentação de projetos e
documentações exigidas, podem perder o recurso.
Um orçamento tem o objetivo de descrever os serviços a serem executados.
É através dele que podemos estimar os custos efetivos da obra e a viabilidade de
qualquer tipo de construção.
2

A empresa que elaborar o melhor orçamento, dentro da melhor proposta


financeira irá ser responsável pelo contrato de execução do serviço proposto. Esta
irá receber recurso públicos conforme serão os avanços das obras.
A importância do estudo do tema está diretamente vinculada à eficácia da
montagem de um orçamento de modo a torná-lo uma importante ferramenta para o
planejamento da obra, devido à intensa competitividade do mercado atual.
A primeira parte deste trabalho vai abordar aspectos teóricos de
orçamentação de obras públicas, enquanto a segunda parte aborda um estudo de
caso da orçamentação de uma construção de um viaduto na Radial Sudoeste em
Caxias do Sul.
3

2 OBJETIVO GERAL

Realizar uma análise de custos e orçamentação da construção do viaduto da


Radial Sudoeste em Caxias do Sul-RS.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para atingir o objetivo geral foram delimitados os objetivos secundários:

- Revisão bibliográfica do conceito de orçamentação de obra de


infraestrutura;
- Análise do projeto executivo de fundações e estruturas para o
levantamento de quantitativos;
- Verificação in loco de detalhes executivos, para verificar interferências
básicas ao orçar;
- Montagem de um orçamento com composições de serviços e insumos do
SINAPI e SICRO 2 com data base da licitação;
- Analisar e comparar as curvas ABC dos orçamentos;
- Análise dos orçamentos elaborados e comparação com o orçamento do
projeto básico que foi licitado;
4

3 REFERENCIAL TEÓRICO

O trabalho será um comparativo entre o orçamento aprovado para licitação


na antiga gestão e outro modelo de orçamento adaptado na data base de referência
licitada. O orçamento é original de parte de um orçamento global dividido em 4 lotes,
sendo parte integrante do lote 2, tratando se exclusivamente da estrutura de obras
de arte para edificar o viaduto, sem considerar custos com obras de pavimentação,
drenagem e sinalização.

3.1 ORÇAMENTO DE OBRAS

Segundo o Tribunal de Contas da União (2014), o orçamento de uma obra é


a peça de fechamento do seu projeto, traduzindo-o em termos econômicos e
financeiros. Trata-se de etapa preparatória indispensável em qualquer contratação
pública.
Seguindo Maçahico (2011), um orçamento pode se dividir em duas formas
de execução:

Administração Direta: O investimento parte 100% de uma instituição de


governo e este executa, fiscaliza e acompanha os estágios de progresso da obra.

Administração Indireta: O investimento parte de recursos do governo e por


meio de recursos próprios do município.

Em relação aos custos, temos:


5

Custos Diretos: Resultado da soma dos custos de todos os serviços para a


execução da obra, sendo resultado das quantidades dos insumos em relação às
unidades de medida e os preços unitários.

Custos Indiretos: Custos de gerenciamento e logística na implantação da


obra. Tem relação direta com os custos secundários necessários para sua execução
como da implantação do canteiro de obras e na mobilização e desmobilização de
equipamentos.

No estudo dos preços em uma obra, cada serviço contém uma composição
que representa a soma de diversos fatores.
A documentação básica é composta por um orçamento padrão, utilizado
como base na licitação e um cronograma físico-financeiro para estimar os meses
de execução da obra.
Por vezes podemos adaptar os preços que queremos orçar quando não
encontramos um código tabelado que seja totalmente compatível com a finalidade
da ação. Podemos montar diversos serviços com os insumos e composições
disponíveis.
O aspecto mais importante na análise destes itens são os elementos que o
projetista tem a descrever, calculando os materiais, com precisão no aferimento.
Quanto melhor for o detalhamento e o alcance do projetista, melhor será a
execução da obra. Desde o projeto arquitetônico, projeto estrutural, projeto elétrico,
projeto hidrossanitário para obras residenciais unifamiliares ou multifamiliares,
projetos de pavimentação, de topografia, terraplanagem e drenagem e projetos de
sinalização e prevenção contra incêndio. É importante que todos os documentos
tenham compatibilidade para evitar o desperdício de tempo, dinheiro e mão-de-
obra.
6

3.2 TIPOS DE LICITAÇÃO

Melhor técnica: A escolha é feita a partir de critérios técnicos para a


empresa que apresenta as especificações do edital com a melhor técnica. É utilizada
para obras e serviços, com preço máximo fixo no edital. Refere-se à melhor técnicas
na elaboração de cálculos, projetos, supervisão e fiscalização de obras de
engenharia.

Maior Lance ou Oferta: A seleção da proposta é feita para a empresa


licitante que apresenta maior oferta em relação aos requisitos mínimos do edital. É
aplicável na transferência de bens ou concessões de uso.

Menor Preço: A seleção da proposta é escolhida pela Administração Pública


pela empresa que apresentar a proposta com as características mínimas exigidas no
edital e com o menor valor final.

3.3 MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Convite: São previamente escolhidas no mínimo 3 empresas, podendo este


número ser estendido para empresas que apresentarem interesse em até 24 horas
de antecedência do início da apresentação das propostas.

Tomada de Preços: Seleção da proposta mais vantajosa entre interessados


cadastrados e habilitados no SICAF (Sistema de Cadastramento Único Unificado de
Fornecedores).

Leilão: Venda de bens para a Administração Pública, venda de produtos


penhorados ou transferência de imóveis de ordem judicial para quem oferecer lance
igual ou superior ao valor de venda.

Pregão: Seleção da proposta mais vantajosa por meio de propostas de


preços e lances. Pode ser feito por meio presencial e eletrônico, sendo seguida a
escolha proposta que apresentar o menor preço.
7

3.4 ORÇAMENTO DE OBRAS PÚBLICAS

Em geral o departamento de engenharia da GIGOV – Caxias do Sul conta


com a gestão de mais de 50 municípios sendo responsável pela fiscalização,
medição e acompanhamento da obra. Cada município conta sempre com novas
obras em andamento.
Quando se recebe o recurso público, cabe ao tomador solicitar à equipe de
engenharia do município a elaboração de um orçamento padrão. Porém em
municípios de longe acesso e menores populações o prazo pode se estender mais.
Quando há compatibilidade entre os dados calculados pelo engenheiro
fiscalizador, o processo passa por uma análise que leva em conta vários
quantitativos, custos unitários e preços finais. Neste processo emite-se um laudo de
análise em que o orçamentista precisa muitas vezes refazer diversas alterações. É
também solicitado inicialmente aos engenheiros das prefeituras um checklist inicial
de documentação. Quando há incoerências entre os documentos apresentados, o
não envio destes submete o processo a longo caminho de volta a cidade destinada e
mais longo período de análise. O Anexo A mostra a relação dos documentos
solicitados.
O trâmite destes processos pode se tornar demorado e atrasar o início de
obras. São destinados aos tomadores os recursos e cabe a estes cumprirem os
prazos destinados ao processo de licitação e anunciarem licitação pública aos
interessados.
Quando a análise do orçamento está completa com os quantitativos aceitos
e os preços encaixados na data base de referência, a prefeitura pode anunciar os
editais de licitação.
Os editais são acompanhados por intermédio do Diário de Contas da União.
Em alguns casos são anunciados em jornais. O preço a ser escolhido na região será
o menor entre os licitados.
Cabe à importância do orçamentista de que se a empresa orçar algum item
muito fora da realidade a empresa executora pode sofrer prejuízos. Se uma proposta
for de muito interesse à empresa licitante, esta pode baixar demais o preço a ponto
de não tornar possível a execução do item.
8

3.4.1 PARETO

O nome é referência à Wilfried Pareto, engenheiro de estradas, nascido na


França em 1848. A partir da análise de orçamentos concentrada em 80 % do valor
total da obra que deu origem a métodos de análise eficientes. Os 20%
remanescentes se concentram em serviços dos quais os preços unitários são menos
significativos, porém, também presentes na obra.
Em anexo está a planilha do Pareto com os custos mais significativos do
orçamento.
O Pareto também é chamado de curva ABC e apresenta os insumos e
composições por ordem de relevância. Esta ferramenta facilita a análise de custos,
pois reúne em ordem os itens mais significativos. Em geral, a análise parte de 80%
dos itens mais significativos, considerando-se que o restante dos 20% tenham baixa
influência na planilha orçamentária total. Desta forma o orçamentista pode refinar os
resultados de forma a fazer um melhor planejamento na programação da obra.
É válido ressaltar que em muitas obras de grande porte os itens mais
significativos podem representar menos do que 20% das quantidades.

3.4.2 SICRO

De acordo com o DNIT, em relação ao SICRO - Sistema de Custos


Rodoviários, a pesquisa de preços é feita por unidades federativas em
estabelecimentos situados nas capitais estaduais. Cada preço pesquisado pode ser
comparado com preços unitários obtidos nos últimos três meses de pesquisa. Em
casos de incoerências entre preços, onde a pesquisa por meses anteriores não
corresponde a um resultado coerente, podem ser atribuídos preços de outros
estados.
Semelhante às exigências convencionais para orçamentação de cotações,
onde são exigidas pesquisas de preços de três empresas diferentes para a
comparação do custo unitário de um item, para a formação de preços da tabela
SICRO 2 são coletados preços de três empresas fornecedoras representantes do
item em questão a ser pesquisado.
9

Figura 1 – Composição antiga do SICRO 2 – Janeiro / 2015

Fonte: Tabela SICRO Janeiro / 2015

Verifica-se que antigamente na tabela SICRO 2 (Figura 1) existiam dois tipos


de preço a serem adotados. O custo unitário direto total, relativo ao custo da
composição em si e o preço unitário total que tinha um acréscimo de LDI (BDI)
(Figura 3).
Na tabela atual do SICRO (Figura 2), após a reformulação dos preços
unitários, não há mais os custos de despesas indiretas inclusas no preço unitário
final, sendo utilizadas nas planilhas orçamentárias o custo unitário direto.
10

Figura 2 – Composição atual do SICRO – Março / 2017

Fonte: Tabela SICRO Março / 2017

As empresas fornecedoras de cotações são, em grande parte, conveniadas


ao sistema de pesquisa de preço para determinação do preço unitário final, pelo fato
de apresentarem dados mais confiáveis.
Se não houver a representação local por meio de empresas, é considerado o
preço determinado pelo fabricante nacional, acrescido de custos de frete.
Para o sistema de formação de preços do SICRO (Figura 4), utiliza-se o PEP
– Sistema de Pesquisa de Preços de Equipamentos, Materiais e Mão-de-Obra. O
PEP mantém o cadastro atualizado de fornecedores e estabelecimentos que
fornecem dados que formam os preços. Neste sistema constam dados de telefone,
endereço, email e CNPJ dos locais pesquisados.
Para tanto, são elaborados formulários, preenchidos pelas respectivas
empresas para a seleção dos preços unitários correspondentes. Depois de aceitos
11

os formulários, estes preços são considerados para suas respectivas unidades de


federação e são escolhidos pelo menor preço unitário apresentado.

Figura 3 – Composição do LDI – Lucro e Despesas indiretas

Fonte: Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes – DNIT

Figura 4 – Esquema de composição de Custos

Fonte: Departamento Nacional de InfraEstrutura e Transportes – DNIT


12

3.4.3 SINAPI

O SINAPI foi criado em 1969 pelo Banco Nacional de Habitação (BNH) e


pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi criado para fornecer
índices e custos da construção civil e atualmente é utilizado pela Caixa Econômica
Federal para a análise de processos de engenharia. Mensalmente são emitidos
relatórios de base de preço. Os preços são pesquisados no mercado pelo IBGE e
conforme sua origem tem as seguintes siglas atribuídas à composição ou insumo:

- C – Coletado: Quando os itens são coletados pelo IBGE;


- CR – Coeficiente de Representatividade: Quando no mínimo um dos itens
tem o preço formado por um coeficiente de representatividade;
- AS – Atribuído São Paulo: No mínimo um dos itens da composição tem
base de preço em insumos de São Paulo.

Devido à ampliação dos diversos tipos de obras e infraestrutura, o SINAPI


começou a ser referência para projetos de obras públicas na disponibilização de
recursos do Orçamento Geral da União (OGU).
O IBGE pesquisa mensalmente preços de materiais de construção,
equipamentos e salários das categorias profissionais, junto, respectivamente, a
estabelecimentos comerciais, industriais e sindicatos da construção civil nas capitais
brasileiras.

Os principais relatórios gerados pelo SINAPI são:

- Relatório de preços de insumos;


- Relatório sintético de custos de serviços;
- Relatório de composições analíticas com insumos e composições
utilizados e quantidades previstas por unidade de produção;
- Indicadores da construção civil;
- Custos de projetos residenciais, comerciais e de saneamento básico.
13

De certa forma, as tabelas evitam que haja um sobrepreço dos custos reais
da obra. Por isso entende-se que o SINAPI fornece um teto máximo de preço, não
sendo aceitos preços unitários que excedam os padrões das tabelas referenciais.
Na prática, quando os preços excedem os valores previstos no SINAPI,
exige-se uma justificativa técnica para o mesmo. Em alguns serviços que não são
encontrados nos referenciais, ou que não se adequam à finalidade, podem ser
apresentadas cotações de preço de mercado. As cotações são apresentadas em
forma de orçamento por no mínimo três empresas diferentes, utilizando-se em geral
a média, moda ou mediana dos preços para definir-se um preço unitário.
No processo de definição dos coeficientes das composições do SINAPI são
registrados fatores que impactam na produtividade do serviço e consumo de
materiais. Por exemplo, o serviço de alvenaria de vedação de blocos cerâmicos é
influenciado pela dimensão dos blocos, área líquida da parede, existência ou não de
vãos na alvenaria (portas e janelas) e preparo da argamassa (mecânico ou manual).
Desta forma é possível definir 32 diferentes variações do mesmo tipo de serviço,
conforme mostra a Figura 5:

Figura 5 – Árvore de composições dos serviços de alvenaria de vedação

Fonte: SINAPI
14

De acordo com o Decreto 7.983 de 08 de Abril de 2013, nas obras


executadas por recursos da União, se estabelece critérios para a criação do
orçamento de obras e serviços. O artigo 3º determina:

Artigo 3º O custo global de referência de obras e serviços de engenharia,


exceto os serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a
partir das composições dos custos unitários previstas no projeto que integra
o edital de licitação, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes
nos custos unitários de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi, excetuados os itens
caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser
considerados como de construção civil.

A tabela de referência do SICRO pode trabalhar em conjunto com o SINAPI


em um mesmo orçamento.
Outro ponto importante do SINAPI é o uso de níveis de composições
auxiliares para representar algumas etapas intermediárias dos serviços. No serviço
de concretagem de lajes (Figura 6) temos as equipes diretas na execução do serviço
e as equipes de apoio na preparação e transporte de massa.

Figura 6 – Equipes envolvidas na execução dos serviços

Fonte: SINAPI
15

Para aferição de equipamentos utiliza-se como unidades de medida CHP –


Carga Horária Produtiva e CHI – Carga Horária Improdutiva. A Carga Horária
Produtiva tem relação com o tempo efetivo em que o equipamento está em uso e a
Carga Horária Improdutiva refere-se ao equipamento em desuso seja por causa de
transporte de equipamentos ou por horas improdutivas.
O custo horário produtivo do equipamento é formado por custos horários de
depreciação, juros, manutenção e material de operação do equipamento. Já o custo
improdutivo é composto apenas pelos custos de propriedade (juros e depreciação),
além de seguros, impostos e mão de obra do operador.
Quando um insumo ou serviço não for encontrado nos sistemas referenciais
de custos disponíveis podem ser feitas cotações de mercado conforme Decreto
7983/2013.

3.4.4 Orçamento Desonerado / Não Desonerado

De certa forma os preços unitários diferem com o tipo de orçamento. A


escolha do tipo de orçamento a ser adotado, está diretamente relacionada com a
incidência de mão-de-obra no custo total da obra. Se fizermos uma comparação
direta entre os tipos de orçamento, verificamos que embora os insumos e matérias
não tenham seus custos unitários alterados, os preços de composições de mão de
obra refletem significativas diferenças quando comparados entre si.
Os custos unitários variam entre tabelas com desoneração e sem
desoneração.
Os Sindicatos da Indústria da Construção (SINDUSCON’s) e a Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estabeleceram através do artigo 7º, da
Lei 12.546/11, alterada pela Lei 12.844/13, que se seriam levantados custos não
desonerados e custos desonerados. A diferença é de que no orçamento desonerado
há redução da previdência social.
16

O coordenador sindical Daniel Ferreti explica:

“Os 2% que incidirão sobre a receita bruta (faturamento) da empresa, não


serão contabilizados neste custo desonerado, pois o cálculo do CUB/m² diz
respeito apenas ao custo de construção da obra em si, não considerando o
custo global da empresa que não será totalmente desonerado, pois os 20%
de redução na folha de pagamento será parcialmente compensado pelos
2% no faturamento"

Desta forma é necessário verificar qual a escolha do sistema de referência


mais adequado à obra e se esta possui grande quantidade de mão-de-obra.
A Tabela 1 mostra um exemplo de formação de preço de um item de
orçamento de obras. Com a tabela Desonerada o preço unitário do serviço/hora/m³ é
de R$ 11,63. O preço foi tabelado em R$ 11,61 sem arredondamento. Se
considerarmos a tabela sem desoneração temos R$ 12,12. A soma da influência das
composições forma o preço final de 1 (um) item. As composições são formadas por
subinsumos ou subcomposições.

Tabela 1 - Composição de Formação de Preço

Referência SINAPI Julho/2017 - Desonerado - 90082

ESCAVAÇÃO MECANIZADA DE VALA COM PROF. ATÉ 1,5 M Preço M3 C Preço Final
ESCAVADEIRA HIDRÁULICA SOBRE ESTEIRAS, CAÇAMBA 0,80 M3,
COMP 5631 PESO OPERACIONAL 17 T, POTENCIA BRUTA 111 HP R$ 125,76 CHP 0,06 R$ 7,55
ESCAVADEIRA HIDRÁULICA SOBRE ESTEIRAS, CAÇAMBA 0,80 M3,
COMP 5632 PESO OPERACIONAL 17 T, POTENCIA BRUTA 111 HP R$ 52,55 CHI 0,045 R$ 2,36

COMP 88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES R$ 13,73 H 0,125 R$ 1,72

Fonte: Autor

A composição do preço define valores financeiros na execução de um


respectivo serviço, elaborados em base de coeficientes de produtividade e preços
coletados no mercado. Os coeficientes são atribuídos de acordo com cálculos
técnicos em referência ao serviço a ser executado.
Na formação do preço temos fatores determinantes, sendo estes,
determinados por custos, despesas e lucros. O custo tem relação direta com o gasto
na produção de um bem ou serviço. As despesas tem relação com gastos indiretos
(encargos, impostos, custos administrativos, etc). O preço de venda é a quantia final
paga pelo contratante da obra, conforme mostra a Figura 7.
17

Figura 7 – Formação do Preço de Venda

Fonte: Granatum

3.4.5 Custos Indiretos

Os custos indiretos caracterizam-se pelos serviços de mobilização e


desmobilização de equipamentos, canteiro de obra, placa de obra e outros serviços
de administração de obra.
Os custos com mobilização são referentes a gastos com transporte de
equipamentos para o canteiro de obra. Já os custos com desmobilização se referem
na retirada de pessoal ao final do contrato da obra.
Nestes casos as tabelas SINAPI não possuem itens de referência direta.
Para tanto é montada uma composição específica listando todos os equipamentos a
serem mobilizados. Em alguns casos os equipamentos são deslocados até a obra
por condução própria. Em outras situações não há como os equipamentos serem
transportados por condução própria e precisam ser transportados até o canteiro de
obras por meio de caminhões.
Os equipamentos transportados serão orçados em carga horária improdutiva
e calculados de acordo com a distância média do trecho (DMT) e a velocidade média
em que os equipamentos são transportados. Em casos de obras de grande porte
afastadas de centros urbanos deve-se considerar também gastos com mobilização
de pessoal. Em relação à administração de obra, a administração local incide no
valor total da obra e está relacionada à montagem do canteiro de obra como
materiais de escritório, cozinha, banheiros, alojamentos, entre outros. Estas
despesas deverão constar na planilha orçamentária como se fossem custos diretos.
18

3.4.6 BDI

Semelhante à LDI (Lucro), a sigla BDI quer dizer Benefício e Despesas


Indiretas. E corresponde a um percentual aplicado sobre o custo dos serviços
relativos em sua parte a administração, canteiro, impostos. Está relacionada ao
custo direto da obra e representa um percentual adicional ao preço final. Todo o
cálculo é feito com base em taxas e tributos que variam conforme a administração
pública.
O BDI também pode ser definido em outras literaturas como LDI – Lucro e
Despesas Indiretas. Nas obras públicas, o Tribunal de Contas da União define as
diretrizes necessárias do BDI por meio de acórdãos. Os acórdãos são emitidos em
planilhas que detalham as alíquotas médias, mínimas e máximas para cada tipo de
tributo.

Figura 8 – Rubricas que compõem o BDI

Fonte: SINAPI

Segundo o Decreto 7.983/2013, o preço global de referência é o resultante


do custo global da obra somado com o valor de BDI.
O BDI deve ter em sua composição taxas de administração central, impostos
sobre serviços, taxas de risco, seguros e garantia do empreendimento e taxas de
remuneração do construtor.
19

É de grande importância que sejam detalhados os percentuais utilizados no


orçamento, para questionamentos técnicos e para o aperfeiçoamento do orçamento
de obra. Neste quesito, a jurisprudência do Tribunal de Contas da União, Súmula nº
258/2010 especifica que:

As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais


e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou
serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e
das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da
expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas.

A fórmula do cálculo de BDI se expressa como descrito na Figura 9:

Figura 9 – Fórmula do BDI

Fonte: SINAPI

O cálculo base do BDI será influenciado de acordo com as características de


cada obra. A legislação tributária do município irá definir a estimativa do percentual
de base de cálculo para o ISS (Imposto Sobre Serviços).
Os encargos sociais são os custos que impactam diretamente a folha de pagamento
no caso de trabalhadores mensais, ou sobre o custo de mão-de-obra operacional
para os profissionais que trabalham por hora. Ambos os casos são regulamentados
pela CLT.
20

Em relação à formação de preço do BDI, vários coeficientes são parte


integrante do percentual final, como pode ser observado na Tabela 2:

Tabela 2 - Planilha de Formação do BDI

Fonte: Caixa Econômica Federal

Segundo o Acórdão 2.622/2013, para a obtenção de BDI’s referenciais é


possível utilizar faixas de referência de acordo com o tipo de obra.
Para cada caso de obra é exigido uma análise detalhada dos fatores
influentes para determinar a correta escolha do BDI. Para tanto, é aceitável que
ocorram certas variações nos valores. Para isso é preciso verificar se estes estão
próximos aos valores médios, de forma que sejam aceitáveis e dentro da realidade
proposta.
Em relação a alíquota de ISS (Impostos Sobre Serviços), deve seguir as
prescrições do Plano Diretor do município no qual está sendo executada a obra. De
acordo com o art. 88 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Emenda Constitucional n.º 37/2002 e art. 8º, II, da Lei Complementar n.º 116/2003, a
alíquota mínima do ISS varia entre as taxas mínimas de 2% e máximas de 5%. Os
municípios definem por conta própria as alíquotas do ISS, sendo que os percentuais
devem respeitar os limites mínimos e máximos, conforme a Tabela 3.
21

Tabela 3 – Parâmetros de Referência de BDI

Fonte: Tribunal de Contas da União

3.4.7 Processo de Orçamentação de Obras

O orçamento começa com uma análise detalhada da obra com uma


interpretação sistemática dos projetos. Na planilha orçamentária devem conter todos
os serviços com as respectivas unidades e preços unitários, a partir do levantamento
do projeto e das especificações técnicas. Este também pode ser chamado de
orçamento sintético e preferencialmente deve ter incluído o BDI ao preço final de
venda, de forma clara e destacada.
Deve apresentar todos os serviços separados por classe, incluindo os
subtotais que são partes de uma etapa ou parcela do orçamento. Recomenda-se
que o orçamento tenha uma ordem cronológica de acordo com a execução dos
serviços conforme a estrutura analítica de projeto. Serviços Preliminares (Placa de
Obra, locação da obra), Serviços de Terraplanagem (Movimentação de terra,
serviços de corte e aterro, escavações), entre outros.
Em complemento o orçamento detalhado com as composições, preços
unitários e quantitativos é chamado também de orçamento analítico. O orçamento
analítico possui os quantitativos dos preços unitários e quantidades necessárias para
a execução do serviço.
Após o levantamento dos quantitativos, é feito o levantamento dos preços
dos insumos ou composições, de acordo com os sistemas referenciais de custos.
Para tanto, é necessário atenção do executor para adequar os serviços
corretamente com as atividades adequadas das tabelas de preço. A Figura 10
mostra o processo básico de orçamentação de obras.
22

Figura 10 – Processo de Orçamentação de Obras

Fonte: Tribunal de Contas da União

O SINAPI dispõe para acesso público cadernos técnicos que auxiliam o


orçamentista no levantamento das quantidades de forma correta, para não haver
excessos na aferição (Tabela 4). A utilização de softwares CAD auxilia no aferimento
mais exato das quantidades.
23

Tabela 4 – Critérios de quantificação utilizados pelo SINAPI

Serviço Critério de Quantificação


Utilizar a área líquida das paredes de alvenaria de vedação, incluindo a primeira fiada. Todos os
Alvenaria de vedação com blocos de concreto
vão (portas e janelas) devem ser descontados.

Aplicação de gesso desempenado em paredes Utilizar a área de parede efetivamente executada. Todos os vãos devem ser descontados.

Utilizar o volume teoricamente necessário para concretagem das lajes da parte da edificação a
Concretagem de lajes de edificações
ser executada.

Escavação em campo aberto Volume de corte geométrico definido pela topografia.

Volume de corte geométrico, definido em projeto, para vala com profundidade de 0 a 1,5 m,
largura de 1,5 a 2,5 m, em solo de 1ª categoria, executada em vias urbanas;

Vias urbanas são as ruas, avenidas, vielas ou caminhos e similares abertos à circulação pública,
Escavação mecânica de valas com profundidade de
situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao
0 a 1,5 metros, em vias urbanas
longo de sua extensão.

A geometria da vala deve atender aos fatores definidos pela norma NBR 12266/92.

Estaca escavada sem fluído estabilizante Utilizar o metro de estaca escavada.

Estaca pré-moldada de concreto Utilizar o metro de estaca cravada.

Utilizar a área de revestimento efetivamente executada. Todos os vãos deverão ser descontados
(portas, janelas).
Massa Única
Todos os requadros necessários foram inclusos no serviço.

Utilizar a área de parede efetivamente executada. Todos os vãos deverão ser descontados
Pintura de parede
(portas, janelas).
Utilizar a área de revestimento efetivamente executada. Todos os vãos deverão ser descontados
(portas, janelas).
Revestimento cerâmico externo (fachada)
O esforço relativo ao revestimento dos requadros dos vãos foi contemplado nas produtividades
apresentadas, embora sua área não deva ser somada na quantificação do serviço.
Utilizar a área de revestimento cerâmico efetivamente executada. A área de projeção das
Revestimento cerâmico em pisos
paredes e todos os vazios na laje devem ser descontados.

Fonte: SINAPI

A comparação para fins de levantamento é feita em relação ao orçamento


original, levando em conta somente os materiais utilizados diretamente para a
construção do viaduto.
24

4 ESTUDO DE CASO

4.1 EMPRESA

O estudo foi realizado no período de Março de 2017 à Dezembro de 2017 na


unidade de Gerência Executiva de Governo de Caxias do Sul – GIGOV / Caixa
Econômica Federal. O setor conta com uma equipe de engenharia responsável por
fiscalizar projetos da Serra Gaúcha, Vale do Caí, Região das Hortênsias, Campos de
Cima da Serra, dentre outras regiões.

Figura 11 – Local de Estágio

Fonte: Google Maps

Através dos Ministérios das Cidades, Ministério do Turismo, Ministério da


Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério dos Esportes, entre outros
ministérios, os recursos são repassados aos municípios para construção de obras de
infraestrutura urbana. Esses recursos são destinados para pagar a obra.
Por meio de programas internos de desenvolvimento, os recursos podem
abranger total ou parcial o custo total direto do empreendimento. Isso porque as
prefeituras municipais podem auxiliar no financiamento da obra por meio de recursos
próprios.
25

4.2 OBRA ESTUDADA

O Lote global faz parte do PAC – Projeto de Aceleração do Crescimento. O


Lote Global foi dividido em 4 Lotes, com obras de pavimentação, sinalização e
drenagem.
O segundo lote de implantação será objeto do estudo, especificamente a
seção do orçamento referente à construção do viaduto. Esta etapa abrange a
construção de um viaduto constituído por vigas de concreto protendido e fundações
em estacas. Fará a ligação entre as ruas Sepé Tiaraju e João da Costa, localizadas
entre os bairros Bom Pastor e São Caetano II, em Caxias do Sul.
A construção do viaduto tem o objetivo de otimizar o fluxo viário nas regiões
dos bairros Kayser, São Caetano, Bom Pastor, Esplanada e demais bairros nas
localidades.
A Figura 12 mostra o trecho total orçado em 4 diferentes etapas de
construção. O lote 2 atravessa uma área verde que teve desapropriações de
moradores que residiam nas proximidades. O viaduto projetado irá vencer um
desnível no terreno, de modo a conectar duas vias.

Figura 12 - Macrolocalização do Trecho

Fonte: Google Earth


26

Figura 13 – Localização do Futuro Viaduto da Radial Sudoeste

Fonte: Google Earth

A Figura 13 mostra a macrolocalização de uma forma mais ampliada onde é


possível verificar o vão que será vencido pela construção do viaduto. A área também
contém um córrego natural em área verde nos quais muitos moradores e empresas
dos arredores despejam as linhas de esgoto de forma irregular diretamente no
córrego sem nenhum tipo de tratamento. A licença prévia de início de obras foi
emitida em 2013 e a partir desta foi permitida a intervenção no curso d’água para
permitir a continuidade da radial entre os segmentos das Rua Sepé Tiarajú e João
da Costa. As movimentações de terra foram atribuídas à responsabilidade dos
executores técnicos.
A implantação do novo viaduto fará a ligação entre as duas ruas próximas.
Esta ligação fornecerá fluxo para toda a demanda de veículos dos moradores da
parte sudoeste da cidade, de forma que ligará os motoristas à Perimetral Rubem
27

Bento Alves, diminuindo efetivamente o trecho a ser percorrido para o acesso às


localidades centrais e economizando o tempo de deslocamento.

4.3 ANÁLISE DO LOCAL DA OBRA

A figura 14 mostra as obras de movimentações de terra, remoção de árvores


e limpeza que estão sendo realizadas na área. No talvegue é possível localizar o
córrego e pela figura também é possível ver o grande desnível, de forma que uma
pavimentação convencional dificultaria o trânsito de veículos e inviabilizaria a
implantação da obra.

Figura 14 – Implantação do Local

Fonte: Autor

Posteriormente, analisando o perfil natural do terreno verificamos que este


apresenta um declive acentuado. Na região do talvegue destacada na Figura 16,
existe um córrego e o viaduto irá vencer o desnível possibilitando a passagem de
veículos. A Figura 15 mostra o greide de elevação do terreno.
28

Figura 15 – Greide de Elevação do Terreno

Fonte: Google Earth

Entre os dados apresentados pelo software do Google Earth e os


levantamentos topográficos existem algumas variações. No ponto mais baixo do
talvegue, a altura é de 697,00 metros em relação ao nível do mar, o que varia em
relação ao projeto de terraplanagem que apresenta uma altura de 684,00 metros.
29

Figura 16 – Curvas de Nível do Talvegue

Fonte: SEPLAN

Para os serviços preliminares, orçam-se placa de obra e aluguel de


container, além de itens de mobilização e desmobilização de equipamentos. A placa
de obra tem medidas padrões mínimas de 1,25m x 2,50. Estas medidas são
definidas para proporcionar um tamanho de visualização adequado no canteiro de
obras. A Figura 18 mostra a implantação da placa de obra no canteiro.
30

Figura 17 – Implantação da Placa no Canteiro de Obras

Fonte: Autor

Em relação aos serviços de terraplenagem para o início da execução das


fundações, serviços como limpeza do terreno, escavação de material de primeira,
segunda e terceira categoria, compactação de aterro e desmatamento e
destocamento de árvores, estes geralmente tem custo relativamente baixo em
relação ao custo total da obra, porém neste caso específico, devido aos grandes
desníveis e irregularidades do terreno, os custos com escavação tiveram um
percentual significativo, tendo um peso cerca de 5% a 7% em relação ao custo total
do empreendimento. Os projetos do viaduto foram feitos pela STE-Serviços Técnicos
de Engenharia S/A.
31

Figura 18 – Modelo Computacional do Viaduto

Fonte: STE
32

4.4 VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS EXECUTIVAS

A autorização de início de obra (Figura 20) foi prevista para 19 de Dezembro


de 2016, com término previsto para 11 de Junho de 2018. O prazo de execução
previsto no cronograma físico-financeiro foi de 540 dias consecutivos. Estando a
obra dentro do prazo de execução previsto.
Em relação aos dispositivos de drenagem pluvial, não foram previstos em
projeto dutos que transportassem a água entre as placas de tabuleiro do viaduto à
via ao curso de água localizado logo abaixo do viaduto. Tampouco foram previstos
elementos de drenagem nos muros de contenção. Para o bordo do viaduto serão
instalados tubos de queda que transportarão a água diretamente ao solo.

Figura 19 – Ordem de Início de Serviço

Fonte: Prefeitura Municipal de Caxias do Sul


33

Se por ventura o prazo estipulado para conclusão de obra for excedido, o


órgão fiscalizador deverá emitir uma notificação à empresa executora que por meio
de declaração, apresentará suas justificativas referentes ao atraso da entrega da
obra.
Na visita in loco, foi constatada uma diferença de nível considerável em um
dos blocos de encontro. Em conversa com os engenheiros responsáveis, foi
constatada a previsão de execução de uma espécie de pilar que continuará no
mesmo segmento do bloco, visando o nivelamento dos blocos para a implantação do
encontro 2. No momento em que foram executadas as fundações e posteriormente
concretadas, é visível no canteiro de obras o desnível acentuado entre os blocos,
devido à irregularidade do terreno.
Para tanto, foi adicionado ao orçamento o quantitativo de concreto, aço e
fôrmas para a execução do prolongamento do pilar para nivelamento entre os blocos
do encontro 2. Após medição in loco foi estipulado um acréscimo de 2 metros de
altura em relação à altura original do pilar que consta na Tabela 5 para vencer o
desnível entre os blocos. Sendo assim foram adicionados ao orçamento
posteriormente os seguintes quantitativos:

Tabela 6 – Serviços não Previstos em Orçamento


Item Fonte Código Descrição Unidade Quantidade
1.2.2 SINAPI 74074/4 Fôrma para concreto em Fundação m² 28
1.2.3 SICRO 2S0358002 Aço CA-50 Kg 1432,19
1.2.4 SINAPI 74138/3 Concreto Usinado Fck=25 m³ 24

Fonte: Autor

Os quantitativos geraram os seguintes custos não previstos:

Tabela 7 – Custos não Previstos em Orçamento

Item Código Descrição Custo Unitário Custo Total


1.2.2 74074/4 Fôrma para concreto em Fundação R$ 69,29 R$ 1.940,12
1.2.3 2S0358002 Aço CA-50 R$ 7,26 R$ 10.397,69
1.2.4 74138/3 Concreto Usinado Fck=25 R$ 401,32 R$ 9.631,68

Fonte: Autor
34

4.5 VERIFICAÇÃO DO ORÇAMENTO LICITADO E DOS QUANTITATIVOS POR


MEIO DA ANÁLISE DO PROJETO EXECUTIVO

Os quantitativos que fizeram parte do Pareto tiveram suas quantidades


aferidas individualmente, a fim de constatar se os dados apresentados estavam
dentro dos limites aceitáveis. Já é de praxe constatar incoerências entre os dados
apresentados e o que realmente se apresenta na hora da execução de obra.
Na montagem do orçamento da data base da licitação e data base atual será
considerado o quantitativo aferido para tornar os dados reais à execução da obra.
Para o aferimento dos quantitativos foi seguido a ordem crescente pelo
numero dos itens do orçamento que estão dentro dos 80% significativos.
No item “Execução de estaca raiz em rocha Ø 310 mm”, verificando o projeto
executivo, temos 4 (quatro) blocos de apoio, com 8 estacas cada e 2 (dois) blocos
de encontro com 12 estacas cada. Entre as distâncias lineares, também foram
projetadas estacas inclinadas que devem levar em consideração o ângulo de
inclinação. A Tabela 7 mostra detalhadamente o cálculo do quantitativo de estacas.

Tabela 8 – Cálculo do Quantitativo de Estacas

Bloco Qnt Extensão (m) Qnt Extensão Total (m)


Enc1 6 7 6 7,14 84,84
Enc2 6 11 6 11,22 133,32
Ap11 4 11 4 11,22 88,88
Ap12 4 11 4 11,22 88,88
Ap21 4 11 4 11,22 88,88
Ap22 4 11 4 11,22 88,88
Total Geral 573,68 m
+ Perdas (15%) 659,73 m

Fonte: Autor
35

Figura 20 – Perfil Longitudinal do Viaduto

Fonte: STE
36

No cálculo das estacas inclinadas temos uma relação 1:5. Estabelecendo


uma relação de grandeza, temos o cateto oposto ao cateto adjacente de 7,00 m,
sendo como 1,4 m. Calculando a hipotenusa temos 7,14m. O mesmo raciocínio se
aplicará às demais estacas.
Outro item significativo a ser conferido é o volume de concreto para os
blocos de fundação. De acordo com o Catálogo de Composições Analíticas do
SINAPI (Tabela 8) da data base da licitação de Outubro de 2015, o código de
referência “74138/3 - CONCRETO USINADO BOMBEADO FCK=25MPA,
INCLUSIVE LANCAMENTO E ADENSAMENTO” já prevê uma perda de 5%, não
sendo necessário acrescentar o percentual ao quantitativo.

Tabela 9 – Concreto Usinado Bombeado fck=25MPa

FUES 74138/3 CONCRETO USINADO BOMBEADO FCK=25MPA, INCLUSIVE LANCAMENTO E ADENSAMENTO M3

COMPOSICAO 88245 ARMADOR COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,6

COMPOSICAO 88262 CARPINTEIRO DE FORMAS COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,6

COMPOSICAO 88309 PEDREIRO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,6

COMPOSICAO 88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,6

CONCRETO USINADO BOMBEAVEL, CLASSE DE RESISTENCIA C25, COM BRITA 0 E 1, SLUMP = 100
INSUMO 1527 M3 1,05
+/- 20 MM, INCLUI SERVICO DE BOMBEAMENTO (NBR 8953)

INSUMO 10485 VIBRADOR DE IMERSAO C/ MOTOR ELETRICO 2HP MONOFASICO QUALQUER DIAM C/ MANGOTE H 0,3

Tabela 10 – Cálculo do Quantitativo de Concreto

Bloco Comprimento Largura Altura Volume


Enc1 15 3 1,2 54
Enc2 15 3 1,2 54
Ap11 4 3 1,2 14,4
Ap12 4 3 1,2 14,4
Ap21 4 3 1,2 14,4
Ap22 4 3 1,2 14,4
Total 165,6 m³
Fonte: Autor

Em relação ao cálculo de fôrmas e volume de concreto, a metodologia


utilizada leva em conta a geometria da viga e relaciona esta com as variáveis
larguras de projeto. As Figuras 22, 23 e 24 mostram detalhes de projeto.
37

Figura 21 – Planta de Vigas Longarinas

Fonte: STE
38

Figura 22 – Vistas Superiores e Inferiores das Vigas Longarinas

Fonte: STE

Figura 23 – Cortes AA’ e BB’ – Vigas Longarinas

Fonte: STE

Em relação a armação das estruturas, o orçamento licitado utilizou um


código do SICRO relativo à utilização de aço CA-50. Porém, se adaptarmos os
códigos ao SINAPI, cada bitola terá um preço independente. Para tanto, os itens
significativos de aço CA-50 devem ter seus itens abertos e orçados conforme a bitola
da armação.
O quantitativo apresentado pela empresa licitante soma todas os pesos das
armações e divide pelo volume de concreto definindo desta forma uma taxa de
quilos de aço por metro cúbico de concreto. Verificando o projeto executivo, é
possível aferir que não há o adicional de 10% de perdas em cima da quantidade
39

aferida de aço. Se caso o houvesse, este valor em peso deveria ser suprimido da
quantidade orçada.
Em relação às cotações de mercado na época, deveriam ter sido
apresentadas no mínimo três cotações de mercado para os itens, o que não ocorreu
em diversos itens e que abre margem para grandes disparidades no custo unitário.
Foi verificado que na grande maioria dos itens, o preço utilizado foi inferior
ao teto máximo estipulado pelas tabelas do SINAPI e SICRO.
As Figuras 25, 26 e 27 mostram detalhes das juntas do viaduto, que foram
orçadas por meio de cotações de mercado.

Figura 24 – Detalhe dos Encontros do Viaduto com a Rua

Fonte: STE
40

Figura 25 – Detalhe dos Apoios Centrais

Fonte: STE

Figura 26 – Detalhe das Juntas

Fonte: STE

Em relação aos itens de CBUQ, houveram incoerências no orçamento


devido aos códigos utilizados se referirem somente a itens de transporte de massa
asfáltica. Em nenhum momento os códigos se referiam ao insumo de concreto
betuminoso. Para a montagem do orçamento, o quantitativo em metros cúbicos foi
convertido para toneladas e multiplicado pelo preço unitário do SINAPI.
41

4.6 MONTAGEM DO ORÇAMENTO E COMPARAÇÃO COM O LICITADO

Foi montado um orçamento com composições de serviços e insumos do


SINAPI e SICRO com data base da licitação.
Foi adotada uma numeração seqüencial de acordo com o orçamento licitado,
para facilitar o entendimento dos itens.
Para alguns itens da tabela SICRO, foram adotados itens do SINAPI visando
a padronização do orçamento de acordo com a data base de referência estipulada.
O orçamento da fase da análise aprovado junto com o projeto básico foi de
R$ 2.701.009,40 com BDI de 30,00%.
Já o orçamento licitado, o preço final da empresa vencedora foi de R$
2.558.479,17 já com o BDI de 30,24%.
Com o estudo da orçamentação da época da licitação com BDI 30,24%
calculou-se um valor de R$ 3.025.507,79 que ficou 12,01% acima do orçamento do
projeto básico (R$ 2.701.009,40) e 18,25% acima do orçamento efetivamente
licitado. (R$ 2.558.479,15)
42

4.7 COMPARAÇÃO COM OS ITENS DAS CURVAS ABC

Foi realizada a comparação entre as curvas ABC do orçamento licitado com


o orçamento montado com data base da licitação.
Em relação à curva ABC do orçamento da licitação o valor dos itens
significativos ficou estipulado em R$ 2.056.880,75. Os códigos de referência
utilizados são os mesmo apresentados no laudo de análise de engenharia.
Após a inserção destes códigos, na montagem do orçamento, alguns
códigos de referência da tabela SICRO foram substituídos por serviços compatíveis
nas tabelas SINAPI.
Em relação aos custos unitários os itens “Confecção e colocação cabo 12
cord. De 12,7 mm – MAC” e “Tirante protendido p/ cortina aço st 85/105 = 32 mm”
ultrapassaram o custo unitário máximo permitido totalizando um valor suprimido do
orçamento de R$ 41.388,51.
Em suma, o valor máximo dos itens significativos a ser aceito seria de R$
2.015.492,24, porém em relação à soma total dos itens se equivalerem e não
ultrapassarem os máximos permitidos entre as tabelas SICRO e SINAPI e entre as
cotações de mercado, o valor global pôde ser aceito na análise.
O Pareto da data base ficou com valor de R$ 2.437.236,02. Com uma
variação de 18% acima do Pareto da data da licitação (R$ 2.056.880,75).
O Pareto da data base ficou com 1 (um) item a menos, contando com um
total de 16 itens. Houve algumas alterações nos valores totais. A Tabela 10 mostra a
comparação entre as curva ABC.
43

Tabela 11 – Comparação entre Curvas ABC

ITEM DESCRIÇÃO DATA BASE LICITAÇÃO VARIAÇÃO


3.1.2 Aço CA-50 R$ 296.477,63 1º R$ 241.319,00 1º -22,86%
1.1.2 Camisa Perdida R$ 274.955,67 2º R$ 147.840,00 5º -85,98%
3.3.3 Aço CA-50 R$ 268.607,81 3º R$ 218.634,26 3º -22,86%
1.1.1 Estaca Raiz R$ 257.769,71 4º R$ 162.552,99 4º -58,58%
3.1.7 Guindaste R$ 215.775,12 5º R$ 143.585,00 6º -50,28%
3.1.5 Cabo Cordoalha R$ 187.627,40 6º R$ 227.167,17 2º 21,07%
3.3.2 Concreto 35 MPa R$ 133.969,72 7º R$ 130.248,00 7º -2,86%
3.1.4 Escoramento R$ 129.501,29 8º R$ 114.906,34 8º -12,70%
3.1.3 Concreto 35 MPa R$ 112.968,91 9º R$ 109.830,60 9º -2,86%
1.2.3 Aço CA-50 R$ 93.485,04 10º R$ 76.092,48 12º -22,86%
3.1.6 Cabo Cordoalha R$ 92.754,27 11º R$ 91.304,01 10º -1,59%
2.3.4 Aço CA-50 R$ 90.111,99 12º R$ 73.346,97 13º -22,86%
1.2.4 Concreto 25 MPa R$ 86.555,81 13º R$ 84.621,60 11º -2,29%
3.3.1 Fôrma R$ 73.104,46 14º R$ 69.001,47 15º -5,95%
4.4.1 Tirante R$ 69.938,40 15º R$ 71.846,88 14º 2,73%
3.1.1 Fôrma R$ 53.632,79 16º R$ 50.622,65 16º -5,95%
4.2.1 Concreto 25 MPa R$ 44.966,16 17º R$ 43.961,33 17º -2,29%
TOTAL R$ 2.437.236,02 R$ 2.056.880,75 -18,49%

Fonte: Autor

No Pareto da data base o item “4.2.1 - Concreto Estrutural fck = 25 MPa”


saiu dos 80% dos itens significativos.
As Figuras 28, 29, 30 e 31 mostram a situação do canteiro de obras do dia
01 de Dezembro de 2017.
44

Figura 27 – Vista do Encontro 1 - (01/12/2017)

Fonte: Autor

Figura 28 – Vista da Protensão das Vigas - (01/12/2017)

Fonte: Autor
45

Figura 29 – Camisa perdida nas Estacas - (01/12/2017)

Fonte: Autor

Figura 30 – Visão Geral do Canteiro de Obras - (01/12/2017)

Fonte: Autor
46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verifica-se que o orçamento original após a análise do Pareto, deveria ter


sofrido alterações em itens no qual os preços unitários excederam os máximos
permitidos. Isso influenciaria diretamente no valor final da obra, tendo seu custo total
reduzido significativamente. Em virtude do custo global dos itens significativos ficar
dentro do aceito, os valores unitários excedidos também foram aceitos.
Em virtude do orçamentista não ter utilizado os preços máximos para todos
os itens, o orçamento teve uma diferença considerável, o que pode se constatar uma
diminuição no preço final da obra de R$ 470.401,69. O orçamento se encaixou
dentro da faixa de preço aceitável.
A análise da curva ABC, foi realizada nos 80% dos itens significativos do
Lote 2. Se levarmos em consideração os itens restantes da seção do orçamento, os
itens das outras seções do mesmo orçamento, e os outros orçamentos dos demais
Lotes, certamente mais incoerências seriam encontradas, acarretando em valores
significativos na diminuição do valor final da obra.
Em relação às cotações de mercado, ser apresentadas no mínimo 3 (três)
cotações de diferentes empresas, adotando a mediana entre os preços unitários. Na
análise feita na época, pelo fato de alguns serviços serem bem específicos, não
havendo mais empresas fornecedoras, especializadas em determinadas atividades e
pelo fato de o preço unitário adotado ser inferior ao teto máximo permitido + BDI, as
cotações foram aceitas. Em complementação a isto alguns itens não apresentaram
cotações de mercado.
Houveram interferências na execução da obra que não foram previstas em
orçamento.
A obra está em andamento no ano de 2017 com previsão de conclusão para
o fim do primeiro semestre de 2018.
Em uma simples análise foi possível constatar o quanto os valores finais de
obra podem variar em pequenas variações de custos unitários.
O superfaturamento de obras acaba por causar diversos problemas para a
máquina pública que no Brasil anda a passos lentos em direção ao desenvolvimento
de infraestrutura.
47

6 BIBLIOGRAFIA

Brasil. DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes. Diretoria


Geral. Manual de Custos Rodoviários. 3. Ed. – Rio de Janeiro, 2003.

Brasil. Tribunal de Contas da União. Orientações para elaboração de planilhas


orçamentárias de obras públicas / Tribunal de Contas da União, Coordenação-
Geral de Controle Externo da Área de Infraestrutura e da Região Sudeste. – Brasília:
TCU, 2014. 145 p. : Il.

Caixa Econômica Federal. PLANILHA MÚLTIPLA, 2 v02. Disponível em:


http://www.caixa.gov.br/. Acesso em 23 ago. 2017.

Caixa Econômica Federal. SINAPI: metodologias e conceitos: Sistema Nacional


de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil / Caixa Econômica Federal. –
Brasília: CAIXA, 2015.

Decreto nº 7.983. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/D7983.htm.
Acesso em 14 set. de 2017.

Revista PINI. Construção. Mercado: Negócios de Incorporação e Construção.


2013. Disponível em: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-
incorporacao-construcao/construcao/sinduscons-vao-passar-a-divulgar-dois-cubs-o-
atual-e-301304-1.aspx. Acesso em 23 nov. 2017

Tisaka, Maçahico. Orçamento na construção civil: consultoria, projeto e execução


/ Maçahico Tisaka. - - 2. Ed. Ver. E ampl. - - São Paulo: Pini. 2011.
48

7 ANEXO A – CHECKLIST DE LICITAÇÃO PÚBLICA


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50
51

8 ANEXO B – ORÇAMENTO DA LICITAÇÃO – 11/2015


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55
56

9 ANEXO C – PARETO DA LICITAÇÃO – 11/2015


57

10 ANEXO D – ORÇAMENTO - DATA BASE - 10/2015


58
59

11 ANEXO E – COMPOSIÇÕES DE PREÇO – 10/2015


60

12 ANEXO F – COTAÇÕES DE MERCADO – 10/2015


61

13 ANEXO G – PARETO DATA BASE – 10/2015

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