REDUCAO DA POBREZA E AUMENTO
DA DESIGUALDADE:
um desafio tedrico-politico ao Servigo Social brasileiro*
——— aera 9 WIGO Social brasileiro*®
Ana Elizabete Mota**
1. Os termos da questéo
Penso nao existirem diividas de que estamos diante da mais
‘bipfunda crise do sistema capitalista, a qual expe as contradigées
da dinamica da acumulagio, mai festando-se em diversas frentes:
{a Gnanceira, a ambiental a urhana ea d para falar das
Suas mais destacadas expressdes. Uma crise que supera, em muito,
8 comentarios da midia, posto que nao se resume aos indicador
do risco pais, aos arrepios disrios das bolsas de valores, aos alaques
de nervosismo do mercado e as oscilagdes do délar. Embora sinalizem
alguma instabilidade econémica, a mengio desses indicadores tem a
finalidade de socializar uma dada concepgao da crise, desistoricizando
@ sua relagio com o desenvolvimento capitalista. Ao contrario deste
“Oconto dest ens inspiradonaconfertncaprferda na mesa de abertra do XI
Congresto Brasileiro de AsitentesSociais(CBAS) em 2010. Fl objeto de una publiagdo pela
Editors da UFVE em 2010 sem redigt, Para integra este volume fo revisto ecomplementada,
“~ Doutora em Servigo Socal pela PUCSPe profesora titular do Departamento de Seige
Social da UFPE,cons AO HEGEMON i
1s, Segundo Mandel (1990, p.13), essa part-
verar que se_trata de uma
Pevc wycts Warton
da sociedade burguesa. Nas crises cor
uma grande quantidade nio s6 de produtos
1E
por qué? Porque a sociedade possui ci
sSubsisténcia em excesso, indiistria em excesso, comércio
hs foryas produtivas de que dispéem deixam de promover
purguesas de propriedade — a0 contrério: tomaram-se poderosas de- a
cas pra essn cones eso oss prea es 8 delete OY | evolve Inet a as suse tanas de fs atengs engi
libertam, langam na desordem toda a soci le burguesa, ameacando 2 4 a ae legitimem socialment ‘sentido
eatnata da propriedade bangues.[ si gO. 4 queas clases propretriase dominants, a partir ds itima décadas
2 do século XX, necessitam exercitar-se como classe dirigente implemen
tando seu projeto classsta através de uma diresdo restauradora, spiando.
Sra 4 \ (events ceeds ds es, >
pat a pe Anda Mazanhio (2008) argumenta que sab.o declarado controle
Contudo,2 crise que se inicia nos gavundoeaal das forgasresaunadorasoliberalismeoEsada pasa dsempesbar
da diode uum papel central neste projeto dando andamento ao processo da ava
e duragio, apresenta particularidades que a diferenciam da dinamica
‘exploragio mais intensa dos antigos.Avneueanere nore
[KSERPOMENTSNO ECORSTRCHODENEGENONA
orienta nites vezes sem plena consciéncia o pensamento e a agio de
‘grandes massas de mulheres e homens.
ta de menos Estado, mais
batho.
ede qualquer contr
_segundo
Aces pansipios ne ado, na
Estado). Nas suas palavras:
ago de servigos puiblicos e a redugao dos benelicios da
og g2)) EERE Ss tempo em que portray 2 ancezagie
do capital oe ae
‘maior na periferia a
para o sono do dé
irvesponsdveis — defendem o capitalismo sério, real, prdutivo, demo-
tivo, Estava dado o “mote” que marcaria o inicio de
especial nos paises
sno seu fmpeto restaurado
Jando desde os anos 1990
tes somente tornam possi
No ambito deste movi
jominant
&
que s40\constitutivas da sua hegemoni x
Sobre este tema, a coleténea organizada por Oliveira, Braga e
Rizek (2010), intitulada Hegemonia as avessas, expe uma rica discus-
‘sio sobre as particularidades da(@ominagao social que se enaizou no
Brasil desde a era Lula. Seguindo a trilha do pensamento gramsciano, ‘Em recente discussao sobre o tema, Roberto Leher (chttp://www. \\
Coutinho (2010, p. 30) assevera que: estudosdotrabalho.org/RevistaRETO6.htm>, acessoem: 19 maio 2012), 3
faz uma afirmagio instigante, quando diz que a esquerda socialist ¢
1m
uma relagdo a precisa elaborar a sua concepcio critica da crise, posto
remonia f estabelecida quando um conjunto de crengas e valores iS
senso comum, naquela concepeio do mundo que Gramsci
destrutiv
‘com frequl ntraditoria, que
defini-la como tum processo resultante da légica
4 possivel se confrontar com a concepgao que =
5, estdo difundindo: a de que a crise €
eee
neoliberais, sob novas roupagen: