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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE HUMANIDADES

UNIDADE ACADEMICA DE CIENCIAS SOCIAIS

SOCIOLOGIA URBANA 2018.2

Nome: Anna Amélia Pereira Ribeiro

1. Tendo como referência os textos de Simmel (As grandes cidades e a vida do


espirito) e Wirth (o urbanismo como modo de vida), bem como suas próprias
experiências pessoais, disserte sobre como o processo de urbanização
relaciona-se a um estilo de vida “moderno” e também as características centrais
das sociedades contemporâneas.
2. O que são não lugares? Por que a proliferação de não lugares pode impactar o
modo de viver nas cidades?
3. O que é, para Castells, “consumo coletivo”? Como este conceito permite a
Castells formular o tema da questão urbana no marxismo?
4. Quais os temas centrais da reflexão marxista no Brasil, na decade de 1970,
mobilizados para pensar as particularidades da urbanização na periferia do
capitalsimo, em geral, e no Brasil, em particular?

Respostas

QUESTÃO 01

Primeiramente, é preciso entender que o urbano é pode ser caracterizado por uma
densidade de muitas pessoas em um mesmo local, e que o urbano é algo próprio da vida
moderna nas cidades e esta vida moderna junto com as condições da cidade grande
causou e efetuou um estilo de vida especifico que foi tratado com diferentes âmbitos e
aspectos na sociologia por diferentes autores, tratando a urbanização como causadora de
processos da vida moderna e não como apenas um efeito da mesma como por grande
parte do tempo foi estudado.

Simmel aborda que as vivencias da cidade grande, marcados pela individualidade que
segundo ele, é pautado pela indiferença de tudo que é individual, que também sofre
mediações pela economia monetária, autonomia e uma impessoalidade que foram
responsáveis por uma intensificação da vida nervosa e estímulos que são próprios dessas
formas de vida urbanas. Simmel também fala que essa técnica da vida da cidade grande
não seria possível se elas não teriam sidos conectadas em um esquema fixo e universal
fazendo todas as exterioridades se ligarem com a direção do sentido e o estilo de vida,
para exemplificar essas direções o autor cita a contabilidade, pontualidade e exatidão
que estão presentes universalmente nas vivencias da modernidade. Simmel ainda aborda
caráteres espirituais dos indivíduos dessas vivencias, os mais importantes são o caráter
blasé e a reserva, o caráter blasé é tido como uma resposta nossa aos estímulos nervosos
tão intensos e rapidamente alterados que recebemos, o indivíduo assim obtém uma
incapacidade de reagir a novos estímulos, não no sentido em que as coisas não sejam
percebidas mas que o valor e o seu significado sejam nulos, enquanto a reserva é
entendida como uma distancia ou afastamento de um contato próximo ou ameaça a
privacidade logo sabendo que o que não é baseado em individualidade gera diferença,
vale ressaltar que a reserva condiz com uma atitude espiritual interligada a uma
disposição psicológica de um antagonismo pratico. Enquanto Louis Wirth aborda um
olhar articulado diante de problemas causados pelo urbanismo, ele enfatiza que o
fenômeno urbano é responsável por características que são das cidades modernas, o
tamanho, o aglomerado de pessoas junto de uma densidade permanente produz uma
heterogeneidade que quanto maior sua quantidade maior a dependência criada por
diferentes grupos, essa mesma heterogeneidades produzem um modo de vida próprio
baseado pelo controle social formal, uma necessidade de filiação a uma variedade de
grupos sociais ao mesmo tempo que cresce uma autonomia individual existe uma
dependência de outros para a satisfação de necessidades o que gera uma atomização dos
individuo e uma participação em redes mais complexas de filiação.

Sendo assim, é possível observar que o ritmo das cidades e a vida moderna tem
características muito especificas e que geram internamente no individuo e que atuam em
um modo de vida subjetivo, uma invididualidade e e objetivo no que diz respeito a
autonomia e impessoalidade, a partir do momento que é estudada a urbanidade é preciso
entender que ela é causadora de incorporações nos indivíduos e que permite visualizar
um estilo de vida próprio que é causado por esses fatores.
QUESTÃO 02

Antes de explicar o que são não lugares é preciso entender o que pode ser
caracterizado por um lugar seguindo as definições do antropólogo Marc Augé um lugar
pode ser definido pelo espaço identitário, relacional e histórico, identitário pois existe
uma preocupação com a identidade de quem ocupa estes espaços, eu ou você tanto faz,
somos só mais uma pessoa, relacional por que nesses espaços existem formações de
relações entre os indivíduos que perpassam por um período de tempo e histórico logo
que nesses espaços as marcas do tempo é visível. Não lugares seria então lugares de
transitórios ou de passagem ou então lugares de consumo da cultura contemporânea.

Como alguém que pratica esses locais, Augee coloca que esses fenômenos são
característicos do que ele chama de supermodernidade, a supermodernidade seria
caracterizada por fazer coexistir realidades distantes a partir da planetarizaçao de fluxos
financeiros ou politico tanto como de pessoas, a partir de meios que permitem
deslocamento físico a grandes distancias em um curto espaço de que alteraram nossa
percepção tanto de tempo quanto de dimensão da Terra. Para ele, a supermodernidade é
justamente este cenário paradoxal no qual convivem uniformização e planetarização de
fluxos informacionais e financeiros, ao mesmo tempo que se acentuam particularismos;
países cuja lógica social é guiada pelo excesso de consumo e cujas populações vivem na
miséria, sem condições básicas de sobrevivência; múltiplas possibilidades de contato,
comunicação e interação em escala global, e conflitos regionais e globais exatamente
por falta de entendimento, ou seja, a modalidade essencial da sobremodernidade e, ao
mesmo tempo, a sua grande produtora é o excesso, somente possível a partir da
superabundância de três fatores que, para ele, são: o excesso de informação, de imagens
e de individualismo. Marc Augée ainda coloca o lugar antropológico como antagônico
ao que seria não lugares, enquanto os não lugares seriam vazios de sentido social os
lugares antropológicos seriam cheios do mesmo, esferas antagônicas mas que são
complementares em suas existência.
Logo os não lugares ou o aumento da proliferação deles tenderiam à generalização de
suas características, logo criando uma falsa sensação de familiaridade em torno da
transitoriedade que lhes é característica: aeroportos que se assemelham a shoppings;
televisões e, mais recentemente, acesso à internet em aviões, ônibus e trens. Eles
transformam os particularismos das cidades onde se inserem em uma uniformidade
global, sendo possível reconhecer facilmente um shopping, seja em Nova York, seja em
Hong Kong, e a partir disso o autor se apropria da expressão Marc Augé ainda faz uma
relativização no que, embora eles sejam caracterizados pela ausência de identidade,
significado e referência histórica, a sua existência está diretamente relacionada com os
modos como os sujeitos se apropriam deles, sendo o uso o que faz o lugar ou o não.

QUESTAO 03

Segundo Castells consumo coletivo seria diferente do consumo individual se realiza


economicamente e socialmente não por meio do mercado mas de uma
institucionalização por meio do Estado e politicas publicas, o estado que se encarrega de
produzir de meios essenciais de reprodução da força de trabalho e a partir disso se
converte em planificador do processo geral de consumo, sendo assim a cidade, o
urbano, seria o espaço de reprodução do consumo, enquanto a indústria seria o espalho
de reprodução capitalista o urbano funciona apenas como um produto material de uma
determinada formação social, existe assim uma simplificação dos problemas urbanos
sendo decorrente apenas da ordem do consumo coletivo e de confilto entre os
trabalhadores do estado, o que permite Castells contrapor com a ortodoxia comunista
propondo o fim dessas contradições a partit de novos movimentos sociais urbanos. Esse
estudo de Castell proporcionou um caminho de teoria com menos complexidse, pensou
a reprodução do trabalho que não fosse trelada apenas no salario e sim em outras
perspectivas e tornou se possível o material urbano como de luta social para garantir
sovrevivencia dos trabalhadores em luta, pensar na cidade como um viés de acumulação
de diferentes agentes. Naquela época as pesquisas sofriam de um impasse teórico que
impossibilitavam de os conceitos se moverem mas sim continuarem estáticos, abrindo o
leque de possibilidades para pesquisas com veiez materialista, ou melhor dizendo,
marxista

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