Professional Documents
Culture Documents
Porto Alegre
2005
CARMEM HELENA GESSINGER
Porto Alegre
agosto 2005
AGRADECIMENTOS
− Com certeza este trabalho não seria realizado sem a colaboração de muitas pessoas
que fizeram parte da minha caminhada, motivo pelo qual, registro meus agradecimentos:
− Aos colegas Rute, Maira e André, que de uma maneira ou outra, me auxiliaram a
facilitadora.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................. 4
4 CONCLUSÃO................................................................................................................40
6 GLOSSÁRIO..................................................................................................................43
INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho surgiu de uma necessidade minha de poder tomar posse e
que, para mim, são de fundamental importância a fim de que possamos desenvolver um
trabalho nessa área, com responsabilidade, seriedade e consciência de que nós temos em
discorrendo sobre vários tópicos para que possamos entender, aos poucos, onde se encaixa a
Para concluir este trabalho, há um capítulo sobre a estrutura da sessão (aula), bem como
tronco encefálico, cujos axônios se comunicam com praticamente todos os órgãos e tecidos do
corpo humano. Sua tarefa é manter a homeostase, mesmo que suas ações não sejam
Central (no diencéfalo, particularmente o hipotálamo). Esse Sistema apresenta duas divisões
cujos axônios emergem do Sistema Nervoso Central e constituem os nervos que terminam em
plexos nas paredes das vísceras. Considerando os gânglios como pontos de referência,
ganglionares.
FIGURA 1: O sistema nervoso autônomo (B e C) difere do sistema motor somático (A) pela
existência de uma sinapse periférica entre a fibra eferente de origem central e a que inerva as células
efetoras. Essa sinapse periférica se localiza em gânglios e plexos situados fora das vísceras ou em
plexos situados no interior da parede visceral, B representa a organização básica da divisão simpática,
e C a divisão parassimpática.
FONTE: Lent (2001).
7
modificadas entre neurônios pós-ganglionares e a estrutura alvo, seja fibra muscular lisa ou
mas geralmente não são contíguas à célula-alvo, apresentando inúmeras vesículas parecidas
com as vesículas sinápticas. Estas vesículas contêm neurotransmissores que são liberados ao
meio extracelular pelos potenciais de ação e geralmente se difundem por grandes distâncias,
até chegarem aos receptores de várias células da região e não só da mais próxima.
Esta estrutura sináptica modificada contribui ainda mais para que a ação funcional do
A grande maioria das somas (corpo) dos neurônios pré-ganglionares está na coluna
pequenos que emitem axônios mielínicos finos. Alguns desses axônios emergem pelas raízes
centrais, mas logo formam um desvio, chamado de ramo comunicante branco (devido à
coluna, dentro dos quais formam sinapses com as células pós-ganglionares. Outros axônios
pré-ganglionarios seguem o mesmo caminho pelo ramo comunicante branco, mas atravessam
nervosos por onde passam os ramos ascendentes e descendentes das fibras pré-ganglionares e,
assim, formam duas cadeias, uma em cada lado da coluna vertebral. Os gânglios pré-
por isso, muitas vezes, não chamados de plexos. Quase todos os gânglios pré-vertebrais são
pelos ramos comunicantes cinzentos (devido à falta de mielina) e se reúnem com os nervos
nervos cardíacos).
9
vertebral (um gânglio para cada segmento), no que se refere ao controle das estruturas da pele,
que se posicionam perto dos alvos correspondentes, como (sem a expressão “por exemplo”) o
gânglio ciliar, que se localiza atrás do globo ocular, bem próximo do nervo óptico e o
Por seu turno, os neurônios pós-ganglionares do corpo, inervados pelo nervo vago e
seus ramos, localizam-se em gânglios ou plexos situados próximo ou dentro da parede das
Por fim, os neurônios pós-ganglionares propriamente ditos, por sua vez, inervam a
musculatura lisa do trato gastrintestinal e são responsáveis pelos movimentos peristálticos que
propelem o bolo alimentar, mas sua atuação é modulada e organizada pelos demais neurônios
orgânico e a programação e execução de uma resposta apropriada. Isso pode ser sentido
e das carótidas acusam uma tendência de queda da tensão arterial e imediatamente acionam a
controle podem ser locais (na própria víscera) ou centrais (envolvendo neurônios e circuitos
Autônomo por regiões corticais ou subcorticais do Sistema Nervoso Central. Pode-se observar
esse modo de controle através da lembrança de uma emoção; já que isso pode provocar
taquicardia, sudorese, salivação e muitas outras reações orgânicas, sem que haja,
comando e, em outras vezes, só um deles entra em ação, como nos exemplos há pouco
mencionados.
de maneira capaz de regular com precisão a função dos órgãos. A grande maioria dos órgãos e
tecidos é inervada, tanto pela divisão simpática como pela divisão parassimpática. Essa
14
interação pode ocorrer de três maneiras: antagonista; isto é, na qual a atividade parassimpática
provoca efeito contrário à atividade simpática. Sendo assim, quando a atividade de um cresce
a do outro decresce. Um exemplo dessa integração acontece com o coração que é inervado
efeito contrário, ou seja, bradicardia (diminuição da freqüência cardíaca). Pode ocorrer por
sinergia, em que ambos os sistemas provocam o mesmo efeito. Como nas glândulas salivares,
que têm fibras simpáticas e parassimpáticas, mas ambas provocam a secreção salivar. Outro
exemplo típico, temos os vasos sangüíneos que, com algumas exceções, a musculatura lisa
do fluxo sangüíneo são obtidas variando para mais ou menos o tônus simpático. Isto quer
dizer que quando as fibras simpáticas pós-ganglionares aumentam sua freqüência de disparo,
As ações do Sistema Nervoso Autônomo estão descritas na tabela a seguir, na qual estão
questão.
primeiramente vivenciá-la, senti-la na pele, nos órgãos, pelo sangue correndo nas veias,
dançá-la através das emoções. Só depois transformar seu conceito em palavras, pois como diz
Rolando Toro em seu livro Biodanza: “A base conceitual da Biodanza provém de uma
teorias e palavras, mas sim de algo que vai além de tudo isso, ultrapassando essas barreiras e
se instalando em nosso mais íntimo ser, em nossa essência. Na verdade, há uma definição
acadêmica de Biodanza que permite traduzir em palavras o seu significado, mesmo que essa
definição seja uma janela que se abre apenas para poder abarcar todo o seu significado: “A
de reaprendizagem das funções originárias da vida.”. Ela tem como base metodológica as
vivências integradoras induzidas pela música, pelo canto, pelo movimento e pelas situações
de encontro em grupo.
Para compreender melhor aborda-se alguns dos termos usados nessa definição. A
totalidade biológica;
interno e da redução dos fatores de estresse, sendo estimulada mediante exercícios que
estímulo da afetividade no ser humano, tão perturbada nos dias de hoje, em que o vínculo com
o outro e as relações de afeto não são estimuladas, gerando seres sem amor, áridos e estéreis,
funções originárias da vida consiste na sensibilização dos instintos básicos, que constituem
sensibilizar-se a eles significa restabelecer a ligação entre homem e cultura. Para ilustrar é
A auto-regulação dos instintos tem uma base orgânica constituída por uma infra-
estrutura neuroendócrina de notável precisão: por esta razão, a liberação dos
instintos não representa perigo; ao contrário, resgatar no próprio estilo de vida, uma
coerência a esses impulsos inatos é um modo natural de responder harmoniosamente
às necessidades orgânicas e assim, manter a saúde (TORO, 2002, p. 36).
indivíduo em um lapso de tempo, aqui e agora (gênesis atual), abarcando funções emocionais,
Quando se está preso ao passado ou ao futuro e não conectado ao tempo presente, não
vivências têm um efeito harmonizador e estão associadas a situações em que se reforça o lado
saímos através dela do nosso cotidiano, entramos no tempo vivencial (que não tem tempo, por
isso podemos senti-lo como se tivesse 15 min, 1 min, ou 1 hora, dependendo de quem
organismo, nos níveis emocional, visceral e, mais tarde, racional (no nível da consciência).
Portanto, a vivência vai da emoção à consciência e não vice-versa. Quando voltamos ao nosso
cotidiano, já não é a mesma coisa de quando saímos dele. As vivências que tivemos ficam
Não tempo
Tempo vivencial
Aprendizagem
Linha do tempo
podemos mudar nossas atitudes sem ter passado pelo racional (sem a palavra “ou”) pela
análise ou pela interpretação psicológica, e sim só por ter vivido e sentido a vivência. A
consciência. Esse tipo de conscientização pode ser imediato ou vir em um segundo momento.
expressão das potencialidades genéticas, a vivência tem, por isso, prioridade sobre a
consciência, por isso, pode ser “evocada”, mas não dirigida pela vontade, possuindo qualidade
pessoa experimenta são únicas, íntimas, incomparáveis e, muitas vezes, incomunicáveis – sem
palavras para se expressar o que se está, de fato, sentindo. Além disso, tem-se a intensidade
variável, que é a intensidade das vivências, que varia conforme a sensibilidade de cada
atual”, no sentido dado por Alfred Awersperg, para referir-se à contínua criação da vida, que
se verifica nos organismos vivos. Já a emocionalidade, está presente nesse processo porque
(sensação interna) é importante, uma vez que as vivências vêm sempre acompanhadas de
vivência é a via de acesso ao inconsciente vital, sendo o maior fator de regulação do mesmo.
E a dimensão ontológica é a vivência que constitui a conexão íntima e absoluta, ligada ao ser
e à percepção de estar vivo. Ela tem um valor ontológico (o indivíduo como identidade) e
compromete a validade de ser. Por fim, temos a expressão da identidade, na qual as vivências
comprometem a identidade como um todo, significando que as vivências têm influência nos
vida humana considerados tradicionalmente como integrantes da esfera psíquica têm origem
biológica. Eles são gerados no coração dos processos celulares e chegam por diferenciação à
A - Vitalidade
alegria de viver.
No aspecto biológico, o nível de vitalidade pode ser medido através dos níveis de saúde
vitalidade pode ser expresso através da motivação para a ação, da força dos instintos (de
Ter vitalidade não significa simplesmente ter a força e a potência dos movimentos e dos
gestos. Quer dizer também possuir a harmonia e a agilidade dos mesmos, a luz e o brilho do
olhar, o riso fácil e espontâneo, o som genuíno da voz e a força dos instintos.
B - Sexualidade
A sexualidade há séculos tem sido reprimida, das mais diversas formas, principalmente
através das religiões, inibindo o fluxo natural da energia sexual, que é instintiva no ser
humano e está relacionada com a reprodução da espécie (fecundação). Isto traz como
conseqüência uma distorção das formas de sexualidade, de onde vão surgir as patologias
(idealizações, racionalização, formação reativa etc.) fazendo com que haja uma desintegração
A sexualidade está associada ao prazer e o prazer ao desejo. O desejo, por sua vez, é o
primeiro passo que move a sexualidade. Para podermos viver plenamente a nossa sexualidade,
inicialmente temos que despertar a nossa fonte do desejo e depois expressá-lo; para que
despertar o prazer e então nos sentimos culpados, devido a toda essa repressão cultural e
Para que possamos desfrutar e sentir prazer sem culpa, é necessário elaborá-la. A
biodanza trabalha todas essas questões, desde o despertar da fonte do desejo até a elaboração
A sexualidade não se refere somente ao sexo em si, mas se estende a todos os grandes e
pequenos prazeres da vida, desde sentir as gotas de chuva caindo no rosto e no corpo todo; o
sabor e o prazer da comida; o toque das carícias e os beijos molhados, o calor do sol na pele e
C - Criatividade
dos impulsos naturais de criação aflore, em um sentido mais amplo, não só da criação
artística, mas sim da criação como uma extensão do processo de vida. Isto envolve o
cotidiano: escolher como se quer viver, desde os menores atos - como fazer uma comida
diferente, sair da rotina do dia-a-dia, criando momentos especiais dentro dela. A criatividade é
inovação e expressão.
D - Afetividade
A afetividade está relacionada com o sentimento de amor pela espécie (outro ser
humano), pelo instinto de solidariedade, pela empatia, por se colocar no lugar do outro
consumista em que vivemos as pessoas estão voltadas para o próprio ego, acarretando, com
relação afetiva é um espelho do nosso mundo interno, que é, por seu turno, um reflexo do
E - Transcendência
uma autopercepção para se identificar com a natureza, com a essência das pessoas, em que o
aceitação do outro como ele é e isso não se faz através da razão. “Os efeitos da biodanza no
uma única vez, permite mudar a própria atitude em relação a si mesmo e aos outros.”
(TORO, 2002, p. 91).
que o que torna eficaz a Biodanza é a coerência e a integração desses três elementos, e cada
uma das partes é inseparável da função do todo. Na definição de Kurt Lewin “um sistema
cujas partes estão dinamicamente conectadas, de tal modo que a modificação de uma parte
vivências integradoras. É ela que vai dar a definição e o caminho por onde percorrerá a
devem ter certas características, para que possam ter o efeito desejado.
motoras expressivas. A música em si mesma tem que ser coerente e integradora, ou seja,
orgânica; para que possa permitir movimento e vivências integradoras. Por isso, excluem-se
todas as músicas que têm componentes dissociativos e que reforçam atitudes rígidas, gestos e
define o tema a ser desenvolvido. Se é alegre, triste, melancólico, feliz, sereno, eufórico,
nostálgico, desesperado, sendo importante que o tema se mantenha estável e não seja uma
força e a intensidade musicais, necessárias para que se induza as vivências. Por fim, o tema
O movimento em Biodanza tem como base os movimentos naturais do ser humano, tais
como caminhar, saltar, espreguiçar-se etc., e os gestos considerados “costumes sociais”, como
dar a mão, abraçar, beijar e os gestos arquetípicos que são baseados em mitos de Deméter e os
recuperar a integração psicofísica, por meio de uma metodologia que inclui todos os aspectos
música e movimento. As vivências têm, para cada pessoa que compõe o grupo, um grau
Uma determinada música ligada aos gestos e aos movimentos corporais coerentes
com ela produzirá, em cada um, vivências semelhantes ainda que de intensidades e
matizes diferentes. A influência recíproca entre o movimento e a vivência
evidenciam-se quando se realiza um mesmo exercício com músicas diferentes: o
resultado é a ocorrência de vivências diversas entre si (TORO, 2002, p. 122).
reparação dos tecidos. Há, também, vivências que estimulam uma pulsação suave entre as
neurovegetativo.
27
As músicas que influem sobre o sistema nervoso autônomo são de dois tipos: músicas
lentas e suaves que ativam o sistema parassimpático e músicas de ritmo alegre e euforizante,
que ativam o sistema simpático. O primeiro tipo estimula movimentos lentos, levando o
ocorrem mudanças fisiológicas, tais como: diminuição do ritmo cardíaco; aumento das
ativação do Eros em geral. Já o segundo tipo, provoca aumento do ritmo cardíaco; elevação
da pressão arterial; deslocamento do sangue aos músculos que vão entrar em ação; liberação
preparar uma sessão de Biodanza, é de suma importância pensar em cada um desses aspectos,
indicada pela Biodanza, fazendo com que o aluno saia da aula integrado e bem
fisiologicamente.
3 A SESSÃO DE BIODANZA, ENFOCANDO A CURVA
sobre toda a teoria do Sistema Biodanza, uma percepção aguçada dos objetivos do mesmo,
que são a integração, a conexão, a saúde, o amor e a criação, sendo essa atividade muito
desenvolvem-se temas teóricos, relacionados ao trabalho que está sendo conduzido, bem
como se explica o sistema Biodanza, seus objetivos e a forma como eles serão alcançados. Os
temas devem ser desenvolvidos progressivamente, para que o aluno possa compreender bem a
Biodanza, pois ela traz um novo olhar sobre a vida e o mundo. O aluno vai aprender uma
nova terminologia e um novo tipo de relacionamento, que inclui a revisão de muitos valores
culturais, afetivos e relacionais com o universo. A parte verbal também é uma oportunidade
para que o aluno possa colocar seus sentimentos e sensações, relacionados às vivências da
sessão anterior.
Já a parte teórica ou vivencial deve ser estruturada de acordo com o modelo teórico,
havendo uma contínua pulsação entre os dois pólos horizontais do modelo: identidade
Além disso, deve-se estruturar a aula de acordo com o nível do grupo, no qual ter-se-á
1) Aulas de iniciação
motora, em que os alunos começam a liberar seus movimentos, dissolvendo aos poucos suas
tensões e couraças, bem como desenvolvendo suas capacidades rítmicas e, assim, começando
a superar suas dissociações. Junto a esses exercícios, dá-se ênfase também aos de integração
estrutura uma aula ou se introduz, para os iniciantes, exercícios mais complexos e específicos
O facilitador deve ter bem desenvolvida a sua capacidade de percepção, para que possa
Trabalhar a sessão de Biodanza podendo perceber tudo isso é um desafio e um estímulo para
2) Aulas de aprofundamento
se estimula uma ou duas linhas de vivência, sendo que os exercícios trabalhados nas aulas de
Para que haja aprofundamento vivencial, é fundamental que o grupo esteja integrado,
seja permissível e disponível e que tenha um nível de maturidade afetiva suficiente para que
3) Aulas de radicalização
de modo que se possa chegar até a raiz subjetiva da vivência. A intensidade vivencial depende
vivência e irá aumentando, conforme o aluno vai traçando o seu caminho, dentro das aulas de
conexão com a vida: consigo mesmo, com o outro e com o universo. Há exercícios
individuais, em pares, em pequenos grupos e os que envolvem o grupo como um todo. Tem-
bem como exercícios com simbolismo arquetípico ou função ritual. Além disso, existem
exercícios básicos, que são os de mais fácil realização, em cada uma das cinco linhas de
vivência e os exercícios específicos, que são mais complexos, dentro de cada linha de
potenciais genéticos. A integração motora caracteriza-se pela ação integradora no nível motor;
já a integração afetivo-motora tem como objetivo integrar os gestos às emoções, para reduzir,
sentimentos e emoções entre os participantes do grupo, através dos gestos, olhar e contato
genéticos: visando ao aprofundamento nas cinco linhas de vivência e requerem uma intensa
A seguir, há uma lista de alguns exemplos de exercícios das quatro categorias e onde se
1) Integração motora
caminhe em pares é preciso que se tenha sintonia com o companheiro, por isso é
danças com ritmos tropicais (samba, mambo, forró). Este tipo de exercício ocupa
ritmo é uma expressão natural do organismo, já que temos vários ritmos fisiológicos
internos, como ritmo cardíaco, respiratório e peristáltico, que variam de pessoa para
pessoa. Por isso,a maior parte dos indivíduos possui a capacidade rítmica inata.
Além disso, a natureza também tem seus ritmos: dia e noite, estações do ano e
marés. Os exercícios de ritmo são muito importantes, porque revelam o quanto uma
pessoa está, ou não, dissociada, nas suas respostas motoras aos estímulos que vêm
do ambiente e, através desses exercícios, vai se permitindo que, aos poucos, ela
os hemisférios.”
aos exercícios rítmicos, sendo que esse tipo de atividade é mais complexa do que os
interrupção e com reduzido controle voluntário. Esses tipos de exercícios devem ser
propostas no final da primeira parte da aula e podem ser usadas como alternativas
Podem ser propostos como alternativa aos exercícios de extensão ou fluidez ao final
2) Integração afetivo-motora
afetivo-motora permitem superar a dissociação entre a afetividade e a ação, fazendo com que
da aula. Estes exercícios são mais complexos do que os de integração motora, devido a
integrarem padrões motores específicos com o mundo emocional de cada indivíduo. Como
erotismo e etc.). Os exercícios de contato sensível (dança de contato mínimo, dança sensível
de contato) podem ser propostos na segunda parte da aula. Os demais exercícios de integração
comunhão, fluidez em grupo com contato sensível e grupo compacto de embalo. Devem ser
propostos na segunda parte da aula, depois da preparação realizada no grupo, através dos
exercícios de integração.
São exercícios específicos de cada linha de vivência e são estruturados nas aulas de
conexão com a própria força. Nesta linha, a intensidade vivencial deve ir progredindo até
alcançar seu ponto máximo. Esse tipo de exercício é trabalhado em torno da metade da aula.
34
Após alcançar o objetivo da sessão, introduz-se exercícios mais suaves, melódicos, encontros
deve ser progressivo e o momento de maior intensidade deve ser proposto próximo ao final da
sessão e antes da ativação. Na criatividade, tem-se como exemplo a dança yin e yang, danças
de expressão das emoções. O objetivo de uma aula nessa linha deve ser buscado próximo da
como exemplo rodas concêntricas de olhares, dança da amizade, embalo no regaço (dar e
receber continente no chão), grupo compacto de embalo. A aula de afetividade é suave, com
vivenciar diversos níveis de transe e expansão da consciência. Sendo que o objetivo desse tipo
de aula é alcançado na sua parte final, porque a seqüência dos exercícios deve ir induzindo
5) Exercícios de passagem
A passagem de um exercício para o outro deve fluir organicamente, sem trocas bruscas
de um nível a outro, a fim de que não haja efeitos que prejudiquem o aluno, principalmente os
efeitos fisiológicos, bem como os emocionais. Esta passagem é feita através dos exercícios de
peito-braço, a dança sensível de braços, etc. A passagem dos exercícios ergotróficos para os
mudança dos exercícios trofotróficos para os ergotróficos deve ser muito lenta e progressiva,
ser realizada por uma ativação leve, permitindo a elevação da identidade de forma suave.
6) Ativação final
Na fase final da aula, deve-se sempre fazer o procedimento de ativação, porque durante
a sessão se reduz as funções de controle racional e vigilância, tendo como objetivo o estímulo
momento de regressão em que o aluno está relaxado, é necessário elevar a identidade, para
que se possa terminar a aula com um nível elevado de regulação térmica e uma sensação de
harmonia. A ativação final não deve ser intensa, para que não se destrua essa harmonia.
3.3 Gráficos e exemplos de aulas de Biodanza: uma correta e outra incorreta, com os
sem trocas bruscas de um estado a outro e as condições de regulação das vivências que se
progressivamente, é feita através de exercícios de integração, por meio de músicas com menos
ritmo e mais melodia, propiciando que o organismo adapte-se, paulatinamente, a esse novo
sistema simpático, trabalham-se exercícios com cada vez mais mobilidade, e nos quais a
estado.
Exemplos de seqüência:
1- Acariciamento de mãos em grupo
Acariciamento de mão em pares
Acariciamento do rosto
37
2- Elasticidade integrativa
Regaço grupal no chão
Dar continente em par (sentados)
Este é o exemplo de como uma aula não deve ser estruturada, já que não houve respeito
prejuízos, principalmente fisiológicos, uma vez que ao fazer essas mudanças, houve choque
Fonte: a autora
Este gráfico representa a curva da aula acima descrita, em que, na realidade, não houve
§ Dois alunos começaram a se sentir mal durante a aula e tiveram cefaléia em seguida;
§ Dois alunos tiveram diarréia. Um deles trinta minutos após a aula e o outro teve
cólicas intestinais ao sair da aula e diarréia, voltando ao normal aproximadamente três horas
após a sessão.
Outras observações:
39
§ Não houve respeito à metodologia, sendo que a curva não foi orgânica;
para outro colinérgico e vice-versa, sem exercícios de passagem, para harmonizar e regular o
organismo;
pediu para falar, cortando bruscamente o estado colinérgico e ativando a parte adrenérgica, o
acariciamento e passando logo a forró. As respostas fisiológicas nessa passagem podem ser
ainda mais intensas, porque o nível de regressão dessas vivências é bastante profundo e essa
passagem é muito perigosa. Ao depararmo-nos com essa estrutura de aula, devemos parar,
disposição.
4 CONCLUSÃO
Com base na pesquisa teórica e tendo como exemplo concreto uma aula prática sem a
metodologia correta, pôde-se verificar in loco que tudo o que foi estudado e escrito sobre o
aula há todo um mecanismo neurofisiológico que é ativado, fazendo com que haja mudanças
em nosso organismo.
segurança e certeza do que se está fazendo e assim poder usufrui-lo e sentir os resultados que
positivos se apresentam.
a dinamicidade da vida.
41
Enfim, mostra que a vida é um contínuo movimento, onde tudo se transforma e evolui, a
TORO, Rolando. Teoria da Biodanza (Coletânea de Textos. V. II). Fortaleza: ALAB, 1991.
Efetores: são células ou órgãos que realizam uma tarefa em resposta a uma mensagem
química transmitida por via simpática, difusional ou através de circulação sangüínea. Existem
dois tipos de efetores: as células secretoras (glandulares) e as contráteis (musculares ou
mioepiteliais).
Gânglios: são cada uma das pequenas formações variáveis quanto à forma, à espessura e à
constituição que se situam ao longo dos vasos linfáticos ou se localizam no curso das raízes
posteriores da medula espinhal ou no Sistema Nervoso Autônomo.