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Conservação e Manejo
Integrado do Solo Agrícola
eduardo.garcia@agricultura.gov.br
Brasília DF
Fev. 2008
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS 3
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Art. 1º. A Política Nacional de Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
baseia-se nos seguintes fundamentos:
1
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: VI (…) “defesa
do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição” (negritado ausente da fonte
consultada).
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Art. 30. Compete aos Municípios: “VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano” (negritado ausente
da fonte consultada). Essa promoção é básica para a Política Nacional de Conservação e Manejo Integrado do
Solo Agrícola (PNCMISA). Na mesma Constituição Federal, no art. 174, consta: “Como agente normativo e
regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado”: estabelecer
diretrizes e bases do planejamento, neste caso para a conservação e manejo integrado do solo na atividade
agrícola. No art. 225, estabelece: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” com claras e explícitas indicações a
serem regulamentadas, tais como: Inc. I “ preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas: Inc. V e § 2º. Instrumentos como a Lei Agrícola 8.171/91 e a
Lei das Águas no. 9433 / 97, entre outras, são necessárias referências para definir o presente instrumento de
disciplinamento do uso do solo em sua função social.
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No conceito de Política Agrícola que o Estatuto da Terra apresenta no seu art. 1º. , § 2º: “o conjunto de
providências de amparo às propriedades da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural,
as atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no sentido de harmonizá-
las (negrito ausente da fonte consultada) com o processo de industrialização do País”; em fundamentos da
Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97), ao definir a “bacia hidrográfica como unidade
territorial” para a implantação dessa Política; e na Política Agrícola (Lei. n o. 8.171 / 91), ao destacar, como
pressuposto (art. 2, item I), o gerenciamento de processos e recursos naturais subordinado às “normas e
princípios de interesse público, de forma que seja cumprida a função social e econômica da propriedade
“encontram-se elementos fundamentais para a PNCMISA.
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Por que não os termos uso e conservação? Segundo moderno entendimento sobre o assunto, o conceito de
conservação aplica-se ao uso racional de um recurso qualquer, de modo a se obter um rendimento bom,
garantindo-se, entretanto sua renovação ou auto-sustentação. Dessa forma, e aliado /conforme ao espírito da
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Versão preliminar para discussão
lei, a conservação do solo é compreendida como a exploração, seu uso, agrícola, adotando-se técnicas de
proteção (é a complementação do manejo integrado com os recursos hídricos, com a vegetação etc.) contra a
erosão e redução de fertilidade.
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No art. 102 da Política Agrícola se estabelece: “o solo agrícola deve ser respeitado como patrimônio natural
do País”
6
O art. 102, parágrafo único, da Política Agrícola prescreve “a erosão do solo deve ser combatida pelo Poder
Público e pelos proprietários rurais”. No art. 103, prescrevem-se: “preservar e conservar a cobertura florestal
(…); recuperar com espécies nativas ou ecologicamente adaptadas as áreas já devastadas (…); e sofrer
limitações ou restrições no uso de recursos naturais (…), para fins de proteção dos ecossistemas (…)”.
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EMBRAPA, Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa – SPI, 1999.
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Versão preliminar para discussão
CAPÍTULO II
DOS CONCEITOS
Art. 2º. Para efeitos desta Lei, considera-se:
§ 10. Solo, massa não-consolidada de minerais e orgânico sólidos, líquidos e gasosos
dinâmicos, 8 diferenciada em horizontes de profundidade variável, com fraca coerência de
cascalho, areia, argila e silte, 9 encontrada entre a superfície e a rocha consolidada; 7 essa
massa é alterada por agentes físicos, químicos (intemperismo) e biológicos, resultado da
ação do clima e de organismos, que ao ser penetrada pelas raízes das plantas serve como
meio natural de suporte e para o crescimento e desenvolvimento da vegetação terrestre. 10
§ 20. Solo agrícola; solo cuja aptidão, sintetizável por indicadores para utilização e
destinação, for agrícola, pastoril ou silvicultural, de forma isolada ou integrada; serve,
também, à conservação de recursos naturais, sobretudo dos recursos hídricos. 11
§ 30. Uso racional do solo agrícola; compreende a utilização coerente do solo com a
manutenção de fluxos de serviços ambientais para assegura, por um lado, a produção
agrosilvipastoril em determinado nível conforme aptidão e limitação desse recurso e, pelo
outro, a diversidade de ambientes e formas de vida com suporte no solo; compreende,
também, fortalecer a capacidade produtiva e das funções social, econômica e ambiental do
solo.
I - fazem parte do uso racional do solo agrícola disciplinar, com base em critérios técnicos
operacionais, sua ocupação em áreas especiais definidas em mapeamentos do solo agrícola
elaborados segundo disponibilidades – carências em macronutrientes e micronutrientes em
escalas convenientes como, pro exemplo, entre 1: (5)1.000.000 para macro análises até 1:
(2)5.000, para micro-análises;
II - o papel da educação ambiental, em especial da educação orientada para a conservação e
manejo integrado do solo agrícola, é fundamental na utilização do solo.
§ 40. - Manejo integrado do solo agrícola; adoção (gerenciamento) de procedimentos,
práticas e operações como as de calagem, adubação corretiva e de manutenção, sistemas
de preparo 12 e rotação de culturas, entre outras, do solo com ações multidisciplinares,
8
EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: SPI, 2001.
9
Glossário de termos hidrológicos / Vocabulário básico do meio ambiente.
10
MARGALEFT R. Ecologia. Barcelona: Omega. 1980.
8
Lei no. 15.697, de 25 de jul. de 2005 de Minas Gerais: Ocupação, uso, manejo e conservação do solo agrícola.
11
Lei no. 15.697, de 25 de jul. de 2005 de Minas Gerais: Ocupação, uso, manejo e conservação do solo agrícola.
12
RESCK, D. V. S. Uso e ocupação do solo no Brasil Central. p. 123 -143. IN.: MANEJO INTEGRADO DE
SOLOS EM MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS. ed. Celso de Castro Filho e Muzilli Osmnar, VIII
Congresso Brasileiro e Encontro Nacional de Pesquisa sobre Conservação do solo. IAPAR: Londrina, 1997
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13
ACADEMIA de Ciências do Estado de São Paulo - ACIESP.Glossário de ecologia. São Paulo: CNPq,
ACIESP, p. 43.
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Versão preliminar para discussão
14
GUERRA, A. T. Dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1978, 446p.
15
SILVA, D. D. da; PRUSKI, F. F. Recursos hídricos e desenvolvimento sustentável.. Brasília: MMA, UFV,
1997, p. 98.
16
ACADEMIA de Ciências do Estado de São Paulo -ACIESP.Glossário de ecologia. São Paulo: CNPq,
ACIESP, p. 78.
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Versão preliminar para discussão
presença de lençol freático próximo à superfície e irrigação com utilização de água com
elevado teor de sais;
§ 14. Desertificação; trata-se do desenvolvimento de condições desérticas, natural ou
provocado, como resultado de atividades humanas indevidas ou de mudanças climáticas,
freqüentes em regiões áridas, semiáridas e sub-úmidas secas;
I - a desertificação provocada por atividades humanas se dá, em geral, pela remoção da
cobertura vegetal; pela utilização predatória e de uso intensivo e manejo inadequado solo;
ou por alterações ecológicas que despojam a terra de sua capacidade de sustentar atividades
agro-silvipastoris; 17
§ 15 Proteção do solo agrícola; processo racional que compreende medidas orientadas para
manter, melhorar ou recuperar características biológicas, físicas e químicas do solo
condizentes com suas capacidades, potencialidades e limitações de uso e manejo;
I - a proteção do solo agrícola compreende ações, procedimentos e técnicas de educação -
conscientização, prevenção e controle, nessa mesma ordem, da erosão do solo em todas as
suas formas;
II - a proteção do solo agrícola compreende ações e técnicas – tecnologia para evitar ou
reduzir, em níveis toleráveis, assoreamentos de cursos de água e a poluição de águas
subterrâneas;
III - a proteção do solo agrícola compreende ações de educação, estratégias, ações e técnicas
– tecnologias para evitar processos de degradação e desertificação ou para recuperar essas
áreas e incorpora-las ao processo produtivo racional;
IV - a proteção do solo agrícola compreende ações de procedimentos e técnicas para evitar -
disciplinar o desmatamento de áreas impróprias para a exploração agropastoril ou de áreas
com valor estratégico;
V - a proteção do solo agrícola compreende adequações de intervenções como obras de
barragens, estradas, canais de drenagem, diques e irrigação às condições de suporte e
limitações;
VI - a proteção do solo agrícola compreende instrumentos, entre outros, os legais capazes de
desestimular a ociosidade de solos com potencial e demanda agrícola.
§ 16 Beneficiário de ato ilícito; o Poder Público, o ocupante temporário (posseiro,
arrendatário), a comunidade e o proprietário de direito da fração de uso do solo que obtiver
benefício ou for “favorecido por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência
violar direito ou causar dano (…)”18 ao meio ambiente ao não cumprir obrigações com
custos não realizados, como os de evitar práticas de manejo adequado e de conservação;
não controlar a erosão, a desertificação e o assoreamento; não impedir o desmatamento de
área imprópria para a exploração agrosilvipostoril; e não recuperar nem manter as
características físicas, químicas e biológicas do solo agrícola e melhorá-las;
17
Sahop, citado por MOREIRA, V. D. Vocabulário básico de meio ambiente. Rio de Janeiro: Petrobrás, 1991,
p. 73.
18
Art. 188 do Código Civil Brasileiro, na conceituação de ato ilícito aplicado ao desfrutador ou favorecido por
um beneficiário que resulta de dispêndio omitido.
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I – será beneficiário de ato ilícito o titular de um direito como o proprietário da fração de solo
que ao exercê-lo, excede limites impostos pelo seu fim econômico;
II – não constitui benefício de ato ilícito os praticados em função de remoção de perigo
iminente e quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, sem exceder os
limites do indispensável para a remoção do perigo. 19
CAPÍTULO III
DOS OBJETIVOS
Art. 3º. Nos objetivos da Política Nacional de Conservação e Manejo Integrado do Solo
Agrícola ao incentivar a utilização racional e ecologicamente correta do solo com o exercício
da função de planejamento determinante para o setor público e indicativa para o setor
privado, destacam-se:
§ 10 Assegurar à atual e as futuras gerações, mediante a aplicação de critérios, procedimentos
e técnicas-tecnologias de conservação e manejo integrado adequados às condições -
possibilidades locais, as disponibilidades de solo e de água em condições de qualidade
necessárias para a produção sustentável;
I - são propósitos a ser alcançados, a qualidade do solo e a qualidade da água, de forma
indissociáveis na conservação e manejo integrado do solo agrícola, consistentes com o art.
2º, item I da lei 9.433 / 97, Lei das Águas, e o art. Art. 3º., item IV da Lei 8.171 / 91, da
Política Agrícola20;
§ 20 Assegurar, mediante práticas como as de plantio direto, sistematização de lavouras,
correções de fertilidade, descompactação de solo, planejamento de rotações de culturas,
manejo de restos de culturas e manejo de enxurradas, entre outros procedimentos, a
utilização racional e sustentada do solo agrícola, com vistas ao desenvolvimento
sustentável agro-silvipastoril;
§ 30 Prevenir desastres e perdas do valor do solo agrícola, como decisão consciente da
educação ambiental desenvolvida na comunidade e como princípio de um objetivo da
conservação do solo.
I – a prevenção de danos ou perdas do solo agrícola deverá ocorrer com a aplicação de
práticas como as de manter a adequada cobertura vegetal, aumentar componentes
orgânicos que possam elevar a capacidade de retenção de água e racionalizar o uso do solo
baseado no conhecimento de sua capacidade de suporte à intervenção e de sua aptidão e
limitações, entre outras;
II – a prevenção de danos ao solo agrícola deve ser, também, um objetivo da educação de
precaução 21 como princípio contra incertezas (e riscos não aceitáveis) potenciais e do
19
Art. 188 do Código Civil Brasileiro, parágrafo único.
20
Nesse aparte da Lei 8.171/91 se estabelece como objetivo “proteger o meio ambiente, garantir o seu uso
racional e estimar a recuperação dos recursos naturais”.
21
Esta é uma nota esclarecedora e de justificação do texto ao destacar o papel da educação em objetivos da
política de conservação e manejo do solo agrícola. A ignorância, por definição, refere-se ao que escapa ao
reconhecimento: ao que não se sabe que existe; na incerteza se tem o conhecimento do que ainda não se conhece
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Versão preliminar para discussão
e do que não possa se prognosticar; no risco se tem o conhecimento do que se pode prever, dentro de certos
limites de probabilidade de ocorrência; em muitos casos esses limites não são toleráveis em algumas das
dimensões do cenário e se rejeita a adoção de, por exemplo, uma prática de uso do solo. Na indeterminância de
relações, a cadeia causal do conhecimento da conservação é aberta não apenas por conta de interações não-
lineares de aspectos que são complexos e fora de dimensões como a física, química e biológica da ciência do
solo. É aberta e indeterminada, também, pela variabilidade de fatores, pelas interações entre eles, pela
diversidade social, econômica (…) em que se tomam decisões sobre a conservação e manejo integrado do solo
agrícola.
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Versão preliminar para discussão
CAPÍTULO IV
DAS DIRETRIZES GERAIS
Art. 4º. Constituem diretrizes gerais de ações para a implementação da Política Nacional de
Conservação e Manejo Integrados do solo agrícola:
§ 10 – O planejamento e a gestão de conservação e manejo integrado do solo agrícola,
estabelecidos de acordo com a capacidade de suporte as intervenções de uso agrícola e de
manutenção de sua estrutura e atributos de qualidade e quantidade;
§ 20 - A adequação do planejamento e da gestão do solo agrícola às diversidades físicas,
bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;
§ 30 - O planejamento e a gestão de conservação e manejo do solo agrícola, articulados e
integrados com as demais políticas públicas de gestão ambiental, em nível nacional,
estadual e municipal;
§ 40 – O planejamento e a gestão do solo agrícola articulados com o planejamento e gestão
dos recursos hídricos no contexto de uma bacia ou microbacia hidrográfica;
I – O planejamento, gestão e execução de ações, atividades e estratégias na conservação e
manejo integrado do solo agrícola deverão ser feitos independentemente divisas
geopolíticas ou limites de propriedade rural, prevalecendo sempre o interesse público; 22
§ 50 - A integração do planejamento e gestão do uso, manejo e conservação do solo agrícola
com os planos de bacias hidrográficas, respeitadas as peculiaridades regionais.
CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS
Art. 5º - São instrumentos da Política Nacional de Conservação e Manejo Integrado do Solo:
I – Os planos de conservação e manejo integrado do solo agrícola em nível nacional, estadual
e municipal;
II - O Fundo Nacional de Conservação e Manejo Integrado do solo agrícola a (a ser criado);
III – Os conselhos nacional, estaduais e municipais de conservação e manejo integrado do
solo agrícola;
IV - A assistência técnica e a extensão rural;
V – A educação ambiental em um ambiente de comprometimento e responsabilidade social
V - O crédito rural e o seguro rural;
VI – A pesquisa, o ensino e a educação ambiental;
VII – A fiscalização.
22
Ver art. 3º. Da Lei Estadual no. 6.171, de 4 de jul. De 1988 do Estado de São Paulo, que dispõe sobre o uso
(sic), conservação e preservação do solo agrícola.
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Versão preliminar para discussão
SEÇÃO I
DOS PLANOS
Art. 6º - O planejamento e gestão de conservação e manejo integrado do solo agrícola se
darão em cinco níveis de atuação inter-relacionados para sua implementação coordenada e
integrada:
I – Nacional; o plano nacional de conservação e manejo integrado do solo agrícola
contemplará objetivos, fundamentos e diretrizes explicitadas nesta lei, respeitando as
peculiaridades regionais;
§ 10 - o plano nacional de conservação e manejo integrado do solo agrícola deverá ser
atualizado a cada quatro anos por ocasião da elaboração dos planos plurianuais;
II – Estadual; o plano estadual de conservação e manejo integrado do solo agrícola
contemplará objetivos, fundamentos e diretrizes explicitadas nesta lei, respeitando as
peculiaridades estaduais e regionais;
§ 10 - o plano estadual de conservação e manejo integrado do solo agrícola deverá considerar
outros instrumentos de planejamento como são os planos municipais de conservação e
manejo integrado do solo, os planos de bacias hidrográficas no correspondente âmbito de
atuação, os zoneamentos afins e outros planos.
§ 20 - o plano estadual de conservação e manejo integrado do solo agrícola deverá ser incluído
no plano do respectivo governo estadual e sua atualização ocorrerá por ocasião da
elaboração dos planos plurianuais;
§ 30 - os procedimentos, práticas, técnicas e métodos propostos nos planos de conservação e
manejo integrado do solo agrícola em nível estadual serão definidos em consonância com
as legislações estadual e federal, permitindo-se a participação nos dois níveis geopolíticos,
em função da grandeza, complexidade e desenvolvimento de ações nesses planos.
III – Municipal; o plano de conservação e manejo integrado do solo agrícola deverá se
articular com planos municipais como os de ordenamento e ocupação territorial e com o
plano estadual de conservação e manejo integrado do solo.
§ 10 - o plano municipal de conservação e manejo integrado do solo agrícola deverá obedecer
aos limites de bacias hidrográficas definidos pelos estados.
§ 20 - o plano municipal de conservação e manejo integrado do solo agrícola deverá ser
atualizado a cada quatro anos, coincidindo com a atualização dos planos municipais.
§ 30 - os procedimentos, práticas, técnicas e métodos propostos nos planos de conservação e
manejo integrado do solo agrícola em nível municipal serão definidos em consonância com
as legislações municipal, estadual e federal, permitindo-se a participação nos três níveis
geopolíticos, em função da grandeza, complexidade e desenvolvimento de ações nesses
planos.
IV – Bacias hidrográficas e Microbacias; o plano de bacias hidrográficas e de microbacias,
ao considerarem a conservação e manejo integrado do solo agrícola, contemplarão
objetivos, fundamentos e diretrizes explicitadas nesta lei, consistentes com os objetivos da
Política Nacional de Recursos Hídricos.
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
SEÇÃO II
DOS FUNDOS
Art. 7º - O Poder Público criará o Fundo Nacional de Conservação e Manejo Integrado do
Solo Agrícola e estabelecerá critérios para concessão de recursos financeiros para apoiar os
planos de conservação e manejo integrados do solo agrícola.
Parágrafo Único – O Fundo Nacional de Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
será formado pela arrecadação de multas advindas da aplicação desta lei; por medidas
compensatórias de empreendimentos que causem impactos negativos ao solo; e por outras
fontes a serem definidas em lei para os propósitos deste Fundo.
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
SEÇÃO III
DOS CONSELHOS NACIONAL, ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE CONSERVAÇÃO E
MANEJO INTEGRADO DO SOLO AGRÍCOLA
Art. 8º - Os Conselhos terão como área de atuação:
I - O território nacional;
§ 10 - o Conselho Nacional de Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola será criado
por ato do Presidente da República;
II – Os Estados;
§ 10 - os Conselhos Estaduais de Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola serão
criados por ato do governador;
§ 20 – nos Estados onde já existam conselhos, agências ou órgãos de desenvolvimento rural
com funções semelhantes às dos Conselhos, tais órgãos serão responsáveis pela
implementação da política estadual de conservação e manejo integrado do solo agrícola;
III – Os municípios;
§ 10 - o Conselho Municipal de Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola será criado
por ato do prefeito.
§ 20 – nos Municípios com conselhos de desenvolvimento rural ou órgãos com funções
semelhantes às do Conselho Municipal de Conservação e Manejo Integrado do Solo
Agrícola, tais órgãos serão responsáveis pela implementação da política municipal de
conservação e manejo integrado do solo agrícola;
Art. 9º. Os Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais serão precedidos por Conselhos
Diretores;
I – A Direção do Conselho Nacional de Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
estará composta por representantes, titular e suplente, escolhidos pelas representadas:
§ 10 - dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com interesses e atuações na
conservação e manejo integrado do solo agrícola em atividade agrosilvipastoris;
§ 20 - dos conselhos estaduais de conservação e manejo integrado do solo agrícola;
§ 30 - de confederações e outras entidades com interesse e atuação na conservação e manejo
integrado do solo agrícola e/ou vinculadas às atividades agrosilvipastoris;
§ 40 - de organizações civis com interesses e atuações na conservação e manejo integrados
do solo agrícola e/ou vinculadas às atividades agrosilvipastoris;
§ 50 - por representantes de instituições de pesquisa, ensino - educação e extensão, com
destaque para as orientadas para a educação ambiental.
Parágrafo Único. O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá
superar à metade mais um do total dos membros do Conselho Nacional de Conservação e
Manejo Integrado do Solo Agrícola.
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
SEÇÃO IV
DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RTURAL
Art. 11 - Os Serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural públicos, em articulação com
outras instituições, serão responsáveis pela implantação, em sua fase funcional, da política
nacional de conservação e manejo integrado do solo agrícola e da operacionalização de seus
instrumentos de difusão, de capacitação e de fortalecimento de experiências nos estados e
municípios.
Parágrafo primeiro – Os serviços privados de assistência técnica e extensão rural que
recebem recursos públicos ou operacionalizam crédito rural ou seguro agrícola, também
serão responsáveis, no que couber, pela execução da política nacional de conservação e
manejo integrado do solo agrícola.
Parágrafo segundo – Os serviços de assistência técnica e extensão rural deverão se
compatibilizar e integrar, em sua fase funcional, com os fundamentos, objetivos
instrumentos da política nacional de conservação e manejo integrado do solo agrícola.
Parágrafo terceiro. Os serviços de assistência técnica e extensão rural deverão se
fundamentar, em sua essência, e potencializar em suas ações com os serviços de pesquisa,
ensino e educação ambiental, de forma integrada sistêmica.
Parágrafo quarto – Os serviços de assistência técnica e extensão rural deverão se
compatibilizar, complementar e potencializar com os serviços de crédito rural de forma
integrada sistêmica.
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
SEÇÃO V
DO CRÉDITO RURAL E DO SEGURO AGRÍCOLA
Art. 12 - O crédito rural deverá disponibilizar recursos financeiros, em quantidade suficiente,
para finalidade eficiente e em condições de época oportuna, prazos e taxas compatíveis com
os planos de conservação e manejo integrado do solo agrícola para implementação de
práticas, processos, técnicas e métodos financiáveis desses planos em atividades
agrosilvipastoris.
Parágrafo único - A aplicação de recursos do crédito rural em planos de conservação e
manejo integrado do solo agrícola em atividades agrossilvipastoris será orientada, em sua
parte funcional, pelos Serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural, públicos ou
privados, e fundamentada ou com suporte técnico em indicações de pesquisa e educação
ambiental.
§ 1o – o crédito rural deve ser um instrumento para incentivar a introdução de procedimentos
e métodos racionais visando ao aumento da produtividade e à “adequada conservação do
solo e preservação do meio ambiente” (art. 48, item III da Política Agrícola).
§ 2o – a concessão do crédito rural estará condicionada à idoneidade do tomador em termos
de consistência e pertinências das ações de conservação e manejo integrado do solo agrícola
e à fiscalização e monitoramento pelo financiador;
§ 3o – o seguro agrícola deverá cobrir prejuízos de sinistros que atinjam bens fixos como é o
caso do solo agrícola afetado pela erosão.
SEÇÃO VI
DA PESQUISA, DO ENSINO E DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 13 - O Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária atuará, de forma conjunta, com
outros sistemas e/ou organizações de pesquisa e ligada ao ensino, assistência técnica, a
extensão rural e educação ambiental para expandir o conhecimento científico e tecnológico
da conservação e manejo integrado do solo agrícola;
Parágrafo primeiro – A aplicação de resultados da pesquisa é responsável, pela essência
consistida do alicerce que oferece e no que a ela couber, pela implantação e sucesso da
política de conservação e manejo integrado do solo agrícola;
§ 1o – a efetividade dos resultados da pesquisa para a conservação e manejo integrado do solo
agrícola estará condicionada à funcionalidade e/ou operacionalidade dos serviços de
Assistência Técnica e Extensão Rural, podendo ser potencializada pelo Crédito Rural e pela
superação de fatores do chamado “custo Brasil”;
§ 2o – é desejável e conveniente, pelo sinergismo de resultados conjuntos e pela disposição
de “a pesquisa agrícola estar integrada à assistência técnica e extensão rural, aos produtores,
comunidades e agroindústria (…)” (art. 2º. Item II, da Lei. no. 8.171 / 91 que dispõe sobre
a Política Agrícola), a plena coerência, equilíbrio e integração, indissociação, entre os
resultados da pesquisa em termos de informações, serviços e tecnologias para inovações e
os serviços de assistência técnica – extensão rural, em termos de viabilização (…) de
soluções aos problemas, entre outros, os de preservação do meio ambiente (art. 16 da
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
Política Agrícola) para se ter o melhor, pela sustentabilidade, e maior, pela otimização,
benefício na conservação e manejo integrado do solo agrícola;
Parágrafo segundo – A pesquisa ao produzir informações tecnológicas de utilização e
manejo do solo agrícola para novos conhecimentos e ao gerar serviços e produtos para
inovações na conservação desses recursos deverá considerar a capacidade de suporte
ambiental, social e econômica.
§ 1o – dar propriedade à geração e à adaptação de tecnologias agrícolas destinadas ao
desenvolvimento do mediano e pequeno produtor rural, respeitando a preservação de
fontes, ciclos e processos naturais determinantes de aptidões do solo agrícola, bem como
considerando as limitações e restrições de uso e manejo do solo agrícola.
SEÇÃO VII
DA FISCALIZAÇÃO
Art. 14. O Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento terá função de
supervisionar e orientar a Política Nacional de Conservação e Manejo Integrado do Solo
Agrícola e fiscalizar o cumprimento desta lei, visando alcançar seus objetivos.
§ 1o - A fiscalização desta lei é atribuição concorrente à União, Estados e Municípios.
§ 2o - Estão sujeitas à fiscalização as pessoas físicas e jurídicas que usem ou interfiram, direta
ou indiretamente, no solo agrícola.
§ 3o - A autuação fiscal será efetuada sem sobreposição.
Art. 15. Compete ao Fiscal Federal Agropecuário a fiscalização da conservação e manjo
integrado do solo agrícola, sendo-lhe assegurado, no exercício de suas funções, livre acesso
a quaisquer estabelecimentos, documentos ou pessoas referidas.
§ 1o - Poderá o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, mediante convênios
ou acordos com entes públicos, outorgar a execução do serviço de fiscalização de que trata
esta Lei, na forma de seu regulamento.
§ 2o. - A delegação de competência, acima prevista, fica sujeita as auditorias regulares,
executadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento conforme
estabelecido no regulamento desta Lei.
SEÇÃO VIII
DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO
Art. 15 - Compete à União, Estados, Distrito Federal e Municípios:
I - Promover e apoiar campanhas educativas e de conscientização sobre a conservação e
manejo integrado do solo agrícola;
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
CAPÍTULO VI
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 17 - Constitui infração a esta lei de conservação e manejo integrado do solo agrícola:
I – A utilização do solo em desacordo com as classes de aptidão e limitações agrícolas;
§ 1o -
III – Contribuir, de forma direta ou indireta, para o assoreamento e eutrofização dos corpos
de água e bacias de acumulação;
§ 1o - (próxima versão do texto complementa esta parte com informações da legislação
ambiental)
VIII – utilizar como canais escoadouro, leitos e faixas de domínio de rodovias, estradas
vicinais e ferrovias;
§ 1o - (próxima versão do texto complementa esta parte com informações da legislação
ambiental)
IX – depositar, enterrar, deixar infiltrar e/ou acumular resíduos poluentes no solo agrícola;
§ 1o - (próxima versão do texto complementa esta parte com informações da legislação
ambiental)
X – o parcelamento, a urbanização, e a instalação de atividades no meio rural, que reflitam
na inviabilidade da produção agrosilvipastoril, pela degradação e contaminação dos recursos
naturais e pela elevação artificial do valor venal das terras;
§ 1o - (próxima versão do texto complementa esta parte com informações da legislação
ambiental)
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
Art. 18 - As infrações a esta Lei serão passíveis das seguintes penalidades, em ordem
gradativa e crescente, conforme a gravidade ou reincidência, de forma isolada ou cumulativa:
I - Advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das
irregularidades;
II - Multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração;
III - Suspensão do acesso aos benefícios e incentivos de programas governamentais;
IV - Interdição de parte ou de todo o imóvel;
V Apreensão de produtos, subprodutos, máquinas e equipamentos;
§ 1º A multa pecuniária será equivalente a até 100% do valor venal da propriedade
agropecuária fiscalizada.
Art. 19 - As penalidades de que trata o Art. 17 incidirão sobre os infratores, sejam eles:
proprietários de estabelecimentos rurais; arrendatários, parceiros, ocupantes; responsáveis
técnicos; autoridades que se omitirem ou facilitarem, por consentimento, a prática do ato; e
beneficiários do ato ilícito (art. 2, inc. XVI).
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 20 - Os projetos de financiamento agrícola, pecuário e silvicultural observarão os
dispositivos desta Lei.
Art. 21 - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá delegar
competências a órgãos públicos federais, estaduais e municipais, visando atender as
disposições dessa Lei, mediante convênios, contratos e outros instrumentos legais
pertinentes.
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Conservação e Manejo Integrado do Solo Agrícola
Versão preliminar para discussão
Art. 22 - O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias, a contar da data de sua publicação.
Art. 23 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 24 – Revogam-se as disposições em contrário.