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O Cristianismo e sua História

Aluno: Lucas Ketzer dos Reis

Turma: 106

Disciplina: Religião

Profª: Joselaine da Rosa

Data de entrega: 12/05/2017


Introdução
O cristianismo, apesar de ser uma religião marcada de controvérsias e polêmicas, é
inegavelmente uma grande influência tanto na sociedade ocidental quanto na oriental.
Para melhor compreendermos as razões dessa influência e o que ela engloba, é
necessário que estudemos as origens históricas e dogmáticas do cristianismo, assim
como os contextos históricos, culturais e geográficos que levaram essa religião a
sobreviver e se ramificar até os dias atuais.
As origens históricas do Cristianismo
Cristianismo Primitivo
Na Judeia, uma das muitas províncias do Império Romano Oriental, duas facções
políticas locais estavam em disputa: a aristocracia e os sacerdotes judeus fariseus, que
aceitavam a dominação romana por obter vantagens econômicas e religiosas; e os
judeus essênios, que pregavam a vinda do Messias, um poderoso rei que traria a
independência aos judeus. Então, durante o governo de Otávio, Jesus nasce em Belém.

A principal fonte de informação sobre a vida de Jesus, os Evangelhos, não trazem


muita informação sobre a vida de Jesus depois de sua infância, indo diretamente para o
momento em que o mesmo recebe o batismo de João Batista nas águas do Rio Jordão,
aos 30 anos, e após isso, ele começa a pregar sua palavra. Para os cristãos, esse seria o
Messias do qual os essênios falavam.

De acordo com esses evangelhos, Jesus teria sido rejeitado pelas autoridades judaicas,
que o entregaram para as autoridades romanas, que considerou Jesus como um rebelde
político. Ele foi setenciado a morte por crucificação, tornando-se um mártir para o povo
cristão.

Alguns anos depois, o apóstolo Paulo deu um novo conceito a religião: o cristianismo
não era pertencente apenas aos judeus, mas a todos os povos da Terra. Assim,
finalmente, o cristianismo deixa de ser uma seita judaica e torna-se uma religião
própria, graças a doutrina Paulinista. Por volta dos anos 70, os evangelhos de Mateus e
Marcos foram escritos, em grego, e em torno dos anos 100, foi publicado o evagelho de
João.

Após alguns anos, os cidadãos ricos do Império converteram-se, dando mais força ao
Cristianismo e aos seus seguidores. Aos poucos, a Igreja Católica foi sendo
institucionalizada, e o clero foi aos poucos sendo organizado. Em pouco tempo, o
domínio romano foi dividido em províncias eclesiásticas, onde os patriarcas – bispos
dos centros urbanos – comandavam o território.

Em 313, o imperador Constantino publica o Édito de Milão, instaurando a liberdade


de culto, o que facilitou para que a palavra de Cristo se espalhasse por todo o Império;
em 325, o mesmo funda o primeiro concílio de Nicéia – o primeiro dos muitos
Concílios Ecumênicos – que permitiu que o Cristianismo desenvolvesse seus dogmas e
crenças, se tornando uma religião mais complexa; e finalmente, em 391, Teodósio I
torna o Cristianismo a religião oficial do Império, fazendo com que essa doutrina se
espalhasse por toda a Ásia e por toda Europa.
O Cristianismo na Idade Média e na Idade Moderna
Após a queda do Império Romano, a Igreja Católica se tornou uma instituição de
grande poder devido as grandes posses territoriais e econômicas que adquiriu durante os
anos finais do Império, e também durante o feudalismo ela impediu a plebe de estudar
ou de questionar os seus dogmas.

Quando a Igreja promoveu as Cruzadas, com o objetivo de reconquistar Jerusalém, a


sociedade feudal entrou em contato com os povos do Oriente, o que fez com que o
feudalismo se enfraquecesse e a criação do Estado Moderno iniciasse. Apesar do
feudalismo ter entrado em crise, o Cristianismo ainda exercia uma forte influência em
toda a sociedade, e a Igreja ainda exercia um certo poder sob o Estado.

Com o Renascimento Comercial, os países europeus buscavam o comércio com países


de outras regiões. Como para alcançar o seu mais frequente contato comercial – O
Oriente - era necessário pagar uma grande quantia de impostos, os países da Europa se
empenharam em encontrar novas regiões, o que resultou nas Grandes Navegações.

Após descobrirem as novas terras, os europeus iniciam o processo de colonização do


Novo Mundo, o que incluía doutrinar os povos nativos para que se tornassem cristãos.
Isso ajudou o cristianismo a se propagar de maneira global, o que facilitou para que o
mesmo se tornasse hoje a religião mais praticada do mundo, com mais de 33% da
população mundial se considerando um adepto do cristianismo.

Contextos históricos, geográficos e sociais relevantes para o


desenvolvimento do cristianismo
Históricos:
*O surgimento do Cristianismo no Império Romano, um dos mais influentes e
poderosos Impérios da história, facilitou a divulgação da religião pela região
dominada pelos Romanos, principalmente durante o período do Baixo Império;
*A Igreja, fortalecida após a queda do Império em 476 d.C, dominou a
sociedade com punho de ferro, com a criação da Inquisição para punir aqueles
que a questionavam, a cobrança de impostos que aumentava exponencialmente
suas posses e principalmente impedindo o povo de ter acesso ao conhecimento.
Isso ajudou o cristianismo a se estabelecer como religião dominante;
*As Cruzadas, promovidas pela Igreja, fez com que a sociedade feudal entrasse
em contato com a sociedade Oriental, iniciando uma profunda mudança em toda a
sociedade, mantendo apenas o cristianismo. A criação dos Estados Modernos e o
Renascimento Cultural e Comercial fez com que o cristianismo se espalhasse não
apenas na Europa e na Ásia, mas também na África e nas Américas, se tornando
assim uma religião global.
Geográficos:
*O grande domínio do Império Romano possuia quando o cristianismo se tornou
religião oficial do Império fez com que a religião se espalhasse de modo rápido e
expansivo;

Mapa do Império Romano durante o governo Teodósio I

*Os abrangentes domínios coloniais fizeram com que muitos povos nativos
fossem convertidos, tornando o cristianismo ainda mais presente na sociedade.

Domínios coloniais na América do Sul Domínios coloniais na África


Sociais:
*A crise sofrida pelo Império ajudou o cristianismo a conquistar mais fiéis, com a
sua promessa de uma vida eterna no paraíso;

*O constante medo e pressão vividos pela população feudal evitava que eles
contestassem a fé cristã, impedindo que revoluções ou reformas surgissem;

*A fé cristã facilitou a colonização e o controle dos povos nativos, estimulando os


europeus a divulgá-la pelas colônias.

A fé cristã, suas crenças, dogmas e rituas


Crenças e dogmas:
*Monoteísmo: É uma das essências da fé cristã. Quase todas as vertentes cristãs
herdaram a crença judaica em um único Deus que seria onipotente, onisciente e
onipresente, que criou o universo e tem total controle sobre ele. Outra qualidade muito
importante do Deus cristão é o amor, e de acordo com seus fiéis, Ele ama todas as
pessoas e todos podem ter uma relação pessoal com Ele pela oração. Esse Deus seria
formado pela Santíssima Trindade, três pessoas eternas, distintas e que não se dividem:
o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

*Jesus: Jesus é a figura central dessa religião. É considerado completamente homem e


divindade. Os seus ensinamentos morais sobre o amor ao próximo e principalmente a
Deus, assim como a sua própria vida, são considerados um norte para os fiéis. Os
crentes em Jesus também acredita em sua morte e ressurreição, que teve como objetivo
libertar os humanos do pecado.

*Salvação: Os cristãos acreditam que ao professar a fé em Jesus Cristo, os humanos


tem a salvação, ou seja, a vida eterna no Paraíso.

*Vida após a morte: Outro pilar da fé cristã é a vida após a morte, apesar de variar de
acordo com a denominação. Os católicos acreditam na existência do céu, para onde vão
os justos, do inferno, para onde vão os pecadores que não se arrependeram e no
purgatório, que seria um estágio de purificação onde a alma espera um tempo
indeterminado para ir para o céu. As outras denominações acreditam apenas em céu e
inferno e no juízo final, e as denominações do cristianismo esotérico acreditam em
reencarnação.

*A Igreja: A igreja seria a comunidade de todos os cristãos como o corpo místico de


Cristo presente na Terra.

*O Credo de Niceia: Formulado nos concílios de Niceia e Constantinopla, define


como credos universais da cristianiadade a crença na trindade; que Jesus é ao mesmo
tempo divino e humano; que Jesus foi concebido pela Virgem Maria, foi crucificado,
ressuscitou, foi ao céu e virá de novo a terra; que a remissão dos pecados é possível
através do batismo e que os mortos ressuscitarão.

*As Escrituras: A Bíblia é o mais importante conjunto de textos sagrados do


Cristianismo, sendo considerado como o guia de vida para o cristão. A Bíblia teria sido
escrita por inspiração divina, ou seja, Deus teria falado aos apóstolos o que escrever.

Rituais:
*Batismo: O batismo nas águas representa a purificação dos pecados e a aceitação de
Jesus como o único Senhor e Salvador do batizado.

*Comunhão: Na Igreja Católica, é quando o cristão pode participar da eucaristia,


podendo assim receber a hóstia, que representa o corpo de cristo.

*Eucaristia: É uma cerimônia praticada semanalmente por católicos, luteranos,


episcopais, anglicanos e ortodoxos. Os fiéis recebem a hóstia, que representa o corpo de
cristo.

*Santa Ceia: É o equivalente protestante da eucaristia. Ocorre mensal, trimensal ou


anualmente. Os fiéis recebem o pão, que representa o corpo de cristo, e o vinho, que
representa o seu sangue.

*Crisma: Na Igreja Católica, é a confirmação que o fiel aceita o catolicismo como sua
única e verdadeira fé.

*Confirmação: É o equivalente protestante da Crisma.

As vertentes do cristianismo
O Cristianismo possui muitas vertentes e denominações, sendo as principais as
vertentes ortodoxas, católicas e protestantes.

*Catolicismo: Compreende todas as igrejas particulares lideradas por bispos que estão
em comunhão com o Papa, o Bispo de Roma. A Igreja Católica pode traçar suas origens
até uma comunidade cristã fundada por Jesus Cristo, no Império Romano. Os católicos
defendem que o una, santa, católica e apostólica fundada por Jesus se refere apenas a
Igreja Católica Romana, apesar dos mesmos reconhecere outras igrejas cristãs. A
palavra “Igreja Católica” ou “Catolicismo” para se referir à “Igreja universal” é
utilizada desde o século I, pelos próprios apóstolos de Jesus. Defendiam a salvação pelo
amor e pelas boas obras, diferentemente dos protestantes.

*Ortodoxismo: Compreende as igrejas em comunhão com a Sé Patriarcal do Oriente.


Após uma série de conflitos com a Igreja Católica sobre questões doutrinárias e de
autoridade resultou na Grande Cisma, em 1054. Apesar de ter se separado da Igreja
Católica, ambas as vertentes podem traças suas origens até Jesus Cristo no Império
Romano. Os ortodoxos não aceitam muitos dogmas proclamados pela Igreja Católica,
como a Imaculada Conceição e a infabilidade papal.
*Protestantismo: O protestantismo surgiu com a reforma protestante que se iniciou
com as 95 teses de Martinho Lutero, na Alemanha, no ano de 1517. Um dos principais
motivos que levou a Reforma Protestante foram as indulgências, que Martinho Lutero
condenava. Os luteranos defendem que a salvação vem apenas pela graça, pela fé e por
Cristo, o que contrariava a visão católica que defendia a salvação pelo amor e pelas boas
obras. O protestantismo é a vertente que mais possui denominações, como por exemplo
o anglicanismo, criado pelo rei Henrique VIII após a revolução inglesa, que o criou
porque queria anular o seu primeiro casamento para casar-se com outra mulher; o
presbiterianismo, baseado nas idéias do teólogo francês João Calvino, que defendia a
predestinação divina, entre muitas outras.

Existem também outras duas vertentes cristãs: a antitrinitarista, que engloba todas as
crenças cristãs que rejeitam parcial ou totalmente a ideia da Santíssima Trindade; e o
cristianismo esotérico, que é um conjunto de correntes espiritualistas que defendem que
o cristianismo seria uma religião de mistério, e alegam possuir doutrinas esotéricas que
estão disponíveis apenas a um restrito grupo de pessoas iluminadas ou iniciadas.

Mapa que inclui as diversas ramificações do Cristianismo


Conclusão
O cristianismo é uma religião de muitas facetas: pode ser tanto pacífica, quanto
violenta, tanto confortadora, tanto quanto controversa, mas podemos afirmar que sem
sombra de dúvidas a religião cristã influenciou e ainda hoje influencia de maneira
massiva os valores éticos e morais de nossa sociedade. Apesar de termos passados por
épocas obscuras, como a Idade das Trevas, é inegável dizer que o cristianismo foi
essencial para o desenvolvimento da sociedade ocidental e oriental como conhecemos
hoje.
Bibliografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Ortodoxa

https://pt.wikipedia.org/wiki/Catolicismo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_cristianismo

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