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Sistemática vegetal: conceitos, estado atual e perspectivas futuras

Chapter · July 2016

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Juliana Lovo Matheus Martins Teixeira Cota


University of São Paulo Universidade Estadual de Feira de Santana
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Gisele Alves Jéssica Nayara Carvalho Francisco


University of São Paulo University of São Paulo
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Flora do Brasil: Bunchosia (Malpighiaceae) View project

Systematic and biogeography of Pachyptera DC. (Bignonieae, Bignoniaceae) View project

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CAPÍTULO 01

Sistemática vegetal: conceitos, estado atual e


perspectivas futuras
Juliana Lovo
Erik Yasuo Kataoka
Matheus Martins Teixeira Cota
Gisele Alves
Jéssica Nayara Carvalho Francisco
Bruno Michael Brabo
Marco Octávio de O. Pellegrini

Introdução
Considerada a ciência da diversidade dos organismos, a Sistemática abrange a descoberta e a
interpretação da diversidade biológica, assim como a síntese destas infomações sob a forma de sistemas
de classificação preditivos. O propósito fundamental desta ciência é desvendar os ramos da árvore da
vida, documentando e relatando as modificações que ocorreram durante a evolução dos organismos, além
de buscar identificar os processos responsáveis por esta diversidade.
A Sistemática consiste de quatro elementos básicos: Descrição, Identificação, Nomenclatura e
Classificação. A escola mais aceita da sistemática atualmente é baseada no critério de que as
classificações devem refletir a história evolutiva dos organismos, adicionando a reconstrução
filogenética como um de seus elementos.
A descrição é produzida em forma escrita pela listagem detalhada de todos os atributos
estruturais do organismo, sendo, no caso das plantas, iniciada pelos órgãos vegetativos: raiz, caule e
folhas; seguidos pelos reprodutivos: flores, frutos e sementes.
A identificação é o processo de determinação de um nome a um espécime, um indivíduo inteiro
ou suas partes. Este nome está associado a um material testemunho, o tipo nomenclatural, que é
designado quando se elabora a descrição da espécie. O método mais usual para a identificação de um
organismo é a utilização de chaves de identificação, sendo as dicotômicas as mais utilizadas,
possibilitando a identificação do material por meio de características morfológicas objetivas e excludentes
entre si. Abaixo segue um exemplo simples de chave de identificação:

Chave de identificação para alguns super-heróis:


1. Super-herói homem
2. Usa capa vermelha, tem super-poderes, é vulnerável à kryptonita, seu símbolo é um “S” de
coloração vermelha. ..................................................................................................... Super Homem
2*. Usa capa preta, não possui super-poderes, não é vulnerável à kryptonita, seu símbolo é
representado por um morcego de coloração preta .................................................................. Batman
1*. Super-herói mulher
3. Usa uma tiara com estrela, cabelo de coloração preta, luta com um laço da verdade não pode voar,
por isso usa um jato invisível ....................................................................... Mulher Maravilha
3*. Não usa tiara, possui cabelo branco, luta controlando o clima e pode voar .............. Tempestade

A identificação pode também ser realizada por comparação, através de descrições das espécies
candidatas ou por comparação com espécimes já identificados, vivos ou fixados, depositados em coleções
biológicas. Apesar de ser um método eficiente deve-se levar em consideração a confiabilidade da
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identificação dos espécimes da coleção para que não ocorra a duplicação de uma identificação errônea.
Por isso é importante a utilização de materiais identificados por pessoas (consideradas especialistas) que
tenham um profundo conhecimento do grupo em questão.
A nomenclatura é fundamental para que o nome aplicado ao organismo descrito seja único e
universal. Para isso a nomenclatura vegetal é regida pelo Código Internacional de Nomenclatura para
Algas, Fungos e Plantas, cujas regras visam à indexação de todo o conhecimento disponível acerca do
organismo nomeado. O código pode ser alterado apenas durante o Congresso Internacional de Botânica
que ocorre a cada seis anos. Dessa forma, a nomenclatura é atualmente regida pelo Código de Melbourne
(2011) e no próximo congresso, que ocorrerá em 2017 na cidade de Shenzhen na China, será produzido o
futuro Código de Shenzhen.
A classificação consiste na ordenação das plantas em níveis hierárquicos de acordo com suas
características (atualmente, de acordo com as relações filogenéticas). Assim, um nível hierárquico mais
inclusivo (mais abrangente) incluirá níveis menos inclusivos (menos abrangentes) e suas respectivas
características. As categorias são atualmente estabelecidas de acordo com linhagens monofiléticas sendo
o Reino a mais inclusiva e a de Espécie a menos inclusiva (Figura. 1)

Figura 1. Níveis hierárquicos das categorias taxonômicas

Sistemática e Taxonomia - Um breve histórico


A Sistemática usualmente segue atrelada à Taxonomia, e, algumas vezes, divide opiniões quanto
às suas diferenças conceituais. Para alguns autores, a Taxonomia é caracterizada por ser uma área mais
empírica e descritiva, que nomeia e classifica os organismos de forma subjetiva. Outros ressaltam certas
diferenças entre elas, mas frisam sua complementariedade, como o paleontólogo George Gaylord
Simpson, que define Sistemática como o estudo científico dos tipos de diversidade e organismos, bem
como todas as relações entre eles, e a Taxonomia como o estudo teórico da classificação, incluindo suas
bases, princípios, procedimentos e regras. De modo geral, podemos considerar a Taxonomia como parte
importante da Sistemática, cujas análises subsidiam estudos mais aprofundados na classificação e
compreensão da biodiversidade.
A história da Sistemática Vegetal tem início na Antiguidade (Figura. 2), quando Aristóteles (384
a.C. - 322 a.C) tentou fazer o primeiro sistema de classificação dos vegetais, separando as plantas pela
presença ou ausência da estrutura floral. Esse sistema foi utilizado durante a maior parte da idade média e
pode ser considerado o início da classificação dos vegetais. Desde Aristóteles até o presente momento
podemos dividir a História da Sistemática vegetal em 6 fases.
1º Fase. Classificações Antigas: Ainda, concomitante no século III a.C., temos as contribuições
expressivas o filósofo grego Theophrastus (c. 371-286 a.C.), sucessor de Aristóteles, utilizava um método
de classificação em divisões sem muita complexidade. Theophrastus estabeleceu a primeira classificação

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artificial dos vegetais, em árvores, arbustos, sub-arbustos e ervas. Durante essa fase da sistemática, outro
personagem que se destaca na história é o médico do exército romano Pedanius Dioscorides, considerado
fundador da farmacognosia, por meio da sua obra De matéria medica, apresentou interesse nas
propriedades medicinais das plantas, em sua obra ele descreve cerca de 600 plantas.
2° Fase. Herbalista: Durante a idade média foram os médicos que deram uma ampla
contribuição aos estudos dos vegetais, como Andrea Cesalpino (1519-1603). Nesse momento da história,
surgem ilustrações e descrições que facilitam as identificações das plantas, essas informações eram feitas
apontando as propriedades medicinais que elas possuíam.
3º Fase. Sistemas artificiais. Momento em que surgem os primeiros taxonomistas, nesse período
a classificação busca agrupar as plantas por “afinidades naturais”, sem a preocupação de reuni-las por
relação de parentesco. As plantas eram classificadas com base em poucos caracteres, avaliando a ausência
ou presença de determinadas características morfológicas e considerando sua similaridade.
Durante essa fase da história surgem grandes taxonomistas, um dos mais citados desse período
foi de Carl Linnaeus (1707-1778), que escreveu Species Plantarum, baseando sua análise em um sistema
de classificação denominado “sexual”, uma vez que buscava similaridades estruturais reprodutivas. Assim
como o trabalho de todos os naturalistas da época, os sistemas de classificação buscavam refletir a Ordem
Divina da Criação.
4º Fase. Sistemas Naturais: Tempo de oposição às doutrinas religiosas, ocorre no final do século
XVIII. As plantas ainda eram classificadas de forma comparativa, porém os naturalistas levavam em
conta um maior número de informações, essencialmente do conhecimento acumulado sobre morfologia
vegetal.

Figura 2. Linha do tempo ilustrando diferentes fases da sistemática vegetal ao longo da História.

5º Fase. Sistemas Evolutivos (Sistemática Evolutiva): Com o advento do evolucionismo no


século XIX, a publicação de Origem das Espécies de Darwin direciona a sistemática para a compreensão
das relações entre os grupos, modificando o cenário das classificações hierárquicas e passando a buscar as

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relações evolutivas dos organismos. Nessa fase surge a escola Gradista, que apesar de ser baseada em
conceitos evolutivos, não apresenta uma base metodológica com inferência empírica.
A teoria da sistemática passou novamente por modificações a partir de 1950, quando o
entomólogo alemão Willi Hennig (1913-1976) propõe que a classificação dos organismos deveria refletir
seu parentesco filogenético e que somente novidades evolutivas compartilhadas por estes organismos
(sinapomorfias) permitiriam inferir essas relações; é fundada a escola Cladística ou Filogenética, que
buscava traçar a história evolutiva de ancestralidade dos organismos mediante um diagrama hipotético: o
Cladograma. Para essa reconstrução, somente grupos de organismos que compartilham uma série de
características únicas (apomorfias) com o mesmo ancestral (grupos monofiléticos) podem ser utilizados
na classificação.
6º Fase. Sistemas Filogenéticos na atualidade: Os estudos taxonômicos da atualidade utilizam
inúmeras ferramentas, incluindo a incorporação da biologia molecular e métodos que visam compilar os
estudos da filogenia dos diversos grupos. O sistema de classificação atual mais utilizado hoje é o APG III
(Angiosperm Phylogeny Group, 2009), sendo que acaba de ser publicado o APG IV (2016) que o
substituirá. Esse sistema da classificação, proposto por Walter S. Judd e colaboradores na década de 90,
reformulou os sistemas de classificação das angiospermas, considerando apenas grupos que compartilham
o mesmo ancestral. O sistema do APG é amplamente aceito pelos sistemas atuais e isso ocorre
principalmente porque a sistemática filogenética representa um importante avanço conceitual nos
métodos utilizados para classificar os organismos. Fundada em um arcabouço teórico objetivo, que busca
a opção mais válida das evidências disponíveis em uma análise, sujeitando-as a testes e confrontos com
evidências adicionais, a sistemática filogenética possibilita um sistema de referência muito mais estável e
preditivo.

O papel da sistemática filogenética


Criada por Hennig em 1955 a nova escola de sistemática filogenética ou cladística tornou-se o
paradigma contemporâneo no campo da sistemática e taxonomia. Sua importância deve-se principalmente
por proporcionar o entendimento da diversidade à luz da evolução e permitir a reconstrução de cenários
histórico-evolutivos mais amplos e complexos. Trata-se de uma ferramenta que possibilita a interação de
diversas áreas das ciências biológicas, proporcionando estudos mais completos de biologia comparada e
melhor sistematização da diversidade biológica. Por isso, tem servido de base para diversos trabalhos com
seres vivos, principalmente nos últimos 20-30 anos.
Desse modo, a sistemática filogenética não se limita às classificações, mas também oferece um
arcabouço para outros aprofundamentos a respeito dos padrões de relacionamento encontrados e as
possíveis explicações para esses padrões (ou seja, processos evolutivos como seleção natural e migração).
Dado isso, ela permite examinar ou testar hipóteses sobre o modo como os organismos ou caracteres
específicos surgiram ou mudaram ao longo do tempo, além de elucidar novas teorias sobre os
mecanismos da evolução e biogeografia. Por exemplo, a análise filogenética pode ser usada para avaliar
mudanças passadas na distribuição biogeográfica de plantas neotropicais e para testar hipóteses sobre o
soerguimento dos Andes.
O contínuo avanço nos fundamentos teóricos e melhorias computacionais impulsionaram o
campo da sistemática filogenética. Tal progresso possibilita o emprego de metodologias capazes de
formular hipóteses testáveis de parentesco, bem como a concepção de métodos para avaliar a força dessas
hipóteses, o desenvolvimento de novas fontes de informação e a percepção do poder dos padrões
resultantes quando aplicado as perguntas que tratam da evolução dos organismos.
As reconstruções filogenéticas tradicionalmente derivadas de dados morfológicos e anatômicos
são agora integradas com múltiplas fontes de evidências cada vez mais robustas e precisas, tais como a
citologia, ontogenia, embriologia, ecologia, química e, principalmente, genética. Por isso, a “taxonomia
integrativa” tenta fazer uso de muitas fontes diferentes de dados para delimitar as espécies de maneira
mais estável e concisa. O advento de novas técnicas moleculares permitiu obter vasto conjunto de dados
macromoleculares, por exemplo, DNA genômico, de maneira cada vez mais rápida e barata. Deste modo,
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o aperfeiçoamento e desenvolvimento de técnicas de extração, sequenciamento de genes, alinhamentos de
sequências e programas computacionais rápidos e eficientes são relevantes recursos para sistemática.
Em virtude da disponibilidade de métodos moleculares houve um aumento significativo de
filogenias baseadas em sequências genéticas. Tal fato tem gerado grande dinamismo e instabilidade na
taxonomia e classificação botânica de cience , ordens e hierarquias superiores (ver APG I, 1998; APG
II, 2003; APG III, 2009; APG IV, 2016). Porém, ao mesmo tempo, diversos estudos corroboram as
relações entre alguns táxons anteriormente sugeridos por estudos de morfologia comparativa. Portanto,
estamos progressivamente mais próximos de um sistema de classificação filogenético consistente que seja
capaz de retratar os diversos grupos de plantas.
Embora as unidades operacionais (OTUs) das filogenias sejam representadas por táxons de um
determinado nível taxonômico (ordem, famílias, gêneros, etc.), em última instância é preciso nomear as
entidades biológicas que pertencem a uma categoria. Assim, ao longo do trabalho, é imprescindível que
em algum momento sejam nomeadas as unidades básicas da biodiversidade, ou seja, as espécies. Por
exemplo, uma filogenia onde reconhecemos relações entre táxons A, B, C, e D – tem pouco (ou nenhum)
significado, se não soubermos nada sobre A, B, C e D. É essencial que possamos nomeá-los e caracterizá-
los. Disso resulta que nomearmos e reconhecermos as espécies é essencial para qualquer tipo de trabalho,
incluindo reconstrução de filogenias. Daí surge a importância fundamental das atividades taxonômicas
básicas como trabalhos de campo, estudos florísticos, descrições de espécies e revisões taxonômicas. É
importante salientar que o aprimoramento da sistemática filogenética depende de identificações corretas e
a base científica estabelecida pelos passos iniciais da Sistemática e Taxonomia se mantém como
extremamente importantes para que a classificação dos seres vivos mantenha esta eficiência. Com a
disponibilização de diferentes ferramentas na biologia molecular, os trabalhos de base como floras,
flórulas, estudos morfológicos e estruturais, descrições e monografias têm recebido menos atenção por
grande parte dos sistematas, e filogenias inteiras baseadas em dados moleculares têm ganhado grande
destaque e atraído mais as agências financiadoras de pesquisas (FAPESP, CAPES, CNPq). Análises
completas e que melhor reflitam a realidade devem contar com um número grande de dados variáveis,
que vão desde a identificação e descrições corretas dos organismos à disponibilidade de dados
morfológicos, anatômicos, palinológicos, entre tantos outros. Autores como Quentin D. Wheeler tem
chamado a atenção à importância da renovação da Sistemática Vegetal, apontando que a atualização desta
ciência é extremamente necessária, bem como a utilização de dados de base combinadas aos dados e
análises modernas.
Assim, a nova geração de taxonomistas deve ser composta de cientistas de campo e laboratório
capazes de integrar taxonomia clássica como eixo da sistemática e as diferentes ferramentas disponíveis.
Dado a enorme bagagem necessária para desenvolver estudos desse porte, torna-se cada vez mais
relevante o estabelecimento de parcerias entre pesquisadores de diferentes áreas.

A importância fundamental de trabalhos taxonômicos


Como exposto anteriormente, a busca por classificações mais robustas, requer que estudos
taxonômicos clássicos e obtenção de filogenias sejam esforços cada vez mais interdependentes. Neste
contexto, os trabalhos taxonômicos clássicos ganham importância cada vez maior também em outros
âmbitos do conhecimento sobre a biodiversidade. A identificação de espécies e sua descrição geram
informações iniciais essenciais sobre os organismos, que em interação com outros conhecimentos
(evolutivos, biogeográficos, classificativos), geram informações sobre o status de conservação das
espécies. Todas essas diversas informações permitem, por exemplo, elaborar e implementar planos de
manejo mais adequados a cada ambiente. Assim, apesar da crescente e inegável importância dos métodos
filogenéticos, computacionais e a multidisciplinaridade da sistemática atual, em última instância, é apenas
depois de descrita que uma espécie nova fica disponível ao conhecimento do homem. Sendo assim, essa
primeira etapa é crucial para que todo o restante possa ser desenvolvido.
Novas espécies são ainda descritas regularmente e estudos indicam que o número de publicações
contendo espécies novas aumentou desde meados da década de 1980. Além disso, sabe-se que muitas
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espécies ainda se encontram em herbários e/ou na natureza desconhecidas do homem. Ainda não se sabe
ao certo quantas espécies de plantas existem no planeta (há diversas hipóteses, com números bastante
variáveis), mas estima-se que sejam ainda desconhecidos ca. 10- 20 por cento da flora. Esse cenário,
associado ao contexto atual de grandes/rápidas mudanças globais, ressalta ainda mais a importância de
trabalhos taxonômicos como descrições e inventários florísticos.

Tipos de trabalhos taxonômicos


Existem diferentes tipos de trabalhos taxonômicos. Em muitos casos, publicações como
descrições de espécies podem ser realizadas sozinhas ou estar atreladas a trabalhos taxonômicos maiores,
como inventários florísticos e outros. Dentre esses trabalhos taxonômicos mais abrangentes, ressaltamos:
monografias, floras, guias de campo (field-guides) e listas de espécies (checklists).
As floras são trabalhos que descrevem as espécies de um grupo taxonômico de uma região
específica, com chaves de identificação, ilustrações científicas das espécies e/ou características
diagnósticas (eg. Leguminosae – Flora do Brasil). Nesse tipo de trabalho, as descrições e discussões
costumam ser mais restritas, relativas às populações do local estudado. Já as listas de espécies são
trabalhos mais simples, pois apenas apresentam uma listagem das espécies identificadas sem sua
descrição. Em geral são listas de plantas vasculares, comuns em artigos e em relatórios ambientais.
Atualmente as floras e outros trabalhos taxonômicos são mais relevantes do que o foram no passado. Isso
ocorre principalmente porque a legislação referente à conservação ocorre em escala nacional e as floras
são a base para a compreensão da diversidade de uma dada área.
Monografias são parecidas com as floras, pois também descrevem espécies, mas são feitos de
forma mais completa, incluindo o máximo de informação disponível, como por exemplo, sobre a
biologia, ecologia e distribuição geral do grupo em questão. Além disso, as monografias diferem também
por apresentarem resultados mais abrangentes relacionados à pesquisa do autor, como novidades
taxonômicas (novidades nomenclaturais, espécies novas, etc.). São em geral, trabalhos bastante
volumosos e que demandam bastante tempo e esforço para serem completados.
Uma sinopse é um trabalho taxonômico mais conciso, onde são apresentas de forma resumida
conhecimentos sobre os grupos em questão (morfologia, ecologia, classificação). São trabalhos focados
na identificação de espécies e geralmente incluem uma chave de identificação e ilustrações.
Apesar de cada trabalho taxonômico ter um foco diferente, todos utilizam uma mesma
ferramenta fundamental: o conceito de espécie. Discussões acerca de o que é espécie sempre gerou
grande interesse e muitas discussões, sendo incontáveis as publicações a esse respeito. As diferentes
visões sobre o que é uma espécie sempre lidaram, em algum cien, com as diferenças e semelhanças
entre os organismos dependendo do que é convencional, seja por meio social ou definido por
estudiosos/especialistas de um grupo.
Dentre os inúmeros conceitos de espécie já publicados (Rieseberg & Brouillet 1994, De Queiroz
2007), os três mais comumente empregados em trabalhos taxonômicos são os conceitos biológico,
filogenético e taxonômico. Os dois primeiros conceitos são mais utilizados quando os grupos
taxonômicos estudados possuem vários outros trabalhos que auxiliam na sua melhor classificação. Já o
conceito taxonômico de espécie, que é baseado no menor conjunto de características persistentes que as
tornam distinguíveis entre outras, é geralmente utilizado em grupos com poucos estudos, onde as
descrições são bem sucintas e/ou carecem de alguma informação. Entretanto, apesar dessa importância
inegável, ainda são poucos os trabalhos taxonômicos que explicitam o conceito de espécie adotado e essa
falta pode gerar mais divergências e dificuldade de compreensão do que são táxons, dado o caráter
subjetivo que esse tema possui.
Outro problema frequente em trabalhos de taxonomia é a falta de detalhamento e/ou
padronização nas descrições. Nesse aspecto, os trabalhos atuais têm seguido padrões para descrições de
espécies, seguindo dicionários botânicos e artigos de caracterização estrutural. Alguns dicionários
botânicos exibem cience ia para todas as estruturas tanto vegetativas quanto florais utilizados em
de forma ampla nos diferentes grupos vegetais. Mas, há também outros trabalhos similares, porém mais
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específicos, que apresentam certas estruturas e/ou complexibilidades não observadas em obras mais
abrangentes. Atreladas às descrições, as ilustrações das espécies são de grande importância, pois
representam visualmente todos os termos utilizados, evitando dúvidas.
Portanto, trabalhos taxonômicos são tarefas complexas e dependem essencialmente de um
grande esforço de levantamento de dados e envolvem diversas etapas que devem ser executadas sempre
com rigor na padronização, precisão e detalhamento (p.e.: descrições, ilustrações) além da escolha e
explicitação de um conceito de espécie que reflita todo o conhecimento obtido proporcionando uma
melhor compreensão do trabalho.

Taxonomia na atualidade
A taxonomia é uma ciência que remonta à Antiguidade humana, mas foi operacionalizada e
formalizada no século XVIII, com a publicação do Systema Naturae pelo botânico sueco Carolus
Linnaeus. Considerado o pai da taxonomia, o sistema proposto por Linnaeus é empregado até os dias de
hoje.
O principal aspecto que caracteriza o trabalho dos taxonomistas é o de lidar com o total ou
parcialmente desconhecido. Além disso, a motivação primária é de que os organismos só existem, sob
uma visão antropocêntrica, se forem devidamente descritos. Assim, a taxonomia é primordial na maioria,
senão todas, as áreas das Ciências Biológicas, pois delimita as unidades básicas de estudo (i.e. espécies)
de qualquer trabalho que envolva seres vivos. Os dados gerados em trabalhos taxonômicos têm diversas
aplicações e alguns exemplos incluem: (i) embasar estratégias conservacionistas, que têm como foco
principal as espécies (p.ex. a lista vermelha de espécies ameaçadas, da IUCN e o Livro Vermelho da
Flora do Brasil); (ii) monitorar espécies invasoras; (iii) gerar informações que permitem o uso humano
direto da biodiversidade, entre outras.
No entanto, ao longo do tempo, principalmente a partir da década de 80, taxonomia foi sendo
pouco a pouco desvalorizada sob a justificativa de que essa se dedica “somente” à descrição de espécies.
Este cenário é decorrente de diversos fatores, sendo os principais: a valorização de pesquisas
experimentais, e consequentemente menos incentivo à ciência descritiva, o argumento de que não há
testes de hipóteses em taxonomia e também ao status associado a novas metodologias, consideradas mais
modernas. A taxonomia é, em sua essência, uma ciência descritiva que busca caracterizar a diversidade
biológica em seus mais diversos níveis de organização, nem por isso pode ser menosprezada diante de
outras áreas do conhecimento humano. Além disso, cada espécie constitui uma hipótese evolutiva
inequívoca, estabelecida pelos taxonomistas a partir da análise criteriosa dos atributos do grupo de estudo.
Desta forma, os argumentos que embasam algumas justificativas de menor valorização da taxonomia não
se sustentam e basicamente demonstram o desconhecimento das bases desta Ciência.
Atualmente, o conhecimento taxonômico constitui umas das metas mais urgentes, pois vivemos
em meio a uma ‘crise de biodiversidade’ na qual a velocidade de extinção supera a taxa de descrição de
novas espécies. As consequências deste cenário de pouca valorização dos estudos taxonômicos são
diversas, como a diminuição do número de taxonomistas treinados, seja pelo menor financiamento de
pesquisas bem como pela supressão de posições, em institutos de pesquisa, para estes profissionais.
Apesar disso, com a inclusão da questão da crise de biodiversidade na agenda da Convenção
sobre Diversidade Biológica, realizada no Rio de Janeiro em 1992, foi estabelecido como metas: (i)
completar o inventário sobre a diversidade biológica; (ii) elucidar as relações evolutivas entre as espécies;
e, (iii) disponibilizar informações via Internet. A partir disso, diversas ações têm sido tomadas, dentre as
quais estão a informatização de dados armazenados em coleções ao redor do mundo e, assim, a criação de
iniciativas internacionais para armazenar e compartilhar dados da biodiversidade como, por exemplo, o
GBIF (Global Biodiversity Information Facility) e, no Brasil, o CRIA (Centro de Referência em
Informação Ambiental), e especificamente para espécimes de plantas: o Herbário Virtual Reflora. As
iniciativas de infraestrutura informatizada (do inglês, cyberinfrastructure) são consideradas promissoras e
comumente elencadas como parte das medidas para que o conhecimento taxonômico seja difundido.
Assim, essas medidas permitiriam a difusão do conhecimento taxonômico acumulado, e também
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sensibilização do público e dos tomadores de decisões políticas sobre a importância da biodiversidade e
das ciências que se encarregam de cienc-la.
Além disso, cada vez mais é reforçada a necessidade de uma taxonomia integrativa, baseada em
evidências de múltiplas fontes que aumentará a robustez das delimitações de espécies. E é por meio destas
abordagens que se busca pelo chamado renascimento da taxonomia.

O Renascimento da Taxonomia no século XXI


Como dito anteriormente, a taxonomia vem sendo considerada uma ciência datada, ultrapassada,
“retrô” e limitada. Entretanto, a mesma vem sofrendo grandes mudanças e acompanhando os avanços
tecnológicos mais recentes. Como resultado do aumento na taxa da extinção de espécies devido à ação
antrópica, foi criada a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), uma estratégia global visando a
conservação e o conhecimento da biodiversidade mundial. Como parte da criação da CDB, foram
originadas estratégias específicas para grandes grupos biológicos e metas gerais e específicas a serem
cumpridas pelos países membros. A Meta 1 da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC-
CDB) consistia na elaboração de listas de espécies (checklists) confiáveis, preferencialmente on-line, de
todas espécies conhecidas de plantas. O objetivo final desta meta é a elaboração de uma Flora do Mundo,
on-line e multilíngue. No final de 2010, a primeira meta foi cumprida em nível mundial com o
lançamento do “The Plant List”, graças a colaboração entre o Missouri Botanical Garden e o Royal
Botanic Gardens, Kew, U.K. Em setembro de 2013, com a colaboração de outras instituições ao redor do
mundo, foi lançada uma versão atualizada do site, visando sintetizar todo o conhecimento taxonômico
sobre plantas vasculares e briófitas (não abordando algas e fungos). O The Plant List apresenta uma lista
com grande parte dos nomes científicos conhecidos, juntamente com links para os sinônimos para os
quais cada espécie já foi conhecida. Uma outra iniciativa bastante importante foi o eMonocot, lançado
também em 2010. O projeto foi coordenado pelo Royal Botanic Gardens, Kew, e teve como objetivo
inventariar as monocotiledôneas. O eMonocot foi um dos primeiros sites a apresentar chaves interativas
para a identificação de táxons, imagens de campo, dados sobre forma de vida, descrições, status de
conversação, etc. Assim como foi a Lista do Brasil, e continua sendo a Flora do Brasil On-line 2020, o
eMonocot é constantemente atualizado. E ele hoje é uma ferramenta essencial para o trabalho de
especialistas em monocotiledôneas ao redor do mundo.
Em âmbito nacional, o Brasil tem cumprido com louvor as metas propostas pela GSPC-CDB.
Também em 2010, nós lançamos a primeira versão da Lista de Espécies da Flora do Brasil, um projeto
coordenado pelo Intituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), com a coloboração de
mais de 300 taxonomistas brasileiros e estrangeiros. Assim como o The Plant List, a Lista do Brasil se
propunha a proporcionar uma lista de espécies vegetais aceitas e seus referentes sinônimos. Mas diferente
do primeiro, a Lista do Brasil abrangia, além das plantas vasculares e briófitas, algas e fungos e
apresentava a distribuição geográfica desses táxons. A cada ano, uma nova versão da Lista do Brasil era
lançada, somando novidades como: detalhes sobre forma de vida, substrato, fotos de exsicatas e fotos de
campo. Na última versão da Lista do Brasil, lançada em 2015, o sistema contava com a colaboração de
cerca de 500 taxonomistas e apresentava um total de 46078 espécies aceitas para o território brasileiro. De
forma bastante orgânica foi possível acompanhar a evolução de um checklist em uma flórula. No começo
desse ano foi lançado o novo sistema da segunda etapa do projeto, a Flora do Brasil On-line 2020 (FBO
2020). No novo sistema, os taxonomistas são capazes de apresentar descrições, chaves de identificação,
comentários e todos os outros requisitos para uma verdadeira flora. Tudo apresentado de forma trilíngue
(Português, Inglês e Espanhol) e bastante dinâmica. O sistema já se encontra on-line e à medida que as
monografias são concluídas, elas se tornam disponíveis ao público.
Outra ferramenta clássica da taxonomia que se adaptou às últimas tecnologias, foi a chave de
identificação. Como já comentado acima, algumas páginas da internet têm disponibilizado essas
ferramentas para auxiliar na identificação de vários níveis taxonômicos. Existem algumas iniciativas
bastantes importantes na botânica mundial, em relação a chaves virtuais. Uma das primeiras chaves
virtuais foi disponibilizada na página Neotropikey. O site coordenado e compilado pelo Royal Botanic
15
Gardens, Kew, contou com a colaboração de especialistas do mundo todo, especialmente de brasileiros.
O Neotropkey apresenta uma chave interativa para as famílias de Angiospermas da Região Neotropical e
uma página individual para cada uma das famílias. Cada página faz uma breve sinopse sobre o grupo,
listando os gêneros registrados para a Região Neotropical e como diferenciá-los. Outro excelente exemplo
desse tipo é o CATE-Araceae, que primeiramente apresentou uma chave de identificação para todos os
gêneros de Araceae (Monocot; Alistamatales), além de listagem de espécies, seus sinônimos e dados de
distribuição. O site, gerenciado pelo Dr. Thomas Croat, é constantemente atualizado com fotos e todo tipo
de dados sobre espécies da família. E agora com o grande acervo digital, especialmente de fotos, começou
a produzir chaves de identificação ilustradas para todos os gêneros de Araceae. Páginas voltadas para
grupos específicos têm se tornado cada vez mais comuns, com sites para Araceae, Caricaceae,
Lecythidaceae, Malpighiaceae, etc.
Além das páginas voltadas para grupos específicos, checklists, floras e chaves virtuais,
praticamente tudo relacionado a taxonomia pode ser encontrado on-line hoje em dia. Índices e bibliotecas
inteiros estão hoje disponíveis na internet e são constantemente atualizados. Exemplos marcantes de sites
que se tornaram ferramentas diárias do taxonomista moderno são: o Tropicos.org, que apresenta
informações sobre nomes aceitos, sinônimos, imagens, dados de distribuição, tipificação, obras originais,
entre muitas outras; o Index Herbariorum, gerenciado pela Barbara Thiers, que reúne todos os herbários
registrados ao redor do mundo, seu curadores, contatos e inúmeras informações sobre as coleções; o
Biodiversity Heritage Library (BHL) e o Botanicus.org, que são duas bibliotecas on-line que reúnem
inúmeras obras e publicações, antigas e modernas. É cada vez mais comum os herbários terem suas
coleções inteiras digitalizadas e fotografadas, auxiliando enormemente o trabalho dos taxonomistas.
Páginas como o JABOT e o speciesLink se tornaram essenciais para a realização de qualquer trabalho de
fundo taxonômico hoje em dia. Além dessas obras, duas publicações essenciais em trabalhos
nomenclaturais e revisões taxonômicas também se encontram digitalizados. Atualmente, é possível
acessar toda a coleção da obra por Stafleu & Cowan, Taxonomic Literature, e inúmeras versões do
Código Internacional de Nomenclatura de Algas, Fungos e Plantas. No caso do Código, o site é de fácil
navegação, com links para partes importantes e a possibilidade de procurar por termos específicos ao
longo de toda a obra.
Parte desse enorme processo de informatização, além de bibliografias e publicações, a
digitalização de coleções é talvez uma das mais marcantes novidades taxonômicas da modernidade.
Inúmeros herbários mundo à fora tem hoje pelo menos parte de suas coleções fotografadas em alta
qualidade e com dados de etiqueta transcritos. O JSTOR funciona como uma enorme base de dados de
todo o tipo de material científico e artístico. Dentro desta vasta coleção encontramos periódicos
científicos e materiais-tipo de espécies, depositados em vários herbários ao redor do mundo. A idéia do
projeto do JSTOR Plants é tornar acessível para taxonomistas do mundo todo os materiais-tipo dos
grupos que eles trabalham. Deste modo, o projeto facilita o trabalho dos taxonomistas e evita o manuseio
excessivo desses materiais. Entretanto, a empreitada mais icônica de digitalização de coleções é nacional.
O Projeto REFLORA, coordenado pelo JBRJ, tem como principal objetivo informatizar e digitalizar
coleções de herbários brasileiros. Uma vez fotografados e informatizados, esses materiais são incluídos na
base de dados do Herbário Virtual REFLORA (HV), podendo ser acessados por qualquer taxonomista. A
segunda e mais ousada etapa do REFLORA é o processo de repatriamento de espécimes da flora
brasileira. Essa etapa é feita com base em parcerias entre o Brasil e coleções situadas em diversos países,
como os Estados Unidos, França, Inglaterra etc. Nestas coleções todos os espécimes coletados em
território brasileiro são fotografados e posteriormente tem os seus dados de etiqueta capturados por uma
segunda equipe, situada no JBRJ. Assim, como os espécimes dos herbários brasileiros, os espécimes de
herbários internacionais passam a integrar o Herbário Virtual, assim como o herbário digital de sua
instituição original. Além de ser essencial para taxonomistas brasileiros em geral, essa etapa do
REFLORA possibilita alunos de doutorado e pós-doutorado a viajarem para o exterior e desenvolverem
seus projetos de tese. Os bolsistas selecionados trabalham meio expediente como membros do projeto e a
outra metade do expediente é livre para o desenvolvimento de seus projetos.
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Com todas essas ferramentas e facilidades da taxonomia moderna, é possível fazer grande parte
de um trabalho taxonômico sem nem precisar sair do seu computador. Essas ferramentas complementam
e facilitam grandemente o trabalho dos taxonomistas, permitindo uma maior agilidade científica e um
considerável aumento na acessibilidade à essas publicações e todo tipo de conhecimento científico. Fora
isso, elas facilitam a realização de trabalhos de base, essenciais para o desenvolvimento de todos os
trabalhos de ponta. Como muito bem expressado em inúmeros trabalhos sobre a valorização da
taxonomia, floras e coleções científicas, sem esses trabalhos e sem os taxonomistas, não é possível
conhecer, preservar, nem explorar o infinito potencial da nossa biodiversidade. A taxonomia é essencial
para a construção do conhecimento científico, emergindo hoje em novos formatos e abordagens. A
taxonomia hoje não é e não deve ser considerada uma ciência estática, mas sim uma área extremamente
dinâmica, que sempre acompanha as inovações de nossa era.

Quadro 1. Lista de endereços da Internet mencionados no texto.


Projeto Endereço
Atlas Digital de Sistemática de http://www.criptogamas.ib.ufu.br/node/5
Criptógamas
BHL http://www.biodiversitylibrary.org/Default.aspx
Botanicus http://botanicus.org/
CATE Araceae http://araceae.e-monocot.org/
CRIA http://blog.cria.org.br/2013/11/ cience.html
e-Monograph of the Caricaceae http://herbaria.plants.ox.ac.uk/bol/caricaceae
eMonocot http://e-monocot.org/
Flora do Brasil 2020 http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/PrincipalUC/Princip
alUC.do
Handwritings from the http://linnaeus.nrm.se/botany/fbo/hand/schreber.html.en
Linnean Herbarium
Herbário Virtual REFLORA http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/ConsultaPublic
oHVUC/ConsultaPublicoHVUC.do
Index Herbariorum http://sweetgum.nybg.org/ cience/ih/
Index Nominum Genericorum http://botany.si.edu/ing/
Index of All The World’s Plant http://www.iplants.org
Species Together
IUCN Red List http://www.iucnredlist.org/
JABOT http://www.jbrj.gov.br/jabot
JSTOR Plants https://plants.jstor.org/
Lecythidaceae Pages http://sweetgum.nybg.org/lp/
Livro Vermelho http://cncflora.jbrj.gov.br/arquivos/arquivos/pdfs/LivroVermelho.pdf
Malpighiaceae http://www.lsa.umich.edu/herb/malpigh/
Neotropikey http://www.kew.org/ cience/tropamerica/neotropikey.htm
Phyto Images http://phytoimages.siu.edu/index.html
Plant Systematics http://www.plantsystematics.org
SBB. Catálogo da rede brasileira de http://www.botanica.org.br/rede_herbarios.
herbários. Sociedade Botânica do
Brasil.
Smithsonian plant image collection http://botany.si.edu/plantimages/
The Plant List http://www.theplantlist.org/
Tropical Plant Guides http://fm2.fieldmuseum.org/plantguides/
http://ibot.sav.sk/icbn/main.htm
Tropicos http://www.tropicos.org
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Useful Plants of the Tropics http://www.plantasutilesdeltropico.com/?lang=en
Virtual Classroom Biology http://www.vcbio.science.ru.nl/em/virtuallessons/landscape/raunkiaer
/
World Checklist of Selected Plant http://apps.kew.org/wcsp/prepareChecklist.do;jsessionid=22362E5D
Families FBDE5CF19F16819509F1B678?checklist=selected_families%40%4
0064040320081717825

Referências

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Dicionários/trabalhos mais específicos


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Cambridge. 405 pp.
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Claredon Press.

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