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“CONTABILIDADE DE CUSTOS I”

Prof. Dr. Vallim – UFES 2019

MATERIAL DE APOIO

A EMPRESA MODERNA

1-INTRODUÇÃO
Nas primeiras décadas da revolução industrial a produção ocorria praticamente de
forma artesanal, o mercado inexplorado e expansionista levava as empresas a
mecanizarem suas produções que passavam a atingir um grande aumento de
produtividade e uma posição confortável como empresa emergente neste novo
cenário que se formava.
Na segunda década do século XX, com a administração científica de TAYLOR
e da linha de produção da FORD, a lógica da produção capitalista causa melhorias
na produtividade industrial devido principalmente a ESPECIALIZAÇÃO DO
TRABALHO e PADRONIZAÇÃO DOS PRODUTOS E PEÇAS. (Isso foi possível
porque a demanda do mercado era superior a produção).
Inicia-se um novo cenário, a oferta de produtos começou a superar a procura,
o aumento da concorrência fez com que a padronização dos produtos fossem
diminuindo cada vez mais e novos modelos foram introduzidos de forma rápida,
diminuindo a vida útil dos produtos. Observa-se neste momento uma flexibilização
na introdução de novos modelos e freqüente alteração nos produtos.Outro fator
relevante foi a redução contínua dos preços de venda, mostrando que as
imperfeições e ineficiências deveriam ser reduzidas, pois, os clientes agora podiam
escolher não aceitando ineficiências e imperfeições devido concorrência, preços
mais baixos devido abundância de oferta de produtos e melhor qualidade com
variedade de modelos do mesmo produto e marcas diferentes.
Neste contexto o cenário atual é de mercado competitivo, produtos de baixo
preço, boa qualidade, freqüentes modificações de projetos, curta vida útil dos
produtos (ciclo de vida) e muitos modelos diferentes. O Controle efetivo das
atividades produtivas é condição indispensável para que qualquer empresa possa
competir em igualdade de condições com seus concorrentes.

(Avaliar o desempenho de suas atividades e intervir rapidamente para a correção e melhoria


dos processos) – (Eficiência e Eficácia)

ANÁLISE DO PREÇO DE VENDA AO LONGO DA EVOLUÇÃO DE CUSTOS

Antes Preço = Custo + Lucro


PVu Qualidade C
(CÁLCULOS DOS CUSTOS)

Lucro = Preço - Custo PVu


Depois Qualidade B

(CONTROLE DOS CUSTOS)

Custo = Preço - Lucro PVu Qualidade A


Hoje
(GESTÃO DOS CUSTOS)
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O NOVO AMBIENTE COMPETITIVO

O ambiente que as empresas estão inseridas está modificando continuamente


devido um cenário mais complexo e globalizado, gerando uma competição cada vez
mais acirrada, redução de barreiras alfandegárias, criação de grandes mercados de
livre comércio como: NAFTA, MERCOSUL, MERCADO COMUM EUROPEU e
Outros blocos econômicos que visam fortalecimento para sobrevivência de pessoas
e organizações.
No Brasil a abundância de matéria prima e mão de obra de baixo custo,
devida baixa qualificação, tem sido alvo de muitas empresas internacionais que
detêm elevada tecnologia de gestão de custos e estabelecem seus investimentos
em diversos segmentos e industrias, isto quando os fatores políticos, econômicos do
Brasil não apresentam sintomas de risco e sim de retorno compensador dos Ativos
aqui investidos. Não poderíamos deixar de falar dos produtos importados que tem
ocupado a dispensa de muitas famílias brasileiras devido à ineficiência em várias
áreas das empresas nacionais. Este aumento de concorrência tem provocado
profundas mudanças no sistema produtivo das atuais empresas.

EMPRESA TRADICIONAL EMPRESA MODERNA


Comporta poucos produtos Flexibilização da produção
Trabalha com grandes lotes Muitos modelos.
Alto volume de produção Ciclo operacional reduzido
Ciclo de vida longo Menor vida útil produtos (ciclo de vida)
Prazos de entrega longo Menor prazo de entrega ao cliente
Grandes lotes Lotes pequenos com alta qualidade
Pouca ênfase ao desperdício Combate contínuo ao desperdício
Altos estoques Filosofia da qualidade total
Baixos estoques
Fluxo contínuo de materiais

A empresa tradicional não necessitava do aprimoramento contínuo da


eficiência, pois, o mercado menos competitivo absorvia os produtos defeituosos e a
ineficiência produtiva com preços razoavelmente altos.

A empresa moderna busca incessantemente pela melhoria da eficiência e da


produtividade. (EVITAR O MÁXIMO DE INEFICIÊNCIA DECORRENTE DA MÁ
QUALIDADE E DO TRABALHO IMPRODUTIVO).
As atividades devem agregar valor aos produtos, pois, o que estiver contrário
a essa lógica deve ser reduzido sistematicamente e continuamente, bem como, não
se tolera quaisquer tipos de desperdício.

2- CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA MODERNA

Vivemos numa constante necessidade de produção que visa atender as


exigências do mercado com novos produtos e variedade de modelos que tem como
alvo um cliente mais exigente e contemporâneo. As inovações e modificações nos
produtos são freqüentes, o ciclo operacional e o prazo de entrega cada vez mais
reduzido, bem como a vida útil dos produtos.
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Para atingir o aprimoramento no sistema produtivo a empresa moderna busca


“contínuo processo de melhoria e de combate ao desperdício e a filosofia da
qualidade total”.

A constante melhoria de suas atividades e eliminação do desperdício


relaciona-se com inovações tecnológicas, qualificação da mão de obra e constante
aprimoramento do processo produtivo.

Definição de desperdício: “insumo consumido de forma não eficiente e não


eficaz” Ex. materiais defeituosos, atividades desnecessárias.

Existem também, atividades que não agregam valor ao produto, mas que são
necessárias para a fabricação dos produtos recebendo tratamento análogo ao
dispensado aos desperdícios.
Ex. Preparação de máquinas e movimentação de materiais.

Tempo X R$ X $$ Preços justos ao consumidor

A empresa moderna busca incessante redução dos desperdícios por meio de


incessante atividade de racionalização da produção. Dentro deste objetivo global
surgem algumas características essenciais, que diferem das empresas tradicionais e
será foco de nossa análise.

CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA MELHORIA CONTÍNUA E ELIMINAÇÃO


DO DESPERDÍCIO:

2.1. Lotes de produção Pequenos


2.2. Baixos Estoques
2.3. Fluxo Contínuo de Materiais
2.4. Filosofia da Qualidade Total

2.1. Lotes de Produção Pequenos

Atualmente as empresas modernas trabalham com pequenos lotes, meta do


lote unitário e não mais lotes econômicos que como conseqüência destrutiva é de
gerar acomodamento no processo produtivo com atitudes e pensamentos do tipo “o
funcionamento da fábrica está ajustado no ponto ótimo e nossa tarefa está sendo
bem cumprida” ou pior “no ponto de máximo qualquer modificação diminuirá a
eficiência da empresa”.
Na racionalidade da produção a redução do tamanho do lote tende a
aumentar a produtividade da empresa, pois força o aprimoramento do processo. O
tempo de preparação das máquinas era visto como variável independente e na
realidade o tempo de preparação sofre ações de melhoria para que o objetivo possa
ser satisfeito, ou seja, se não houver reduções no tempo de preparação a produção
não poderá ser efetuada em lotes menores. Na prática percebe-se que tal mudança
de mentalidade produz resultados poderosos na busca constante da eliminação do
desperdício.
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2.2. Baixos Estoques

Os estoques são desperdícios, visto que não acrescentam valor ao produto e


demandam gastos. Da mesma forma que o tamanho do lote, os estoques de matéria
prima, de material em processo e de produtos acabados também são reduzidos na
empresa.
Com os lotes de produção pequenos e baixos inventários o processo
produtivo deve estar bem ajustado e balanceado, pois, não admite falhas e perda de
tempo por não dispor de grande estoque de segurança.

Pensamento tradicional: “paradas na fábrica são normais e quanto maiores os


estoques, mais tempo teremos para resolver o problema antes de faltarem
artigos para venda”.

Este pensamento é um perigo gerando acomodação na situação presente,


passando-se a considerar os problemas como normais, só atacando os mesmos de
forma paliativa quando surgirem “combatem os efeitos e não as causas”. Na
empresa moderna a lógica e trabalhar as causas e de forma permanente, portanto,
os baixos estoques de segurança até ajudam esta mudança de comportamento.
Uma fábrica com baixo estoque proporciona, rapidez. (menor tempo e menor custo)
quando da necessidade de modificação, inclusão ou desativação de produtos. Esta
característica é um instrumento importante na disputa pelo mercado. O risco de
obsolescência e o tempo de fabricação (lead time) também são reduzidos levando a
possibilidade de um melhor atendimento ao cliente, a redução do custo de produção
possibilita trabalhar com preços de venda mais competitivos, a diminuição do espaço
físico para fabricação e armazenamento possibilita menor investimento e maior
integração dos processos; o capital de giro da empresa também é reduzido,
proporcionando maior rentabilidade sobre o investimento.

TODOS ESTES ITENS COLOCAM A EMPRESA MODERNA EM GRANDE


VANTAGEM COMPETITIVA SOBRE AS TRADICIONAIS.

2.3. Fluxo Contínuo de Materiais

Trabalhando com lotes pequenos e baixos estoques, a empresa moderna


consegue aproximar-se de um fluxo contínuo de materiais, chegando perto da
produção contínua. Com isto, a fabricação dos produtos torna-se mais rápida e
eficiente. A flexibilidade de qualificação humana torna-se fator relevante formando
um conjunto que torna o sistema produtivo com seus departamentos e seções
funcionando na forma de interdependência que, evitará a espera na linha de
produção ganhando em velocidade e eficiência.
“Esta visão de perda de espera não é a atual, porque nós aprendemos como
aperfeiçoar nossas oficinas de serviços intermitentes, fazendo-as comportarem-se
mais como oficinas de serviços contínuos. (...) O camaleão nunca poderá ser uma
folha, mas poderá parecer-se com uma. Assim ocorre na fabricação” (Schonberger,
1988).
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2.4. Filosofia da Qualidade Total

A empresa moderna prioriza a qualidade, que geralmente é subdividida em


qualidade de projeto, relacionada com a adequação do produto ao mercado, e
qualidade de conformação que visa atender as especificações do projeto durante a
fabricação do produto. Hoje, esta visão de qualidade está cada vez mais ampliada,
englobando a satisfação dos desejos do mercado pelo projeto, manufatura
confiável e sem defeitos, preço de venda acessível aos consumidores, a
segurança e adequação ao meio ambiente e o atendimento aos prazos locais e
quantidades exigidas, sem falar ns serviços de assistência técnica e o
relacionamento com fornecedores e funcionários.

Da empresa tradicional lembramos do DCQ (Departamento de Controle de


Qualidade) que possui inspetores que atuam nos pontos críticos do processo
produtivo no intuito de manter a qualidade. A restrição é o custo elevado que surge
por existir mais mão de obra, lotes rejeitados ocupando área física, conflitos com
produção para não atrasar produção e clientes gerando espera e insatisfação, perda
de tempo etc.

3 - OS DESPERDÍCIOS DA EMPRESA

De maneira geral os esforços da empresa podem ser divididos em trabalho e


desperdícios. O trabalho é dividido em trabalho que agrega valor e trabalho que não
agrega valor.
O trabalho que agrega valor também chamado de trabalho efetivo, porque
compreende atividades que agregam, ou melhor, aumentam o valor do produto,
dentro da ótica do consumidor; em outras palavras o produto após a atividade vale
mais do que antes. Normalmente são atividades que transformação, que modificam
fisicamente o produto.
O trabalho que não agrega valor também chamado de trabalho adicional
compreende as atividades que não aumentam o valor do produto, mas geram
suporte para o desenvolvimento do trabalho efetivo, sendo que às vezes até
diminuem o valor de tais produtos. Ex. preparação de máquinas e manutenção.
Os desperdícios não adicionam valor aos produtos e não são necessários ao
trabalho efetivo, sendo que, às vezes até diminuem o valor de tais produtos.
Ex. Produção de itens defeituosos, movimentação desnecessária, inspeção de
qualidade e capacidade ociosa.
Avaliando estes conceitos nos leva a lógica de buscarmos atitudes de eliminar os
desperdícios, minimizar o trabalho adicional e maximizar o trabalho efetivo, que
precisa ser a cada dia ser operacionalizado com a maior eficiência possível.
A expressão trabalho que não agrega valor geralmente é usada para identificar o
conjunto do trabalho adicional e dos desperdícios.

Como exemplo poderíamos implementar um processo de melhoria em uma


organização com objetivo de avaliar dentro de um determinado período o
tempo dedicado com o trabalho efetivo, trabalho adicional e desperdícios.
(ANTES X DEPOIS)
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3.1.Tipos de Desperdícios

Segundo Shingo (1981) os desperdícios classificam-se em sete tipos;


superprodução, transporte, processamento, fabricação de produtos defeituosos,
movimento, espera e estoque.

A) Desperdícios por Superprodução - Produzir acima do necessário ou


antecipadamente levam a mascaração de outros desperdícios. O aumento
de estoques esconde eventuais (e naturais) imperfeições do processo. Por
isso recomenda-se eliminar completamente este tipo de desperdício,
devendo aprimorar constantemente o processo obtendo um fluxo contínuo
de materiais, redução dos tempos de preparação dos equipamentos
diminuindo o tamanho dos lotes processados.
B) Desperdícios por Transporte – as atividades de movimentação de
materiais que não adicionam valor ao produto. Neste caso a condição ideal e
a melhoria por meio do processo de mecanização e automação e
diretamente da reorganização física da fábrica que deve reduzir ao mínimo
possível as necessidades de movimentação de materiais.
C) Desperdícios no processamento – Citamos aqui as atividades de
transformação desnecessárias, evitar ter no produto aquilo que não é
essencial, não precisa, o cliente não está pedindo, ou seja, partes
desnecessárias que poderiam ser dispensáveis, o que pode ser trabalhado
com técnicas de análise de valor e de processo.
D) Desperdícios por fabricação de produtos defeituosos - entendemos aqui
produtos fora das especificações de qualidade. Este talvez seja o mais
facilmente identificável e mensurável, mas não o menos importante. A maior
necessidade da empresa e a busca incessante pela excelência na produção
para se tornar competitiva no mercado moderno. Este combate está ligado a
confiabilidade do processo.
E) Desperdícios no movimento - Movimentos inúteis na execução das
atividades, ineficiência da operação. Segundo estudos de movimentos de
Gilbreth, a ineficiência resulta de movimentações desnecessárias no
trabalho de transformação. Sua eliminação está ligada a obtenção de
padrões de desempenho e ações corretivas em busca de atingir as metas
padrão.
F) Desperdícios por espera – A capacidade ociosa é a grande vilã, pois,
ocasiona trabalhadores e instalações parados gerando custos perdidos.
Fatores identificados que aumentam este desperdício; elevado tempo de
preparação falta de sincronização da produção, falhas não previstas no
sistema produtivo. Este desperdício será denominado desperdício por
ociosidade.
G) Desperdícios por estoque – A existência do estoque gera custos
financeiros de manutenção dos estoques, obsolescência dos itens
estocados e principalmente o custo de oportunidade pela perda de mercado
futuro para a concorrência com menor “lead time”.
H) Desperdício de Matéria-Prima – Matérias primas despendidas de maneira
anormal ou acima da necessidade para confecção do produto. Este
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desperdício geralmente é atacado no momento de processamento, já que


geram trabalho e/ou materiais não usados para transformação dos produtos.

3.2 A Necessidade de mensuraração dos desperdícios.

Mensurar dos desperdícios e as atividades que não agregam valor são de


extrema importância para análise e discursão dos usuários dos sistemas de custos,
pois são informações ricas para o efetivo auxilio ao controle e à avaliação da
empresa moderna, pois, permite visualizar o montante que, despendido no sistema
produtivo, não colabora para a fabricação dos produtos, tendo, portanto, condições
de priorizar esforços direcionados aos pontos que existe maior potencial de retorno.
A Especialização e competência são fator essencial para as empresas
modernas se manterem no mercado e constituírem um sistema que permita a
identificação e quantificação sistemática dos desperdícios.
“Deixar de perder é aumentar o lucro ou ter preços mais competitivos no mercado
concorrente”.

4 - AS RELAÇÕES ENTRE CONTABILIDADE FINANCEIRA,


CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE GERENCIAL.

4.1-Contabilidade Financeira
A Contabilidade Financeira sinteticamente analisando objetiva controlar o Patrimônio
e Apurar o resultado de determinado período de tempo e propõe gerar informações
aos usuários externos. È também chamada como Contabilidade Fiscal, pois, seu
foco principal é atender as leis e está ancorada na exigibilidade dos princípios
contábeis geralmente aceitos que padroniza a ação dos contadores no Brasil.
Lógica:

CONTABILIDADE FINANCEIRA

PRESTA INFORMAÇÕES A USUÁRIOS EXTERNOS

COLETA DADOS, ESCRITURA E ORGANIZA, ARMAZENA DADOS, SINTETIZA.

EMITE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (INFORMAÇÃO FINAL)

BP DRE DLPA ou DMPL DOAR


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Nosso foco agora passa a ser a análise da AVALIAÇÃO DO ESTOQUE e a


influência que recebe da Contabilidade Financeira.

Tratamos inicialmente da seguinte forma:

CMV= EI + C – EF LB= V – CMV

CMV=Custo da Mercadoria Vendida


EI=Estoque inicial
C=compras
EF=Estoque Final
LB=Lucro Bruto
V=Vendas

Ao analisar a matemática das fórmulas podemos concluir alguns pontos de extrema


importância para acompanharmos nosso conceito na área de Custos Gerencial.

Afirmamos que: quanto < EI > LB


> EF >LB

Portanto se: EI LB e se EF LB

4.2-CONTABILIDADE DE CUSTOS

Com o advento da revolução Industrial tivemos que assumir nova forma de


pensamento.

Problemas de Apuração:

1-Artesanal
2- Processo com Matéria Prima e Fatores de Produção

O item Compras foi substituído pelos fatores (MP, MO, Energia, Combustível, etc.),
melhor definindo custos de Produção.

O Ramo que controla estes gastos passou a chamar Contabilidade de custos.

Quando entramos no Processo produtivo o ESTOQUE passar a ter divisões


(Produtos em Elaboração e Produtos Acabados).
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Neste momento constituímos nova fórmula:

CPV = EI + GASTOS NA PRODUÇÃO - EF


LB = VENDAS - CPV

DRE
RECEITA LÍQUIDA
(-) CPV
=RESULTDO BRUTO INDUSTRIAL
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
=RESULTADO LÍQUIDO

O custo de produção do Período na realidade são (todos os gastos ocorridos),


que foram totalmente absorvidos o que na linguagem de custos afirmamos que o
custeamento, ou seja, “forma de apurar os custos” – denominamos neste caso
Custeio por Absorção.

Obs.: O Custeio por Absorção é exigido pelas Auditorias externas e pela


legislação do IRPJ

Este custeio é sustentado pelos seguintes princípios:

Princípio do Registro pelo Valor Original- (estoques são avaliados pelo custo
histórico, não havendo correção no preço dos fatores de produção).
Princípio da Competência - todos os gastos do período com a produção que não
tiveram correspondência com receitas obtidas devem ser incorporados ao valor dos
estoques (daí Custeio Por Absorção).

4.3-CONTABILIDADE GERENCIAL

1-FOCO NAS INFORMAÇÕES COM CARACTERÍSTICAS


(Relevantes, oportunas, tempestivas, eficazes etc.)
2-ATENDER USUÁRIOS INTERNOS
3- TOMAR DECISÕES
(Maximizem riqueza, Minimizem Custos, Minimizem Grau de Risco).

4.4- NOVO CENÁRIO EMPRESARIAL


(Empresas modernas, mercado globalizado, Crescente Tecnológica, Qualificação da
Mão de Obra, Variedade de Produtos, Oferta de produtos na média maior que
Demanda, Concorrência; Comunicação em alta velocidade, Perfil de Clientes
racionais, Grandes Fusões Empresariais, Blocos econômicos na Busca de privilégios
e barreiras tributárias, fatores políticos, Reforma da Previdência, Trabalhista e
Tributária).
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4.5 FUNÇAO CONTROLE - METAS PREVISTAS X REALIZADAS


É moldada de acordo com a necessidade de cada tipo de organização e cada tipo
de segmento (Industria, Comércio e Serviços).
Não segue Princípios Contábeis e se relaciona com a estatística, Administração
Financeira e análise das Demonstrações Contábeis/Financeiras.

4.6 A CONTABILIDADE GERENCIAL É ESTRATÉGICA PARA EMPRESAS


MODERNAS
A Contabilidade de Custos Inicialmente tinha uma função de avaliar estoques e
apurar resultados e na era em que vivemos ganhou e vem ganhando novas funções
e extrema importância da ramificação da contabilidade gerencial.

HOJE:
Custos São Usados

Auxiliar Controle e Tomar Decisões

Padrões – Orçamentos - Previsões Informações Eficazes

CUSTEIO-PADRÃO CUSTEIO - VARIÁVEL

TRATA TODOS OS CUSTOS FIXOS


EVITA INEFICIÊNCIAS E COMO DESPESAS DO EXERCÍCIO,
DESPERDÍCIOS INDEPENDENTE DO % DA PRODUÇÃO
QUE TENHA SIDO VENDIDA OU QUE
TENHA FICADO EM ESTOQUE.

Obs: Neste Caso os Estoques Finais não incorporarão todos os gastos efetivos na
produção e serão avaliados por um valor menor que o custeio por absorção, e
fazendo com que o Lucro bruto seja menor.
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5-TERMINOLOGIA CONTÁBIL
(Classificações e Nomenclaturas de Custos)

Na Contabilidade, encontramos várias terminologias com significados diferentes que


às vezes são utilizados de forma errônea.
Nosso objetivo nesta parte é uniformizar o entendimento de determinados
termos que utilizaremos ao longo dos próximos capítulos.
Como exemplo podemos encontrar termos como: desembolso, dispêndio, gasto,
desencaixe, despesa, custo, perda, investimento e outros.

GASTO – É todo dispêndio, sacrifício para aquisição de um bem ou serviço


(renuncia de um ativo) com pagamento no ato (desembolso) ou no futuro (cria nova
dívida); representada pela entrega ou promessa de entrega de bens ou direitos. O
gasto se concretiza quando bens ou serviços adquiridos são prestados ou passam a
ser propriedade da empresa.

Ex.: gasto com mão de obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de
MO.
Gastos com aquisição de mercadoria para revenda; aquisição de matéria primas
para industrialização; gastos com aquisição de imobilizados (máquinas e
equipamentos); gastos com energia elétrica (aquisição de serviços de fornecimento
de energia); gasto com aluguel de edifício e galpões; gasto com reorganização
administrativa (serviço).

DESEMBOLSO - É o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço; é


todo dinheiro que sai do Caixa (disponível), um desencaixe. Na realidade mais cedo
ou mais tarde todo gasto será um desembolso; gasto (pagamento à vista) ou no
futuro (pagamento a prazo).

Os Gastos podem ser classificados em três tipos: Investimentos, Custos ou


Despesas.

INVESTIMENTOS - Quando os gastos mostram que trarão benefícios futuros para a


empresa ou ativado em função da sua vida útil denominamos gasto de investimento.
(Possuem potencial para gerar receita) = (lucro) = benefícios para vários períodos.
Ex: Aquisição de móveis e utensílios; aquisição de imóveis; despesas pré-
operacionais; aquisição de marcas e patentes; aquisição de matéria prima; aquisição
de material para escritório.

DESPESAS- Despesas é o contrário. Depois da sua ocorrência, não traz mais


benefícios para a empresa. Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades
produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas.
Para facilitar o entendimento e facilitar a diferença ente custos e despesas
colocaremos uma divisória didática: todos os gastos realizados com o produto até
que esteja pronto é classificado como CUSTOS, a partir desse ponto, a classificação
é DESPESAS.
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Ex: gastos com embalagens são custos se realizados no âmbito do processo


produtivo (o produto é vendido embalado) é despesa se embalado fora do processo
produtivo.
Obs.: Todos os custos que estão incorporados nos produtos acabados da empresa
industrial são reconhecidos como despesas e deverão ser apropriados na conta de
resultado no momento em que tais produtos são vendidos.

Ex: Salários e encargos sociais do pessoal de vendas; salários e encargos do


pessoal da Administração; energia elétrica consumida no escritório; gastos com
combustível e refeições do pessoal de vendas; conta telefônica do escritório e de
vendas; aluguéis e seguros do prédio do escritório.

Obs.: A matéria prima no momento de sua compra representa um investimento e


quando passa a ser utilizada no processo produtivo torna-se custo e despesa
quando o produto é vendido. Entretanto está matéria prima que está incorporada no
produto acabado em estoque pelo fato de ser ativo, volta a ser investimento.
Os encargos financeiros incorridos pelas empresas independem de serem
originários da aquisição de insumos para a produção; são sempre Despesas.

CUSTO - Gastos com bens ou serviços utilizados na produção de outros bens e


serviços; são todos os gastos ligados à atividade de produção. Todos os gastos no
processo de industrialização que contribuem com a transformação da matéria prima
(fabricação) entendemos como custos: mão de obra; energia elétrica; desgaste das
máquinas utilizadas na produção, embalagem; gastos cm manutenção das máquinas
da fábrica, aluguéis e seguros do prédio da fábrica; combustíveis e lubrificantes
usados nas máquinas da fábrica; salários do pessoal da produção.

PERDA- É um gasto não intencional (involuntário), anormal, extraordinário; decorre


de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. Quando
for de fatores externos a produção, é lançado diretamente na conta resultado como
DESPESA e quando são perdas normais de matérias primas na produção industrial
ou no processo produtivo integram o CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO.

Ex: Desfalque no caixa; inundações, greves, incêndio; perda de um veículo em um


desastre; perda através das máquinas; quebra produtos; rebarbas; sucatas; galgas.

Obs: É importante tornar relevante que se um gasto que é considerado como


despesa afetará diretamente o resultado do exercício e ser for considerado Custo, só
afetará o resultado a parcela do gasto que corresponder aos produtos vendidos. As
parcelas correspondentes aos produtos em estoque (produtos acabados e em
elaboração. (Semi-acabados) ficará ativada o que veremos em comentários nas
próximas partes).

GANHO - Podemos também ter ganhado que é bastante aleatório. Lucro que
independe da atividade operacional da empresa Ex; ganhos monetários (ganhos
com a inflação); venda de um imobilizado por valor acima do seu custo; recebimento
de seguros por um bem perdido.
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TANTO A PERDA QUANTO O GANHO REFLETEM NO PL DIMINUINDO OU


AUMENTANDO O LUCRO APURADO NA DRE.

LÓGICA DOS GASTOS –DESEMBOLSOS -INVESTIMENTOS -DESPESAS – CUSTOS -PERDAS

A VISTA
COMPRAS DESEMBOLSO
CONTRATAÇÕES A PRAZO PGTO DO
TÍTULO

GASTO OBTENÇÃO DE UM PAGAMENTO DO


BEM OU SERVIÇO GASTO
INVESTIMENTO
EM FUNÇÃO DA SUA VIDA ÚTIL OU DE BENEFÍCIOS
FUTUROS
CPV –CMV -CSP

BENS OU SERVIÇOS CONSUMIDOS OU UTILIZADOS


NA PRODUÇÃO (REALIZAÇÃO) DE OUTROS BENS OU
SERVIÇOS

BENS E SERVIÇOS CONSUMIDOS COM FINALIDADE


DESPESAS DE OBTENÇÃO DE RECEITA E QUE NÃO ESTÃO
DIRETA OU INDIRETAMENTE LIGADOS A PRODUÇÃO
OU AO SERVIÇO PRESTADO

BENS OU SERVIÇOS CONSUMIDOS DE FORMA


PERDA ANORMAL OU INVOLUNTÁRIA NO PROCESSO DE
PRODUÇÃO OU PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
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Exercícios e testes de fixação da matéria:

1- Abaixo temos vários exemplos de gastos, portanto marque com um (X) se


forem gastos de Investimentos, Custos, Despesas, Perdas e
Desembolso, na coluna correspondente.
Legenda das colunas:
I = Investimentos; C = Custos; D = Despesas; P = Perdas; DB = Desembolso.
Nº Descrição fato I C D P Db
01 Compras, à vista, de um computador.
02 Compra, a prazo de matérias-primas.
03 Compra, à vista de materiais-
secundários.
04 Transferência de matérias primas do
almoxarifado para a produção
05 Transferência de materiais secundários
do almoxarifado para a produção.
06 Pagamento de prêmios de seguro,
cobrindo a fábrica e os imóveis da adm.
comercial e financeira, com vigência de
1 ano a partir da contratação.
07 Apropriação do seguro da fábrica num
determinado mês
08 Apropriação do seguro da
administração.
09 Pagamento de energia elétrica relativa
às instalações industriais
10 Pagamento de energia elétrica relativa
ao escritório de vendas
11 Apropriação dos gastos de mão de obra
(inclusive encargos sociais) relativo ao
pessoal de vendas
12 Apropriação dos gastos de mão de obra
relativo ao pessoal da produção
13 Pagamento de encargos financeiros
relativos à compra de matérias-primas
14 Pagamento de taxas sobre talões de
cheques nos bancos
15 Apropriação, à produção, de honorários
da diretoria industrial.
16 Despesas, à vista com refeições do
pessoal da fábrica.
17 Despesas, à vista com refeições do
pessoal de vendas.
18 Depreciação de móveis e utensílios da
área comercial e administrativa
19 Depreciação de máquinas e
equipamentos da área de produção
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20 Pagamento de fretes e carretos sobre


matérias primas e materiais secundários
adquiridos (incorpora-se ao valor dos
materiais comprados)
21 Pagamento de fretes e carretos sobre
produtos vendidos pela fábrica
22 Constituição de provisões para o 13º e
férias do pessoal da fábrica
23 Provisão do 13º e férias do pessoal da
administração comercial

24 Pagamento do 13º ao pessoal da


fábrica, sendo que não houve nenhuma
diferença em relação ao que foi
provisionado.
25 Danificação de matéria primas em
função de incêndio
26 Gasto já pago com mão de obra da
fábrica num período de greve (acordo
com o sindicato resultou no pagamento
de dias parados)
27 Perda de matéria prima num processo
normal de produção
28 Embalagem utilizada em produto no
decorrer da produção
29 Embalagem utilizada em produto após o
processo de produção

2. Em relação à terminologia utilizada pela Contabilidade de custos, é correto afirmar


que:
a) Gastos são custos ou despesas que a empresa incorre para realizar a
produção e vende-la;
b) Despesas são gastos incorridos com a produção de bens e serviços, com
intenção de sua venda posterior;
c) Investimentos não são gastos, uma vez que se trata de ativos adquiridos pela
empresa que somente são depreciados lentamente;
d) Perdas são sacrifícios ocorridos na produção, de forma involuntária ou fortuita;
e) Custos são gastos que a empresa incorre para comercialização dos produtos
por ela fabricados.

3 -Gasto do Departamento de faturamento, a depreciação das máquinas de


produção, a compra de matéria-prima, o tempo do pessoal em greve (remunerado)
são respectivamente:
a) Despesa, perda, ativo, custo;
b) Despesa, ativo.Perda, custo;
c) Despesa, custo. Ativo, perda;
d) Despesa, custo, perda, ativo;
e) Despesa, ativo, custo.Perda.
16
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4-Representa gasto:
a) O pagamento de dividendos;
b) A contratação de um financiamento em longo prazo;
c) O pagamento de compra efetuada a prazo;
d) O aumento de capital da empresa;
e) A aquisição de máquinas;

5-Desembolso representa:
a) Pagamento pela aquisição de um bem ou pela obtenção de um serviço;
b) Aquisição a prazo de móveis e utensílios;
c) Depreciação de equipamentos da fábrica;
d) A apropriação dos gastos de mão de obra;
e) Constituição de provisão.

6-Investimento representa:
a) Qualquer desembolso para aquisição de um serviço;
b) Um gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a períodos futuros;
c) Gasto com bens e serviços consumidos com a finalidade de obter receitas;
d) Gasto de salários e encargos sociais do pessoal de vendas; Gasto não
intencional, decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva
normal da empresa.
17
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6 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E OS DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO


.

6.1 - EM RELAÇÃO À APROPRIAÇÃO AOS PRODUTOS FABRICADOS

Temos aqui os Custos diretos e os Custos indiretos

Os Custos Diretos (CD) – São todos os custos que podem ser alocados
(apropriados) diretamente ao produto, porque há uma medida objetiva de seu
consumo nesta fabricação.
Ex: Matéria Prima- Geralmente a empresa sabe a quantidade exata de matéria
prima que está sendo utilizada para fabricação de uma unidade do produto, portanto,
sabendo o preço da matéria prima o custo fica facilmente identificado por cada
produto
Mão-de-Obra Direta - Trata-se dos custos com os trabalhadores, utilizados
diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou em cada
produto e o preço da mão de obra, é possível apropria-los diretamente ao produto.
Material de embalagem; Depreciação de equipamento (quando este é utilizado para
produzir apenas um tipo de produto); Energia elétrica das máquinas (quando é
possível saber quanto foi consumido na fabricação de cada produto)

Os Custo Indiretos (CI) - São todos os custos que dependem de cálculos, rateios
ou estimativas para serem apropriados aos diferentes produtos, portanto, são
custos apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as
estimativas e chamado de base ou critério de rateio.

Ex: Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um


produto; salário dos chefes de supervisão de equipes de produção; energia elétrica
que não pode ser associada ao produto.

Obs: se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos.
Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno, valor que não
compensa o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como.
Indireto. (Relação custos/benefícios). Ex: gastos com verniz e cola na fabricação de
móveis

6.2- EM RELAÇÃO AOS NÍVEIS DE PRODUÇÃO

Custos Fixos- São aqueles cujos valores são o mesmo qualquer que seja o volume
de produção da empresa.
Podemos alertar neste item que os custos fixos podem vir de valor no decorrer do
tempo. O aluguel da fábrica sofre reajustes em determinado mês, mas não deixa de
ser considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a
produção do mês. Ex: imposto predial, depreciação dos equipamentos (método
linear) salários de segurança e porteiros da empresa, prêmios de seguros.
18
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Custos Variáveis- São aqueles cujos valores se alteram em função do volume de


produção da empresa. Ex: matéria-prima consumida.
Se não houver quantidade produzida o custo variável será nulo.

Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção. Outros


exemplos; materiais indiretos consumidos, depreciação dos equipamentos quando
for feito em função das horas/máquinas trabalhadas, gastos com horas extras na
produção.

Custos semivariáveis – São aqueles que variam de acordo com o volume de


produção e possuem uma parcela fixa mesmo que não haja produção ex: conta de
energia elétrica da fábrica que existe uma taxa mínima, aluguel de uma copiadora,
gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira (a caldeira não pode
esfriar).

Custo semifixos ou Custos por degraus – são fixos numa determinada faixa de
produção mais que variam se houver mudança dessa faixa de produção. Ex:
necessidade de supervisores de produção da Cia.

Tabela de supervisores da empresa x


Volume de produção Quantidade necessária de Custos em R$
Supervisores (Salários + Encargos)
0 - 20.000 1 120.000,00
20.001-40.000 2 240.000,00
40.001-60.000 3 360.000,00
60.001-80.000 4 480.000,00

Alguns autores não fazem uso da nomenclatura de custos semivariáveis e custos


semifixos, preferindo denomina-los de custos que possuem uma parcela fixa e uma
parcela variável ou de custos mistos.

Afirmamos neste ponto que para aplicação do custeio variável (princípio de


custeamento), é muito importante sabermos separar a parcela fixa da parcela
variável dos custos mistos, de forma que tenhamos apenas custos fixos e custos
variáveis.

6.3 ANÁLISE DE HIPÓTESES DE COMPORTAMENTO

Neste momento assumiremos o comportamento que os custos variáveis (CV)


sejam diretamente proporcionais à quantidade produzida. Isto quer dizer que o
custo variável unitário (Cvu), ou seja, o custo variável dividido pela quantidade
produzida é fixo (constante).

CVU= CV
Qtd. Produzida
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Por outro lado, o custo fixo (CF), pela sua própria definição é constante qualquer que
seja o volume de produção. Entretanto, o custo fixo unitário (Cfu), custo fixo dividido
pela quantidade produzida é sempre decrescente.

Exemplo:

Foi elaborado o seguinte quadro para apresentar os custos de produção de 0 a 100


unidades produzidas, em R$:

Q C FIXO C VARIÁVEL CUSTO CUSTO CUSTO CUSTO


TOTAL FIXO VARIÁVEL MÉDIO
UNITÁRIO UNITÁRIO
Q CF R$ CV R$ CT R$ Cfu R$ Cvu R$ CMe R$
0 100,00 0,00 100,00 - - -
1 100,00 10,00 110,00 100,00 10,00 110,0
2 100,00 20,00 120,00 50,00 10,00 60,00
3 100,00 30,00 130,00 33,33 10,00 43,33
4 100,00 40.00 140,00 25,00 10,00 35,00
- - - - - - -
- - - - - - -
- - - - - - -
99 100,00 990,00 1090,00 1,01 10,00 11,01
100 100,00 1000,00 1100,00 1,00 10,00 11,00

Análise do quadro construído:

O Custo Fixo (CF) é sempre constante. Neste caso R$100,00 qualquer que seja o
volume de produção.
O Custo Fixo unitário (CFu) é sempre decrescente uma vez que seu resultado se
origina da divisão de um valor fixo por quantidades produzidas cada vez maiores.
O Custo Variável (CV) é sempre crescente com o volume de produção. Se a
empresa produz maior quantidade de um determinado produto, é lógico que ela vai
gastar, por exemplo, mais matéria prima.

O Custo Variável Unitário (CVu) é sempre constante, qualquer que seja o volume
de produção (isto implica dizer que se dobrarmos a produção dobraremos também o
custo com matéria –prima. (Esta é uma análise gerencial de grau de
comparabilidade entre os diversos custos que melhoraremos através dos gráficos
descritos abaixo e da demonstração matemática dos custos até aqui explanados).

Observe no gráfico 01 que o CF é uma reta paralela ao eixo das quantidades.


O CV é zero se nada for produzido e aumentado à medida que a produção aumenta.
O CT se nada for produzido é igual ao CF e também é crescente com acréscimos da
produção. Note que o CT é uma reta paralela à CV e está situado acima desta.
Observe que no gráfico dois o Cvu é uma reta paralela ao eixo das quantidades.
CFu e CMe são decrescentes à medida que as quantidades aumentam. Note
também que a distancia, para um dado QTD, entre CFu e CMe é sempre constante
e igual a CVu.
Então: CMe - CFu = CVu
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Gráfico 01
CT
CF,CV e
CT (R$)

250,00 CV

200,00
150,00

100,00 CF

10 15 QTD

Gráfico 02
CFu,CVu
e CMe
(R$) CMe

20,00
CFu
16,67

10,00 CVu

6,67

10 15
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CÁLCULOS PARA UMA MELHOR ANÁLISE:

CF=100
CV=CVu. Q Cv=10.Q então CT=CF +CV = 100 + 10Q

PARA Q=10 TERÍAMOS:

CF=100
CV=10 X 10 =100 E CT= CF + CV = 100 + 100 =200

PARA Q=15 TERÍAMOS:

CF=100
CV=10 x 15= 150 E CT= CF + CV = 100 + 150=250

Para custos unitários, teríamos:

CFu=CF/Q
CVu=CV/Q
CMe=CT/Q = CF + CV = CF + CV = CFu + CVu
Q Q Q

Sendo assim;

Para: Q=10 Para: Q=15

CFu=100/10=10 CFu=100/15=6,67
CVu=100/10=10 CVu=150/15=10
CMe=10 + 10=20 CMe=6,67 + 10 = 16,67

Exercício de fixação:

Efetue os cálculos feitos acima para um volume de produção de 25 peças


produzidas e 40 peças produzidas.

Considerações: Podemos admitir a hipótese da classificação dos custos em


relação à apropriação ao produto fabricado e ao volume de produção.
O consumo do material direto de uma produção é um custo direto e variável. Os
materiais indiretos utilizados na produção são exemplos de custos indiretos e
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variáveis. O seguro de fábrica é um custo indireto e fixo. A mão de obra utilizada em


máquinas que precisam de regulagem é um custo direto e fixo.

6.4 DESPESAS FIXAS E VARIÁVEIS

As despesas podem receber esta classificação de variáveis e fixas, porém definidas


em função do volume de vendas e não do volume de produção.
Ex: comissão paga a vendedores são despesas variáveis; aluguel do escritório é
despesa fixa já que deve ser pago independente das vendas efetuadas.

6.5 OUTRAS TERMINOLOGIAS

6.5.1 CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO (CPP)

São todos os custos incorridos no processo produtivo num determinado período de


tempo e normalmente e descrito da seguinte forma

Material Direto (MD) + Mão-de-Obra Direta (MOD) + Custo Indiretos de Fabricação (CIF) =
CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO

CPP=MD+MOD+CIF

Exemplos de cada item que compõe o CPP:

Material direto (MD) = Matéria prima; Materiais secundários cujo valor compense
apropria-los diretamente ao produto; Material de embalagem.
Mão de Obra Direta (MOD) = Gastos com mão de obra que são diretamente
apropriáveis ao produto.
CIF= Demais gastos de fabricação
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6.5.2-OUTRAS TERMINOLOGIAS – CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO (CPP)


São todos os custos incorridos no processo produtivo num determinado período de
tempo e normalmente e descrito da seguinte forma:

CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS E DIVERSOS TIPOS DE CUSTOS

MD MOD CIF Despesas


Materiais Diretos Mão-de-Obra Custos Indiretos
Matéria-Prima Direta Custos que não Gastos não
Embalagem Mensurada e são Associados
identificada de MD nem MOD À produção
forma direta

Custo de transformação
Custo primário ou direto

Custo total, contábil ou fabril

Gastos totais ou custo


integral ou Gerencial ou
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6.6 TIPOS DE CUSTEIO E SUAS FINALIDADES

6.6.1-CUSTEIO POR ABSORÇÃO

O custeio por absorção ou Custeio pleno consiste na apropriação de todos os custos


(Fixos ou Variáveis) à produção do período. Os gastos não ligados diretamente ao
processo de produção (despesas) são excluídos.

A principal característica no custeio por absorção é entre custos e despesas. Daí a


importância do conhecimento e a separação, porque as despesas são contabilizadas
imediatamente contra o resultado do período (DRE). Enquanto somente os custos
relativamente aos produtos vendidos terão idêntico tratamento. Os custos relativos
aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido
vendidos estarão ativados nos estoques destes produtos. Resumidamente
poderíamos afirmar que o custo dos produtos que não foram vendidos e que estão
em elaboração e acabados estão carregados de custos e despesas.

O exemplo abaixo revela a importância da distinção entre custos e despesas para o


custeio por absorção.

“Uma empresa que fabricou 1000 unidades de sapatos, incorreu em custos de


R$9.000,00 e despesas operacionais de R$3.000,00. O Departamento de vendas
informou venda de 800 unidades ao preço de R$20,00, totalizando vendas de
R$16.000,00.
O custo unitário =9.000,00/1000=R$9,00

DRE MOMENTO 1
VENDAS 800 X 20 R$16.000
(-) CPV (800 X 9) (R$7.200)
= LUCRO BRUTO R$8.800
(-) DESPESAS OPERACIONAIS (R$3.000)
= LUCRO LÍQUIDO R$5.800

Se simularmos que um custo de R$ 1.000,00 tivesse sido classificado erroneamente


como despesas, o custo unitário de fabricação diminuiria para R$8,00
(8000,00/1000) e as despesas operacionais aumentariam pra R$4.000,00 e o DRE
apresentado no momento 2 seria:

DRE MOMENTO 2
VENDAS 800 X 20 R$16.000
(-) CPV (800 X 8) (R$6.400)
= LUCRO BRUTO R$9.600
(-) DESPESAS OPERACIONAIS (R$4.000)
= LUCRO LÍQUIDO R$5.600
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Podemos analisar diante desta simulação que a classificação incorreta de um


custo como uma despesa reduziu o lucro líquido da empresa, pois, 1000,00 foi
totalmente deduzido na apuração do resultado em vez de ter sido deduzido apenas
a parcela referente à produção vendida (80% da produção x 1000= 800. Este fato
explica a diferença de R$200,00 a mais de lucro no resultado correto.
Cabe neste momento informar que o Custeio por absorção é o único aceito
pela auditoria externa, porque atende aos princípios Contábeis da realização da
Receita, da Competência e da confrontação. Além disso, é o único aceito pela
legislação do IRPJ. (Esta forma de custeio atende as exigências da lei, mas está
longe como ferramenta Gerencial para tomada de decisão pelo administrador que
necessita de conceitos modernos, diminuir riscos, maximizar riqueza e minimizar
custos num mercado globalizado e cada vez mais competitivo com constante
evolução de novos instrumentos tecnológicos e a eficácia do conhecimento na
seleção das informações que possam atingir os objetivos e metas das organizações
e pessoas.

Síntese dos 03 princípios:


Realização da receita – Ocorre à realização da receita quando da transferência do
bem ou serviço vendido para terceiros.
Confrontação- As despesas devem ser reconhecidas à medida que são realizadas
as receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente).
Competência- As despesas e receitas devem ser reconhecidas no período a que
competem, ou seja, no período em que ocorrer seu fato gerador.

6.6.2-CUSTEIO VARIÁVEL

O princípio de custeio variável leva em conta a apropriação à produção os


custos variáveis e trata os custos Fixos contabilizando diretamente à débito da conta
de resultado juntamente com as despesas sob a afirmativa de que estes ocorrerão
independente do volume de produção da empresa.
Os princípios contábeis descritos acima são feridos porque os custos fixos
são reconhecidos como despesas mesmo que nem todos os produtos fabricados
tenham sido vendidos. Este tipo de custeio é indicado para tomada de decisões.

6.7 MÉTODO DO CUSTO PADRÃO

Os custos são apropriados à produção não pelo seu valor efetivo (ou real)
mas sim por uma estimativa do que deveriam ser (custo-padrão). Podem ser
utilizados mesmo que a empresa adote o Custeio por Absorção ou o custeio
Variável.
As diferenças entre o custo-padrão e o custo real são objeto de análise da
contabilidade de custos, com objetivo de controle de gastos e medida de eficiência.
26
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6.8-SISTEMAS DE CUSTOS

Neste momento é importante abordar princípios e métodos de custeio que


ainda tem gerado divergências conceituais de vários estudiosos da área de
custos.

A análise de um sistema de custos pode ser efetuada sob dois pontos de


vista. No primeiro, analisamos se o tipo de informação gerada é adequado às
necessidades da empresa e quais seriam as informações importantes que
deveriam ser fornecidas. Esta análise está relacionada com os objetivos do
sistema, pois a relevância das informações depende da sua finalidade. Neste
ponto o que é importante para uma decisão pode não ser para outra. A análise do
sistema sobre esse enfoque, será denominada princípio de custeio.

(É diferente de princípios contábeis)

No segundo ponto de vista levamos em consideração a parte operacional, como os


dados são processados para obtenção das informações. A expressão método
de custeio será empregada para referir-se ao sistema visto sob este angulo.
Exemplos de Princípios de Custeio – custeio variável, custeio por absorção
integral, custeio por absorção ideal.

Exemplos de Métodos de Custeio – Custo- Padrão, Centro de Custos, Custos


baseado em atividades (ABC) e Unidade de esforço de produção. (UEP).

TESTE DE FIXAÇÃO:

1.assinale a alternativa correta;


a) Material direto + Mão de Obra direta = Custo de fabricação
b) Mão de Obra direta + Gastos de Fabricação = Custo Primário
c) Material direto + Gastos gerais de Fabricação = Custo Total
d) Mão de Obra Direta + custo Primário= Custo Total
e) Custo Primário + Gastos Gerais de fabricação = custo de Fabricação

2.Compõem o chamado custo primário;


a) Custo do material direto + custo da mão de obra direta
b) Custo do material direto + custo da mão de obra direta = gastos gerais de
fabricação.
c) Custo do material direto + gastos gerais de fabricação.
d) Custo da mão de obra direta + gastos gerais de fabricação.
e) Custo do material direto + gastos gerais de fabricação.

3. Os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem divididos


e apropriados em diferentes produtos ou diferentes serviços denominam –se:
a) Variáveis
b) Diretos
c) Proporcionais
d) Fixos
e) Indiretos
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4. Observe as informações abaixo, extraídas de escrituração de uma empresa


industrial, relativas a um determinado período de produção:

A-Materiais requisitados do almoxarifado:


Diretos = R$300.000,00
Indiretos= R$ 50.000,00
B-Mão de obra apontada
Direta = R$200.000,00
Indireta= R$ 30.000,00
C-Aluguel de fábrica R$40.000,00
D-Seguro da fábrica R$20.000,00
E- Depreciação das máquinas R$60.000,00

O custo de fabricação, o custo primário e o custo de transformação têm,


respectivamente, os valores de:
a) R$700.000,00 R$500.000,00 e R$400.000,00
b) R$580.000,00 R$500.000,00 e R$120.000,00
c) R$700.000,00 R$580.000,00 e R$230.000,00
d) R$500.000,00 R$580.000,00 e R$400.000,00
e) R$580.000,00 R$350.000,00 e R$230.000,00

5. Observe os dados abaixo, representativos dos custos de uma empresa


industrial (fábrica de calçados);

CONTAS R$
Matéria prima 2.100.000,00
Encargos de depreciação (M.linear) 27.000,00
Material de embalagem 30.000,00
Aluguéis de fábrica 80.000,00
Administração da fábrica 100.000,00
Comissão sobre vendas 1.500.000,00
Energia elétrica (fábrica) 50.000,00

Os custos fixos dessa empresa, no período considerado, atingiram o valor de (em


R$):

a) 80.000,00
b) 207.000,00
c) 180.000,00
d) 237.000,00
e) 287.000,00
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6. Em relação a custos, é correto afirmar:


a) Os custos fixos totais mantêm-se estáveis, independentemente do volume da
atividade fabril
b) Os custos variáveis da produção crescem proporcionalmente à quantidade
produzida, em razão inversa.
c) Os custos fixos unitários decrescem à medida que a quantidade produzida
diminui
d) Os custos variáveis unitários crescem ou decrescem, de conformidade com a
quantidade produzida;
e) O custo industrial unitário, pela diluição dos custos fixos, tende a afastar-se
do custo variável unitário, à medida que o volume da produção aumenta.

7- Uma empresa restringiu a sua linha de produção a um único produto. Assim


sendo, a energia elétrica gasta na sua fábrica será considerada:
a) Custo indireto variável
b) Custo indireto fixo
c) Custo direto fixo
d) Custo direto variável
e) Despesa operacional.

8- Produtos Acabados em estoque são:


a) Custo das mercadorias vendidas
b) Ativos
c) Gastos gerais de fabricação
d) Custo de transformação
e) Custo de produção.

9- Assinale a afirmativa correta;


a) Depreciação das máquinas é uma despesa direta, em geral, porque se
relaciona com a mão de obra direta aplicada.
b) O aluguel do prédio fabril não é item apropriável pela contabilidade de custos;
c) Matéria-prima e embalagens são custos diretos, porque podem ser apropriados
perfeitamente aos diversos produtos que são fabricados.
d) Materiais de consumo tais como graxa ou cola são custos diretos pelas
mesmas razões apontadas para a matéria prima e embalagens.
e) Os pagamentos de comissões de vendedores, são considerados despesas
fixas.
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10- A fábrica de móveis Botafogo Ltda. Tem os seguintes elementos de custo de


fabricação:
Elementos do custo Valor em R ($)
Força motriz 6000,00
Madeira 110.000,00
Lixa 2000,00
Cola 8000,00
Depreciação do equipamento 11000,00
Verniz 5000,00
MOD 100000,00
Contribuição do INSS da MOD 23000,00
Salário do Supervisor 20000,00
Contribuição do INSS - do Salário do Supervisor 4000,00
Seguro de instalações fabris 7000,00

Pede-se o valor do Material Direto (MD), da mão de obra (MOD) e do Custo Indireto
de Fabricação (CIF), em R$:

a) MD=125000,00;MOD=124000,00 E CIF=47000,00
b) MD=100000,00;MOD=147000,00 E CIF=49000,00
c) MD=110000,00;MOD=123000,00 E CIF=63000,00
d) MD=107000,00;MOD=120000,00 E CIF=69000,00
e) MD=123000,00;MOD=27000,00 E CIF=146000,00

11- Está correto a seguinte afirmativa;


a) Os custos variáveis unitários diminuem quando aumenta a produção;
b) Os custos fixos unitários diminuem na mesma proporção da redução da
produção;
c) Os custos fixos totais decrescem na mesma proporção em que o volume
produzido diminui;
d) Os custos fixos unitários variam em proporção inversa às variações do
volume produzido;
e) Os custos variáveis unitários crescem na mesma proporção em que o volume
produzido aumenta.

12- Considerando os gastos abaixo, efetuados pela empresa industrial alfa em


determinado período:
Comissões sobre vendas R$600.000,00
Mão de obra direta R$7.200.000,00
Encargos de depreciação –máquinas da produção R$1.600.000,00
Matéria prima consumida R$12.400.000,00
Salários dos supervisores R$3.200.000,00
Publicidade R$2.400.000,00
Energia elétrica consumida na fábrica R$2.900.000,00
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Os custos de transformação e os custos primários da empresa no período forma,


respectivamente (em R$)
a) 3.000.000,00 e 20.100.000,00
b) 12.000.000,00 e 19.600.000,00
c) 12.000.000,00 e 22.500.000,00
d) 14.900.000,00 e 19.600.000,00

As Questões de nº 13 a nº 15 devem ser resolvidas com base nos gastos


descritos abaixo da Empresa Industrial:
Encargos c/ depreciação de móveis e utensílios R$80.000,00
Mão de obra indireta R$160.000,00
Matéria prima consumida R$540.000,00
Outros gastos gerais de fabricação R$120.000,00
Comissões sobre vendas R$300.000,00
Encargos com depreciação de Máquinas da Produção R$140.000,00
Aluguel do escritório de vendas R$60.000,00
Salário dos vendedores R$20.000,00
ICMS sobre vendas R$600.000,00
Mão de obra direta R$220.000,00
Material de embalagem utilizada na produção R$40.000,00

13- Os custos diretos da em presa no período totalizaram (em R$)

a) 540.000,00
b) 800.000,00
c) 760.000,00
d) 940.000,00
e) 960.000,00

14- O valor dos custos indiretos da empresa foi de:

a) 280.000,00
b) 420.000,00
c) 460.000,00
d) 500.000,00
e) 540.000,00

15- As despesas fixas e variáveis da empresa no período forma, respectivamente


(em R$):

a) 100.000,00 e 960.000,00
b) 140.000,00 e 920.000,00
c) 160.000,00 e 940.000,00
d) 160.000,00 e 900.000,00
e) 300.000,00 e 900.000,00
31
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Utilize os dados a seguir para responder as questões de nº 16 à nº 19:

A empresa Vasco da Gama S/A apresentou os seguintes custos para a fabricação


de seu produto X:
Custo variável unitário R$50,00; Custo fixos associados à produção de X:
R$40.000,00 e o preço de venda de X é R$ 90,00 cada unidade.

16- O custo total de produção de X (CT) pode ser representado pela função (Q
significa a quantidade produzida e vendida):

a) CT=50 + 40.000,00Q
b) CT=50Q
c) CT=40.000,00 + 50Q
d) CT=40.000,00
e) CT=40.000,00 + 90Q

17- O custo fixo unitário e o custo variável unitário de se produzir a milésima unidade
de x são, respectivamente, em R$:

a) 40.000,00 e 50,00
b) 40.000,00 e 50.000,00
c) 40,00 e 90,00
d) 40,00 e 50,00
e) 90,00 e 40.000,00

18- O custo total de produção correspondente à fabricação de 800 unidades de X


é, em R$:
a) 104.000,00
b) 90.000,00
c) 64.000,00
d) 80.000,00
e) 40.000,00

19- Caso a companhia produza e venda 1200 unidades de x, ela auferirá;


a) Uma receita total de vendas de R$100.000,00
b) Um custo total de produção de R$108.000,00
c) Um lucro de R$8.000,00
d) Um prejuízo de R$8.000,00
e) Nem lucro, nem prejuízo.
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CONTABILIDADE DE CUSTOS
Exercícios de Aprendizagem Acadêmica:

01. Alguns dados contábeis e financeiros das Fábrica de sandálias “Pé de


chinelo Ltda”. Estão exibidos a seguir. Com base nos números apresentados
estime para o volume total produzido no período (a) o custo primário (b) o custo
de transformação (c) o custo fabril ou Total (d) o gasto total ou custo integral.
Conta R$
Materiais requisitados: Diretos 8.200,00
Depreciação do parque industrial 1.700,00
Aluguel de fabrica 5.200,00
Aluguel de escritório Administrativo 7.400,00
Materiais requisitados: Indiretos 950,00
Depreciação de computadores da Diretoria 720,00
Mão de Obra direta 9.400,00
Seguro da área Industrial 2.600,00

02. Como os elementos seguintes podem ser classificados em despesas fixas


(DF), Custos fixos (CF), despesas variáveis (DV), Custos Variáveis (CV),
Investimento (I) ou Perda (P).
Elemento CV CF DV DF P I
a. Comissões sobre vendas
b. Consumo de açúcar em fábrica de doces
c. Energia elétrica da área Administrativa
d. Energia elétrica da área Industrial
e. Fretes e entregas
f. Aquisição de veículos para entrega
g. Fretes de insumos produtivos
h. Gastos com depreciação da fábrica
i. Gastos com depreciação de micros da loja
j. Gastos com manutenção fabril
k. Compra de máquina industrial
l. Gastos com seguros das fábricas
m. Gastos com seguros das lojas
n. Gastos com supervisão da linha de prod.
o. Leasing (aluguel) veículos administrativos
p. Limpeza e conservação de lojas
q. Consumo de matéria prima no proc.fabril
r. Consumo de mat. Secundário na fábrica
s. Sobras de matéria prima consumida
t. Consumo de material de escritório
u. Embalagem consumida na indústria
v. Ociosidade de mão de Obra
w. Salários e encargos administrativos
x. Combustível gasto por vendedores
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Contabilidade de Custos I – Material de apoio
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03. A fábrica de sorvetes sabor gelado Ltda. Apresenta custos e despesas fixas
iguais a R$40.000,00. Seus custos variáveis são iguais a R$13,50 por caixa.
Comumente o preço de venda médio é iguala R$22,00. Supondo produções de
10.000,00 e 20.000,00 caixas, calcule: (a) as receitas totais; (b) O custo total e
unitário; (c) o custo fixo total e unitário;(d) O custo variável total e unitário.

Quantidade = 10000 unidades Quantidade = 20000 unidades


DRE simplificado Total ($) Unitário ($) Total ($) Unitário ($)
Receita
(-) Custos Fixos
(-) Custos Variáveis
(-) Custos Totais
(=) Lucro bruto

04. A empresa Trade Box apresentou os seguintes dados em (R$)

Custo Fixo = 75.000,00 com produção de 60.000 peças e um Custo Médio =


R$2,75

a) Calcule o custo variável baseado nos dados acima.


b) Calcule o custo variável unitário.
c) Qual deveria ser produção para que custo fixo unitário diminuísse 45%.
d) Baseado na nova produção encontrada na letra c) qual será o custo fixo
unitário, custo variável unitário, custo médio, CF, CV e CT.
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7- CUSTEIO POR ABSORÇÃO NA VISÃO DINÂMICA DA INDUSTRIA

Definição: É um processo de apuração de custos, onde o objetivo é distribuir (ratear) todos


os seus elementos (fixos ou variáveis) em cada fase de produção. Portanto, um custo é
absorvido quando for alocado a um produto ou unidade de produção, desta forma cada
unidade ou produto receberá sua parcela no custo até que o valor aplicado seja totalmente
absorvido pelo CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS ou pelos ESTOQUES FINAIS.

FLUXO DOS CUSTOS E DESPESAS NO MODELO DE CUSTO POR ABSORÇÃO:

Balanço Patrimonial

Despesas Fixas = DF Demonstrativo de


Despesas Variáveis = DV Resultado do Exercício
Custos Fixos =CF
Custos Variáveis =CV

(+) Receitas Liquidas ou


Vendas Líquidas

Estoques
(-) Custos do DRE
Materiais Diretos = MD
Produtos em Elaboração =PEE CMV
Produtos Acabados =PA CPV CF
CSP CV

= Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais


(-) DF
(-) DV

(=) Lucro Operacional Líquido

Apuração:
Abaixo segue o esquema básico do custeio por absorção:
1-Separação de Custos e Despesas.
2-Apropriação dos custos diretos e indiretos à produção realizada no
período.
3-Apuração do custo da produção acabada.
4-Apuração do custo dos produtos vendidos.
5-Apuração do resultado.
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Detalhamento das contas referente a estoques:

MATERIAIS DIRETOS PRODUTOS EM ELABORAÇÃO

EIMD SAIDA MATERIAIS. EIPE SAÍDA DE PRODUTOS

COMRAS PARA A PRODUÇÃO CPP=MD+MOD+CIF ACABADOS (CPA)

EFMD EFPE

PRODUTOS ACABADOS

EI PA SAÍDAS DE PRODUTOS

CPA VENDIDOS (CPV)

EFPA
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Integração da Contabilidade Geral com a contabilidade de Custos

CAIXA OU BANCOS OU CONTAS A PAGAR MATERIAL DIRETO PRODUTOS EM ELABORAÇÃO

Materiais
Saldo
Folha de Pagamento
Do pessoal da
Fábrica
Demais gastos de
fabricação:
1.Energia
2.Combustível MÃO DE OBRA DIRETA
3.Limpeza
4.Manutenção
5.Aluguéis
Salários e encargos
etc
do pessoal
diretamente ligado a
produção
DESPESAS ANTECIPADAS

CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO


DEPRECIAÇÃO ACUMULADAA

Mão de Obra
Indireta
(Não diretamente
ligada à produção)

Demais Gastos
CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS
Seguros da Fábrica

Depreciação do
Prédio, Maquinas e
Equipamentos da
Fábrica

PRODUTOS ACABADOS
37
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ANÁLISE DOS REGISTROS CONTÁBEIS

Só consideramos custo a parcela dos materiais que é utilizado na produção. A conta


Materiais diretos apresenta normalmente um saldo devedor que corresponde aos
materiais não utilizados no período anterior e recebe a débito todas as compras
efetuadas no período. A contrapartida das compras, se houver desembolso (a crédito
de Caixa ou Banco conta movimento) e caso não haja (a crédito de Contas a Pagar).

As saídas dos Materiais requisitados para serem utilizados na produção são


registrados a créditos de Materiais Diretos e a Débito de Produtos em Elaboração (a
diferença da conta Material direto dentro de certo período corresponde aos Materiais não
empregados no período que constituirão Estoque final do atual período e estoque inicial
do período seguinte. (Este estoque está no Ativo Circulante).

O gasto relativo a remunerar os empregados usados diretamente na produção (incluso


os encargos sociais) são denominados (MOD). São debitados e creditando em
contrapartida as contas salários e encargos a pagar.

A conta Mão de obra direta é encerrada no final do período contra Produtos em


Elaboração.

O restante da folha (MOI) Mão de Obra Indireta e os demais gastos que não constitui
MOD E Materiais Diretos são Chamados de CIF – Custos Indiretos de Fabricação.

Ex: Materiais Indiretos, Mão de obra Indireta, energia elétrica, combustíveis, manutenção
de máquinas, conta telefone da fábrica, aluguel da fábrica ou de equipamentos,
Depreciação e seguros da fábrica, imposto predial.

Estes gastos são debitados em Custos Indiretos de Fabricação e creditado em Caixa,


bancos ou Contas a pagar.

Seguros e depreciação debitamos despesas acumuladas e depreciação acumulada.


No Final do período a conta CIF é encerrada contra Produtos em Elaboração.

A conta de Produtos em elaboração que pode ter um estoque inicial de produtos


ainda não terminado, originário de período de produção anterior e recebem a seu débito
todo o custo de produção do período. A medida que os produtos vão sendo
terminados creditamos o valor do custo correspondente. No final do período o saldo
devedor corresponde o estoque dos produtos ainda não acabados e irá constituir o
estoque inicial para o próximo período.

A conta Produtos Acabados recebe a seu débito o CPA (custo de produtos


acabados no período); as medidas em tais produtos forem sendo vendidos a conta será
creditada pelo valor dos custos a eles referentes. Seu saldo final corresponde aos
produtos acabados que não foram ainda vendidos e constituirão o estoque inicial do
período seguinte.

A conta Custo dos Produtos Vendidos recebe a seu débito o valor do custo dos
produtos comercializados pela empresa. Por se tratar de conta de resultado, será
encerrada no final do período contra a conta de apuração de Resultado. Seu valor
deduzido das Vendas líquidas corresponde ao lucro bruto da empresa ou
Resultado Industrial.
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EXERCÍCIO PILOTO:

A Empresa “Custeando a Vida” apresentava em 01 de janeiro de 2018 os seguintes


resultados em suas contas de estoque:

EIMD (Material Direto) R$100,00


EIPE (Produtos em Elaboração) R$120,00
EIPA (Estoque de Produtos Acabados) R$80,00

No decorrer do mês ocorreram os seguintes fatos:


1. Compra de material direto pelo valor de R$200,00.
2. Apropriação do consumo de energia elétrica do mês ficando R$25,00 na
fábrica e R$15,00 na Administração.
3. Requisição de R$150,00 de material direto da produção
4. Apropriação de serviços de limpeza executado por terceiros, ficando a fábrica
com R$5,00 e a Administração comercial com R$3,00
5. Apropriação de parcela vencida de seguro contra incêndio, ficando a fábrica
com R$10,00 e a Administração Comercial com R$2,00
6. Folha de pagamento do mês com encargos inclusos; pessoal da Fábrica
MOD com R$42,00 MOI com R$30,00 e pessoal da área Administrativa e
comercial com R$50,00.
7. Apropriação dos encargos de depreciação; fabrica com R$18,00 e
Administração com R$5,00.

Sabendo que as vendas líquidas neste mês totalizaram R$800,00 o estoque Final de
Material Direto foi de R$150,00; O estoque final de Produtos em elaboração foi de R$50,00
e o Estoque Final de Produtos Acabados foi de R$30,00 calcular o Lucro Operacional
Líquido.

Apuração pelo Estoque Final:

MATERIAL DIRETO

EIMD=100,00
? =300,00 –150,00=150,00
+ Compras= 200,00

MD= EI + C - EF
TOT=300,00 SAÍDA P/ PRODUÇÃO=150,00
(MATERIAL DIRETO CONSUMIDO) ?

- EFMD=150,00
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PRODUTOS EM ELABORAÇÃO
EIPE=120,00
MD=150,00
MOD=42,00 ? =400,00 –50,00=350,00
CIF=88,00

TOT=400,00 CPA=350,00 ?

EFPE=50,00

PRODUTOS ACABADOS

EIPA= 80,00
CPA= 350,00 ? =430,00 –30,00=400,00

TOT=430,00 CPV=400,00 ?

EFPA= 30,00

APURAÇÃO COMPLETA (CPV E RESULTADO INDUSTRIAL)

APURAÇÃO DO CPV
01 Estoque inicial de material direto EIMD 100,00
02 + Compras de material direto CMD 200,00
03 - Estoque final de material direto EFMD (150,00)
04 = Material direto consumido MD 150,00
05 + Mão de obra direta MOD 42,00
06 + Custo indireto de fabricação CIF 88,00
07 = Custo de produção do período CPP 280,00
08 + Estoque inicial de produtos em Elaboração EIPE 120,00
09 - Estoque final de produtos em Elaboração EFPE (50,00)
10 = Custo da produção acabada do período CPA 350,00
11 + Estoque inicial de produtos acabados EIPA 80,00
12 - Estoque final de produtos acabados EFPA (30,00)
13 = Custo dos Produtos vendidos no Período CPV 400,00
APURAÇÃO DO RESULTADO
01 Vendas Líquidas VL 800,00
02 - Custo dos Produtos Vendidos CPV (400,00)
03 = Lucro Operacional Bruto LB=RI 400,00
04 - Despesas Operacionais DO (75,00)
05 +/- Outras Despesas e receitas operacionais ODO 0,00
06 = Lucro Operacional Líquido LOL 325,00
07 +/- Resultado não operacional RNO
08 = Lucro Líquido antes do IR LAIR
09 - Contribuição Social sobre o Lucro líquido CSLL
10 - Imposto de renda das Pessoas Jurídicas IRPJ
11 - Participações PART
12 = Lucro Líquido do Exercício LLE
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FLUXOGRAMA DA APURAÇÃO DO CPV

MATERIAIS DIRETOS MÃO DE OBRA CUSTO INDIRETO


CONSUMIDOS (MD) DIRETA (MOD) DE FABRICAÇÃO
=ESTOQUE INICIAL + (CIF)
COMPRAS (-) ESTOQUE
FINAL

CUSTO DE
PRODUÇÃO DO
PERÍODO (CPP)

(+) (-) ESTOQUE FINAL DE


ESTOQUE INICIAL PRDUTOS EM
DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO (EFPE)
ELEABORAÇÃO
(EIPE)

CUSTO DOS
PRODUTOS
ACABADOS NO
PERÍODO (CPA)

ESTOQUE INICIAL DOS


(+) (-) ESTOQUE FINAL DOS
PRODUTOS ACABADOS PRODUTOS ACABDOS
(EIPA) (EFPA)

CUSTO DOS PRODUTOS


VENDIDOS NO PERÍODO
(CPV)
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EQUAÇÃO DO EQUILÍBRIO

EIPE+EIPA+CPP = EFPE+EFPA+CPV

A equação mostra que todos os custos incorridos no período mais os custos do passado e
incorporados aos estoques iniciais de produtos em elaboração e acabados terão 02
análises:
1- Estarão contidos nos estoques finais dos produtos ainda não acabados e nos
produtos acabados e ainda não vendidos.
2- Estão como parte do custo dos produtos vendidos.

Exemplo desenvolvido:

ESTOQUES INICIAIS DE PRODUTOS:


Produtos em Elaboração 120,00
Produtos Acabados 80,00 200,00

(+) CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO:


Material Direto 150,00
Mão de obra Direta 42,00
Gastos Gerais de Fabricação 88,00 280,00 480,00

(=) É IGUAL A:

ESTOQUES FINAIS DE PRODUTOS:


Produtos em Elaboração 50,00
Produtos Acabados 30,00 80,00

(+) CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS 400,00 480,00

Empresas industriais - Nas empresas industriais, o cálculo do custo dos produtos


vendidos torna-se mais complexo, pois elas compram matérias-primas, transformando-as
em produtos acabados. Esta transformação envolve diversas fases, consumindo, além
da matéria-prima, mão-de-obra e outros custos de fabricação. Além disso, quando
formos calcular o custo dos produtos vendidos, teremos estoques de matérias-primas,
produtos em processo e produtos acabados.
42
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Esses estoques deverão ser levantados, para podermos


Calcular os custos através do seguinte modelo de fluxo:

EIMD MOD EIPE EIPA


+ + + +
Compras MD CPP CPA
- + - - CPV
EFMD CIF EFPE EFPA
= = = =
MD CPP CPA CPV

EIMD = estoque inicial de material direto EIPE = estoque inicial de produtos em


processo
EFMD = estoque final de material direto EFPE = estoque final de produtos em
processo
MD = material direto consumido CPA = custo de produto acabado
MOD = mão-de-obra direta EIPA = estoque inicial de produtos
acabados
CIF = custo indireto de fabricação EFPA= estoque final de produtos acabados
CPP = custo de produção do período CPV = custo do produto vendido

Ideia básica de formação do preço de venda de produtos

CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS


Gastos de produção no período
Gasto de venda e distribuição Lucro Preço de Venda
Gastos financeiros (Custo do capital)
Gastos tributários + =
Gastos administrativos
Gastos gerais

Somando todos os Gastos acima e mais o lucro desejado (custo do capital), teremos
o preço final do produto. O preço final de um produto deverá estar de acordo com o preço
dos concorrentes, pois se ele for superior aos produtos similares postos no mercado, a
empresa não conseguirá vendê-lo ou ter volume vendas menor. Quando isso acontece, os
administradores da empresa deverão tomar algumas providências, tais como: verificar
quais os custos que provocam a elevação demasiada do preço final e controlar com
mais rigor as despesas.
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7-DECOMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO

O objetivo neste tópico é analisar os elementos que fazem parte do Custo de Produção do
Período. (Material Direto, Mão de Obra Direta e os Custos Indiretos de Fabricação) e a
forma de apropriá-los aos estoques existentes e ao Custo dos Produtos Vendidos.

7.1-MATERAIS DIRETOS

Há dois problemas na contabilidade de custos com relação ao MD

1) Como deve contabilizar seu custo de aquisição; e


2) Como avaliar a saída de material para a produção.

7.1.1-CUSTO DE AQUISIÇÃO

Compreende todos os gastos efetivamente ocorridos para colocação dos materiais em


condição de uso.

Compras Brutas- valor de aquisição dos materiais deve estar incluso todos os impostos
incidentes sobre compras e excluídos os recuperáveis.

As despesas com fretes e seguros se cobradas em separado do valor dos materiais é


arcada pelo comprador.

Deve ser deduzido dos custos de aquisição os descontos incondicionais obtidos;


abatimentos sobre compras concedidos pelo fornecedor e devoluções de compras
(líquidas dos impostos recuperáveis).

RESUMO:

Compras Brutas
(+) Fretes e Seguros sobre compras
(-) Abatimentos e descontos incondicionais sobre compras
(-) devoluções de compras
(=) Custo de aquisição dos materiais

EXEMPLO: A empresa Y importou matéria prima no valor de R$20.000,00. Sobre a


importação incidiram os seguintes custos, que foram pagos à vista através de cheque.

Imposto de Importação 4.000,00


IPI 2.400,00
ICMS 4.600,00
Frete e Seguro de transporte de mercadoria do porto a fábrica 1.000,00
TOTAL DO DESEMBOLSO 32.000,00
44
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COMPRAS BRUTAS

Valor de aquisição 20.000,00


(+) Tributos incidentes na compra 11.000,00
(-) Tributos recuperáveis (7.000,00)
(=) Compras Brutas 24.000,00

CUSTO DE AQUISIÇÃO
Compras Brutas 24.000,00
(+) Fretes e Seguros sobre compras 1.000,00
(-) Abatimentos e descontos incondicionais sobre compras 0,00
(-) devoluções de compras 0,00
(=) Custo de aquisição dos materiais 25.000,00

Lançamento Contábil.

Diversos
a Banco conta movimento 32.000,00
Material direto 25.000,00
ICMS a recuperar 4.600,00
IPI a recuperar 2.400,00

7.1.2- AVALIAÇÃO DAS SAÍDAS DO MATERIAL PARA A PRODUÇÃO

Será o preço específico de aquisição se o material direto for adquirido para uso
de determinada ordem de produção ou encomenda.
Se diversos materiais iguais forem comprados por preços diferentes e forem
intercambiáveis entre si, qual será o preço que deverá ser tomado por base para
avaliar o valor da saída.

Surgem três alternativas:

1) PEPS OU FIFO

“Primeiro que entra é o primeiro que sai” ou “First in,First out”

A saída de materiais será avaliada pelo custo das aquisições mais antigas e,
portanto, o estoque final remanescente estará avaliado pelo custo das aquisições
mais recentes.

2) UEPS OU LIFO

“Último que entra é o primeiro que sai” ou “Last in, First out”

A saída do material será avaliado pelo custo das aquisições mais recentes
e o estoque final, pelo custo das aquisições das mais antigas.

3) CUSTO MÉDIO PONDERADO MÓVEL

Avalia tanto a saída como os estoques finais do material pelo custo médio
ponderado de aquisição
45
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CMP= Valor em R$ do Estoque


Unidades em Estoque
Exemplo prático:
A empresa D&D, no início do mês tinha 10 unidades de matéria prima X adquiridas
pelo custo total de R$10.000,00no final do mês anterior.
No dia 18, adquiriu 20 unidades a um custo de R$1.300,00 cada uma.
No dia 25, a produção requisitou do almoxarifado 16 unidades da matéria prima X.
Como deveria ser avaliada a saída e o estoque final remanescente.
PELO PEPS
Avaliação da saída para a produção:

Saíram 16 unidades
10 unidades x R$1000,00 R$10.000,00
06 unidades x R$1.300,00 R$ 7.800,00
VALOR SAÍDA R$17.800,00

Avaliação do Estoque Final

14 unidades x 1.300,00 R$18.200,00


VALOR SAÍDA R$18.200,00

PELO UEPS
Avaliação da saída para a produção:

Saíram 16 unidades

16 unidades x R$1300,00 R$20.800,00


VALOR SAÍDA R$20.800,00

Avaliação do Estoque Final

4 unidades x 1.300,00 R$ 5.200,00


10 unidades x 1.000,00 R$10.000,00
VALOR SAÍDA R$15.200,00

PELO CUSTO MÉDIO

Custo médio= R$36.000,00 = R$1.200,00


30
Avaliação da saída para a produção:

Saíram 16 unidades
16 unidades x R$1200,00 R$19.200,00
VALOR SAÍDA R$19.200,00

Avaliação do Estoque Final


14 unidades x 1.200,00 R$16.800,00
VALOR SAÍDA R$16.800,00
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RESUMO DOS TRES MÉTODOS


AVALIAÇÃO PEPS CUSTO MÉDIO UEPS
Custo do Material utilizado 17.800,00 19.200,00 20.800,00

Estoque Final 18.200,00 16.800,00 15.200,00

ANÁLISE DO ESTOQUE X LUCRO X IMPOSTO

Método Estoque Lucro Imposto de Renda

UEPS Menos estoque Menos lucro Menos Imp de Renda

Equilíbrio entre Equilíbrio entre Equilíbrio entre


Custo Médio
UEPS e PEPS UEPS e PEPS UEPS e PEPS
PEPS Mais estoque Mais lucro Mais Imp de Renda

Notas: 1.Estoque final maior leva o lucro apresentado ser maior.


2.O custo médio pela simplicidade do cálculo é o preferido pelas empresas
3.No caso de economia com deflação, os resultados do PEPS e do UEPS quanto ao
custo do material e de estoque final são invertidos.
4. Existe outro método de avaliação, o NIFO “Next in, First out” preço de
reposição, em que a saída do material é avaliada pelo seu preço corrente no
mercado. No caso de inflação, o estoque final é maior de todos os métodos e, em
caso de deflação, o menor.
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CASO PRÁTICO:
Utilizando os dados a seguir elabore as fichas de controle de estoque pelos
métodos: PEPS; UEPS; PMP (preço médio ponderado) e PMF (preço médio fixo).
DADOS
DESCRIÇÃO PREÇOS
DATA OPERAÇÃO QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL
20X2
10-01 COMPRA 100 2,00 200,00
12-01 COMPRA 100 2,20 220,00
15-01 REQUISIÇÃO 150
18-01 COMPRA 100 2,30 230,00
30-01 REQUISIÇÃO 120

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE. MÉTODO - PEPS


DATA ENTRADAS SAIDAS SALDO
20x2 Qtd Pç un Pç Tot Qtd Pç un Pç Tot Qtd Pç un Pç Tot
10.01 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00
12.01 100 2,20 220,00 100 2,00 200,00
100 2,20 220,00
200 420,00
15.01 100 2,00 200,00
50 2,20 110,00 50 2,20 110,00
150 310,00
18.01 100 2,30 230,00 50 2,20 110,00
100 2,30 230,00
150 340,00
30.01 50 2,20 110,00
70 2,30 161,00 30 2,30 69,00
120 271,00
Total 300 - 650,00 270 - 581,00 30 2,30 69,00

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE. MÉTODO - UEPS


DATA ENTRADAS SAIDAS SALDO
20x2 Qtd Pç un Pç Tot Qtd Pç un Pç Tot Qtd Pç un Pç Tot
10.01 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00
12.01 100 2,20 220,00 100 2,00 200,00
100 2,20 220,00
200 420,00
15.01 100 2,20 220,00
50 2,00 100,00 50 2,00 100,00
150 320,00
18.01 100 2,30 230,00 50 2,00 100,00
100 2,30 230,00
150 330,00
30.01 50 2,30 230,00
70 2,00 40,00 30 2,00 60,00
120 270,00
Total 300 - 650,00 270 - 590,00 30 2,00 60,00
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FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE. MÉTODO - PMP


DATA ENTRADAS SAIDAS SALDO
20x2 Qtd Pç un Pç Tot Qtd Pç un Pç Tot Qtd Pç un Pç Tot
10.01 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00
12.01 100 2,20 220,00 200 2,10 420,00
15.01 150 2,10 315,00 50 2,10 105,00
18.01 100 2,30 230,00 150 2,23 335,00
30.01 120 2,23 267,60 30 2,23 67,40
Total 300 - 650,00 270 - 582,60 30 2,23 67,40

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE. MÉTODO - PMF


DATA ENTRADAS SAIDAS SALDO
20x2 Qtd Pç un Pç Tot Qtd Pç un Pç Tot Qtd Pç un Pç Tot
10.01 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00
12.01 100 2,20 220,00 200 2,10 420,00
18.01 100 2,30 230,00 300 2,17 650,00
30.01 270 2,17 585,00 30 2,17 64,10
Total 300 - 650,00 270 - 585,00 30 2,17 64,10

COMPARANDO OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DOS ESTOQUES E CPV


ELEMENTOS PEPS PMP PMF UEPS
EFPA 69,00 67,40 64,10 60,00
CPV 581,00 582,60 585,00 590,00

7.2 – MÃO DE OBRA UMA VARIÁVEL FUNDAMENTAL NO BRASIL

“Hoje O Mercado mundial é feito com um nível maior de tecnologia, e isso é bom na
medida em que tira o funcionário dos trabalhos braçais e substitui por máquinas.
Assim, o ser humano tem maior tempo para refletir sobre o trabalho, criar soluções
eficientes e aumentar a produtividade”
Domenico De Mais.
A mão de obra direta ou MOI corresponde aos esforços produtivos das equipes
relacionadas à produção dos bens comercializados ou serviços prestados. Refere-se
apenas ao pessoal que trabalha diretamente ao produto em elaboração, desde que
seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem
executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.
As análises de custos de mão de obra direta no Brasil devem
considerar fundamentalmente os gastos associados aos encargos trabalhistas
sociais, que incidem sobre as folhas de pagamento. É comum dizer que no Brasil o
trabalhador ganha muito pouco, porém custa muito caro.

7.2.1- CUSTO DA MÃO DE OBRA DIRETA NO BRASIL


No Brasil, em decorrência dos altos níveis de encargos sociais, estes devem ser
incorporados no custo horário MOD de forma variável: quanto maior a MOD,
maiores são alguns encargos. Da mesma forma, embora, no Brasil, seja possível
contratar funcionários remunerados com base no número de horas trabalhadas, a
legislação assegura um mínimo de 220 horas, o que torna a MOD um custo fixo na
maior parte dos casos. Um exemplo da magnitude dos encargos sociais no Brasil
será apresentado a seguir:
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Supondo a semana não inglesa, com trabalho de seis dias,


portanto, sem a compensação dos sábados, e considerando o regime constitucional
de 44 horas semanais, chega-se à conclusão de que o dia trabalhado possui 44/6=
7,3333 horas ou 7 h e 20 min.

MODELO BÁSICO DE CALCULOS DA MAO DE OBRA NA VISÃO DE CUSTOS


Número de dias por ano 365
(-) Repousos semanais remunerados -48
(-) Férias -30
(-) Feriados (em média) -12
(=) Número máximo de dias à disposição 275
(x) Jornada diária 7,3333
(=) Número máximo de horas à disposição 2.016,67
Supondo um salário por hora igual a R$100,00, o cálculo do total do salário mais benefícios e encargos pode ser
determinado na tabela a seguir.
a) Salários
Número máximo de horas à disposição 2.016,67
Valor da hora trabalhada 100,00
Total de salários 201.666,67
b) Repousos semanais remunerados
Número de repousos em dias 48
Jornada diária 7,3333
Número de repousos em horas 352
Valor da hora trabalhada 100,00
Total de repousos semanais remunerados 35.200,00
c) Férias
Férias em dias 30
Jornada diária 7,3333
Férias em horas 220
Valor da hora trabalhada 100,00
Total de férias 22.000,00
d) adicional constitucional de férias
Percentual constitucional 33,33%
Total de férias 22.000,00
Total de adicional de férias 7.333,33
e) 13º Salário
13º em dias 30
Jornada diária 7,3333
13º em horas 220
Valor da hora trabalhada 100,00
Total de férias 22.000,00
f) Feriados
Feriados em dias 12
Jornada diária 7,3333
Feriados em horas 88
Valor da hora trabalhada 100,00
Total de feriados 8.800,00
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Contribuições Obrigatórias em percentuais a acrescentar nos custos (variam em função da


atividade da empresa e tipo de tributação (SIMPLES, LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL)
Previdência Social – INSS (Empresa) 20,00%
Fundo de Garantia - FGTS 8,50%
GILRAT é o Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa 2,00%
Decorrente dos Riscos do Ambiente de Trabalho.
Salário Educação 2,50%
Sesi ou Sesc 1,50%
Senai ou Senac 1,50%
Incra 0,20%
Sebrae 0,60%
TOTAL 36,80%

A soma de cada uma das parcelas anteriores, acrescida das contribuições obrigatórias,
fornece o custo total de salários por ano. Veja o resumo abaixo:

Subtotal R$
a) salários 201.666,67
b) repousos semanais remunerados 35.200,00
c) Férias 22.000,00
d) adicional constitucional de férias 7.333,33
e)13º salário 22.000,00
f) Feriados 8.800,00
Subtotal 297.000,00
Acréscimo legal de outras contribuições 36,80%
Total com Contribuições 406.296,00
Número de horas trabalhadas por ano 2.016,67
Total Geral por hora 201,47
Assim, um salário básico de R$100,00 por hora mostra que, após serem acrescidas todas
as contribuições e encargos, resultará um total igual a R$201,47. Portanto, um acréscimo
de 101,47% ao valor original.
Obs.: Não estão computados acima outros gastos como:
Faltas abonadas por licença nojo, licença gala, licença paternidade e outros itens.

7.2.2 – MÃO DE OBRA INDIRETA E OCIOSIDADE

É importante observar que embora a mão de obra direta seja tratada como variável
já que está associada aos volumes produzidos, no Brasil, em função das restrições
legais, os salários e encargos devem ser considerados como fixos. A eventual
diferença entre o gasto total com mão de obra e mão de obra direta, alocado ao
produto, representa a ociosidade ou a perda do trabalho pago, porém não
utilizado, podendo ser agrupado genericamente na categoria de mão de obra
indireta.

Outros gastos relacionados com a mão de obra – Há inúmeros gastos que são
incorridos pela empresa em função da mão de obra utilizada ¸tais como: aquisição
de vestuário adequado; vale-refeição ou gastos com restaurante próprio da
empresa; Transporte do pessoal; Assistência médica e outros.
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Estes gastos, por serem de natureza fixa e guardarem pouca relação com o
volume de produção, não são classificados como Mão de obra direta e geralmente
são debitados a conta Custos Indiretos de Fabricação para fins de posterior rateio
aos produtos.

7.3 – CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO

Todos os gastos que a empresa incorre para a produção e que não estejam
enquadrados como gastos com material direto ou mão de obra direta são
denominados Custos Indiretos de Fabricação (CIF).
Há outras denominações tais como: despesas gerais de
produção, despesas gerais de fabricação, despesas indiretas de fabricação, gastos
gerais de produção, Custos gerais de fabricação, custos gerais de produção e
outras. Em nosso entender, a denominação mais correta é mesmo GGF (as
expressões custos gerais de produção ou custos gerais de fabricação estão
corretas). Sendo gastos na produção não devem ser chamados de despesas; por
outro lado, há GGF que são diretos e, por isso, não é coerente denominá-los de
custos indiretos.

É o caso, por exemplo, da energia elétrica despendida numa máquina que possui
um medidor e na qual a empresa faz verificações de quanto foi consumido em cada
produto.
Entretanto, a grande maioria dos GGF não são diretamente atribuíveis aos produtos,
e precisam de critérios de rateio para sua alocação a cada um deles.
Neste nosso texto, usaremos a expressão CIF (custo indireto de fabricação), pelo
fato de estar consagrado na prática.
Exemplos de CIF: Material Indireto; Mão de obra indireta; Seguro de fábrica; energia
elétrica; depreciação de máquinas e aluguel de fábrica.

7.3.1-FORMAS DE RATEIO DO CUSTO INDIRETO DE FABRICAÇÃO

Uma vez determinado o critério ou base de rateio, a sua execução consiste na


aplicação de uma regra de três simples.
Ex.: Suponhamos que temos que ratear gastos com material indireto que totalizaram
R$20.000,00 entre três produtos A, B e C e que a base de rateio seja o gasto de
matéria prima incorrido em cada um e discriminados a seguir.

PRODUTO MATÉRIA-PRIMA
A R$50.000,00
B R$125.000,00
C R$75.000,00
TOTAL R$250.000,00
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O rateio do Material Indireto para o Produto A será:

R$20.000,00 estão para R$250.000,00


X está para R$50.000,00

Logo, X = 50.000,00 x 20.000,00 = R$4.000,00


250.000,00

O rateio do Material Indireto para o Produto B será:

R$20.000,00 estão para R$250.000,00


X está para R$125.000,00

Logo, X = 20.000,00 x 125.000,00 = R$10.000,00


250.000,00

O rateio do Material Indireto para o Produto C será:

R$20.000,00 estão para R$250.000,00


X está para R$75.000,00

Logo, X = 75.000,00 x 20.000,00 = R$6.000,00


250.000,00
Outra forma de efetuar o rateio seria estabelecer a porcentagem de cada produto
em relação ao critério de rateio e multiplica-lo pelo valor a ser rateado. Veja o
quadro a seguir.

Produto Critério de rateio = gasto com matéria prima % Material Indireto


s (% x R$20.000,00)
A 50.000,00 20 4.000,00
B 125.000,00 50 10.000,00
C 75.000,00 30 6.000,00
TOTAL 250.000,00 100 20.000,00

Há mais uma maneira de efetuar a distribuição dos custos indiretos. Toma-se o valor
do mesmo e divide-se pelo valor total do parâmetro de rateio. Multiplica-se a seguir
pelo valor do parâmetro correspondente a cada produto.

Assim:
Valor do custo indireto R$20.000,00
(Dividido pelo)
Valor total do gasto com matéria prima R$250.000,00
(=) R$ de Custo indireto por R$ de Matéria Prima R$0,08
PRODUTO A R$50.000,00 X 0,08 = R$4.000,00
PRODUTO B R$125.000,00 X 0,08 = R$10.000,00
PRODUTO C R$75.000,00 X 0,08 = R$6.000,00
TOTAL R$20.000,00
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Exercícios de Fixação da matéria


1- O movimento de controle de estoque de uma determinada peça foi o seguinte:

DATA ENTRADAS SAÍDAS


QTD PREÇO UNIT QTD PREÇO UNIT
0 (*) - - - -
1 30.000 20,00 - -
2 10.000 24,00
3 - - 12.000 ?
(*) SALDO INICIAL NULO

Utilizando-se o processo de apuração pelo custo médio, na data 3, o custo


unitário de apropriação das 12.000 peças requisitadas para produção foi de
(em R$):
a) 21,00;
b) 20,00;
c) 24,00;
d) 22,00;
e) 23,00.

2- Com relação a questão anterior, se a requisição das 12.000 peças para a


produção fosse realizada pelo método PEPS, qual seria o valor em R$ da
apropriação do custo das peças e qual seria o valor em Reais do Estoque Final - EF
se o método fosse UEPS?

a) 264.000,00 e 588.000,00
b) 240.000,00 e 560.000,00
c) 252.000,00 e 600.000,00
d) 258.000,00 e 620.000,00
e) 278.000,00 e 616.000,00

3- Calcule o custo total, por hora, do salário de um operário contratado por


R$3,00/hora, considerando os seguintes dados:
• Mês de 220 horas; ano com 365 dias; 48 domingos; 08 feriados e dias
santificados; 05 dias de ausência ao trabalho com justificativa legal;
• Férias de 30 dias; FGTS de 8%; contribuição para o INSS DE 20%; GILRAT de
2%; contribuições a terceiros (SEBRAE,SENAI, etc.) total de 5,8%

a) R$ 5,7831 / hora;
b) R$ 5,9123 / hora;
c) R$ 4,4343 / hora;
d) R$ 6,0218 / hora;
e) R$ 5,9351 / hora;
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EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA


1.Assinale a alternativa incorreta:

a) Custeio por Absorção é um processo de apuração de custos que rateia todos


os custos, fixos ou variáveis, em cada fase das produções;
b) Um custo é considerado absorvido quando for atribuído a um produto ou
unidade de produção.
c) No custeio por absorção, cada produto receberá sua parcela no custo até que
o valor total dos custos seja absorvido pelo custo dos produtos vendidos ou
pelo estoque final de produtos acabados e em elaboração;
d) No custeio por Absorção, O valor dos Estoques Iniciais de produtos acabados
e em elaboração somados ao custo de produção do período será igual ao
somatório do custo dos produtos vendidos com o estoque final de produtos
acabados e em elaboração.
e) Custeio por absorção refere-se apenas a um processo para determinação do
valor dos Estoques Finais de Produtos Acabados e em elaboração, não
podendo ser, portanto, aplicado à obtenção do valor dos custos dos Produtos
Vendidos por contrariar o Princípio contábil da Competência.

2.Uma empresa fabril em certo período aplicou no processo produtivo: R$50.000,00


de materiais diretos, R$50.000,00 de mão de obra direta e R$50.000,00 de gastos
gerais de fabricação.
O saldo inicial da conta Produtos em Elaboração também foi de R$50.000,00
enquanto que seu saldo final foi de R$0,00.
Sabendo-se que:
1-Custo dos produtos vendidos no período foi de R$200.000,00;
2-O saldo inicial da conta produtos acabados foi de R$0,00;

Assinale, com base nos dados fornecidos acima, a alternativa que contém o saldo
final da conta Produtos Acabados (em R$):
a) 200.000,00
b) 150.000,00
c) 0,00
d) 50.000,00
e) 250.000,0

3. Foram os seguintes os gastos feitos por uma empresa num determinado período:
Matéria prima consumida R$100.000,00
Mão de obra direta R$60.000,00
Energia elétrica da Fabrica R$20.000,00
Salário da Administração R$30.000,00
Depreciação de máquinas e equipamentos R$10.000,00
Despesa de entrega R$40.000,00
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O Custo de Produção do Período foi de (em R$)


a) 160.000,00
b) 170.000,00
c) 180.000,00
d) 190.000,00
e) 230.000,00

4. Num determinado mês, a escrituração contábil de uma empresa industrial


registrou os seguintes dados:
Estoque de MP no início de mês R$60.000,00
Compras efetuadas durante o mês R$120.000,00
Estoque de MP no final do mês R$120.000,00
Gastos com mão de obra direta R$40.000,00
Gastos gerais de fabricação R$50.000,00
Produção em andamento no início do mês R$40.000,00
Produção em andamento no final do mês R$34.000,00

O Custo dos produtos elaborados foi de (em R$)


a) 60.000,00
b) 140.000,00
c) 156.000,00
d) 174.000,00
e) 180.000,00

Os seguintes dados são relativos a um período de produção da Cia Industrial Global


e devem ser utilizados para responder as questões números 05 a 09:
ELEMENTOS R$
Compra de materiais diretos 100.000,00
Arrendamento mercantil de máquinas industriais 80.000,00
Mão-de-obra direta (MOD) 110.000,00
Estoque inicial de produtos acabados 20.000,00
Energia elétrica da fábrica 30.000,00
Despesas pós-fabricação 150.000,00
Vendas líquidas 726.000,00
Estoque final de materiais diretos 15.000,00
Estoque inicial de produtos em elaboração. 40.000,00
Mão de Obra Indireta (MOI) 35.000,00
Depreciação de máquinas industriais 55.000,00
Estoque final de produtos acabados 28.000,00
Estoque inicial de materiais diretos 23.000,00
Constituição de provisão de férias e 13º (MOI) 17.000,00
Estoque final de produtos em elaboração 62.000,00
Demais Custos indiretos de fabricação 19.000,00
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05. O Custo de Produção do período (R$) importou em:


a) 432.000,00;
b) 424.000,00;
c) 454.000,00;
d) 354.000,00;
e) 469.000,00.

06. O Custo da Produção Acabada no período foi de (R$):


a) 482.000,00;
b) 479.000,00;
c) 442.000,00;
d) 494.000,00;
e) 432.000,00.

07. O Custo dos Produtos vendidos foi equivalente ao valor de (R$):


a) 424.000,00
b) 452.000,00
c) 454.000,00
d) 432.000,00
e) 447.000,00

08. O Resultado Bruto Industrial correspondeu a (R$):


a) 310.000,00
b) 272.000,00
c) 290.000,00
d) 302.000,00
e) 424.000,00

09. O Lucro Operacional Líquido da companhia, supondo-se que não houve outras
receitas e despesas operacionais além das mencionadas, foi de (R$):
a) 160.000,00
b) 182.000,00
c) 302.000,00
d) Não é possível ser determinado, pois faltam informações.
e) 152.000,00
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ESTUDO DE CASO Nº 03

Consultoria de Custos na Indústria de Sardinhas “Sarda Brasil”


Foram extraídas algumas informações dos do controle interno da produção e dados contábeis
das operações da “Sarda Brasil” do mês de abril de 2018.
O livro correspondente ao controle de matéria prima foi perdido e você acabou de ser contratado pela diretoria da
empresa para analisar os dados organizados no quadro abaixo e gerar as seguintes informações para auxiliar o
processo decisório da diretoria da empresa.

a) Compra de Matéria Prima d) Custo de Produção Acabada


b) Custo Primário e) Custo dos Produtos Vendidos
c) Custo de Produção do Período

Nº Descrição Valor em R$
1Receitas (Vendas) R$ 95.000,00
2Mão de Obra Direta R$ 25.000,00
3Mão de Obra Indireta R$ 18.500,00
4Materiais Diversos - Fábrica R$ 500,00
5Depreciação de Máquinas -Fábrica R$ 2.500,00
6Salários do Pessoal do Escritório R$ 400,00
7Salário de Vendedores R$ 800,00
8Compra de Material de Embalagens R$400,00
9Gastos com Viagens de Vendedores R$800,00
10Propaganda e Publicidade R$300,00
11Outros gastos no Escritório da Administração R$100,00
12Compra de Matéria Prima ?
13Energia Elétrica - Fábrica R$500,00
14Seguros - Fábrica R$1.000,00
15Resultado Líquido (lucro) _ R$6.200,00

Nº Descrição Estoque Inicial Estoque Final


1Matéria Prima R$10.000,00 R$8.200,00
2Material de Embalagem R$300,00 R$200,00
3Produtos em elaboração R$6.000,00 R$8.000,00
4Produtos Acabados R$6.000,00 R$5.000,00
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Contabilidade de Custos I – Material de apoio
Prof. Vallim - UFES 2019

ESTUDO DE CASO Nº 04

Consultoria de Custos na Indústria Panificadora “Pão Quero Mais”


Foram extraídas algumas informações dos do controle interno da produção e dados contábeis
das operações da “Pão Quero Mais” do mês de maio de 2017.
O livro correspondente ao controle de matéria prima foi perdido e você acabou de ser
contratado pela diretoria da empresa para analisar os dados organizados no quadro abaixo e
gerar as seguintes informações para auxiliar o processo decisório da diretoria da empresa.

a) Compra de Matéria Prima d) Custo de Produção Acabada


b) Custo Primário e) Custo dos Produtos Vendidos
c) Custo de Produção do Período

Nº Descrição Valor em R$
1 Receitas (Vendas) R$ 125.000,00
2 Mão de Obra Direta R$ 38.000,00
3 Mão de Obra de Vigilantes e Conservação e Limpeza R$ 11.500,00
4 Materiais Diversos - Fábrica R$ 12.000,00
5 Depreciação de Máquinas -Fábrica R$ 3.100,00
6 Salários do Pessoal do Departamento Pessoal R$ 850,00
7 Salário de Vendedores R$ 1.650,00
8 Compra de Materiais Secundários R$650,00
9 Despesas de Viagens de Vendedores R$950,00
10 Propaganda e Publicidade R$380,00
11 Outros gastos do Escritório administrativo R$250,00
12 Compra de Matéria Prima ?
13 Energia Elétrica - Fábrica R$1.250,00
14 Aluguel - Fábrica R$1.340,00
15 Resultado Líquido (lucro) _ R$5.000,00

Nº Descrição Estoque Inicial Estoque Final


1 Matéria Prima R$30.000,00 R$25.000,00
2 Material de Embalagem R$1.500,00 R$1.100,00
3 Produtos em elaboração R$18.000,00 R$10.000,00
4 Produtos Acabados R$8.000,00 R$3.500,00
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Contabilidade de Custos I – Material de apoio
Prof. Vallim - UFES 2019

O Frigorífico “Onde o Boi vira Salsicha” Apresentou em 01-03-17 os


seguintes resultados nas suas contas de Estoques:

ESTOQUE DE: EIMD (Material Direto) R$23.500,00


ESTOQUE DE: EIPE ( Produtos em Elaboração) R$43.850,00
ESTOQUE DE: EIPA( Estoque de Produtos Acabados) R$32.500,00

No decorrer do mês ocorreram os seguintes fatos:


8. Compra de material direto pelo valor de R$45.400,00.
9. Apropriação do consumo de energia elétrica do mês ficando
R$5.000,00 na fábrica e R$1.500,00 na Administração.
10. Requisição de R$28.000,00 de material direto da produção
11. Apropriação de serviços de limpeza executado por terceiros, ficando a
fábrica com R$700,00 e a Administração comercial com R$400,00
12. Apropriação de parcela vencida de seguro contra incêndio, ficando a
fábrica com R$2.350,00 e a Administração Comercial com R$600,00
13. Folha de pagamento do mês com encargos inclusos; pessoal da
Fábrica MOD com R$8.550,00 MOI com R$3.450,00 e pessoal da
área Administrativa e comercial com R$4.200,00.
14. Apropriação dos encargos de depreciação; fabrica com R$4.200,00 e
Administração com R$1.200,00.

Sabendo que as vendas líquidas neste mês totalizaram R$168.800,00; O estoque


final de Produtos em elaboração foi de R$28.100,00 e o Estoque Final de Produtos
Acabados foi de R$42.500,00 calcular o CPV e Lucro Operacional Líquido.

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