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Desenvolvimento de modelos de dados baseados na

Norma IEC 61850 para unidades de protecção, automação


e controlo de gama alta.

Bernardo Gaspar da Silva Bastos

Dissertação para a obtenção do Grau de mestre em


Engenharia Electrotécnica e de Computadores

Júri
Presidente: Prof. Paulo José da Costa Branco
Orientador: Prof. Pedro Alexandre Flores Correia
Vogais: Prof. José Manuel Dias de Jesus
Eng. Rui Miguel Martinho Dias Jorge

Outubro de 2009
Desenvolvimento de modelos de dados baseados na
Norma IEC 61850 para unidades de protecção,
automação e controlo de gama alta.

Bernardo Gaspar da Silva Bastos

i
Agradecimentos

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que directa ou indirectamente contribuíram para


este trabalho.

Em primeiro lugar, agradeço ao meu orientador Prof. Pedro Flores Correia pela indispensável e
constante ajuda que me deu ao longo de todo o trabalho.

Agradeço também à Efacec por todo o apoio prestado, em especial ao Eng. Rui Dias Jorge e à
Eng. Sara Costa não só por todos os ensinamentos relacionados com as unidades de
protecção e com a Norma IEC 61850, mas também pelo interesse demonstrado naquilo que
efectivamente fui conseguindo.

ii
Resumo

Este trabalho tem como objectivo principal o desenvolvimento de modelos de dados, para
unidades de protecção, automação e controlo de gama alta, de acordo com os conceitos e
definições presentes na norma “IEC 61850: Communication Networks and Systems in
Substations”.

Assim, como output deste trabalho resultaram dois modelos de dados segundo a norma IEC
61850, um referente à unidade de protecção TPU S420, actualmente comercializada pela
Efacec, e outro relativo à nova gama de unidades de protecção, automação e controlo de gama
alta da Efacec, a TPU x500, com lançamento previsto para o ano de 2010. Foi ainda elaborado
um ficheiro de descrição e configuração da unidade T500, denominado ficheiro ICD pela
referida norma.

Neste trabalho procurou-se apresentar a norma IEC 61850, explicando a importância desta
nova norma e evidenciando algumas vantagens face às normas que a antecederam. Para um
melhor entendimento da norma, é apresentada não só uma breve explicação de cada um dos
dez capítulos que a compõem, como também uma explicação mais pormenorizada dos temas
expostos na norma mais relevantes para a realização deste trabalho, o caso do modelo de
dados, a linguagem de configuração da subestação e o novo conceito de comunicação
introduzido pela norma.

Ainda neste trabalho, é feita uma apresentação dos modelos de dados desenvolvidos,
explicando e justificando as opções tomadas para a elaboração dos mesmos. O ficheiro XML
de descrição e configuração da unidade T500, elaborado no âmbito desta dissertação, é
também apresentado.

Por fim, apresentam-se as conclusões retiradas ao longo do trabalho, dando especial ênfase às
limitações da norma e à comparação entre os modelos de dados criados para a TPU S420 e
para a TPU x500.

Palavras-Chave: IEC 61850, unidades de protecção, modelos de dados, ICD,


interoperabilidade.

iii
Abstract

The main goal of this work is the development of data models for protection, automation and
control units of high end, according to the concepts and definitions established by IEC 61850:

Thus, the outcome of this work was the two data models according to IEC 61850. One referring
to the protection unit TPU S420 currently marketed by Efacec, and the other referring to the
new family of protection, automation and control units of Efacec, the TPU x500, with launch
scheduled for 2010. An IED configuration and description file, according to T500 unit, was also
created.

This work tries to present the IEC 61850 standard, explaining the importance of this new
standard and trying to point out some advantages towards the standards that preceded it. For
better understanding the standard, it’s presented a brief explanation of each of the ten parts and
a detailed explanation of the themes that compose the standard, which seemed to be more
relevant for the outcome of this work, such as the data model, the substation configuration
language and the new communication concept introduced by the standard.

In this work it’s also presented the data models and at the same time the explanation and
justification of the choices made during their preparation. The XML file of the description and
configuration of the T500 unit, created during the development of this work, it’s also presented.

In the end, the conclusions drawn during the development of this work are presented. With
special regard not only for the limitations of the standard, but also for the comparison between
the two data models that were created, one for TPU S420 and the other for TPU x500.

Keywords: IEC 61850, protection units, data models, ICD, interoperability.

iv
Conteúdo

Agradecimentos ...................................................................................................................... ii

Resumo .................................................................................................................................. iii

Abstract .................................................................................................................................. iv

Lista de figuras ..................................................................................................................... vii

Lista de tabelas .................................................................................................................... viii

Lista de siglas ......................................................................................................................... x

1 Introdução ............................................................................................................................ 1

1.1 Normalização e normas ................................................................................................... 1

1.1.1 Nota introdutória ..................................................................................................... 1


1.1.2 Elaboração de uma norma ........................................................................................ 2
1.1.3 Importância das normas e respectivas mais-valias .................................................... 3
1.1.4 Normalização de dispositivos de protecção e controlo .............................................. 4
1.2 Apresentação e organização da dissertação .................................................................... 8

2 Apresentação da norma IEC 61850 ................................................................................... 10

2.1 Estrutura geral de uma norma IEC ................................................................................. 10

2.2 Importância da norma IEC 61850................................................................................... 10

2.3 Explicação da norma IEC 61850 .................................................................................... 11

2.4 Modelo de dados ........................................................................................................... 13

2.5 Comunicação com IEC 61850........................................................................................ 23

2.6 Linguagem de configuração da subestação ................................................................... 25

2.7 Funcionamento de uma subestação com IEC 61850 ...................................................... 26

3 Modelos de dados para unidades de protecção, automação e controlo da Efacec........ 29

3.1 Unidade de protecção e controlo TPU S420................................................................... 29

3.2 Modelo de dados da TPU S420 ..................................................................................... 31

3.2.1 Protecção de Máximo de Corrente de Fases ........................................................... 32


3.2.2 Supervisão das Manobras do Disjuntor ................................................................... 41
3.2.3 Religação Automática ............................................................................................. 46
3.2.4 Reposição de Tensão .............................................................................................. 49
3.2.5 Reflexões acerca do modelo de dados da TPU S420 ................................................ 53
3.3 Unidades de protecção e controlo da gama TPU x500 ................................................... 54

v
3.4 Modelo de dados da TPU x500 ...................................................................................... 56

3.4.1 Protecção Diferencial de Transformador ................................................................. 59


3.4.2 Supervisão de Disjuntores....................................................................................... 62
3.4.3 Controlo de Disjuntores .......................................................................................... 66
3.4.4 Religação Automática ............................................................................................. 67
3.4.5 Supervisão de TT .................................................................................................... 70
3.4.6 Reflexões acerca do modelo de dados da TPU x500 ................................................ 72
3.5 Ficheiro de descrição e configuração da TPU T500 ....................................................... 74

4 Considerações finais ......................................................................................................... 77

Anexo A ................................................................................................................................. 81

Anexo B ................................................................................................................................. 82

Anexo C ................................................................................................................................. 83

Anexo D ................................................................................................................................. 88

Anexo E ................................................................................................................................. 90

Bibliografia ............................................................................................................................ 95

vi
Lista de figuras

Figura 1.1 – Tipos de normas. ................................................................................................... 2


Figura 1.2 – Estrutura típica de uma subestação. ...................................................................... 5
Figura 1.3 – Estrutura típica de uma subestação com vários protocolos de comunicação. ......... 6
Figura 1.4 – Comunicação entre os níveis do SAS. ................................................................... 6
Figura 1.5 – Comunicação entre os níveis do SAS com recurso à norma IEC 61850. ................ 7
Figura 2.1 – Estrutura do modelo de dados da norma IEC 61850. ........................................... 13
Figura 2.2 – Esquema descritivo do modelo de dados da norma IEC 61850. ........................... 14
Figura 2.3 – Esquema ilustrativo da troca de dados entre dispositivos. .................................... 14
Figura 2.4 – Exemplos de aplicação do conceito de Nó Lógico. ............................................... 15
Figura 2.5 – Esquema ilustrativo da organização dos Data Objects em Common Data Classes.
............................................................................................................................................... 17
Figura 2.6 – Exemplo das tabelas de Nós Lógicos e de Common Data Classes apresentadas
na norma. ............................................................................................................................... 18
Figura 2.7 – Diagrama das regras básicas para extensões. ..................................................... 22
Figura 2.8 – Nomenclatura do dado general (endereço do dado) segundo a IEC 61850 parte
8.1. ......................................................................................................................................... 23
Figura 2.9 – Visão geral das funcionalidades e dos perfis de comunicação associados ........... 24
Figura 2.10 – Resumo do uso da SCL. .................................................................................... 26
Figura 2.11 – Comunicação horizontal numa subestação com recurso à norma IEC 61850. .... 26
Figura 2.12 – Organização de uma subestação com recurso à IEC 61850. ............................. 27
Figura 2.13 – Exemplo da interoperabilidade possibilitada pela IEC 61850 .............................. 28
Figura 3.1 – Exemplo Unidade terminal e de protecção TPU S420 .......................................... 29
Figura 3.2 – Modo de extracção do ficheiro .icd da TPU T500 (Automation Studio Designer)... 76

vii
Lista de tabelas

Tabela 2.1 – Grupos de Nós Lógicos previstos na norma IEC 61850. ...................................... 16
Tabela 2.2 – Exemplo de criação do novo LN ADCE ............................................................... 21
Tabela 2.3 – Exemplo de criação do novo LN ZFPT. ............................................................... 21
Tabela 3.1 – Lista de funções presentes no modelo de dados da TPU S420. .......................... 31
Tabela 3.2 – Descrição das variáveis lógicas do módulo da Protecção de Máximo de Corrente
de Fases ................................................................................................................................. 33
Tabela 3.3 – Parâmetros da Protecção de Máximo de Corrente de Fases. .............................. 34
Tabela 3.4 – Nó Lógico AMPPTOC01 da Protecção de Máximo de Corrente de Fases. .......... 34
Tabela 3.5 – Data Object “Mod” da CDC ENC pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01. ......... 35
Tabela 3.6 – Data Object “Beh” da CDC ENS pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01. .......... 35
Tabela 3.7 – Data Object “Str” da CDC ACD pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01. ........... 36
Tabela 3.8 – Data Object “Op” da CDC ACT pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01............. 36
Tabela 3.9 – Data Object “StrVal” da CDC ASG pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01. ...... 37
Tabela 3.10 – Data Object “OpDlTmms” da CDC ING pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
............................................................................................................................................... 37
Tabela 3.11 – Data Object “DirMod” da CDC ENG pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.... 37
Tabela 3.11.1 – Direccionalidade: Parâmetro “AMPPTOC01.DirMod.SetVal”........................... 38
Tabela 3.12 – Data Object “Ang” da CDC ASG pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01. ........ 38
Tabela 3.13 – Data Object “DirOpMinV” da CDC ENG pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
............................................................................................................................................... 38
Tabela 3.14 – Nó Lógico CRNPTOC01 da Protecção de Máximo de Corrente de Fases. ........ 39
Tabela 3.15 – Nó Lógico UNVPTOC01 da Protecção de Máximo de Corrente de Fases.......... 41
Tabela 3.16 – Parâmetros da Supervisão das Manobras do Disjuntor ..................................... 43
Tabela 3.17 – Parâmetros da Supervisão do Circuito de Disparo. ........................................... 43
Tabela 3.18 – Nó Lógico XCBR01 da Supervisão de Manobras do Disjuntor. .......................... 43
Tabela 3.19 – Nó Lógico SUPSSWI01 da Supervisão de Manobras do Disjuntor..................... 44
Tabela 3.20 – Nó Lógico CBCSWI01 da Supervisão de Manobras do Disjuntor. ...................... 45
Tabela 3.21 – Nó Lógico SPRGSOPM01 da Supervisão de Manobras do Disjuntor................. 46
Tabela 3.22 – Descrição das variáveis lógicas do módulo da Religação Automática . .............. 47
Tabela 3.23 – Parâmetros da Religação Automática. .............................................................. 47
Tabela 3.24 – Nó Lógico FUNRREC01 da Religação Automática. ........................................... 48
Tabela 3.25 – Descrição das variáveis lógicas do módulo da Reposição de Tensão. ............... 49
Tabela 3.26 – Parâmetros da Reposição de Tensão. .............................................................. 50
Tabela 3.27 – Explicação do nome dado ao LN RLSR. ........................................................... 50
Tabela 3.28 – Nó Lógico VOLRLSR01 da Reposição de Tensão. ............................................ 50
Tabela 3.29 – Data Object “Mod” da CDC ENC pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01. ........ 51

viii
Tabela 3.30 – Data Object “Beh” da CDC ENS pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01. ......... 51
Tabela 3.31 – Data Object “Str” da CDC ACD pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01. .......... 52
Tabela 3.32 – Data Object “Op” da CDC ACT pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01............ 52
Tabela 3.33 – Data Object “VOpMod” da CDC ENG pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01. . 52
Tabela 3.34 – Data Object “VChkTms” da CDC ING pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01. . 52
Tabela 3.35 – Data Object “OpDlTmms” da CDC ING pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01.
............................................................................................................................................... 53
Tabela 3.36 – Lista de funções constituintes da gama x500 e sua distribuição pelas diferentes
unidades de protecção e controlo que a constituem. ............................................................... 55
Tabela 3.37 – Resumo da informação relativa à função de Protecção Diferencial de
Transformador. ....................................................................................................................... 59
Tabela 3.38 – Nó Lógico TRNRSTPDIF1 da Protecção Diferencial de Transformador. ............ 60
Tabela 3.39 – Nó Lógico TRRSTPDIF1 da Protecção Diferencial de Transformador................ 60
Tabela 3.39.1 – Informação relativa aos modos de bloqueio do LN TRRSTPDIF1. .................. 61
Tabela 3.40 – Nó Lógico TRDIF2PHAR1 da Protecção Diferencial de Transformador. ............ 62
Tabela 3.41 – Nó Lógico TRDIF5PHAR1 da Protecção Diferencial de Transformador. ............ 62
Tabela 3.42 – Resumo da informação relativa à função de Supervisão de Disjuntores. ........... 63
Tabela 3.43 – Nó Lógico XCBR1 da função de Supervisão de Disjuntores. ............................. 63
Tabela 3.44 – Nó Lógico PHSAXCBR1 da função de Supervisão de Disjuntores. .................... 64
Tabela 3.45 – Nó Lógico PHSBXCBR1 da função de Supervisão de Disjuntores. .................... 64
Tabela 3.46 – Nó Lógico PHSCXCBR1 da função de Supervisão de Disjuntores..................... 65
Tabela 3.47 – Nó Lógico SSWI1 da função de Supervisão de Disjuntores. .............................. 65
Tabela 3.48 – Resumo da informação relativa à função de Controlo de Disjuntores................. 67
Tabela 3.49 – Nó Lógico CBCSWI1 da função de Controlo de Disjuntores. ............................. 67
Tabela 3.50 – Resumo da informação relativa à função de Religação Automática. .................. 68
Tabela 3.51 – Nó Lógico FUNRREC1 da função de Religação Automática.............................. 69
Tabela 3.52 – Resumo da informação relativa à função de Supervisão de TT. ........................ 71
Tabela 3.53 – Nó Lógico RFFS1 da função de Supervisão de TT. ........................................... 71
Tabela 3.54 – Biblioteca “Efacec61850Library” para a TPU T500 (Automation Studio Designer).
............................................................................................................................................... 75
Tabela 3.55 – Modelo da TPU T500 (Automation Studio Designer). ........................................ 76
Tabela A1.1 – Diferença entre a norma IEC 61850 Edição 1 e Edição 2. ................................. 81
Tabela B1.1 – Valores do Functional Constraint. ..................................................................... 82
Tabela B1.2 – Informação relativa ao campo TrgOp (Trigger Option) das tabelas das CDC. .... 82
Tabela D1.1 – Funções e correspondentes Nós Lógicos. ........................................................ 88

ix
Lista de siglas

ACSI - Abstract Communication Service Interface


CDC - Common Data Class
CID - Configured IED Description
CPU - Central Processing Unit
DAS - Data Acquisition Systems
DNP - Distributed Network Protocol
GOOSE - Generic Object Oriented Substation Event
GSSE - Generic Substation Status Event
HMI - Human Machine Interface
ICD - IED Capability Description
IED - Intelligent Electronic Device (Dispositivo Electrónico Intenligente)
IID - Instantiated IED Description
IP - Internet Protocol
LAN - Local Area Network (Rede de Área Local)
LN - Logical Node (Nó Lógico)
LON - Local Operating Network
MMS - Manufacturing Message Specification
PC - Physical Connection
PD - Physical Device (Dispositivo Físico)
SAS - Substation Automation System (Sistema de Automação da Subestação)
SCADA - Supervisory Control and Data Acquisition
SCD - Substation Configuration Description
SCL - Substation Configuration description Language
SCSM - Specific Communication Service Mapping
SED - System Exchange Description
SSD - System Specification Description
SV – Sampled Values
TCP - Transport Control Protocol
TI - Transformador de Corrente
TPU - Terminal Protection Unit (Unidade de protecção digital de fabrico Efacec)
TT - Transformador de Tensão
XML - eXtensible Markup Language

x
Capítulo 1

Introdução

1.1 Normalização e normas

1.1.1 Nota introdutória

No mundo em que vivemos a maioria dos produtos, processos e serviços que temos ao nosso
dispor já se encontram normalizados, embora nem sempre isso seja perceptível. Existem
normas para o tempo, para as medidas, para as características de design e de desempenho de
produtos ou materiais (quer sejam químicos, eléctricos, mecânicos, etc.), para segurança e
protecção do ambiente, para os símbolos de informação pública, para a qualidade, para os
serviços e para a certificação.

Uma norma é um documento elaborado por consenso e aprovado por uma entidade
reconhecida, que estabelece, para um uso comum e repetido, regras, directrizes ou
características para actividades, bens e serviços, tendo em vista a obtenção do nível óptimo de
homogeneidade, num determinado contexto. Em última instância uma norma é um documento
reconhecido que define boas práticas e que pode ser aplicado a produtos, processos ou
serviços.

Existem diferentes organismos que se dedicam à normalização, tendo cada um uma área
geográfica e tecnológica de influência. A primeira organização de normalização, a International
Electrotechnical Commission (IEC), aparece associada a equipamentos eléctricos em Londres
no ano de 1906. Portugal aderiu à IEC em 1929, através da Comissão Electrotécnica
Portuguesa. Outros exemplos são a International Organization for Standarddization (ISO), o
Comité Européen de Normalisation (CEN), o Comité Européen de Normalisation
Électrotechnique (CENELEC) e o American National Standards Institute (ANSI). As normas
podem ser específicas de uma empresa, específicas de uma indústria, horizontais a todas as

1
indústrias (o caso da ISO 9000), podem ter uma base geográfica (regional, nacional ou
internacional) e caracterizam-se também pelo facto de serem voluntárias ou obrigatórias (se
adoptadas por um governo). A figura 1.1 retrata a exposição anterior.

Figura 1.1 – Tipos de normas (fonte: [1]).

1.1.2 Elaboração de uma norma

Os princípios fundamentais dos processos de normalização internacional caracterizam-se pelos


seguintes parâmetros:
 Transparência, isto é, fácil acesso à informação, tempo e oportunidade para a
comentar;
 Abertura, participação sem discriminação de ninguém;
 Imparcialidade e consenso, sem favorecimento de nenhuma parte;
 Eficácia e relevância, ou seja, acompanham o desenvolvimento tecnológico e as
necessidades de mercado;
 Coerência, uma vez que impede o conflito com outras normas internacionais;
 Dimensão dada ao desenvolvimento.

O desenvolvimento de uma norma internacional é um processo multi-disciplinar que exige a


interacção de diferentes áreas, tais como engenharia, tecnologia, ciência, economia, politicas
públicas, comércio, avaliação de conformidade e legislação. Os intervenientes no processo de
normalização são representantes governamentais, laboratórios de testes, fornecedores,
consumidores, instituições académicas, produtores, reguladores e uniões de comércio. A
elaboração de uma norma envolve os seguintes passos: pesquisa, recolha de opiniões e ideias

2
(brainstorming), discussão, compromisso, acordo sobre o conteúdo, preparação dos projectos,
acordo sobre os projectos, publicação e manutenção permanente da norma.

1.1.3 Importância das normas e respectivas mais-valias

A introdução de normas pode trazer inúmeros benefícios para produtores, consumidores e


governos. Algumas dessas mais-valias são: redução de custos para os fabricantes e para os
consumidores finais, “interoperabilidade” e compatibilidade dos produtos, maior facilidade no
acesso ao mercado, redução da exposição ao risco por parte dos produtores, concordância
com a regulação, promoção das exportações e do crescimento económico, diminuição dos
custos de regulação e de investigação das entidades governamentais. A normalização permite
também aos consumidores uma escolha mais simples de bens, garantindo que os mesmos são
mais seguros, fiáveis, funcionais e consequentemente de maior e melhor qualidade.

Segundo o BSI (British Standards), as dez razões para se utilizar normas num determinado
negócio são (fonte: [15]):
1. Melhoria dos produtos ou dos serviços – a melhoria da qualidade dos produtos ou dos
serviços aumenta os níveis de satisfação dos consumidores, sendo esta uma das
melhores maneiras de manter os consumidores existentes;
2. Angariação de novos clientes – as normas são um meio eficaz para convencer
potenciais clientes de que a empresa proporciona os mais altos e mais respeitados
padrões de qualidade;
3. Aumento das vantagens competitivas – em certos sectores muitos consumidores só
adquirem produtos a fornecedores que possam demonstrar que vão ao encontro de
determinadas normas;
4. Aumento da confiança dos produtos – a confiança na qualidade do produto ou serviço é
uma das chaves para os clientes escolherem determinada empresa;
5. Diminuição dos erros – o seguimento de uma norma implica a ida ao encontro das
especificações que foram testadas por especialistas, o que significa uma poupança de
tempo e dinheiro para a obtenção de altos níveis de qualidade. Além disso os erros
mancham a reputação de qualquer empresa;
6. Redução de custos – a adopção de uma norma técnica pode permite cortar certos custos
ligados à pesquisa e desenvolvimento;
7. Compatibilidade dos produtos – com a aplicação de normas técnicas relevantes uma
empresa pode garantir que os seus produtos são compatíveis com aqueles que são
fabricados ou fornecidos por outras empresas;
8. Cumprimento da regulamentação – embora possa não ser obrigatória a adopção de
normas, o seu cumprimento pode ajudar as empresas a satisfazer as suas obrigações
legais em relação à segurança dos produtos e à protecção ambiental. É certo que uma

3
empresa não será capaz de vender os seus produtos em certos mercados, a menos que
satisfaça certos critérios de segurança e qualidade;
9. Maior facilidade na exportação dos produtos – antes de poderem ser vendidos na União
Europeia, muitos produtos têm que cumprir variadas especificações de directivas
comunitárias;
10. Aumento das hipóteses de sucesso – a inclusão das normas como parte da estratégia de
marketing pode dar ao produto melhores condições de ser bem sucedido, isto porque as
normas podem ajudar a empresa a criar um melhor conhecimento das necessidades dos
clientes e do mercado.

1.1.4 Normalização de dispositivos de protecção e controlo

No mundo dos dispositivos de protecção e controlo de subestações o problema não era a falta
de normas mas sim o excesso e a falta de universalidade entre elas. O que acontece é que a
vida útil dos equipamentos das subestações, como disjuntores, seccionadores, TI’s e TT’s
ronda os quarenta anos. No entanto, o sistema de protecção não ultrapassa os quinze ou vinte
anos, devido maioritariamente à tecnologia de comunicação. As funções básicas de protecção
e controlo sofrem poucas mudanças com o passar do tempo, por isso, para um concessionário
de uma subestação não faz sentido trocar os relés de protecção e a Unidade de Controlo
Central devido à comunicação. Este facto faz com que exista uma grande variedade de
protocolos. Tornou-se assim evidente e quase que uma exigência das concessionárias de
energia eléctrica, que ocorresse uma evolução no âmbito dos protocolos de comunicação, de
forma a que, com uma norma aberta, fosse possível a comunicação horizontal e vertical de
equipamentos de diversos fabricantes.

Ao longo dos anos os fabricantes foram criando diversos protocolos de comunicação. O


problema desses protocolos é que só permitiam uma comunicação directa entre equipamentos
do mesmo produtor. A maneira encontrada de resolver este problema foi a criação de uma
norma internacional para a normalização da comunicação. Para a elaboração dessa norma
contou-se com a vontade e o entendimento de grandes fabricantes tais com, a Siemens, a ABB
e a Alstom. Criou-se assim a primeira norma internacional e universal para a comunicação em
subestações, a “IEC 61850: Communication Networks and Systems in Substations”.

Um sistema de automação de uma subestação (SAS) possui três níveis: nível de Processo
(nível 0), nível de Bay (nível 1) e nível de Subestação (nível 2). Pode-se também ver o Centro
de controlo como um quarto nível.
 O nível de Processo é constituído pelos equipamentos base da subestação
(disjuntores, seccionadores, TI’s e TT’s entre outros).
 O nível de Bay é formado pelos relés de protecção, que estão instalados num painel de
protecção situado numa sala de comando da subestação.

4
 O nível da Subestação é composto pela Unidade de Controlo Central e pela HMI
(Human Machine Interface). A HMI é um computador no qual é instalado o software do
fabricante, permitindo assim controlar e comandar seccionadores, disjuntores,
visualizar grandezas analógicas, entre outras tarefas.
 O Centro de controlo ou SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition) é formado
por vários computadores interligados responsáveis pelo controlo, monitorização e
supervisão de várias subestações da mesma concessionária.

A figura 1.2 mostra a estrutura típica de uma subestação, com os dispositivos que compõem o
SAS.

Figura 1.2 – Estrutura típica de uma subestação.

A interligação entre os três níveis é realizada nos buses da Subestação e da Bay. Para a
interacção entre os diversos equipamentos, os fabricantes, como já foi referido, desenvolveram
protocolos de comunicação próprios, provocando assim um excesso de normas como: DNP,
Modbus, Profibus, LON e Fieldbus entre muitas outras. Desta forma, uma maneira possível de
se realizar a comunicação entre dispositivos de diferentes fabricantes é com o recurso a
conversores de protocolo. A outra possibilidade para a comunicação horizontal é a seguinte: se
um dispositivo do fabricante A quer comunicar com um dispositivo do fabricante B, o dispositivo
do fabricante A envia a informação – que quer passar ao dispositivo do B – para a Unidade de
Controlo Central, e esta envia-a para o dispositivo do fabricante B. Esta situação encontra-se
explicitada na figura 1.3.

5
Figura 1.3 – Estrutura típica de uma subestação com vários protocolos de comunicação.

Entre o nível do Centro de controlo e o nível de Processo existem várias formas de


comunicação. A figura 1.4 ilustra como a comunicação entre os quatro níveis é efectuada sem
recurso ao IEC 61850.

Figura 1.4 – Comunicação entre os níveis do SAS.

A figura 1.4 mostra que a comunicação entre os equipamentos base da subestação e os relés
de protecção é efectuada com recurso a cabos de cobre paralelos. A comunicação entre os
relés e a Unidade de Controlo Central é feita segundo os protocolos Profibus, Modbus, IEC
103, IEC 104 e DNP 3.0, entre outros. A ligação entre a Unidade de Controlo Central e o

6
Centro de controlo é estabelecida pelos protocolos IEC 101 e IEC 104. O protocolo IEC 104
permite não só a comunicação entre o nível de Bay e a Unidade de Controlo Central, mas
também entre esta e o Centro de controlo.

Este sistema era o que existia antes de aparecer a norma IEC 61850. Era um sistema que
funcionava, mas apenas recorrendo a adaptadores e conversores de protocolos. Este sistema
possuía limitações ao nível da:
 Interacção operacional, isto é, a capacidade dos IED’s (Intelligent Electronic Device) de
diferentes fabricantes interagirem;
 Liberdade de configuração, ou seja, a possibilidade da configuração suportar diferentes
filosofias e permitir liberdade na alocação de funções podendo assim ter-se um IED
que realiza várias funções ou mesmo uma função ser realizada por vários IED’s;
 Estabilidade a longo prazo, isto é, a possibilidade de actualizações, como por exemplo
a inclusão de novas funções ou dispositivos no SAS.

A introdução da IEC 61850 veio permitir a tão desejada facilidade e uniformidade nas
comunicações, tanto horizontal como verticalmente. Criou-se então um novo conceito de
comunicação, que abrange todos os níveis de uma subestação, o IEC 61850. Assim, o sistema
passa a ser como o que se representa na figura 1.5.

Figura 1.5 – Comunicação entre os níveis do SAS com recurso à norma IEC 61850.

7
1.2 Apresentação e organização da dissertação

O presente trabalho tem como objectivo principal o desenvolvimento de modelos de dados,


para unidades de protecção, automação e controlo de gama alta, de acordo com os conceitos e
definições presentes na norma “IEC 61850: Communication Networks and Systems in
Substations”.

Assim, como output deste trabalho resultaram dois modelos de dados segundo a norma IEC
61850, um referente à unidade de protecção TPU S420 (documento “TPU S420, Tese IEC
61850”), actualmente comercializada pela Efacec, e outro relativo à nova gama de unidades de
protecção, automação e controlo de gama alta da Efacec, a TPU x500 (documento “TPU x500,
Tese IEC 61850”). Foi ainda elaborado um ficheiro de descrição e configuração da unidade
T500 (ficheiro “TPU T500 icd, Tese.icd”, que tal como os documentos acima referidos se
encontra presente no CD que acompanha esta dissertação).

O presente documento encontra-se dividido em quatro capítulos fundamentais e cinco anexos


que o complementam.

No primeiro capítulo introduz-se a problemática das normas e da normalização, não só a um


nível geral mas também, ao nível dos dispositivos de protecção e controlo. Deste modo, neste
capítulo, é abordado o histórico da normalização ao nível dos dispositivos de protecção e
controlo, evidenciando um passado onde a problemática residia não na falta de normas, mas
sim na falta de universalidade das mesmas.

No segundo capítulo apresenta-se a norma “IEC 61850: Communication Networks and


Systems in Substations”. Neste capítulo começa-se por explicar a estrutura geral de uma
norma IEC (International Electrotechnical Commission). Este capítulo trata também de explicar
a importância desta nova norma evidenciando algumas vantagens face às normas que a
antecederam. Ainda neste capítulo, e para um melhor entendimento da norma IEC 61850, é
apresentada não só uma breve explicação de cada um dos dez capítulos que a compõem,
como também uma explicação mais pormenorizada dos temas expostos na norma mais
relevantes para a realização deste trabalho, o caso do modelo de dados, a linguagem de
configuração da subestação e o novo conceito de comunicação introduzido pela norma.

No capítulo 3 apresenta-se não só os modelos de dados criados para a TPU S420 e para a
gama 500, bem como a explicação e justificação das opções tomadas para a elaboração dos
mesmos. Devido à extensão de ambos os documentos apenas o modelo de dados de algumas
funções se encontra presente neste documento. As reflexões a propósito dos modelos de
dados criados são igualmente expressas neste capítulo. O ficheiro XML de descrição e
configuração da unidade T500, elaborado no âmbito desta dissertação, é também apresentado

8
neste terceiro capítulo, explicitando-se não só o seu conteúdo, mas também o seu processo de
criação. Ainda neste capítulo é feita uma breve apresentação não só da unidade S420, mas
também da nova família de unidades de protecção e controlo de gama alta da Efacec,
conhecida por x500.

Finalmente, o quarto capítulo resume as conclusões retiradas ao longo do trabalho, dando


especial ênfase às limitações da norma e à comparação entre os modelos de dados criados
para a TPU S420 e para a TPU x500. Neste mesmo capítulo é ainda abordada a relevância
desta temática para o futuro.

No anexo A mostra-se a diferença entre a edição 1 e edição 2 da norma IEC 61850. No anexo
B encontra-se não só a informação relativa às restrições funcionais (Functional Constraint) dos
atributos presentes nas CDC (Common Data Classes), como também a informação
correspondente à trigger option. O anexo C contém as abreviaturas definidas na parte 7.4 da
norma “IEC 61850: Communication Networks and Systems in Substations” para a criação de
novos Data Objects. No anexo D apresenta-se uma tabela composta pelas funções mapeadas
correspondentes à TPU x500 e os respectivos Nós Lógicos usados no mapeamento das
mesmas. O anexo E é constituído por um excerto do de descrição e configuração “TPU T500
icd, Tese.icd”, criado para a unidade TPU T500, relativo aos escalões restrito e não restrito da
função Diferencial de Transformador.

9
Capítulo 2

Apresentação da norma IEC 61850

2.1 Estrutura geral de uma norma IEC

A estrutura genérica de uma norma IEC é a seguinte:


 Contexto (Scope) – Especifica os produtos ou questões sobre os quais a norma será
aplicada.
 Referências Normativas (Normative References) – É comum uma norma internacional
incorporar outras normas como referência. São importantes para determinar se outras
normas podem ser indispensáveis para a aplicação da norma internacional em
questão.
 Definições (Definitions) – Destinam-se a descrever todas as palavras ou termos únicos
para a norma.
 Símbolos e Unidades (Symbols and Units) – O uso de símbolos e unidades é comum a
todas as normas internacionais.
 Procedimentos de ensaio (Test procedures) – Destinam-se a estabelecer a forma de
avaliação de uma tecnologia.
 Critérios de aceitação (Acceptance Criteria) – Determinam um nível aceitável de
desempenho.
 Data de entrada em vigor (Effective Date) – A data de entrada em vigor de uma norma
pode ser estabelecida pela própria norma, por uma empresa ou grupo industrial, por
um laboratório, por um comité nacional ou por uma agência governamental.

2.2 Importância da norma IEC 61850

A comunicação desempenhou desde sempre um papel crucial nas operações em tempo real
das subestações. Quando na década de sessenta as comunicações digitais se tornaram uma

10
opção viável, os sistemas de aquisição de dados (DAS do inglês Data Acquisition Systems)
foram instalados para, de uma forma automática, recolherem os dados de uma subestação.
Com a passagem para a era digital, milhares de dados digitais e analógicos encontram-se
disponíveis num único Dispositivo Electrónico Inteligente (IED) e a largura de banda de
comunicação já não é um factor limitativo. O IED é a componente chave de um sistema de
comunicação, uma vez que é um dispositivo, com um ou mais processadores, com a
capacidade de receber ou enviar dados/controlos de uma fonte externa ou para uma fonte
externa.

Como já foi referido, a norma IEC 61850, é uma norma universal que permite uma maior e
melhor interoperabilidade entre os diversos equipamentos constituintes de uma subestação. A
norma IEC 61850, é como já foi dito, um novo conceito de comunicação. Esta norma traz
benefícios económicos, uma vez que permite a redução de custos de implantação de sistemas
de automação nas subestações, pois promove um sistema de comunicação aberto, permitindo
assim a comunicação entre equipamentos de diferentes fabricantes, sem recurso a
conversores de protocolos.

2.3 Explicação da norma IEC 61850

A primeira edição da norma IEC 61850 foi publicada em 2003. Entretanto foram detectadas
algumas limitações e carências na norma, levando à necessidade de se criar uma segunda
edição, já mais completa, com o objectivo de solucionar algumas lacunas da primeira. Esta
segunda edição encontra-se actualmente em fase de discussão e em breve deverá ser
aprovada.

A norma “IEC 61850: Communication Networks and Systems in Substations” tem como
principal objectivo a uniformização das comunicações nas subestações e encontra-se dividida
em dez partes (fonte: [2]):
 IEC 61850-1: Introduction and overview
 IEC 61850-2: Glossary
 IEC 61850-3: General requirements
 IEC 61850-4: System and project management
 IEC 61850-5: Communication requirements for functions and device models
 IEC 61850-6: Substation automation system configuration language
 IEC 61850-7: Basic communication structure for substation and feeder equipment
 IEC 61850-7-1: Principles and models
 IEC 61850-7-2: Abstract communication service interface (ACSI)
 IEC 61850-7-3: Common Data Classes
 IEC 61850-7-4: Compatible logical node classes and data classes

11
 IEC 61850-8: Specific communication service mapping (SCSM)
 IEC 61850-8-1: Mapping to MMS (ISO/IEC 9506 Part 1 and Part 2)
 IEC 61850-9: Specific communication service mapping (SCSM)
 IEC 61850-9-1: Serial unidirectional multidrop point to point link
 IEC 61850-9-2: Mapping on a IEEE 802.3 based process bus
 IEC 61850-10: Conformance testing

Algumas alterações, ao nível dos títulos de cada parte da norma, foram efectuadas com a
passagem da primeira para segunda edição. Tal facto encontra-se apresentado na tabela A1.1
do anexo A.

As três primeiras partes da norma têm um carácter introdutório e informativo. Estas três
primeiras partes servem para introduzir a temática, explicar a estrutura, o âmbito e a finalidade
desta nova norma de comunicação nos sistemas de automação de subestações.

As partes 4 e 5 focam os requisitos funcionais para a comunicação em subestações. Na parte


cinco são introduzidos alguns conceitos fundamentais da norma como por exemplo: a alocação
de funções, a estrutura do modelo de dados e a forma de comunicação entre os dispositivos
constituintes da subestação.

Na parte 6, a norma IEC 61850, define uma linguagem de configuração para os sistemas de
automação da subestação. Esta linguagem conhecida como Substation Configuration
Language (SCL) é baseada em eXtensible Markup Language (XML) e tem como principal
objectivo criar um padrão para os atributos de configuração, de maneira a permitir a
configuração dos IED´s com maior segurança e fiabilidade.

Na parte 7 da norma é apresentada a estrutura básica da comunicação para subestações. Esta


parte tem como objectivo apresentar uma estrutura geral de codificação da informação. A parte
7.2 incide sobre a Abstract Communication Service Interface (ACSI). As mensagens ACSI
fornecem uma interface abstracta de comunicação, não só entre um cliente e um servidor
remoto, mas também para distribuição de eventos entre uma aplicação num equipamento e
aplicações remotas noutros equipamentos. A estrutura básica apresentada para o mapeamento
de dados é o Nó Lógico (LN, do inglês Logical Node), conceito inerente a esta norma. Toda a
informação relativa aos Nós Lógicos encontra-se na divisão 7.4 da norma. Os referidos LN’s
são compostos por dados (Data Objects) que são agrupados em classes, ou mais
propriamente em Common Data Classes (CDC). Toda a informação relacionada com as CDC é
exibida na parte 7.3.

Outro ponto fundamental é o mapeamento. A oitava parte da IEC 61850 especifica o


mapeamento dos objectos e serviços do ACSI (IEC 61850-7-2) para MMS (Manufacturing

12
Message Specification). As partes 9.1 e 9.2 dizem respeito ao mapeamento para conexões
ponto a ponto e ao mapeamento para conexões do barramento, respectivamente.

A última parte da norma foca os testes de conformidade. Esta parte define a metodologia de
testes, por forma a verificar a conformidade com todas as definições e restrições apresentadas
na norma.

2.4 Modelo de dados

A norma IEC 61850 define e normaliza o modelo dos dados que representam as funções e os
atributos dos dispositivos físicos de uma subestação. O modelo do dispositivo apresentado
pela norma é constituído por um Dispositivo Físico (Physical Device), tipicamente definido pelo
seu endereço de rede. Cada Dispositivo Físico pode conter um ou mais Dispositivos Lógicos,
que por sua vez podem albergar um ou mais Nós Lógicos. Cada Nó Lógico contém uma
quantidade predefinida de Data Objects, os quais são descritos por uma quantidade de
atributos igualmente predefinida. Este modelo apresenta-se esquematizado na figura 2.1 e 2.2.

Figura 2.1 – Estrutura do modelo de dados da norma IEC 61850.

13
Figura 2.2 – Esquema descritivo do modelo de dados da norma IEC 61850 (fonte: [10]).

Segundo a definição dada pela norma IEC 61850, funções, são tarefas levadas a cabo pelo
SAS. (…) Normalmente as funções trocam dados com outras funções. (…) As funções são
realizadas pelos IED’s. As funções podem ser divididas em várias partes alocadas em
diferentes IED’s, que comunicam entre si e com partes de outras funções (fonte: [3]).

Todas as funções, sejam elas de protecção, automação ou controlo, são decompostas em


partes, isto é, em Nós Lógicos. Num SAS, como já foi referido, a troca de dados, isto é a troca
de informação é efectuada pelos IED’s. Mais exactamente, os dados são trocados entre
funções residentes nos dispositivos. A menor parte de uma função que troca dados chama-se
Nó Lógico. A figura 2.3 ilustra os factos acima descritos.

Figura 2.3 – Esquema ilustrativo da troca de dados entre dispositivos (fonte: [3], figura 3).

Assim, pela análise da figura 2.3 pode ver-se que os Nós Lógicos (LN de Logical Node) são
parte, tanto de funções (F) como de Dispositivos Físicos (PD de Physical Device). Os LN’s
estão ligados por conexões lógicas (LC de Logical Connection) e os dispositivos por conexões
físicas (PC). Desta forma, qualquer LN é parte de um PD e qualquer LC é parte de uma PC.
Todos os dispositivos têm um LN correspondente à sua própria identificação. Esse LN é
conhecido por LN0.

14
Segundo a norma, uma função diz-se distribuída (distributed function) quando é realizada por
dois ou mais Nós Lógicos que se encontrem em dispositivos diferentes. Um exemplo da
decomposição de funções em Nós Lógicos é apresentado na figura 2.4.

Figura 2.4 – Exemplos de aplicação do conceito de Nó Lógico (fonte: [3], figura 4).

Desta forma, mais uma vez é evidenciado o facto de, na maioria das vezes, as funções serem
executadas por mais de um LN, que não necessitam de estar no mesmo Dispositivo Físico.
Tomando como exemplo a função de Protecção de Máxima Intensidade de Corrente, pode-se
observar que esta função é executada por quatro LN’s: HMI – Interface Homem-Máquina; O/C
Prot. – Protecção de Máxima Intensidade de Corrente; Breaker – Disjuntor; Bay CT –
Transformador de Corrente (TI). Outro ponto relevante é o facto dos quatro LN’s que
constituem a função anterior se encontrarem alocados em quatro dispositivos diferentes, sendo
estes, o Computador da subestação, a Unidade de Protecção de distância com função de
máxima intensidade de corrente integrada, a Unidade de controlo da Bay e o Transformador de
Corrente respectivamente.

A norma IEC 61850 define um conjunto de 153 Nós Lógicos. É com o recurso a esses LN’s que
os fabricantes deverão implementar as suas unidades de protecção, automação e controlo.

Os Nós Lógicos apresentados pela norma encontram-se agrupados em categorias. Essas


categorias distinguem-se pela letra indicadora do grupo como apresentado na tabela 2.1.
Assim e como exemplo, um Nó Lógico referente a uma protecção de distância é definido pela
norma como PDIS, em que a letra P corresponde ao indicador de grupo, neste caso o grupo
das funções de protecção. No caso de um controlo de um disjuntor, por exemplo, o LN
pertenceria ao grupo Supervisory Control e seria um CSWI.

15
Tabela 2.1 – Grupos de Nós Lógicos previstos na norma IEC 61850.
Indicador Número
de grupo Grupos dos Nós Lógicos de LN’s

A Automatic Control 4
CILO – Interlocking
B Reserved 0 CSWI – Switch Controller

C Supervisory control 6 CSYN – Synchronizer controller


… entre outros.
D Distributed Energy Resources 0

E Reserved 0

F Functional blocks 9

G Generic Function References 4

H Hydro power 0

I Interfacing and Archiving 5

J Reserved 0
5
K Mechanical and non-electrical primary equipment
MMDC – DC measurement
L System Logical Nodes 3 MMXU – Measurement

M Metering and Measurement 15 MSTA – Metering Statistics


… entre outros.
N Reserved 0

O Reserved 0
PDIF – Differential
P Protection Functions 30
PDIS – Distance
Q Power Quality Events Detection Related 6 PHAR – Harmonic Restraint
R Protection Related Functions 12 PHIZ – Ground Detector
PRTR – Rotor Protection
S Supervision and Monitoring 11
PSCH – Protection Scheme
T Instrument Transformer and Sensors 19
PTOC – Time Overcurrent
U Reserved 0 PTOV – Overvoltage

V Reserved 0 PTUC – Undercurrent


PTUF – Underfrequency
W Wind power 0
… entre outros.
X Switchgear 2

Y Power Transformer and Related Functions 4

Z Further (power system) Equipment 18

Número total de Nós Lógicos 153

16
Os Data Objects que constituem os LN’s são caracterizados por atributos (Data Attributes) que
se encontram organizados em classes de dados, as CDC. Assim, Data Objects diferentes
podem ser caracterizados por atributos iguais, desde que esses Data Objects pertençam à
mesma CDC. Tal facto encontra-se projectado na figura 2.5.

Figura 2.5 – Esquema ilustrativo da organização dos Data Objects em Common Data Classes.

Toda a informação relativa aos Nós Lógicos e seus atributos é apresentada, através de
tabelas, na parte 7.4 da norma. A informação relativa às Common Data Classes e aos atributos
que as constituem encontra-se exposta, igualmente na forma de tabelas, na parte 7.3 da
norma. Um exemplo das tabelas acima referidas é a tabela relativa ao LN PTOC,
correspondente à função de Protecção de Máxima Intensidade de Corrente, e a tabela da CDC
ACD, relativa ao Data Object “Str”, que é um dos Data Objects que constitui o LN PTOC. Tal
facto encontra-se ilustrado na figura 2.6.

17
Categorias em que se agrupam os Data Objects

Nome do Tipo de Restrição Valor/Gama de valores que Condição


atributo atributo funcional os atributos podem tomar do atributo

Figura 2.6 – Exemplo das tabelas de Nós Lógicos e de Common Data Classes apresentadas na norma.

18
Em relação às tabelas dos LN’s é importante notar que a primeira coluna (Data Object Name)
corresponde aos nomes dos Data Objects, a segunda coluna indica a CDC a que cada Data
Object pertence, a terceira coluna, apelidada de Explanation, pressupõe, tal como o seu nome
indica, uma breve explicação do Data Object e da sua utilização. A coluna identificada pela
letra T, tem como finalidade identificar se determinado Data Object é, ou não, um Transient
Data Object, isto é, se o estado do Data Object é ou não transitório. Por fim, a última coluna
tem a finalidade de indicar se o Data Object é: obrigatório (M) e assim forçosamente incluído no
LN a mapear; opcional (O) dando assim a escolha para a sua inclusão ou não no LN a mapear;
ou se está sujeito a alguma condição (C) de inclusão, como por exemplo o parâmetro
“TmAChr33”, presente na primeira tabela da figura 2.6, que só pode ser incluído no modelo
caso o parâmetro “TmACrv” também o seja. Pode-se também verificar, e comprovar pela figura
2.6, que os Data Objects que compõem o LN’s se encontram agrupados por categorias. Essas
categorias são:
 Data Object Sem Categoria (Common Information) – Informação independente da
função a que o Nó Lógico pertence.
 Measured Values – São Data Objects analógicos medidos do processo ou calculados
em funções como corrente, tensão, Potência, etc. Esta informação é produzida
localmente e não pode ser alterada remotamente a menos que seja permitida a
substituição.
 Controls – São Data Objects que podem ser alterados por comandos tais como
interruptor (ON/OFF). São tipicamente alterados remotamente e durante a operação
com mais frequência do que os Settings.
 Metered Values – São Data Objects que representam quantidades medidas ao longo
do tempo. Esta informação é produzida localmente e não pode ser alterada
remotamente a menos que seja permitida a substituição.
 Status Information – São Data Objects que mostram o estado ou o estado do processo
ou o estado da função alocada ao Nó Lógico. Esta informação é produzida localmente
e não pode ser alterada remotamente a menos que seja permitida a substituição.
 Settings – São Data Objects necessários para o funcionamento da função. Podem ser
alterados remotamente, mas normalmente isso não acontece.

Como pode ser observado na figura 2.6, as tabelas relativas às CDC são constituídas por:
Nome do atributo; Tipo do atributo; Restrição funcional (Functional Constraint); Trigger Option;
Valor/Gama de valores que os atributos podem tomar; Condição do atributo. A informação
relativa ao Functional Constraint e ao Trigger Option encontra-se exposta respectivamente na
tabela B1.1 e B1.2 do anexo B. Existem CDC para as seguintes categorias:
 Informação de estado (SPS – Single Point Status; DPS – Double Point Status; INS –
Integer Point Status; ENS – Enumerated Status; ACT – Protection Activation
Information; ACD – Directional Protection Activation Information; SEC – Security
Violation Counting; BCR – Binary Counter Reading; HST - Histogram);
 Informação de medidas (MV – Measured Value; CMV – Complex Measured Value; SAV
– Sampled Value, WYE – Phase to Ground Related Measured Values of a Three Phase

19
System; DEL – Phase to Phase Related Measured Values of a Three Phase System;
SEQ – Sequence; HMV – Harmonic Value; HWYE – Harmonic Value for WYE; HDEL –
Harmonic Value for WYE);
 Controlos (SPC – Controllable single point; DPC – Controllable double point; INC –
Controllable integer status; ENC – Controllable enumerated status; BSC – Binary
controlled step position information; ISC – Integer controlled step position information;
APC – Controllable analogue process value; BAC – Binary controlled analog process
value);
 Parâmetros de estado (SPG – Single Point Setting; ING – Integer Status Setting; ENG
– Enumerated Status Setting; ORG – Object Reference Setting Group; TSG – Time
Setting Group; CUG – Currency Setting Group);
 Parâmetros analógicos (ASG – Analogue Setting; CURVE – Setting Curve; CSG –
Curve Shape Setting);
 Informação descritiva (DPL – Device Name Plate; LPL – Logical Node Name Plate;
CSD – Curve Shape Description).

Tendo ainda em conta o LN apresentado na figura 2.6, verifica-se que para mapear uma
função de Máxima Intensidade de Corrente, é sempre obrigatório passar a informação relativa
ao arranque e ao disparo da função, uma vez que os Data Objects “Str” e “Op” são parâmetros
obrigatórios do LN PTOC. Todos os outros Data Objects são considerados opcionais, deixando
assim a hipótese da sua inclusão ao fabricante. Podem também existir casos em que no LN, ou
até mesmo na própria norma, não exista um Data Objects que o fabricante ache necessário
incluir. Nesse caso a norma prevê que sejam efectuadas extensões aos LN’s segundo algumas
regras que se encontram descritas no capítulo 14 da parte 7.1 da norma. Para as situações em
que na norma não exista uma correspondência ao nível de Nós Lógicos com determinada
função de um fabricante, a mesma prevê, segundo regras descritas no mesmo capítulo 14, a
possibilidade da criação de um LN novo.

Se nenhum Nó Lógico definido na norma for aplicável à função a modular, um novo Lógico com
um novo nome deve ser criado. Para manter a interoperabilidade, esta opção deve ser usada
com atenção. Assim, um novo LN deve ser usado segundo as seguintes indicações:
 O primeiro dos caracteres deve ser escolhido tendo em conta o prefixo do Grupo de
Nós Lógicos em que se insere (por exemplo “P” para funções de protecção, ou “S” para
funções de supervisão e monitorização);
 Os outros três caracteres devem ser definidos de acordo com o nome desse novo LN
em inglês (como exemplificado nas tabelas 2.2 e 2.3).

20
Tabela 2.2 – Exemplo de criação do novo LN ADCE (fonte: [5]).
1. Character 2. Character 3. Character 4. Character New LN
Logical Node Group Indication
A for “Automatic Control” Door Entrance Control ADCE
“Automatic door
entrance control”

Tabela 2.3 – Exemplo de criação do novo LN ZFPT (fonte: [5]).


1. Character 2. Character 3. Character 4. Character New LN
Logical Node Group Indication
Z for “Further equipment” Fire Protection Transformer ZFPT
“Fire Protection of
power transformer”

Quando faltam dados (Data Objects) a um LN definido na norma, ou quando é necessário


juntar dados a novo LN, deve-se usar, se aplicável, os Data Objects já definidos pela norma na
sua biblioteca (capitulo 6 da IEC 61850-7-4). Se nenhum Data Object definido pela norma
preencher as necessidades de extensão do LN existente ou do novo LN, deve ser criado um
novo Data Object. Mais uma vez, para manter a interoperabilidade simples, esta hipótese deve
ser usada com cuidado, e tendo em atenção as seguintes regras:
 Na criação de um novo Data Object devem ser usadas, o quanto possível, as
abreviaturas definidas no quarto capítulo da parte 7.4 da norma e apresentadas no
anexo C;
 O novo Data Object deve ser alocado a uma qualquer CDC definida em IEC 61850-7-3.
Se nenhuma CDC preencher as necessidades do novo Data Object, uma nova CDC
pode ser criada;
 O novo Data Object só deve ser alocado a uma única CDC.

Assim, tome-se o exemplo da necessidade de se criar um novo Data Object chamado “Colour
of Transformer Oil”. Uma hipótese para o nome seria “ColrTOil”, por exemplo, da CDC INS
(Integer status).

A figura 2.7 mostra o fluxograma das regras básicas para as extensões apresentado pela
norma.

21
Figura 2.7 – Diagrama das regras básicas para extensões (fonte: [5], figura 76).

As convenções relacionadas com a nomenclatura dos Dispositivos Lógicos, dos Nós Lógicos e
dos Data Objects encontram-se descritas na norma na sua parte 7.2. Assim, segundo a IEC
61850 tem-se que:
 LDName ≤ 64 caracteres
 LNName = [LN-Prefix] LN class name [LN-Instance-ID]
 LN-Prefix = m caracteres (podendo começar com qualquer um dos caracteres da lista
abaixo indicada);
 LN class name = 4 caracteres (por exemplo, nome de um Nó Lógico definido em IEC
61850-7.4);
 LN-Instance-ID = n caracteres numéricos;
 m+n ≤ 7 caracteres.
 DataObjectName = DataObjectClassName [Data-Instance-ID]
 DataObjectClassName ≤ 10 caracteres (como usado, por exemplo, na parte 7.4 da
norma);
 Nenhum DataObjectClassName deve terminar com um número;
 Data-Instance-ID = n caracteres numéricos (opcional).

22
Em que “LDName” é o nome dado ao Dispositivo Lógico, “LNName” é o nome do Nó Lógico e
finalmente “DataObjectName” corresponde ao nome do Data Object. Os caracteres permitidos
pela norma são: "A"|"a"|"B"|"b"|"C"|"c"|"D"|"d"|"E"|"e"|"F"|"f"|"G"|"g"|"H"|"h"|"I"|"i"|"J"|"j"|"K"|"k"|"L"|
"l"|"M"|"m"|"N"|"n"|"O"|"o"|"P"|"p"|"Q"|"q"|"R"|"r"|"S"|"s"|"T"|"t"|"U"|"u"|"V"|"v"|"W"|"w"|"X"|"x"|"Y"|
"y"|"Z"|"z"|"_”|"0"|"1"|"2"|"3"|"4"|"5"|"6"|"7"|"8"|"9".

O modelo IEC 61850 de um dispositivo é um modelo virtual, que começa com uma visão
abstracta do dispositivo e dos seus objectos, e que se encontra definido na parte 7 da norma.
Esse modelo é mapeado para um protocolo especificado na parte 8.1 baseado em MMS,
TCP/IP e Ethernet. No processo de mapeamento para MMS, a norma, na sua parte 8.1,
especifica um método para essa conversão da informação do modelo para uma nomenclatura
MMS. Passa-se assim a ter variáveis que são referências únicas e inequívocas para cada
elemento dos dados do modelo. Então, supondo que se tem um Dispositivo Lógico chamado
EFACRELE1, constituído por um LN PTOC1 e que se pretende saber se a função de Máxima
Intensidade de Corrente arrancou, é necessário ler o endereço apresentado na figura 2.8.

EFACRELE1/PTOC1$Str$general

Data Attribute

Data Object

Nó Lógico

Dispositivo Lógico

Figura 2.8 – Nomenclatura do dado general (endereço do dado) segundo a IEC 61850 parte 8.1.

2.5 Comunicação com IEC 61850

No ponto anterior apresenta-se a estrutura básica da comunicação para subestações, expondo


uma estrutura geral de codificação da informação, a Abstract Communication Service Interface
(ACSI). As mensagens ACSI fornecem uma interface abstracta de comunicação, não só, entre
um cliente e um servidor remoto, mas também, para distribuição de eventos entre uma
aplicação num equipamento e aplicações remotas noutros equipamentos. Como já foi antes
referido a oitava parte da IEC 61850 especifica o mapeamento dos objectos e serviços do ACSI
para MMS (Manufacturing Message Specification), garantindo assim o tão desejado nível de
interoperabilidade.

Uma das grandes novidades introduzidas pela norma foi a possibilidade da comunicação
horizontal. Neste tipo de comunicação é possível que os IED’s troquem informação entre si,
garantindo que são realizadas funções específicas de cada um, que por sua vez, podem

23
depender de informações provenientes de outros IED’s. Esta comunicação é realizada através
de mensagens GOOSE (Generic Object Oriented Substation Event), ou seja, um dispositivo
emite uma mensagem GOOSE através da rede, que por sua vez irá ser subscrita por um
qualquer dispositivo, programado para receber esse tipo de informação, que tomará a acção
apropriada. As aplicações mais comuns das mensagens GOOSE são transferências de
disparos e de comandos de bloqueio.

Os requisitos de comunicação para uma subestação encontram-se descritos na figura 2.9. Os


tipos de mensagens e classes apresentados na parte 5 da norma são mapeadas como
apresentado na figura 2.9, tendo em conta que:
 Type 1 – Mensagens rápidas;
 Type 1A – Disparo;
 Type 2 – Mensagens de velocidade média;
 Type 3 – Mensagens lentas;
 Type 4 – Mensagens de dados novos;
 Type 5 – Funções de transferência de ficheiros;
 Type 6 – Mensagens de sincronização de tempo.

Figura 2.9 – Visão geral das funcionalidades e dos perfis de comunicação associados (fonte: [9], figura 1).

24
As mensagens do tipo 1 e 1A são mapeadas em Ethertypes distintos, de forma a optimizar a
descodificação das mensagens recebidas. As mensagens do tipo 2, 3 e 5 necessitam de
serviços de orientação de mensagens (message oriented services). O padrão MMS providencia
os métodos e serviços da modelação de informação solicitados pela ACSI. Todos os dados são
mapeados sobre a estrutura de dados da Ethernet usando tanto o “Ethertype”, no caso dos SV,
GOOSE, TimeSync, e TCP/IP, como o “802.3” no caso do ISO e das mensagens GSSE, como
se pode observar na figura 2.9.

2.6 Linguagem de configuração da subestação

A parte 6 da norma IEC 61850 define uma linguagem de descrição e configuração de sistemas
de automação de subestações. Esta linguagem é conhecida por SCL (do inglês Substation
Configuration description Language) e baseia-se em eXtensible Markup Language (XML). A
SCL é usada para descrever o esquema unifilar da subestação, a rede de comunicações, as
instâncias de Nós Lógicos e a sua associação ao equipamento primário.

A linguagem SCL utiliza vários arquivos, identificados pela sua extensão, para efectuar a
descrição formal dos modelos de dados. Os referidos ficheiros são:
 IED Capability Description (.ICD): Este ficheiro descreve as características do IED ao
nível de funções, de comunicação e de modelo de dados.
 Instantiated IED Description (.IID): Este ficheiro está relacionado com a configuração
de uma porção do IED especificamente para o uso dentro de um SAS.
 System Specification Description (.SSD): Este ficheiro descreve o diagrama unifilar da
subestação juntamente com as funções executadas no equipamento primário, em
termos de Nós Lógicos.
 Substation Configuration Description (.SCD): Este arquivo descreve a configuração da
comunicação e das funções do sistema de automação da subestação e a sua relação
com a subestação.
 Configured IED Description (.CID): Este ficheiro descreve uma instância de IED
totalmente configurado.
 System Exchange Description (.SED): Este arquivo descreve as interfaces de um
projecto a ser utilizado por outro projecto. É um subconjunto de um arquivo SCD.

A figura 2.10 mostra como estes ficheiros interagem.

25
Figura 2.10 – Resumo do uso da SCL (fonte: [11]).

Todos os ficheiros SCL são constituídos por um cabeçalho que possui a referência do
documento e a versão ou revisão do mesmo. O SCL especifica a forma como os dados são
representados em XML, possibilitando assim, diferenciar as várias versões dos ficheiros de
descrição das capacidades dos IED’s ou da descrição da configuração das subestações.

2.7 Funcionamento de uma subestação com IEC 61850

Como já foi referido no ponto 1.4 do presente documento, a comunicação entre IED’s não é um
conceito novo. Alguns fabricantes já permitiam a comunicação horizontal há mais de 10 anos.
A norma IEC 61850 veio trazer a possibilidade dessa comunicação acontecer directamente
entre IED’s de fabricantes diferentes. Esta comunicação, embora não fosse de implementação
imediata – isto é, tinha de ser programada caso a caso – já era possível e utilizada. Assim, uma
subestação a funcionar segundo a norma IEC 61850, tem a possibilidade de comunicação não
só vertical, como horizontal. Tal facto encontra-se ilustrado na figura 2.11.

Figura 2.11 – Comunicação horizontal numa subestação com recurso à norma IEC 61850 (fonte: [13]).

26
A figura 2.11 apresenta uma reprodução resumida da arquitectura de comunicação. Nesta
representação pode-se facilmente identificar os IED’s de protecção e controlo, a estação de
controlo incluindo HMI e uma gateway para o acesso de outras redes. Nesta rede podem
circular não só mensagens GOOSE (comunicação horizontal) entre os vários IED’s, podendo
estes ser do mesmo ou de diferentes fabricantes, como também mensagens verticais, ou seja,
mensagens enviadas de IED’s para a Estação de controlo e que têm como finalidade primordial
a supervisão e controlo da subestação através do HMI.

A figura 2.12 apresenta a organização de uma subestação com a norma IEC 61850. Fica assim
mais uma vez exposta a forma de comunicação, não só ao nível do Bus da Estação (parte 8.1
da norma), mas também ao nível do Bus de Processo (parte 9.2 da norma).

Figura 2.12 – Organização de uma subestação com recurso à IEC 61850.

Para uma melhor compreensão do funcionamento real de uma subestação equipada com a
norma IEC 61850, tome-se o exemplo levado a cabo em Vancouver, em Maio de 2001 e
explicitado no diagrama da figura 2.13. Esta demonstração pretende ilustrar a forma como a
IEC 61850 é utilizada no "mundo real". O exemplo consiste em duas Unidades de Protecção de
diferentes fornecedores, uma com funções de protecção e a outra com funções de religação,
um equipamento de teste para simular as entradas dos TI’s e dos TT’s, e um simulador de
disjuntor ligado e controlado por IEC 61850.

27
Figura 2.13 – Exemplo da interoperabilidade possibilitada pela IEC 61850 (fonte: [12]).

Num primeiro passo, no exemplo acima apresentado, as informações de configuração são


trocadas entre as Unidades de Protecção e o equipamento de testes, com recurso a ficheiros
XML. O equipamento de testes simula um defeito. De seguida, o relé com as funções de
protecção detecta o defeito e emite uma mensagem de disparo via GOOSE. Depois, o
Simulador de disjuntor procede ao disparo do disjuntor e envia uma mensagem GOOSE com o
novo estado em que se encontra o disjuntor. Seguidamente, o relé com as funções de
religação detecta que o disjuntor disparou e emite, via GOOSE, um comando de religação. Por
fim o disjuntor é fechado e emite nova mensagem GOOSE com o seu estado actual.

28
Capítulo 3

Modelos de dados para unidades de


protecção, automação e controlo da Efacec

3.1 Unidade de protecção e controlo TPU S420

A TPU S420 foi projectada como protecção e unidade terminal de supervisão e controlo de
linhas aéreas ou cabos subterrâneos de Média Tensão, em redes eléctricas radiais de neutro
isolado, compensado, sólido ou com impedância limitadora. Este equipamento, exibido na
figura 3.1, pode também ser utilizado na ligação à rede de pequenos produtores de energia.
Outra finalidade da TPU S420 é a sua utilização como protecção de reserva de outros
equipamentos, como por exemplo transformadores e linhas de Alta Tensão (fonte: [22]).

Figura 3.1 – Exemplo Unidade terminal e de protecção TPU S420 (fonte: [25]).

A TPU S420 realiza um largo rol de funções de protecção e de automação. Com uma extensa
gama de opções programáveis pelo utilizador, oferece grande precisão de regulação nas
correntes, tensões, temporizações e nas características em opção. Dispondo de quatro
conjuntos de parametrizações para cada função, todas as regulações das funções de
protecção e de automação são independentes entre si (fonte: [22]).

29
Como unidade terminal, efectua medidas precisas de todas as grandezas de uma linha
relacionadas com as correntes, tensões, potências, factores de potência, energia e frequência.
Executa igualmente diversas funções de monitorização de defeitos, incluindo Oscilografia e
Registo Cronológico de Acontecimentos.

A unidade de protecção e controlo de saídas TPU S420 faz parte da família de protecções de
tecnologia digital TPU x420 da EFACEC Sistemas de Electrónica SA. A gama x420 é
constituída por várias unidades de protecção, destinadas a diversas aplicações consoante o
equipamento a que se destinam. A TPU S420, C420, B420, TB420, TC420 e L420 constituem
a referida gama. Todas as protecções que integram esta família são caracterizadas por um
conjunto semelhante de funcionalidades e assentam numa plataforma base comum, que
possibilita a obtenção de soluções uniformes e altamente integradas para a protecção e
automação de subestações em sistemas de energia. A unidade TPU S420 é composta pelas
seguintes funções de protecção e controlo (fonte: [22]):
 Protecção de Máximo de Corrente de Fases;
 Protecção de Máximo de Corrente de Terra;
 Protecção Direccional de Fases;
 Protecção Direccional de Terra;
 Segunda Protecção de Máximo de Corrente de Fases;
 Segunda Protecção de Máximo de Corrente de Terra;
 Protecção de Terras Resistentes;
 Protecção de Máximo de Tensão;
 Protecção de Máximo de Tensão Homopolar;
 Protecção de Mínimo de Tensão;
 Protecção de Mínimo e Máximo de Frequência;
 Protecção de Máximo de Corrente de Sequência Inversa;
 Protecção de Sobrecargas;
 Religação Automática;
 Verificação de Sincronismo e de Presença de Tensão;
 Reposição por Normalização de Tensão;
 Reposição por Normalização de Frequência;
 Reposição Centralizada por Normalização de Tensão;
 Reposição Centralizada por Normalização de Frequência;
 Bloqueio por Selectividade Lógica;
 Localizador de Defeitos;
 Falha de Disjuntor;
 Supervisão do Circuito de Disparo do Disjuntor;
 Transferência de Protecções;
 Supervisão das Manobras do Disjuntor;
 Supervisão das Manobras dos Seccionadores.

30
3.2 Modelo de dados da TPU S420

Tendo por base o documento interno “TPU-S420 Edição 1 - Manual do Utilizador”, onde se
encontra uma descrição do princípio de funcionamento e da parametrização e lógica associadas a
cada função agregada à TPU S420, procedeu-se à criação de um modelo de dados, conforme
descrito na parte 7 da norma IEC 61850, o qual se encontra no documento “TPU S420, Tese
IEC 61850” (presente no CD que acompanha esta dissertação).

O objectivo para a criação deste modelo de dados, era a elaboração de um modelo o mais
completo possível, ou seja, passando para o modelo de dados toda a informação possível
relativa às funções, sem ter em conta as restrições de memória do próprio equipamento. Assim,
procedeu-se a este exercício, não só mapeando a informação obrigatória pela norma, mas
tentando criar um modelo de dados o mais completo possível, procedendo a extensões à
norma sempre que necessário.

Uma das principais particularidades da criação deste modelo de dados, segundo a IEC 61850,
para a TPU S420, prende-se com o facto de se partir de uma definição rígida da parametrização
e lógica associadas a cada função. Na criação deste modelo, partiu-se de funções já completamente
definidas e com base nelas fez-se a correspondência para o modelo apresentado pela norma, ao
contrário do que foi desenvolvido para a TPU x500 como se encontra descrito no ponto 3.4.

As funções de protecção e controlo da TPU S420 presentes no modelo de dados encontram-se


declaradas na tabela 3.1.

Tabela 3.1 – Lista de funções presentes no modelo de dados da TPU S420.


 Protecção de Máximo de Corrente de Fases
 Protecção de Máximo de Corrente de Terra
 Protecção Direccional de Fases – embutida nas funções em que é aplicável
 Protecção Direccional de Terra – embutida nas funções em que é aplicável
 Segunda Protecção de Máximo de Corrente de Fases
 Segunda Protecção de Máximo de Corrente de Terra
 Protecção de Terras Resistentes
 Protecção de Máximo de Tensão
 Protecção de Máximo de Tensão Homopolar
 Protecção de Mínimo de Tensão
 Protecção de Mínimo e Máximo de Frequência
 Protecção de Máximo de Corrente de Sequência Inversa
 Protecção de Sobrecargas
 Religação Automática
 Verificação de Sincronismo e de Presença de Tensão
 Reposição de Tensão
 Reposição de Frequência
 Localizador de Defeitos
 Falha de Disjuntor
 Supervisão do Circuito de Disparo do Disjuntor
 Supervisão das Manobras do Disjuntor – embutida na Supervisão do Circuito de Disparo

31
Para uma melhor compreensão do modelo de dados elaborado para a TPU S420, tomar-se-á
como exemplo, para explicação do processo de mapeamento, as seguintes funções: Protecção
de Máximo de Corrente de Fases; Supervisão das Manobras do Disjuntor; Religação
Automática; Reposição de Tensão. Assim, de seguida, procede-se a uma descrição detalhada
do processo de criação do modelo mencionado, tomando como referência as funções
anteriormente referidas.

3.2.1 Protecção de Máximo de Corrente de Fases

A Protecção de Máximo de Corrente de Fases encontra-se descrita como já foi referido no


documento interno “TPU-S420 Edição 1 - Manual do Utilizador” e prevê três escalões distintos.

O princípio de operação da Protecção de Máximo de Corrente de Fases é extremamente


simples e baseia-se na diferença do valor da amplitude das correntes nas fases numa situação
de carga e numa situação de curto-circuito trifásico ou bifásico.

A coordenação com outras protecções pode ser alcançada por regulação dos limiares de
corrente ou por regulação dos tempos. No primeiro caso, parametriza-se a função para ser
sensível apenas a correntes de curto-circuito na zona de protecção (Protecção Amperimétrica).
No segundo caso, a função é regulada para actuar com tempos superiores aos das protecções
com as quais está coordenada (Protecção Cronométrica), sendo apenas necessário que não
seja sensível às correntes de carga.

A TPU S420 executa, em paralelo e de forma independente das funções anteriores, uma
terceira função de Protecção de Máximo de Corrente com temporização constante. As
características desta função são idênticas às da protecção de limiar baixo de tempo definido.
As extensas gamas de regulação desta função (denominada de Protecção Universal de Tempo
Definido) permitem utilizações, não só como limitador do tempo de actuação da protecção de
limiar baixo de tempo inverso, mas também como segundo escalão de protecção de limiar alto,
coordenado em tempo e corrente com elementos de limiar alto de protecções a jusante na
rede.

A norma já prevê um Nó Lógico para a Protecção de Máximo de Corrente, o PTOC (Time


overcurrent). Partindo dessa informação, e tendo em conta os dados retirados do documento
interno “TPU-S420 Edição 1 - Manual do Utilizador” e apresentados nas tabelas 3.2 e 3.3,
mapeou-se esta função através de três Nós Lógicos da classe PTOC, o AMPPTOC01 (tabela
3.4), o CRNPTOC01 (tabela 3.14) e o UNVPTOC01 (tabela 3.15) que correspondem aos
escalões amperimétrico, cronométrico e universal respectivamente.

32
Na tabela 3.4 apresenta-se o Nó Lógico correspondente à protecção Amperimétrica (Máximo
de Corrente de Limiar Alto com Disparo Instantâneo). Assinalado a amarelo nesta tabela
podem ser identificadas as extensões efectuadas ao LN. Nas tabelas 3.5 a 3.13 exibe-se o
mapeamento dos Data Objects pertencentes ao LN AMPPTOC01, tal como estipulado na parte
7.3 da norma IEC 61850. Nestas últimas tabelas, as linhas preenchidas a verde correspondem
aos atributos pertencentes à respectiva CDC, que embora segundo a IEC 61850-7.3 façam
parte da CDC, não são usados no mapeamento do parâmetro em questão. A azul é feita a
correspondência entre os parâmetros da TPU S420 e os atributos dos Data Objects da norma.

Tabela 3.2 – Descrição das variáveis lógicas do módulo da Protecção de Máximo de Corrente de Fases
(fonte: [22], tabela 6.5)

33
Tabela 3.3 – Parâmetros da Protecção de Máximo de Corrente de Fases (fonte: [22], tabela 6.4).

Tabela 3.4 – Nó Lógico AMPPTOC01 da Protecção de Máximo de Corrente de Fases.


PTOC class
Nome do TPU
C.D.C. Explicação T M/O/E
D.O. S420
Escalão de Máximo de Corrente de Limiar Alto com
AMPPTOC01 Disparo Instantâneo correspondente á protecção de
máximo de corrente de fases.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
Status Information
Str ACD Arranque do escalão de limiar alto (geral e por fases). M X
Op ACT Disparo do escalão de limiar alto (geral e por fases). T M X
TmASt CSD O
Controls
OpCntRs INC O
Settings
TmACrv CURVE O
TmAChr33 CSG O
O parâmetro é o valor de corrente acima do qual este
StrVal ASG O X
escalão actua.
TmMult ASG O
MinOpTmms ING O
MaxOpTmms ING O
O parâmetro define o tempo entre o aparecimento do
OpDlTmms ING defeito e a actuação da protecção de limiar alto (pode O X
tomar o valor de zero).
TypRsCrv ENG O
RsDlTmms ING O
Parâmetro que permite definir a direcção para a qual a
DirMod ENG função deve disparar caso ocorra um defeito. O X
Hipóteses: Não direccional; Para trás; Para a frente.
O parâmetro corresponde ao ângulo de binário máximo
da característica direccional e é comum a todos os
Ang ASG E X
escalões da Protecção de Máximo de Corrente de
Fases.
Parâmetro que regula a actuação da função em caso
DirOpMinV ENG de falta da grandeza de polarização (tensão composta) E X
por um tempo superior ao de memória do seu valor.

34
Adiciona-se a este LN mais um Data Object, neste caso já existente na norma, mas não neste
LN, o setting “Ang” da CDC ASG, para o campo “Ângulo Caract”. Cria-se também mais um
novo Data Object para o campo “Op Umin”, o “Directional Operate when Minimum Voltage”, ou
seja, o “DirOpMinV”, da CDC ENG.

Tabela 3.5 – Data Object “Mod” da CDC ENC pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ENC class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
Mod
Data Attribute
Status
origin Originator ST AC_CO_O
ctlNum INT8U ST AC_CO_O
stVal ENUMERATED ST dchg M Amp> Estado.
q Quality ST qchg M Sempre ok.
Amp> Estado (data da alteração do
t TimeStamp ST M
parâmetro).
stSeld BOOLEAN ST dchg AC_CO_O
Substitution
subEna BOOLEAN SV dchg PICS_SUBST
subVal ENUMERATED SV dchg PICS_SUBST
subQ Quality SV dchg PICS_SUBST
subID VISIBLE STRING64 SV dchg PICS_SUBST
Configuration, description and extension
Dado que pode ser escrito com
ctlModel CtlModels CF dchg M influência directa no modelo dos
controlos.
Dado que pode ser escrito com
sboTimeout INT32U CF dchg AC_CO_O influência directa no modelo dos
controlos.
sboClass SboClasses CF dchg AC_CO_O
minVal INT32 CF dchg O
maxVal INT32 CF dchg O
stepSize INT32U CF dchg O
operTimeout INT32U CF dchg AC_CO_O
d VISIBLE STRING255 DC O
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M
Parameters for control services
ctlVal ENUMERATED Amp> Estado.

Tabela 3.6 – Data Object “Beh” da CDC ENS pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ENS class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
Beh
Data Attribute
Status
No caso das X420 não vai suportar
“blocked” e “test”. Para além disso o LLN0
stVal ENUMERATED ST dchg M
tem sempre o valor “ON” pelo que na
prática é igual ao “Mod”.
q Quality ST qchg M Sempre ok.
Amp> Estado (data da alteração do
t TimeStamp ST M
parâmetro).
Substitution
subEna BOOLEAN SV dchg PICS_SUBST
subVal ENUMERATED SV dchg PICS_SUBST
subQ Quality SV dchg PICS_SUBST
subID VISIBLE STRING64 SV dchg PICS_SUBST
Configuration, description and extension
d VISIBLE STRING255 DC O

35
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M

Tabela 3.7 – Data Object “Str” da CDC ACD pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ACD class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
Str
Data Attribute
Status
General BOOLEAN ST dchg M 15642 - Protec MI Amperim Fases.
Amp> Direcção (este parâmetro vem
dirGeneral ENUMERATED ST dchg M
da Protecção Direccional de Fases).
phsA BOOLEAN ST dchg GC_2 (1) 15634 - Protec MI Amperim Fase A.
dirPhsA ENUMERATED ST dchg GC_2 (1) Unknown.
phsB BOOLEAN ST dchg GC_2 (2) 15635 - Protec MI Amperim Fase B.
dirPhsB ENUMERATED ST dchg GC_2 (2) Unknown.
phsC BOOLEAN ST dchg GC_2 (3) 15636 - Protec MI Amperim Fase C.
dirPhsC ENUMERATED ST dchg GC_2 (3) Unknown.
Neut BOOLEAN ST dchg GC_2 (4)
dirNeut ENUMERATED ST dchg GC_2 (4)
Fica inválida se alguma das gates
q Quality ST qchg M
anteriores ficar inválida.
Última alteração de uma das gates
t TimeStamp ST M
anteriores.
Configuration, description and extension
d VISIBLE STRING255 DC O
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M

Tabela 3.8 – Data Object “Op” da CDC ACT pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ACT class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
Op
Data Attribute
Status
General BOOLEAN ST dchg M 15646 - Disparo MI Amperim Fases.
phsA BOOLEAN ST dchg O 15637 - Disparo MI Amperim Fase A.
phsB BOOLEAN ST dchg O 15638 - Disparo MI Amperim Fase B.
phsC BOOLEAN ST dchg O 15639 - Disparo MI Amperim Fase C.
Neut BOOLEAN ST dchg O
Fica inválida se alguma das gates
q Quality ST qchg M
anteriores ficar inválida.
Última alteração de uma das gates
t TimeStamp ST M
anteriores.
Origin Originator ST O
operTmPhsA TimeStamp ST O
operTmPhsB TimeStamp ST O
operTmPhsC TimeStamp ST O
Configuration, description and extension
d VISIBLE STRING255 DC O
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M

36
Tabela 3.9 – Data Object “StrVal” da CDC ASG pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ASG class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
StrVal
Data Attribute
Setting
setMag AnalogueValue SP dchg AC_NSG_M Amp>Iop.
setMag AnalogueValue SG,SE AC_SG_M
Configuration, description and extension
units Unit CF dchg O Dimensionless (pu).
sVC ScaledValueConfig CF dchg AC_SCAV
minVal AnalogueValue CF dchg O 0,200
maxVal AnalogueValue CF dchg O 40,000
stepSize AnalogueValue CF dchg O
d VISIBLE STRING255 DC O
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M

Tabela 3.10 – Data Object “OpDlTmms” da CDC ING pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ING class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
OpDlTmms
Data Attribute
Setting
setVal INT32 SP dchg AC_NSG_M Amp>Top.
setVal INT32 SG,SE AC_SG_M
Configuration, description and extension
minVal INT32 CF dchg O 0
maxVal INT32 CF dchg O 60000
stepSize INT32U CF dchg O
d VISIBLE STRING255 DC O
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M

Tabela 3.11 – Data Object “DirMod” da CDC ENG pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ENG class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
DirMod
Data Attribute
Setting
Non Directional – 1;
Forward – 2;
setVal ENUMERATED SP dchg AC_NSG_M
Reverse – 3.
Ver Tabela 3.11.1
setVal ENUMERATED SG,SE AC_SG_M
Configuration, description and extension
minVal INT32 CF dchg O
maxVal INT32 CF dchg O
stepSize INT32U CF dchg O
d VISIBLE STRING255 DC O
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M

37
Tabela 3.11.1 – Direccionalidade: Parâmetro “AMPPTOC01.DirMod.SetVal”.
Modo Direccional
Parâmetro Parametrização
Amp> Estado ON OFF ON OFF
Amp> Direcção FRENTE FRENTE TRÁS TRÁS
DirMod Forward Non Directional Reverse Non Directional

Legenda da tabela 3.11.1: Amp> Direcção – Parâmetro que vem da Protecção Direccional de Fases;
Amp> Estado – Parâmetro que vem da Protecção Direccional de Fases;
DirMod – É o sentido de actuação da protecção.

Tabela 3.12 – Data Object “Ang” da CDC ASG pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ASG class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
Ang
Data Attribute
Setting
setMag AnalogueValue SP dchg AC_NSG_M Ângulo Caract.
setMag AnalogueValue SG,SE AC_SG_M
Configuration, description and extension
units Unit CF dchg O deg - 9 (degrees).
sVC ScaledValueConfig CF dchg AC_SCAV
minVal AnalogueValue CF dchg O 30,000
maxVal AnalogueValue CF dchg O 60,000
stepSize AnalogueValue CF dchg O
O parâmetro corresponde ao ângulo de
binário máximo da característica
d VISIBLE STRING255 DC O direccional e é comum a todos os
escalões da Protecção de Máximo de
Corrente de Fases.
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M

Tabela 3.13 – Data Object “DirOpMinV” da CDC ENG pertencente ao Nó Lógico AMPPTOC01.
ENG class
Nome do Condição do
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo atributo
DirOpMinV
Data Attribute
Setting
Amp> Op Umin (este parâmetro vem da
setVal ENUMERATED SP dchg AC_NSG_M
Protecção Direccional de Fases).
setVal ENUMERATED SG,SE AC_SG_M
Configuration, description and extension
minVal INT32 CF dchg O
maxVal INT32 CF dchg O
stepSize INT32U CF dchg O
Parâmetro que regula a actuação da
função em caso de falta da grandeza
de polarização (tensão composta) por
d VISIBLE STRING255 DC O
um tempo superior ao de memória do
seu valor.
Opções: 1-Não direccional; 2-Bloqueio.
dU UNICODE STRING255 DC O
cdcNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
cdcName VISIBLE STRING255 EX AC_DLNDA_M
Modelo IEC 61850 TPU S420
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M (documento onde o Data Object se
encontra definido).

38
O Nó Lógico correspondente à protecção Cronométrica (Máximo de Corrente de Limiar Baixo
de Tempo Definido/Inverso) é exibido na tabela 3.14. Tal como na tabela 3.4, as linhas a
amarelo correspondem às extensões efectuadas ao LN. A parametrização dos Data Objects é
semelhante à descrita anteriormente para o LN AMPPTOC01, pelo que não será repetida a sua
exposição. Essa informação encontra-se exposta no documento “TPU S420, Tese IEC 61850”
(presente no CD que acompanha esta dissertação).

Tabela 3.14 – Nó Lógico CRNPTOC01 da Protecção de Máximo de Corrente de Fases.


PTOC class
TPU
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
S420
Escalão de Máximo de Corrente de Limiar Baixo de
CRNPTOC01 Tempo Definido/Inverso correspondente á protecção de
máximo de corrente de fases.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
Status Information
Str ACD Arranque do escalão de limiar baixo (geral e por fases). M X
Op ACT Disparo do escalão de limiar baixo (geral e por fases). T M X
TmASt CSD O
Controls
OpCntRs INC O
Settings
TmACrv CURVE Parâmetro correspondente ao tipo de curva. O X
TmAChr33 CSG O
StrVal ASG Valor para o qual é accionada a opção Tempo Definido. O X
Define o ponto da curva de Tempo Inverso em que o
InvStrVal ASG E X
tempo de disparo é Infinito.
Parâmetro correspondente ao factor de escala que
permite ajustar os tempos operacionais do escalão
TmMult ASG cronométrico e, deste modo, encontrar o ponto óptimo O X
para coordenação com as outras protecções de tempo
inverso a jusante.
MinOpTmms ING O
MaxOpTmms ING O
O parâmetro define o tempo entre o aparecimento do
OpDlTmms ING O X
defeito e a actuação da protecção.
O rearme da função pode ser estático ou dinâmico, por
TypRsCrv ENG O X
selecção do valor do parâmetro.
RsDlTmms ING O
Parâmetro que permite definir a direcção para a qual a
DirMod ENG função deve disparar caso ocorra um defeito. O X
Hipóteses: Não direccional; Para trás; Para a frente.
O parâmetro corresponde ao ângulo de binário máximo
da característica direccional e é comum a todos os
Ang ASG E X
escalões da Protecção de Máximo de Corrente de
Fases.
Parâmetro que regula a actuação da função em caso
DirOpMinV ENG de falta da grandeza de polarização (tensão composta) E X
por um tempo superior ao de memória do seu valor.

Tal como foi feito para o LN descrito anteriormente, adiciona-se a este LN não só os Data
Objects, “Ang” da CDC ASG e “DirOpMinV”, da CDC ENG, mas também se acrescenta um
novo Data Object para o campo “Inv>Iop”, o “Inverse Start Value”, ou seja, o “InvStrVal”, da
CDC ASG. Esta nova extensão é indispensável, pois permite definir o valor para o qual é

39
accionada a opção Tempo Inverso. Assim, e caso seja escolhida a opção de Tempo Inverso é
este o valor que acciona a função. Caso contrário, isto é, caso se opte pela opção de Tempo
Definido, o valor para o qual é accionada a função é o definido no parâmetro “StrVal”.

De seguida explica-se como é executado o preenchimento do campo “TmACrv.setCharact” do


LN CRNPTOC01. Com uma combinação dos parâmetros “Def/Inv> Operação”, “Inv> Norma” e
“Inv> Curva” obtém-se a curva escolhida para a protecção cronométrica. Por exemplo, se
“Def/Inv> Operação” = TEMPO INVERSO, “Inv> Norma” = I.E.E.E. e “Inv> Curva” = NI, a curva
escolhida é a Normalmente Inversa da ANSI (IEEE) que corresponde ao número 3 da lista
definida na parte 7.3 da norma para o atributo “setCharact”. Este atributo pode tomar os
valores: 1; 2; 3; 5; 9; 10; 12; 15 segundo as seguintes combinações dos parâmetros do escalão
cronométrico da função de Máxima Intensidade de Corrente de Fases:
 Def/Inv> Operação = TEMPO INVERSO + Inv> Norma = I.E.E.E. + Inv> Curva = EI → 1;
 Def/Inv> Operação = TEMPO INVERSO + Inv> Norma = I.E.E.E. + Inv> Curva = MI → 2;
 Def/Inv> Operação = TEMPO INVERSO + Inv> Norma = I.E.E.E. + Inv> Curva = NI → 3;
 Def/Inv> Operação = TEMPO DEFINIDO + Inv> Norma = I.E.E.E. → 5;
 Def/Inv> Operação = TEMPO INVERSO + Inv> Norma = C.E.I. + Inv> Curva = NI → 9;
 Def/Inv> Operação = TEMPO INVERSO + Inv> Norma = C.E.I. + Inv> Curva = MI → 10;
 Def/Inv> Operação = TEMPO INVERSO + Inv> Norma = C.E.I. + Inv> Curva = EI → 11;
 Def/Inv> Operação = TEMPO DEFINIDO + Inv> Norma = C.E.I. → 15.

Em que o parâmetro “Def/Inv> Operação” permite a escolha do modo de funcionamento de


entre as duas opções possíveis: TEMPO DEFINIDO ou TEMPO INVERSO. O parâmetro “Inv>
Norma” permite escolher a norma a que a curva de tempo inverso ou definido obedece (CEI ou
IEEE). Por fim o parâmetro “Inv> Curva” possibilita a escolha do tipo de curva de tempo inverso
(NI, MI ou EI, caso seja Normalmente Inversa, Muito Inversa ou Extremamente Inversa
respectivamente).

Na tabela 3.15 apresenta-se o Nó Lógico correspondente à protecção Universal (Máximo de


Corrente Universal de Tempo Definido). Mais uma vez, assinalado a amarelo nesta tabela,
podem ser identificadas as extensões efectuadas ao LN.

40
Tabela 3.15 – Nó Lógico UNVPTOC01 da Protecção de Máximo de Corrente de Fases.
PTOC class
TPU
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
S420
Escalão de Máximo de Corrente Universal de Tempo
UNVPTOC01 Definido correspondente á protecção de máximo de
corrente de fases.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
Status Information
Str ACD Arranque do escalão universal (geral e por fases). M X
Op ACT Disparo do escalão universal (geral e por fases). T M X
TmASt CSD O
Controls
OpCntRs INC O
Settings
TmACrv CURVE O
TmAChr33 CSG O
O parâmetro é o valor de corrente acima do qual este
StrVal ASG O X
escalão actua.
TmMult ASG O
MinOpTmms ING O
MaxOpTmms ING O
O parâmetro define o tempo entre o aparecimento do
OpDlTmms ING defeito e a actuação da protecção de limiar alto (pode O X
tomar o valor de zero).
TypRsCrv ENG O
RsDlTmms ING O
Parâmetro que permite definir a direcção para a qual
DirMod ENG a função deve disparar caso ocorra um defeito. O X
Hipóteses: Não direccional; Para trás; Para a frente.
O parâmetro corresponde ao ângulo de binário
máximo da característica direccional e é comum a
Ang ASG E X
todos os escalões da Protecção de Máximo de
Corrente de Fases.
Parâmetro que regula a actuação da função em caso
de falta da grandeza de polarização (tensão
DirOpMinV ENG E X
composta) por um tempo superior ao de memória do
seu valor.

Igualmente ao descrito anteriormente, adicionam-se também a este LN os Data Objects, “Ang”


da CDC ASG e “DirOpMinV”, da CDC ENG. A parametrização dos Data Objects é mais uma
vez semelhante à descrita para o LN AMPPTOC01 (tabelas 3.4 a 3.13), pelo que não será
repetida a sua exposição.

3.2.2 Supervisão das Manobras do Disjuntor

A função de Supervisão das Manobras do Disjuntor encontra-se descrita no documento interno


“TPU-S420 Edição 1 - Manual do Utilizador”. Esta tem por objectivo a monitorização da correcta
execução dos comandos dados sobre o disjuntor e permite não só fazer o controlo da operação do
equipamento, mas também sinalizar diferentes tipos de avarias.

Quando é dada uma ordem de abertura ou fecho, inicia-se a contagem de uma temporização, ao fim
da qual, se não tiver havido a alteração esperada do estado do disjuntor, é emitida uma sinalização

41
de avaria da manobra. Esta sinalização só é cancelada quando existir nova mudança de estado do
aparelho. A parametrização dos tempos de abertura e de fecho pode tomar valores diferentes.

Esta função permite também a supervisão da respectiva mola. Esta operação pressupõe a
existência de uma temporização para o rearme da mola, após uma ordem de disparo. Assim, é
emitida uma sinalização de avaria da mola, sempre que o tempo em que o contacto de mola frouxa
permanecer activo exceder o valor parametrizado.

A TPU S420 gera também sinalizações de alarme, não só quando o número de manobras de
abertura iguala um valor especificado, mas também, quando o somatório das correntes cortadas por
algum dos pólos do disjuntor atingir um limiar máximo especificado nos dados da função.
A esta função de Supervisão das Manobras do Disjuntor embutiu-se a função de Supervisão do
Circuito de Disparo. A avaria do circuito que liga o contacto de saída da protecção à bobina
respectiva é uma das razões para, após ser dada uma ordem de disparo, o disjuntor não abrir.

A função de Supervisão do Circuito de Disparo arranca quando é detectada uma


descontinuidade do circuito e o disjuntor está fechado. Se, após uma temporização definida,
não houver mudança de estado do disjuntor, é considerada a existência de uma avaria e
produzida uma sinalização de alarme.

Partindo da informação contida no documento interno “TPU-S420 Edição 1 - Manual do


Utilizador” relativa, não só à descrição das variáveis lógicas do módulo da Supervisão das
Manobras do Disjuntor, mas também relacionada com os parâmetros da Supervisão das Manobras
do Disjuntor e do Circuito de Disparo, apresentada nas tabelas 3.16 e 3.17, mapeou-se esta
função através de quatro Nós Lógicos já existentes na norma. Os quatro Nós Lógicos sobre os
quais recaiu a escolha foram: o XCBR (tabela 3.18), que é o LN definido na norma para a
modulação do disjuntor; o SSWI (tabela 3.19), para mapear a informação relativa à supervisão
das manobras do disjuntor; o CSWI (tabela 3.20), que é o Nó Lógico correspondente ao
controlo do disjuntor; o SOPM (tabela 3.21), que é um LN previsto pela norma para a
supervisão dos mecanismos relacionados com o disjuntor.

De notar que a informação contida no LN SPRGSOPM01 (tabela 3.21) poderia aparecer no LN


SUPSSWI01 (tabela 3.19), como uma extensão ao próprio LN. È também digna de realce a
escolha do LN SSWI em prejuízo do LN SCBR (Circuit Breaker Wear Supervision). A
explicação deve-se ao facto do LN SCBR ser descrito na norma como um LN com o fim de
supervisão do próprio aparelho, enquanto que o LN SSWI (Circuit Switch Supervision) está
mais ligado à supervisão das manobras levadas a cabo pelo disjuntor. Também se usou, para
o mapeamento desta função, o mesmo código de cores descrito anteriormente, isto é as
extensões efectuadas ao LN encontram-se assinaladas a amarelo.

42
Tabela 3.16 – Parâmetros da Supervisão das Manobras do Disjuntor (fonte: [22], tabela 6.52).

Tabela 3.17 – Parâmetros da Supervisão do Circuito de Disparo (fonte: [22], tabela 6.49).

Assim, o Nó Lógico correspondente à modulação do disjuntor é o XCBR01 e é apresentado na


tabela 3.18.

Tabela 3.18 – Nó Lógico XCBR01 da Supervisão de Manobras do Disjuntor.


XCBR class
TPU
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
S420
XCBR01 Nó Lógico correspondente à modulação do disjuntor.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
Sinalização correspondente ao modo local/remoto do
LocKey SPS M X
aparelho.
LocSta SPC O
FALSE = não permitido a este nível; TRUE = permitido
Loc SPS M X
a este nível.
EEHealth ENS O
EEName DPL O
OpCnt INS Contador de operações não reiniciável. M X
Controls
Pos DPC Estado do disjuntor. M X
BlkOpn SPC Bloqueio de abertura. M X
BlkCls SPC Bloqueio de fecho. M X
ChaMotEna SPC O
Metered Values
SumSwARs BCR O
Status Information
CBOpCap INS O
POWCap INS O
MaxOpCap INS O
Sinalização de máximo do somatório das correntes
MaxCurAlm SPS E X
cortadas.
Settings
O máximo admissível para as correntes cortadas pelo
CurAlm ASG E X
disjuntor pode ser definido regulando este parâmetro.

43
Adiciona-se a este LN dois Data Objects, um correspondente a uma informação de estado
designada de “MaxCurAlm”, ou seja “Maximum Current Alarm” da CDC SPS, para o campo
2 2
“Alarme Maximo I Disjuntor” e outro relativo ao parâmetro “Sup Disj> Alarme I ”, estendido
como “Current Alarm”, ou seja, o setting “CurAlm” da CDC ASG.

Na tabela 3.19 apresenta-se o Nó Lógico correspondente ao Módulo de supervisão do circuito


de disparo e das manobras do disjuntor.

Tabela 3.19 – Nó Lógico SUPSSWI01 da Supervisão de Manobras do Disjuntor.


SSWI class
TPU
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
S420
Módulo de supervisão do circuito de disparo e das
SUPSSWI01
manobras do disjuntor.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
EEHealth ENS O
EEName DPL O
Status Information
MechAlm ENS O
OpTmAlm SPS O
Sinalização correspondente à sinalização de avaria do
ColAlm SPS O X
circuito de disparo (bobina de disparo do disjuntor).
PhDif SPS T O
OpCnt INS O
Sinalização correspondente ao alarme associado a
OpCntAlm SPS O X
um número de manobras de aberturas.
OpCntWrn SPS O
OpTmAlm SPS O
OpTmWrn SPS O
OpTmh INS O
Settings
OpAlmTmh ING O
OpWrnTmh ING O
Parâmetro correspondente ao número máximo de
OpAlmNum ING O X
aberturas do disjuntor.
OpWrnNum ING O
Este parâmetro representa o tempo máximo que a
entrada de supervisão pode estar a zero com o
CBCtlTmms ING E X
disjuntor fechado, sem ser sinalizada a avaria do
circuito.

Cria-se também para este LN um novo Data Object para o campo “Sup Circ Disparo> T
Confirm”, denominado “Circuit Breaker Control Time in milliseconds”, ou seja, “CBCtlTmms” da
CDC ING.

Como já foi antes referido, o Nó Lógico escolhido para mapear o controlo do disjuntor foi o
CBCSWI01. O mapeamento deste LN é apresentado de seguida na tabela 3.20.

44
Tabela 3.20 – Nó Lógico CBCSWI01 da Supervisão de Manobras do Disjuntor.
CSWI class
TPU
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
S420
CBCSWI01 Nó Lógico correspondente ao controlo do disjuntor.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
LocKey SPS O
LocSta SPC O
Loc SPS O
OpCntRs INC O
Controls
Pos DPC Posição do disjuntor. M X
PosA DPC O
PosB DPC O
PosC DPC O
Status Information
OpOpn ACT Sinalização correspondente ao comando de abertura T O
X
de disjuntor.
SelOpn SPS O
OpCls ACT Sinalização correspondente ao comando de fecho de T O X
disjuntor.
SelCls SPS O
CBOpnAlm SPS Sinalização de avaria de manobra de abertura. E X
CBClsAlm SPS Sinalização de avaria de manobra de fecho. E X
Settings
OpnTmms ING O parâmetro indica o tempo máximo permitido para a E X
manobra de abertura.
ClsTmms ING O parâmetro indica o tempo máximo permitido para a E X
manobra de fecho.

Para neste LN se passar toda a informação relativa ao controlo do disjuntor, torna-se


necessário acrescentar quatro novos Data Objects. São eles o “CBOpnAlm” (“Circuit Breaker
Open Alarm”) da CDC SPS, o “CBClsAlm” (“Circuit Breaker Close Alarm”) também da CDC
SPS, o “OpnTmms” (“Open Time”) e o “ClsTmms” (“Close Time”), ambos da CDC ING. Estes
Data Objects pretendem passar a informação contida nos campos “Avaria Abertura Disjuntor”,
“Avaria Fecho Disjuntor”, “Sup Disj> T Abertura” e “Sup Disj> T Fecho” respectivamente.

Por fim, na tabela 3.21 apresenta-se o LN SPRGSOPM01, responsável pela supervisão da


mola do disjuntor.

45
Tabela 3.21 – Nó Lógico SPRGSOPM01 da Supervisão de Manobras do Disjuntor.
SOPM class
TPU
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
S420
SPRGSOPM01 Nó Lógico de supervisão da mola do disjuntor.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
EEHealth ENS O
EEName DPL O
Status Information
MotOp SPS O
MotStrAlm SPS O
HyAlm SPS O
HyBlk SPS O
EnBlk SPS O
EnAlm SPS Sinalização de avaria da mola do disjuntor. O X
MotAlm SPS O
HeatAlm SPS O
Settings
MotAlmTms ING O
MotAlmNum ING O
MotStrIntv ING O
SpringTmms ING Se o contacto de mola frouxa estiver activo durante E X
um tempo superior ao regulado neste parâmetro, a
correspondente sinalização de avaria será gerada.

Neste LN escolhe-se o Data Object “EnAlm” para passar a sinalização de avaria da mola do
disjuntor, pois este é definido pela norma como responsável pela sinalização de defeito num
mecanismo do disjuntor. A este LN adiciona-se também um novo setting, o “SpringTmms”,
correspondente à temporização associada à supervisão da mola.

3.2.3 Religação Automática

Apresenta-se agora o mapeamento da função de Religação Automática. O seu funcionamento


consiste na desligação temporária de uma linha após a detecção de um defeito e respectivo
isolamento durante um tempo determinado. Segue-se depois a ordem de reposição tendo
como base a probabilidade de o defeito se ter extinguido entretanto. Após um tempo de
isolamento (tempo desde a abertura até à ordem de fecho do disjuntor), que visa a extinção do
defeito, a função dá ordem de fecho ao disjuntor. Logo que executada a ordem, se o defeito se
tiver extinguido, decorrerá um tempo de bloqueio de modo a confirmar a ausência de defeito.
No caso do defeito se manter após o fecho do disjuntor, a religação passará ao próximo ciclo
se assim estiver configurado, caso contrário deixará o disjuntor aberto sinalizando disparo
definitivo.

Tendo por base os dados retirados do documento interno “TPU-S420 Edição 1 - Manual do
Utilizador” e apresentados nas tabelas 3.22 e 3.23, mapeou-se o LN FUNRREC01 (tabela
3.24). A escolha recaiu obviamente no LN RREC (Autoreclosing), já existente na norma IEC
61850.

46
Tabela 3.22 – Descrição das variáveis lógicas da função Religação Automática (fonte: [22], tabela 6.31).

Tabela 3.23 – Parâmetros da Religação Automática (fonte: [22], tabela 6.30).

Na tabela 3.24 apresenta-se o Nó Lógico correspondente à função de Religação Automática


Mais uma vez, assinalado a amarelo nesta tabela podem ser encontradas as extensões
efectuadas ao LN.

47
Tabela 3.24 – Nó Lógico FUNRREC01 da Religação Automática.
RREC class
TPU
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
S420
FUNRREC01 Módulo responsável pela Religação Automática.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
Status Information
Blk SPS Sinalização de religação bloqueada. O X
BlkRef ORG O
TrBeh ENS O
Sinalização relativo à indicação do número de ciclo
RecCyc INS O X
actual.
OpCls ACT Comando de fecho para disjuntor. M X
Sinalização de Estado geral da religação.
AutoRecSt ENS M X
Hipóteses: 1 - pronta; 2 - em curso.
AutoCycSt ENS O
Settings
TrMod1 ING O
Parâmetro correspondente ao número máximo de ciclos
MaxCyc ING O X
que podem ser executados, definido pelo fabricante.
Parâmetro correspondente ao número máximo de ciclos
UseCyc ING que podem ser executados em sequência pela função, O X
definido pelo utilizador.
MaxTmms ING O
RecTmms1 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 1º ciclo. O X
RecTmms2 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 2º ciclo. O X
RecTmms3 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 3º ciclo. O X
RecTmms4 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 4º ciclo. O X
RecTmms5 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 5º ciclo. O X
PlsTmms ING O
ClsTmms ING O
RclTmms ING O
O parâmetro deverá ser configurado tendo em conta os
tempos associados à manobra do disjuntor, quer de
abertura ou fecho. Se o disjuntor não mudar de estado
CBTmms ING E X
durante este tempo, após uma ordem da função de
religação, este será dado como avariado para a função
de religação.
O parâmetro indica o tempo que um ciclo rápido deverá
esperar antes de dar ordem de abertura do disjuntor e
OpDlTmms ING tem como objectivo evitar religações provocadas por E X
arranques e rearmes muito rápidos das funções de
protecção.
Associados a cada um dos cinco ciclos possíveis da
Religação Automática, existe um conjunto de
CycTyp1 ENG E X
parâmetros semelhantes. Este parâmetro define o tipo
de ciclo, podendo escolher.
CycTyp2 ENG A definição é igual à do setting anterior. E X
CycTyp3 ENG A definição é igual à do setting anterior. E X
CycTyp4 ENG A definição é igual à do setting anterior. E X
CycTyp5 ENG A definição é igual à do setting anterior. E X
O parâmetro diz respeito à temporização que decorre
após a ordem de fecho do disjuntor pela função de
BlkTmms1 ING E X
Religação Automática para confirmação da existência ou
não do defeito.
BlkTmms2 ING A definição é igual à do setting anterior. E X
BlkTmms3 ING A definição é igual à do setting anterior. E X
BlkTmms4 ING A definição é igual à do setting anterior. E X
BlkTmms5 ING A definição é igual à do setting anterior. E X

48
É necessário criar-se um novo Data Object para o campo “Top Disjuntor”, com o nome
“CBTmms”, “Circuit Breaker Time”, pertencente à CDC ING. Adiciona-se também a este LN um
Data Object já existente na biblioteca IEC 61850, o “OpDlTmms” da CDC ING, para o campo
“Top Rápida”. Para os campos “Ciclo n> Operação” e “Ciclo n> T Bloqueio”, torna-se também
inevitável estender o LN RREC com os settings “CycTyp1” (“Cycle Type”) da CDC ENG e
“BlkTmms1” (“Block Time”) da CDC ING respectivamente. Estes dois últimos Data Objects
podem ser estendidos no LN de 1 a n ciclos, tal como previsto no ponto 14.4 da parte 7.1 da
norma

3.2.4 Reposição de Tensão

Esta função tem como principal objectivo a desligação, após uma queda de tensão e a
posterior reposição automática da linha, após a normalização da mesma. A Reposição de
Tensão é normalmente uma função abrangente a todo o sistema de automação da subestação.

Este automatismo está ligado à Protecção de Mínimo de Tensão executada na própria unidade.
O funcionamento da Reposição de Tensão consiste na monitorização do estado da Protecção
de Mínimo de Tensão e também do estado do disjuntor de modo a tomar acções sobre o
mesmo, em função do valor da tensão.

Assim, com base na descrição das variáveis lógicas, contida na tabela 3.25, e na informação
sobre os parâmetros desta função expressa na tabela 3.26 construi-se o LN VOLRLSR01
(tabela 3.28). Uma vez, que a norma não prevê nenhum Nó Lógico para a Reposição de
Tensão tornou-se necessária a criação de um novo Nó Lógico, segundo as regras descritas no
capitulo 14 da parte 7.1 da IEC 61850. Assim, o nome escolhido para o novo LN de Deslastre e
Reposição de Carga é RLSR (Load Shedding and Restoration After Trip). Este LN é do tipo R
(Logical nodes for protection related functions), uma vez que é uma função complentar às
funções de protecção e a escolha do seu nome é explicada pela tabela 3.27.

Tabela 3.25 – Descrição das variáveis lógicas do módulo Reposição de Tensão (fonte: [22], tabela 6.36).

49
Tabela 3.26 – Parâmetros da Reposição de Tensão (fonte: [22], tabela 6.35).

Tabela 3.27 – Explicação do nome dado ao LN RLSR.


1. Character 2. Character 3. Character 4. Character
Logical Node Group Indication

R for “Protection Related Functions” Load Shedding Restoration

Na tabela 3.28 apresenta-se o Nó Lógico correspondente à função de Reposição de Tensão. Tal


como anteriormente, assinalado a amarelo nesta tabela podem ser encontradas as extensões
efectuadas ao LN e uma vez que o LN é uma extensão à norma, todos os seus Data Objects,
excepto o “Mod” e o “Beh”, são eles próprios extensões e por isso aparecem a amarelo.

Tabela 3.28 – Nó Lógico VOLRLSR01 da Reposição de Tensão.


RLSR class
TPU
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
S420
Função que permite efectuar o automatismo de
VOLRLSR01
deslastre e reposição de tensão.
Data Objects
Common Logical Node Information
Mod ENC Mode. M X
Beh ENS Behavior. M X
Status Information
Str ACD Condição de arranque da função. E X
Op ACT Condição de rearme da função. E X
Settings
Parâmetro que permite escolher o modo de operação
da função, ou seja, se vai ser executado apenas
VOpMod ENG deslastre ou deslastre e reposição. Hipóteses: E X
1 – DESLASTRE
2 – DESLASTRE + REPOSIÇÃO
HzOpMod ENG E
O parâmetro diz respeito ao tempo que a função leva
VChkTms ING para considerar a tensão normal, após as funções de E X
Protecção de Mínimo de Tensão rearmarem.
HzChkTms ING E
Este parâmetro indica o tempo que a função espera
OpDlTmms ING após ter condições para repor e a ordem efectiva de E X
reposição.

Como este LN se destina não só a mapear a função de Reposição de Tensão, mas também a
função de Reposição de Frequência, foram criados para o LN RLSR mais Data Objects que os
estritamente necessários para a Reposição de Tensão. Deste modo, evita-se a criação de dois
Nós Lógicos distintos para funções semelhantes.

50
Assim, para o LN RLSR criam-se Data Objects para o campo “Operação” (da função de
Reposição de Tensão e de Reposição de Frequência), o “VOpMod” (“Voltage Operate Mode”) e
o “HzOpMod” (“Frequency Operate Mode”), ambos da CDC ENG. Para o campo “T
Confirmação” (tanto da função de Reposição de Tensão, como da Reposição de Frequência)
acrescentam-se os settings “VChkTms” (“Voltage Check Time”) e “HzChkTms” (“Frequency
Check Time”) da CDC ING.

Adiciona-se um setting já existente na biblioteca IEC 61850, o “OpDlTmms” da CDC ING, para
mapear o campo “T Passagem”. Juntam-se igualmente os Data Objects “Str” da CDC ACD e
“Op” da CDC ACT, já existentes na biblioteca da norma, responsáveis pelas sinalizações de
arranque e de disparo da função.

Nas tabelas 3.29 a 3.35 exibe-se o mapeamento dos Data Objects pertencentes ao LN
VOLRLSR01, tal como convencionado na parte 7.3 da norma. Nestas tabelas apenas se
apresentam os Data Attributes necessários para o mapeamento dos respectivos Data Objects.

Tabela 3.29 – Data Object “Mod” da CDC ENC pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01.
ENC class
Condição
Nome do
Tipo do Atributo FC TrgOp do TPU S420
Atributo
atributo
Mod
Data Attribute
Status
stVal ENUMERATED ST dchg M Estado
q Quality ST qchg M Sempre ok.
t TimeStamp ST M Estado (data da alteração do parâmetro).
Configuration, description and extension
Dado que pode ser escrito com influência directa no
ctlModel CtlModels CF dchg M
modelo dos controlos.
Dado que pode ser escrito com influência directa no
sboTimeout INT32U CF dchg AC_CO_O
modelo dos controlos.
Parameters for control services
ctlVal ENUMERATED M Estado.

Tabela 3.30 – Data Object “Beh” da CDC ENS pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01.
ENS class
Nome do Condição
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo do atributo
Beh
Data Attribute
Status
No caso das TPU x420 não vai suportar blocked e
stVal ENUMERATED ST dchg M test e para além disso o LLN0 tem sempre o valor
ON pelo que na prática é igual ao Mod.
q Quality ST qchg M Sempre ok.
t TimeStamp ST M Estado (data da alteração do parâmetro).

51
Tabela 3.31 – Data Object “Str” da CDC ACD pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01.
ACD class
Nome do Condição
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo do atributo
Str
Data Attribute
Status
General BOOLEAN ST dchg M 39424 – Deslastre Tensão
dirGeneral ENUMERATED ST dchg M Unknown.
Fica inválida se a gate anterior ficar
q Quality ST qchg M
inválida.
t TimeStamp ST M Última alteração da gate anterior.
Configuration, description and extension
d VISIBLE STRING255 DC O Condição de arranque da função.

Tabela 3.32 – Data Object “Op” da CDC ACT pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01.
ACT class
Nome do Condição
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo do atributo
Op
Data Attribute
Status
General BOOLEAN ST dchg M 39425 – Fim Deslastre Tensão
q Quality ST qchg M Fica inválida se a gate anterior ficar inválida.
t TimeStamp ST M Última alteração da gate anterior.
Configuration, description and extension
d VISIBLE STRING255 DC O Condição de rearme da função.

Tabela 3.33 – Data Object “VOpMod” da CDC ENG pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01.
ENG class
Nome do Condição
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo do atributo
VOpMod
Data Attribute
Status
setVal ENUMERATED ST dchg AC_NSG_M Operação.
Configuration, description and extension
1 – DESLASTRE
2 – DESLASTRE + REPOSIÇÃO
Parâmetro que permite escolher o modo de
d VISIBLE STRING255 DC O
operação da função, ou seja, se vai ser
executado apenas deslastre ou deslastre e
reposição.
Modelo IEC 61850 TPU S420 (documento
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M
onde o Data Object se encontra definido).

Tabela 3.34 – Data Object “VChkTms” da CDC ING pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01.
ING class
Nome do Condição
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo do atributo
VChkTms
Data Attribute
Setting
setVal INT32 SP dchg AC_NSG_M T Confirmação
Configuration, description and extension
minVal INT32 CF dchg O 1
maxVal INT32 CF dchg O 300
O parâmetro diz respeito ao tempo que a
função leva para considerar a tensão normal,
após as funções de Protecção de Mínimo de
d VISIBLE STRING255 DC O Tensão rearmarem e visa reduzir a
probabilidade de execução de um número de
manobras elevado (reposição com novo
deslastre e posterior reposição).
Modelo IEC 61850 TPU S420 (documento
dataNs VISIBLE STRING255 EX AC_DLN_M
onde o Data Object se encontra definido).

52
Tabela 3.35 – Data Object “OpDlTmms” da CDC ING pertencente ao Nó Lógico VOLRLSR01.
ING class
Nome do Condição
Tipo do Atributo FC TrgOp TPU S420
Atributo do atributo
OpDlTmms
Data Attribute
Setting
setVal INT32 SP dchg AC_NSG_M T Passagem
Configuration, description and extension
minVal INT32 CF dchg O 0
3
maxVal INT32 CF dchg O 300,000 x 10
Este parâmetro indica o tempo que a função
d VISIBLE STRING255 DC O espera após ter condições para repor e a
ordem efectiva de reposição.

3.2.5 Reflexões acerca do modelo de dados da TPU S420

Uma da questões pertinentes que a criação deste modelo de dados levantou, prende-se com o
facto de a norma não prever a possibilidade de se parametrizar o campo “units” com as opções
p.u. (valor por unidade) ou %. Assim, para se resolver este problema existem duas hipóteses:
ou se opta por não se preencher este campo, ou então, e tal como foi feito para o modelo de
dados da TPU S420, este campo é mapeado com a indicação “Dimensionless”.

É igualmente importante notar que neste modelo de dados não se está a passar a informação
relacionada com a descrição das variáveis lógicas tanto da protecção direccional de fases,
como da direccional de terra. Uma vez que esta informação não é indispensável, opta-se por
não a mapear. Caso se quisesse passar esta informação, uma das hipóteses seria usar seis
LN’s do tipo PDIR (três para a direccional de terra e outros três para a direccional de fases)
para mapear a lógica de arranque e disparo dos diferentes escalões (amperimétrica,
cronométrica e universal), através dos Data Objects “Str” e “Op”. Ainda no que concerne à
função de protecção direccional optou-se por passar os seus parâmetros estendendo os LN’s
PTOC (das protecções de máximo de corrente de fases e de terra). Outra opção seria usar um
RDIR para cada uma destas funções de protecção e assim, embora acrescentando mais LN’s
ao modelo, evitar algumas extensões à norma.

Também para o mapeamento desta unidade de protecção e controlo houve a necessidade de


criar dois novos LN’s para as funções de deslastre (tensão e frequência), sendo ambos do tipo
R (Logical nodes for protection related functions).

Outra opção que foi tomada na criação deste modelo de dados, está relacionada com o facto
de apenas se passar a informação de arranque e disparo de cada escalão de uma função e
não a informação do arranque e do disparo da função (ou seja o “OU” lógico de todos os
escalões). Um exemplo do atrás referido é a função de Protecção de Máximo de Corrente de
Fases, (ponto 3.2.1 deste documento) onde apenas se passa a informação de arranque e
disparo dos escalões (amperimétrico, cronométrico e universal) desta função. Assim, se um
utilizador quiser para si esta informação (por exemplo arranque e disparo da função de

53
Protecção de Máximo de Corrente de Fases) terá de fazer uma combinação lógica destas
variáveis através de um “OU” lógico dos arranques e disparos dos escalões, pois basta que um
dos escalões arranque para a função arrancar.

3.3 Unidades de protecção e controlo da gama TPU x500

A TPU x500 é a nova família de unidades de protecção e controlo da Efacec projectada tendo
em conta a nova norma IEC 61850. A TPU x500 corresponde a uma gama de unidades de
protecção para equipamentos da rede de transporte.

Esta nova gama, que está actualmente em desenvolvimento e cujas inovações resultam da
introdução da nova norma “IEC 61850: Communication Networks and Systems in Substations”,
tem a sua comercialização prevista para o ano de 2010.

A gama x500 inclui uma unidade de protecção e controlo de (auto)-transformador denominada


TPU T500, para subestações de transporte e distribuição de energia ou outras aplicações,
integrando entre outras a função de protecção diferencial de transformador. A TPU T500 pode
ser aplicada em painéis de: transformador de dois ou três enrolamentos; auto-transformador de
dois ou três enrolamentos; transformador desfasador.

Na gama x500 existe uma unidade de protecção e controlo de linha denominada TPU D500,
para subestações de transporte e distribuição de energia ou outras aplicações, integrando
entre outras a função de protecção diferencial de linha. A TPU D500 pode ser aplicada em
painéis de linha de dois ou três terminais e em situações onde cada um dos terminais pode
estar ligado em topologias de disjuntor simples, disjuntor e meio, duplo barramento ou anel.

A gama x500 inclui uma unidade de protecção e controlo de linha denominada TPU L500, para
subestações de transporte e distribuição de energia ou outras aplicações, integrando entre
outras a função de protecção de distância. A TPU L500 pode ser aplicada em painéis de linha
de dois ou três terminais e como no caso anterior em situações onde cada um dos terminais
pode estar ligado em topologias de disjuntor simples, disjuntor e meio, duplo barramento ou
anel.

Esta nova família de unidades de protecção e controlo contém uma unidade de protecção e
controlo de barramento denominada TPU B500, para subestações de transporte e distribuição
de energia ou outras aplicações, integrando entre outras a função de protecção diferencial de
barramento. Inclui também uma unidade de controlo de painel denominada BCU 500,
integrável ao nível de painéis de subestações de distribuição e transporte de energia. A mesma
pode ser aplicada num conjunto diversificado de topologias de subestação e painel, incluindo
os casos de topologias de disjuntor simples, disjuntor e meio, duplo barramento ou anel.

54
A TPU x500 deve integrar as funções indicadas na tabela 3.36.

Tabela 3.36 – Lista de funções constituintes da gama x500 e sua distribuição pelas diferentes unidades
de protecção e controlo que a constituem (fonte: [26]).
TPU TPU TPU BCU
Funções da gama x500
T500 D500 L500 500
Bloqueio de Fecho X X X X
Bloqueio por Oscilação de Potência / Disparo por Perda de Sincronismo X X X X
Contagem de Energia X X X X
Controlo e Supervisão de Comutadores de Tomadas X X
Controlo e Supervisão de Disjuntores X X X X
Controlo e Supervisão de Seccionadores X X X X
Diagrama de Carga X X X X
Detecção de Condutor Partido X X
Detecção de Pólo Aberto X X
Diferencial de Linha X
Diferencial de Transformador X
Diferencial Restrita de Terra X
Distância X X X
Falha de Disjuntor X X X X
Fecho sobre Defeito X X X
Lógica de Disparo X X X
Máximo de Corrente de Fases (Direccional) X X X X
Máximo de Corrente de Sequência Inversa (Direccional) X X X
Máximo de Corrente de Terra (Direccional) X X X X
Máximo de Corrente de Terra para Defeitos Resistivos X X X
Máximo de Frequência X X X
Máximo de Tensão de Fases X X X X
Máximo de Tensão Residual X X X X
Medidas Monofásicas X X X X
Medidas Trifásicas X X X X
Mínimo de Frequência X X X X
Mínimo de Tensão de Fases X X X X
Oscilografia X X X X
Qualidade de Energia X X X X
Regulação Automática de Tensão X X
Relatório de Incidentes X X X X
Religação X X X
Sobrecargas X X X
Sobreexcitação X
Stub X X X
Supervisão de TI X X X X
Supervisão de TT X X X X
Taxa de Variação de Frequência X X X X
Teledisparo X X
Teleprotecção associada à Protecção de Distância, com Lógica de Eco e
X X
Disparo por Fonte Fraca
Teleprotecção associada à Protecção Direccional de Terra, com Lógica
X X
de Eco e Disparo por Fonte Fraca
Verificação de Sincronismo e de Presença de Tensão X X X

55
O controlador de painel disponibiliza um modelo complexo de informação para automação,
numa base de dados interna ao IED. O modelo de informação está organizado de forma
hierárquica e é orientado ao objecto. Este modelo permite conformidade com a norma IEC
61850-7 e contém todos os dados produzidos ou monitorizados pelos diversos módulos
funcionais do controlador de painel.

O modelo de dados suporta objectos primitivos dos tipos seguintes: inteiros com e sem sinal de
8, 16, 32, 64 e 128 bits; números de vírgula flutuante de 32 e 64 bits; cadeias de caracteres de
tamanho variável em ASCII; booleanos; períodos temporais com resolução ao nanossegundo,
atributos de qualidade e alcance de pelo menos 100 anos; instantes temporais com resolução
ao nanossegundo, atributos de qualidade e alcance de pelo menos 200 anos a partir do ano de
1900. O modelo de dados suporta objectos compostos: enumerados, (vectores unidimensionais
e estruturas (fonte: [26]).

O mesmo modelo suporta também classes de dados comuns associadas a: estados (pelo
menos simples e duplos); medidas (pelo menos simples, complexas e amostras); controlos
(pelo menos simples e duplos); parâmetros (pelo menos estados, inteiros e de vírgula
flutuante); descritivos (fonte: [26]).

O modelo de serviços suporta leitura/escrita e publicação/subscrição de dados. Este mesmo


modelo suporta igualmente execução de controlos, gestão de parâmetros, substituição de
dados, transferência (leitura e escrita) e eliminação de ficheiros (fonte: [26]).

As unidades da gama x500 disponibilizam uma interface comunicativa Ethernet TCP/IP. As


referidas unidades suportam uma interface comunicativa IEC 61850-8-1, disponibilizando
serviços de servidor MMS e publicação/subscrição GOOSE. As referidas unidades suportam
outras stacks protocolares sobre a interface Ethernet, designadamente segundo a norma IEC
60870-5-104 (fonte: [26]).

As unidades da gama x500 disponibilizam um webserver embebido. A interface Web permite o


diagnóstico e manutenção do dispositivo e possibilita também a consulta e alteração de um
subconjunto da configuração do dispositivo a definir. Esta interface permite igualmente a
consulta de ficheiros disponibilizados pelo dispositivo e a visualização em tempo real do estado
do painel (fonte: [26]).

3.4 Modelo de dados da TPU x500

Com base no documento interno “TPU x500, Especificações” (fonte: [26]), elaborado e
fornecido pela Efacec Engenharia SA, onde são resumidos os requisitos gerais aplicáveis à

56
nova família de unidades de protecção e controlo x500, procedeu-se à criação de um modelo
de dados para a TPU x500, como especificado na parte 7 da norma IEC 61850, o qual se
encontra descrito no documento “TPU x500, Tese IEC 61850” (presente no CD que
acompanha esta dissertação).

A criação deste modelo de dados está intimamente ligada à criação da própria unidade, uma
vez que o processo de criação do modelo de dados depende directamente do desenvolvimento
das funcionalidades da unidade e vice-versa. Este processo distingue-se em vários aspectos
do processo de criação do modelo da TPU S420, exposto anteriormente, sendo o aspecto mais
importante o facto de a unidade estar a ser desenvolvida em simultâneo com o modelo de
dados, permitindo assim uma maior flexibilidade na construção do mesmo.

A produção deste modelo de dados para a TPU x500 caracteriza-se não só pela sua
flexibilidade, mas também por uma significativa alteração ao nível do tipo de variáveis
suportadas pelo modelo de dados interno, já muito mais ao estilo da IEC 61850. Agora e como
já referido no capítulo anterior, o modelo de dados suporta classes de dados comuns
associadas a estados, medidas, controlos e parâmetros.

Assim, criou-se este modelo de dados de duas formas distintas: em algumas situações partindo
da informação relativa às funções presentes na unidade, descrita no documento interno “TPU
x500, Especificações”, mapeando-a segundo a norma e mantendo em completo a filosofia da
Efacec para essa função; noutros casos, partindo da norma e aceitando as suas sugestões, ou
seja, aproveitando as indicações dadas na norma tanto ao nível de parâmetros como de
sinalizações de estado para redefinir a estrutura, tanto de funções, como do modo de actuação
geral da própria unidade.

Na elaboração do modelo de dados da TPU x500 não existiram preocupações ao nível das
limitações de memória da unidade. Este facto é semelhante ao sucedido com o mapeamento
da TPU S420, mas agora por razões distintas. Enquanto que o modelo idealizado para a TPU
S420 era apenas um exercício teórico de aplicação da norma e por essa razão não se teve em
conta as limitações de memória da unidade, neste caso e uma vez que a unidade está a ser
desenvolvida em simultâneo com o modelo de dados, essas limitações também não foram
tidas em conta.

O modelo de dados concebido para a TPU x500 distingue-se do modelo apresentado no ponto
3.2, pelo facto de neste modelo apenas ter existido a preocupação de criar um modelo de
dados, para as funções da gama 500, ao nível dos Nós Lógicos e dos seus Data Objects, não
havendo a necessidade de mapear os Data Attributes desses mesmos Data Objects.

57
Mais uma vez, e tal como usado no ponto 3.2, assinalado a amarelo nas tabelas que se
seguem (apresentadas nos pontos 3.4.1 a 3.4.5) podem ser identificadas as extensões
efectuadas aos Nós Lógicos. Uma diferença entre estas tabelas de LN’s e as anteriores, deve-
se ao facto de nestas tabelas apenas estarem representados os Data Objects que vão ser
usados em cada função.

As funções de protecção e controlo da TPU x500 incluídas no modelo de dados criado são:
 Bloqueio de Fecho;
 Bloqueio por Oscilação de Potência / Disparo por Perda de Sincronismo;
 Controlo de Disjuntores;
 Controlo de Seccionadores;
 Detecção de Pólo Aberto;
 Disparo Lógico do Disjuntor;
 Falha de Disjuntor;
 Localizador de Defeitos;
 Medida Monofásica;
 Medida Trifásica;
 Oscilografia;
 Protecção de Distância;
 Protecção de Fecho Sobre Defeito;
 Protecção de Máximo de Corrente de Fases (Direccional);
 Protecção de Máximo de Corrente de Terra (Direccional);
 Protecção de Máximo de Frequência;
 Protecção de Máximo de Tensão de Fases;
 Protecção de Máximo de Tensão Residual;
 Protecção de Mínimo de Frequência;
 Protecção de Mínimo de Tensão de Fases;
 Protecção de Sobrecargas;
 Protecção de Taxa de Variação de Frequência;
 Protecção Diferencial de Linha;
 Protecção Diferencial de Transformador;
 Protecção Diferencial Restrita de Terra;
 Religação Automática;
 Stub;
 Supervisão de Disjuntores;
 Supervisão de Seccionadores;
 Supervisão de TI;
 Supervisão de TT;
 Teledisparo;
 Teleprotecção Associada à Protecção de Distância;
 Teleprotecção Associada à Protecção Direccional de Terra;
 Verificação de Sincronismo e Presença de Tensão.

Na tabela D1.1 do Anexo D encontram-se as funções mapeadas correspondentes à TPU x500 e


os respectivos Nós Lógicos usados no mapeamento das mesmas. Para um maior
entendimento do modelo de dados elaborado para a TPU x500, tomar-se-á como exemplo,
para explicação do processo de mapeamento, as seguintes funções: Protecção Diferencial de
Transformador; Supervisão de Disjuntores; Controlo de Disjuntores; Religação Automática;

58
Supervisão de TT. Nos pontos seguintes, procede-se a uma descrição detalhada do processo
de criação do modelo referido, tomando como referência as funções anteriormente
mencionadas.

3.4.1 Protecção Diferencial de Transformador

O princípio de funcionamento da Protecção Diferencial consiste na comparação entre as


correntes de entrada e as correntes de saída do equipamento a proteger, neste caso um
transformador. Um defeito interno manifesta-se pelo aparecimento de uma corrente diferencial, isto
é, uma diferença entre o valor da corrente de entrada e de saída do equipamento, ao passo que, em
qualquer situação de carga ou defeito externo à zona de protecção, esta diferença é teoricamente
nula.

Para o mapeamento desta função escolheram-se os Nós Lógicos já existentes na norma PDIF
(tabela 3.38 e 3.39) e PHAR (tabela 3.40 e 3.41). O PDIF é o LN definido na norma para a
protecção diferencial e o LN PHAR destina-se a mapear a informação relativa ao bloqueio
harmónico. Tendo em conta a informação contida no documento interno “TPU x500,
Especificações” relativa às propriedades da função de Protecção Diferencial de Transformador
e apresentada resumidamente na tabela 3.37, criou-se o modelo desta função através dos Nós
Lógicos acima citados.

Tabela 3.37 – Resumo da informação relativa à função de Protecção Diferencial de


Transformador (fonte: [26]).
 A presente função tem como saídas específicas as sinalizações de arranque e disparo. As
mesmas devem estar discriminadas por fase e por escalão, ou seja, cada escalão irá
possuir sinalizações de arranque e disparo por cada uma das fases.
 A função disponibiliza dois escalões independentes entre si, um restrito e outro não restrito.
 O escalão não restrito permite ao utilizador definir o limiar de corrente diferencial. O
escalão restrito calcula e utiliza uma corrente de estabilização numa característica do tipo
biased com três troços para evitar disparos intempestivos da função de protecção.
 O escalão restrito efectua o bloqueio pela presença da segunda harmónica (inrush). Este
bloqueio deve ser sensível à razão entre a amplitude da segunda harmónica e amplitude
da componente fundamental, sendo o valor desta razão parametrizável pelo utilizador. Este
escalão bloqueia o disparo caso a razão entre as amplitudes da quinta harmónica e da
componente fundamental seja superior a um limite definido pelo utilizador. O bloqueio
harmónico permite, como opção, a utilização do bloqueio cruzado (Crossblock function), ou
seja, basta que uma das três fases entre na zona de bloqueio para bloquear o disparo da
função de protecção. A função inclui no conjunto de sinalizações o estado do arranque do
bloqueio harmónico, discriminado por fase.
 Ambos os escalões permitem definir um tempo adicional de atraso. O valor do tempo de
atraso pode ser parametrizado com um valor nulo.

Esta função tem quatro Nós Lógicos. Um correspondente à protecção diferencial não restrita e
outro à protecção diferencial restrita. Os restantes dois dizem respeito aos bloqueios da
segunda e quinta harmónica.

59
Na tabela 3.38, apresenta-se o Nó Lógico correspondente ao escalão diferencial não restrito
correspondente á Protecção Diferencial de Transformador. Uma vez que os dados contidos no
LN PDIF não eram suficientes para um completo mapeamento desta função, houve a
necessidade de estender o mesmo com o setting “OpDlTmms”, já existente na biblioteca IEC
61850, para desta forma parametrizar o tempo entre o arranque do escalão e a respectiva
ordem de disparo.

Tabela 3.38 – Nó Lógico TRNRSTPDIF1 da Protecção Diferencial de Transformador.


PDIF class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
TRNRSTPDIF1 Escalão diferencial não restrito correspondente á protecção
diferencial de transformador.
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
Status Information
Str ACD Arranque do escalão não restrito da protecção diferencial O
(geral e por fases).
Op ACT Disparo do escalão não restrito da protecção diferencial T M
(geral e por fases).
Settings
HiSet ING O parâmetro corresponde ao valor da corrente diferencial O
acima do qual a protecção não restrita actua.
OpDlTmms ING O parâmetro corresponde a um tempo adicional de atraso. O E
valor do tempo de atraso pode ser parametrizado com um
valor nulo.

O Nó Lógico correspondente ao escalão diferencial restrito da Protecção Diferencial de


Transformador é exibido na tabela 3.39. Também com este LN se verificou a necessidade de
extensões à norma, não só com o setting “OpDlTmms”, mas também criando três novos Data
Objects para passar neste LN a informação relacionada com a característica operacional deste
escalão. Uma vez que o LN PDIF não prevê nenhum setting para a activação do bloqueio
cruzado (Crossblock function), houve a necessidade de estender uma vez mais o LN, neste
caso com o setting “Crossblock” para possibilitar a referida escolha por um parâmetro.

Tabela 3.39 – Nó Lógico TRRSTPDIF1 da Protecção Diferencial de Transformador.


PDIF class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
TRRSTPDIF1 Escalão diferencial restrito correspondente á protecção
diferencial de transformador.
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
Status Information
Str ACD Arranque do escalão restrito da protecção diferencial (geral e O
por fases).

60
Op ACT Disparo do escalão restrito da protecção diferencial (geral e T M
por fases).
Measured Values
DifAClc WYE Medida da corrente diferencial por fase. O
RestA WYE Medida da corrente de estabilização. O
Settings
LoSet ING O parâmetro corresponde ao valor mínimo de corrente O
diferencial exigido para que a protecção actue (primeiro troço
da característica).
RstMod ENG Modos de bloqueio (tabela 3.39.1).
OpDlTmms ING O parâmetro corresponde a um tempo adicional de atraso. O E
valor do tempo de atraso pode ser parametrizado com um
valor nulo.
RstCrvSl1 ASG O parâmetro define o declive do segundo troço da E
característica.
RstCrvSl2 ASG O parâmetro define o declive do terceiro troço da E
característica.
RstCrvChg ASG O parâmetro define o valor da corrente restritiva para o qual E
se faz a transição do troço com o declive 1 para o troço com
o declive 2 da característica operacional. É também regulado
em função da corrente nominal dos TI do primário.
Crossblock SPG Parâmetro que activa/inibe o bloqueio cruzado. E

Tabela 3.39.1 – Informação relativa aos modos de bloqueio do LN TRRSTPDIF1.


Restraint Mode Value
None 1
2nd Harmonic 2
5th Harmonic 3
2nd & 5th Harmonic 4

A justificação, para que tanto a informação relativa às medidas da corrente, como o parâmetro
que activa ou inibe o bloqueio cruzado apenas aparecerem no LN TRRSTPDIF1, deve-se ao
facto do escalão restrito ser o escalão preferencial da função diferencial. Na realidade esta
informação poderia aparecer replicada nos dois escalões, mas isso seria apenas uma
sobrecarga de memória da unidade sem razão lógica aparente

Nas tabelas 3.40 e 3.41 são apresentados os Nós Lógicos referentes ao bloqueio da segunda e
da quinta harmónica de corrente para a protecção diferencial de transformador. De notar que
em ambos os LN´s se optou por não usar o setting “HaRst”, já existente no LN PHAR, que
permite efectuar a escolha do número da harmónica. Optou-se por não se usar este setting
uma vez era necessário ter dois LN’s do tipo PHAR, pois a TPU x500 prevê a possibilidade do
bloqueio da 2ª e 5ª harmónica em simultâneo. Existia também a hipótese de se usar este
parâmetro apenas para passar a informação relativa à harmónica em questão. O maior
inconveniente desta última solução prende-se com o facto de se passar a ter um setting que
não poderia ser alterado pelo utilizador, tornando-se assim meramente informativo e algo não
compatível com a filosofia que a Efacec quer implementar nesta gama de funções de protecção
e controlo. Nestes LN’s, correspondentes aos bloqueios harmónicos, revelou-se a necessidade
de se realizar uma extensão, para deste modo mapear a informação relativa à medida das
harmónicas da corrente diferencial.

61
Tabela 3.40 – Nó Lógico TRDIF2PHAR1 da Protecção Diferencial de Transformador.
PHAR class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
a
TRDIF2PHAR1 Nó Lógico correspondente ao bloqueio da 2 harmónica de
corrente para a protecção diferencial de transformador.
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
Measured Values
HDifA WYE Medida das harmónicas da corrente diferencial por fase. E
Status Information
Str ACD Sinalização de arranque de bloqueio por restrição de M
segunda harmónica.
Settings
a
PhStr ASG O parâmetro permite ajustar a restrição por 2 harmónica. O O
seu valor é a percentagem de 2ª harmónica, relativamente à
fundamental, presente na corrente diferencial, acima da qual
a actuação da Protecção Diferencial restrita é bloqueada.

Tabela 3.41 – Nó Lógico TRDIF5PHAR1 da Protecção Diferencial de Transformador.


PHAR class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
a
TRDIF5PHAR1 Nó Lógico correspondente ao bloqueio da 5 harmónica de
corrente para a protecção diferencial de transformador.
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
Measured Values
HDifA WYE Medida das harmónicas da corrente diferencial por fase. E
Status Information
Str ACD Sinalização de arranque de bloqueio por restrição de quinta M
harmónica.
Settings
a
PhStr ASG O parâmetro permite ajustar a restrição por 5 harmónica. O O
seu valor é a percentagem de 5ª harmónica, relativamente à
fundamental, presente na corrente diferencial, acima da qual
a actuação da Protecção Diferencial restrita é bloqueada.

3.4.2 Supervisão de Disjuntores

Esta função possibilita a monitorização da correcta execução dos comandos dados sobre o
disjuntor, sinalizando os diferentes tipos de avarias.

Para o mapeamento desta função, contou-se com a informação compreendida, não só na parte
7.4 da norma, relativa aos LN’s XCBR e SSWI, mas também no documento interno “TPU x500,
Especificações” referente à função de Supervisão de Disjuntores e apresentada
resumidamente na tabela 3.42.

62
A escolha para a modulação desta função caiu sobre os LN´s acima referidos. Esta opção
deve-se ao facto de a norma já prever, não só um LN para a modulação do disjuntor (XCBR),
mas também um LN destinado a mapear a informação relativa à supervisão das manobras do
disjuntor (SSWI).

Tabela 3.42 – Resumo da informação relativa à função de Supervisão de Disjuntores (fonte: [26]).
 O comando do disjuntor deve ter em conta o modo local/remoto do aparelho, caso esta
informação esteja disponível.
 O módulo de supervisão deve disponibilizar entradas para associação a bloqueios das
manobras de abertura e de fecho específicos do órgão. Devem ser igualmente
disponibilizadas as medidas da última corrente cortada e do somatório do quadrado das
correntes cortadas por fase do disjuntor.
 Os tempos de abertura e fecho podem ser supervisionados, sujeitos a tempos máximos
configuráveis distintos, gerando sinalizações de avaria no caso de serem excedidos.
 Deve ser gerado um alarme associado a um número de manobras de abertura superior a
um limiar configurável. Deve também ser gerado, por fase, um alarme associado a um
somatório do quadrado das correntes cortadas pelo disjuntor superior a um limiar
configurável.
 Deve poder ser activada de forma independente a funcionalidade de supervisão da
discordância de pólos do disjuntor. O atraso temporal entre a detecção do pólo aberto e a
activação do alarme de discordância de pólos é parametrizável.
 A temporização após a qual é activado o alarme de falha do circuito de disparo é
parametrizável.
 Esta função deve contemplar as seguintes saídas específicas:
o Falha do circuito de disparo, por fase e bobina de disparo do disjuntor.
o Alarme de discordância de pólos, que pode ser usada para abertura dos restantes pólos
do disjuntor.

Nas tabelas 3.43 a 3.47 são apresentados os Nós Lógicos, XCBR1, PHSAXCBR1,
PHSBXCBR1, PHSCXCBR1 e SSWI1, referentes à Supervisão de Disjuntores.

Tabela 3.43 – Nó Lógico XCBR1 da função de Supervisão de Disjuntores.


XCBR class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
XCBR1 Nó Lógico correspondente à modulação do disjuntor (geral).
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
LocKey SPS Sinalização correspondente ao modo local/remoto do M
aparelho.
Loc SPS FALSE não permitido a este nível; TRUE = permitido a este M
nível.
OpCnt INS Contador de operações não reiniciável. M
Controls
Pos DPC Estado do disjuntor. M
BlkOpn SPC Bloqueio de abertura. M
BlkCls SPC Bloqueio de fecho. M
Metered Values
SumSwARs BCR Medida do somatório do quadrado das correntes cortadas. O
TripA MV Medida da ultima corrente cortada. E

63
Tabela 3.44 – Nó Lógico PHSAXCBR1 da função de Supervisão de Disjuntores.
XCBR class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
PHSAXCBR1 Nó Lógico correspondente à modulação do disjuntor (fase A).
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
LocKey SPS Sinalização correspondente ao modo local/remoto do M
aparelho.
Loc SPS FALSE não permitido a este nível; TRUE = permitido a este M
nível.
OpCnt INS Contador de operações não reiniciável. M
Controls
Pos DPC Estado do disjuntor (fase A). M
BlkOpn SPC Bloqueio de abertura (fase A). M
BlkCls SPC Bloqueio de fecho (fase A). M
Metered Values
SumSwARs BCR Medida do somatório do quadrado das correntes cortadas O
(fase A).
TripA MV Medida da ultima corrente cortada (fase A). E

Tabela 3.45 – Nó Lógico PHSBXCBR1 da função de Supervisão de Disjuntores.


XCBR class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
PHSBXCBR1 Nó Lógico correspondente à modulação do disjuntor (fase B).
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
LocKey SPS Sinalização correspondente ao modo local/remoto do M
aparelho.
Loc SPS FALSE não permitido a este nível; TRUE = permitido a este M
nível.
OpCnt INS Contador de operações não reiniciável. M
Controls
Pos DPC Estado do disjuntor (fase B). M
BlkOpn SPC Bloqueio de abertura (fase B). M
BlkCls SPC Bloqueio de fecho (fase B). M
Metered Values
SumSwARs BCR Medida do somatório do quadrado das correntes cortadas O
(fase B).
TripA MV Medida da ultima corrente cortada (fase B). E

64
Tabela 3.46 – Nó Lógico PHSCXCBR1 da função de Supervisão de Disjuntores.
XCBR class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
PHSCXCBR1 Nó Lógico correspondente à modulação do disjuntor (fase C).
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
LocKey SPS Sinalização correspondente ao modo local/remoto do M
aparelho.
Loc SPS FALSE não permitido a este nível; TRUE = permitido a este M
nível.
OpCnt INS Contador de operações não reiniciável. M
Controls
Pos DPC Estado do disjuntor (fase C). M
BlkOpn SPC Bloqueio de abertura (fase C). M
BlkCls SPC Bloqueio de fecho (fase C). M
Metered Values
SumSwARs BCR Medida do somatório do quadrado das correntes cortadas O
(fase C).
TripA MV Medida da ultima corrente cortada (fase C). E

Tabela 3.47 – Nó Lógico SSWI1 da função de Supervisão de Disjuntores.


SSWI class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
SSWI1 Módulo de supervisão do circuito de disparo e das manobras
do disjuntor.
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
Status Information
PhDif SPS Sinalização de alarme de discordância de pólos, que pode T O
ser usada para abertura dos restantes pólos do disjuntor.
OpCntAlm SPS Sinalização correspondente ao alarme associado a um O
número de manobras de aberturas.
CBOpnAlm SPS Sinalização de avaria. O tempo de abertura do disjuntor foi E
excedido.
CBClsAlm SPS Sinalização de avaria. O tempo de fecho do disjuntor foi E
excedido.
TrCircAlm1 ACT Falha do circuito de disparo 1 (geral e por fases). E
TrCircAlm2 ACT Falha do circuito de disparo 2 (geral e por fases). E
SumCurAlm SPS Sinalização de máximo do somatório das correntes cortadas. E
Settings
OpAlmNum ING Parâmetro correspondente ao número máximo de aberturas O
do disjuntor.
TrCircTmms ING Parâmetro correspondente à temporização após a qual é E
activado o alarme de falha do circuito de disparo.
OpnTms ING Parâmetro relativo ao tempo de abertura do disjuntor. E
ClsTms ING Parâmetro relativo ao tempo de fecho do disjuntor. E
CurAlm ASG Parâmetro relativo ao máximo admissível para as correntes E
cortadas pelo disjuntor.
OpnPlTmms ING Parâmetro que corresponde ao atraso temporal entre a E
detecção do pólo aberto e a activação do alarme de
discordância de pólos.
TrCirc ENG Parâmetro correspondente à activação da funcionalidade de E
supervisão do circuito de disparo. Hipóteses: 1 – On com
uma entrada binária; 2 – On com duas entradas binárias; 3 –
Off.

65
Enquanto que para os LN’s da classe XCBR apenas existe a necessidade de efectuar uma
extensão, ataravés do Data Object “TripA” (“Current that was interrupted during last open
operation”) já existente na biblioteca IEC 61850, para o completo mapeamento do LN SSWI1 é
fundamental recorrer-se a mais extensões. Assim, adicionam-se ao LN SSWI1 os Data Objects
“CBOpnAlm” (“Circuit Breaker Open Alarm”) e “CBClsAlm” (“Circuit Breaker Close Alarm”) da
CDC ING para sinalizar avarias por se ter excedido o tempo de abertura ou de fecho
respectivamente. É igualmente necessário acrescentar à norma os parâmetros “OpnTms”
(“Open Time in seconds”) e “ClsTms” (“Close Time in seconds”) da CDC ING responsáveis pela
definição das temporizações associadas à abertura e ao fecho do disjuntor. Para passar a
informação de falha dos circuitos de disparo 1 e 2, tanto geral como por fase, estende-se o
mesmo LN com os Data Objects “TrCircAlm1” (“Trip Circuit Alarm 1”) e “TrCircAlm2” (“Trip
Circuit Alarm 2”) da CDC ACT. Escolhe-se a CDC ACT pois esta permite passar informação
não só geral como por fase evitando-se deste modo a extensão do LN com oito Data Objects
da CDC SPS para mapear a mesma informação. Mais uma vez é imprescindível a extensão da
norma com o setting “TrCircTmms” (“Trip Circuit Time in milliseconds”) para parametrizar a
temporização após a qual é activado o alarme de falha do circuito de disparo. Ainda no mesmo LN e
com o objectivo de mapear a sinalização de máximo do somatório das correntes cortadas, cria-
se mais um novo Data Object da CDC SPS, denominado “SumCurAlm” (“Sum Current Alarm”).
Adiciona-se igualmente o setting “CurAlm” (“Current Alarm”), que é um parâmetro relativo ao
máximo admissível pelo disjuntor para as correntes cortadas. Também ao mesmo LN junta-se
um novo setting, o “TrCirc” (“Trip Circuit”) da CDC ENG, correspondente à activação da
funcionalidade de supervisão do circuito de disparo. O LN SSWI1 fica completo com a adição
do parâmetro “OpnPlTmms” (“Open Pole Time in milliseconds”), que equivale ao atraso
temporal entre a detecção do pólo aberto e a activação do alarme de discordância de pólos.

3.4.3 Controlo de Disjuntores

Esta função, presente na TPU x500, tem tal como o nome indica, a finalidade de controlar as
manobras do disjuntor e de fornecer uma imagem do estado do disjuntor a ela associado.

Tendo novamente como suporte o documento interno “TPU x500, Especificações” da Efacec e
com base na informação aí contida acerca da função de Controlo de Disjuntores, a qual está
sumariamente apresentada na tabela 3.48, criou-se o Nó Lógico CBCSWI1, o qual se encontra
representado na tabela 3.49. A escolha recaiu obviamente no LN CSWI (Switch Controller).
Este LN já se encontra definido em IEC 61850-7-4 e destina-se ao controlo de disjuntores.

66
Tabela 3.48 – Resumo da informação relativa à função de Controlo de Disjuntores (fonte: [26]).
 O módulo de comando deve aceitar ordens de manobra de abertura ou fecho, manuais ou
automáticas, sobre o disjuntor associado. As manobras de abertura podem ser
discriminadas por fase no caso de disjuntores com possibilidade de abertura monopolar.
 O módulo de comando deve avaliar o modo local/remoto relativo aos vários níveis de
actuação e bloquear ou não as ordens recebidas de acordo com este. Este módulo deve
também originar comandos de abertura e de fecho directamente sobre o módulo de
disjuntor.
 As manobras de fecho devem considerar um tempo máximo de espera pelas condições de
sincronismo, distinto para manobras manuais e automáticas.
 Deve ser disponibilizada uma imagem do estado do disjuntor associado e deve igualmente
ser disponibilizado um contador de comandos de abertura do disjuntor, que possa ser
reinicializado a zero.

Tabela 3.49 – Nó Lógico CBCSWI1 da função de Controlo de Disjuntores.


CSWI class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
CBCSWI1 Módulo correspondente ao controlo do disjuntor.
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
OpCntRs INC Parâmetro correspondente ao contador de comandos de O
abertura do disjuntor, que pode ser reinicializado a zero.
Controls
Pos DPC Posição do disjuntor. M
PosA DPC Posição do disjuntor por fase (A). O
PosB DPC Posição do disjuntor por fase (B). O
PosC DPC Posição do disjuntor por fase (C). O
Status Information
OpOpn ACT Parâmetro correspondente ao comando de abertura de T O
disjuntor (as manobras de abertura podem ser discriminadas
por fase no caso de disjuntores com possibilidade de
abertura monopolar).
OpCls ACT Parâmetro correspondente ao comando de fecho de T O
disjuntor.
SynPrg SPS Sincronização em curso. E

Este Nó Lógico necessita apenas de uma extensão, uma vez que os restantes Data Objects
previstos pela norma para o CSWI são suficientes para passar toda a informação desejada.
Assim, este LN para além de possuir um parâmetro correspondente ao contador de comandos
de abertura do disjuntor, controla também a posição do disjuntor (geral e por fases). A única
extensão necessária corresponde ao setting “SynProg” (“Synchrocheck in progress”), da CDC
SPS. De notar que este parâmetro já se encontra definido na biblioteca IEC 61850, mais
propriamente no LN RSYN.

3.4.4 Religação Automática

A função de Religação Automática tem como principal objectivo a reposição em serviço da


linha após a eliminação de defeitos temporários ou intermitentes, habituais em redes aéreas.

67
Com base nos dados retirados do documento interno “TPU x500, Especificações” e
apresentados na tabela 3.50, mapeou-se o LN FUNRREC1 exibido na tabela 3.51. Tal como
aconteceu para a mesma função no modelo da TPU S420 (ponto 3.2.3 do presente
documento), a escolha neste caso também incidiu no LN RREC (Autoreclosing), presente na
biblioteca IEC 61850.

Tabela 3.50 – Resumo da informação relativa à função de Religação Automática (fonte: [26]).
 Este módulo será responsável pela religação automática, avaliando as condições externas
e internas e gerindo os tempos associados ao próprio mecanismo.
 A religação deverá implementar a possibilidade de constituição de ciclos de religação (até
5) com diferentes tipos de disparo e tempos de isolamento (tempo de pólo aberto ou de
disjuntor aberto). O tempo de isolamento e o tipo de disparo deverão ser configurados de
forma distinta para cada um dos 5 ciclos de religação.
 Em adição ao ponto anterior, a função de religação deverá reportar os estados internos de
funcionamento da religação em curso, por cada ciclo, nomeadamente o disparo (tripped), o
fim do tempo de isolamento (time to reclose) e de confirmação (reclaim).
 A religação deverá reportar acontecimentos instantâneos como a Religação Bem Sucedida
a Religação Mal Sucedida, e o Disparo Definitivo.
 O tempo de operação (tempo máximo entre o arranque e o disparo) deverá ser configurado
por parâmetro definível pelo utilizador, podendo não ser utilizado, ou seja, não havendo
verificação de tempo de disparo desde o arranque da religação.
 Durante o tempo de confirmação é avaliado o aparecimento de novo defeito (através do
arranque dos elementos que iniciam a religação). Se a temporização expirar, a religação é
bem sucedida. Se o incidente for reincidente antes da expiração do tempo, a religação é
dada como mal sucedida: se parametrizado deve ser iniciado novo ciclo de disparo; se for
o ultimo ciclo ou se não estiverem ciclos configurados, o disparo não originará religação
automática (disparo definitivo).
 A função deverá gerar pelo menos as seguintes informações disponíveis para registo de
eventos e lógica definida pelo utilizador:
o Tipo de disparo para o próximo disparo;
o Comando de fecho para disjuntor;
o Comando de abertura para disjuntor;
o Sinalização de Estado geral da Religação: Pronta, em Curso, Bem Sucedida, Mal
Sucedida;
o Sinalização de Religação Bloqueada;
o Sinalização dos estados gerais da Religação em curso: disparo, espera de fecho, tempo
de confirmação;
o Indicação do número de ciclo actual;

68
Tabela 3.51 – Nó Lógico FUNRREC1 da função de Religação Automática.
RREC class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
FUNRREC1 Módulo responsável pela religação automática.
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
Status Information
Blk SPS Sinalização de religação bloqueada. O
TrBeh ENS O parâmetro diz respeito ao tipo de disparo para o próximo O
disparo. Hipóteses: 1 - disparo monofásico; 2 - indefinido; 3 -
disparo trifásico.
RecCyc INS Sinalização relativa à indicação do número de ciclo actual. O
OpCls ACT Comando de fecho para disjuntor. M
OpOpn ACT Comando de abertura para disjuntor. E
AutoRecSt ENS Sinalização de Estado geral da religação. Hipóteses: 1 - M
pronta; 2 - em curso; 3 - bem sucedida; 4 - mal sucedida.
AutoCycSt ENS Sinalização dos estados gerais da religação em curso. O
Hipóteses: 1 - disparo (tripped); 2 - fim do tempo de
isolamento (time to reclose); 3 - fim do tempo de confirmação
(wait for complete).
WaitTm SPS Indicação de “wait for master” (prolongamento de tempo de E
isolamento para outra função de Religação).
Settings
TrMod1 ING Parâmetro correspondente ao tipo de disparo do 1º ciclo. O
TrMod2 ING Parâmetro correspondente ao tipo de disparo do 2º ciclo. O
TrMod3 ING Parâmetro correspondente ao tipo de disparo do 3º ciclo. O
TrMod4 ING Parâmetro correspondente ao tipo de disparo do 4º ciclo. O
TrMod5 ING Parâmetro correspondente ao tipo de disparo do 5º ciclo. O
UseCyc ING Parâmetro correspondente ao número máximo de ciclos que O
podem ser executados em sequência pela função.
RecTmms1 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 1º ciclo. O
RecTmms2 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 2º ciclo. O
RecTmms3 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 3º ciclo. O
RecTmms4 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 4º ciclo. O
RecTmms5 ING Parâmetro relativo ao tempo de isolamento do 5º ciclo. O
ClsTmms ING Tempo de confirmação. O
CBOpnTmms ING Parâmetro relativo ao tempo de abertura do disjuntor. E
CBClsTmms ING Parâmetro relativo ao tempo de fecho do disjuntor. E
SynChkTmms ING Parâmetro relativo ao tempo máximo de verificação de E
sincronismo.
BlkTmms ING Tempo mínimo que a função de Religação Automática E
deverá permanecer bloqueada.
VChkTmms ING Tempo mínimo durante o qual as tensões da linha têm de se E
encontrar acima do limiar mínimo de tensão para que o seu
estado seja considerado estável.
LivLinVal ASG Parâmetro correspondente ao limiar mínimo de tensão para E
que a linha seja considerada “viva”.
BlkEvoFlt SPG Parâmetro que permite configurar qual o comportamento que E
a função de Religação Automática deverá ter perante a
detecção de defeito evolutivo, podendo então originar um
disparo trifásico ou iniciar um ciclo trifásico.
EvoFltTmms ING Parâmetro correspondente tempo de isolamento que deverá E
ser tido em conta no caso da detecção de defeito evolutivo.
OpDlTmms ING Parâmetro que corresponde ao tempo de operação (tempo E
máximo entre o arranque e o disparo).

Neste LN achou-se importante acrescentar um Data Object para passar o comando de abertura
do disjuntor. Para manter a interoperabilidade simples, como imposto pela norma, escolhe-se o

69
nome de “OpOpn” (“Operation Open”), uma vez que a norma já define para este LN o comando
de fecho com a nomenclatura de “OpCls” (“Operation Close”) e tal como este, o novo Data
Object pertencerá à CDC ACT. Também para mostrar a sinalização de prolongamento do
tempo de isolamento para outra função de religação, acrescenta-se a este LN um novo Data
Object da CDC SPS, com o nome de “WaitTm” (“Wait Time”). Para um completo mapeamento
desta função é necessário estender o LN RREC com os parâmetros “CBOpnTmms” (“Circuit
Breaker Open Time in milliseconds”) e “CBClsTmms” (“Circuit Breaker Close Time in
milliseconds”), da CDC ING, relativos ao tempo de abertura e fecho do disjuntor. Existe ainda a
necessidade de aumentar este LN com o setting “SynChkTmms” (“Synchrocheck Time in
milliseconds”) da CDC ING, para passar o parâmetro relativo ao tempo máximo de verificação
de sincronismo. Uma vez que o LN RREC não prevê um parâmetro referente ao tempo mínimo
que a função de Religação Automática deverá permanecer bloqueada, impõe-se uma nova
extensão à norma, neste caso com o setting “BlkTmms” (“Block Time in milliseconds”) da CDC
ING. Também neste LN a norma não prevê nenhum setting relativo ao tempo mínimo durante o
qual as tensões da linha têm de se encontrar acima do limiar mínimo de tensão para que o seu
estado seja considerado estável e assim, mais uma extensão se torna necessária. Para tal,
cria-se o setting “VChkTmms” (“Voltage Check Time in milliseconds”) da CDC ING. Usando um
setting já definido na biblioteca da norma, o “LivLinVal” (“Live Line Value”) da CDC ASG,
estende-se novamente o LN RREC para assim se poder mapear o parâmetro correspondente
ao limiar mínimo de tensão para que a linha seja considerada “viva”. Uma vez que na definição
deste LN, a norma não compreende nenhum setting para a configurar qual o comportamento
que a função de Religação Automática deverá ter perante a detecção de defeito evolutivo,
podendo então originar um disparo trifásico ou iniciar um ciclo trifásico, torna-se mais uma vez
fundamental estender este LN com o parâmetro “BlkEvoFlt” (“Block Evolution Fault”) da CDC
SPG. O mesmo se sucede no que diz respeito ao tempo de isolamento que deverá ser tido em
conta no caso da detecção de defeito evolutivo, existindo novamente a necessidade de
extensão com o setting “EvoFltTmms” (“Evolution Fault Time in milliseconds”) da CDC ING.
Para permitir que neste LN exista um parâmetro dedicado à definição de uma temporização
entre o arranque e o disparo desta função, torna-se necessário estender este LN com o
parâmetro “OpDlTmms” da CDC ING, que é um setting já definido na biblioteca IEC 61850.

3.4.5 Supervisão de TT

O objectivo da função de Supervisão dos TT é detecção de falhas nos circuitos dos


transformadores de tensão e respectiva sinalização da ordem de bloqueio das funções de
protecção, as quais se encontram dependentes, na sua actuação, da medida da tensão.

Com base na descrição da função fornecida pelo documento interno “TPU x500, Especificações”
e resumida na tabela 3.52 construi-se o LN RFFS1 apresentado na tabela 3.53. Para esta
função torna-se necessário criar um LN específico, pois a norma não prevê nenhum LN para

70
esta supervisão. O LN será do tipo R (Logical nodes for protection related functions), uma vez
que a supervisão de TT’s deverá detectar condições de falha nos circuitos de tensão e originar
o bloqueio imediato das funções de protecção que dependam da medida da tensão. O Nó
Lógico será então RFFS (Fuse Failure Supervision) de acordo com o especificado no ponto
14.5.1 da IEC 61850-7-1 Ed.2.

Tabela 3.52 – Resumo da informação relativa à função de Supervisão de TT (fonte: [26]).


 A supervisão de TT’s deverá detectar condições de falha nos circuitos de tensão e originar
o bloqueio imediato das funções de protecção que dependam da medida da tensão.
 A função deverá avaliar a simetria das tensões (detecção de troca de polaridades ou
sequência) para reportar a validade das medidas.
 Se só uma das componentes for habilitada para detecção de falhas, a verificação anterior
deve ser activada quando a tensão respectiva for superior a um limiar de tensão
configurável, sem que a corrente associada ultrapasse um correspondente limiar de
corrente também configurável.
 Quando a detecção de falhas por ambas as componentes estiver habilitada, a verificação
anterior deve ser activada quando a tensão residual ou a tensão inversa forem superiores a
limiares de tensão configuráveis, sem que a corrente residual e a corrente inversa
ultrapassem limiares respectivos de corrente também configuráveis.
 A função deverá gerar a sinalização “Falha de TT” para registo de eventos e lógica.

Tabela 3.53 – Nó Lógico RFFS1 da função de Supervisão de TT.


RFFS class
Nome do D.O. C.D.C. Explicação T M/O/E
RFFS1 Nó Lógico correspondente à função de supervisão de TT.
Data Objects
Mod ENC Mode. M
Beh ENS Behavior. M
Health ENS Health. M
NamPlt LPL Name plate. M
Status Information
FuFail SPS Sinalização de falha de TT. T E
DefaultV SPS Sinalização de ausência de tensões. E
ChgPolFail SPS Sinalização de inversão de polaridade. E
PhSeqFail SPS Sinalização de falha na sequência de fases. E
Settings
InvAStrVal ASG Parâmetro correspondente ao limiar de corrente inversa. E
ResAStrVal ASG Parâmetro correspondente ao limiar de corrente residual. E
InvVStrVal ASG Parâmetro correspondente ao limiar de tensão inversa. E
ResVStrVal ASG Parâmetro correspondente ao limiar de tensão residual. E
LatchTmms ING Parâmetro correspondente ao tempo para encravamento da E
falha.
MinVEv ASG Parâmetro correspondente à tensão trifásica mínima para E
avaliação.
MaxCurVa ASG Parâmetro correspondente à variação de corrente máxima. E
MeasEvTmms ING Parâmetro correspondente ao tempo de avaliação medida. E
MinPhCur ASG Parâmetro correspondente à corrente mínima de fase. E

Para o LN RFFS criam-se os Data Objects “InvAStrVal” (“Inverse Current Start Value”),
“ResStrVal” (“Residual Current Start Value”), “InvVStrVal” (“Inverse Voltage Start Value”) e

71
“ResVStrVal” (“Residual Voltage Start Value”) todos da CDC ASG, para passar os parâmetros
relativos aos limiares de tensão e corrente, tanto inversa como residual. Para mapear o tempo
de encravamento e o tempo de avaliação medida, criam-se os settings “LatchTmms” (“Lacth
Time in milliseconds”) e “MeasEvTmms” (“Measure Evaluation Time in milliseconds”)
respectivamente. Também para passar o parâmetro correspondente à tensão trifásica mínima
para avaliação tem se criar um novo setting, neste caso o “MinVEv” (“Minimum Voltage
Evaluation”). Os parâmetros “MaxCurVa” (“Maximum Current Variation”) e “MinPhCur”
(“Minimum Phase Current”), responsáveis pela parametrização da variação de corrente máxima
e da corrente mínima de fase respectivamente, são também extensões feitas à biblioteca IEC
61850. Adiciona-se também a este LN um setting já existente na biblioteca IEC 61850, mais
propriamente no LN TVTR (“Voltage transformer”), o “FuFail” da CDC SPS, para mostrar a
sinalização de falha de TT. Para apresentar as restantes sinalizações de ausência de tensões,
de inversão de polaridade e de falha na sequência de fases, criam-se os Data Objects
“DefaultV” (“Default Voltage”), “ChgPolFail” (“Change Polarity Failure”) e “PhSeqFail” (“Phase
Sequence Failure”) respectivamente. Este LN é ainda composto pelos Data Objects “Mod”,
“Beh”, “Health”, e “NamPlt” comuns a todos os LN’s.

3.4.6 Reflexões acerca do modelo de dados da TPU x500

Tal como para o modelo de dados da TPU S420, também no caso da gama 500 se optou por
passar apenas a informação de arranque e disparo de cada escalão de uma função e não a
informação do arranque e do disparo da função (ou seja o “OU” lógico de todos os escalões).
Assim, e do mesmo modo que acontece com a TPU S420, se um utilizador quiser a informação
de arranque ou disparo de uma qualquer função, terá de fazer uma combinação lógica dessas
variáveis através de um “OU” lógico dos arranques e disparos dos escalões, pois basta que um
dos escalões arranque para a função arrancar. De notar que a única função em que o arranque
geral (ou seja, o “OU” lógico dos escalões que a constituem) é mapeado no modelo da TPU
x500 é a função de Protecção de Distância, uma vez que, neste caso, a informação relevante
diz respeito ao arranque e disparo da função e não apenas do escalão. Por esta razão, na
função de protecção distância, tem-se um LN que controla os seis escalões correspondentes
aos níveis de actuação desta função e que sinaliza o arranque e disparo da função (“OU” lógico
dos escalões que a constituem) de protecção de distância.

Outra decisão tomada prende-se com a opção de nunca se usar, neste modelo de dados, o
parâmetro “OpCntRs” (contador de operações reiniciável) para as funções de protecção, por se
considerar essa informação sem interesse prático. Este dado poderia apenas ser usado para
fins estatísticos.

Uma das diferenças entre a TPU x420 e a TPU x500, diz respeito ao facto de na TPU x500 já
não existir a funcionalidade de supervisão da mola do disjuntor (da função de Supervisão de

72
Manobras do Disjuntor). Caso um cliente queira usufruir desta funcionalidade terá de a
construir em firmware. Também na gama 500 deixaram de existir as funções de Reposição de
Tensão e Reposição de Frequência presentes na TPU x420. Com isto, se um utilizador
pretender implementar o automatismo de Deslastre e Reposição de Tensão ou Frequência,
terá ele próprio de o criar.

Usando a função de Religação Automática como termo de comparação entre os modelos de


dados criados (TPU S420 e TPU x500), constata-se que no modelo da TPU x500 não só
alguns settings – presentes no modelo da TPU S420 – foram suprimidos, como também novos
Data Objects foram adicionados. Por exemplo, as extensões “CBTmms” (parâmetro relativo à
temporização do disjuntor) e “CycTyp1” (parâmetro relativo ao tipo de ciclo), efectuadas para o
LN FUNRREC01 (da TPU S420), deixam de fazer sentido no LN FUNRREC1 (da TPU x500),
uma vez que, no modelo da gama 500, a informação relativa aos tempos de abertura e fecho
do disjuntor passa a ser mapeada em dois settings distintos (“CBOpnTmms” e “CBClsTmms”) e
a escolha do tipo de disparo de cada ciclo é feita com recurso do setting “TrMod1” – já
existente no LN RREC. Outro exemplo é o parâmetro “BlkTmms1” (extensão efectuada no
modelo da TPU S420 para mapear o parâmetro relativo à temporização para confirmação da
existência do defeito por ciclo) que deixa de fazer sentido no LN FUNRREC1 da TPU x500,
uma vez que este setting passa a ser comum a todos os ciclos, usando-se para o efeito, o
setting “ClsTmms”, já definido na norma. Verifica-se que a única extensão efectuada a este LN,
que se mantém em ambos os modelos, é o setting “OpDlTmms” que corresponde ao parâmetro
que define o tempo que um ciclo rápido deverá esperar antes de dar ordem de abertura do
disjuntor, e que tem como objectivo evitar religações provocadas por arranques e rearmes
muito rápidos das funções de protecção. As restantes extensões ao LN RREC realizadas no
modelo da gama 500 já foram explicadas no ponto 3.4.4 deste documento.

É também digno de realce o facto de na função de Supervisão de Disjuntores da TPU x500 se


passar a ter quatro LN´s do tipo XCBR (Nó Lógico correspondente à modulação do disjuntor),
uma vez que esta nova gama permite o controlo e supervisão dos disjuntores, quer geral quer
por fase, ao invés de apenas um XCBR, como acontece para o modelo da TPU S420.

Também para o mapeamento desta gama de unidades de protecção e controlo sentiu-se a


necessidade de criar novos Nós Lógicos, com a particularidade de serem todos do tipo R
(Logical nodes for protection related functions). Assim, os Nós Lógicos criados são: o RCBL
(Circuit Breaker Close Lock) para a função de Bloqueio de Fecho, o RCCS (Current Circuit
Supervision) para a função de Supervisão dos TI, o RFFS (Fuse Failure Supervision) para a
função de Supervisão de TT, o ROPD (Open Pole Detection) para a função de Detecção de
Pólo Aberto e o RVCS (Voltage Check for Synchro-check Function) para o módulo de
verificação de tensão da função de Verificação de Sincronismo e Presença de Tensão.

73
3.5 Ficheiro de descrição e configuração da TPU T500

Com o auxilio do software Automation Studio Designer 1.2.121.0 procedeu-se à elaboração do


ficheiro IED Capability Description (.icd), relativo à unidade de protecção e controlo TPU T500.
Como já foi dito anteriormente, este ficheiro descreve as características de um IED ao nível de
funções, de comunicação e de modelo de dados.

A TPU T500 pertence à gama x500 e é uma unidade de protecção e controlo de transformador
para subestações de transporte e distribuição de energia ou outras aplicações, integrando
entre outras a função de protecção diferencial de transformador. As funções que constituem a
TPU T500 e respectivamente o seu ficheiro .icd foram já antes apresentadas na tabela 3.36 do
presente documento.

Foi com base no documento que contém o modelo de dados da TPU x500, apresentado no
ponto 3.4, que se procedeu à criação do ficheiro .icd para a unidade T500. O trabalho consistiu
na conversão do modelo antes apresentado em tabelas para linguagem XML. Neste ficheiro
.icd apenas aparecem inicializados os Data Objects pertencentes a informações de estado
(Status Information) e a medidas (Measured Values), uma vez que os parâmetros a incluir no
ficheiro dependem da necessidade individual de cada cliente.

O Automation Studio Designer é um software que permite a configuração de uma unidade


conforme exigido pela norma IEC 61850. Para a elaboração do ficheiro .icd começou por se
criar uma biblioteca, apresentada na tabela 3.54, que incluí-se todos os Nós Lógicos e
respectivos Data Objects e Data Attributes, pertencentes à unidade TPU T500. A essa
biblioteca deu-se o nome de “Efacec61850Library”.

74
Tabela 3.54 – Biblioteca “Efacec61850Library” para a TPU T500 (Automation Studio Designer).

Com a biblioteca já definida, criou-se o modelo da unidade TPU T500, com o recurso a três
Logical Devices, um para funções de protecção (“PROTECT”), outro para as medidas
(“MEASURES”) e por fim um para os controlos de disjuntores e seccionadores (“CONTROL”). A
esses Logical Devices foram adicionados os Nós Lógicos criados na biblioteca
“Efacec61850Library”. Assim, uma amostra do resultado obtido é apresentada na tabela 3.55.

Após a gravação e compilação do modelo de dados da TPU T500, procede-se à criação do


ficheiro .icd recorrendo a uma funcionalidade do software Automation Studio Designer para
esse fim. O método efectuado para a extracção do ficheiro .icd consiste na selecção da opção
“SCL - Export - IED Capability Description” e é exibido na figura 3.2.

O ficheiro .icd resultante da referida operação é apresentado no documento “TPU T500 icd,
Tese.icd” (presente no CD que acompanha esta dissertação), do qual se apresenta uma
pequena amostra no anexo E, correspondente aos escalões restrito e não restrito da função
diferencial de transformador, os quais se encontram alojados no Logical Device “PROTECT”.

75
Tabela 3.55 – Modelo da TPU T500 (Automation Studio Designer).

Figura 3.2 – Modo de extracção do ficheiro .icd da TPU T500 (Automation Studio Designer).

76
Capítulo 4

Considerações finais

Tendo como objectivo para esta dissertação, o desenvolvimento de modelos de dados


baseados na norma IEC 61850 para unidades de protecção, automação e controlo de gama
alta, desenvolveu-se, como explicado no capítulo anterior, não só o modelo de dados de uma
unidade já existente e comercializada pela Efacec - a TPU S420 -, mas também o modelo de
dados para a próxima gama de unidades de protecção e controlo, a ser comercializada,
conhecida por TPU x500. Resulta, ainda, deste trabalho o ficheiro de descrição e configuração
da unidade T500. A criação deste ficheiro, também conhecido por ICD, possibilitou um maior
entendimento acerca da Linguagem de Configuração da Subestação (SCL) e
consequentemente da parte seis da IEC 61850.

A elaboração do modelo de dados para a unidade de protecção e controlo TPU S420 pode ser
encarada como um exercício teórico, que permite, não só, entender os aspectos fundamentais
por trás das unidades de protecção e controlo, mas também, compreender, mais facilmente,
alguns conceitos apresentados pela norma IEC 61850 e, ainda, a sua aplicação prática.

A criação do modelo de dados da TPU S420 possibilitou, igualmente, a aquisição de


conhecimentos acerca do funcionamento de uma subestação.

A particularidade da criação do modelo de dados para a TPU x500 prende-se com o facto de
esta estar, directamente, ligada ao desenvolvimento da própria unidade, visto que a criação do
modelo de dados está condicionada pelo desenvolvimento das funcionalidades da unidade e
vice-versa. Uma das mais significantes diferenças entre o processo de criação do modelo da
TPU S420 e da TPU x500 deve-se ao facto de, esta última, estar a ser desenvolvida, em
simultâneo, com o seu modelo de dados, permitindo assim uma maior flexibilidade na
construção do mesmo.

Comparando o modelo de dados da TPU S420 e o da TPU x500 facilmente se constata que
algumas funções sofreram alterações tanto ao nível do seu desenho interno, como a nível do

77
seu mapeamento. Exemplo disso, é a função de supervisão de disjuntores. Ao nível do
desenho geral da função verificaram-se algumas alterações, como é o caso da supressão da
funcionalidade de supervisão da mola do disjuntor nas unidades da gama 500. No caso de um
cliente desejar usufruir desta funcionalidade, terá ele próprio que a construir em firmware.
Também se efectuaram algumas modificações no modelo de dados, mais especificamente ao
nível do Nó Lógico correspondente à modulação do disjuntor (XCBR). Assim, no modelo de
dados da TPU x500 passam a existir quatro Nós Lógicos do tipo XCBR, uma vez que, esta
nova gama permite o controlo e supervisão dos disjuntores - quer geral, quer por fase - ao
invés do que acontece para o modelo da TPU S420, onde o controlo e supervisão dos
disjuntores é apenas geral, o que implica que no seu modelo de dados apenas exista um Nó
Lógico do tipo XCBR.

Uma das opções tomadas na criação do modelo de dados da TPU x500 prende-se com o facto
de, apenas, se passar a informação de arranque e disparo de cada escalão de uma função e
não, a informação do arranque e do disparo geral da função (ou seja o “OU” lógico de todos os
escalões). Assim, se um utilizador desejar a informação de arranque de uma qualquer função,
terá ele próprio que realizar uma combinação lógica dessas variáveis, através de um “OU”
lógico dos arranques dos escalões, uma vez que, para a função arrancar basta que um dos
seus escalões arranque. É de realçar que, a única função em que o arranque geral é mapeado
no modelo da TPU x500 é a função de Protecção de Distância. Neste caso, a informação
relevante não diz respeito ao arranque e disparo do escalão, em particular, mas sim, ao
arranque e disparo geral da própria função. Por esta razão, tal como foi explicado
anteriormente, existe na função de protecção distância um LN que controla os seis escalões,
correspondentes aos níveis de actuação desta função e que, simultaneamente, sinaliza o
arranque e disparo da função.

Outra decisão tomada neste modelo de dados foi a não inclusão do parâmetro “OpCntRs”
(contador de operações reiniciável) para as funções de protecção, por se considerar essa
informação como não sendo uma verdadeira mais-valia. Tal decisão baseou-se no facto de
este dado poder, unicamente, ser usado para fins estatísticos, sem acrescentar qualquer
utilidade prática para o utilizador.

Uma vez que, nem toda a informação presente na unidade se encontra definida na norma, um
dos maiores desafios deste trabalho residiu, não só, na decisão de mapear, ou não, essa
informação, mas também, na forma como esses dados seriam mapeados segundo a norma
IEC 61850, caso a decisão fosse incluí-los no modelo de dados da unidade.

Assim, e nas situações em que a escolha recai sobre a extensão à norma, o procedimento
adoptado é o definido pela mesma, isto é, começa por se averiguar se existe alguma outra
forma de passar essa informação (sem recorrer à criação de um Data Object externo à

78
biblioteca IEC 61850) quer seja, mapeando esses dados noutras funções, quer seja, passando
essa informação, estendendo o Nó Lógico em questão com Data Objects existentes noutros
Nós Lógicos definidos na norma. Então, e nos casos em que tal não é possível, a criação de
novos Data Objects é a única solução. Ainda assim, esta opção está, também, sujeita a regras
muito restritas, não só de semântica, mas também relativas aos Data Atributtes constituintes do
Data Object em questão, tornando este processo complicado e moroso.

A necessidade de inúmeras extensões à norma efectuadas aquando da criação do modelo de


dados da TPU x500, evidencia não só algumas limitações da norma, mas também a vontade
do fabricante (Efacec) em permanecer, em certas situações, fiel à sua filosofia, não se
subjugando a todas as sugestões apresentadas pela norma.

O documento “TPU x500, Tese IEC 61850”, juntamente com o ficheiro “TPU T500 icd,
Tese.icd” - outputs desta dissertação - poderão ser usados para os testes de conformidade
exigidos pela norma e especificados na sua parte dez, quando a Efacec entender certificar a
sua nova gama de unidades de protecção e controlo de gama alta. O documento “TPU x500,
Tese IEC 61850” pode ser utilizado como documento MICS (Model Implementation
Conformance Statement), que detalha os objectos suportados pelo modelo. O ficheiro “TPU
T500 icd, Tese.icd” pode ser usado como ficheiro ICD, onde são especificadas as propriedades
do IED. Para os referidos testes de conformidade são ainda necessários os documentos PICS
(Protocol Implementation Conformance Statement) e PIXIT (Protocol Implementation eXtra
Information for Testing).

A IEC 61850 é uma norma eficiente para os sistemas de protecção, automação e controlo das
subestações. Tal como já foi mencionado nos pontos anteriores, antes do aparecimento da
norma IEC 61850, optava-se por se equipar a subestação com equipamentos do mesmo
fabricante, de forma a evitar problemas de interoperabilidade, ainda que esta solução não fosse
a mais económica. Contudo, equipando a subestação com dispositivos já projectados segundo
a norma, torna-se possível encontrar soluções mais económicas recorrendo a equipamentos de
fabricantes diferentes, sem que existam problemas ao nível da interoperabilidade. Isto não
significa que, todos os equipamentos desenhados segundo a IEC 61850 tenham o mesmo
nível de qualidade, independentemente do fabricante, pois a sua arquitectura permanece livre e
assim, a qualidade de cada função de protecção e do sistema de comunicação dependem e
variam de fabricante para fabricante.

Como referido anteriormente, a norma IEC 61850 não força nenhum modelo fixo de funções de
protecção, apenas fornece várias ferramentas e dados, permitindo assim, que um fabricante
possa criar as suas funções como pretender. É por esta razão que se encontram definidos na
norma modelos para funções mais fáceis de mapear que outros, uma vez que existem funções

79
mais genéricas que outras, isto é, funções cujos parâmetros são idênticos independentemente
do fabricante que as projecta.

Uma das principais ilações que se pode retirar do trabalho desenvolvido é o facto da norma
IEC 61850 ser, relativamente recente e de apresentar, ainda, algumas lacunas. A necessidade
que existiu de se elaborar uma segunda edição da norma e de já se prever uma possível
terceira edição, é a prova de que esta norma ainda não atingiu o nível de maturidade desejado.

Quando todos os fabricantes começarem a comercializar as suas gamas de unidades de


protecção e controlo, criadas de raiz em função da norma, será possível avaliar mais
profundamente o impacto das novas soluções apresentadas pela mesma. Caso seja
necessário, estender-se-á ou alterar-se-á a norma em edições futuras, de forma a garantir uma
maior funcionalidade da norma IEC 61850. Uma verdadeira avaliação dos novos conceitos
introduzidos pela norma, por exemplo, ao nível das mensagens GOOSE, só será possível
quando as subestações estiverem equipadas com unidades de protecção e controlo
desenvolvidas no pós-norma.

Em suma, esta norma veio permitir, não só, a já referida e tão desejada interoperabilidade,
permitindo a troca de informação entre IED’s de diferentes fornecedores, como também, uma
configuração livre que suporta qualquer filosofia, tanto do cliente como do fabricante.

Ao introduzir um modelo de dados virtual (Dispositivo Lógico, Nó Lógico e CDC) em que todos
os dados têm um nome específico, normalizado e definido num contexto de sistema eléctrico,
aliado a uma linguagem de configuração normalizada (SCL) e a um sistema de comunicação
tanto vertical como horizontal (GOOSE), a “IEC 61850: Communication Networks and Systems
in Substations” tem tudo para ser uma norma à prova do futuro.

80
Anexo A
Na tabela abaixo encontram-se os títulos das 10 partes e respectivas sub-partes constituintes
da norma “IEC 61850: Communication Networks and Systems in Substations”, bem como as
alterações neles efectuadas da primeira para a segunda edição.

Tabela A1.1 – Diferença entre a norma IEC 61850 Edição 1 e Edição 2.

IEC 61850 Edição 1 IEC 61850 Edição 2


Part 1: Introduction and overview Part 1: Introduction and overview
Part 2: Glossary Part 2: Glossary
Part 3: General requirements Part 3: General requirements
Part 4: System and project management Part 4: System and project management
Part 5: Communication requirements for functions and Part 5: Communication requirements for functions and
device models device models
Part 6: Configuration description language for
Part 6: Substation automation system configuration
communication in electrical substations related to
language
IEDs
Part 7-1: Basic communication structure for
Part 7-1: Basic communication structure for substation
substation and feeder equipment – Principles and
and feeder equipment – Principles and models
models
Part 7-2: Basic communication structure for substation Part 7-2: Basic communication structure for
and feeder equipment – Abstract communication substation and feeder equipment – Abstract
service interface (ACSI) communication service interface (ACSI)
Part 7-3: Basic communication structure for
Part 7-3: Basic communication structure for substation
substation and feeder equipment – Common data
and feeder equipment – Common data classes
classes
Part 7-4: Basic communication structure for substation Part 7-4: Basic communication structure for
and feeder equipment – Compatible logical node substation and feeder equipment – Compatible logical
classes and data classes node classes and data classes
Part 8-1: Specific communication service mapping Part 8-1: Specific Communication Service Mapping
(SCSM) – Mapping to MMS (ISO/IEC 9506 Part 1 and (SCSM) – Mappings to MMS (ISO 9506-1 and ISO
Part 2) 9506-2) and to ISO/IEC 8802-3
Part 9-1: Specific communication service mapping Part 9-1: Specific Communication Service Mapping
(SCSM) – Serial unidirectional multidrop point to point (SCSM) – Sampled values over serial unidirectional
link multidrop point to point link
Part 9-2: Specific communication service mapping Part 9-2: Specific Communication Service Mapping
(SCSM) – Mapping on a IEEE 802.3 based process bus (SCSM) – Sampled values over ISO/IEC 8802-3
Part 10: Conformance testing Part 10: Conformance testing

81
Anexo B
Na tabela B1.1 encontra-se a informação relativa às restrições funcionais (Functional
Constraint) dos atributos presentes nas CDC. A informação correspondente à trigger option é
apresentada na tabela B1.2.
Tabela B1.1 – Valores do Functional Constraint (fonte: [6], figura 22).

Tabela B1.2 – Informação relativa ao campo TrgOp (Trigger Option) das tabelas das CDC (fonte: [6]).

82
Anexo C
Na lista abaixo encontram-se as abreviaturas definidas na parte 7.4 da norma para a criação de
novos Data Objects.

83
84
85
86
87
Anexo D
Na tabela D1.1 encontram-se as funções mapeadas correspondentes à TPU x500 e os
respectivos Nós Lógicos usados no mapeamento das mesmas.

Tabela D1.1 – Funções e correspondentes Nós Lógicos.


FUNÇÃO LN
TRNRSTPDIF1
TRRSTPDIF1
Protecção Diferencial de Transformador
TRDIF2PHAR1
TRDIF5PHAR1
RSOF1
Protecção de Fecho Sobre Defeito
SOFPIOC1
Lógica de Disparo do Disjuntor PTRC1
PHSPTOC1
PHSPTOC2
PHSPTOC3
Protecção de Máximo de Corrente de Fases (Direccional)
PHSPTOC4
MIPHSPHAR1
MIPHSRDIR1
GNDPTOC1
GNDPTOC2
GNDPTOC3
Protecção de Máximo de Corrente de Terra (Direccional)
GNDPTOC4
MIGNDPHAR1
MIGNDRDIR1
Falha de Disjuntor FUNRBRF1
Localizador de Defeitos LINRFLO1
Stub STUBPDIF1
PHSPTOV1
Protecção de Máximo de Tensão de Fases
PHSPTOV2
GNDPTOV1
Protecção de Máximo de Tensão Residual
GNDPTOV2
PHSPTUV1
Protecção de Mínimo de Tensão de Fases
PHSPTUV2
ESCPTUF1
ESCPTUF2
Protecção de Mínimo de Frequência ESCPTUF3
ESCPTUF4
ESCPTUF5
ESCPTOF1
ESCPTOF2
Protecção de Máximo de Frequência ESCPTOF3
ESCPTOF4
ESCPTOF5
ESCPFRC1
ESCPFRC2
Protecção de Taxa de Variação de Frequência ESCPFRC3
ESCPFRC4
ESCPFRC5
MANRSYN1
Verificação de Sincronismo e Presença de Tensão AUTORSYN1
RVCS1
Protecção de Sobrecargas PTTR1
Teleprotecção Associada à Protecção de Distância DISTPSCH1
Teleprotecção Associada à Protecção Direccional de Terra MIPSCH1
Medida Monofásica MMXN1
Medida Trifásica MMXU1

88
ESCPDIS1
ESCPDIS2
ESCPDIS3
ESCPDIS4
Protecção de Distância
ESCPDIS5
ESCPDIS6
GERALPDIS1
DISTRDIR1
Religação automática FUNRREC1
Controlo de Disjuntores CBCSWI1
XCBR1
Supervisão de Disjuntores
SSWI1
LNNRSTPDIF1
LNRSTPDIF1
Protecção Diferencial de Linha
LNDIF2PHAR1
LNDIF5PHAR1
GNDRSTPDIF1
Protecção Diferencial Restrita de Terra
GNDRSTRDIR1
Teledisparo TELEPTRC1
ESCRPSB1
ESCRPSB2
ESCRPSB3
Bloqueio por Oscilação de Potência / Disparo por Perda de Sincronismo
ESCRPSB4
ESCRPSB5
ESCRPSB6
Supervisão de TT RFFS1
Informação do Physical Device LPHD1
Oscilografia OSCRDRE1
Controlo de Seccionadores SECCSWI1
SECXSWI1
Supervisão de Seccionadores
SECSSWI1
Detecção de Pólo Aberto ROPD1
Supervisão de TI RCCS1
Bloqueio de Fecho RCBL1
Nó Lógico Zero LLN0

89
Anexo E
Excerto do ficheiro .icd correspondente aos escalões restrito e não restrito da função
Diferencial de Transformador da unidade de protecção e controlo TPU T500.

<LDevice inst="PROTECT">
<LN0 desc="Logical Node Zero" lnClass="LLN0" lnType="T500
FINAL/T500/PROTECT/LLN0" inst=""/>
<LN desc="Escalão diferencial não restrito correspondente á protecção diferencial de
transformador." lnClass="PDIF" lnType="T500
FINAL/T500/PROTECT/TRNRSTPDIF1" inst="1" prefix="TRNRST">
<DOI desc="Mode" name="Mod" accessControl="">
<DAI name="stVal">
<Val>1</Val>
</DAI>
<DAI name="ctlModel">
<Val>1</Val>
</DAI>
<DAI name="sboClass">
<Val>0</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Behaviour" name="Beh" accessControl="">
<DAI name="stVal">
<Val>1</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Health" name="Health" accessControl="">
<DAI name="stVal">
<Val>1</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Start" name="Str" accessControl="">
<DAI name="general">
<Val>0</Val>
</DAI>
<DAI name="dirGeneral">
<Val>0</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Operate" name="Op" accessControl="">
<DAI name="general">
<Val>0</Val>
</DAI>
</DOI>
</LN>
<LN desc="Escalão diferencial restrito correspondente á protecção diferencial de
transformador." lnClass="PDIF" lnType="T500 FINAL/T500/PROTECT/TRRSTPDIF1"
inst="1" prefix="TRRST">
<DOI desc="Mode" name="Mod" accessControl="">
<DAI name="stVal">
<Val>1</Val>
</DAI>

90
<DAI name="ctlModel">
<Val>1</Val>
</DAI>
<DAI name="sboClass">
<Val>0</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Behaviour" name="Beh" accessControl="">
<DAI name="stVal">
<Val>1</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Health" name="Health" accessControl="">
<DAI name="stVal">
<Val>1</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Start" name="Str" accessControl="">
<DAI name="general">
<Val>0</Val>
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<DAI name="dirGeneral">
<Val>0</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Operate" name="Op" accessControl="">
<DAI name="general">
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</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Differential Current" name="DifAClc" accessControl="">
<SDI name="phsA">
<SDI name="units">
<DAI name="SIUnit">
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<DAI name="multiplier">
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<SDI name="phsB">
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<DAI name="SIUnit">
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91
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<SDI name="neut">
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<DAI name="SIUnit">
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92
<Val>0</Val>
</DAI>
</DOI>
<DOI desc="Restraint Current" name="RstA" accessControl="">
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<DAI name="SIUnit">
<Val>1</Val>
</DAI>
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<SDI name="neut">
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</DAI>

93
</SDI>
<SDI name="net">
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<Val>-24</Val>
</DAI>
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<DAI name="SIUnit">
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<Val>-24</Val>
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</SDI>
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<Val>0</Val>
</DAI>
</SDI>
<DAI name="angRef">
<Val>0</Val>
</DAI>
</DOI>
</LN>

94
Bibliografia

[1] BSI, “Introducing standards”, BSI Standards, Reino Unido.

[2] IEC TC 57, “IEC 61850-1: Communication Networks and Systems in Substations, Part 1:
Introduction and overview”.

[3] IEC TC 57, “IEC 61850-5: Communication Networks and Systems in Substations, Part 5:
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[4] IEC TC 57, “IEC 61850-6: Communication Networks and Systems in Substations, Part 6:
Configuration description language for communication in electrical substations related to IEDs”.

[5] IEC TC 57, “IEC 61850-7-1: Communication Networks and Systems in Substations, Part: 7-
1: Basic communication structure for substation and feeder equipment – Principles and
Models“.

[6] IEC TC 57, “IEC 61850-7-2: Communication Networks and Systems in Substations, Part 7-2:
Basic communication structure for substation and feeder equipment – Abstract communication
service interface (ACSI)”.

[7] IEC TC 57, “IEC 61850-7-3: Communication Networks and Systems in Substations, Part 7-3:
Basic communication structure for substation and feeder equipment – Common Data Classes”.

[8] IEC TC 57, “IEC 61850-7-4: Communication Networks and Systems in Substations, Part 7-4:
Basic communication structure for substation and feeder equipment – Compatible logical node
classes and data classes”.

[9] IEC TC 57, “IEC 61850-8-1: Communication Networks and Systems in Substations, Part 8-1:
Specific Communication Service Mapping (SCSM) – Mappings to MMS (ISO 9506-1 and ISO
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