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Procuradorias recomendam a comandos

militares que não comemorem golpe de 1964


Recomendações foram enviadas por procuradorias da República
em 18 estados e no DF. Presidência informou que Bolsonaro
mandou Defesa fazer 'comemorações devidas' do golpe.
Por Mariana Oliveira, TV Globo — Brasília
27/03/2019 17h59 Atualizado há 4 horas

A Procuradoria Geral da República (PGR) informou nesta quarta-feira (27) que as procuradorias
em 18 estados e no Distrito Federal recomendaram a comandos militares, brigadas e
grupamentos que não comemorem o golpe militar de 31 de março de 1964.
A recomendação foi enviado porque na última segunda (25) o porta-voz do governo, Otávio Rêgo
Barros, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Defesa que faça as
"comemorações devidas" pelos 55 anos do golpe.
Para os procuradores, não pode haver comemoração porque direitos foram suprimidos durante o
regime. Pediram, então, aos comandantes, que respondam em até 48 horas sobre os
procedimentos adotados para o cumprimento da recomendação.
A recomendação foi feita nos seguintes estados:
 Amazonas

 Bahia

 Distrito Federal

 Goiás

 Maranhão

 Minas Gerais

 Mato Grosso do Sul

 Mato Grosso

 Pará

 Paraíba

 Pernambuco

 Rio de Janeiro

 Rondônia

 Rio Grande do Sul

 Rio Grande do Norte

 Sergipe

 São Paulo
 Tocantins

 Espírito Santo
O golpe militar que depôs o então presidente João Goulart ocorreu em 31 de março de 1964.
Com o golpe, iniciou-se no Brasil uma ditadura que durou 21 anos, até 1985. No período:
>> não houve eleição direta para presidente;
>> o Congresso Nacional chegou a ser fechado;
>> mandatos foram cassados;
>> houve censura à imprensa;
>> segundo a Comissão da Verdade, mais de 400 pessoas foram assassinadas ou desapareceram.

Argumentos do Ministério Público


Conforme as recomendações enviadas pelo Ministério Público Federal, as Forças Armadas
devem garantir a Constituição, não devendo participar de disputas ou manifestações políticas que
apoiem um período no qual houve supressão de direitos.
"A homenagem por servidores civis e militares, no exercício de suas funções, ao período histórico
no qual houve supressão de direitos e da democracia viola a Constituição Federal, que repudia o
crime de tortura e prevê como crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático", diz o texto.
Nesta terça (26), a A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal
divulgou uma nota na qual afirmou que a comemoração do golpe militar de 1964 merece "repúdio
social e político" e pode configurar improbidade administrativa.
A Defensoria Pública da União pediu à Justiça Federal que proíba comemorações do golpe,
e famílias de vítimas da ditadura pediram ao Supremo que também proíba.

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