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2842 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Despacho conjunto n.º 510/05: LEI DE BASES DO DESENVOLVIMENTO


Confisca o prédio sito em Luanda. Rua Mouzinho de Albuquerque em
nome de Maria Cândida Raposo de Oliveira. AGRÁRIO

Despacho conjunto n.º 511/05:


CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Confisca o prédio em nome de Fernando Ferreira.

Despacho conjunto n.º 512/05:


Confisca a fracção autónoma designada pela letra I, dorés-do-ehão do ARTIGO 1.º
prédio situado em Luanda, na Avenida dos Combatentes da Grande (Âmbito)
Guerra, n." 245 a 273. em nome de Moisés Duarte Coutinho e es-
posa Alice da Conceição Melo Dias Ferreira Coutinho.
A presente lei estabelece as bases que devem assegurar
Ministério dos Finanças o desenvolvimento e a modernização do sector agrário,
criando para o efeito mecanismos de apoio e incentivos às
Despacho n.° 513/05: actividades agrarias.
Cria a comissão técnica para negociação da indemnização aos ex--
accionistas das firmas CDA — Companhia de Discos de Angola e
Fonofráfica.
ARTIGO 2.°
(Actividades agrícolas)

Ministério des Administração do Território São consideradas agrícolas todas as actividades que cor-
respondem ao domínio e a exploração de um ciclo biológico
Despacho n.º 514/05:
de carácter vegetal ou animal é que constituem uma ou mais
Cria uma comissão de análise das propostas remetidas ao Instituto de
Telecomunicações -Administrativas'— INATEL, no âmbito do con- etapas necessárias ao desenvolvimento do ciclo assim como
as actividades exercidas, por um explorador agrícola que
curso, limitado sem apresentação de candidaturas, destinado à im-
plementação de uma ledetelecomunicações VSAT para apoio a
administração do Estado e ao processo eleitoral. estão no prolongamento do acto de produção agrária.

Despacho n.° 515/05: ARTIGO 3.°


(Objectivos)
Cria uma comissão dê abertura das propostas remetidas ao Instituto de
Telecomunicações Administrativas — INATEL, no âmbito do con-
curso limitado sem apresentação de candidaturas, destinado à imple- 1. São prosseguidos os seguintes objectivos na aplicação
mentação.de uma redede telecomunicações VSAT para apoio a
administração do Estado e ao processo eleitoral. desta lei:

a) o racional aproveitamento dos recursos naturais e


a preservação dos padrões da sua capacidade
ASSEMBLEIA NACIONAL regenerativa;
b) o aumento da produção e ,da produtividade, da
Lei n.º 15/05 competitividade da agricultura e a melhoria da
de 7 de Dezembro situação económica e social da população
agrária;
A República de Angola tem recursos nat irais e condi- c) a preservação dos equilíbrios, sócio-económicos
ções climáticas excelentes para fazer da agricultura a sua base do meio rural, no reconhecimento da impor-
fundamental para o desenvolvimento devendo simples- tância da actividade agrária conferindo-lhe a
mente, para o efeito, criar condições;e incentivos para o importância merecida pára o desenvolvimento
racional aproveitamento dos recursos naturais de. que dis- integrado do País.
põe.
2. Para prossecução dos objectivos supracitados o Estado
É, portanto, imperioso e urgente o estabelecimento de deve promover designadamente:
bases do desenvolvimento agrário para que a agricultura
a) a valorização dos recursos humanos, através da
desempenhe o seu papel.fundamental no desenvolvimento do
Pais, contribuindo grandemente para O combate à fome e formação profissional dos agricultores e traba-
à pobreza. lhadores rurais;
h) a criação'de'incentivos à exploração directa da terra
Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo S8.° e a fixação dos jovens agricultores;
da Lei Constitucional, a Assembleia Nacional aprova a c) o ordenamento, o incremento e a criação de áreas
setiuinte: irrigadas, da florestação e da silvo-pastorícia.
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no sentido do melhor aproveitamento dos solos, 2. O Governo deve estabelecer as condições e os incen-
de reconhecida aptidão agrícola; tivos à. instalação de jovens agricultores, criando condi-
d) a organização dos mercados agrícolas e silvícolas ções atractivas aos jovens para o exercício de actividades
e a melhoria da eficiência comercial, peia cria- agrárias.
ção de vias de acesso entre as regiões da produ-
ção e os centros de grandes centros populacio- ARTIGO 7.°
nais; (Incentivo ao associativismo)

e) o estímulo ao cooperativismo e associativismo


O Estado incentiva todas formas de associativismo
sócio-económico na perspectivada participação
agrícola que promovam os objectivos'consagrados nesta lei.
dos agricultores na definição da política agrária e
na transformação e comercialização das respec-
ARTIGO 8.°
tivas produções,, visando uma maior integração (Empresas agrícolas)
das fileiras produtivas;
f) o apoio ao desenvolvimento de actividades 1. Entende-se e integram-se no conceito de empresas agrí-
associadas à exploração agrícola sobretudo nas colas:
zonas com condições agrestes ou com ecossis-
temas específicos, na perspectiva de integração a) empresa agrícola de tipo familiar, suportada peia
dos rendimentos resultantes da exploração e exploração agrícola assegurada predominante-
preservação dos recursos económicos, paisagís-
mente pelo agregado familiar do respectivo titu-
ticos e ambientais do espaço rural;
lar;
g) a redução gradual-das atribuições do Estado no
b) pequenas e medias empresas agrícolas, cujas
sector'agrário com a transferência progressiva
de funções para as ; organizações agrícolas e explorações são asseguradas maioritariamente
inter-profissionáis; por assalariados, permanentes e não pelo agre-
i) o desenvolvimento.de investigação, experimenta- gado familiar;
ção e vulgarização rural de forma participativa, c) grande empresa agrícola, suportada peia explo-
designadamente para os diferentes sub-sectores ração em níveis de gestão e de organização de
que exigem uma especialização da produção padrões elevados e estandardizados.
asrária nacional.
2. O Estado apoia prioritariamente a empresa agrícola de
tipo familiar, sem prejuízo de existirem incentivos diferen-
CAPÍTULO II
Do Agricultor e das Organizações Agrícolas ciados para pequenas, médias e grandes empresas dentro dos
objectivos da presente lei.
ARTIGO 4.°
(Incentivo ao agricultor) ARTIGO 9.°
(Protecção social)
O agricultor, homem que se dedica à actividade agrária
para a produção de bens e produtos de consumo humano, 1. As medidas de protecção social no sector agrário visam
constituí a base do desenvolvimento agrário, devehdo, para assegurar as condições de vida da população agrária, no sen-
tido da equiparação efectiva consoante o seu estatuto e a dos
isso, ser profissionalmente habilitado e incentivado, tendo
trabalhadores rurais.
em vista o aumento da produção agrícola e consequen¬te-
mente da economia do País.
2. O regime contributivo da segurança social dos
ARTIGO 5.° agricultores e dos trabalhadores rurais basear-se-á nos prin-
(Protecção ao agricultor) cípios consagrados para as demais categorias profissionais.
A protecção social ao agricultor visa a melhoria das.
ARTIGO 10.º
condições de vida da população agrária, no sentido da equi- (Acompanhamento e avaliação)
paração efectiva do seu estatuto aos demais trabalhadores.
ARTIGO 6.º 1. As estruturas competentes para aplicação das políticas
(Instalação de jovens agricultores) e programas. para o sectpr agrário devem criar os meca-
nismos de acompanhamento e avaliação do desempenho da
1. A instalação de jovens agricultores é uma forma de população agrária com base nas opções, critérios de afecta-
revitalização do tecido empresarial agrário e do meio rural, ção dos recursos públicos e fundiários disponibilizados peio
devendo ser objecro.de incentivos específicos. sector.
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2. O Estado deve pôr ao alcance dos interessados os 2. O regime do uso e aproveitamento da terra é impe-
sistemas produtivos agrícolas, tecnologias modernas de rativo relativamente aos solos contidos na Reserva Agrícola
produção, salvaguardando sempre os interesses das em- Nacional e cuja área seja superior à unidade mínima de
presas agrícolas de tipo familiar. cultura, nos termos a fixar em legislação própria.

CAPÍTULO III ARTIGO 14.º


(Gestão integrada)
Recursos Naturais

ARTIGO 11.° 1. A utilização dos recursos hídricos para fins agrários


(Princípios gerais) pela agricultura, no âmbito da sua gestão, deve orientar-se no
sentido do desenvolvimento de sistemas produtivos melhor
1. O desenvolvimento, sustentado dos sistemas produ-
adaptadas às condições edafoclimáticas do território ango-
tivos agrícolas depende da salvaguarda da capacidade produ-
lano e ter em conta a aptidão-natural'dos solos a beneficiar
tiva dos solos, da disponibilidade e qualidade dos recursos
pela irrigação.
hídricos e da conservação da biodiversidade associada à
fauna e à flora.
2. A actividade agrícola deve prosseguir uma estratégia
de prevenção da contaminação e poluição dos lençóis freá-
2. Os métodos de produção agrária devem'ser com-
ticos e dás águas superficiais, tendo em vista a manutenção
patíveis com uma utilização económica e ecologicamente
da qualidade da água para os fins múltiplos a que se destina.
racional dos recursos naturais que lhe servem de suporte,
baseados em.itecíiòlogiás que não induzam efeitos negativos ARTÍGO 15.º
irreversíveis-Sobre o ambiente, (Fomento agrícola)

ARTIGO 12.º 1. Deve ser incentivado ó aproveitamento das disponibi-


(Ordenamento) lidades em recursos hídricos para á-agricultura,'através da
concessão de apojo público a empreendimentos hidroagrí-
1. Deve ser. promovida a utilização racional e ordenada
colas ou de fins múltiplos.
dos solos com aptidão agrícola que assegure a conservação
da sua'capacidade produtiva e uma protecção efectiva contra
2. Os beneficiários de cada obra de fomento hidroagrí-
a erosão e contra a poluição química ouorgânica.
coja de interesse localou particular suportam integralmente as
despesas de conservação e ficam obrigados ao reembolso do
2. O ordenamento na utilização dos solos tem por
custo da obra à excepção dos camponeses.
objectivo fundamentai garantir o racional aproveitamento
daqueles que revelem maiores potencialidades agrícolas, ARTIGO 16.º
pecuárias ou florestais, mediante a sua afectação àquelas (Protecção da floresta)
actividades e no respeito do regime do uso. ocupação e trans-
formação do solo decorrente dos ins rumentos de ordena- 1. A conservação e valorização do património florestal
mento do território. nacional constitui uma base essencial do desenvolvimento
agrário sustentável, num quadro de ordenamento do terri-
3. Para prossecução dos objectivos enunciados nos tório e de satisfação das necessidades presentes e futuras da
números anteriores, incumbe ao Governo a definição da sociedade.
Reserva Agrícola Nacional e das normas que regulamentem
a sua utilização, tendo em vista a preservação dos solos de 2. O Estado incentiva e apoia a adopção de medidas
marcada aptidão agrícola. específicas, de protecção e beneficiação do património
florestal
ARTIGO 13.º
(Exploração da terra para fins agrários) ARTIGO 17.º
(Desenvolvimento florestal)

1. A exploração da terra para fins agrários, como 1. Dimensionada a sua especificidade, a política flores-
suporte físico fundamental da comunidade é valor nacio- tal nacional é objecto de lei especial, que deve abranger os
nal, devendo respeitar-se a sua função social, no quadro dos patrimónios florestais público, privado e comunitário, que
condicionalismos ecológicos, sociais e económicos do País. atenda à compatibilidade das diferentes funções-da floresta
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e à diversidade dos sistemas florestais presentes no territó- d) o desenvolvimento de actividades conexas ou com-
rio nacional e que fomente a sua expansão, designadamente, plementares à exploração agrícola;
pela reconversão das áreas de aptidão agrícola marginal. e) a melhoria das condições de vida e de trabalho nas
explorações;
2. O desenvolvimento agrário considera, para todos os j) a compatibilização da actividade agrícola produ-
efeitos, a silvicultura como parte integrante da agricultura. tiva com a preservação dos recursos naturais.

ARTIGO 18.º
(Flora c fauna) 2. Nas zonas agrícolas desfavorecidas o processo de mo-
dernização da empresa agrícola obedece a um regime espe-
1. A flora e a fauna constituem elementos a preservar e cífico.
valorizar nos espaços envolventes da actividade agrícola,
quer como valores ecológicos e de património genético, quer 3. São igualmente medidas incentivadoras da actividade
como meios de utilização económica numa base susten- dás empresas agrícolas a criação de condições de competi-
tável. tividade dos custos dos factores de produção è de um regime
de seguro adaptado às particularidades da actividade agrí-
2. A manutenção da diversidade biológica, associada à
cola, bem como a criação de estímulos que evitem a frag-
flora e à fauna, deve ser fomentada no quadro do ordena-
mentação de empresas agrícolas bem dimensionadas.
mento do espaço rural, devendo as actividades produtivas
sujeitas a restrições nos métodos e técnicas de produção agrá-
ARTIGO 21.º
ria beneficiar de apoios compensatórios dos eventuais efeitos (Gestão da empresa agrícola)
negativos sobre o rendimento.
O Estado promove a regulamentação necessária ao esta-
ARTIGO 19.° belecimento de incentivos específicos ao sector agrário, no-
(Outros recursos naturais)
meadamente, no que respeita ao regime de instalação de
jovens agricultores, às organizações de agricultores e às ac-
1. O fomento, exploração e conservação de outros recur-
ções que visem ganhos de produtividade e acréscimos de
sos naturais, designadamente, cinegéticos, piscícolas e apí-
competitividade.
colas, associadas ou não ao património florestal, repre-
sentam um contributo importante para o aproveitamento in- CAPÍTULO IV
tegrado e sustentável do espaço rural. Mercados Agrícolas

2. Sem prejuízo de regimes jurídicos específicos aplicá- ARTIGO 22.°


veis a cada um dos recursos, devem ser promovidas e (Organização dos mercados agrícolas)

adoptadas as formas de gestão que conciliem, a longo prazo, O funcionamento dos mercados agrícolas rege-se pelas
a sua utilização económica com os equilíbrios ecológicos, no regras gerais da economia de mercado, sem prejuízo dos me-
respeito do direito de uso e aproveitamento da terra. canismos de regularização e das medidas estruturais de apoio
à melhoria da fluidez e da transparência dos circuitos de co-
ARTIGO 20.°
(Incentivos à empresas agrícolas) mercialização.

1. Tendo era vista o incentivo à empresa agrícola, são ARTIGO 23.°


(Qualidade alimentar)
prioritariamente incentivados:

a) os investimentos orientados para conferir via- l. A promoção, a qualificação e o controlo da qualidade


bilidade económica e capacidade concorren- cial dos produtos alimentares são reconhecidos como uma opção
ao potencial produtivo da exploração agrícola; estratégica para o desenvolvimento agrícola e para a melho-
b) o redimensionamento da exploração agrícola que ria dos rendimentos no sector, tendo por objectivos:
lhe serve de suporte, a sua inovação e moderni-
zação tecnológica; a) a valorização das potencialidades económicas da
c) as acções que promovem a qualidade dos produtos agricultura;
agrícolas, a adequação da produção agrícola às b) a salvaguarda dos valores culturais subjacentes
oportunidades do mercado e às práticas agrí- naos géneros alimentícios com particular expres-
colas compatíveis com o ambiente; são tradicional e regional;
2846 DIÁRIO DA REPÚBLICA

c) a protecção do consumidor em matéria de saúde e CAPITULO V


de segurança; Política de Modernização e Racionalização
d) a protecção do ambiente e dos recursos naturais. das Estruturas Agrícolas

ARTIGO 26.°
2. A qualificação dos produtos, bem como dos serviços (Objectivo)
e das empresas agro-alimentares, compreende a certificação
dos produtos com especificidades próprias ou obtidos em 1. Os objectivos da política de modernização e
condições particulares de produção e o reconhecimento dos racionalização das estruturas é o de criar capacidade compe-
sistemas de gestão da qualidade das empresas agro- titiva a todos os níveis do complexo agrícola e agro-indus-
-alimentares. trial, nomeadamente através de:

3. O controlo da produção e a certificação da qualidade a) incentivo à realização de investimentos de rhõder-


dos produtos agrícolas e géneros alimentares devem ser nização e racionalização infra-estrutural e tecno-
exercidos por entidades competentes devidamente reconhe- lógica;
cidas, de natureza profissional ou interprofissional, em obe- b) fomento da inovação e diversificação agrícola e
diência aos critérios gerais do sistema nacional da qualidade. agro-industriãl;
c) promoção de maior mobilidade do factor terra e por
4. O controlo oficial dá quáíidáde tem como Objectivos essa via, rhelHor redimensionamento das estru-
básicos: turas fundiárias;
d) rejuvenescimento dó tecido empresarial agrícola;
a) a verificação da qualidade dos produtos alimen- e) reforço da capacidade de intervenção do associa-
tares e das exigências tecnológicas do seu tivismo agrícola sõcio-económico e sócio-profis-
fabrico; sionál;
b) a salvaguarda da saúde pública; j) aumento do grau de transformação dos produtos
agrícolas;
c) a prevenção e repressão das infracções anti-ecohó-
g) maior intervenção e eficiência dó sector comer-cial;
micas e a garantia dá leal concorrência;
h) facilitar o desenvolvimento do mercado de
d) a facilidade e aceitação da sua comercialização nos
insumos.
mercados internos e externos.

ARTIGO 24.° 2. Ás acções a desenvolver são as contidas nas políticas


(Defesa da saúde pública) e programas estabelecidas pelo Governo no domínio do
sector agrário.
A defesa da saúde pública no domínio alimentar é pros-
seguida pelo rigoroso controlo da observância da regula- ARTIGO 27.°
(Apoio à modehiização agrícola)
mentação específica dos produtos alimentares e pelo
estabelecimento de sanções dissuasoras da utilização de pro-
1. As políticas de,modernização e racionalização das
dutos, de aditivos ou de riráticas interditas pela lei.
estruturas trâduzern-sé, fundamentalmente, na concessão de
ARTIGO 25.º incentivos à empresas agrícolas, agro-industriais e agrõ-
(Controlo é fiscalização dos mercados agrícolas) -comerciais e à criação dè infra-éstruturãs colectivas, com
especial destaque para as que contribuam pára a valorização
1. No âmbito dos mercados agrícolas, corhpéte ao Estado dó património fundiário e para a fixação da população rural.
o exercício da função de controlo e de fiscalização dó cum-
primento da regulamentação, de modo a assegurar o respeito 2. A modernização das estruturas dé transformação e co-
pélas regras de concorrência, a qualidade dós produtos e a mercialização é orientada para ã melhoria da competi¬tivi-
defesa da saúde pública: dade dos produtos em cada fiieira agro-alimeriíar, tendo em
vista:
2. Supletivamente à iniciativa privada, o Estado pode
promover Ou dinamizar projectos empresariais de impor- a) a modernização tecnológica e a protecção ambien-
tância estratégica para o desenvolvimento do sector agro- tai;
-áliméiitaf, preferencialmente pela participação com capital b) o reforço da capacidade técnica e organizativa das
de risco, bem como facultar a informação de conjuntura sobre empresas e organizações agrícolas;
mercados agrícolas. c) a inovação e a generalização da função qualidade.
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3. Os apoios à modernização são apreciados mediante a 2. A política de apoio aos rendimentos compreende,
elaboração de projectos aos quais seja reconhecida a nomeadamente a remuneração dos agricultores pela presta-
viabilidade económica, podendo ser diferenciados, regional ção de serviços que visem a conservação de recursos e a pre-
ou sectorialmente. servação da paisagem no espaço rural, com base na adopção
de tecnologias, sistemas e actividades produtivas compatí-
ARTIGO 28.° veis com aqueles objectivos.
(Ordenamento da terra para fins agrários)

3. A título de compensação por desvantagens naturais


1. Nas regiões onde a estrutura fundiária se apresentar
fragmentada e dispersa, em termos de impedir a viabiliza- permanentes ou de eventuais desequilíbrios do mercado,
ção económica do aproveitamento agrícola dos recursos pode o Governo constituir um fundo de compensação agrí-
naturais, devem ser desenvolvidas acções de emparcela- cola e desenvolvimento rural.
mento, prioritariamente quando os respectivos solos integra-
ARTIGO 32.º
rem à Reserva Agrícola Nacional. (intervenção nas zonas agrícolas desfavorecidas)

2. As acções de emparcelamento podem ser da iniciativa 1. Nas zonas agrícolas desfavorecidas pode o Governo
dos particulares, das organizações agrícolas, das autarquias determinar a realização de programas especiais de desen-
locais ou do Estado, nos termos definidos por lei. volvimento rural.

3. O Governo regulamenta os incentivos à realização 2. Os programas especiais de desenvolvimento rural são


das acções de emparcelamento, quando destes resultarem definidos em função da especificidade que cada zona abran-
explorações com uma área mínima a fixar por lei. gida venha a apresentar.

ARTIGO 29.º ARTIGO 33.º


(Investigação agrária)
(Banco de terras para fins agrários)

Nas zonas submetidas a medidas de estruturação fundiá- 1. O Estado reconhece o papel fundamental da inves-
ria, o Estado pode reservar, pelas formas previstas na lei. ter- tigação agrária, como elemento imprescindível do desen-
volvimento agrário.
renos destinados à constituição de bancos de terras para
utilização nas referidas acções.
2. A investigação agrária deve ter em conta as necessi-
dades do mercado e dos agricultores, designadamente as ten-
CAPÍTULO VI
dências de desenvolvimento da indústria agro-alimentar e dos
Quadro dê Acções Específicas
hábitos de consumo, e dirigir-se especialmente para os sec-
tores produtivos mais bem adaptados às condições naturais
ARTIGO 30.º
(Acções específicas dè desenvolvimento) do território nacional.

O quadro dé acções específicas de desenvolvimento 3. A investigação agrária deve ser orientada para a reso-
agrário é constituído pelas acções que se integram nas lução dos problemas concretos da actividade agrária, de tal
seguintes políticas: forma que esta pOssa ser:

a) política de apoio aos rendimentos; a) compatível com a utilização sustentável dos recur-
b) política de intervenção rias zoilas desfavorecidas; sos naturais e a defesa do ambiente;
c) política de investigação agrária. b) inovadora e competitiva;
c) fonte de rendimentos equiparáveis aos outros sec-
ARTIGO 31.º tores da economia.
(Apoio aos rendimentos)

4. Para assegurar os objectivos anteriores, a investi-


1. A política de apoio aos rendimentos tem por objec-tivo gação agrária deve promover:
à promoção do equilíbrio e vitalidade do tecido sócio- -eco-
nómico das zonas rurais, mormente das mais desfavore-cidas, a) o desenvolvimento dos conhecimentos científicos
pelo apoio directo aos rendimentos dos produtores agrícolas érft contacto próximo.com a investigação funda-
e péla criação dé condições de dignificação da vida das po- mental e aplicada, o desenvolvimento experi-
pulações rurais. mental e as empresas e organizações agrárias;
2848 DIÁRIO DA REPÚBLICA

b) uma informação científica agrária eficaz, virada Nos termos do artigo 74.° da Lei Constitucional,
para o exterior, em particular para os técnicos e determino
agentes económicos do sector agrário.
1 ° — E retirada a tutela das obras do Museu das Forças
5. Os agricultores e suas organizações podem participar Armadas ao Ministério das Obras Públicas.
nas tomadas de decisões, acompanhamento e avaliação dos
organismos de investigação agrária. 2.º — A coordenação e acompanhamento passam
doravante a ser da responsabilidade do Gabinete de Obras
CAPÍTULO VII
Especiais.
Disposições Finais

ARTIGO 34.° Publique-se.


(Regulamentação)

Luanda, aos 30 de Novembro de 2005.


O Governo deve regulamentar a presente lei no prazo de
90 dias a contar da data da sua publicação.
O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
ARTIGO 35.°
(Revogação)

É revogada toda legislação que contrarie o disposto na


CONSELHO DE MINISTROS
presente lei.
______
ARTIGO 36.° Decreto n.º 105/05
(Dúvidas é omissões)
de 7 de Dezembro

As dúvidas e omissões que surgirem da interpretação e


aplicação da presente lei são resolvidas pela Assembleia Considerando que Os objectivos estabelecidos pelo
Nacional. Decreto n" 8/99, de 28 de Maio, relacionados com a fixação
de incentivos para efeitos de aposentação a atribuir aos
ARTIGO 37.°
(Entrada em vigor) funcionários enquadrados nas carreiras auxiliares, adminis-
trativas e técnica média, foram alcançados;
A presente lei entra em vigor à data da sua publicação.
Atendendo quê a vigência do diploma acima referido
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, acarreta despesas adicionais para o Instituto Nacional de Se-
aos 11 de Agosto de 2005.
gurança, devendo para o efeito pôr-se fim a esta situação;
Publique-se.
Nos termos das disposões combinadas da alínea h) do
O Presidente em exercício da Assembleia Nacional, artigo 110.º e do artigo 113.º da Lei Constitucional, o Go-
João Manuel Gonçalves Lourenço. verno decreta o seguinte:

O Presidente em exercício da República, Roberto ARTIGO 1.°


(Revogação)
António Victor Francisco de Almeida.

É revogado o Decreto n.° 8/99, de 28 de Maio.

ARTIGO 2.º
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (Dúvidas e omissões)

______
Despacho n.º 29/05 As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e
de 7 de Dezembro aplicação do'presente diploma são resolvidas por decreto do
Conselho de Ministros.
Havendo necessidade de se empreender uma maior
celeridade às obras estruturais a efectuar no Museu das ARTIGO 3.°
Forças Armadas Angolanas, bem assim como assegurar uma (Entrada em vigor)
melhor coordenação administrativa na execução dos proce-
dimentos inerentes. Este decreto entra em vigor na data da sua publicação.

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