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Resumo:
1 Introdução
semelhança com o processo industrial não ocorre por acaso, pois tal proposição
atinge seu apogeu nos anos 70, período de forte presença do autoritarismo do
Estado e do regime militar. É nesse período que o espírito crítico e reflexivo é banido
das escolas.
A educação escolar determina o processo de aquisição de habilidades e
atitudes, conhecimentos específicos, necessários para que o indivíduo se integre no
sistema social global.
A prática escolar teve como função especial adequar o sistema educacional
com a proposta econômica e política do regime militar, preparando, dessa forma,
mão-de-obra para ser aproveitada pelo mercado de trabalho.
O ensino e aprendizagem no tecnicismo, pode-se mencionar a escassez de
fundamentos teóricos em detrimento do 'saber construir' e 'saber exprimir-se'. Nessa
etapa, percebe-se grande ênfase no uso de materiais alternativos através da
rescilagem.
Na 'Pedagogia Tecnicista', o aluno e o professor ocupam uma posição
secundária porque o elemento principal é o sistema técnico de organização da aula
e do curso. Orientados por uma concepção mais mecanicista, os professores
brasileiros entendiam seus planejamentos e planos de aulas centrados apenas nos
objetivos que eram operacionalizados de forma minuciosa. Faz parte ainda desse
contexto tecnicista o uso abundante de recursos tecnológicos e audiovisuais,
sugerindo uma 'modernização' do ensino.
A abordagem tecnicista corresponde a uma reorganização das escolas na
direção de um crescente processo de burocratização. Acreditou-se que o processo
se racionalizava na medida em que fosse planificado. Para que isso ocorresse, foi
necessário baixar instruções minuciosas de como agir nas diferentes situações de
ensino e pelos diferentes agentes envolvidos no processo. O controle deveria ser
organizado e resumiu-se praticamente ao preenchimento de formulários.
O funcionamento do setor fabril, ao ser transposto para a escola, fez com
que a especificidade da educação se perdesse, pois não considerou que a
articulação entre a escola e o processo produtivo acontecesse em um modo indireto
e por meio de complexas mediações (SAVIANI, 1984). Outra questão
desconsiderada foi a prática educativa permeada pela influência da escola
tradicional e da escola nova que exerceu um forte atrativo sobre os professores da
época. Assim, a abordagem tecnicista pode contribuir para aumentar o caos na
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educando irá escolher as experiências nas quais irá agir de forma que melhor
convenha ao alcance de seus objetivos.
Inicia-se com a necessidade do capitalismo de criar uma ordem mundial que
permita a realização de transações financeiras, e expansão de seu negócio, tendo
como base a comercialização e distribuição de mercadorias, principalmente em
benefício dos países centrais, a tão falada globalização.
Esse novo cenário que se consolida com a criação de blocos econômicos,
aproximou e ao mesmo tempo distanciou as nações. Aproximou no sentido da
interação comercial entre países, com a chegada das tecnologias de ponta em
quase toda parte do globo, com a divulgação de fatos ocorridos em uma região para
todo o mundo. No entanto, afastou no sentido dos países ricos estarem cada vez
mais distantes dos menos privilegiados, permitindo uma maior exploração de
riquezas regionais por grupos multinacionais, além de gerar uma grande
manipulação de nações privilegiadas em regiões pobres.
Nesse contexto, a educação como um todo, ao longo do tempo vem
vinculando um sistema dualista, onde a classe operária é educada pra continuar
sendo operário e a classe dominante buscando um diploma universitário,
contribuindo para as disparidades sociais e aumentando ainda mais o número de
estudantes que se afastam da escola por não considerarem importante o estudo em
sua vida.
Não deve ser desconsidera o importante papel da escola quando se trata da
preparação das novas gerações para o enfrentamento das exigências do mundo
globalizado, nesse sentido é urgente que se quebre a concepção dualista da
educação, resgatando uma educação realmente humanista, onde todos os
educandos são considerados iguais em todos os sentidos.
A educação do novo milênio não pode permitir que se privem os direitos dos
educandos de lutarem por uma educação mais digna e justa.
Paulo Freire declara que todo ato educativo é um ato político, por isso o
educador consciente de seu papel político-social, precisa permitir em sua prática
pedagógica, promover a autonomia e libertar seus educandos da ignorância, do
preconceito e da alienação, buscando desenvolver as potencialidades humanas de
cada um.
Segundo Freire (1979) o conhecimento parte da realidade concreta do
educando, e o mesmo reconhece o seu caráter histórico e transformador,
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No fim das contas só a vida educa, e quanto mais amplamente ela irromper
na escola mais dinâmico e rico será o processo educativo. O maior erro da
escola foi ter se fechado e se isolado da vida com uma cerca alta. A
educação é tão inadmissível fora da vida quanto à combustão sem oxigênio
ou a respiração no vácuo. Por isso o trabalho educativo do pedagogo deve
estar necessariamente vinculado ao seu trabalho criador, social e vital
(VYGOTSKI, 1991, p. 456).
Até hoje o aluno tem permanecido nos ombros do professor. Tem visto tudo
com os olhos dele e julgado tudo com a mente dele. Já é hora de colocar o
aluno sobre as suas próprias pernas, de fazê-lo andar e cair, sofrer dor e
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seguinte.
O Ensino Médio Integrado, determinado pelo decreto 5.154/2004, representa
uma significativa oportunidade de formação para o trabalho, articulada à elevação
dos níveis de escolaridade, antes possibilitadas às classes dominantes.
Revogação do Decreto 2.208/97 que limitava a Educação Profissional como
complementar ao Ensino Médio.
O Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, enquanto proposta
implantada na Rede Estadual de Ensino deve garantir ao adolescente, jovem ou
adulto trabalhador, o direito a uma formação completa para sua atuação na
sociedade pelo exercício efetivo da cidadania.
3 Conclusão
4 Referências
DEWEY, J. Vida e educação. Trad. Anísio Teixeira. 11. ed. São Paulo: Edições
Melhoramentos, 1978.
_____. Educação como prática da liberdade. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1979.
_____. Pedagogia do oprimido. 13. ed. (Coleção O Mundo, Hoje, v. 21). Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1983.
_____. Ensino de 2º grau: o trabalho como princípio educativo. São Paulo: Cortez,
1988.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1991.