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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2018.0000259856

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº


1012455-67.2015.8.26.0482, da Comarca de Presidente Prudente, em que é apelante
BANCO PAN S.A., é apelado VANDERLEI APARECIDO DOS SANTOS (JUSTIÇA
GRATUITA).

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 15ª Câmara de Direito Privado


do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento ao
recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUCILA TOLEDO


(Presidente), ELÓI ESTEVÃO TROLY E JAIRO OLIVEIRA JUNIOR.

São Paulo, 12 de abril de 2018.

Lucila Toledo
Relatora
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº 20183
APELAÇÃO Nº 1012455-67.2015.8.26.0482
COMARCA: PRESIDENTE PRUDENTE
APTE.: BANCO PAN S/A
APDO.: VANDERLEI APARECIDO DOS SANTOS (JG)

INTEMPESTIVIDADE RECURSO PROTOCOLADO DENTRO DO


PRAZO RECURSAL

PRESENÇA DO INTERESSE DE AGIR - PRELIMINAR


REJEITADAS

RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATO DE


REFINANCIAMENTO ESTORNADO POR FALTA DE MARGEM
CONSIGNÁVEL DÉBITO DO PRIMITIVO CONTRATO QUE
NÃO FORA QUITADO EM DECORRÊNCIA DO ESTORNO DO
CONTRATO DE REFINANCIAMENTO, POR FALTA DE
MARGEM CONSIGNÁVEL PAGAMENTO DO SALDO
DEVEDOR NÃO DEMONSTRA COBRANÇA REGULAR -
NEGATIVAÇÃO DEVIDA - SENTENÇA PROCEDENTE DADO
PROVIMENTO AO RECURSO

O banco insurge-se contra sentença a fls.

129, cujo relatório adoto, que julgou procedente o

pedido para declarar a inexigibilidade do débito

referente ao contrato de empréstimo número 301290248-6,

além de condená-lo ao pagamento de indenização por dano

moral, arbitrada em R$ 7.000,00.

Argui preliminar de falta de interesse de

agir.

Apelação nº 1012455-67.2015.8.26.0482 -Voto nº 20183_H 2


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Sustenta que a operação de refinanciamento,

contrato nº 302790130-9, foi estornada, restabelecendo-

se o primitivo contrato nº 301290248-6, sendo legítima a

cobrança.

Alega que o autor não teria demonstrado a

negativação de seu nome.

Questiona a ocorrência de dano moral e,

subsidiariamente, pede a redução do valor arbitrado.

Em contrarrazões a parte apelada requer,

preliminarmente, o não conhecimento do recurso por ser

intempestivo. No mérito, sustenta a lisura da decisão.

É o relatório.

A sentença foi disponibilizada no DJE no dia

8 de fevereiro de 2017, fls. 141, enquanto que o

presente recurso foi interposto no dia 6 de março de

2017, fls. 142, no último dia do prazo recursal.

A contagem do prazo leva em consideração

apenas os dias úteis, excluindo-se sábado, domingos,

feriados e dias em que não houve expediente.

Apelação nº 1012455-67.2015.8.26.0482 -Voto nº 20183_H 3


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No mais, patente o interesse de agir do

apelado que necessita do provimento jurisdicional para

obter o cancelamento da inscrição de seu nome no

cadastro dos órgãos de proteção ao crédito e reparação

do dano moral sofrido.

Pelo meu voto, rejeito as preliminares.

Em fevereiro de 2013, as partes firmaram

contrato de empréstimo consignado nº 30129048-6 para ser

quitado em 58 prestações de R$ 66,12, fls. 21. Aludida

dívida foi objeto de um refinanciamento, operação nº

302790130-9, celebrada em fevereiro de 2014, para

pagamento em 58 parcelas de R$ 66,12, fls. 79.

Ocorre que o contrato de refinanciamento foi

estornado, por falta de margem consignável, de modo que

o primeiro contrato, nº 30129048-6, não pode ser

considerado quitado.

Tanto é assim que a análise do extrato de

pagamento do INSS, a fls. 20, revela que não há desconto

referente à parcela do refinanciamento, no valor de R4

86,12.

Apelação nº 1012455-67.2015.8.26.0482 -Voto nº 20183_H 4


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Subsistente o débito oriundo do primitivo

contrato, demonstra-se legítima a cobrança do saldo

devedor em aberto, bem como a inscrição do nome do

devedor no cadastro de inadimplentes.

Pelo meu voto, dou provimento ao recurso para

julgar improcedente o pedido inicial.

Despesas pelo apelado, que condeno ao

pagamento de honorários de advogado, que fixo em R$

2.000,00, já incluso os honorários recursais.

A execução da sucumbência fica condicionada à

alteração da situação de pobreza.

LUCILA TOLEDO
RELATORA

Apelação nº 1012455-67.2015.8.26.0482 -Voto nº 20183_H 5

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