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Principais elementos de um fluxo de caixa

Tempo de análise do projeto


É importante que esse tempo seja estabelecido de acordo com os objetivos do
projeto. Nos casos de projetos sujeitos à apreciação do BIRD, BID e BNDES
(para fins de financiamento), os resultados devem ser projetados para um
horizonte de 10 anos. Um aspecto muito importante na projeção dos fluxos de
caixa é o risco envolvido nessas projeções. Quanto maior o horizonte de tempo
da previsão, maior o risco de erro embutido na mesma.

Receitas esperadas
Corresponderão aos recebimentos de caixa gerados pelo projeto (incrementais).
Vale destacar que, na análise do projeto, normalmente definem-se as entradas
de caixa como as vendas realizadas. Questões envolvendo o prazo de
recebimento são analisadas em separado para a definição do capital de giro
mínimo necessário.

Custos do projeto
Englobam não apenas o custo de produção, mas também os demais custos
envolvidos com a divulgação e comercialização dos produtos e eventuais
acréscimos nos custos de administração. De forma a aumentar a qualidade das
análises, permitindo a adoção de estudos de sensibilidade e análise do ponto de
equilíbrio, é aconselhável desmembrar os custos em fixos e variáveis.

Capital de giro
É a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. Como recursos
alocados ao capital de giro não podem ser usados em outras áreas da empresa,
variações no capital de giro afetam o fluxo de caixa do projeto. As necessidades
de capital de giro de uma empresa serão definidas pelo tipo de negócio em que
opera. Empresas varejistas têm uma necessidade muito maior de capital de
giro, como percentual de receitas, por terem estoque e necessidades de crédito
muito maiores do que empresas de serviços.
Pontos que merecem destaque nas estimativas dos fluxos de caixa

Custos incorridos (ou irrecuperáveis)


São aqueles que a empresa já realizou em um determinado projeto, isto é, são
desembolsos passados e irreversíveis. Exemplo: pesquisas de mercado para
avaliar a aceitação de um novo produto. Os gastos com essa pesquisa não
poderão ser recuperados, independente da decisão da empresa (desenvolver ou
não o projeto). Assim, tais custos não devem ser considerados no fluxo de
caixa do projeto, pois não contribuem para o processo de avaliação e tomada
de decisão.

Custos de oportunidade
Correspondem às receitas que a empresa estará deixando de ter ao optar por
investir em determinado projeto. Essa perda, ou custo de oportunidade, deve
ser considerada no fluxo de caixa do projeto.

Efeitos colaterais
São os efeitos secundários que atuam sobre o fluxo de caixa da empresa e
devem ser considerados na avaliação. Exemplo: o lançamento de um novo
produto acarretará uma redução de 50% na receita de outra linha já existente.

Depreciação
É parte integrante do custo de fabricação. Entretanto, a mesma não gera saídas
de caixa (uma vez que o desembolso já ocorreu anteriormente, quando o ativo
foi adquirido). Assim sendo, a depreciação não é considerada no fluxo de caixa
do projeto. Contudo, por ser dedutível para fins de imposto de renda, o impacto
da mesma no imposto (benefício de redução do imposto devido) deve ser
considerado.

Benefício fiscal da depreciação = depreciação x alíquota do I.R.


Existem diferentes métodos de depreciação de ativos (depreciação por unidade
produzida, depreciação por hora de produção etc.). Entretanto, o imposto de
renda brasileiro só admite o método linear de depreciação, o qual se baseia na
simples divisão do valor de aquisição do bem pela vida útil estimada (pelo
próprio fisco). Os principais ativos e a vida útil admitida pela legislação fiscal
são indicados abaixo:

o Imóveis - 25 anos - 4% ao ano.


o Equipamentos industriais - 10 anos - 10% ao ano.
o Equipamentos informática - 5 anos - 20% ao ano.
o Veículos - 5 anos - 20% ao ano.

Valor residual dos ativos


Corresponde ao valor que será obtido pela empresa com a venda do ativo ao
final da vida útil do mesmo. Os bens, ao final de sua vida útil, podem possuir
valor de mercado (revenda). Nesses casos, tal valor deverá ser considerado
como uma entrada de caixa do projeto. Da mesma forma, o projeto pode se
destinar a substituir bens que poderão ser revendidos. Essas entradas de caixa
também deverão ser incorporadas ao projeto.

Custos de financiamento
Como já visto anteriormente, o fluxo de caixa que deve ser utilizado na
avaliação de um projeto é o FC dos ativos. Logo, as despesas com juros não
devem ser consideradas (decisões de investimento são diferentes de decisões
de financiamento).

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