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Portuguesa
Leitura
7o ano
Caderno 4
Módulo 38
Texto 1
[O capítulo seguinte intitula-se Mais de treze anos antes e narra o que aconteceu na ponte, antes
do nascimento de Luna Clara]
1 Explique o foco narrativo do texto. Para a explicação, utilize como exemplo os parágrafos 4 e 9 do
texto 1.
4 Segundo o narrador, Luna Clara não era de se impressionar com histórias esquisitas.
a) Que expressão sugere que a personagem sentia algum medo ao atravessar a ponte?
b) Para Luna Clara os casos extraordinários relacionados à travessia da ponte pertenciam realmente à
ordem do maravilhoso? Que hipótese ela formulava para explicá-los?
5 No final do capítulo, Luna Clara é atacada por cães ferozes. Em sua opinião esse fato confirma a hipó-
tese da personagem ou é um indício de que realmente podiam acontecer coisas maravilhosas naquela
ponte? Justifique.
6 No segundo bimestre, lendo um capítulo do livro A ilha do tesouro, você estudou alguns recursos nar-
rativos utilizados pelos autores de narrativas de aventuras.
7 Interrompemos a reprodução do texto 2 no parágrafo 10. Formule uma hipótese do que poderá ocor-
rer em seguida, encerrando o episódio da travessia da ponte.
Módulo 41
Antes de ler o texto, veja a sinopse do livro Tempo de travessia, publicado pela editora nos sites de
livrarias:
SINOPSE
O Mundo das Pedras – localizado bem abaixo dos pés humanos, no interior da Terra –
passa novamente por um grande perigo. Espinélio, que já havia escravizado seres dos países
vizinhos e explorava as formações rochosas do lugar, agora ambiciona possuir as ágatas,
pedras com o poder de ampliar a comunicação telepática. Não se sabe ao certo quantas ága-
tas existiram, porém, há quatro delas ainda em atividade – duas na América do Sul e duas
na Europa, sob a guarda do povo Ionte. Essas pedras, nas mãos do terrível vilão, podem se
tornar armas poderosas, que lhe possibilitarão controlar as mentes de todos os seres do
mundo subterrâneo. Isso seria o fim do Mundo das Pedras e do Mundo Lá Fora. Nessa trama
que envolve cientistas da Alemanha, Guatemala, Inglaterra e Brasil, o leitor é levado a fazer
expedições por lugares estranhos e terras inóspitas, além de cruzar distâncias em um piscar
de olhos, através dos portais que ligam os sete reinos.
Disponível em: <http://www.livrariacultura.com.br/p/tempo-de-travessia-2560200>. Acessado em: 10 set. 2015.
Tempo de travessia
O julgamento (Cap. 1 – fragmentos)
1
Dara estava arrumando a mochila para o dia seguinte. Era fevereiro; fazia pouco
tempo que as aulas haviam começado.
Felizmente, tanto ela como Caio haviam passado de ano. Ansiava pela volta as au-
las só para revê-lo. Mas estava difícil falar com ele a sós. O amigo parecia ignorar tudo que
haviam enfrentado juntos...
A mãe já havia chamado para o jantar. Dara ia sair do quarto quando, ao olhar para
o criado-mudo, viu sua pedra-que-brilha reluzindo.
O coração da menina bateu mais depressa. Aquele era o sinal de Rutilo. Ele a esta-
va convocando! O que teria acontecido?
5
Dara ouviu a mãe chamar mais uma vez. Apressada, foi à cozinha e disse aos pais
que não tinha fome. Estava com dor de cabeça. Preferia dormir.
– Mas Dara, nem mesmo um copo de leite? – protestou Dalva, sua mãe.
– Adolescentes... – resmungou Martius, o pai, vendo a filha correr para o quarto.
Dara trancou a porta e apagou as luzes. Pegou na mão direita a pedra que reluzia;
deitou-se e fechou os olhos. O que aconteceria? Teria outro daqueles sonhos que pareciam
reais?
abril educação – sistemas de ensino 4 Língua Portuguesa – Leitura – 7o ano – Caderno 4
Em minutos, seu corpo ressonava. Dara havia mais uma vez feito a travessia para o
misterioso mundo subterrâneo.
[...]
10
Depois do tremor de terra do ano anterior, o parque da cidade fora cercado por
cordões de isolamento. Dara e a doutora Safira haviam ido lá nas férias, e sua entrada fora
barrada pela interdição da prefeitura. Ninguém podia entrar no parque a não ser daquela
forma: num sonho!
Para Dara, o sonho parecia extremamente real. Ela andou pela aleia até chegar à
clareira. Ali estava o Portal. A pedra horizontal, apoiada nas duas verticais, estava rachada,
porém mantinha-se equilibrada.
Decidida a continuar, respirou fundo e atravessou as pedras que formavam o Últi-
mo Portal.
Luz branca intensa formou-se ao redor. Ouviu passos. Como esperava, viu-se diante
de um dos Guardiães, que apontou uma lança e perguntou:
– Quem pede passagem?
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– Dara – respondeu, tímida.
– O mestre a espera na Assembleia – disse ele, baixando a lança.
Ela não se enganara: o chamado de Rutilo era urgente. Tomou o caminho que leva-
va à Cidade Ionte. A claridade a envolvia; ali não havia noite, um sol rosado brilhava no alto.
No centro da cidade reviu a Fonte Luminosa e a casa-pedra da Assembleia, de onde
os mestres governavam a Terra dos Iontes. Tudo parecia deserto, porém dali vinha um rumor
de vozes. Talvez o povo todo estivesse lá dentro. Mas como entrar?
Como que respondendo ao que pensara, uma voz ecoou dentro de sua cabeça:
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– Não tenha medo, Dara. Concentre suas energias e atravesse a parede.
Ela gelou. Aterrorizava-a pensar em atravessar uma pedra, mas ... a voz dissera para
não ter medo. E estava sonhando. Nos sonhos, tudo era possível!
Reuniu coragem e andou, esperando esborrachar o nariz. Em vez disso, sentiu um
estranho formigamento, enquanto tudo desaparecia. De repente, estava do lado de dentro
da casa!
Estacou, maravilhada. Havia centenas de criaturas no enorme salão. No centro,
doze assentos de pedra dispostos em círculo eram ocupados por dez iontes; dois estavam
vazios. A menina reconheceu, em um deles, o velho mestre Zircônio. Em outro, viu Rutilo.
Passou pela multidão que havia ao redor do círculo.
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– Parabéns por sua primeira transpetrância – disse Rutilo, tomando-lhe a mão.
– Trans o quê? – estranhou a garota. – Ah! Quer dizer que atravessei a pedra? Trans-
petrância ...
– Isso mesmo, Dara – ele confirmou, sorrindo.
– Mas ... Por que me chamou, mestre?
– Pedi que viesse para depor no julgamento de Citrino. Ele é acusado de traição e
você precisa testemunhar.
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O tempo ali transcorria de maneira diferente do Mundo Lá Fora. Podia ter passado
muito tempo desde que tudo acontecera, mas os perigos que haviam corrido e a traição de
Citrino ainda estavam bem presentes na memória de Dara.
– E Azurita, mestre? – quis saber. – Não foi convocada para o julgamento?
– Sim, o testemunho dela também e importantíssimo. Já deve estar chegando. Foi
encarregada de buscar Citrino para a Assembleia.
abril educação – sistemas de ensino 5 Língua Portuguesa – Leitura – 7o ano – Caderno 4
Dara engoliu em seco. Aquela experiência prometia ser perturbadora
[...]
Enquanto aguardava o julgamento, no Mundo das Pedras sob o Brasil, Dara recor-
dou o que Citrino fizera.
35
– O que foi feito dele todo esse tempo, mestre? Ficou na prisão?
– Não há prisões aqui – elucidou Rutilo. – Ele esteve comigo até a Assembleia mar-
car seu julgamento. Há muito tempo não temos uma acusação de traição. É um crime grave.
– Onde estão Flint e Ônix? Eles também virão ao julgamento? – perguntou, lem-
brando-se do clorionte e do sodionte que a tinham ensinado como entrar naquele mundo.
– Estão longe, em missão – esclareceu o mestre. – Não daria tempo de chegarem.
Mas aquiete-se, Dara, o julgamento vai ter início.
Todos no recinto se calaram. Uma mulher ionte ergueu-se de um dos bancos de
pedra.
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– Bem-vindos – disse ela. – Sou Jade, responsável pela direção desta casa. Há muito
não nos reunimos para uma tarefa tão difícil, por isso peço absoluto silêncio. Que entre o
acusado.
No fundo do salão, Azurita e Citrino atravessaram a parede e andaram até o círculo.
– Apresente-se, minha filha – disse Jade a Azurita –, e introduza o caso ao povo
ionte.
A moça sodionte tomou fôlego. Olhou para Rutilo, viu Dara de relance e começou
a falar.
– Sou Azurita, da Terra dos Sodiontes. Fugi de lá quando Espinélio começou a ex-
plodir nossas aldeias. Ele nos forçava a beber água do rio Letes, para perdermos a memória
e virarmos escravos.
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Um murmúrio de indignação percorreu o recinto.
Azurita prosseguiu, narrando como contatara Rutilo e ele fora em seu auxílio, na
época em que Citrino fora jogado num abismo pelos guardas de Espinélio.
– Nós o salvamos, mas depois descobrimos que ele era um espião. Levava um gel
mineral criado pelo Senhor da Torre para inibir a telepatia; por isso o mestre nunca pôde
ler sua mente. Com Citrino dando informações aos renegados, Rutilo foi capturado e quase
morreu.
– Citrino, você ouviu a acusação – disse-lhe Jade. – O que tem a dizer?
Silêncio novamente. O acusado parecia oprimido pelas centenas de olhares fixos
nele.
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– É verdade – ele disse. – Eu era um espião a serviço do Senhor da Torre.
Eliana Martins e Rosana Rios. Tempo de travessia. São Paulo : Companhia das Letras, 2008, p. 10 ss.
Nota
Para estas atividades foram selecionados três fragmentos de um capítulo, sepa-
rados por reticências entre colchetes ([...]). Esses colchetes indicam que foram
retirados fragmentos do texto que eram desvios da sequência temporal da nar-
rativa (acontecimentos concomitantes ou do passado). Nas questões a seguir, os
fragmentos foram referidos como segmento 1, 2 e 3.
3 Na vida real nomes das pessoas são geralmente escolhidos sem motivos especiais, ou seja, sem que se
pense nos significados que eles têm. Na ficção, no entanto, muitas vezes os nomes das personagens
são motivados, ou seja, são escolhidos de acordo com seus significados. Com base no título da cole-
ção e do lugar onde a personagem habita, faça uma hipótese sobre o significado nome Rutilo. Que
outros nomes de personagens podem receber a mesma explicação hipotética?
Você já estudou
a) Identifique-o.
b) Decomponha-o, ou seja, separe as partes de que ele é formado, para explicar seu significado.
Para produzir bom resumo de um texto, o leitor deve adotar alguns procedimentos:
• Selecionar os fatos mais importantes.
• Agrupar e generalizar os pequenos detalhes.
• Quando necessário, reordenar os fatos pela ordem cronológica.
• Substituir o discurso direto (falas das personagens) pelo discurso indireto.
2º Do ________ ao 7º parágrafo
Neste texto, o autor compara a adolescência com o processo de metamorfose da lagarta em borboleta.
Preencha o quadro abaixo, explicitando os elementos da analogia. Na terceira coluna, escreva frases
comparativas, utilizando esses elementos.
• casulo, “casca”
• borboleta
• metamorfose
1 Você já viu, lendo um conto do escritor angolano Ondjaki, que o português falado na África tem certas
diferenças em relação ao do Brasil, principalmente no léxico. Neste texto de Mia Couto, as diferenças
não se devem tanto ao fato de ele ser africano, mas à sua inventividade vocabular. Do mesmo modo
que a menina deste conto, ele parece ter “uma língua só dele, um dialeto pessoal e intransmixível”.
Observe esta última palavra: o autor parece ter misturado a palavra intransmissível (que não se pode
transmitir) com parte da palavra mixar (misturar), cujo adjetivo correspondente seria miscível (mistu-
rável). Assim, intransmixível significa, ao mesmo tempo: uma linguagem que não se pode transmitir
nem misturar.
Procure explicar o significado dos seguintes neologismos criados pelo autor neste texto:
a) Gostoseou (§ 4)
b) azulação (§ 8)
c) toneloso (§ 11)
Segmentos Títulos
1 do § ao §
2 do § ao §
3 do § ao §
4 do § ao §
6 Há duas histórias neste conto, uma sendo um “espelho fantástico da história” que a personagem
inventou para a filha.
Explique por que a menina diz ao pai que ela acabou a história dele.