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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
COMPONENTE CURRICULAR: AMÉRICA
DOCENTE: VIRGÍNIA BARRETO
DISCENTE: LUCAS FREIRE

FICHAMENTO

BETHELL, Leslie. América Latina Colonial, volume I. 2 ed. 1 reimpressão. São


Paulo, USP, 2004. (p. 25 a 61)

“Situada entre as vastas massas de terra continental da América do Norte e


América do Sul, a Mesoamérica apresenta um aspecto nitidamente ístmico com
várias características geográficas notáveis [...] Essa região onde se
desenvolveram as altas culturas, revela talvez maior diversidade ecológica e
geográfica do que qualquer outra de tamanho análogo no mundo.

“Embora a Mesoamérica se localize nos trópicos, a complexidade de seu relevo


e a variedade de suas formas de terreno, solos e sistemas de drenagem, aliadas
aos efeitos do vento e das correntes marítimas, resultam numa diversidade de
clima, de vegetação e de vida animal.”

“A pré-história remota, no caso das Américas, tem início por volta de 35.000 a.C.,
quando aparentemente o homem chegou pela primeira vez ao continente através
do Estreito de Bering.”

“Achados em várias cavernas [...] mostram como pouco a pouco os antigos


coletores iniciaram o cultivo da abóbora, da pimenta malagueta, do feijão e do
milho. [...] Em várias partes do México central e meridional e na América Central,
começaram a proliferar aldeias de agricultores e artesãos de cerâmica.”
“Algumas dessas aldeias, situadas provavelmente em ambientes mais
adequados, como as margens de um curso d’agua ou junto ao mar,
experimentaram muito cedo o crescimento populacional. Muitas vezes os
habitantes dessas aldeias espalhadas por um território tão vasto diferiam étnica
e linguisticamente.”

“Escavações feitas em centros olmecas [...] revelaram grandes transformações


culturais. La Venta, o maior dos centros, foi erguido numa pequena ilha a poucos
metros do nível do mar [...] foram desenterradas na região uma série de colossais
esculturas de pedra (algumas delas com três metros de altura) e outros
monumentos.

“Em La Venta, do mesmo modo que em outras localidades olmecas, começou a


desenvolver-se uma espécie de proto-urbanismo [...] Suas realizações
pressupõem mudanças em sua organização religiosa, política e
socioeconômica.” – O texto deixa explícito que os olmecas foram o povo que
seja por questões de localização ou experimentação desenvolveram bastante
suas técnicas de organização, foram eles que se destacaram no que se diz
respeito a esculturas, influenciando outros povos da região.

“Enquanto muitos indivíduos continuaram a trabalhar na agricultura e em outras


atividades de subsistência, outros se especializaram em artes e outros ofícios
diferentes, em garantir a defesa do grupo, em empreendimentos comerciais, no
culto aos deuses e no governo, que estava provavelmente nas mãos dos chefes
religiosos.”

“Deve-se provavelmente aos olmecas que viviam ao longo da costa do Golfo o


início do calendário e da escrita na Mesoamérica [...]”

“As extraordinárias inovações dos olmecas não significaram o desaparecimento


de algumas notórias limitações que continuavam a afetar o desenvolvimento dos
vários povos mesoamericanos” – Como por exemplo a ausência de um uso
prático da roda e a falta de conhecimento e habilidade da metalurgia e por fim a
ausência ou escassez de animais para domesticação.”
“A metrópole de Teotihuacán em seu apogeu se estendia por vinte quilômetros
quadrados contava com uma população de 50 mil habitantes. Diferenças de
posição social vinculadas à divisão do trabalho, um exercito eficiente, uma
agricultura extensiva e um comércio bem organizado, em que os comerciantes
atingiam localidades bastantes distantes, são características que se pode talvez
considerar atributos da estrutura socioeconômica do estado de Teotihuacán.”

“Os maias se estenderam pela península de Yucatán e pelas planícies e


montanhas dos estados mexicanos de Tabasco e Chiapas e pela Guatemala,
Belize e partes de El Salvador e de Honduras.” – As aldeias maias dentro das
florestas e próximas aos rios não só eram locais para a adoração dos deuses,
bem como residências para o povo, a sociedade Maia se dividia basicamente em
dois seguimentos: A elite formada por sacerdotes (sábios e respeitados, eram
atribuídos as criações engenhosas), soberanos e bravos guerreiros e o outro
seguimento por pessoas comuns.

“Explicações sobre o que aconteceu aos maias, aos zapotecas, aos


teotihuacanos e, de modo geral, aos que deram origem e sustentação à
civilização em seu Período Clássico não passam até agora de meras hipóteses.”
– Até hoje historiadores e arqueólogos não tem a resposta definitiva para o
declínio das civilizações mesoamericanas, alguns restos das ruínas de
Teotihuacán sugerem um grande incêndio, mas ainda impreciso. Outras
questões levantam disputas internas de poder e até mesmo causas climáticas,
mas até o momento a única certeza que temos é que essas cidades foram
gradualmente abandonando suas cidades.

“Conjunturas à parte, permanece o fato de que o período entre 650 e 950 d.C.
assistiu à queda das civilizações clássicas da Mesoamérica. No entanto a ruína
das cidades não significou a morte da alta cultura nessa parte do Novo Mundo
[...] Tanto quanto nos padrões da vida urbana, na esfera artística encontramos
mais tarde a forte influência do período clássico [...]” – Um dos principais legados
foi a estrutura urbanista (cidades deveriam ter núcleo político), templos e
palácios circundados por espaços abertos, praças de mercado onde as pessoas
se encontravam e negociavam, havia uma noção de subúrbio (as residências
ficavam volta do centro da cidade), o interesse pelo cultivo visto que cada casa
tinha um “espaço verde” e assim permaneceu até a chegada dos espanhóis.

“Uma das realizações dos Mexicas [Astecas] no apogeu do seu desenvolvimento


política cultural (mais ou menos os últimos sessenta anos antes do contato
europeu) foi o forjamento de uma imagem de suas próprias origens,
desenvolvimento e identidade”

“Em 1426 [...] irrompeu a guerra entre os tecpanecas e os mexicas. Estes


receberam a ajuda de vários povos sujeitos a Azcapoltzaco” – Este episódio foi
o marco de disputas do povo asteca por suas terras.

“A maioria dos cronistas espanhóis haviam reconhecido que a sociedade mexica


era, em muitos aspectos semelhantes à dos Reinos Feudais da Europa [...]” -
Essa era a visão que os cronistas espanhóis tinham das organizações sociais,
entretanto estudos mais recentes classificam que isso foi um grande erro e
refutam essa teoria: “Reconheciam que os povos mesoamericanos eram apenas
grupos vinculados por sangue, algumas vezes associados em confederações.”

“No entanto recentes pesquisas de Pedro Carrasco e outros, desenvolvida


dentro de um arcabouço teórico marxista e usando como dispositivo analítico
essencial o conceito de modo asiático de produção, contestou muitas conclusões
aceitas de modo geral. Em suma, essa pesquisa defende a tese de que essas
sociedades tem como base aldeias comunais primitivas e trabalham
coletivamente a terra. Periodicamente, essas entidades se organizavam sob o
governo de um grupo dominante despótico que se aproveitava da mais-valia e
arbitrariamente distribuía o usufruto da terra entre seus próprios membros [...]” –
Uma vez que não existia propriedade privada.”

“As fontes existentes, embora nem sempre precisas a esse ponto, parecem
apoiar a ideia de que a posse da terra estava em relação direta com o cargo e a
função administrativa dos indivíduos favorecidos.”
“Os mesoamericanos, apesar de suas realizações na arte e no calculo de
calendários, não se destacaram como produtores de instrumentos. No entanto
suas ferramentas eram sob muitos aspectos razoavelmente adequadas [...]
Como martelos, facas, raspadeiras [...] ganhos e agulhas para trabalhar com
couro [...] A madeira era utilizada para fazer furadores a fogo, flechas, dardos,
clavas [...] Mais tarde quando começaram a praticar a metalurgia produziram
com o cobre machados, enxadas, furadores, facas e diversas armas.”

“A religião predominante em Tenochtitlan-México foi objeto de fusão e síntese.”


– Os deuses eram baseados nos animais (antropozoomórficos), nos fenômenos
e elementos da natureza (chuva, tempestades, ventos, ar, terra) e nos corpos
celestes (sol, lua e planetas), desenvolveu-se também a criação de um deus-pai
e uma deusa-mãe onipresentes.”

“As vésperas da invasão espanhola, Tenochtitlan-México, a metrópole asteca


era o centro de um vasto e complexo conglomerado político e socioeconômico.
[...] Os espanhóis certamente perceberam que no meio daquele mosaico de
povos, culturas e línguas, os mexicas se sobressaiam como criadores e
governantes de uma complexa entidade política.”

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