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Ética Profissional e Serviço Social II

De acordo com a aula “ a origem do Código de ética”

Reflita e discorra , texto de no minimo dez linhas , sobre a seguinte questão:

“ Você faz alguma distinção sobre os valores que orientam sua vida privada e os valores que oreitam sua atuação
profissional no trabalho ?

0184 - Ética Profissional e Serviço Social II


Aula: 01

Temática: Origem do Código de Ética Profissional

Talvez você tenha uma ideia generalista do que seja o Código de Ética Profissional, quais as
influências e sua importância com os profissionais dessa área, assim, destacaremos o
amadurecimento teórico-prático com a categoria.

Quando nos referimos a um Código de Ética, estamos falando de uma extensão da ética profissional
que remete para o aspecto normativo e jurídico que regula a profissão. O Código de ética indica o que
deve “ser” profissional, estabelecendo normas, deveres, direitos e proibições, representando para a
sociedade e atrelados aos mecanismos de defesa da qualidade dos serviços ofertados à população.

No entanto, representa-se como um instrumento que determina parâmetros para o exercício


profissional, por meio de violações e normas, vinculadas a identidade profissional frente à sociedade.

A ética não se limita a uma profissão, tampouco à sua normatização, o que acaba levando à análise
das entraves de um código, entre elas a da questão da incorporação de valores em sua dimensão
singular e coletiva. A incorporação de valores deve ser uma opção livre e conscienciosa, que agregue
as várias dimensões da vida social numa atitude ética conexa com determinada projeção social.

Assim, um código não pode garantir de forma total a concretização dos valores e intuitos nele
contidos, uma vez que isto remete para a característica da formação profissional, para o nível de
consciência política e de organização da classe. A reflexão ética pode ser enfrentada como uma das
intermediações entre o saber teórico-metodológico e os limites e possibilidades da ação profissional.
Neste aspecto, o Código pode retratar o progresso como o descompasso da categoria diante das
demandas sociais.

Assim, a maturação teórico-prático e político-profissional nas últimas décadas tem favorecido um


redimensionamento da ação profissional, buscando uma coesão com as necessidades e interesses
colocados aos profissionais como trabalhadores.

Este redimensionamento demonstra a consciência profissional de que a atuação se introduz na


tentativa de solucionar um conjunto de problemas que diz respeito a todos os trabalhadores. A
realidade atual requer uma atitude ética de todos os cidadãos, apresentado para os profissionais
como um reforço à necessidade de atrelamento entre a vida pública e a privada, entre a ética e a
política, entre a vida profissional e a sociedade.

A conexão entre a extensão profissional e a vida social no seu sentido mais amplo é necessária para
que os valores contenham maiores possibilidades de concretização. É nesta direção que o Código de
Ética assume importância essencial, podendo ser um instrumento autêntico para o estabelecimento
de normas que procurem garantir um respaldo à prática profissional.
Com isto, fazemos menção à operacionalização do código que presta a tarefa de revelar os deveres e
direitos, valores eleitos pela categoria e também o desafio de torná-los o mais próximo possível da
realidade cotidiana dos profissionais. A ideia é que vejam no Código não somente seu caráter
punitivo, todavia, como um instrumento privilegiado que permite à profissão expressar a sua
identidade ético-político à sociedade.

Percebemos que o compromisso deve ser acirrado quanto ao direito à liberdade de discussão, crítica
e quanto ao direito de exercer o Serviço Social sem ser discriminada por questões de inclusão de
classe social, etnia, opção sexual e etc. Cabe evidenciar dois princípios éticos essenciais para uma
convivência profissional respeitosa e bem-sucedida entre as linhas de pensamento que orientam a
prática do assistente social: o compromisso com a igualdade e com a liberdade.

Desta forma, a convivência não será isenta de conflitos, assentados, até mesmo, pela necessária e
verdadeira luta pela hegemonia no projeto profissional, o qual deve ser travado democraticamente.

Como você pôde observar, apontamos uma breve síntese da origem e fundamentos históricos do
Código de Ética, na próxima aula estudaremos a contextualização do Serviço Social com a Ética. Até
mais!
Última atualização: terça, 14 Jan 2014, 05:56

Planejamento e Gestão Social II


Descreva com suas palavras em 15 linhas a importância para as organizações da atuação do
VOLUNTÁRIO.
AULA 14 - VOLUNTARIADO

0603 - Planejamento e Gestão Social II


Com origem no latim (voluntariu), o Voluntário é aquele que se compromete a cumprir determinada
tarefa ou função sem ser obrigado a isso e sem obtenção de qualquer benefício material em troca. É
aquele que, pelo seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem qualquer remuneração, a
diversas atividades de bem-estar social ou outros campos de intervenção.

Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse
pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas
formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos..."

Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu-se o voluntário
como ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da
comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu
impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa,
como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico,
político, emocional.

Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, engajado, participante e consciente,


diferenciamos também o seu grau de comprometimento: ações mais permanentes, que implicam em
maiores compromissos, requerem um determinado tipo de voluntário, e podem levá-lo inclusive a uma
"profissionalização voluntária"; existem também ações pontuais, esporádicas, que mobilizam outro
perfil de indivíduos.

O voluntariado é uma atividade inerente ao exercício de cidadania que se traduz numa relação
solidária para com o próximo, participando, de forma livre e organizada, na solução dos problemas
que afetam a sociedade em geral.
Desenvolve-se através de projetos e programas de entidades públicas e privadas com condições para
integrar voluntários, envolvendo as entidades promotoras. Corresponde a uma decisão livre e
voluntária apoiada em motivações e opções pessoais que caracterizam o voluntário.

Segundo Xavier (2002), o serviço voluntário é uma realidade antiga no Brasil. Faltava, no entanto,
uma regulamentação desta relação de trabalho a fim de não só estimular a prática do voluntariado,
como também, criar um respaldo jurídico capaz de facilitar a profissionalização do serviço voluntário e
evitar a reclamação de direitos trabalhistas. Surge então a Lei nº 9.608/98 publicada no Diário Oficial
da União em 19/02/1998, que dispõe sobre as condições de exercício do trabalho voluntário.

Ao se analisar o conteúdo da Lei no 9.608/98, ao longo dos seus cinco artigos, verifica-se que o
legislador se preocupou, basicamente, em perfilar o trabalho voluntário a fim de distingui-lo do
trabalho assalariado.

O art. 1º define o trabalho voluntário como a atividade não remunerada prestada por pessoa física a
entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha
objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social. Já o
parágrafo único do citado artigo dispõe que: o serviço voluntário não gera vínculo empregatício nem
obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.

Segundo a legislação brasileira, o vínculo de emprego está caracterizado quando o trabalhador prestar
serviços ao empregador em caráter pessoal, de forma contínua, subordinada e mediante
remuneração. Diante da definição legal, pode-se dizer que o traço diferencial entre o contrato de
emprego e o serviço voluntário reside na ausência de remuneração.

Ocorre que para a inocorrência do vínculo empregatício, o legislador tornou necessário que o trabalho
voluntário seja documentado por intermédio de contrato escrito, ao qual chamou de termo de
adesão, onde deverão constar expressamente o objeto do trabalho e as condições de seu exercício
(art. 2º). Neste caso, o "termo de adesão" constitui-se em prova documental da não formalização do
vínculo de emprego entre o voluntário e a organização. O simples acordo tácito ou verbal não
produzirá efeitos jurídicos, prevalecendo à relação de emprego.

Sistematizando, percebe-se, então que, são tidas como características do serviço voluntário:

a) Trabalho não remunerado;

b) Trabalho prestado por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada
sem fins lucrativos;

c) Existência de termo escrito de adesão, onde conste o objeto e as condições do trabalho a ser
realizado.

Para finalizar, um ponto importante da Lei no 9.608/98 a ser destacado diz respeito à possibilidade do
trabalhador voluntário ser ressarcido pela entidade das despesas comprovadamente efetuadas para o
desempenho das atividades voluntárias, desde que haja a devida autorização (art. 3º e seu parágrafo
único). Não fazendo a Lei qualquer menção sobre a forma desta autorização, deve prevalecer o
melhor entendimento de que esta pode ser prévia ou posterior à realização das despesas. Assim, o
voluntário poderá receber a importância gasta em função das despesas de transporte e alimentação,
sem que com isso fique caracterizada a remuneração, um dos elementos configuradores da relação de
emprego. Dependendo da quantia a ser reembolsada é extremamente recomendável que a
discriminação de tais despesas sejam documentadas em relatório detalhado.
A Lei no 9.608/98, inegavelmente, constitui um avanço ao respaldar juridicamente a prestação de
serviço voluntário, regulamentando a prática do voluntariado e protegendo as entidades de
reclamações na Justiça Trabalhista.
Última atualização: terça, 14 Jan 2014, 05:56

Seminários Temáticos I
O Brasil, desde a sua independência, teve sete Constituições: as de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e
1988. Alguns consideram como uma oitava Constituição a Emenda nº 1, outorgada pela junta militar, à
Constituição Federal de 1967, que teria sido a Constituição de 1969. No entanto, a história oficial considera
apenas sete.
Leia a aulas texto 09 e 10 e responda a seguinte questão: dentre as seis constituições, (1824, 1891, 1934,
1937, 1946 e 1967), em sua opinião, qual delas mais contribui para a garantia dos direitos sociais no Brasil.
Comente sua resposta, em um texto dissertativo de no máximo 5 linhas.
Aula 09
Iniciamos nossa aula abordando a história dos 500 anos do Brasil, o qual foi marcado por diversas
mudanças no que se refere à formação do Estado brasileiro como à construção da sociedade civil.
Com aspectos peculiares e permeados por fatores que moldaram a sociedade brasileira, os direitos
civis, políticos e sociais foram se instituindo a partir de um cenário histórica singular, no qual passaram
por períodos colonial, imperial, chegando ao republicano.

O Brasil, descoberto em 1500 e conservado como colônia portuguesa por três séculos, incorporou na
sua organização social e, por conseguinte, no campo dos direitos, linhas de vinculação com o império
lusitano. Objetivando a ampliação de seu império, Portugal instituiu no país um sistema produtivo
baseado na agricultura e calcado no trabalho escravo, os quais vão incidir no campo dos direitos civis.

Por exemplo, o trabalho escravo, somado ao momento político de vinculação da colônia brasileira a
Portugal, é uma das características marcantes da sociedade brasileira presente ao longo dos séculos
XVI, XVII e XVIII. Tal realidade demonstra a dificuldade de enunciação dos direitos civis, uma vez que
os escravos eram tratados como objeto de exploração.

A escravidão, na cultura lusitana da época, era algo acolhido pelos governos e pela a Igreja, uma vez
que a mesma não se instituía em crime e nem em pecado. Com essa prerrogativa, o fundamento
produtivo brasileiro foi determinado no trabalho escravo, e ao tráfico dos mesmos foi uma prática
intensa, e só obstruída por pressões internacionais.

Embora interrompido o tráfico nessa época, o trabalho escravo continuou até 1888, quando a
escravidão foi abolida no Brasil. No entanto, este acontecimento histórico não mudou a qualidade de
vida da maioria da população brasileira, ao contrário, continuaram persistindo nas relações sociais, os
traços nos quais se assentou a relação de trabalho do período escravocrata.

Nas grandes propriedades, a lei que valia era a dos coronéis, que se apresentavam como donos não
só dos escravos, mas também dos trabalhadores que dependiam deles para viver. A partir daí, criam-
se condições objetivas da ideologia do “favor”, em relação à dependência pessoal.

Na realidade, as relações sociais entre proprietários, escravos, governo e população em suma


retratavam as demonstrações de um sistema de produção agroexportador que esteve em vigor nos
quatro primeiros séculos da história política, econômica e social brasileira.

As ideias iluministas da Revolução Francesa e as idéias inglesas originárias da Revolução Industrial


eram apreciadas como indesejáveis, por estimular os trabalhadores e influenciar movimentos
inconvenientes para o Brasil. Apesar de todos esses impedimentos, os conceitos circularam no Brasil,
apresentadas pelos estudantes das famílias abastadas que fariam sua formação na Europa.

Desta forma, a constituição da burguesia, tão importante para os movimentos de materialização dos
direitos civis e políticos europeus, desenvolveu-se no Brasil com particularidades diferentes, ou seja,
conforme o exercício de seus interesses privados.

No período da Colônia e do Império, os movimentos sociais no país limitavam-se em discutir a


vinculação econômica da “Coroa” e os impostos que o fisco atribuía. A elite brasileira almejava
emancipar-se da tutela portuguesa, ou seja, manter sua liberdade de comércio, livrar-se do fisco e
também manter o trabalho escravo.

No início do século XIX, em razão das guerras napoleônicas na Europa, a família Real portuguesa veio
para o Brasil, e, por conseguinte, a Colônia transpôs da condição de Reino Unido de Portugal e
Algarve. Essa condição foi revelada pela cessão não só da corte para o Brasil, mas pela absorção de
toda estrutura burocrática e administrativa, bem como pelo apoio da economia agroexportadora.

No entanto, um país autônomo determinava uma constituição que o estabelecesse. E a organização e


a formatação dessa constituição retrataram-no, especialmente na área dos direitos, como os subsídios
da sua herança histórica: dependência política, processo de trabalho escravocrata e relações de poder,
centralizadas nos grandes proprietários.

Os mesmos grupos que defenderam a independência do Brasil alimentaram o processo de constituição


da eleição da Assembléia Nacional Constituinte. De um lado estavam os conservadores, cujo expoente
foi José Bonifácio, de outro, os radicais, representados por Gonçalves Ledo.

A consequência desse movimento foi a Constituição de 1824, que, contraditoriamente, apontava a


liberdade individual, o direito de propriedade, o preceito da educação primária gratuita, constituía a
igualdade de todos diante da lei e afirmava a liberdade de pensamento e expressão, dentre outras
garantias, expondo a sua semelhança conceitual com a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão de 1789.

Contudo, a influência da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e das ideias liberais que a
acomodaram foi inserida na vida dos brasileiros da época sob o nexo de uma grande contradição entre
o proferido pela lei e o que sobrevinha na realidade, no Brasil. Por outro lado, algumas idéias liberais
consolidaram os direitos civis e políticos e foi agrupada a Constituição de 1824, a primeira sob a
proteção de um país autônomo e que foi escrita 35 anos após a Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão.

Portanto, a constituição de 1824 organizou o Estado brasileiro que compôs por quatro poderes:
Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador. O moderador referendava o direito do rei de indicar
livremente os ministros de Estado, sem consultar o legislativo.

A manifestação dos direitos sociais foi instituída a partir do trabalho dos imigrantes europeus, que, no
século XVIII, fugindo das guerras, se estabeleceram no Brasil e foram, aos poucos, substituindo a
mão-de-obra escrava. As respostas a essas ações foram sendo estabelecidas pela elite nacional como
concessões, ou seja, visualizava o movimento das elites em atendimento das demandas, que na sua
grande maioria era realizada na lógica do “favor”.

O tratamento ao povo que contestava por atendimento às suas demandas era realizado por
intermédio de mecanismos ora de privilégios, ora de repressão, fenômenos estes historicamente
presentes na sociedade. Era de interesse da elite nacional, pois havia um movimento para sua
concessão, caso contrário, a repressão era empregada como instrumento de desmonte dos
movimentos pela segurança dos mesmos.

Os governos que se sobrevieram após a Proclamação da República e a promulgação da Constituição


de 1891 reiteraram a condição do país de historiar como lei aquilo que não se almejava desempenhar.
Entretanto, as estruturas legais apontavam para a criação de um corpo de direitos reconhecidos pela
lei.

Em relação à constituição de 1891, observamos que a mesma foi redigida colocando como princípios
básicos algumas qualidades que são indicativos da presença de peculiaridades para a formulação de
alguns direitos civis, políticos e social. Ainda falando sobre direitos, embora alguns já estivessem
escritos na Constituição, a relação entre o povo, a elite e os governos acontecia através das relações
amistosas.

Embora a história brasileira permaneça repleta de fatos que demonstram uma trajetória com muitos
entraves para a concretização de mecanismos garantidores de direitos no campo civil, político e social,
é necessário percorrê-lo para entender sobre a desigualdade social. Os traços característicos de uma
sociedade estão subordinados, com economia baseada no trabalho escravo e com relações sociais
demarcadas pelo campo privado, os quais darão a trajetória dos direitos que mantém persistentes na
sociedade.

Enfim, a constituição dos direitos no Brasil transcorre por uma inversão de trajeto, onde os direitos
sociais são os primeiros a serem concretizados, por conseguinte, consolidarem-se como direitos civis e
políticos. Para isso, demonstra que é no Brasil de 1930 que surgem particularidades que desvendam
essa inversão.

Contudo, para entender essa trajetória é preciso analisar a realidade do Brasil a partir de 1930, as
constituições que conduziram a vida social, política e econômica brasileira e os governos que
materializaram mecanismos que foram consagradores desses direitos.
Aula 10
Iniciamos nossa aula demonstrando o cenário que os militares assumiram no Brasil, a partir do golpe
de 1964, com a proposta de acabar com o período de governo populista, extirpar o fantasma do
consumismo e modificar o Brasil em uma potência internacional, tendo como representação as suas
ações de cunho burocrático e tecnicista.

O Brasil era um país refratário à participação popular, e o período que precedeu a ditadura militar foi
caracterizado por revelações populares que procuravam sustentação para reformas referentes à
melhoria da qualidade de vida da população.

Já o segundo Brasil procurava cooptar a população, na sua grande maioria pobre, vivendo sobre a
dificuldade salarial, a inflação, as precárias condições de vida, para a legitimação das ações
governamentais. Os meios de informação censurados, não admitiram à classe média e ao povo em
geral conhecer os atos arbitrários perpetrados pelo governo, no qual anunciavam as realizações no
campo social.

Os atos institucionais que foram proclamados ao longo do período 1964-1985 apresentaram através
do seu eixo as arbitrariedades e os regimes de restrição enquanto patamares de relacionamento com
a sociedade, o que colocava os governantes numa posição de semelhança com os reis absolutistas dos
séculos XVI e XVII.
A promulgação da Constituição de 1967 reordenou de certa forma, os direitos já efetivados na
Constituição de 1946 e, estabeleceu uma peculiar forma de compreensão e gestão dos mesmos, cuja
enunciação dos direitos tem como base a ótica de que os direitos só seriam desempenhados por
aqueles que se submetessem aos preceitos instituídos pelo governo militar.

Nessa Constituição, observamos que o campo dos direitos sociais trabalhistas se manteve preservado,
quando se mencionavam ao trabalhador de maneira singular. Em relação aos direitos políticos,
conservou a proibição de voto aos analfabetos e àqueles que não saibam se manifestar-se em língua
nacional.

Outra problemática social que não podemos de citar, refere-se às proporções significativas que nesse
período foi a questão dos infratores, no qual foi criado o Sistema Nacional do Bem-Estar e/ou
Fundações Estaduais (FUNABEM/FEBEMs), que tratavam as crianças e os adolescentes pobres do país,
sob a proteção da segurança nacional e aplicavam no seu atendimento, técnicas repressivas.

Nesse período, dava-se início ao destaque da questão e segurança pública, com referência aos
números de crianças na rua e a de adolescentes envolvidos com atos infracionais, demonstrando a
exigência da sociedade sobre o Estado na resolução desses problemas.

Com relação ao campo educacional, o principal desígnio era sobre o conhecimento técnico, reiterando,
de certa forma, a política da formação direcionada ao trabalho urbano-industrial. Sendo assim, a
questão do analfabetismo passou a ser uma inquietação, devido à necessidade de alfabetizar os
trabalhadores, principalmente pela anexação das técnicas do modelo de gestão do trabalho.

Já no âmbito da política social previdenciária, e atuações de integralidade técnica-política de áreas a


ela arroladas foram aprendidas. Ou seja, em 1974, foi criado o Ministério da Previdência e Assistência
Social, em 1979, foi instituído o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, que incorporou o
INPS, o INAMPS, a FUNABEM, a LBA e a Central de Medicamentos.

Essa questão, pautada no início da década de 1960, e teve como finalidade a vinculação de uma única
estrutura das instituições que anteriormente possuíam uma relação direta na oferta dos benefícios à
população. Por um lado, a medida teve seu aspecto favorável, pois a unificação dos benefícios e
recursos poderia racionalizar e deixar mais claros a oferta e o gasto das políticas.

Por outro lado, ao concretizá-la, os governos da ditadura militar efetivaram seus desígnios de controlar
a população, que, em última instância, era quem financiava os próprios benefícios ofertados pela
política previdenciária, mas que em questão do processo repressor, não era entendido pela população.

Com relação à área da saúde, vários programas foram instituídos, cujo objetivo era o atendimento
focal e pontual, principalmente no que se refere aos programas preventivos e promocionais, como por
exemplo, as campanhas contra malária, a tuberculose, a doença de Chagas, a varíola e a febre
amarela.

Nesta época, também foram oferecidos programas direcionados à população de baixa renda, como
por exemplo, a distribuição de leite e saneamento básico, diminuindo as desigualdades sociais,
entretanto reiterando o olhar de que essa problemática era consequência das próprias carências
individuais da população.

Enfim, o cenário das políticas sociais desse período expõe a compreensão de como os direitos eram
encarados, pois se as medidas eram tomadas tendo em vista uma política de controle para sustentar a
população sob a guarda dos instrumentos técnicos e burocráticos do governo, no entanto, o
entendimento sobre os direitos era de concessão a quem os governos entendiam como
“merecedores”.

Sendo assim, todos os atos arbitrários reforçaram a afirmação de que o período da ditadura militar foi
muito dificultoso sobre o ponto de vista da construção de uma cultura fundada nos direitos,
reforçando o critério do interesse, da política centralizadora e autoritária e excluindo da órbita do
sistema da égide social a participação popular.

Durante a década de 1980, o país se mostrou com enormes dificuldades provocadas pela grande
centralização de renda e por uma política econômica limitada sob o ponto de vista da participação da
população na riqueza nacional, no qual não apontava o crescimento como tática de acumulação de
riqueza, proposta pelos governos militares.

Ao mesmo tempo, foi uma década generosa em movimentos sociais e em participação da sociedade,
pois se organizou, por meio de entidades, organizações não governamentais (ONGs) e sindicatos, a
fim de participarem do movimento pré-Constituinte, bem como para apontar o descumprimento das
propostas do governo.

Nota-se que nos anos 1980 foi marcada por uma dinâmica associativa e organizada que modificou o
cenário político do país e introduziu aberturas fundamentais no pesado legado autoritários brasileiro.

Esses fatores foram o combustível que fez brotar a construção de uma nova Constituição, que
expressava direitos resultantes da participação popular. O texto constitucional de 1988 e os direitos
nele garantidos, em especial, o que versa sobre a assistência social, será objeto de discussão na
próxima aula.

Psicologia / Psicologia Organizacional / Psicologia Geral e Social


1- Defina a diferença entre competitividade e competição, segundo Soto ( 2008), e como o autor analisa a
presença da competitividade na organização.

Estatística
Uma pesquisa realizada com 50 apartamentos à venda em bairro da cidade, com relação ao tamanho,
apontou os seguintes valores em metros quadrados, dispostos no rol que segue:
100 100 101 105 105 110 110 115 115 120
121 125 128 129 130 135 135 138 139 140
146 146 150 155 160 160 160 185 185 190
210 210 220 220 250 250 250 270 310 310
310 310 310 315 315 315 317 321 331 340
a) Agrupe estes dados representando-os em uma tabela de distribuição de frequências. Utilize o
método de Sturges para calcular a quantidade de classes.
b) Calcule a Média dos tamanhos dos apartamentos em metros quadrados.
c) Calcule a Moda e a Mediana.

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