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NECESSIDADES FINANCEIRAS INICIAIS

E FONTES DE FINANCIAMENTO
(Longenecker, Moore, Petty, Instituto Empreender Endeavor)

Foco na Pequena Empresa


Se tivéssemos de pedir às pequenas empresas para identificar seu problema mais premente, as res-
postas poderia incluir encontrar e manter empregados qualificados, arcar com o custo crescente de
assistência à saúde do empregado e mudança gerencial. A dificuldade de adquirir o financiamento
necessário também seria invariavelmente citada como um problema crítico. Conforme foi notado
por um empreendedor: “O maior problema que as pequenas empresas enfrentam, na minha opinião,
é dinheiro; onde consegui-lo, como obtê-lo e onde conseguir o suficiente quando se precisa dele”.

FINANCIANDO UM NOVO EMPREENDIMENTO:


AS QUESTÕES BÁSICAS
Embora possa parecer o contrário, a obtenção de financiamento não precisa ser intimidante. Requer
que pensemos cuidadosamente nos desembolsos de caixa necessário para iniciar um novo empreen-
dimento e onde podemos encontrar dinheiro para cobrir essas despesas de caixa.

LUCRATIVIDADE E FINANCIAMENTO DE
UM NOVO EMPREENDIMENTO
Uma questão-chave para qualquer um que esteja iniciando uma nova empresa deve ser: “Quão lu-
crativa é a oportunidade?”

O lucro de uma empresa é uma fonte básica para o financiamento do futuro crescimento. Quanto
mais lucrativa for uma empresa, mais fundos ela terá para crescer. Assim, precisamos conhecer os
fatores que levam aos lucros, de modo que possamos fazer as projeções de lucro necessárias. Nesse
sentido, a renda líquida ou lucro líquido de uma empresa depende de quatro variáveis:

1. Quantidade de Vendas. Muito do que projetamos sobre o futuro financeiro de uma empresa é
dirigido pelas suposições que fazemos a respeito das vendas futuras.
2. Despesas Operacionais. As despesas operacionais incluem despesas tais como o custo de bens
vendidos e as despesas relacionadas ao marketing e à distribuição do produto. Desejaremos
classificar, o melhor possível, essas despesas de acordo com aquelas que não variam com o au-
mento ou diminuição das vendas (despesas operacionais fixas) versus aquelas que mudam pro-
porcionalmente com as vendas (despesas operacionais variáveis).
3. Despesas com Juros. Quando emprestamos dinheiro, concordamos em pagar juros sobre a dívi-
da principal. Por exemplo, se emprestamos $ 25.000 por um ano e nos comprometemos a pagar
12% de juros, nossos gastos com juros seriam de $ 3.000 por ano (12% x $ 25.000).
4. Impostos. Os impostos das empresas são, na maior parte, uma porcentagem da renda tributável.
O índice aumenta proporcionalmente com os aumentos de renda.

Vamos considerar um exemplo para demonstrar como estimaríamos os lucros de um empreendi-


mento novo. Estamos considerando uma nova empresa, Oakcrest Products, Inc., para fazer peças de
escada para casas mais caras. Um torno desenvolvido recentemente permitirá que a nova empresa
possa atender a diferentes especificações de design, enquanto faz isso a um preço menor do que era
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possível antes. Ao estudar o mercado e a economia do novo empreendimento, fizemos a seguinte
estimativa para os dois primeiros anos de operações:

1. A Oakcrest espera vender seu produto por $ 125 a unidade, com as seguintes vendas totais para
os próximos dois anos:

Período Vendas projetadas Vendas projetadas


por unidade em dólar
Ano 1 2.000 $ 250.000
Ano 2 3.000 $ 400.000

2. Espera-se que os custos fixos de produção sejam de $ 100.000 por ano, enquanto as despesas
operacionais fixas (despesas de marketing e despesas administrativas) devem girar em torno de
$ 50.000. Assim, os custos operacionais fixos são de $ 150.000.

3. Os custos variáveis de produzir peças para escada são em torno de 20% do faturamento em dó-
lares (vendas), e as despesas operacionais variáveis serão de aproximadamente 30% das vendas
em dólares. Em outras palavras, dado um preço de vendas esperado de $ 125, os custos variá-
veis combinados por unidade, tanto para produzir as peças da escada quanto para o marketing
dos produtos, serão de $ 62,50 [(20% + 30%) x $ 125].

4. O banco concordou em emprestar à empresa $ 100.000 a uma taxa de juros de 12%.

5. Suponha que a taxa de imposto de renda seja de 25%; isto é, os impostos serão de 25% sobre os
ganhos, antes do pagamento dos impostos (renda tributável).

Dadas as suposições anteriores, podemos prever os lucros da Oakcrest, conforme a Figura 1.

Ano 1 Ano 2
Vendas 250.000 400.000 Linha 1
Custo de bens vendidos
Custos fixos 100.000 100.000 Linha 2
Custos variáveis (20% das vendas) 50.000 80.000 Linha 3
Total de custos de bens vendidos 150.000 180.000 Linha 4
Lucro bruto 100.000 220.000 Linha 5
Despesas Operacionais
Despesas fixas 50.000 50.000 Linha 6
Despesas variáveis (30% das vendas) 75.000 120.000 Linha 7
Despesas operacionais totais 125.000 170.000 Linha 8
Lucros operacionais -25.000 50.000 Linha 9
Despesas com juros (taxa de juros de 12%) 12.000 2.000 Linha 10
Ganhos antes dos impostos -37.000 38.000 Linha 11
Impostos (25% dos ganhos antes dos impostos) 0 9.500 Linha 12
Renda líquida -37.000 28.500 Linha 13
Figura 1 – Oakcrest Products, Inc. – demonstrações de renda projetadas.

Ao projetar a renda líquida da empresa, os seguintes passos são seguidos:

1. Primeiro, computamos o custo esperado dos bens vendidos (linha 4) e as despesas operacionais
(linha 8) para o nível dado de vendas. Subtraindo esses custos e despesas das vendas da empre-
sa, temos os seus lucros operacionais ou ganhos antes dos juros e impostos (linha 9).

2. Depois, calculamos as despesas com juros para cada ano (linha 10). Nesse caso, a despesa anual
com juros é de $ 12.000 (12% x $ 100.000).

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3. O cálculo final envolve a estimativa de imposto de renda, de 25% dos ganhos antes dos impos-
tos. Entretanto, temos uma pequena complicação resultante do prejuízo de $ 37.000 no Ano 1.
Tipicamente, quando um empresa tem um prejuízo em suas operações, as leis tributárias permi-
tem que ela a deduza de qualquer renda dos anos subseqüentes. Para simplificar, suporemos que
esses prejuízos não sejam transferidos para anos futuros.

O resultado de todos os nossos cálculos sugere que a empresa perderá dinheiro no Ano 1, corres-
pondendo à quantia de $ 37.000, seguido de renda líquida positiva de $ 28.500 no Ano 2.

DETERMINANDO A NATUREZA DOS REQUISITOS FINANCEIROS


As necessidades específicas de um novo negócio proposto governam a natureza de seus requisitos
financeiros iniciais. Se a empresa é um supermercado, o planejamento financeiro deve fazer provi-
sões para o prédio da loja, caixas registradoras, carrinhos de compra, prateleiras para estoque de
mantimentos, equipamento de escritório e outros itens exigidos nesse tipo de operação. Uma análise
dos requisitos de capital para esse ou qualquer outro tipo de negócio deve considerar como financiar
(1) os investimentos e despesas necessários, incorridos para iniciar a empresa e para seu crescimen-
to, e (2) quaisquer despesas pessoais se o proprietário não tiver outra renda para viver. Vamos con-
siderar essas duas necessidades.

Investimento Inicial e Requisitos Financeiros

Para atender os requisitos financeiros para uma nova empresa, visualize o balanço patrimonial, con-
forme mostrado na Figura 2. O lado esquerdo do balanço mostra os ativos possuídos pela empresa,
tais como caixa, contas a receber e equipamento. O lado direito nos diz quem forneceu o capital
necessário para o negócio.

Ativos Passivo e patrimônio

Ativos Circulantes: Passivo Circulante:


Caixa Contas a pagar
Contas a Receber Provisões para despesas
Estoques Papéis de dívida de curto prazo
Despesas pagas antecipadamente

+ +
Ativos Fixos: Obrigações de longo prazo:
Maquinário e equipamento Papéis de longo prazo
Instalações Hipoteca
Terreno

+ +
Outros Ativos: Patrimônio:
Investimentos Valor líquido do proprietário ou
Patentes Participação social ou
Patrimônio em ações ordinárias

= =
Ativo Total Passivo Total

Figura 2 – Componentes do balanço.

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Os ativos de uma empresa geralmente são classificados em uma de três categorias ou tipos: (1) ati-
vos circulantes, (2) ativos fixos e (3) outros ativos.

Ativos Circulantes. Os ativos circulantes abrangem os ativos que são relativamente líquidos – ou
seja, ativos que serão convertidos em caixa dentro do ciclo operacional da empresa. Os itens de ati-
vo circulante incluem principalmente caixa, contas a receber, estoque e despesas pagas antecipada-
mente. Os correntes representam o capital de giro da empresa. O temo capital circulante às vezes
é aplicado a esses itens, enfatizando o ciclo constante do caixa para o estoque, para contas a receber,
para o caixa e assim por diante.

Caixa. Toda empresa deve ter o caixa essencial para as operações de negócios correntes. Uma re-
serva de caixa também é necessária devido ao fluxo instável de fundos que entram (receitas de cai-
xa) e saem da empresa (despesas do caixa). O montante dessa reserva é determinado não apenas
pelo volume de vendas, mas também pela regularidade de receitas e pagamentos de caixa. Há incer-
tezas devido às decisões imprevistas tomadas pelos clientes, como quando eles pagarão suas contas,
e devido às emergências que requerem desembolsos substanciais de caixa. Se um balanço adequado
de caixa é mantido, a empresa pode assumir desenvolvimentos inesperados sem hesitação. Entretan-
to, uma empresa pode ter excesso de caixa. Uma vez que o caixa é um ativo que não produz renda,
há um limite quanto à quantidade de caixa que desejamos manter em mãos.

Contas a Receber. As contas a receber da empresa consistem de pagamentos devidos por seus cli-
entes. Se ela espera vender a crédito – e em muitas linhas de negócios isso é necessário – deve-se
fazer provisão para financiar contas a receber. A empresa não pode aguardar até que seus clientes
paguem suas faturas para repor seus estoques.

Estoques. Embora a importância relativa dos estoques difira consideravelmente de um tipo de ne-
gócio para outro, eles constituem freqüentemente uma parte importante do capital de giro. A sazo-
nalidade das vendas e da produção afeta o tamanho do estoque mínimo. As lojas de varejo, por e-
xemplo, podem achar desejável manter um estoque maior que o normal durante a época de Natal.

Despesas Pagas Antecipadamente. Ao iniciar uma empresa, precisamos arcar com algumas despe-
sas antecipadamente. Por exemplo, o prazo de prêmios de seguro pode expirar antes de o negócio
abrir, ou os depósitos de serviços de utilidade pública podem ser exigidos antes que a eletricidade
seja ligada na empresa. Para fins contáveis, essas despesas inicialmente são registradas como ativos
correntes, e então lançadas como despesas durante o ano, conforme seu uso.

Ativos Fixos. Os ativos fixos são o tipo mais permanente de ativos a serem usados nos negócios, e
não para as vendas. Conforme mostra a Figura 2, os ativos fixos necessários em uma empresa nova
podem incluir maquinário e equipamento, edificações e terreno.

A natureza e o montante do investimento em ativos fixos são determinados pelo tipo de operações
de negócios. Um salão de beleza, por exemplo, pode ser equipado com aproximadamente $ 80.000,
enquanto um hotel às vezes requer 50 ou mais vezes essa quantia. Além disso, em qualquer tipo de
negócio, há uma quantidade mínima ou variedade de instalações necessárias a uma operação efici-
ente. Raramente seria lucrativo, por exemplo, operar um hotel com apenas um ou dois quartos. É
esse princípio, evidentemente, que exclui as pequenas empresa da fabricação de automóveis e ou-
tros tipos de indústria pesada.

A flexibilidade de uma empresa está inversamente relacionada a seus investimentos em ativos fixos.
Os investimentos em terreno, edificações e equipamento envolvem compromissos de longo prazo.
A inflexibilidade inerente ao investimento em ativos fixos sublinha a importância de uma avaliação
realista das necessidades de ativos fixos.
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Outros Ativos. A terceira categoria de ativos – outros ativos – inclui itens tais como ativos intan-
gíveis. Patentes, copyrights e fundo de comércio são ativos intangíveis. Para a empresa que está
iniciando, “outros ativos” podem incluir também custos organizacionais – custos incorridos na or-
ganização e promoção dos negócios. Tais custos iniciais são mostrados como “outros ativos” e en-
tão amortizados como despesas nos anos subseqüentes.

Fundos para Despesas com Manutenção Pessoal

Em muitos negócios iniciantes, deve-se fazer a provisão também para as despesas pessoais de ma-
nutenção do proprietário durante o período inicial de operação. Essas despesas devem ser conside-
radas no plano financeiro dos negócios, sejam ou não reconhecidas como parte da capitalização dos
negócios. A provisão inadequada para despesas pessoais levarão, inevitavelmente, ao desvio de
ativos da empresa e a um afastamento do plano financeiro. Assim, falhas em incorporar essas des-
pesas no plano levantam uma bandeira vermelha a qualquer possível emprestador ou investidor.

Tendo estudado a natureza dos ativos essenciais para iniciar e operar uma empresa, agora enfoca-
remos o financiamento desses ativos. Começaremos descrevendo os tipos básicos de capital dispo-
nível para financiar a nova empresa.

TIPOS BÁSICOS DE FINANCIAMENTO


O financiamento vem de duas fontes básicas: dívida (obrigações) e patrimônio líquido. A dívida é
o dinheiro emprestado e que precisa ser pago em alguma data futura predeterminada. O patrimônio
líquido, por outro lado, representa o investimento dos proprietários na empresa – dinheiro que eles
colocaram pessoalmente no negócio sem qualquer data específica para resgate. Como proprietários,
eles recuperam seu investimento retirando dinheiro da empresa ou vendendo os seus interesses no
negócio.

Capital de Empréstimo

Conforme mostra a Figura 2, o capital de empréstimo é dividido em (1) circulante ou de curto pra-
zo e (2) de longo prazo. As obrigações de curto prazo (dívida) incluem dinheiro emprestado que
deve ser pago em 12 meses; o empréstimo de longo prazo expira e deve ser pago depois de 12
meses, dependendo dos termos do empréstimo. As fontes de curto prazo de débito podem ser classi-
ficadas da seguinte forma:

1. Contas a pagar. As contas a pagar representam crédito estendido pelos fornecedores. Se o cré-
dito é fornecido, o comprador pode ter de 30 a 60 dias para pagar pelo estoque. Essa forma de
crédito ou empréstimo também é chamada de crédito comercial.

2. Despesas a pagar. As despesas apagar são aquelas que foram incorridas, mas não pagas. Por
exemplo, os empregados podem fazer o trabalho, mas o dia de pagamento pode ser só no mês
seguinte.

3. Papéis de curto prazo. Os papéis de curto prazo consistem de quantidades emprestadas de um


banco ou outros fontes emprestadoras – por exemplo, uma nota de 90 dias do banco.

O crédito de curto prazo representa uma fonte primária de financiamento para a maioria das empre-
sas menores. Uma vez que as pequenas empresas têm acesso a menos fontes de capital que as gran-
des, dependem mais de capital de empréstimos de curto prazo.
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Um empréstimo de longo prazo inclui empréstimos de bancos ou outras fontes de capital que em-
prestam em prazos longos. Se você empresta dinheiro por cinco anos para comprar equipamento,
assinará um acordo (chamado de título ou apólice de dívida) prometendo quitar o empréstimo em
cinco anos. Alternativamente, você pode emprestar dinheiro para comprar imóveis, tais como um
armazém ou escritório. Tal empréstimo pode ser de 30 anos, e o emprestador usa o imóvel como
caução para o empréstimo. Se o solicitante for incapaz de quitar o empréstimo, o emprestador pode
tomar o imóvel como pagamento da dívida. Esse tipo de empréstimo de longo prazo é chamado de
hipoteca.

Capital Social dos Proprietários

O capital social dos proprietários é simplesmente o dinheiro que os proprietários investem nos
negócios. Eles são proprietários residuais, no sentido de que recebem dinheiro apenas se há uma
quantia restante depois do pagamento aos emprestadores. Assim, se a empresa for liquidada, os cre-
dores são pagos primeiro, e só depois os proprietários recebem. Os credores também devem, a cada
ano, receber os juros sobre o débito, antes que os proprietários possam participar da renda dos ne-
gócios.

A quantia de patrimônio líquido em uma empresa é determinada (1) pela quantidade de investimen-
to inicial dos proprietários, bem como quaisquer investimentos posteriores nos negócios, e (2) pela
renda retida nos negócios desde seu início até o presente, menos quaisquer retiradas feitas pelos
proprietários. Assim, o patrimônio líquido dos proprietários consiste do seguinte:

Investimento do proprie- Lucros retidos Retiradas dos proprietá-


tário na empresa + na empresa − rios da empresa

Em resumo, financiar uma empresa envolve levantar o capital de empréstimo e o financiamento do


capital social. Entretanto, conhecer os tipos básicos de capital não basta. Precisamos estimar ainda a
quantidade de nossos ativos exigidos e decidir como financiaremos essas necessidades. A próxima
seção nos ajudará a começar a responder a essas perguntas.

ESTIMANDO A QUANTIDADE DE FUNDOS EXIGIDOS


Ao estimar a magnitude das exigências de capital para uma pequena empresa, o empreendedor sente
rapidamente a necessidade de uma “bola de cristal”. As incertezas que cercam um empreendimento
totalmente novo dificultam a estimativa. Mesmo para negócios estabelecidos, a previsão nunca é
exata. No entanto, ao buscar capital inicial, o empreendedor deve estar pronto para responder às
perguntas: “Quanto e para que finalidade?”

A quantidade de capital necessário por vários tipos de novos negócios varia consideravelmente.
Empresas de alta tecnologia, tais como fabricantes de computador, designers de chips, semicondu-
tores e empresas de engenharia genética freqüentemente requerem vários milhões de dólares em
financiamento inicial. A maioria dos negócios de serviços, por outro lado, requer pequenas quanti-
dades de capital inicial.

Um empreendedor em perspectiva pode usar uma abordagem de “duplo ataque” para estimar requi-
sitos de capital através da (1) aplicação dos quocientes padrões da indústria a quantidades estimadas
em dólares e (2) verificação da quantidade em dólares pela análise do ponto de equilíbrio e investi-
gação empírica. Roberto Morris Associates, Dun & Bradstreet, Inc., bancos, associações comerciais
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e outras organizações compilam índices padrões da indústria para diversos tipos de negócios. Se
não for possível localizar dados padrões, então a estimativa dos requisitos de capital envolve o bom
senso e uma suposição plausível. Obs. do professor: No Brasil, boas publicações sobre o tema são
as revistas “Melhores e Maiores” da Editora Abril e “Balanço Anual” editada pela Editora Gazeta
Mercantil. Em sites especializados pode-se também encontrar informações. Um exemplo é o site da
Investnews (www.investnews.com.br).

Estimando as Necessidades de Ativos

A chave para prever efetivamente as necessidades de ativo depende de uma compreensão do rela-
cionamento entre vendas projetadas e ativos necessários. As vendas de uma empresa são a força
condutora básica das futuras necessidades de ativos. Ou seja, um aumento nas vendas causa um
aumento nas necessidades de ativos de uma empresa, o que por sua vez resulta em uma necessidade
de mais financiamento. Essas relações são ilustradas graficamente na Figura 3.

Aumento nas
vendas

Resultando Aumento nas


em necessidades de ativos

Resultando Aumento nas


em necessidades de financiamento

Figura 3 – Relações entre vendas-ativos-financiamento

Colocando de outra forma, as necessidades de ativos tendem a seguir os aumentos nas vendas. Con-
seqüentemente, as necessidades de ativos de uma empresa podem ser estimadas como uma porcen-
tagem das vendas. Ou seja, uma vez que estimamos as vendas futuras, o quociente de ativos em
relação às vendas pode ser usado para estimar os ativos exigidos.

Ativos como porcentagem


Ativos = vendas x de vendas

Por exemplo, se acreditamos que as venda serão de $ 1 milhão, e sabemos que, em nossa indústria,
os ativos tendem a perfazer cerca de 50% das vendas, poderemos esperar que os ativos exigidos
seriam de $ 500.000 (50% x $ 1.000.000).

Enquanto a porcentagem de ativos para venda variará com o tempo e com empresas individuais, em
alguma extensão a relação tende a ser relativamente constante. Por exemplo, a relação entre ativos e
vendas para mercearias é cerca 20%, em comparação a cerca de 65% para uma empresa de gás e
gasolina.

Também podemos usar esse método – a técnica porcentagem-de-vendas – para projetar os inves-
timentos de ativos individuais. Por exemplo, podemos esperar que haja uma relação entre a quanti-
dade de contas a receber e vendas.

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Para ilustrar como poderíamos usar essa técnica de porcentagem-de-vendas para fins de previsão,
considere o seguinte exemplo. Katie Dalton está planejando começar uma nova empresa, a Trailer
Craft, Inc., para produzir pequenos trailers puxados por motocicletas. Depois de estudar uma em-
presa similar em um estado diferente, ela acredita que os negócios poderiam gerar vendas de apro-
ximadamente $ 250.000 no primeiro ano, tendo potencial de crescimento significativo nos anos
subseqüentes. Com base em sua investigação da oportunidade, ela também fez as seguintes proje-
ções:

1. As necessidades de caixa, contas a receber e estoques estimados como porcentagem de vendas


para o primeiro ano, como segue:

Ativos Porcentagem de
vendas anuais
Caixa 5%
Contas a Receber 10%
Estoques 25%

2. Dalton pesquisou instalações de fábricas e encontrou um prédio adequado por aproximadamente


$ 50.000.

Dadas as vendas antecipadas de $ 250.000 e as relações de ativos para as vendas mostradas, as pre-
visões de ativos exigidos para a Trailer Craft, Inc. são as seguintes:

Caixa $ 12.500 ( 5% das vendas)


Contas a Receber 25.000 (10% das vendas)
Estoques 62.500 (25% das vendas)
Total dos ativos circulantes $ 100.000
Ativos fixos (maquinário) 50.000 (preço de mercado estimado)
Ativo total $ 150.000

Assim, poderíamos esperar precisar de $ 150.000 em ativos, parte imediatamente e o resto à medida
que a empresa continua em seus primeiros anos de operação. Embora essas quantias sejam apenas
aproximações grosseiras, as estimativas devem ser relativamente próximas se identificamos as rela-
ções dos ativos para as vendas corretamente e se as vendas se concretizarem conforme o esperado.

Considerações de Liquidez na Estruturação das Necessidades de Ativo: Uma Advertência

A necessidade de um capital de giro adequado merece ênfase especial. Uma fraqueza no financia-
mento da pequena empresa é o investimento desproporcionalmente pequeno nos ativos circulantes
relativos aos ativos fixos. Em tais empresas com financiamentos fracos, muito do dinheiro é empre-
gado em ativos que são difíceis de converter em caixa. O perigo surge do fato de que o negócio de-
pende de recebimentos diários para cumprir obrigações a vencer diariamente. Se há uma queda nas
vendas ou se há despesas inesperadas, os credores podem forçar a empresa à falência.

A falta de flexibilidade associada à compra de ativos fixos sugere o desejo de minimizar esse tipo
de investimento. Freqüentemente, por exemplo, há uma opção entre alugar ou comprar uma propri-
edade. Talvez para a maioria das pequenas empresas novas, alugar seja uma alternativa melhor. Um
contrato de aluguel não só reduz a necessidade inicial de caixa, mas também fornece a flexibilidade
que é útil conforme os negócios tenham maior ou menor sucesso que o esperado.

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Estimando Necessidades de Financiamento

Usamos a relação entre ativos e vendas para estimar os ativos exigidos para a empresa. Entretanto,
alguém deve fornecer o dinheiro para comprar esses ativos. Em outras palavras, para cada dólar de
ativos, deve haver um dólar de financiamento. Agora queremos enfocar as fontes de financiamento,
ou o que chamamos de necessidades financeiras da empresa.

Prever corretamente as necessidades financeiras de uma empresa exige a compreensão de certas


diretrizes ou princípios financeiros. Cinco diretrizes podem ser enunciadas como segue:

1. Quanto mais ativos uma empresa precisa, maior as exigências financeiras. Assim, quanto mais
rápido uma firma está crescendo em vendas, maiores serão suas necessidades de ativos e, con-
seqüentemente, maior a pressão para encontrar o financiamento necessitado.

2. Uma empresa deve financiar seu crescimento de uma forma que mantenha um grau adequado
de liquidez. Em negócios, a liquidez é a capacidade de atender às obrigações financeiras, na da-
ta de vencimento. Uma medida convencional da liquidez é o coeficiente de liquidez (também
chamada de Liquidez Corrente), que meramente compara os ativos circulantes de uma empresa
(principalmente caixa, contas a receber e estoques) a seu débito de curto prazo (exigível a curto
prazo). O índice de liquidez é medido da seguinte forma:
Ativo circulante
Coeficiente de liquidez =
Passivo circulante

Por exemplo, para assegurar que temos a capacidade de pagar débitos de curto prazo na data do
vencimento, podemos querer manter um coeficiente de liquidez de dois – ou seja, ter ativos cir-
culantes que sejam o dobro do passivo corrente.

3. Há um limite na quantidade de débito que uma empresa pode usar ao financiar negócios. A
quantidade de débito total é limitada pela quantidade de patrimônio líquido fornecido pelos pro-
prietários. Não podemos esperar que um banco empreste todo o dinheiro necessário para finan-
ciar uma empresa. Os proprietários devem empregar parte de seu dinheiro no empreendimento.
Assim, podemos decidir que pelo menos a metade do financiamento da empresa deve vir do pa-
trimônio líquido, e o remanescente, financiado por empréstimo.

4. Algum débito de curto prazo fica disponível espontaneamente à medida que a empresa cresce.
Certos tipos de débito de curto prazo são espontâneos por natureza; daí o nome financiamento
espontâneo. Ou seja, essas fontes aumentarão como conseqüência natural de um aumento nas
vendas da empresa. Por exemplo, à medida que as vendas aumentam, compramos mais estoque,
e as contas a pagar aumentam. Tipicamente, essas fontes espontâneas de financiamento podem
perfazer em média 10% das vendas.
5. Há duas fontes de capital social: externo e interno. O patrimônio de uma empresa vem inicial-
mente dos proprietários que nela fazem um investimento. Pensamos nesses fundos como patri-
mônio externo. Depois que uma empresa está funcionando, pode surgir patrimônio adicional,
da retenção de lucros, quando os lucros são retidos dentro da empresa e não são distribuídos
aos proprietários. Essa última fonte é chamada de patrimônio interno. Esses fundos não vêm
de investidores e de capital levantado, mas do reinvestimento dos lucros da empresa nos negó-
cios – dinheiro que poderia ser distribuído aos proprietários, mas que foi reinvestido para eles.
Para a empresa pequena, o patrimônio interno, que é meramente retenção dos lucros, é a fonte
primária de patrimônio para financiar o crescimento da empresa.

Em resumo, podemos dizer que:


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Necessidades Total de fontes
de ativo total
= de financiamento

E que

Total de fontes Fontes espontâneas Lucros retidos Fontes externas


de financiamento
= de financiamento
+ nos negócios
+ de financiamento

Essas equações captam a essência da previsão de necessidades financeiras. Se entendemos essas


relações, estaremos preparados para prever as necessidades financeiras de nossa empresa. Vamos
voltar ao exemplo da Trailer Craft, Inc., em que projetamos os ativos exigidos para a empresa du-
rante seu primeiro ano de operações. Supondo que as vendas, como previsto, fossem de $ 250.000,
estimamos as seguintes necessidades de ativos:

Caixa $ 12.500
Contas a Receber 25.000
Estoques 62.500
Total dos ativos circulantes $ 100.000
Ativos fixos (maquinário) 50.000
Ativo total $ 150.000

Além disso, Katie Dalton, a futura proprietária da empresa, fez as seguintes observações:

1. Os ganhos depois dos impostos serão de cerca de 12% das vendas; ou seja, $ 250.000 das ven-
das devem resultar em lucros após os impostos de $ 30.000 (12% x $ 250.000).

2. A Trailer Craft negociou com um fornecedor para ampliar o crédito para as compras de estoque;
como resultado, as contas a pagar serão, em média, 8% das vendas.

3. As provisões devem ser de aproximadamente 4% das vendas anuais.

4. Dalton planeja investir $ 40.000 de suas economias pessoais no empreendimento, em troca de


10.000 ações ordinárias.

5. O banco concordou em fornecer uma linha de crédito de curto prazo à Trailer Craft de $ 20.000,
o que significa que a empresa pode pedir empréstimos até essa quantia, conforme a necessidade.
Entretanto, à medida que a empresa tenha excesso de caixa, pode optar por saldar a linha de
crédito. Por exemplo, durante a primavera e o verão, os negócios são bastante intensos. Nesses
meses, a Trailer Craft pode precisar de um empréstimo de $ 20.000 para comprar estoque e es-
tender o crédito aos clientes. Entretanto, durante os meses de inverno, um período inativo, me-
nos dinheiro será necessário, portanto o saldo do empréstimo pode ser reduzido.

6. O banco também concordou em ajudar a financiar a compra do prédio a ser usado na fabricação
e armazenagem do produto da empresa. Do custo de $ 50.000 para as instalações e equipamen-
to, o banco emprestará à empresa $ 35.000, sendo que o prédio serve como caução para o em-
préstimo. O empréstimo será uma hipoteca de 25 anos.

7. Como condição para o banco emprestar o dinheiro para a Trailer Craft Inc., o banqueiro imporá
duas restrições de empréstimo: (1) o coeficiente de liquidez (ativo circulante – passivo circulan-
te) não deve cair abaixo de 1,75 e (2) não mais que 60% do financiamento da empresa deve vir
10
de dívida, incluindo tanto curto quanto longo prazo; ou seja, o débito total relativo ao total de a-
tivo não deve ser maior que 60%. O fracasso em cumprir qualquer um desses termos resultaria
no vencimento imediato do empréstimo bancário.

Das informações anteriores, podemos estimar as fontes financeiras para a Trailer Craft Inc., como
segue:

1. Contas a Pagar: (8% x $ 250.000 vendas) = $ 20.000

2. Provisões: (4% x $ 250.000 vendas) = $ 10.000

3. Linha de crédito: pelo acordo com o banco, a Trailer Craft Inc. pode solicitar empréstimos de
até $ 20.000. Qualquer financiamento adicional deve vir de outras fontes.

4. Empréstimo de longo prazo: o banco concordou em emprestar à Trailer Craft $ 35.000 pela
compra do imóvel.

5. Patrimônio líquido: no final do ano, o patrimônio da empresa deve girar em torno de $ 70.000.
Isso consiste do investimento original de $ 40.000 na empresa feito pelo proprietário, mais $
30.000 projetados em lucros após os impostos para o ano. Os $ 30.000 devem ser retidos na em-
presa e não distribuídos ao proprietário.

Com base nas informações anteriores, podemos agora formular a parte de empréstimo projetado e
patrimônio líquido do balanço para a Trailer Craft. O balanço também reflete as necessidades fi-
nanceiras para a empresa, para o primeiro ano de negócios. Essas necessidades financeira são mos-
tradas na parte inferior da Figura 4, que exibe o balancete projetado da Trailer Craft.

Ativos $
Caixa 12.500
Contas a receber 25.000
Estoques 62.500
Total do ativo circulante 100.000
Ativos fixos (maquinário) 50.000
Ativos totais 150.000
Passivo e patrimônio líquido
Contas a pagar 20.000 (8% x $250.000 vendas)
Provisões 10.000 (4% x $250.000 vendas)
Linha de crédito 15.000 (por acordo bancário)
Total do passivo circulante 45.000
Empréstimos de longo prazo 35.000
Total do empréstimo 80.000
Patrimônio
Ações ordinárias 40.000 (investimento do proprietário)
Lucros retidos 30.000 (12% x $250.000 vendas)
Total do patrimônio 70.000
Total do passivo e patrimônio 150.000

Dois comentários precisam ser feitos sobre o balanço projetado na Figura 4. Primeiro, as fontes
precisam sempre igualar-se aos usos, e os ativos devem igualar-se ao débito mais patrimônio. Para
a Trailer Craft Inc., as necessidades de ativos foram estimadas em $ 150.000 até o final do ano: as-
sim, o empréstimo e o patrimônio devem igualar-se a $ 150.000. Como resultado, apenas $ 15.000
dos $ 20.000 da linha de crédito serão necessários para que o débito e o patrimônio total atinjam $
150.000. Segundo, se tudo correr como planejado, a Trailer Craft será capaz de satisfazer às restri-

11
ções do ativo do banqueiro, tanto em termos do coeficiente de liquidez quanto na relação débito
para ativo total. Do balanço, podemos calcular esses coeficientes, como segue:
Ativo circulante $ 100.000
Coeficiente de liquidez = = = 2,22
Passivo circulante - $ 45.000 -
e
Débito para total Débito total $ 80.000
de ativos = = = 53,3%
- Ativo total - $ 150.000 -
Assim, o coeficiente de liquidez seria de 2,22, comparado a uma necessidade mínima de 1,75, e o
coeficiente de débito seria de 53,3%, comparado ao limite máximo de 60%. Ambos os resultados
atenderiam de sobra os requisitos do banco.

ENCONTRANDO FONTES DE OBTENÇÃO DE RECURSOS


Até este ponto, examinamos a natureza das necessidades financeiras e formas de estimar os recursos
exigidos. Agora voltaremos nossa atenção para localizar as fontes de obtenção desses recursos e
estabelecer os arranjos financeiros necessários para obtê-los.

O financiamento inicial de uma pequena empresa é freqüentemente padronizado segundo um plano


financeiro pessoal típico. Um futuro empreendedor primeiro empregará suas poupanças e então
solicitará a de seus familiares e amigos. Apenas se essas fontes forem inadequadas o empreendedor
apelará para canais mais formais de financiamento, tais como bancos e capitalistas de risco.

As principais fontes de financiamento de patrimônio são poupanças pessoais, capitalistas de risco,


indivíduos abastados (anjos) e o mercado de títulos. As principais fontes de financiamento de dívi-
das são indivíduos, bancos comerciais, programas assistidos pelo governo, fornecedores e empres-
tadores com base em ativos. Evidentemente, o uso dessas e outras fontes de recursos não se limita
ao financiamento inicial. Elas também podem ser solicitadas para financiar necessidades operacio-
nais do dia-a-dia e para expansão dos negócios. A Figura 5 dá uma visão geral das fontes de fundos
aqui discutidas.
Patrimônio Empréstimo
Economias
pessoais
Indivíduos

Bancos

Governos
Empresas de
capital de risco
Fornecedores
comerciais
Emprestadores
com base nos ativos
Venda de ações
ao público Recursos
adiante

Figura 5 – Localizando fontes de recursos.

12
Os Indivíduos como Fontes de Fundos

A busca por suporte financeiro deve começar perto de casa. O empreendedor iniciante geralmente
dispõe de três fontes de financiamento inicial: (1) economias pessoais, (2) amigos e parentes e (3)
investidores privados na comunidade.

Economias Pessoais. Um plano financeiro que inclui os fundos pessoais do empreendedor ajuda a
conquistar a confiança entre os investidores potenciais. É importante, portanto, que o empreendedor
tenha alguns ativos nos negócios. De fato, o patrimônio para um negócio iniciante vem tipicamente
de economias pessoais.

Um estudo conduzido pela National Federation of Independent Business verificou que as economi-
as pessoais são o método de financiamento mais freqüentemente usado. A Figura 6 mostra que mais
de 70% dos empreendedores em seu estudo usaram economias pessoais quando compraram ou ini-
ciaram um negócio do zero. A freqüência de uso de outras fontes de financiamento também é exibi-
da na Figura 6.

As economias pessoais investidas nos negócios eliminam o requisito de taxas de juros fixas e uma
data definida de quitações. Se os lucros não se concretizam exatamente como esperado, o negócio
não sofre uma drenagem imediata de capital.

80
Pe r ce n tage m de e m pr e s as us an do

70 Tipo de fornação
Venda
60
Compra
50

40

30

20

10

0
Economias Amigos/ Investidores Bancos Fornece- Proprietários Todos os
pessoais Parentes etc. dores anteriores outros

Figura 6 – Fontes de financiamento para iniciar ou comprar um negócio.

Fonte: Dados desenvolvidos e fornecidos pela NFIB Foundation e patrocinados pala Ameri-
can Express Travel Related Services Company Inc.

Amigos e Parentes. Às vezes, o empréstimo de amigos e parentes podem ser a única fonte disponí-
vel de financiamento para a nova pequena empresa. Amigos e parentes podem, freqüentemente, ser
uma via rápida de financiamento. Como um banqueiro de Dallas coloca: “Se a mamãe tem dinheiro,
consiga-o dela. Ela o adora. Ela sabe que você é ótimo, e sua taxa de juros é baixa”. Entretanto, os
amigos e parentes que fornecem empréstimos para negócios às vezes acham que têm o direito de
interferir na administração do negócio. Períodos difíceis nos negócios também podem ocasionar
tensões nos laços de amizade. Se os parentes e amigos são realmente a única fonte disponível, o
empreendedor não tem alternativa. Entretanto, o plano financeiro deve prover seu ressarcimento
assim que for praticável.

13
Outros Indivíduos Investidores. Há um grande grupo de particulares que investem em novos em-
preendimentos, incluindo, em grande parte, pessoas que têm de moderada a significativa experiên-
cia de negócios, mas também incluindo profissionais afluentes, como advogados e médicos. Essa
fontes de financiamento passou a ser conhecida como capital informal, no sentido de que não há
mercado formal em que esses indivíduos investem em empresas Apropriadamente, esses investido-
res adquiriram o nome de anjos dos negócios.

A quantia agregada investida pelos investidores informais não é conhecida com certeza; entretanto,
sabemos que é muito alta. Em 1988, Gaston e Bell estimaram que, nos Estados Unidos, a cada ano
cerca de 720.000 indivíduos faziam quase 500.000 investimentos em negócios de alto risco, com
um investimento médio de aproximadamente $ 67.000. Seus achados sugeriam um fluxo anual de
capital social informal de $ 32,7 bilhões. Durante o mesmo período, os capitalistas de risco for-
mais, aqueles que criaram formalmente uma empresa com o propósito expresso de investir em no-
vos negócios em crescimento, investiram apenas $ 3 bilhões anualmente, com um investimento mé-
dio por negócios de aproximadamente $ 1 milhão.1

A tradicional trilha de localizar anjos é pelo contato com realizadores de negócios, tais como asso-
ciados em empreendimentos, contadores e advogados. Uma abordagem mais recente envolve redes
de anjos ou “clubes”. Um exemplo é a Venture Capital Network, Inc., em Boston. Esta rede recebe
propostas de investidores e empreendedores potenciais e, mediante pagamento de uma taxa, tenta
associa-los. Essas reder podem aumentar as chances de encontrar um investidor. Entretanto, “os
anjos bem-sucedidos dizem que é melhor tentar tanto as fontes formais quanto informais...”. Outros
empreendedores continuam a ser a melhor fonte de ajuda na identificação de possíveis investidores
informais ou particulares.

Competir por capital informal não é uma tarefa fácil. Os investidores particulares podem ser exigen-
tes; entretanto, eles podem contribuir freqüentemente não só com dinheiro para o empreendimento,
mas também com know-how. Um estudo feito por Freear Sohl e Wetzel inquiriu as opiniões de em-
preendedores a respeito de sua experiência com os investidores informais. Em seguida, são citadas
algumas coisas que esses empreendedores fariam de forma diferente:2

1. Eles tentariam levantar mais patrimônio externo mais cedo.

2. Eles se empenhariam para apresentar suas justificativas para obter recursos com mais eficiência.

3. Eles tentariam encontrar mais investidores e desenvolver uma combinação mais ampla de inves-
tidores, cada um deles investindo pequenas quantidades.

4. Eles seriam mais cuidadosos na definição de suas relações com investidores individuais antes de
finalizar os termos do acordo.

Bancos Comerciais como Fontes de Obtenção de Recursos

Os bancos comerciais são provedores primários de capital de empréstimo a pequenas empresas.


Embora os bancos tendam a limitar seu empréstimo ao capital de giro de que as empresas em fun-
cionamento precisam, um certo capital inicial vem dessa fonte.

1
R. J. Gaston e S. E. Bell, The informal supply of capital. Washington: Office of Economic Research, U.S.Small Busi-
ness Administration, 1988.
2
John Freear, Jeff A. Sohl e William E. Wetzel, Raising venture capital: entrepreneur´s view of the process. Trabalho
apresentado em Babson College Entrepreneurship Research Converence.
14
Tipos de Empréstimos Bancários. Há três tipos de empréstimos que os banqueiros tendem a fazer:
linhas de crédito, empréstimos a prazo e hipotecas.

Linhas de Crédito. Uma linha de crédito é um acordo informal ou entendimento entre o empres-
tador e o banco referente à quantia máxima de crédito que o banco fornecerá ao solicitante, a qual-
quer momento. Entretanto, sob esse tipo de acordo, o banco não tem obrigação legal de fornecer o
capital declarado. Um arranjo similar que compromete legalmente o banco é o acordo de crédito
rotativo. O empreendedor deve arranjar uma linha de crédito antes de precisar realmente dela, por-
que os bancos estendem crédito apenas em situações em que dispõem de muitas informações. Por-
tanto, a obtenção de um empréstimo não planejado, repentino, é praticamente impossível.

Empréstimos a Prazo. Dadas certas circunstâncias, os bancos emprestarão dinheiro em um prazo


de cinco a dez anos. Geralmente esses empréstimos são usados para financiar equipamento que te-
nha vida econômica útil correspondendo à data de maturidade do empréstimo. Uma vez que os be-
nefícios econômicos de tal investimento estende-se além de um ano, o banco dispõe-se a emprestar
em prazos que coincidam mais proximamente com os fluxos de caixa recebidos do investimento.
Seria um erro emprestar a curto prazo, como por seis meses, quando o dinheiro deve ser usado para
comprar equipamento que, espera-se, seja usado durante cinco anos. A dificuldade para conciliar os
prazos de pagamento do empréstimo com as entradas de fluxos de caixa do investimento é uma cau-
sa freqüente de problemas financeiros para muitas empresas pequenas.

Hipotecas. As hipotecas, que representam uma fonte de longo prazo de empréstimo de capital, são
de dois tipos: penhor de bens móveis e hipotecas imobiliárias. Um penhor de bens móveis é um
empréstimo no qual certos itens de estoque ou outro bem móvel servem como caução para o em-
préstimo. O solicitante retém o título de direito do estoque, mas não pode vende-lo sem o consenti-
mento do banqueiro. Uma hipoteca imobiliária é um empréstimo no qual um imóvel, tal como um
terreno ou prédio, fornece caução para o empréstimo. Tipicamente, esses empréstimos estendem-se
acima de 25 ou 30 anos.

O Que o Banqueiro Espera do Solicitante de Empréstimo.

Obter um empréstimo de um banqueiro requer dar uma boa impressão e conseguir convencê-lo.
Nesse esforço, há diversos aspectos a lembrar:

1. Não recorra a um banqueiro para lhe pedir empréstimo sem ser apresentado por alguém que já
tenha bom relacionamento com ele. Um simples telefonema não é apropriado aqui.

2. Não espere até que haja uma necessidade premente de dinheiro. Tal falta de planejamento não é
apreciada positivamente por um possível emprestador.

3. Um banqueiro não é um emprestador ou capitalista de risco. Alguns banqueiros têm até mesmo
dificuldade para entender o modo pelo qual o empreendedor pensa. Assim, não espere que o
banqueiro mostre o mesmo entusiasmo que você possa ter pelo novo empreendimento.

4. Empenhe-se para desenvolver fontes alternativas de empréstimo de capital; ou seja, visite vários
banqueiros. Entretanto, seja sensível à forma pela qual um banqueiro encara sua aproximação
com mais de um banco.

Todos os banqueiros têm duas preocupações fundamentais ao fazer um empréstimo. Examinam


qualquer empréstimo em termos (1) da renda que o empréstimo fornecerá ao banco, seja em forma
de juros ou outras, e (2) da possibilidade de que o solicitante do empréstimo não cumpra com a dí-

15
vida. O banqueiro não está interessado em assumir grandes riscos; assim, o acordo de empréstimo
será realizado de modo a reduzir o risco para o banco.

Para uma decisão de empréstimo, um banqueiro examina os “Cinco Cs do Crédito”: (1) o caráter
do solicitante, (2) a capacidade do solicitante para pagar o empréstimo, (3) o capital que está sendo
investido no empreendimento pelo solicitante, (4) as condições da indústria e da economia e (5) a
caução (garantia) disponível para assegurar o empréstimo. Também há certas questões-chave que o
banqueiro precisa ter esclarecidas antes de conceder um empréstimo. Algumas delas incluem:

1. Qual é a força e a qualidade da equipe gerencial?

2. Como a empresa tem se desempenhado financeiramente?

3. O que o empreendimento fará com o dinheiro?

4. Quanto dinheiro é necessário?

5. Quando e como o dinheiro será pago?

6. Quando o dinheiro será necessário?

7. O solicitante tem um bom contador e um bom advogado?

8. O solicitante já tem relações bancárias?

Finalmente, um plano de negócios bem preparado contendo projeções de fluxos de caixa e lucros (e
perdas) e balanços patrimoniais é essencial, porque apenas com essas projeções o solicitante pode
demonstrar claramente a necessidade de empréstimo e como este poderá ser pago.

Seleção de um Banqueiro. Os serviços variados fornecidos pelas instituições bancárias tornam a


escolha de um banco importante. Para uma pequena empresa, a provisão de conta-corrente e a ex-
tensão de empréstimos de curto (e possivelmente longo) prazo são os dois serviços mais importan-
tes de um banco. Normalmente, os empréstimos são negociados com o mesmo banco em que a em-
presa mantém sua conta-corrente. Além disso, a empresa pode usar o comprovante do depósito de
segurança do banco ou seus serviços de coleta de notas ou informações de crédito. Um banqueiro
experiente pode ainda dar conselhos gerenciais, especialmente em questões financeiras, ao empre-
endedor iniciante.

O fator localização limita a amplitude de escolhas possíveis para a empresa pequena. Por razões de
conveniência para fazer depósitos e conversar com o banqueiro sobre empréstimos e outros assun-
tos, é desejável que o banco esteja localizado nas vizinhanças da empresa. Qualquer banco também
está interessado em sua comunidade local e, portanto, tende a se envolver com as necessidades das
empresas da área. Com exceção de comunidades muito pequenas, entretanto, haverá sempre dois ou
mais bancos locais, permitindo assim certa liberdade de escolha.

As políticas de empréstimo dos bancos não são uniformes. Alguns banqueiros são extremamente
conservadores, enquanto outros aventuram-se mais nos riscos que aceitarão. Se o pedido de emprés-
timo de uma pequena empresa não for claramente forte nem fraco, suas perspectivas de aprovação
dependem mais do banco do que do solicitante. Alguns bancos buscam ativamente contas de pe-
quenas empresas. Diferenças na disposição de emprestar foram claramente estabelecidas em estudos
de pesquisa, bem como pela experiência prática de muitas empresas solicitantes.

16
Agências Mantidas pelo Governo como Fontes de Recursos

Lamentavelmente, o Brasil não é pródigo no amparo financeiro aos empreendedores, principalmen-


te aqueles de pequeno porte.

Em parte em função de outras prioridades nacionais, em parte como decorrência da carência crônica
de capitais, comum em economias emergentes, há uma desconsideração notória para com os peque-
nos negócios, malgrado o seu peso e a sua importância para a economia nacional.

Parece-nos, contudo, que já ocorre um despertar para a realidade. Fenômenos como a globalização,
o surgimento de novos paradigmas, a preocupação com as megatendências e a generalização do
conhecimento impõem uma revisão de princípios, de preceitos e de prática. Então, provavelmente,
também em nosso país as empresas de pequeno porte terão não apenas o reconhecimento, mas o
apoio que merecem.

Muito pouco existe à disposição dos empreendedores de pequenos negócios ara a implementação de
suas atividades empresariais. Mas esse quadro poderá se modificar, em razão dos fatos expostos.

Como exemplos e modelos, incluímos alguns recursos de crédito disponíveis para as pequenas em-
presas e para cuja viabilização recomendamos a assessoria do Sebrae, no seu trabalho ativo e per-
manente de apoio aos empreendedores. A parceria com bancos oficiais ou privados será decisiva,
porém, para o alargamento da sua abrangência.

Obs. do professor: No Brasil ocorrem freqüentemente muitas alterações nas fontes e formas de fi-
nanciamento cuja origem são recursos do governo. Trataremos aqui das fontes e formas de financi-
amento existentes atualmente (ano de 2004) nas agências oficiais que disponibilizam recursos de
origem pública.

Recursos dos Governos Federal, Estadual e Municipal.

Muitos municípios, interessados em atrair investimentos e implantação de novas empresas, possu-


em leis de incentivos fiscais e outros atrativos, tais como: redução e isenção temporária de ISS (Im-
posto Sobre Serviços), doação de terrenos, execução de serviços de terraplenagem, etc. Além disso,
diversos municípios integram programas estaduais de incentivo por apresentarem determinadas ca-
racterísticas, tais como possuir um IDH abaixo de um determinado patamar.

Os recursos estaduais existentes no Brasil normalmente estão associados ao ICMS, pelo qual os
estados oferecem isenções temporárias para empresas que se enquadram em determinadas caracte-
rísticas, tais como geração de empregos, tecnologia, etc. Podem, ainda, através de seus bancos esta-
duais e/ou regionais, oferecer financiamento de longo prazo para empreendimentos. Em Santa Cata-
rina, por exemplo, duas instituições atuam como agentes do BNDES. São elas o BADESC (Banco
de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina) e BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento
do Extremo Sul). Outros estados também contam com entidades semelhantes.

Os recursos federais normalmente são oferecidos através de agências como o BNDES (Banco Na-
cional de Desenvolvimento Econômico e Social), diretamente ou através de instituições financeiras
credenciadas, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, além de alguns bancos privados. Uma
consulta do site do BNDES na Internet (www.bndes.gov.br) permitirá identificar os vários progra-
mas existentes. Outra fonte importante de recursos é a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos),
ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Em seu site (www.finep.gov.br) pode-se obter muitas
informações a respeito de seus programas.

17
O Sebrae, embora seja uma instituição privada, tem como um de seus objetivos facilitar o acesso
dos pequenos empreendimentos ao crédito e a capitais, de forma pioneira e indutora de mercado.
Em seu site (www.sebrae.com.br) pode-se conhecer as principais linhas existentes para as micro e
pequenas empresas.

Veja no Anexo 1 o detalhamento de alguns programas e linhas de financiamento.

Empresas de Capital de Risco como Fontes de Recursos

Obs.: O texto foi adaptado pelo professor para adequar-se à realidade brasileira.

Tecnicamente falando, qualquer um investindo em um empreendimento novo é um capitalista de


risco. Entretanto, o termo capitalista de risco geralmente é associado com aquelas corporações ou
sociedades que operam como grupos de investimento. A cada ano, mais grupos de capital de risco
estão sendo organizados.

Algumas empresas de capital de risco fornecem assistência gerencial a empresas iniciantes. Tam-
bém auxiliam em necessidades financeiras posteriores. Existem ainda empresas que são chamadas
incubadoras e podem ser públicas ou privadas.

Os capitalistas de risco avaliam oportunidades entre as muitas ofertas que recebem. Nem todos os
negócios recebem financiamento. O fracasso em receber fundos de um capitalista de risco não suge-
re necessariamente que a oportunidade não seja boa. Freqüentemente, o empreendimento simples-
mente não é conveniente para o capitalista de risco. O capital de risco é impróprio para empresas
que não disponham de:

1. Tamanho. Os capitalistas de risco raramente estão interessados em fazer investimentos muito


pequenos. Eles simplesmente gastam demais em custos fixos de pesquisa para investir em pe-
quenos negócios.

2. Uma vantagem como proprietária. A menos que a empresa tenha alguma vantagem como pro-
prietária, como patentes, muitos capitalistas de risco não têm interesse em investir.

3. Um mapa bem definido da estrada. Sem um plano de negócios bem preparado, que fale clara-
mente a todos sobre as questões que os capitalistas de risco consideram, há pouca chance de a
solicitação ser examinada mais cuidadosamente.

4. Fundadores astro. A maioria das pequenas empresas é fundada por indivíduos que são pessoas
extremamente dinâmicas que possuem um sonho, mas têm experiência limitada e podem não ter
formação educacional em uma universidade destacada. Os capitalistas de risco querem investir
em fundadores de um novo negócio com ampla experiência relacionada àquilo que estão fazen-
do e com excelentes créditos educacionais. Tentar atrair dinheiro de um capitalista de risco,
quando você não se enquadra nos critérios de “astro” deles, geralmente será difícil e frustrante.

No Brasil, existem algumas empresas, nacionais e estrangeiras, que atuam como capitalistas de ris-
co. Existe, inclusive, a Associação Brasileira de Capital de Risco (www.abcr-venture.com.br). A
seguir transcrevemos as principais informações deste site.

A ABCR é uma instituição fundada em Junho de 2000 por 26 sócios fundadores, com o objetivo de
fomentar a indústria de Capital de Risco no Brasil, visando o benefício dos investido-
res, empreendedores, praticantes do capital de risco e a economia como um todo. Atualmente, con-

18
ta com 64 membros, dentre os quais 42 são fundos de private equity e venture capital. Os objetivos
principais desta instituição são:
• Promover a compreensão e importância do capital de risco para as economias brasileira e mun-
dial
• Facilitar o acesso de empresas nascentes e emergentes à fontes de capital de risco
• Representar os interesses públicos da indústria de capital de risco em todos os níveis do governo
• Manter elevado padrão profissional na atividade
• Facilitar o estabelecimento de redes produtivas no capital de risco (networking)
• Fornecer dados e pesquisas para os participantes (Benchmarking)
• Promover o desenvolvimento profissional dos seus associados

A ABCR, em seu site, define e comenta o capital de risco, dizendo que “É um investimento de
longo prazo em ações, comprometido com a empresa e que objetiva ajudá-la a crescer e competir.
Busca aumentar o valor das empresas para seus proprietários, sem assumir atividades executivas
do dia a dia. Contrario aos que emprestam recursos (ex. bancos) e tem direito a juros e amortiza-
ção do principal, independentemente da situação da empresa, os ganhos dos investidores em capi-
tal de risco dependem diretamente do crescimento e lucratividade do negócio. Proprietários nor-
malmente vendem uma parcela minoritária de suas empresas para investidores de capital de risco,
que normalmente buscam um assento no Conselho de Administração e participam de suas reuniões
mensais. Investidores de capital de risco fornecem, além de capital acionário, experiência, conta-
tos e conselhos, quando necessário, o que distingue este tipo de investimento de outras fontes de
recursos usadas no comércio.

Definição de Capital de Risco no Brasil:

Investimento na forma de aquisição de ações, debêntures e/ou outros ativos patrimoniais (equity),
provido por investidores individuais ou institucionais, a empresas emergentes, de pequeno, ou mé-
dio porte, voltadas para um produto, processo, ou serviço inovador, de grande potencial de cres-
cimento e rentabilidade, associado a altos níveis de risco, por um prazo de, tipicamente, 2 a 10
anos.

Os investimentos em Capital de Risco dividem-se em:

“Private Equity” - Envolve, normalmente, a aquisição de participação em empresas existentes, de


maior porte, e que não requeiram a colaboração direta do investidor na gestão do negócio.
“Venture Capital” - Envolve a aquisição de participação em empresas menores, muitas vezes ini-
ciantes (start-ups) aonde o investidor normalmente acompanha de perto e apóia o processo de ges-
tão empresarial. A grande maioria dos investidores em capital de risco espera obter os seus lucros
na forma de ganhos de capital.

Questões iniciais

Antes de buscar recursos de capital de risco, você deve se perguntar:


• Tenho ambição de promover um crescimento elevado na minha empresa?
• Tenho disposição para efetivamente vender uma parte da minha empresa para um investidor
com o objetivo de aumentar o valor da minha posse inicial em alguns anos?
Investidores de capital de risco só procuram empresas com elevado potencial de crescimento e
que sejam dirigidas por gestores competentes e ambiciosos. Portanto se você se encaixa nesta
categoria e respondeu sim as perguntas acima, o capital de risco pode ser uma alternativa a
considerar.

19
Como buscar as fontes de capital de risco?

A obtenção de qualquer tipo de capital exige pesquisa e planejamento estratégico. Portanto, antes
de se apresentar a qualquer fonte de capital de risco você vai precisar:

• Um bom plano de negócios e sumário executivo


• Certificar-se de que o capital de risco é apropriado para a sua empresa
• Saber de quanto você vai precisar e para que será utilizado
• Apresentar-se somente aos investidores que atendem aos seus requisitos

Os membros efetivos da ABCR são os seguintes:

Advent International, AIG Capital Partners, Axxon Group, Banco ABN AMRO, Banco JP Morgan,
Banco Merril Lynch, Banco Pactual, Baring Latin America Partners, LLC-ING, BOVESPA,
BNDESPAR S.A., CRP Companhia de Participações, Dabry Overseas, Decisão Gestão Financeira,
Dynamo Venture Capital, Eastman do Brasil, Eccelera do Brasil, FINEP, FIR CAPITAL , ART-
NERS, Geração Futuro, GP Investimentos, Intel Capital, InVent - Internet Ventures, JB Partners,
MultiCapital, MVP-Mercatto Venture Partners Ltda., Orbe Investimentos, Pactual Electra, Pátria,
Rio Bravo Investimentos, SEBRAE, Stratus Investimentos, TMG Capital Partners, Trivèlla Investi-
mentos, Unibanco, Yala Gestora de Recursos.

Existem, ainda, no Brasil, outras empresas de capital de risco, relacionadas a seguir:

Endeavor, Global Ventures, ITC Ventures, New Ventures, Nokia Ventures, Promon Ventures, Vo-
torantin Ventures.

Fornecedores como Fontes de Recursos

As empresas com as quais uma empresa nova efetua transações comerciais também representam
uma fonte de recursos para o estoque de mercadorias e equipamento da empresa. Assim, tanto ata-
cadistas quanto fabricantes de equipamentos/fornecedores podem fornecer crédito comercial (contas
a pagar) ou empréstimos e aluguel de equipamentos

Crédito Comercial (Contas a Pagar). O crédito estendido pelos fornecedores é de importância


incomum para o empreendedor iniciante. De fato, o crédito comercial (ou mercantil) é o recurso
mais amplamente usado pela empresa pequena para obtenção de recurso a curto prazo. O crédito
comercial é de curta duração – sendo 30 dias o período de crédito usual. Mais comumente, esse tipo
de crédito envolve uma conta sem garantia, de conta-corrente. O fornecedor (vendedor) envia mer-
cadorias para a empresa compradora. A empresa compradora então lança uma conta a pagar no va-
lor da compra.

A quantia de crédito comercial disponível para uma empresa nova depende do tipo de negócio e da
confiança do fornecedor na empresa. Por exemplo, distribuidores de óculos de sol fornecem capital
a varejistas, concedendo extensos prazos de pagamento sobre as vendas feitas no início da estação.
Os varejistas, por sua vez, vendem a seus clientes durante a estação e fazem o grosso de seus paga-
mentos ao distribuidor no final da estação ou próximo ao seu final. Se a taxa de giro do estoque do
varejista é maior que o pagamento programado para os bens, o dinheiro das vendas pode ser obtido
mesmo antes de se pagar os óculos.

Empréstimo para Equipamentos. Algumas pequenas empresas – por exemplo, restaurantes – uti-
lizam equipamentos que podem ser comprados a prestação. Uma entrada de 25% a 35% geralmente
é exigida, e o período de contrato normalmente vai de três a cinco anos. O fabricante de equipamen-
20
to ou fornecedor concede o crédito com base em um contrato de vendas condicional (ou hipoteca)
do equipamento. Durante o período de empréstimo, o equipamento não pode servir como caução
para um empréstimo bancário.

A empresa pequena deve ter ciência do perigo de fazer contratos para tantos equipamentos que se
torna impossível honrar as prestações. O reconhecimento dos limites nesse tipo de solicitação de
empréstimo é uma marca da verdadeira habilidade gerencial.

Empresas de Empréstimos com Base em Ativos como Fontes de Recursos

O empréstimo com base nos ativos é um financiamento assegurado pelos ativos do capital de giro.
Geralmente, os ativos usados para garantia são contas a receber ou estoque. Entretanto, outros ati-
vos, tais como equipamentos e imóveis, podem ser dados como caução do empréstimo. O emprés-
timo com base em ativos é uma opção viável para negócios iniciantes, em crescimento, que podem
ser pegos em um “aperto de fluxo de caixa”.

Há várias categorias de empréstimos com base em ativos. A mais antiga delas é o factoring. Facto-
ring é uma opção que torna o caixa disponível aos negócios antes de os pagamentos da contas a
receber serem feitos pelos clientes. Nessa opção, outra empresa, conhecida como financiador, com-
pra as contas a receber por seu valor total. O financiador cobra uma taxa de serviço, geralmente de
1% do valor das contas a receber, e uma taxa de juros que pode variar de 2% a 3% acima da taxa de
juros preferencial, que é a taxa de juros que os bancos comerciais cobram de seus clientes mais dig-
nos de crédito.

Venda de Ações como Fonte de Recursos

Outra forma de obter capital é através da venda de ações a investidores individuais, além do grupo
dos conhecidos imediatos. Isso é comumente chamado de “ir a público”. Ir a público fornece bene-
fícios e desvantagens. Estes foram identificados por uma empresa contábil como:

Benefícios

1. Melhores condições financeiras.

2. Uso de ações para aquisições.

3. Uso de ações como incentivo ao empregado.

4. Aumento do prestígio corporativo.

5. Diversificação do portfolio pessoal do proprietário e do planejamento de bens.

Desvantagens

1. Perda da privacidade e do controle.

2. Limitação da liberdade gerencial para agir.

3. Custos.

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Dependendo das perspectivas da empresa a longo prazo, a recusa do proprietário em usar financia-
mento externo para o patrimônio líquido pode ser uma atitude sensata. Se há uma oportunidade de
expansão substancial em base contínua e se outra fontes forem inadequadas, o proprietário pode
decidir logicamente por incluir outros proprietários. Possuir parte de um grande negócio pode ser
mais lucrativo que ser o único dono de um negócio menor.

Colocação privada. Uma forma de vender capital social é através da colocação privada. Isso sig-
nifica que o capital social é vendido a indivíduos selecionados, que mais provavelmente são empre-
gados da empresa, conhecidos do proprietário, residentes locais, clientes e fornecedores. A venda
particular de ações é difícil porque a empresa nova não é conhecida nem tem mercado imediato para
seus títulos. Entretanto, o empreendedor evita muitas exigências das leis de títulos de valores quan-
do a venda de ações se restringe a uma colocação privada.

Venda Pública. Algumas empresas pequenas colocam suas ações em disponibilidade ao público
em geral. Tipicamente, são as empresas maiores. A razão freqüentemente citada para uma venda
pública é a necessidade de mais capital de giro ou, menos freqüentemente, outras necessidades de
capital.

Ao realizar a venda pública de ações, a empresa pequena sujeita-se a uma maior regulamentação.
Trata-se de regulamentações acerca da venda pública de títulos de valores. No Brasil, normalmente
as vendas públicas de ações são feitas por empresas do tipo sociedades anônimas, sendo fiscalizadas
pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários.

As ações ordinárias também podem ser vendidas a subscritores, que garantem a venda dos títulos. A
compensação e os honorários pagos aos subscritores tipicamente tornam essa forma de venda de
títulos dispendiosa. Os honorários em si podem variar de 10% a 30%, sendo comumente de 18% a
25%. Além disso, há opções e outros honorários que podem aumentar os custos reais. A razão para
a alta despesa é, evidentemente, o elemento de incerteza e risco associado às ofertas públicas das
ações de empresas pequenas, relativamente desconhecidas.

Estudos sobre a venda pública de ações por empresas pequenas revelam que elas freqüentemente
fazem arranjos financeiros que não são seguros. De fato, a falta de conhecimento por parte dos pro-
prietários de pequenas empresas freqüentemente leva a arranjos com corretores ou negociantes de
títulos que não zelam pelos interesses das empresas pequenas.

Há diferenças de opinião a respeito das ofertas iniciais públicas para empresas iniciantes. Alguns
profissionais de mercado dizem que as ofertas iniciais públicas deveriam ser evitadas para novas
empresas porque elas não dispõem de histórias operacionais. De qualquer forma, o novo empreen-
dimento raramente pode fazer uma oferta pública inicial bem-sucedida. Em sua maioria, as empre-
sas novatas são simplesmente pequenas e inexpressivas no início para atrair interesse público.

COMO FAZER UMA EMPRESA DAR CERTO EM UM PAÍS INCERTO


A seguir são apresentadas algumas conclusões e sugestões do Instituto Empreender Endeavor (livro
citado nas referências bibliográficas), obra que traz uma abordagem muito importante sobre o em-
preendedorismo e os desafios e soluções dos empreendedores no Brasil. Recomendo esta obra como
um “livro de cabeceira” para todo empreendedor ou candidato a empreendedor.

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Dinheiro Não Se Ganha, Dinheiro Se Faz

Financiamento com dinheiro dos outros


Na grande maioria das vezes, a principal barreira para se abrir um negócio é o capital. Muita gente
já pensou em começar uma empresa, mas desistiu porque não tinha dinheiro. O que muitos não sa-
bem é que é possível empreender (quase) sem dinheiro. Dependendo do tipo de negócio, basta ter
um mínimo de capital e criatividade para se autofinanciar com capital dos clientes ou mesmo dos
fornecedores. Este caminho é o melhor e mais seguro. Além do mais, é a prova cabal de que existe
um mercado que está disposto a pagar pelo produto ou pelo serviço, e força o empreendedor a focar
nas vendas para crescer e financiar o negócio.

“É a história da farinha e do fubá. Se alguém emprestar a farinha, você pode vender o fubá e só pre-
cisar pagar o fornecedor em 30 dias. Nesse caso, quanto dinheiro você precisou para fazer o fubá?
Zero!” – João Tavares (Telemar).

Credibilidade = capital
Um ponto muito importante que ajuda no financiamento no início do negócio é a sua credibilidade
pessoal e profissional. Imagine que você seja um executivo de uma empresa que sempre atendeu
bem a determinado cliente e desenvolveu um bom relacionamento com ele. Se você resolver sair da
empresa para montar o seu negócio na mesma área em que atuava, esse cliente conhece seu traba-
lho, sabe que você é capaz de entregar o que ele espera. Pronto, está aí o capital que você precisa
para começar.

Por exemplo, na hora em que fizer a proposta para o cliente, em vez de falar para ele pagar você em
10 vezes, peça 30% na confirmação do pedido e parcele o restante da conta em 10 pagamentos. Es-
se adiantamento, que seria sua margem de lucro ao final, você usa como capital de giro para com-
prar matéria-prima, pagar funcionários e outras contas. Parece simples, mas a verdade é que a maio-
ria dos pequenos empreendedores acaba financiando seus clientes, por cautela excessiva na negoci-
ação, ou mesmo por desconhecimento de matemática financeira.

Planeje a receita recorrente


Ao falar em dinheiro, uma coisa que você deve ter na cabeça é que é sempre interessante ter receitas
recorrentes. Receita recorrente é muito comum nos negócios de manutenção ou de assinatura de
serviços e produtos, quando o cliente paga uma mensalidade por um serviço continuado. Ela é uma
espécie de colchão de segurança, caso exista alguma crise macroeconômica ou o mercado passe por
uma fase de retração que provoque uma desaceleração brusca nas vendas. Por ter renovação prati-
camente automática, permite que o empreendedor diminua o seu risco e não tenha de matar um leão
todos os dias, vendendo novos produtos e serviços para pagar as contas do mês. Além disso, as re-
ceitas recorrentes forçam o empreendedor a desenvolver uma gestão financeira mais espartana, pois,
ao invés de receber uma bolada de uma vez, o que pode ser bastante tentador, elas alongam as recei-
tas. Com entradas de caixa menores, porém previsíveis, o empreendedor acaba provisionando me-
lhor seus custos e despesas.

Assim, na concepção do negócio, é importante considerar a possibilidade de desenvolver uma for-


ma de precificação e de entrega que permita a geração de receitas recorrentes.

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Gastos são como unhas

Você fechou o primeiro negócio, o caixa da empresa está com dinheiro. É hora de sair gastando? De
jeito nenhum. É hora de fechar a mão de novo. Lembre-se: custo é como unha. Você corta, mas ele
sempre cresce e precisa cortar de novo.

“Você não pode nunca dar a sensação de sobra de dinheiro. As pessoas precisam sempre sentir que
o dia-a-dia está apertado. Do contrário, tendem a gastar mal. Mesmo que tenha caixa, tem que soltar
o negócio aos poucos, com metas. Todos são mais criativos e inteligentes quando não há dinheiro
sobrando.” – Peter Graber.

“A melhor coisa é não colocar gastos para dentro para não ter que cortar depois. Já vi muito empre-
endedor iniciante com estrutura de organograma como se fosse o Unibanco, com vice-presidente
disso, vice-presidente daquilo. Esse já é o caminho errado.” – Pedro Moreira Salles.

Não é porque a empresa fica rica que deve diminuir o rigor no tratamento das despesas ou de seus
investimentos. Sim, porque não só as despesas são vilãs... investir mal também pode destruir valor
com rapidez. Seja rigoroso em relação a como utilizar o que sobra no caixa, avaliando com critério
as possibilidades e seus retornos esperados. Pergunte-se:

• O que é mais importante?


• Você precisa de um grupo de desenvolvimento de novos negócios?
• Você precisa de uma área de pesquisa?
• Você precisa anunciar o produto na mídia?
• O que você quer fazer é fundamental para o negócio ou é apenas “bom de se ter”?

Enfim, analise minuciosamente cada possibilidade de investimento. Se isso não for feito, o negócio
vai parar de funcionar? Estou separando um fundo-reserva para me precaver de contratempos no
futuro?

Se não existirem boas oportunidades de investimento na empresa, cabe ao empreendedor distribuir


as sobras aos acionistas ou então vale até a pena manter os recursos em caixa, mas evitando que as
pessoas saibam a respeito da posição favorável do caixa e se acomodem.

Construa uma reserva, e nunca gaste o dinheiro que não tem


“Nunca gastei mais do que recebi.” – Carlos Alberto Sicupira (Lojas Americanas e AmBev).
Essa é mais uma daquelas frases que parecem óbvias, mas é só olhar para a fatura do cartão de cré-
dito pessoal para perceber que não é. Nunca aconteceu de ela vir maior que o seu orçamento podia
pagar? É porque você gastou mais do que recebeu. Agora, faça um cálculo simples para esse pro-
blema com o caixa da empresa.

Pegue os recursos que você tem e subtraia os gastos mensais projetados. Quanto sobra? Por quantos
meses o negócio pode sobreviver considerando esse saldo dos gastos mensais?

Formar e manter uma reserva financeira são atitudes que ajudam a não ser pego de surpresa pelo
cenário econômico. Ademais, isso assegura uma melhor posição para negociar um bom contrato
com investidores, ou evitar a necessidade de tomar empréstimos de última hora com juros altos, por
exemplo. O tamanho da reserva pode ser a diferença de terminar uma negociação com fôlego ou
terminar quase sem ar. Se o investidor percebe que seu dinheiro está no fim, ele pode usar a situa-

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ção para colocar condições que antes ele não colocaria. Ele sabe que você vai precisar fechar um
negócio a qualquer custo.

Planejamento de longo prazo

Por muitos anos, a inflação alterou a realidade de planejamento para as empresas brasileiras. Falar
em um horizonte de seis messes de estratégia era quase surreal. Agora, a situação é outra. Você pre-
cisa ter hoje.

“É um equivoco achar que esta tudo bem só porque tem caixa para seis ou 12 meses. Ninguém mu-
da uma situação nesse período. Muitas negociações duram bem mais que 12 meses para fechar. Ou
pode até ocorrer um ‘fechamento’ nesse período, mas às vezes existem outras condições, ou seja, o
tempo para que os recursos sejam efetivamente liberados.” – João Tavares.

Empreendedor é otimista por natureza. Sempre acha que o negócio vai dar certo. Essa é uma carac-
terística muito importante, afinal como enfrentar os desafios de um negócio sem ter muita fé e pen-
samento positivo? O problema é que esse otimismo pode cegar e levar a crer que o amanhã sempre
será ótimo. Mas a verdade é que você vive uma seqüência de “hojes”. E o hoje pode não ser como
você imagina.

De quem é o caixa? Dos sócios ou da empresa?

Muita sociedade começa a ter problemas na hora da distribuição do lucro. O que fazer se você se
contenta com um carro simples enquanto seu sócio quer distribuir o suficiente para comprar uma
Mercedes-Benz? Como diz o ditado, é melhor prevenir do que remediar. Antes de a empresa come-
çar a gerar caixa e despertar a cobiça, combine as prioridades com os sócios. Num país em que cré-
dito é tão caro e investidores de risco ainda são raros é sempre menos arriscado e mais barato finan-
ciar o crescimento com capital próprio. Numa empresa que cresce, a única certeza que se tem é que
as necessidades de capital de giro crescerão também. O enriquecimento dos sócios deve ser poster-
gado para dar lugar ao desenvolvimento da empresa. Isso combinado não é caro.

“Tem que ver o que os sócios desejam para a companhia. É mais uma questão de juízo do que de
justiça na hora de discutir o que fazer com o lucro. Isto é complicado de a Justiça administrar se os
sócios brigarem.” – Paulo Cezar Aragão.

Capital de Risco
O que passa na cabeça do investidor
O relacionamento do empreendedor com um investidor (pessoa física ou um fundo de capital de
risco) passa inevitavelmente pela cobrança, ainda que em diferentes graus de exigência e formalida-
de. Trata-se de um tipo bastante diferente de sócio, que nada tem a ver com a de um co-fundador da
empresa ou mesmo um sócio que trabalhe na mesma, em termos de comportamento e expectativas.
Levando isso em conta, nada melhor do que entender as motivações do investidor, para gerenciar a
relação adequadamente e saber o que esperar. Algumas noções fundamentais que qualquer empre-
endedor precisa ter antes de sentar numa mesa de negociação:

• Os fundos de capital de risco são constituídos por dinheiro de pessoas e empresas que querem
alavancar seus investimentos com uma aposta bem-feita em uma empresa emergente. A expec-
tativa é que no médio prazo esse dinheiro valorize-se a uma taxa bem maior que seria obtida
com juros bancários.

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• Esse montante de dinheiro é colocado na mão do administrador do fundo. Ele tem a tarefa de
rentabilizar esse valor num prazo especifico, cuja quantidade de anos varia. No Brasil, cinco a
sete anos é um prazo comum nesses casos.

• O administrador escolhe onde aplicar o dinheiro e presta contas para os investidores, chamados
também de cotistas do fundo. Antes mesmo de o montante ser levantado já foi definido o perfil
de investimentos como: indústrias a serem consideradas, valores máximo e mínimo por investi-
mento, rentabilidade desejada e em quantos anos o investidor deseja sair do investimento. Sim,
isso mesmo, um fundo investe já com prazo para vender a sua participação na empresa em que
investirá. Muitos empreendedores se ressentem quando percebem que o investidor quer sim-
plesmente aumentar o valor do seu investimento, passá-lo adiante e fim. Este sentimento é ina-
dequado e injustificado. Os empreendedores precisam entender que esta é a natureza do negócio
dos fundos e a única maneira de oferecerem retorno aos seus investidores.

• Os administradores dos fundos gerenciam um dinheiro que não lhes pertence, mas que está em
sua custódia. Assim, exigirão dos empreendedores acesso a muitas informações, reportadas re-
gularmente e formalmente. Além disso, os investidores passarão a participar com os empreen-
dedores de várias decisões importantes na empresa, o que pode diminuir a flexibilidade e a rapi-
dez na gestão do empreendedor.

• Já os investidores pessoas físicas, os chamados angel investors, podem ter um comportamento e


um raciocínio de investimento bastante diferente daqueles dos fundos de capital de risco. Eles
fazem investimentos geralmente com dinheiro próprio, e não têm um horizonte de saída fixo.
Gostam de participar ativamente do negócio, mas raramente exigem processos formais de a-
companhamento e controle. Alguns investem como forma de diversificar seus investimentos, vi-
sando obter dividendos a partir do negócio; outros, como os fundos, querem vender suas partici-
pações no futuro.

Com ou sem investidor?


Não há dúvida alguma de que a possibilidade de fechar negócio com capitalista de risco enche os
olhos de qualquer empreendedor. Basta imaginar que, de uma hora para a outra, vai entrar um che-
que com um valor que você levaria vários anos para juntar. Além disso, o interesse do investidor é
sempre lisonjeador para o empreendedor, que vê seu negócio ser valorizado por um “expert” em
empresas. Antes de entrar de cabeça nessa sociedade, vale a pena colocar na balança os pontos posi-
tivos e negativos de buscar esse tipo de capital. Veja os prós e contras de tomar o capital de risco:

Prós Contras
Grande quantidade de dinheiro que entra para Esse dinheiro traz forte cobrança sobre o retorno
ajudar o negócio a crescer. de investimento.
Possibilidade de abrir portas e gerar negócios por Abrem-se bem menos portas, em geral, do que o
meio dos relacionamentos do investidor. empreendedor imagina.
Possibilidade de acelerar o crescimento do negó- Vai entrar mais um sócio na organização e o em-
cio. preendedor perde a autonomia.
Maior credibilidade com clientes e outros inves- Se der certo, o mérito e os lucros terão de ser
tidores. divididos.
Experiência de pessoas qualificadas para ajudar a Interferências na gestão podem causar conflitos e
escolher os caminhos. a falta de conhecimento do mercado pelo investi-
dor pode tornar suas sugestões pouco úteis.

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O processo de due diligence para conseguir o Demanda muito tempo e foco do empreendedor.
capital e as auditorias anuais exigidas pelo novo
sócio ajudam a profissionalizar a empresa.
O capital que entra não é um empréstimo, por- O empreendedor abrirá mão de parte do seu ne-
tando o empreendedor não pagará os juros bancá- gócio e isso tem um custo. Além disso, alguns
rios e dividirá o rico do negócio quebrar. aportes de capital são conversíveis em dívidas no
futuro.

Checklist para começar uma negociação com um investidor


Quando um fundo ou investidor aparece, é normal olhar as coisas com certo atropelo. “Cresce o
olho. O fundo oferece um valor que você demoraria dois ou três anos para faturar. Esse valor permi-
te que você faça investimentos em tecnologia, em pessoal e em outras áreas para o faturamento da
empresa dar um salto”, diz Marcelo Barbosa. O fundo só está investindo porque vê a capacidade de
obter retorno atrativo para aquele investimento. O discurso é de que o negócio não seria procurado
se não fosse bem gerido, e que a influência dos direitos de sócio só acontece se for para maximizar
o valor do negócio. “O discurso dos fundos não deixa de ser afinado e verdadeiro. Isso, no entanto,
faz os empreendedores aceitarem algumas condições que não deveriam, ou ao menos sem as salva-
guardas necessárias”, diz Marcelo Barbosa.

Ao negociar com o fundo, você está fazendo um escolha, como demonstramos na tabela anterior.
Para não ter problemas no futuro, vale a pena prestar atenção em alguns pontos fundamentais:

A importância do advogado – Antes de começar qualquer negociação envolvendo ações ou cotas


de sua empresa, chame um advogado. As negociações preliminares geram um documento chamado
term sheet. É uma carta de intenções delineando a proposta de compra e venda de ações da empresa.
Uma vez assinado, fica muito difícil mudar as cláusulas na hora de assinar o contrato. Apesar de ser
possível, essas alterações de última hora podem gerar um desgaste prematuro em um relacionamen-
to logo no início, justamente o que você não precisa em uma sociedade que está começando. Na
pressa de fechar a negociação, é comum os empreendedores aceitarem cláusulas que normalmente
não aceitariam. Isso acontece também pela empatia com o investidor ou pela vontade de fechar a
negociação que sempre leva mais tempo do que se planejou. Quando o empreendedor baseia o seu
aceite na grande empatia que sente pelo investidor com quem negociou, ele pode estar cometendo
um grande engano. Empreendedores não percebem que este interlocutor pode ser apenas temporá-
rio, pode mudar de emprego ou se aposentar, e em breve um novo profissional poderá assumir suas
responsabilidades. Com um advogado envolvido na negociação, fica mais fácil manter a racionali-
dade durante o processo. Ele vai ajudá-lo a evitar se comprometer desnecessariamente. É claro que
custa dinheiro – e um bom advogado não é barato –, mas acredite que pode sair bem mais caro lá na
frente. Lembre-se também de que a cláusula mais importante pode ser aquela que você acha que
nunca vai ser exercida, portanto cuide igualmente de todas. Considere este custo com advogados
como parte do processo de negociação e crescimento do negócio.

Prepare as informações da empresa – A primeira impressão é sempre a que fica. Assim, se você
começar as negociações com um investidor sem o mínimo de organização, sem saber a performance
financeira e operacional da empresa no passado, a estratégia futura e as necessidades de investimen-
to, para dizer o mínimo, já começou errado. A contabilidade gerencial também é importante para
ajudar o investidor a conhecer melhor o seu negócio e o seu potencial de crescimento, e assim poder
avaliar o valor da sua empresa corretamente. É necessário ter números de boa qualidade não só so-
bre os últimos anos de atuação, mas também projeções futuras, incluindo o uso dos recursos a serem
obtidos com o investimento negociado.

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Conheça os investidores – Se você realmente resolveu que precisa de capital de risco, pesquise
antes de sair batendo nas portas. Há fundos que só investem em determinados setores ou tamanhos
de empresas. Não desperdice seu tempo, nem o do investidor. É importante também saber em que
empresas o investidor com quem se está negociando entrou com capital. Verifique se existem con-
flitos e procure os CEOs das empresas onde esse fundo já investiu para conversar e saber o que es-
pera você lá na frente. Descubra sobre o tipo de relacionamento que mantêm com essas empresas, o
tempo que exigem dos gestores e o quanto interferem. Lembre-se de que você vai negociar uma,
duas ou três vezes, se muito, com um fundo durante toda a sua vida. Por outro lado, o fundo faz isso
todos os dias. Quanto mais informações você tiver, maior pode ser o seu poder de negociação. “Cer-
ta vez, estávamos negociando com um fundo, representando um empreendedor. O investidor apre-
sentava uma série de exigências atípicas, como se fossem condições normais de mercado. A certa
altura, perguntei em quais outras empresas eles haviam investido e qual a experiência deles com
relação à aceitação das tais exigências pelas demais empresas. Para nossa surpresa eles tinham in-
vestido em apenas uma empresa no Brasil”, diz o advogado Marcelo Barbosa. “Isso colocou as coi-
sas sob outra perspectiva e reduziu a autoridade do fundo na negociação.” Para sua referência, a
Endeavor produz um guia de investidores de capital de risco bastante completo e o disponibiliza
gratuitamente em seu web site. (www.endeavor.org.br)

As aparências podem enganar – Como se trata de um momento que ambos – empreendedor e in-
vestidor – estão cortejando, as qualidades são sempre exaltadas nas duas partes. Fale bem de você,
mas seja ético e transparente. As omissões aparecem mais cedo ou mais tarde. Lembre-se de que a
mentira tem perna curta.

Crie alternativas – Tente contatar vários potenciais investidores, já que o processo de negociação é
longo e, na maioria das vezes o interesse inicial não se confirma. Faça isso antes que a negociação
avance. Leve em conta que o investidor geralmente exige em contrato de exclusividade na negocia-
ção por um ou dois meses, para avaliar e conhecer profundamente o seu negócio. Ele pode até assi-
nar um contrato de confidencialidade, mas quem precisa checar a reputação do fundo no mercado é
o empreendedor.

Olho vivo no contrato – Pela natureza da operação de capital de risco, o investidor já entra no ne-
gócio pensando em sair. E com um bom lucro, de preferência. Aí, define-se por quanto tempo e em
quais circunstâncias o investidor e o empreendedor venderão suas participações ou todo o negócio.
E prepare-se para mudar tudo às vésperas de assinar o contrato. O investidor sempre tem uma coisa
de última hora para negociar. Comemore apenas quando o dinheiro estiver na conta. E trabalhe bas-
tante no início para não ter de usar o contrato depois. Contrato bom é aquele que fica na gaveta.

Com veto ou sem veto? – No processo de negociação, uma das cláusulas que entram é a possibili-
dade de o investidor vetar decisões sobre determinadas matérias. Embora a restrição de poder sem-
pre seja vista como uma coisa ruim – e ninguém quer ficar totalmente engessado para tomar deci-
sões -, existem alguns tipos de veto que são razoáveis, e que devem ser vistos como contrapartidas
naturais do investidor. “É importante levar em conta que, na hora de tomar quaisquer decisões sobre
o negócio, o investidor vai pensar no seu principal objetivo final, que é maximizar o valor de seu
investimento. Portanto, a lógica das suas decisões nunca será a de prejudicar o negócio, porque, no
fundo, ele sairá perdendo também. O problema, como se pode imaginar, surge da diferença de per-
cepções quanto ao que é melhor para o negócio”, diz Marcelo Barbosa.

A hora da negociação
A jóia da coroa – No momento em que iniciar a negociação, você precisa lembrar que não está
negociando a compra e venda de um bem de consumo ou um imóvel. Você está tratando da jóia da
coroa, a sua empresa. Seja a venda total ou um investimento que vai fazer o negócio dobrar de ta-
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manho em cinco anos, não subestime o processo. É uma coisa que você pode fazer sozinho, mas
existem pessoas com muito mais habilidade e, principalmente, experiência do que você para fazer
isso. Não à toa, empresas como a Vale do Rio Doce começam uma negociação dessas com até dez
advogados na mesa, entre advogados do Brasil e estrangeiros, entre advogados da própria empresa e
assessores externos. Por que tanta gente? Porque estão negociando um contrato de dez anos que vai
ter impacto na empresa por todo esse tempo. “Cada advogado a mais é uma chance a menos de ter
problemas com armadilhas no contrato.” É claro que tanta precaução não cabe no bolso de um pe-
queno empreendedor, mas lembre-se de que este é um jogo bastante técnico e uma boa assessoria é
fundamental. Entenda que o seu advogado-faz-tudo-na-empresa dificilmente dará conta do recado,
por maior confiança que você tenha nele. Um advogado societário e com experiência nesse tipo de
operação é fundamental. Não saia a campo usando sandálias quando, na realidade, você precisa de
boas chuteiras.

Condições e moedas de troca – O início da negociação é o momento em que o investidor está mais
propenso a aceitar condições menos favoráveis para ele. Quando empreendedores iniciam a negoci-
ação por conta própria – alguns chegam até a assinar cartas de intenções –, eles deixam passar con-
dições importantes, algumas vezes por ignorância, outras vezes por ansiedade, e perdem a chance
de negociar cláusulas que se mostram importantes mais tarde. Essa é a hora de fazer um bom con-
trato como “empregado” da nova empresa, ou de uma série de familiares ou colegas que são empre-
gados importantes no dia-a-dia, o aluguel que a empresa tem de uma propriedade da família ou
qualquer outra coisa que seja particular daquele negócio. Normalmente o empreendedor deixa para
lidar com essas coisas mais tarde e perde a hora certa para isso: quando está sendo cortejado.

Deixe de mesquinharias – Em muitas negociações, os empreendedores se atêm a detalhes insigni-


ficantes para o montante do negócio. Tentar negociar itens como manter o carro da empresa que
você usa, pagar conta do telefone ou até continuar bancando os empregados da fazenda do empre-
endedor, ou seja, qualquer coisa que vá contra uma boa governança da empresa, tudo isso soa mal
para o investidor. É melhor tentar negociar pontos relevantes, inclusive sua própria remuneração
como “empregado”, e não mais como fundador e dono da empresa, dentro de um acordo maior, e
entender que parte do custo de trazer novos sócios e capital para a empresa é abandonar a maioria
desses benefícios que você está acostumado. Concentre as energias negociando os pontos de maior
valor. Isso evitará que você perca o foco do que realmente importa para você.

Depois de casar, não adianta reclamar – A negociação com um investidor é similar a um casa-
mento. No começo, existe um cortejador (pode ser o comprador ou o vendedor) e um cortejado. Se
o empreendedor é cortejado, vale tudo para aumentar o valor da empresa. Impor condições difíceis,
enfim, valorizar o negócio. “Antes do ‘sim’ da noiva é a hora de negociar uma partida de futebol
aos sábados e um chope com os amigos durante a semana”, brinca João Tavares. “Depois de casar,
não adianta reclamar se isso não for bem negociado.” O que é combinado não sai caro. Vale o
mesmo para o negócio. Se não negociar tudo na hora certa, depois de assinado o pré-contrato ou um
termo de intenções, vai ser muito difícil adicionar novas condições favoráveis ao empreendedor.

Espere a hora certa de comemorar – se o investidor perceber que você já está fazendo planos
com aquele dinheiro que nem entrou ainda, ele vai entender que você já deu o negócio como certo e
vai tirar proveito disso impondo condições ainda melhores para ele. Todos os movimentos são si-
nais do que você está sentindo na hora de negociar.

Não fique inibido com formalidades – No Brasil, as pessoas tendem a achar que é rude colocar
advogados para conversar. Não se trata de um encontro social, mas sim de uma negociação. Como
tática, alguns fundos até tentam iniciar a negociação no “mano a mano”. Não deixe que isso aconte-
ça. Leve o advogado logo no primeiro encontro. “Você não pode se sentir menor. Se eles estiverem
cheios de engravatados na negociação você também deve estar. Você pode até decidir não levar o
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advogado no início, mas eles também não podem levar. O que não pode é você ficar em desigual-
dade”, diz João Tavares. “Por exemplo: se você estiver negociando com um grupo estrangeiro, eles
vão respeita-lo mais se ao seu lado estiver um escritório de advocacia que eles conheçam ou que até
tenha uma associação com um escritório internacional com o qual eles estejam familiarizados.”

O lado B do capitalismo de risco

“Às vezes, as pessoas pensam que, quando entrar um fundo ou investidor profissional como sócio,
vão arrumar dinheiro e isto resolverá todas as aflições da empresa. Na verdade, esse é apenas o pri-
meiro passo. Junto com esta liquidez, virá uma série de novas responsabilidades, e todas constam do
acordo de acionistas assinado com o investidor. No dia seguinte à transferência do dinheiro, o fundo
já estará trabalhando para sair do negócio com bastante rentabilidade. “Ele não acha você bonitinho,
ele não tem apreço pelo que você está fazendo ou carinho pelo seu projeto. Ele gosta, sim, do retor-
no financeiro que o seu projeto pode dar.” – Laércio Cosentino.

“É difícil ser investidor profissional minoritário no Brasil. É difícil você investir em uma empresa
que fatura 1 milhão de dólares em um ano. Se multiplicar o investimento por 15, ótimo. Mas é pre-
ferível ter 15% de retorno em um fundo de renda fixa num capital grande a ter muito retorno em
uma coisa pequena.” – Peter Graber.

“No Brasil, não há mercado de capitais robusto. Parecia que a Internet iria eliminar essa fronteira,
mas não. O private equity no Brasil exige muito mais do empreendedor e impõe condições muito
mais rígidas, pela dificuldade em viabilizar a saída do investidor do negócio. É caro porque a taxa
de juros é alta. Isso dá ao investidor um poder que viabiliza até tirar o empreendedor do comando
da empresa. Também não é fácil achar empresas para investir, considerando que o fundo quer sair
dentro de cinco anos em média. Sem mercado de capitais forte para saída do investidor, fica muito
complicado.” – Pedro Moreira Salles.

“O investidor não é intrinsecamente um adversário do empreendedor. Pelo contrario. Ele investe na


empresa porque vislumbra ali uma oportunidade de retorno financeiro interessante e, tão logo a o-
portunidade tenha se concretizado irá se retirar vendendo as ações de outra forma. Não se trata de
‘explorar o empreendedor’. Este tem a chance de negociar, de ler o contrato. O problema é que, em
alguns casos, o empreendedor não consulta especialistas em finanças, avaliação de negócios e ad-
vogados. Evidentemente, isto pode colocar o empreendedor em uma posição negocial ainda mais
fraca, e o fundo certamente não deixará de se aproveitar disso.” – Marcelo Barbosa.

Com o dinheiro do investidor bem aplicado na empresa, o empreendedor poderá chegar mais linde e
mais rápido do que sozinho. Não se trata de uma solução de financiamento óbvia para o empreen-
dedor, mas é crucial entender bem o que significa ter um sócio e avaliar com clareza se esta é a me-
lhor opção para você e a sua empresa.

CONCLUSÕES
Tratamos de grande quantidade de material neste tema, mas não mais do que o essencial para com-
preender como obter financiamento para um negócio novo. Concluindo, queremos compartilhar
com você algumas idéias de Amar Bhide, professor na Harvard University, que dedicou muito tem-
po à entrevista de proprietários de algumas empresas de grande crescimento nos Estados Unidos. 3

3
Amar Bhide, Bootstrap Finance: the art of start-ups. Harvard Business Review, vol. 70, no 6 (novembro-dezembro de
1992), pp. 109-117.
30
Entrevistando proprietários e gerentes na lista da Inc. 500, que é a compilação feita pela revista Inc
das empresas que estão crescendo mais rapidamente nos Estados Unidos, Bhide percebeu que pou-
cas empresas de alto crescimento tiveram acesso a mercados de capital de risco. Em vez disso, eles
precisaram prover seus financiamentos – ou seja, obtê-lo apertando os cintos em seu próprio negó-
cio. Com base em suas várias entrevistas, ele ofereceu as seguintes recomendações a qualquer aspi-
rante a empreendedor que queira iniciar um negócio:

1. Primeiro, comece a funcionar. Em algum momento, é hora de parar de planejar e fazer as coisas
acontecerem.

2. Tente fazer projetos para conseguir o equilíbrio e altos fluxos de caixa sempre que possível.

3. Estabeleça metas de crescimento adequadas a seus recursos pessoais disponíveis.

4. Dê preferência a projetos e serviços com altas margens de lucro e altos preços que possam sus-
tentar vendas pessoais diretas.

5. Comece apenas com um produto ou serviço que satisfaça uma necessidade clara.

6. Nem pense em uma equipe gerencial de especialistas com todas as credenciais apontadas em
livros-textos. Isso pode vir à medida que o empreendimento se desenvolve.

7. Concentre-se no caixa – e não nos lucros, na participação de mercado ou em qualquer outra coi-
sa.

8. Tente manter um bom relacionamento com o banqueiro.

31
ANEXO 1
BNDES - PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE
EMPREGO E RENDA (02.09.04)

Objetivo é estimular geração de emprego no país

Grandes, médias, pequenas e micro-empresas que pretendam ter acesso a financiamentos de capital
de giro do BNDES já podem apresentar seu pleito aos agentes financeiros ou diretamente ao BN-
DES. As grandes e médias empresas, com projetos de valor superior a R$ 10 milhões, podem entrar
com uma carta-consulta no BNDES. Financiamentos de valor inferior serão processados pela rede
de agentes financeiros, que durante a próxima semana receberão do BNDES uma circular com as
instruções de como proceder. Os interessados já podem procurar o banco de sua preferência.

O Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda destina-se


a elevar a produção e à geração de empregos na economia nacional. Os financiamentos serão con-
cedidos para empresas com capacidade ociosa de produção que necessitem de capital de giro. Com
o programa, o BNDES pretende, de maneira ágil, fortalecer a capacidade de geração de emprego e
renda, através do estímulo a expansão e modernização dessas empresas.

Independentemente do porte das empresas, o prazo total das operações será de 24 meses, sendo 12
meses de carência e 12 de amortização. A taxa de juros será composta pelo somatório do custo fi-
nanceiro (Taxa de Juros de Longo Prazo –TJLP, atualmente em 9,75% a.a.) e da remuneração total
(remuneração do BNDES e, no caso de operações indiretas, somando-se a essa a remuneração do
agente financeiro), conforme mostra a tabela abaixo:

Tabela 1: Taxa de Juros


Micro, Pequenas e Mé-
Indiretas - TJLP + até 5,5% a.a. *
dias Empresas
Diretas com Garantia Não cumprida TJLP + até 11% a.a.
Médias e Grandes Em- Geral Cumprida TJLP + até 5,5% a.a.
presas Diretas com Fiança Não cumprida TJLP + até 9% a.a.
Bancária Cumprida TJLP + até 3,5% a.a.
Autogestionárias Diretas - TJLP + até 3,5% a.a.
* Remuneração do BNDES: 1% a.a.; remuneração do agente financeiro: 4,5% a.a.

As grandes e médias empresas candidatas aos financiamentos deverão apresentar ao BNDES proje-
to contendo meta de geração de novos empregos, a ser aprovada pelo Banco. Para tais empresas, o
limite de financiamento será de R$ 100 milhões. Se as empresas cumprirem a meta de geração de
empregos previamente acordada, a taxa de juros será reduzida (ver Tabela 1).

Os financiamentos do programa para micro, pequenas e médias empresas serão destinados para os
empreendimentos localizados em arranjos produtivos locais (APLs), constituído por firmas que in-
tegram uma mesma cadeia produtiva em uma determinada localidade. Essas empresas não necessi-
tam apresentar plano de aumento de postos de trabalho, tendo em vista sua reconhecida importância
na manutenção e crescimento da oferta de trabalho e da renda. Estudo recente do Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae – estimou que a mortalidade precoce de micro e
pequenas empresas, abertas entre 2000-2002, provocou uma perda de 2,4 milhões de empregos. A

32
falta de capital de giro é apontada pelos pequenos empresários como uma das principais causas da
mortalidade de seus negócios.

As microempresas poderão obter financiamentos de até R$ 100 mil. O limite para as pequenas é de
R$ 500 mil e para as médias, R$ 4 milhões.

O Programa beneficiará também as empresas autogestionárias, aquelas cujo controle e gestão são
exercidos pelos próprios trabalhadores. Tais firmas resultaram, em grande parte, do esforço para
manter em funcionamento e produzindo empresas que passaram por grave situação econômico-
financeira. Com o Programa, o Banco poderá oferecer financiamentos de até R$ 10 milhões a esses
empreendimentos.

BNDES - FINAME MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Financiamentos, sem limite de valor, para aquisição isolada de máquinas e equipamentos novos, de
fabricação nacional (1), credenciados pelo BNDES, através de instituições financeiras credenciadas.

Acesse o Credenciamento Equipamentos que disponibiliza a relação de máquinas e equipamentos


cadastrados e os procedimentos para cadastramento.

Taxa de Juros
Custo Financeiro + Remuneração do BNDES + Remuneração da Instituição Financeira Credenciada

Custo Financeiro
Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP;
Cesta de Moedas - veja Normas de Aplicação; e
Dólar norte-americano - veja Normas de Aplicação.

Remuneração do BNDES
- Pessoas físicas: 1% ao ano;
- Micro, pequenas e médias empresas - MPME: 1% ao ano;
- Grandes empresas: de 2,5% a 4% ao ano

Administração pública direta: 2,5% ao ano.


Veja: Condições Diferenciadas

Obs.:
Na linha FINAME/Financiamento à Fabricante-Comercialização prevalecem as condições vigentes
para a empresa compradora.

Remuneração da Instituição Financeira Credenciada


Negociada entre a instituição financeira credenciada e o cliente; nas operações garantidas pelo Fun-
do de Garantia para Promoção da Competitividade - FGPC (Fundo de Aval) até 4% a.a.

Prazo Total
Financiamentos até R$ 10 milhões: até 60 meses
- Veículos convencionais para transporte de passageiro: até 48 meses;
- Caminhões para transportadores autônomos de carga: até 72 meses;
- Carrocerias para veículos para coleta de lixo: até 36 meses.

33
Prazos diferenciados para aquisição de veículos não-convencionais de transporte urbano e para veí-
culos de coleta de lixo em programa integrado de coleta, tratamento e disposição final poderão ser
solicitados/justificados mediante apresentação da Consulta Prévia.

Financiamentos acima de R$ 10 milhões ou que necessitem de prazo superior ao acima estabeleci-


do: definido em função da capacidade de pagamento do empreendimento, da empresa ou do grupo
econômico, mediante Consulta Prévia.

Nível de Participação
Empresas de capital sob controle nacional:
- Pessoas físicas: até 90%;
- Micro, pequenas e médias empresas-MPME: até 90%;
- Grandes empresas: até 80%

Administração pública direta: até 90%

Empresas de capital sob controle estrangeiro: até 80%

Obs.: Na comercialização doméstica de aeronaves: até 100%.

Para equipamentos com índice de nacionalização inferior a 60%, os percentuais acima se aplicam à
parcela nacional do bem.

A participação será computada sobre o preço de venda das máquinas e equipamentos, inclusive IPI
e ICMS, quando houver incidência.

Veja: Condições Diferenciadas

Setores não passíveis de apoio


Empreendimentos imobiliários, tais como edificações residenciais, time-sharing, hotéis-residência e
loteamentos; Comércio de armas; Atividades bancárias/financeiras; Motéis, saunas e termas; Mi-
neração que incorpore processo de lavra rudimentar ou garimpo; Jogos de prognósticos e asseme-
lhados.

Garantias
Negociadas entre a instituição financeira credenciada e o cliente. Para utilização do FGPC consulte
suas condições específicas.

Encaminhamento
Dirija-se à instituição financeira credenciada, com a especificação técnica (orçamento ou proposta
técnico-comercial) do bem a ser financiado. A instituição informará qual a documentação necessá-
ria, analisará a possibilidade de concessão do crédito e negociará as garantias. Após aprovação pela
instituição, a operação será encaminhada para homologação e posterior liberação dos recursos pelo
BNDES.

No caso de operações:
de valores superiores a R$ 10 milhões; para aquisição de veículos não convencionais de transporte
urbano e para veículos de coleta de lixo em programa integrado de coleta, tratamento e disposição
final; que demandem prazos superiores aos padronizados; para aquisição de equipamentos com
índice de nacionalização inferior a 60%, nos casos em que o percentual de participação do BNDES

34
incida sobre o valor total do equipamento;e de financiamento à produção, na linha FINAME-
Fabricante, os interessados deverão consultar previamente o BNDES, por intermédio da instituição
financeira credenciada de sua preferência, encaminhando seus pleitos de acordo com os roteiros
constantes dos Anexos IX e X, da Circular nº 187, de 02/04/2004, ao:

BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social


Área de Operações Indiretas - AOI
Departamento de Operações Indiretas de Processamento Automático - DEAUT
Av. República do Chile nº 100 - 17º andar - Centro
20031-917 - Rio de Janeiro - RJ

1) O financiamento de máquinas e equipamentos fabricados no país, credenciados no BNDES, que apresentem índices
de nacionalização, inferiores a 60%, o nível de participação deverá tomar por base:
a) o valor da parcela nacional do bem.
b) o valor total do bem, sendo então o Custo Financeiro a variação de moeda estrangeira.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - PROGER GIRO-RENDA

Características Técnicas
O PROGER Giro - Renda é uma linha de crédito instituída pelo Ministério do Trabalho voltada ao
financiamento de capital de giro associado, visando a geração e manutenção de emprego e renda,
com a utilização de recursos do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador. Para contratá-lo, o propo-
nente procura a Agência da CAIXA de sua preferência a fim de elaborar o cadastro. A CAIXA ana-
lisa a viabilidade, a capacidade de pagamento e as garantias oferecidas.

Mais Vantagens:
A liberação dos recursos independe de destinação específica.
Taxas de juros entre as mais competitivas do mercado.

Limite De Empréstimo:
Até R$ 70 mil com recursos do FAT. A CAIXA entra com mais recursos para que obrigatoriamente
30% do total emprestado seja recurso CAIXA.

Prazo:
Até 18 meses, sem carência.

Tarifa:
2% do valor do empréstimo.

Encargos:
TJLP + 12% ao ano.
IOF conforme legislação vigente.

35
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - GIROCAIXA

Características Técnicas
O GiroCAIXA é uma modalidade de empréstimo que atende às necessidades de capital de giro de
microempresas e empresas de pequeno e médio porte, sejam elas dos setores industrial (inclusive
agroindústria), comercial e de serviços.

Modalidades:
GiroCAIXA para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte – utiliza recursos do PIS;
GiroCAIXA para Empresa de Médio Porte – utiliza recursos da CAIXA.

Limites:
Valor máximo de crédito: R$ 100 mil.

Garantias:
Aval dos sócios e respectivos cônjuges, se houver.

Prazo:
A ser negociado na agência.

Pagamentos:
Pagamento efetuado em prestações mensais, calculadas pelo sistema Francês de Amortização – Ta-
bela Price.

Tarifas:
Taxa de Abertura e Renovação de Crédito – TARC (conforme Tabela de Tarifas);
Seguro de Crédito, descontado no ato da contratação.

Encargos:
Taxa de juros entre as mais competitivas do mercado;
IOF, conforme legislação em vigor.

Pré-Requisitos:
Ser correntista da CAIXA;
Ter cadastro aprovado e capacidade de pagamento.

BANCO DO BRASIL - PROGER URBANO EMPRESARIAL

Se você quer iniciar seu próprio negócio, ampliar ou modernizar a sua empresa, o Banco do Brasil
pode ajudá-lo com o PROGER Urbano Empresarial*. Trata-se de financiamento, com recursos do
Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, para projetos de investimento que busquem a geração e
manutenção de emprego e renda.

O PROGER Urbano Empresarial é destinado às microempresas e empresas de pequeno porte com


faturamento bruto anual de até R$ 5 milhões. Você, Empresário, financia até 80% do valor do pro-
jeto de investimento, limitado a
R$ 400 mil, com prazo para pagamento de até 60 meses, incluído período de carência de até 12 me-
ses. Os encargos financeiros são de TJLP mais 5,33% nominais ao ano**.

A forma de pagamento é feita em parcelas mensais e sucessivas, sendo que no período de carência
você paga apenas os juros.

36
O encaminhamento das propostas deve ser realizado com base no roteiro de Proposta de Financia-
mento. As propostas podem contar com assessoramento gerencial, realizado por entidade qualifica-
da, a exemplo do SEBRAE, SINE, Instituto Centro Cape, Universidades ou Consultorias Junior em
Universidades.

Para a contratação do financiamento são necessárias garantias reais ou fidejussórias, que podem ser
complementadas por Fundos de Aval (FAMPE ou FUNPROGER), que garantem até 80% do valor
financiado.

FAMPE - Fundo de Aval às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte é uma garantia comple-
mentar concedida mediante pagamento de taxa ao SEBRAE. É um facilitador na constituição das
garantias nos financiamentos, não devendo ser confundido com seguro de crédito. Nesse caso, o
projeto de investimento é elaborado exclusivamente pelo SEBRAE.

O FAMPE garante até 50% do valor financiado, limitado a R$ 72 mil.

Taxa de concessão da garantia a ser paga ao FAMPE: calculada sobre o valor garantido e cobrada
no ato da contratação:

Financiamento em Meses Taxa a ser Paga


até 24 meses 2%
mais de 24 até 36 3%
mais de 36 até 60 5%
mais de 60 até 96 6%

BANCO DO BRASIL - PROGER TURISMO

Se você quer iniciar, ampliar ou manter seu empreendimento turístico, o Banco do Brasil pode a-
poiá-lo com o PROGER Turismo - Investimento*. É um financiamento, com recursos do Fundo de
Amparo ao Trabalhador - FAT, para projetos de investimento que visem a geração e manutenção de
emprego e renda, nos segmentos turísticos definidos pelo Ministérios do Trabalho e Emprego e do
Turismo.

O PROGER Turismo é destinado às microempresas e empresas de pequeno porte com faturamento


bruto anual de até R$ 5 milhões. Você, Empresário, financia até 90% do valor do projeto de inves-
timento, limitado a R$ 400 mil, com prazo para pagamento de até 120 meses, incluído período de
carência de até 30 meses. Os encargos financeiros são de TJLP mais 5,33% nominais ao ano**.

A forma de pagamento é feita em parcelas mensais e sucessivas, sendo que no período de carência
você paga apenas os juros.

O encaminhamento das propostas deve ser realizado com base no roteiro de Proposta de Financia-
mento. As propostas podem contar com assessoramento gerencial, realizado por entidade qualifica-
da, a exemplo do SEBRAE, SINE, Instituto Centro Cape, Universidades ou Consultorias Junior em
Universidades.

Para a contratação do financiamento são necessárias garantias reais ou fidejussórias, que podem ser
complementadas por Fundos de Aval (FAMPE ou FUNPROGER), que garantem até 80% do valor
financiado.

FAMPE - Fundo de Aval às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte é uma garantia comple-
mentar concedida mediante pagamento de taxa ao SEBRAE. É um facilitador na constituição das
37
garantias nos financiamentos, não devendo ser confundido com seguro de crédito. Nesse caso, o
projeto de investimento é elaborado exclusivamente pelo SEBRAE.

O FAMPE garante até 50% do valor financiado, limitado a R$ 72 mil.

Taxa de concessão da garantia a ser paga ao FAMPE: calculada sobre o valor garantido e cobrada
no ato da contratação:

Financiamento em Meses Taxa a ser Paga


até 24 meses 2%
mais de 24 até 36 3%
mais de 36 até 60 5%
mais de 60 até 96 6%

BANCO DO BRASIL - FCO EMPRESARIAL

Se a sua empresa está localizada ou pretende investir na região Centro-Oeste, o Banco do Brasil
tem uma linha de crédito com condições muito especiais: O FCO Empresarial. A linha conta com
encargos financeiros, prazos e limites diferenciados, compatíveis com as diversas atividades produ-
tivas. Quem produz no Centro-Oeste tem o apoio financeiro do FCO.

Os recursos estão distribuídos em cinco Programas:


• Desenvolvimento Industrial;
• Infra-Estrutura Econômica;
• Desenvolvimento do Turismo Regional;
• Incentivo às Exportações; e,
• Desenvolvimento dos Setores Comercial e de Serviços.

Encargos Financeiros
• Microempresa: 8,75% efetivos ao ano
• Empresas de pequeno porte: 10% efetivos ao ano
• Empresas de médio porte: 12% efetivos ao ano
• Empresas de grande porte: 14% efetivos ao ano

OBS.: Para operações em dia é concedido "Bônus de adimplência" de 15% a ser aplicado sobre a
parcela de juros pagos.

Classificação das empresas quanto ao porte


• microempresa até R$ 700 mil.
• pequena empresa acima de R$ 700 mil até R$ 6.125 mil.
• média empresa acima de R$ 6.125 mil até R$ 35 milhões.
• grande empresa acima de R$ 35 milhões.

Referências Bibliográficas

INSTITUTO EMPREENDER ENDEAVOR. Como Fazer Uma Empresa Dar Certo Em Um


País Incerto. Rio de Janeiro : Elsevier, 2005.

LONGENECKER, Justin G., Moore, Carlos W. e Petty, J. William. Administração de Pequenas


Empresas. São Paulo: Makron Books, 1997.

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