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CAI A MONARQUIA, INICIA A

ampliar a sua participação, também expunha a fragilidade que acometia o


governo imperial.

REPÚBLICA.
Nessa época, os mais expressivos partidários do republicanismo
se dividiam em três alas diferentes: militares positivistas, evolucionistas e
revolucionários. Os militares positivistas acreditavam que a República
História seria um passo modernizante à vida política do país na medida em que o
A crise da Monarquia novo governo fosse conduzido por uma estrutura de poder centralizada
Sob o ponto de vista econômico, a segunda metade do século 19 nas mãos dos militares.
caracterizou-se pela crise do Vale do Paraíba - até então, a mais Em contrapartida, os chamados evolucionistas, apoiados pelos
importante região produtora de café brasileira - e a emergência dos cafeicultores paulistas, esperavam que o regime republicano instaurasse
cafeicultores do Oeste paulista. Ao contrário dos grandes fazendeiros do maiores liberdades políticas e não que o mesmo não fosse criado por
Paraíba, que apoiavam as instituições monárquicas, os dos Oeste paulista meio de grandes agitações. Por fim, manifestando uma ala republicana
faziam oposição à centralização do Império. minoritária, os revolucionários esperavam que o novo regime fosse
De outro lado, ampliou-se a propaganda republicana. Embora a inspirado na Primeira República Francesa (1792 - 1794), onde os
proposta sempre tivesse tido espaço nas discussões políticas, foi em 1870 populares tinham significativa participação.
que o Partido Republicano foi formalmente criado, no Rio de Janeiro. Nos Por fim, entre tantas orientações, observamos que as alas
anos seguintes, outros partidos semelhantes seriam organizados em militares foram responsáveis por uma transição política carente de
províncias importantes do Império. Os republicanos "históricos" qualquer apoio das classes menos privilegiadas. Não por acaso, o fim da
criticavam a centralização da Monarquia, seu caráter hereditário, o poder monarquia brasileira não abriu caminho para que os velhos dilemas da
excessivo nas mãos de Pedro 2°, a vitaliciedade do Senado e o sistema exclusão social, política e econômica fossem finalmente colocados em
político em geral, que excluía a maioria absoluta da população. questão. Formada por uma população miserável e inculta, a nação
Outro elemento fundamental para a crise da Monarquia foi o brasileira passou das mãos dos militares para as novas elites
desgaste entre os militares e o Império. O Exército brasileiro, cada vez agroexportadoras.
mais "popular" em sua composição, passou a estar em franca contradição
com o elitismo que sempre caracterizou o regime monárquico. As ideias O Positivismo
trazidas da Guerra do Paraguai só alimentaram a disposição militar em O positivismo foi uma corrente filosófica que surgiu na França
"purificar" os costumes políticos, consolidando a auto-imagem do no século XIX e que ganhou força no Brasil no final deste século. Militares,
Exército, de salvador nacional. Os principais fatores da crise monárquica profissionais liberais e intelectuais defendiam os ideais positivistas. Estes
brasileira foram: ideais eram favoráveis ao regime republicano e, portanto, contrários à
O sistema monárquico brasileiro encontrava-se desgastado e era Monarquia. A inscrição "Ordem e Progresso" na bandeira brasileira, criada
questionado por vários setores da população brasileira. O exército após a Proclamação da República, reflete a importância do Positivismo no
não aceitava mais a corrupção dentro do governo monárquico. processo republicano brasileiro.
Algumas imposições feitas pelo imperador também eram A filosofia Positivista de Auguste Comte esteve presente
questionadas pelos militares. Entra elas, a proibição de oficiais do principalmente na construção dos símbolos da República. Desde a
exército brasileiro em se manifestar na imprensa, sem a autorização produção da Bandeira Republicana com sua frase que transborda a
do Ministro da Guerra. essência da filosofia Comteana “Ordem e Progresso”, ou no uso dos
Os membros da Igreja Católica Brasileira também estavam símbolos como um aparato religioso à religião republicana. Positivistas
descontentes com o governo de Dom Pedro II, pois havia muita Ortodoxos como Miguel Lemos e Teixeira Mendes foram os principais
interferência real nos assuntos religiosos. ativistas, usando das alegorias femininas e o mito do herói para fortalecer
A monarquia era um sistema enfraquecido no contexto mundial do entre toda a população a crença e o amor pela República. Esses
final do século XIX. Muitos países importantes já haviam adotado a Positivistas Ortodoxos acreditavam tão plenamente em sua missão
República, que possibilitava maior participação política dos política de fortalecimento da República que apesar de ridicularizados por
cidadãos. No Brasil, a classe média, estudantes e profissionais seus opositores não esmorecem e seguem fortalecendo o imaginário
liberais, simpáticos ao regime republicano, passaram a fazer republicano com seus símbolos, mitos e alegorias.
oposição à Monarquia brasileira. Queriam a implantação da
República, para que pudessem ganhar poder e influenciar mais nas Crise do exército e a questão militar
decisões políticas e administrativas do país. Aos poucos, os militares foram se colocando contra a
Havia também um grande descontentamento dos fazendeiros Monarquia, aproximando-os daqueles que já levantavam a bandeira da
conservadores. Antes adeptos da Monarquia, estes agricultores República. A abolição da escravidão, em 1888, foi o golpe de misericórdia.
retiraram o apoio político que davam à Monarquia após a abolição Os grandes fazendeiros, extremamente dependentes da mão-de-obra
da escravatura em 1888. Estes fazendeiros eram proprietários de escrava, ressentiram-se contra a Monarquia. Esta, por sua vez, isolava-se
grandes quantidades de escravos e não receberam indenização do cada vez mais ao perder, uma a uma, suas forças de sustentação - fossem
governo após a abolição. civis ou militares. Com a saúde debilitada, o que só alimentava os boatos
Os setores progressistas do Brasil eram contrários a uma série de de que a Monarquia estava à deriva, o imperador ainda tentou incorporar
situações mantidas pelo regime monárquico, tais como: voto as críticas de seus opositores com a nomeação do visconde de Ouro Preto
censitário, falta de justiça social, miséria, ensino público para para chefiar o gabinete ministerial, em julho de 1889. Ouro Preto propôs
poucos, elevado índice de analfabetismo. uma série de reformas políticas e sociais, recebendo inúmeras críticas dos
A crise econômica em que o Brasil se encontrava também setores conservadores que ainda sustentavam o Império. Diante da
influenciou na Proclamação da República, pois fez com que crescente hostilidade do Exército, Ouro Preto resolveu aumentar os
aumentasse o descontentamento da população brasileira. Esta crise poderes da Guarda Nacional, o que foi recebido como afronta pelos
foi agravada com a Guerra do Paraguai, pois o Brasil recorreu aos militares. Vários pequenos episódios ocorridos entre julho e novembro de
empréstimos ingleses, aumentando assim a dívida externa. 1889 radicalizaram ainda mais um quadro que já era de grande tensão.
Assim, no dia 15 daquele mês, sob a liderança do marechal Deodoro da
Os ideais republicanos Fonseca, o Brasil passou da Monarquia à República.
No final da década de 1880, vários setores políticos brasileiros se
mobilizavam em favor da extinção da monarquia e a consolidação da Lei Saraiva
República no Brasil. A essa altura, a desarticulação da ordem escravocrata Em 1881, foi sancionada a Lei Saraiva, mais importante
determinava a queda de um dos mais significativos sustentáculos da legislação eleitoral do Brasil. A lei instituiu a obrigatoriedade do título de
monarquia. Além disso, o surgimento de novos atores políticos, ávidos em
eleitor. O relator da lei foi o deputado Rui Barbosa, mas o nome da lei é
uma homenagem a José Antônio Saraiva, ministro do Império.
A Lei Saraiva proibiu voto de analfabetos e adotou eleições
diretas. Imigrante alfabetizados poderiam se candidatar desde que
possuíssem renda não inferior a duzentos mil réis. Os crimes eleitorais
também foram estabelecidos.

O golpe de 1889
Em 1888, quando princesa Isabel Decretou a Lei Áurea, os donos
de escravos sentiram-se traídos pelo regime monárquico e por forma de
vingança tornaram-se republicanos.
Os republicanos precisavam de uma forma de convencer
Marechal Deodoro a dar o golpe e tanto tentaram que acabaram
conseguindo.
No dia 14 de novembro de 1889, os republicanos, num ato
muito “honesto” fizeram correr o boato de que o primeiro ministro
Visconde de Ouro Preto havia decretado prisão contra Marechal Deodoro
e o líder dos oficiais republicanos o tenente-coronel Benjamim Constant.
Essa falsa notícia fez com que Marechal Deodoro decidisse se levantar
contra a monarquia. Na manhã do dia 15, Deodoro reuniu toda a tropa em
direção ao centro da cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil Império,
com o intuito de decretar a demissão do ministério de Ouro Preto. Porém,
ainda não tinha a intenção de proclamar a república.
No calor dos acontecimentos, os republicanos precisavam
pensar em algo rápido para que convencessem de vez o marechal a fazer
a proclamação. Informaram-no então que Dom Pedro II teria nomeado
Gaspar Silveira Martins como primeiro ministro. Gaspar nada mais era do
que um rival de Deodoro, pois os dois já haviam disputado o amor da
mesma mulher na juventude. Essa foi a gota d’água para que fosse feito o
rompimento total com a monarquia.
Dom Pedro não reagiu ao golpe. Passou os seus últimos dois
anos de vida no exílio na Europa, vivendo só e com poucos recursos. O
primeiro ato de corrupção do regime republicano foi quando os golpistas
ao obrigar a família imperial do Brasil ao exílio, retiraram dos cofres
públicos 5 mil contos de réis e deram a Dom Pedro II como forma de
indenização pelos danos sofridos. O Imperador não só recusou como
também exigiu que caso o dinheiro já tivesse sido retirado dos cofres
públicos que fosse feito um documento comprobatório no qual ele o
estaria devolvendo. Ele citou então a frase: “Com que autoridade esses
senhores dispõe do dinheiro publico?”

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