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ENGENHARIA CIVIL
Junho de 2016
ANÁLISE ESTRUTURAL COMPARATIVA DA SUPERESTRUTURA
DE UM VIADUTO COM DIFERENTES TIPOS DE SEÇÃO
TRANSVERSAL: VIGA T PRÉ-MOLDADA E VIGA CAIXÃO
MOLDADA IN LOCO
Banca Examinadora:
___________________________________
Profa. Dra. Daiane De Sena Brisotto
Coordenadora do Projeto Final de Curso II
Dedico este trabalho a minha família, pelo grande apoio e carinho
passado durante toda minha vida, fazendo com que eu me
empenhasse cada vez mais em busca dos meus objetivos e ideais.
iii
AGRADECIMENTOS
iv
RESUMO
v
ABSTRACT
vi
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1. Objetivos da pesquisa ................................................................................................... 2
1.1.1. Objetivo geral ....................................................................................................... 2
1.1.2. Objetivos específicos ............................................................................................ 2
1.2. Organização do trabalho .............................................................................................. 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 4
2.1. História da construção de pontes ................................................................................. 4
2.2. Definição da geometria ................................................................................................. 5
2.3. Requisitos de projeto ..................................................................................................... 7
2.4. Classificação das pontes ................................................................................................ 7
2.4.1. Finalidade de utilização ...................................................................................... 8
2.4.2. Material de construção ........................................................................................ 8
2.4.3. Tipo estrutural ..................................................................................................... 9
2.5. Superestrutura em viga .............................................................................................. 11
2.5.1. Viga em seção T ................................................................................................. 11
2.5.2. Viga em seção caixão ........................................................................................ 12
2.6. Demais elementos da superestrutura......................................................................... 13
2.6.1. Transversinas ..................................................................................................... 13
2.6.2. Laje do tabuleiro ................................................................................................ 13
2.6.3. Laje de transição ................................................................................................ 13
2.6.4. Alas ..................................................................................................................... 14
2.6.5. Capeamento ....................................................................................................... 14
2.6.6. Guarda-rodas ..................................................................................................... 15
2.6.7. Passeios .............................................................................................................. 15
2.6.8. Guarda-corpos ................................................................................................... 15
2.7. Método construtivo ..................................................................................................... 15
2.7.1. Estrutura pré-moldada ...................................................................................... 16
vii
2.7.2. Estrutura moldada in loco ................................................................................. 16
2.8. Carregamentos ............................................................................................................ 17
2.8.1. Carregamento permanente ................................................................................ 17
2.8.2. Carregamento móvel.......................................................................................... 18
2.8.3. Carregamento excepcional ................................................................................ 20
3. METODOLOGIA ............................................................................................................ 21
3.1. Projeto viga T .............................................................................................................. 21
3.1.1. Geometria ........................................................................................................... 21
3.1.2. Cargas atuantes ................................................................................................. 23
a) Carregamento permanente ....................................................................................... 23
b) Carregamento móvel ................................................................................................. 24
3.2. Projeto viga caixão ...................................................................................................... 27
3.2.1. Geometria ........................................................................................................... 27
3.2.2. Cargas atuantes ................................................................................................. 28
c) Combinação do carregamento .................................................................................. 31
3.3. Dimensionamento ........................................................................................................ 31
3.4. Quantitativo de materiais ........................................................................................... 32
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 33
4.1. Viaduto em viga T ....................................................................................................... 33
4.1.1. Levantamento das cargas .................................................................................. 33
a) Carregamento permanente .......................................................................................... 33
4.1.2. Dimensionamento e quantitativo de materiais ................................................. 36
4.2. Viaduto em viga Caixão .............................................................................................. 37
4.2.1. Levantamento das cargas .................................................................................. 37
4.2.2. Dimensionamento e quantitativo de materiais ................................................. 40
4.3. Análise comparativa da quantidade de materiais viga T x viga Caixão ................ 40
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 42
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 43
APÊNDICE A – LEVANTAMENTO DAS CARGAS - VIGA T ...................................... 45
APÊNDICE B – LEVANTAMENTO DAS CARGAS - VIGA CAIXÃO ......................... 51
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 – Tipos de pontes: (a) ponte em pedra, (b) ponte em madeira, (c) ponte em aço, (d)
ponte em concreto armado, (e) ponte em concreto protendido (GOMES, 2006). ..................... 5
Figura 2.2 – Partes constituintes de uma ponte. ......................................................................... 6
Figura 2.3 – Definições geométricas. ......................................................................................... 7
Figura 2.4 – Gráfico representativo do vão em relação ao custo dos diversos tipos de pontes
(LAZZARI 2008). ...................................................................................................................... 8
Figura 2.5 – Tipos estruturais de pontes/viadutos (FILHO 2008). ........................................... 10
Figura 2.6 – Superestrutura com vigas em seção T. ................................................................. 11
Figura 2.7 – Superestrutura com viga em seção caixão. .......................................................... 12
Figura 2.8 – Carregamento permanente na seção longitudinal. ............................................... 18
Figura 2.9 – Veículos-tipos (NBR 7188, 1982)........................................................................ 18
Figura 2.10 – Disposição das cargas do veículo na pista (NBR 7188, 1982). ......................... 20
Figura 3.1 – Vista Superior do viaduto com viga T. ................................................................ 22
Figura 3.2 – Seção transversal do viaduto com viga T. ............................................................ 22
Figura 3.3 – Carregamento permanente ao longo da seção transversal.................................... 23
Figura 3.4 – Carregamento permanente ao longo da seção longitudinal.................................. 24
Figura 3.5 – Roda externa junto ao guarda-rodas externo (Marchetti, 2008). ......................... 24
Figura 3.6 – Carregamento móvel na seção transversal ........................................................... 25
Figura 3.7 – Carregamento móvel ao longo da seção transversal: (a) faixa fora do trem-tipo
(carga distribuída), faixa do trem-tipo (carga distribuída), (c) faixa do trem-tipo (veículo). ... 25
Figura 3.8 – Carregamento móvel ao longo da seção longitudinal. ......................................... 26
Figura 3.9 – Vista superior do viaduto com viga caixão. ......................................................... 27
Figura 3.10 – Seção transversal do viaduto com viga caixão. .................................................. 28
Figura 3.11 – Carregamento permanente ao longo da seção longitudinal................................ 29
Figura 3.12 – Carregamento móvel ao longo da seção longitudinal . ..................................... 30
Figura 3.13 – Representação dos valores para cálculo de momento de torção. ...................... 31
Figura 4.1 – Envoltória de esforços: (a) esforço cortante e (b) momento fletor. ..................... 35
ix
Figura 4.2 – Localização esquemática das armaduras. ............................................................. 36
Figura 4.3 – Envoltória de esforços: (a) esforço cortante e (b) momento fletor. .................... 39
Figura 4.4 – Localização esquemática das armaduras. ............................................................. 40
Figura 4.5 – Gráfico comparativo de materiais Viga T x Viga Caixão. ................................... 41
x
ÍNDICE DE TABELAS
xi
SIMBOLOGIA
xii
1. INTRODUÇÃO
1
Segundo Lazzari (2008), a construção de pontes sempre foi um importante
indicativo para o progresso de uma civilização. Uma vez que sua principal função é transpor
obstáculos, ou seja, ligar determinada região a outra, estas estruturas ajudam no
desenvolvimento social e econômico, dinamizando o transporte de produtos e pessoas entre
regiões. Assim, o conhecimento teórico e prático dos procedimentos para a elaboração de um
projeto estrutural de uma ponte é de fundamental importância para os profissionais da área.
2
1.2. Organização do trabalho
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
(a) (b) (c)
(d) (e)
Figura 2.1 – Tipos de pontes: (a) ponte em pedra, (b) ponte em madeira, (c) ponte em aço, (d) ponte
em concreto armado, (e) ponte em concreto protendido (GOMES, 2006).
Segundo Pfeil (1983), as pontes podem ser divididas em três sistemas principais
que interagem entre si: a superestrutura, a mesoestrutura e a infraestrutura, sendo que o que
caracteriza cada uma dessas partes é a função desempenhada. A (Fig. 2.2) representa esta
divisão.
5
Figura 2.2 – Partes constituintes de uma ponte.
6
Figura 2.3 – Definições geométricas.
O projeto de toda grande estrutura deve seguir alguns requisitos básicos para sua
perfeita utilização. Segundo Marchetti (2008), os seguintes requisitos devem ser assegurados
no projeto:
a) Funcionalidade: As exigências do tráfego devem ser supridas pela ponte;
b) Segurança: Os materiais utilizados na construção da estrutura devem provocar
tensões menores que as admissíveis para não provocar sua ruptura;
c) Estética: A estrutura deve estar em sintonia com o meio em que se encontra,
para apresentar um aspecto agradável;
d) Economia: É necessário que se faça sempre um estudo comparativo de várias
soluções, atendo-se sempre para a mais econômica;
e) Durabilidade: A estrutura deve atender as exigências de uso durante o seu
período de vida útil.
De acordo com Pfeil (1983), de forma geral, as pontes podem ser classificadas
conforme sua finalidade, o tipo de material empregado e tipo estrutural.
Outros autores, como El Dobs e Takeya (2007) e Marchetti (2008), com uma
visão mais ampla, afirmam que as pontes podem ser classificadas também segundo outros
critérios, tais como: material da superestrutura, comprimento, natureza de tráfego,
desenvolvimento planimétrico, desenvolvimento altimétrico, sistema estrutural da
superestrutura, seção transversal, posição do tabuleiro e processo de execução.
7
A seguir será apresentada a classificação das pontes conforme Pfeil (1983).
Figura 2.4 – Gráfico representativo do vão em relação ao custo dos diversos tipos de pontes
(LAZZARI 2008).
8
2.4.3. Tipo estrutural
Segundo Pfeil (1983), existe uma série de concepções estruturais que podem ser
usadas no projeto de uma ponte. Quanto ao tipo estrutural, as pontes podem ser em lajes, em
vigas, em treliças, em pórtico, em arco, suspensas (penseis), estaiadas, entre outras.
Dependendo do tipo estrutural adotado, pode-se encontrar uma maior ou menor
dificuldade no seu projeto e execução. A escolha do tipo estrutural depende de vários fatores
que devem ser levados em consideração, tais como: função, topografia local, natureza do solo,
extensão e vão livre, estética, localização, tempo de execução previsto e custo disponível para
obra.
A seguir, uma breve descrição dos principais tipos estruturais de pontes citadas por
Pfeil (1983):
a) Ponte em laje: a superestrutura é formada somente por uma laje, que recebe e
transmite a carga direta para a mesoestrutura sem passar por vigas;
b) Ponte em viga: o tabuleiro é dimensionado no vão, passando as cargas
recebidas para as vigas, que sofrem compressão nas fibras superiores e tração nas inferiores;
c) Ponte treliçadas: as solicitações nas barras são somente de tração e compressão;
d) Ponte em pórtico: é formada por uma peça central em que as vigas e os pilares
encontram-se solidarizados;
e) Ponte em arco: a compressão é basicamente o único esforço transmitido e toda
essa pressão é remetida ao solo;
f) Ponte suspensas: possuem torres onde são pendurados cabos de aço e, a partir
destes partem tirantes para suspensão do tabuleiro;
g) Pontes estaiadas: possui um mastro central do qual partem estais que
sustentam o tabuleiro.
A Fig. 2.5 mostra os principais tipos estruturais de pontes.
9
Figura 2.5 – Tipos estruturais de pontes/viadutos (FILHO 2008).
10
2.5. Superestrutura em viga
Pode-se dizer que este tipo de estrutural é o mais antigo usado em projeto de
pontes. Geralmente esta estrutura é apoiada sobre dois pilares e, assim, o tabuleiro será
solicitado por compressão na parte superior e tração na parte inferior.
A superestrutura de pontes em vigas normalmente é composta por três elementos:
as vigas longitudinais (também conhecidas como longarinas), as vigas transversais (também
conhecidas como transversinas) e a laje do tabuleiro (EL DEBS E TAKEYA, 2007).
Para elaboração do projeto de uma ponte em viga, deve-se primeiramente definir o
tipo da seção transversal das longarinas. Em seguida, são definidas as formas de outros
elementos da superestrutura, o método construtivo que será empregado e, posteriormente, o
carregamento da estrutura.
A seção transversal das longarinas pode ter duas formas principais: a seção aberta
e a seção celular. A seção aberta é composta por vigas T ou I e a seção celular, também
chamada de viga caixão, é formada por uma única peça com interior vazado.
11
Normalmente a ponte em viga T é constituída por três ou mais vigas longitudinais,
unidas transversalmente pelas transversinas. A ação conjunta das vigas e transversinas constitui
uma grelha que gera uma distribuição das cargas pela superestrutura (PFEIL, 1983).
Leonhardt (1979) afirmou que estas vigas são bastante indicadas para pontes
curvas, pois possuem maior rigidez à torção e permitem a adoção de maiores excentricidades,
absorvendo esforços elevados. As pontes construídas com este tipo de seção são constituídas
pela laje de tabuleiro ou laje superior que forma a mesa colaborante; as almas que são
dimensionadas juntamente com a laje de forma a vencer o vão, sustentar a estrutura receber e
distribuir as cargas para a laje de fundo ou laje inferior; a laje de fundo que é a parte final
deste tipo de seção e permite a distribuição das cargas vindas das vigas.
Este tipo de seção propicia a distribuição uniforme das cargas na seção
transversal. Se aplicarmos uma carga em qualquer ponto da estrutura, a mesma irá se
distribuir igualmente e chegará uniformizada na laje de fundo (PFEIL, 1983).
12
2.6. Demais elementos da superestrutura
Além das vigas, a superestrutura de pontes pode ser composta por outros
elementos como transversinas, laje, laje de transição, alas, capeamento, guarda-rodas,
passeios e guarda-corpos. Estes elementos são descritos a seguir.
2.6.1. Transversinas
Segundo El Debs e Takeya (2007), para superestruturas com vigas em seção T,
em casos onde se utiliza mais que duas longarinas, é conveniente utilizar uma transversina no
meio do vão, além das transversinas de apoio. Nesta situação, têm-se as seguintes opções:
a) Transversinas intermediaria monolíticas com a laje, além das transversinas de
apoio;
b) Transversinas desligadas das lajes, que permitem uma colocação de armadura
continua ao longo do vão, evitando o surgimento de tensões de tração longitudinais na parte
superior do tabuleiro;
c) Sem transversinas intermediárias, estando apenas presentes nos apoios ou até
sem estas, facilitando a execução, porém com uma deficiência na distribuição transversal das
cargas.
No caso de pontes com viga em seção caixão, as transversinas são utilizadas
somente nos apoios, uma vez que estes elementos são desnecessários para o enrijecimento e
manutenção da forma transversal.
13
encontro da rodovia com a ponte. Esse degrau formado gera desconforto aos usuários e, em
alguns casos, pode vir a causar acidentes (LEONHARDT, 1979).
Para aliviar esses degraus na entrada das pontes, é necessário adotar uma laje de
transição. Conforme Pfeil (1983), a laje ou placa de transição é uma placa apoiada num dente
da estrutura e no próprio terrapleno. A função da placa de transição é amenizar as diferenças
de nível entre o terrapleno e o tabuleiro da ponte, provocadas por recalques do primeiro. O
comprimente deste elemento é calculado de acordo com o recalque previsto para o encontro.
2.6.4. Alas
Nos encontros das pontes existem os aterros que devem ser contidos pelas
transversinas de entrada. Entretanto, para melhorar a contensão lateral destes aterros são
utilizadas as alas laterais (PFEIL, 1983).
Segundo Leonhardt (1979), existem três formas possíveis de execução de alas:
a) Alas paralelas: encerram o aterro paralelamente ao eixo da ponte, e em torno
das quais fica a saia do talude. São apropriadas para aterros e cortes;
b) Alas seguindo o talude: limitam o corpo do aterro, sendo uma extensão da
transversina de entrada;
c) Alas dispostas em um plano inclinado: encerram o aterro em uma direção da
face frontal inclinada e contra a transversina. Não são muito utilizadas devido ao ponto de
vista estético.
Mesmo sendo mais caro, em geral o método utilizado é o de alas paralelas, por ter
uma melhor retenção do aterro.
2.6.5. Capeamento
O tipo de capeamento mais utilizado é o capeamento asfáltico, pois este regulariza
a pista para o tráfego e, além disso, possui fácil manutenção. Em casos de deterioramento da
pista de rolamento pode-se adotar um recapeamento (PFEIL, 1983).
Quanto ao carregamento, a NBR 7187 (2003) diz que o peso do capeamento deve
ser calculado multiplicando seu volume por um valor de peso específico de no mínimo 24
kN/m³. Como está sujeita a desgastes devido a sua utilização, deve-se considerar uma carga
adicional de 2 kN/m³.
14
2.6.6. Guarda-rodas
Os guarda-rodas são elementos destinados a impedir a saída dos veículos da pista
de rolamento e absorver possíveis impactos de veículos desgovernados. Estes elementos
podem ser metálicos ou de concreto armado (PFEIL, 1983).
Na consideração da carga móvel, de acordo com a NBR 7188 (1982), os guarda-
rodas devem ser dimensionados para absorver uma força horizontal aplicada em sua aresta
superior de 60 kN, simulando um eventual impacto de veículo.
2.6.7. Passeios
Conforme Pfeil (1983), a parte da ponte destinada ao tráfego de pedestres é
chamada de passeio. O passeio deve ter uma largura geral de aproximadamente 1,5 m e ter
proteção física na divisão da pista com o passeio (guarda-rodas) e na parte externa (guarda-
corpo).
No dimensionamento devido à carga móvel, segundo a NBR 7188 (1982),
independentemente da altura ou largura dos passeios, estes devem ser carregados com uma
carga distribuída, não majorada pelo impacto.
2.6.8. Guarda-corpos
Segundo Leonhardt (1979), a altura dos guarda-corpos deve ser de 90 cm a 1,0 m.
Estes servem para proteção e também influem sensivelmente na aparência da ponte, por isso a
necessidade de serem bem projetados.
Os guarda-corpos são utilizados para proteção dos pedestres e devem ser
dispostos lateralmente ao longo de todo o passeio. Estas peças devem ser dimensionadas para
resistir um esforço transversal de 0,8 kN aplicado no ponto mais alto do guarda-corpo
(PFEIL, 1983).
15
Os métodos construtivos mais empregados para as pontes de concreto armado são
a estrutura pré-moldada ou moldada in loco. A seguir são descritos sucintamente estes
métodos.
16
2.8. Carregamentos
As pontes são submetidas as mais diversas ações, impostas pela natureza, como a
ação do vento, ou pela sua utilização, como a carga transmitida pelos veículos que ali
trafegam.
Como é um tipo particular de estrutura, a consideração das ações e da segurança
deve ser feita de acordo com a NBR 8681 (ABNT, 2003), que classifica as ações da seguinte
forma:
a) Ações permanentes: diretas e indiretas;
b) Ações variáveis: normais e especiais;
c) Ações excepcionais.
A seguir serão descritas as principais cargas atuantes na superestrutura de
pontes/viadutos.
17
Figura 2.8 – Carregamento permanente na seção longitudinal.
18
Tabela 2.1 – Características dos veículos-tipo (NBR 7188, 1982).
Unidade Tipo 45 Tipo 30 Tipo 12
Quantidade de eixos Eixo 3 2
Peso total do veículo kN-tf 450-45 300-30 120-12
Peso de cada roda dianteira kN-tf 75-7,5 50-5 20-2
Peso de cada roda traseira kN-tf 75-7,5 50-5 40-4
Peso de cada roda intermediária kN-tf 75-7,5 50-5 -
Largura de contato b1 de cada roda dianteira m 0,50 0,40 0,20
Largura de contato b3 de cada roda traseira m 0,50 0,40 0,30
Largura de contato b2 de cada roda intermediária m 0,50 0,40 -
Comprimento de contato de cada roda m 0,20 0,20 0,20
Área de contato de cada roda m² 0,20xb 0,20xb 0,20xb
Distância entre eixos m 1,50 1,5 3,00
Distância entre os centros de roda de cada eixo m 2,00 2,00 2,00
19
Figura 2.10 – Disposição das cargas do veículo na pista (NBR 7188, 1982).
20
3. METODOLOGIA
3.1.1. Geometria
A estrutura estudada é um viaduto de concreto armado cujo traçado se desenvolve
em tangente e em nível. O vão é de 32 m e o tabuleiro do viaduto possui duas faixas de
tráfego de 5,35 m cada e dois guarda rodas de 0,15 m, totalizando a largura total de 11 m. A
Tab. 3.1 apresenta as dimensões do viaduto.
A Fig. 3.1 mostra uma vista superior do viaduto em estudo, suas dimensões e os
elementos que compões a superestrutura.
21
Figura 3.1 – Vista Superior do viaduto com viga T.
Segundo Leonhardt (1979), a distância entre vigas pré-moldadas deve variar entre
2,00 m e 3,50 m. Sendo assim, a seção transversal é composta por quatro vigas longitudinais,
com uma distância de 2,80 m entre elas. Cada viga possui 2,00 m de altura, sendo que a
espessura da alma é de 40 cm. A altura da mesa é 25 cm e sua espessura 80 cm.
A superestrutura também é formada por duas transversinas de entrada e uma no
meio do vão, de 1,20 m de altura e espessura de 30 cm cada, e laje do tabuleiro de 11,00 m de
largura e 15 cm de altura. As dimensões destes elementos estão resumidas na Tab. 3.2, sendo
que estes valores foram aprimorados pelo software utilizado.
22
3.1.2. Cargas atuantes
A estrutura analisada foi calculada para suportar o peso próprio e carga móvel. A
seguir é descrito o processo de cálculo destes carregamentos, realizado conforme Marchetti
(2008).
a) Carregamento permanente
No viaduto em seção T, cada viga longitudinal recebe uma percentagem da carga
da superestrutura. Para o cálculo da percentagem recebida por cada viga, realiza-se a análise
da seção transversal. Nesta analise foram considerados as cargas dos guarda-rodas (p1), laje
(q1), pavimento (q2), e peso próprio das vigas (p2). O peso específico utilizado para o
concreto foi de 25 kN/m³ e para o pavimento 24 kN/m³. As reações (R1, R2, R3, R4) obtidas
por esta análise correspondem à carga suportada por cada viga. O cálculo destes valores foi
realizado com o auxílio do software Ftool desenvolvido por Martha (2012). A Fig. 3.3 mostra
a distribuição do carregamento ao longo da seção transversal.
23
Figura 3.4 – Carregamento permanente ao longo da seção longitudinal.
b) Carregamento móvel
O primeiro passo para o levantamento do carregamento móvel foi analisar a viga
transversalmente, com o intuito de achar a situação no qual viga estará mais solicitada. A
maior solicitação é encontrada quando a carga móvel esta localizada na extremidade da pista,
com a roda externa do veículo tipo em contato com o encosto do guarda-rodas externo,
conforme mostra a Fig. 3.5.
24
Figura 3.6 – Carregamento móvel na seção transversal
Para obter a carga transmitida a cada viga foi calculado primeiramente a faixa fora
do trem-tipo (carga distribuída, p) (Fig. 3.7 (a)), em seguida a faixa do trem-tipo (carga
distribuída, p) (Fig. 3.6 (b)), e por fim, faixa do trem-tipo (veículo, c1) (Fig. 3.6 (c)).
Figura 3.7 – Carregamento móvel ao longo da seção transversal: (a) faixa fora do trem-tipo (carga
distribuída), faixa do trem-tipo (carga distribuída), (c) faixa do trem-tipo (veículo).
25
Para obtenção do carregamento móvel longitudinal, foi utilizado o conceito das
linhas de influência. O carregamento longitudinal móvel ao longo do eixo longitudinal está
mostrado esquematicamente na Fig. 3.8, onde yp representa a carga móvel do veículo-tipo
aplicada em toda a pista de rolamento. No ponto ocupado pelo veículo são aplicadas três
cargas yc1, que equivalem ao peso de cada roda do veículo-tipo TB-45.
c) Combinação do carregamento
A combinação de cargas é feita através da majoração das cargas permanentes e
móveis. Os coeficientes de majoração, conforme a NBR 8681 (2003), são 1,35 para cargas
permanentes (γg) e 1,5 para cargas móveis (γp). As Eq. (3.1) e Eq. (3.2) apresentam o modo de
obtenção dessas combinações.
Vt = Vp . γg + Vm . γp (3.1)
onde:
Vt = esforço cortante resultante (t);
Vp = esforço cortante da carga permanente (t);
γ
Mt = Mp . g + Mm . p γ (3.2)
onde:
26
Mt = momento fletor resultante (t.m);
Mp = momento fletor da carga permanente (t.m);
3.2.1. Geometria
A estrutura estudada é um viaduto de concreto armado, cujo traçado se desenvolve
em tangente e em nível. O vão é de 32 m e o tabuleiro do viaduto possui duas faixas de
tráfego de 5,35 m cada e dois guarda rodas de 0,15 m, totalizando a largura total de 11 m. A
Tab. 3.3 apresenta as dimensões do viaduto.
A Fig. 3.9 mostra uma vista superior do viaduto em estudo, suas dimensões e os
elementos que compões a superestrutura.
27
A seção adotada para a viga foi um caixão molecular. A laje superior possui
largura de 11,00 m e altura de 24 cm. A laje inferior possui largura de 3,80 m e altura de 20
cm. A viga possui 1,75 m de altura e espessura de 60 cm. A superestrutura também é formada
por 2 transversinas de entradas de 1,20 m de altura e espessura de 30 cm. A Tab. 3.4 mostra as
dimensões adotadas, sendo que estes valores foram aprimorados pelo software utilizado.
28
a) Carregamento permanente
A superestrutura em seção caixão possui uma grande rigidez a torção. Com isso,
uma carga aplicada em qualquer ponto do tabuleiro é distribuída igualmente por toda a viga.
Sendo assim, para efeito de cálculo, a viga foi simplificada por um elemento de barra
solicitado por toda a carga permanente.
Como citado no item 2.8.1, a carga permanente é composta pelas cargas da viga e
laje, que neste caso são um só elemento, guarda rodas e pavimento. Somando a combinação
de todos estes elementos temos a carga permanente distribuída (yg). As transversinas de apoio
foram desconsideradas, pois seu carregamento está sobre o apoio. O peso específico utilizado
para o concreto foi 25 kN/m³ e para o pavimento 24 kN/m³. A Fig. 3.11 mostra o carregamento ao
longo seção longitudinal.
b) Carregamento móvel
Para obtenção do carregamento móvel para viga em seção caixão foram seguidos
os mesmos passos utilizados nos levantamentos das cargas da viga T no item 3.1.2. (b). Como
no caso anterior, a situação onde a viga esta mais solicitada na seção transversal é quando a carga
móvel está localizada na extremidade da pista com a roda externa do veiculo-tipo ao encosto
do guarda-rodas externo.
Para obter a carga transmitida a cada viga foi calculado primeiramente a faixa fora
do trem-tipo (carga distribuída), em seguida a faixa do trem-tipo (carga distribuída) e por fim,
faixa do trem-tipo (veículo).
29
Para obtenção do carregamento móvel longitudinal, foi utilizado o conceito das
linhas de influência. O carregamento móvel longitudinal está mostrado esquematicamente na
Fig. 3.12, onde yp é representa a carga móvel do veículo-tipo aplicada em toda a pista de
rolamento. No ponto ocupado pelo veículo são aplicadas três cargas yc1, que equivalem ao
peso de cada roda do veículo-tipo TB-45.
MT = (2P . e) . Q (3.3)
onde:
30
Figura 3.13 – Representação dos valores para cálculo de momento de torção.
c) Combinação do carregamento
A combinação do carregamento foi obtida da mesma forma que para o caso da
viga T, item 3.1.2. (c), usando as Eq. (3.1) e Eq. (3.2). Os coeficientes de majoração utilizados
conforme a NBR 8681 (2003) são 1,35 para cargas permanentes (γg) e 1,5 para cargas móveis
(γp).
3.3. Dimensionamento
31
3.4. Quantitativo de materiais
32
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
a) Carregamento permanente
Com o auxilio do ftool, foram encontrados os esforços cortantes e momentos
fletores devido ao carregamento permanente em seções a cada 2,00 m ao longo do eixo
longitudinal da viga, conforme mostrado na Tab. 4.1.
Os resultados obtidos foram exatamente como eram esperados. Para uma viga
biapoiada o esforço cortante é máximo nos apoios (70,73 t) e mínimo no meio do vão (1,24 t). O
momento de flexão é zero nos apoios e apresenta seu valor máximo no meio do vão (575,70 t.m).
b) Carregamento móvel
Com o auxilio do software ftool, foram encontrados os esforços cortantes e
momentos fletores devido ao carregamento móvel em seções a cada de 2,00 m ao longo do
eixo longitudinal da viga, conforme mostrado na Tab. 4.2.
33
Tabela 4.2 – Esforços por seção devido a carga móvel.
Seção Vm (t) Mm (t.m) Seção Vm (t) Mm (t.m) Seção Vm (t) Mm(t.m)
Os resultados obtidos foram exatamente como eram esperados. Para uma viga bi
apoiada o esforço cortante apresenta seu valor máximo nos apoios (53,40 t) e mínimo no meio do
vão (21,43 t). O momento de flexão é zero nos apoios e apresenta seu máximo valor no meio do
vão (422,49 t.m).
c) Combinação do carregamento
34
(a)
(b)
Figura 4.1 – Envoltória de esforços: (a) esforço cortante e (b) momento fletor.
Sendo que o vão do viaduto é extenso, pode-se dizer que os esforços solicitantes
estão dentro dos padrões esperados.
35
4.1.2. Dimensionamento e quantitativo de materiais
Com o auxilio dos softwares CAD /TQS e Armacon foi possível realizar o cálculo
da armadura da viga. A localização esquemática das armaduras está apresentada na Fig. 4.2.
O espaçamento entre armaduras e a armadura de pele foi calculada de acordo com a NBR
6118 (2014), que indica que esta deve ser 0,10% da área de concreto da alma em cada face da
viga, e que o espaçamento entre as armaduras de pele não deve ser maior que 20 cm. De
acordo com a norma, o cobrimento necessário para vigas protendidas e com classe de
agressividade IV deve ser de no mínimo 55 mm. Entretanto, por ser um concreto de alta
resistência, este cobrimento pode ser reduzido em 5 mm. Desta forma foi adotado 50 mm de
cobrimento para a superestrutura.
Pavimento m³ 24,64
36
4.2. Viaduto em viga Caixão
a) Carregamento permanente
Após o cálculo das cargas realizou-se a divisão da ponte em seções distanciadas de
2,00 m e utilizou-se o programa Ftool para obtenção dos valores de esforço cortante e momento
de flexão em cada uma delas, conforme mostrado na Tab. 4.5.
Os resultados obtidos foram como esperados. Para uma viga biapoiada o esforço
cortante é máximo nos apoios (290,00 t) e mínimo no meio do vão. O momento de flexão é zero
nos apoios e apresenta o seu valor máximo no meio do vão (2320,00 t.m).
b) Carregamento móvel
37
Tabela 4.6 – Esforços por seção devido a carga móvel.
Seção Vm (t) Mm (t.m) Seção Vm (t) Mm (t.m) Seção Vm (t) Mm(t.m)
Os resultados obtidos foram exatamente como eram esperados. Para uma viga bi
apoiada o esforço cortante apresenta seu valor máximo nos apoios (118,77 t) e mínimo no meio
do vão (30,06 t). O momento de flexão é zero nos apoios e apresenta seu máximo valor no meio
do vão (945,28 t.m). Para o momento de torção foi encontrado o valor de 90,82 t.m.
c) Combinação do carregamento
Fazendo a combinação dos esforços cortantes e momentos fletores, em seções a
cada de 2,00 m ao longo do eixo longitudinal da viga, foram encontrados os valores
mostrados na Tab. 4.7.
38
(a)
(b)
Figura 4.3 – Envoltória de esforços: (a) esforço cortante e (b) momento fletor.
39
4.2.2. Dimensionamento e quantitativo de materiais
Com o auxilio dos softwares CAD/TQS e Armacon foi possível realizar o cálculo
da armadura da viga. A localização esquemática das armaduras está apresentada na Fig. 4.4, e
segue as prescrições da NBR 6118 (2014). O momento de torção (90,82 t.m) foi
desconsiderado para o dimensionamento, pois não exerce influência significativa na estrutura.
Pavimento m³ 24,64
40
Tabela 4.9 – Comparativo Viga T x Viga Caixão.
Viga T x Viga caixão
Após a análise dos valores apresentados na tabela acima, pode-se perceber que,
para as condições estudadas, as vigas T pré-moldadas e caixão moldada in loco consomem
quantidades distintas de materiais. No geral, a viga caixão apresentou o maior volume de
concreto e maior quantidade de armadura passiva. Entretanto, a viga T apresentou maior
quantidade de armadura ativa. A Fig.4.5 apresenta um gráfico comparativo de materiais
utilizados para a seção com viga T e para a seção com viga Caixão.
41
5. CONCLUSÃO
Após a análise dos resultados das quantidades dos materiais obtidos no Cap. 4, e
resumidos na Tab. 4.9, certifica-se que para as condições estudadas, a superestrutura com
seção de quatro vigas T pré-moldadas e a de seção com a viga caixão moldada in loco
necessitam de quantidades diferentes de materiais para execução. A seção com viga caixão
apresentou um maior consumo de concreto e aço passivo, já a viga T necessita uma maior
quantidade de aço ativo (protensão).
A diferença de materiais encontradas neste trabalho não é conclusiva ao ponto de
escolher uma solução, pois existem outros fatores que devem ser levados em conta na hora da
escolha. A principal vantagem da seção com viga caixão moldada in loco é seu baixo
consumo de aço ativo (protensão), pois as duas almas da viga apresentam uma largura maior
comparado com a viga T, fazendo com que uma maior quantidade de cabos fiquem na mesma
camada, exercendo uma maior força de protensão, e diminuindo a quantidade necessária de
cabos. Já na seção com vigas T há um menor consumo de concreto e aço passivo, pois a seção
com viga T não possui laje de fundo como na seção com viga caixão, diminuindo o consumo
destes materiais.
42
REFERÊNCIAS
_____. NBR 7187: projeto e execução de pontes de concreto armado e protendido. Rio de Janeiro,
2003a.
_____. NBR 8681: ações e segurança nas estruturas – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003b.
_____. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014b.
PFEIL, W. Pontes : curso básico – projeto, construção e manutenção. Rio de Janeiro: Campus,
1983a.
43
_____. Pontes em concreto armado. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1983b.
44
APÊNDICE A – LEVANTAMENTO DAS CARGAS - VIGA T
45
Peso próprio do guarda-rodas
46
Levantamento das cargas móveis
P = 5 Kn m²
P’ = 3 kN m²
47
Faixa do trem-tipo (veículo)
Trem-tipo (longitudinal)
Trem-tipo simplificado
48
49
Envoltória de esforços
50
APÊNDICE B – LEVANTAMENTO DAS CARGAS - VIGA CAIXÃO
A = 5,61 m²
51
52
Levantamento das cargas móveis
P = 5 Kn m²
P’ = 3 kN m²
Trem-tipo (longitudinal)
Trem-tipo simplificado
53
54
Envoltória de esforços
55