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FACULDADE EVANGÉLICA DE TÉCNOLOGIA, CIÊNCIAS

E BIOTECNOLOGIA DA CGADB

ISRAEL MENDES DOS SANTOS

COMENTÁRIO 2 JOÃO

RIO DE JANEIRO 2018


ISRAEL MENDES DOS SANTOS

COMENTÁRIO DE 2 JOÃO

Trabalho, apresentado ao Mestre Esdras


Costa Bentho, da cadeira de
Hermenêutica Do Curso de Bacharel em
Teologia da Faecad.

Rio de Janeiro
2018
Hermenêutica (Trabalho de Crítica Histórica)

Comentário de 2 João

1. Título: 2 João

2. Autor: O Ancião

3. Destinatário: Senhora eleita e seus filhos

4. Data da composição: (85-90 d.C)

5. Objetivos:

A finalidade desta carta era de prevenir seus destinatários “à senhora eleita e


a seus filhos” de um problema que vinha acontecendo em outras igrejas que vinham
recebendo e sendo ensinados por falsos mestres, possivelmente do mesmo grupo
que é citado na Epístola de I João, os quais negavam que Cristo veio em carne.

6. Contexto Histórico

Tradicionalmente é afirmado pela maioria dos estudiosos que a carta é de


autoria de João, entre alguns títulos destacou-se como o apóstolo amado, filho de
Zebedeu, segundo Eusébio de Cesaréia na sua obra (História Eclesiástica, Pág 193)
“(...) tendo vivido sob a influência do Santo Espírito, agora igualmente repousa em
Éfeso. Além disso, João, que descansou no seio de nosso Senhor (...)”. João morreu
de morte natural no ano 103 d.C, aproximadamente alguns anos depois de enviar
suas cartas destinadas as igrejas sendo sua localização desconhecida, no entanto
convencionalmente é descrita em Éfeso. A segunda epístola começa com uma
apresentação qualificando seu autor como presbítero (gr. Presbuteros). Segundo
Stanley Horton (1996, p 565) Berkhof sugere que a palavra “presbítero” ou “ancião”
surgiu dos anciãos que governavam a sinagoga judaica, e que o termo foi
aproveitado pela igreja, ratificando sua liderança e influência junto aos seus
seguidores.

Concordam a maioria dos teólogos que tanto os evangelhos quanto as cartas


atribuídas a João, foram escritas pelo mesmo autor, apesar de que, na opinião de
outros pesquisadores, existem inúmeras contestações gramaticais e ponderações
relacionadas a crítica textual e a forma com que o autor escreve cada uma destas
cartas, associando 2ª e 3ª João como certas de que foram escritas pelo mesmo
autor, diferentemente do evangelho de João, tendo sido analisados profundamente
seu vocabulário e recorrido a um método de estudo taxonômico que identifica
palavra por palavra escrita, enumerando, e verificando as repetidas vezes que as
mesmas aparecem num menor volume ou estão ausente nestas cartas criando
assim uma entre várias metodologias de associação com o possível autor.

A comunidade de crentes associadas a João vivia na periferia do judaísmo.


Sua igreja era heterogênea: judeus que haviam mudado para o mundo grego viviam
lado a lado com os gregos que não conheciam quase nada do antigo testamento.
Seu vínculo comum era uma firme lealdade a Jesus, seu Messias, e João era seu
líder. E, no entanto, pelo fato de João e sua ‘mensagem’ cristã’ terem raízes no
judaísmo, era natural que essa comunidade vivesse próxima das sinagogas da
cidade em que João morava. Aliás, foi desse relacionamento com a sinagoga que
surgiu a história da comunidade joanina.

7. Palavras-chaves: Amor, verdade e mandamento.

7.1 Amor

8. Gênero literário: Epistolar

Este gênero literário encontramos em grande parte do Novo Testamento, são


ao todo 21 cartas, a maioria de Paulo, mas também de Pedro, Judas, a aqui tratada
sendo de João. O uso de cartas para a comunicação entre as pessoas do Império
Romano era muito comum e tornou-se depois útil dentro dos objetivos da
evangelização, sendo neste caso, segundo a maioria dos exegetas, uma ferramenta
elementar para comunicação secreta entre algumas comunidades cristãs tendo se
utilizado o uso figurado para qualificar uma igreja através do termo “senhora eleita”.
Era um meio muito prático e popular, a obra da evangelização não se omitiu deste
meio. Em uma Epístola existe uma variante de temas, abordados em forma
sistemática, na forma de uma circular dirigida a várias comunidades. Geralmente no
final das cartas aparece a parte Parenética, ou exortações a comunidade, como um
gênero próprio das cartas.

9. Estrutura:

I. Prefácio e Saudação (1-3)

II. O mandamento do amor mútuo (4-6)

III. Protegendo a Igreja (7-11)

IV. Recomendações pessoais (12)


V. Conclusão (13)

10. Comentário:

10.1. Prefácio e Saudação (1-3)

Nos primeiros versículos, João, provavelmente o último vivo dos apóstolos,


em função da pressão vivida pela igreja, por conta das divergências doutrinárias e
filosóficas da época, inicia a carta identificando-se como ancião, sendo esta a forma
de tratamento para com uma autoridade daquele período, fruto da cultura judaica
desde os tempos de Moisés (cf ex 3:16-18). Existem duas linhas de interpretação
mais populares onde os primeiros pesquisadores afirmam que a "senhora eleita" ou
"Kyria" fazia parte da comunidade cristã em Éfeso, e sua casa servia de
congregação local. Já a segunda teoria (mais sólida pelo contexto da carta nos
próximos versículos) informa que essa senhora, juntamente com seus filhos,
representam a figura de uma mulher, apontando à igreja local, seus filhos sendo os
membros.

10.2. O Mandamento do Amor Mútuo (4-6)

João declara o amor em Cristo, pela igreja e confirma sua reciprocidade em


função do verdadeiro amor que ela tem por ele. Constrói a ideia do eterno amor de
Cristo para com o Seu povo, diante de Sua presença no período em que a igreja
viver na Terra, e sua continuação no futuro para sempre. Aqui é revelado o amor
como fruto das intenções do Pai e do Filho em forma de sacrifício que gerou graça
no ser humano e para com todo crente em Cristo, gerando misericórdia (perdão dos
pecados), resultando a cruz (sacrifício) para redenção.

10.3. Protegendo a Igreja (7-11)

O autor faz um alerta à igreja local com o intuito de preservar sua integridade
confessional, alertando-os quanto aos riscos iminentes de serem persuadidos pelos
falsos ensinadores, os quais são chamados de anticristos

10.4. Recomendações pessoais (12)

De forma prática, fica claro, nesse contexto, que o assunto que João
precisava de fato tratar com aquela comunidade era muito sigiloso, fundamentando
a ideia de muitos estudiosos a respeito da perseguição que a igreja sofria naquele
período. Ele resume o texto deste versículo informando a impossibilidade de
registrar tais informações, limitando-os a recebê-las pessoalmente, um por um (boca
a boca), para que pudesse ser o mais claro e objetivo possível, já que eram muitos
assuntos a serem tratados.
10.5. Conclusão (13)

O versículo final expressa a importância da fraternidade na comunidade cristã.

11. Referências Bibliográficas

ALMEIDA, João Ferreira, A Bíblia Sagrada Revista e Corrigida 4ª Ed, 2009, CPAD,
RJ.
ALMEIDA, João Ferreira, Bíblia de Estudo Palavra Chave, 4ª Ed, 2009, CPAD, RJ.
R.N. Champlin, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Ed.
Hagnos.
BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica Fácil e Descomplicada, 20ª impressão 2017,
RJ. CPAD.
HORTON, Stanley M. ed. Teologia Sistemática, 1ª Ed, 1996, RJ. CPAD.
WYCLIFFE, John. Dicionário Bíblico, 4ª Ed 2000, CPAD, RJ.
GRAY, Daniel. Dicionário Teológico do Novo Testamento, 1ª Ed, 2012, VIDA NOVA,
SP
CESARÉIA, Eusébio de, História Eclesiástica, 1ª Ed, 1999, RJ, CPAD.
NORONHA, Lailah de Manual Bíblico SBB, 2ª Ed, 2000, SP, SBB.
COLIN BROWN, Lothar, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento,
2ª Ed, 2000, SP, VIDA NOVA

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