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Gaio foi denunciado como incurso no art. 121, § 2º, inciso II, c. C. O art.

29, todos do Código


Penal. Em Plenário, sustentou a Defesa, dentre outras, a tese da ausência do animus
necandi. Os Jurados, por significativa maioria de votos, rejeitaram todas, sendo certo que
não foi formulado quesito acerca da referida tese defensiva, fato que não foi objeto de
reclamação na oportunidade. A sentença, proferida no julgamento realizado há três dias,
condenou Gaio a cumprir a pena de 12 anos de reclusão, em regime fechado. QUESTÃO:
Como advogado de Gaio, ajuíze a providência judicial adequada, justificando-a.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO
JÚRI DA COMARCA DE ___________.
Processo nº __________________
GAIO, já qualificado nos autos do processo crime em epígrafe, por seus advogados infra-
assinados, vem à presença de Vossa Excelência, não se conformando com a r. Sentença de
fls. _, com fundamento no ARTIGO 593, INCISO III, A, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL,
interpor RECURSO DE APELAÇÃO ao Egrégio Tribunal competente.
Termos em que, requerendo, seja ordenado o processamento do presente recurso, com as
inclusas razões, pede deferimento.
Local, 17 de abril de 2017.
Advogado
OAB/UF nº
RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: GAIO
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO
Egrégio Tribunal,
No caso em tela, é necessária a reforma da r. Sentença, conforme se verá a seguir.
I. SÍNTESE DO PROCESSO
Na situação fática ora em análise, o réu foi denunciado como incurso no artigo 121, § 2º, II
do Código Penal c/co artigo 29. No Plenário, uma das teses para defesa de Gaio foi a
ausência do animus necandi, isto é, ausência de dolo por parte do denunciado.
Terminados os debates e dando início aos votos, os jurados por maioria destes rejeitaram
todos os quesitos formulados pela defesa, sendo certo que não foi formulado quesito
acerca da referida tese defensiva, ou seja, não houve nenhum quesito sobre a
inexistência de dolo do acusado em sua ação.
Gaio foi condenado a cumprir a pena de 12 anos de reclusão em regime fechado.
II. DO DIREITO
A condenação interposta ao apelante não merece prosperar. O denunciado foi acusado nos
termos dos artigos 29 e 121, § 2º, II, do Código Penal, porém, conforme verificado acima,
um dos quesitos de defesa não foi formulado aos Jurados. Sendo assim, pode-se dizer com
toda a certeza que a defesa do acusado restou prejudicada.
Ademais, como dispõe o artigo 593, III, a, do CPP e a Súmula 156 do STF, cabe apelação
da decisão do Tribunal do Júri quando ocorrer nulidade posterior à denúncia, que é o caso
em tela, pois não houve quesitação obrigatória sobre a desclassificação do homicídio
doloso para culposo, tese apresentada no Plenário pela ausência de animus necandido
apelante.
Nossa jurisprudência assim se manifesta:
JÚRI. AGLUTINAÇÃO DE QUESITOS. AUSÊNCIA DE QUESITO OBRIGATÓRIO. NULIDADE
DECLARADA. Como destacou o Procurador de Justiça, cujo parecer é acolhido pela Câmara,
após analisar o pedido de nulidade formulado pela Defesa: "Assim, diante de falta de
quesito obrigatória, eis que houve aglutinação indevida, tendo atentado Juíza Presidente
contra os comandos legais do art. 483, I e II, do CPP, deve ser anulado o julgamento, por
ocorrência de nulidade - absoluta - posterior à pronúncia (art. 593, III, a, do CPP),
devendo outro ser realizado, forte no entendimento da Súmula 156 do STF."
DECISÃO: Apelo defensivo provido. Unânime. (Apelação Crime Nº 70055780050, Primeira
Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Julgado em
16/10/2013) (TJ-RS - ACR: 70055780050 RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Data de
Julgamento: 16/10/2013, Primeira Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça
do dia 31/10/2013)
Por fim, em razão da nulidade absoluta devido à falta de elaboração de quesito
obrigatório sobre a inexistência de dolo, requer seja declarado nulo o julgamento, sendo o
apelante submetido a novo Júri.
III. DO PEDIDO
Pelo exposto, requer seja dado provimento ao recurso interposto, com fundamento no
artigo 593, III, a do CPP e Súmula 156 do STF, para que o julgamento do Tribunal do Júri
seja anulado, tendo em vista a ausência de elaboração de quesito obrigatório, sendo o
apelado submetido a novo júri, como medida de justiça.
Termos em que
Pede Deferimento
Local, 17 de abril de 2017.
Advogado
OAB/UF nº

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