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METABOLISMO CELULAR

4.4 METABOLISMOS DO GLICOGÊNIO

O glicogênio é um polímero de tamanho variável que contém resíduos de glicose unidos por
ligações glicosídicas alfa-1,4 e, nos locais de ramificação, glicosídicas alfa-1,6. A formação
desse polímero permite a acumulação de glicose nas células sem aumentar a pressão osmótica
dentro destas. O glicogênio a pressão osmótica dentro destas o glicogênio existe no citosol de
todas as células do organismo, mas é mais importante no fígado e musculo esquelético. Além
disso, o glicogênio exerce importante papel na produção de energia na célula na medida em
que ocorre uma necessidade intracelular de metabolização da glicose. Desse modo, é
importante que seja mantido níveis adequados de glicogênio muscular e hepático. A ingestão
adequada de alimentos fontes de carboidratos se torna imprescindível para que os musculo e
o fígado possam armazenar a glicose. O mecanismo em que a molécula de glicogênio é
conhecida como glicogênio é conhecido como glicogênese. A síntese do glicogênio hepático é
aumentada em condições pós-prandiais, enquanto sua degradação ocorre em estado de jejum
ou no exercício físico. Já nos musculo, a degradação do glicogênio acontece durante a
realização de exercícios físicos, e sua síntese, durante o repouso. A regulação entre a síntese e
a degradação do glicogênio ocorre entre a ativação e inibição das enzimas glicogênio sintase e
a glicogênio fosforilases, sendo essas controladas alostericamente. O controle alostérico é
aquele que a função da enzima em um sitio é afetada pela ligação de uma molécula regulatória
em outro sitio, assim, por meio da regulação alostérica, pode ocorrer inibição ou ativação de
uma enzima, alterando sua forma ativa ou inativa. A resposta das enzimas glicogênio sintase e
do glicogênio fosforilases são dependentes das necessidades energéticas da célula.
Respondendo às concentrações tanto de glicose quanto de ATP presentes na célula. No
período pós-prandial, a enzima glicogênio sintase é ativada pelas altas concentrações de
glicose-6-fosfato dentro dos hepatócitos, o que causa a inibição da enzima glicogênio
fosforilases. Isso ocorre graças às altas concentrações energéticas da célula, que faz que a
glicose excedente seja armazenada na forma de glicogênio hepático. Se as concentrações
energéticas dos hepatócitos. Se as concentrações energéticas hepatócitos estiverem baixas, ou
seja, as concentrações tanto de ATP quanto de glicose-6-fosfato, a enzima glicogênio sintase é
inibida e a enzima glicogênio fosforilases é ativada fazendo que o glicogênio seja rapidamente
degradado para a sintase de glicose e consequentemente de ATP. No musculo, a ativação e a
inibição das enzimas glicogênio sintase e glicogênio fosforilases são dependentes também de
outros dois mecanismos. Um deles é pelo aumento das concentrações sarcoplasmáticas de
Ca2+ causado pela contração muscular. O Ca2+, por sua vez, liga-se a uma proteína conhecida
como calmodulina, que ativa uma serie de reações enzimáticas, dentre elas, a ação da enzima
fosforilases-cinase que aumenta o gasto energético das células e maior depleção de glicogênio
muscular pela ativação da enzima glicogênio-fosforilases e inativação da glicogênio-sintase.
Outro mecanismo é pela ativação da glicogênio-fosforilase pelo AMP que está presente no
musculo em razão da grande depleção do ATP durante o exercício. Hormônio como a
adrenalina e o glucagon também podem ativar a degradação do glicogênio. O mecanismo pelo
qual isso ocorre é intermedeiado pela ligação do hormônio a seu receptor de membrana
(receptor associado à proteína G), que aumenta as concentrações citosólicas de AMP cíclico,
este, por sua vez, liga-se a proteína cinase A ativando-a A ativação da proteína cinase A ativa a
enzima glicogênio fosforilase, aumentando a degradação do glicogênio.
4.5 Metabolismos aeróbios

O metabolismo aeróbio é assim denominado pela sua utilização de moléculas de oxigênio


como aceptor final na cadeia respiratória no transporte de elétrons na cadeia respiratória no
transporte de elétrons na crista mitocondrial. No metabolismo aeróbio, a produção de energia
na forma de ATP é feita pelo ciclo de Krebs (também denominado ciclo do acido cítrico ou ciclo
do acido tricarboxílicos) no qual o piruvato, que era o produto final da via glicolítica, entra no
clico pela reação de uma enzima desidrogenase que o converte em acetil-CoA (acetil coenzima
A) ou reage com uma enzima carboxilasse que o converte em oxalacetato. No metabolismo
oxidativo, por meio do clico de Krebs e da cadeia transportadora de elétrons para a formação
de ATP, diversos substratos podem ser oxidados para dar inicio a produção de energia pelo
ciclo direta ou indiretamente. Esses substratos podem ser provenientes dos carboidratos como
a glicose, a frutose e a galactose, aminoácidos que entraram como intermediários do ciclo
(reações anapleróticas)e os lipídios que por meio de um processo denominado de beta-
oxidação serão metabolizados em moléculas menores de acetil-CoA. Dessa forma, o
metabolismo oxidativo se torna extremamente complexo, já que diversos substratos podem
atuar sobre ele para a produção de energia de acordo com as necessidades do organismo.
4.5.1 Ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico

Diferentemente da glicólise, que é exclusivamente citoplasmática, todo o processo do ciclo de


Krebs ocorre na matriz mitocondrial. O ciclo de Krebs é frequentemente conhecido como o
“ponto central do metabolismo intermediário”, por apresentar funções tanto anabólicas
quanto catabólico diversos processos metabólicos fornecem substratos, como o piruvato e
acetil-CoA que podem influenciar o ciclo. Em condições anabólicas, o ciclo de Krebs pode
fornecer diversos produtos intermediários, como precursores da gliconeogênese (oxaloacetato
e malato); succinil-CoA, precursor da porfirina; 2-oxoglutarato e oxaloaceacetato, precursores
de alguns aminoácidos; precursor de ácidos graxos. De forma geral, uma das principais funções
do clico de Krebs são a extração de moléculas de NADH+H+ e FADH2, para metabolização na
cadeia respiratória e a formação direta de ATP por meio das diversas reações enzimáticas que
nele ocorrem, atuando na oxidação dos carboidratos lipídios e proteínas. É importante
relembrar que como estamos estudando o destino da molécula de glicose no metabolismo
oxidativo, até o presente momento, foram formadas duas moléculas de piruvato pela glicólise
no citoplasma, ou seja, as reações a seguir continuarão também em dobro. Ademais, para
podermos contabilizar corretamente a formação geral de ATP por meio da oxidação completa
da molécula de glicose. Temos agora de considerar a formação das duas moléculas de NADH+H
formadas na via glicolítica pela reação 5 no citoplasma e também as outras duas moléculas de
NADH+H+ produzidas no processo de conversão do piruvato em acetil-CoA ou oxaloacetato.

Reação I

Uma vez que o piruvato é convertido em oxaloacetato ou acetil-CoA, ou também pelo


processo de beta-oxidação, no qual os ácidos graxos começam a liberar moléculas de acetil-
CoA na matriz mitocondrial, a enzima citrato sintase, promove a condensação da acetil-CoA e
do oxaloacetato formando a molécula de citrato, dando inicio ao ciclo.

Ácidos graxos

Beta-oxidação

Piruvato

Desidrogenase citrato sintase

Acetil-CoA citrato

Piruvato +
Oxaloacetato

Piruvato carboxilasse

Uma molécula de piruvato pode formar acetil-CoA ou oxaloacetato que sofreram a ação da
enzima citrato sintase para formar citrato.
Reação II

Na reação seguinte, o citrato sofre ação da enzima acotinase, que contém Fe2+ como cofator,
sendo convertido em isocitrato em uma reação reversível.

Acotinase dependente de Fe2+

Citrato isocitrato

Conversão do citrato em isocitrato pela enzima acotinase dependente de Fe2+ como cofator.

Reação III

Nesse ponto do ciclo, a conversão de um intermediário para outros acontece em duas reações
irreversíveis: na primeira, há atuação do NAD+ como cofator junto com a enzima isocitrato
desidrogenase, para a formação de oxalo-asuccinato e também o NAD+ que estava na sua
forma oxidada, recebe dois hidrogênios, ficando na sua forma reduzida NADH+H+. E na
segunda fase, a enzima isocitrato desidrogenase junto com o manganês (Mn2+) como cofator
do oxalosuccinato formando beta-cetoglutarato.

a) Isocitrato desidrogenase

Isocitrato oxaloasuccinato

NAD+ NADH+H+

b) oxaloasuccinato α - cetoglutarato

CO2

a) Formação de oxalosuccinato a partir do isocitrato


b) Formação do alfa-cetoglutarato a partir do oxalosuccinato.

Reação IV

Na reação seguinte, o α-cetoglutarato é convertido a succinil-CoA pela reação enzimática do


complexo α-cetoglutarato desidrogenase, dependente de NAD+ como cofator, formando como
produtos finais o succinil-CoA, que possui ligação química de alta energia e uma molécula de
NADH+H+.

Complexo α-cetoglutarato desidrogenase.

α-cetoglutarato succinil-CoA

NAD+ NADH+H+

 Síntese do succinil-CoA pela ação do complexo α-cetoglutarato desidrogenase sobre o


α-cetoglutarato.
Reação V

Após a formação do succinil-CoA, a enzima Succinato tioquinase realiza a quebra do Succinato


com o grupo CoA, formando Succinato. Nesse ponto da reação, por ser uma molécula com
ligação de alta energia, o succinil-CoA ao sofrer ação enzimática, converte GDP com GTP, que
posteriormente doará um fosfato para o ADP, formando ATP, com isso, esse é o único ponto
da reação em que a formação direta de uma molécula de ATP, sem que seja intermediada pela
cadeia respiratória.

Succinato tioquinase

Succinil-CoA Succinato

GDP+Pi GTP

ADP ATP

 Formação do Succinato a partir do succinil-CoA, formando, também durante a reação


uma molécula de ATP.

Reação VI

Com a formação do Succinato a enzima Succinato desidrogenase atua junto com uma flavina
adenina dinucleotídio (FAD) convertendo Succinato em fumarato e retirando duas moléculas
de hidrogênio do Succinato para a formação de FADH2. Esse único ponto do ciclo que há
atuação de um FAD como cofator, sendo, também, uma via de “mão dupla”.

Succinato desidrogenase

Succinato fumarato

FAD FADH2

 Síntese do fumarato através do Succinato.


Reação VII

No passo seguinte, a enzima fumarase adiciona uma molécula de agua à molécula de


fumarato, formando malato em uma reação reversível, já que a enzima fumarase pode,
também, hidrolisar o malato, formando novamente fumarato.

Fumarase

Fumarato malato

H2O

*Adição de agua no fumarato pela fumarase para formar malato.

Reação VIII

Em seguida, na ultima reação do ciclo, a enzima malato desidrogenase retira dois íons de
hidrogênio formando oxalacetato e NADH+H+, dando assim, novamente o inicio do ciclo.

Malato desidrogenase

Malato oxaloacetato

NAD+ NADH+H+

 Ação enzimática da malato desidrogenase se convertendo malato em oxaloacetato.

As reações do ciclo de Krebs resumidamente, a partir de condensação da acetil-CoA com o


oxalacetato, formando citrato, até a formação novamente do oxalacetato proveniente do
malato.

Acetil-CoA

Oxalacetato Ciclo de Krebs, desde citrato


a condensação da
molécula de acetil-
Malato CoA com o isocitrato
oxalacetato formando
citrato, até a CO2
formação novamente
Fumarato α-cetoglutarato
de oxalacetato, dessa
vez, proveniente do CO2
malato.
Succinato succinil-CoA
Ao final de cada volta do ciclo de Krebs, as moléculas formadas de NADH+H+ e FADH2 são
direcionadas para a cadeia transportadora de elétrons, na qual, por meio de uma serie de
reações de oxidorredução, finalmente ocorrerá a formação de ATP. Sendo assim, cada volta do
ciclo de Krebs possibilita a formação de 1 molécula de ATP do substrato e mais 11 moléculas
de ATP sintetizadas diretamente pela cadeia respiratória por 3 NADH+H+ e 1 FADH2
produzidos, totalizando 12 ATP por volta completada. A diferença na produção total de ATP
através da metabolização da glicose pela via glicolítica citoplasmática em relação à oxidação
completa da glicose pelo metabolismo oxidativo. Como podemos observar, a oxidação
completa da glicose é muito mais eficiente em termos de geração de ATP que sua
metabolização até lactato, tornando o metabolismo oxidativo uma das principais formas de
nossas células gerarem ATP. Embora nossa somatória por meio do metabolismo aeróbio da
glicose seja de 38 ATP de lucro, existe uma regulação tecido especifica que pode diminuir em 2
ATP essa somatória. Enquanto o fígado e o coração formam 38 ATP na metabolização oxidativa
da glicose, tecidos como musculo esquelético e o sistema nervoso central apresentam
mecanismo diferenciados para o transporte das duas moléculas de NADH+H+, produzidos na
reação 5 e 6 da via glicolítica, para a matriz mitocondrial. Como NADH+H+ não consegue
atravessar a membrana mitocondrial de forma direta, duas vezes para esse transporte podem
acontecer. A esses processos de lançamento do NADH+H+ ao citoplasma para a matriz
mitocondrial, dando o nome de lançadeiras de NADH+H+.

Lançadeira glicerol-3-fosfato

O complexo i da cadeia transportadores de elétrons (NADH desidrogenase) apenas recebe


elétrons transferidos do NADH+H+ proveniente da matriz mitocondrial, da mesma forma que a
membrana mitocondrial não possui uma proteína transportadora de NADH+H+ tampouco é
impermeável a ela. Desse modo sistemas denominados lançadeiras são responsáveis por
transportar os equivalentes redutores do NADH+H citosólico para dentro da mitocôndria por
um mecanismo direto. No musculoesquelético e no cérebro, a lançadeira utilizada é a
lançadeira glicerol-3-fosfato, que cede os equivalentes redutores do NADH+H+ (via ubiqinona)
diretamente para o complexo III da cadeia transportadora de elétrons. Como essa enzima
mitocondrial está ligada a cadeia respiratória via FAD, somente 2 ATP são formados.

Lançadeira malato-oxaloacetato

Enquanto a lançadeira glicerol-3-fosfato atua no musculo esquelético e no cérebro, a


lançadeira malato-oxaloacetato é a lançadeira de NADH+H mais ativa e está presente nas
mitocôndrias do fígado, do rim e do coração. Nesse caso, os equivalentes redutores do
NADH+H+ citosólico são transferido para o malato pela ação enzimática da malato
hidrogenase citosólicas, o malato formando atravessa a membrana interna para a matriz
mitocondrial pro meio do transportador malato-α-cetoglutarato. Já na matriz os equivalentes
redutores são transferidos do malato desidrogenase matricial, formando NADH+H+
novamente, que transfere seus elétrons para a cadeia respiratória, gerando 3 ATP.
4.5.2 Cadeia respiratória

A cadeia respiratória é parte de um processo da fosforilação oxidativa. Ela vai catalisar o


transporte gradual de elétrons das moléculas de NADH+H+ e FADH2, ou ubiqinona reduzida
(QH2) para moléculas de oxigênio. A cadeia de transporte de elétrons é constituída por três
importantes de elétrons é constituído por três importantes complexos proteicos (complexos I,
III E IV), que se encontram integrado na membrana interna das mitocôndrias, mais
especificamente na crista mitocondrial, e duas moléculas de transporte que são moveis a
ubiqinona (coenzima Q) e o citocromo c. o complexo II è composto pela enzima Succinato
desidrogenase, que, na verdade, pertence ao ciclo de Krebs, e ainda o complexo V, embora
não participe do processo de transporte de elétrons, é constituído pela ATP sintase. Cada uma
dessas proteicas tem uma função especifica na liberação e no transporte dos elétrons pela
cadeia proteínas tem uma função especifica na liberação e no transporte dos elétrons pela
cadeia proteica para que ao final pela ATP sintase, moléculas de hidrogênio possam atravessar
a membrana em pares, formando umas moléculas de ATP e uma molécula de H2O. Todos os
complexos da cadeia respiratória são compostos por vários peptídeos e diferentes cofatores
de oxidorredução ligados à proteína. (Dentre esses fatores, destacam-se a flavina
monoucleotídio (FMN, uma coenzima que possui estrutura relacionada com o FAD), nos
complexos I e II), grupos heme (em II, III e IV) e grupamentos de ferro e enxofre (em I, II e III).
De uma forma geral os elétrons conseguem alcançar a cadeia respiratória por diferentes
caminhos. Pela oxidação dos NADH+H+ por meio do complexo I eles chegam, reduzindo a FMN
e, posteriormente, os grupamentos Fe/S, à ubiqinona. Outros elétrons, oriundos da oxidação
do Succinato, acil-CoA e outros substratos são transferidos para a ubiqinona pela enzima
Succinato desidrogenase ou outras desidrogenasse da mitocôndria por meio do FADH2 e das
flavoprotetinas transportadoras de elétrons (ETF). Desse modo, os elétrons serão
transportados da ubi-hidroquinona para o complexo III que, a partir de seus componentes,
ativarão uma serie de reações de oxidorredução, ativarão uma serie de reações de
oxidorredução até que, finalmente, os elétrons consigam alcançar o oxigênio. Assim, na
redução de 2-eletrons do O2, que por meio da ligação de dois prótons forma H2O. A oxidação
do NADH+H+ pelo complexo I, ocorre na parte interna da membrana, portanto, na matriz,
onde o ciclo de Krebs e a β-oxidação, os mais importantes fornecedores de NADH+H+, estão
localizados. Não obstante, a formação de ATP e a oxidação do O2 também ocorrem na matriz.

Reação 1: complexo I NADH desidrogenase

O complexo I também, conhecido como NADH desidrogenase, é uma grande proteína


enzimática formada por 42 cadeias polipeptídicas diferentes, incluindo uma FMN e seis centros
Fe/S em forma de L. sua função e catalisar duas reações, a primeira, é a transferência de íons
hidreto para outra proteína de membrana a ubiquinona junto com um próton, formando
ubiquinona reduzida QH2 e segundo, a transferência de quatro prótons da matriz mitocondrial
para o espaço intermembranoso. Sendo esse complexo considerado como uma bomba de
prótons. A QH2 formada se difundira ate o complexo III, sendo oxidada e formando ubiquinona
oxidada (Q).
Reação 02: complexo II Succinato desidrogenase

O complexo o Succinato desidrogenase é uma enzima do ciclo de Krebs que se liga a


membrana enzima interna da mitocôndria. Ela possui um FAD ligado covalentemente e um
centro Fe/S composto por quatro átomos de Fe. Os elétrons são transferidos do Succinato para
o FAD, passando pelos centros Fe-S até a ubiquinona, formando ubiquinol (ubiquinona
reduzida ou QH2). Como visto anteriormente outros substratos também transfere elétrons
para a cadeia respiratória pela ubiquinona. Nesse caso, o substrato transfere seus elétrons
para o FAD, passando para a ETF, que, por sua vez, transfere para a ubiquinona, formando
QH2. O glicerol-3—fosfato desidrogenase também transfere elétrons para a ubiquinona, este,
por sua vez, é uma enzima que catalisa o glicerol-3-fosfato, formando após a oxidação dos
triaciglicerois e a di-hidroxiacetona formada durante a via glicolítica. Essa enzima é uma
flavoprotéina que está presente na superfície externa da membrana mitocondrial interna.

Reação 03: complexo III complexo dos citocromo bc1

O complexo III conhecido como complexo dos citocromo bc1 ou biquinona-citocromo e


oxidorredutase, e responsável pela transferência de elétrons do ubiquinol (QH2) para o
citocromo c1 fazendo que prótons sejam transportados da matriz mitocondrial para o espaço
intermembranas. Após a oxidação do QH2 pelo complexo III, duas moléculas de citromo c são
reduzidas, movendo-se do complexo III para o complexo IV, carregando elétrons que serão
transferidos para um centro de cobre binuclear do complexo IV.

Reação 04: complexo IV citocromo c oxidase

O complexo IV ou citocromo c oxidase, é o passo final da cadeia respiratória. Ele transfere dois
elétrons provenientes do citocromo c para o oxigênio molecular, reduzindo-o H2O. Esse
complexo é formado pro treze subunidades, e a subunidade I contém dois grupos heme
designados de a e a3 e um íon cobre (Cuβ) e, a subunidade II, é formada por dois íons cobre
ligados aos grupos SH de resíduos de cisteína (Cys) em um centro binuclear (Cuα). Os elétrons
provenientes dos citocromo c passam pelo complexo IV, por meio da subunidade II em direção
a subunidade IV, por meio das subunidades II em direção a subunidades I, sendo, em seguida,
transferidos para o O2. Para cada quatro elétrons que passam por esse complexo são
consumidos um hidrogênio, formando assim duas moléculas de H2O. Além de transferir os
elétrons para o oxigênio molecular, o complexo IV bombeia prótons para o espaço
intermembranas. Até que seja convertido em agua, o oxigênio molecular deve estar ligado ao
complexo IV, caso contrario, há a formação de peroxido de hidrogênio e radicais livres, que são
extremamente reativas e causam danos a estrutura célula. Após a transferência dos elétrons
do complexo IV, para o oxigênio molecular e a adição de duas moléculas de hidrogênio
formando agua para que esse compostos não sejam liberados como peróxidos de hidrogênio
ou radicais livres, os prótons lanchados da matriz mitocondrial para o espaço
intermembranas, criam um gradiente eletroquímico positivo no espaço intermembranas em
relação a matriz mitocondrial que, nesse momento, está com um gradiente negativo, dessa
forma, é ativada o complexo V ou ATP sintase.
Complexo V, ATP sintase.

A ATP sintase é um grande complexo enzimático localizado na membrana mitocondrial


interna, responsável por catalisar a formação de ATP a partir de ADP+P, pela entrada dos
prótons que estão no espaço intermembranas para a matriz mitocondrial (lado positivo em
direção ao lado negativo). A ATP sintase ou complexo V é formado por uma proteína periférica
de membrana (F1) e uma proteína integral de membrana (F0). Nesse caso, a letra “o” subscrita
ao F significa sensível a oligomicina. Isoladamente cada uma dessas proteínas não são capazes
de sintetizar ATP por meio do ADP+P, já que somente a Fo consegue transferir os elétrons
provenientes do NADH+H+ para o oxigênio, mas não formam o gradiente de prótons na
membrana. Já o F1 separadamente faz a hidrolise do ATP, sendo uma ATPase, assim, o F1
associados ao FO cria uma gradiente de prótons positivo no lado externo da membrana
mitocondrial interna capaz de gerar a síntese de ATP. Dessa forma, temos que no processo da
cadeia respiratória, para cada molécula de NADH+H que inicia o processo serão formados 3
ATP e para cada molécula de FADH2 a formação de 2 ATP. Essa diferença se dá pela ligação do
NADH+H+ que possui a capacidade de se ligar no complexo I NADH desidrogenase, gerando
assim uma gradiente de prótons maior no espaço intermembranas em relação ao FADH2, que
se liga ao complexo II Succinato desidrogenase. Existem certas drogas que inibem a cadeia
respiratória, dentre elas estão o amital (uma droga barbitúrica), a rotenona (produto vegetal
utilizado como inseticida) e a piericidina A (um antibiótico). Essas drogas inibem o fluxo de
elétrons nos centros Fe-S do complexo I para a ubiquinona, bloqueando todo o processo de
fosforilação oxidativa. Outras substancias como o cianeto, o monóxido de carbono e a
atimicina. A são inibidoras do transporte de elétrons para o oxigênio, inibindo a formação de
ATP. Outra droga inibidora da síntese de ATP é a oligomicina que se liga à ATP sintase,
fechando o canal de entrada do H+, impedindo o retorno dos prótons do espaço
intermembranas para a matriz mitocondrial e, como o gradiente de prótons não se dissipa, o
transporte de elétrons cessa, em razão da dificuldade de bombear prótons contra um alto
gradiente.

4.6 Radicais Livres

Na cadeia transportadora de elétrons, a redução de oxigênio molecular para agua requer


quatro elétrons, processo que ocorre no complexo IV (citocromo c oxidase) como citado
anteriormente, no entanto, uma pequena fração do oxigênio molecular é liberada do
citocromo c oxidase na forma de espécies reativa de oxigênio (EROs), também denominadas
radicais livres. Estima-se que em torno de 5% de todo oxigênio consumido pela respiração
celular será convertido em algum tipo de radical livre ou EROs. São altamente reativos e
instáveis, possuindo vida curta. Os radicais livres são responsáveis por causar danos estruturais
nas células, é importante, porém, ressaltar que em células musculares, os radicais livres,
quando presentes em baixas concentrações, exercem importantes funções fisiológicas, que
vão desde o aumento da permeabilidade ao Ca2+ e aumento da força durante a contração
muscular, até a regulação da expressão genica. Além disso, a pratica de exercícios físicos pode
ainda aumentar as concentrações de oxido nítrico (NO), que está relacionada com a regulação
do fluxo sanguíneo, expressão genica e modulação da contração muscular. As formas mais
comumente encontradas de radicais livres são o ânion superóxido (O2), o peroxido de
hidrogênio (H2O2) o radical hidroxila (OH) e o oxigênio singlete (ϪGO2), O2 e OH- são
denominados radicais livres por possuírem um elétron a menos na ultima camada de valência,
enquanto o restante é denominada de EROs.
A formação de radicais livres não está somente ligada à cadeia respiratória da mitocôndria,
mas também os neutrófilos (células do sistema imunológico) podem formar radicais livres via
NADPH-oxidase, como forma de oxidar bactérias, vírus ou outros agentes infecciosos; os
peroxissomos durante a β-oxidação dos ácidos graxos produzindo H2O2 durante a isquemia em
que há formação de xantina por meio da oxidação da hipoxantina pela xantina oxidase, enzima
que utiliza o oxigênio como aceptor de elétrons podendo formar O2. A formação de radicais
livres também está relacionada a fatores ambientais e hábitos de vida sedentários, tais como
ingestão de bebidas alcóolicas, fumo e dietas extremamente calóricas, além de outros fatores
como poluição, exercícios físicos. Células cancerígenas e o próprio envelhecimento também
são causadores do estresse oxidativo. Isso pode ocorrer pela exposição ao peroxido de
hidrogênio, ciclização-redox de quinonas, ou agentes tiol-alquilantes, envolvendo o acumulo
de radicais livres e EROs. Sob condições elevadas de radicais livres e EROs, podem ocorrer
danos nas estruturas do DNA, do RNA, de proteínas e componentes lipídicos levando à morte
celular (apoptose).

Entretanto, as células são capazes de formar enzimas que protegem contra a formação de
radicais livres e EROs essas enzimas são consideradas antioxidantes, que incluem a superóxido
dismutase (SOD), a glutationa peroxidase (GSH-PX), a glutationa redutase (GSSG-GR) e a
catalase (CAT), sendo estas responsáveis pela remoção do ânion superóxido, hidroperoxidos
orgânicos e peróxidos de hidrogênio. E existem também antioxidantes não enzimáticos que
são as vitaminas A, C e E, a glutationa reduzida (GSH), a ubiquinona, o acido úrico, a L-cisteína,
a fenilanina e a glicose. O desequilíbrio entre a produção de radicais livres e sua subsequente
inativação e secreção pelos sistemas antioxidantes é denominados estresse oxidativo. O
estresse oxidativo é causado pelo excesso de radicais livres e causa danos moleculares às
estruturas da célula, com consequentes alterações funcionais e prejuízo das funções vitais em
diversos tecidos e órgãos, dentre os quais, musculo esquelético, fígado, tecido adiposo,
coração e cérebro. Antioxidante são um conjunto de substância compostas por vitaminas,
minerais, pigmentos naturais e outros compostos vegetais e, ainda, enzimas que podem
neutralizar os efeitos danosos dos radicais livres. Os antioxidantes mais conhecidos são o beta
caroteno (derivado da vitamina A) a vitamina C e a vitamina E. Os antioxidantes podem agir de
três formas na defesa orgânica contra os radicais livres. Na primeira, que é a de prevenção, se
caracteriza pela proteção contra a formação da substancia agressora. Na segunda forma, pode
ocorrer a interceptação, nesse estagio, os antioxidantes precisam interceptar os radicais livres,
os quais, uma vez formados, iniciam seus efeitos deletérios. E por fim, o reparo, que ocorre
quando a prevenção e a interceptação não foram completamente efetivas e os produtos da
destruição dos radicais livres estão continuamente formados em baixas quantidades e desta
forma podem se acumular no organismo.
4.7 via das pentoses-fosfato e NADPH

A via das pentoses-fosfato é um importante conjunto de reações químicas que acontecem no


citoplasma das células. A via é formada por duas reações de oxidação irreversível, seguidas por
uma serie de reações não oxidantes reversíveis de açúcar-fosfato. Durante as reações
químicas, nenhum ATP é gasto ou sintetizado. As reações ocorrem de acordo com a demanda
e a oferta de seus intermediários. Durante as reações do ciclo são formadas moléculas de
NADPH um importante redutor bioquímico, além de sintetizar ribose-5-fosfato, necessária
para a síntese de nucleotídios.

A primeira fase da via das pentoses-fosfato formada por reações de oxidação, de acordo com o
tecido essas reações de oxidação, de acordo com o tecido essas reações desempenham
funções diferentes. No fígado e nas glândulas mamarias, sintetizando acido graxos; no córtex
adrenal a síntese de esteroides dependentes de NADPH e; nos eritrócitos, formando NADPH
que mantem a glutationa reduzida. A redução da glutationa nos eritrócitos permite a
diminuição dos conteúdos intracelulares de radicais livres e de peróxidos que causam a morte
celular. Conjunto de raçoes da via das pentoses-fosfato estão enumeradas a seguir:

Reação I

A primeira reação da via pentoses-fosfato é feita pela desidrogenação da glicose-6-fosfato


catalisada, pela glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), formando 6-fosfogliconolactona.
Durante esse processo, uma molécula de NADP+ é reduzida, formando NADPH. A relação
NADPH/NADP+ controla a atividade da G6PD, dessa forma, quando há o aumento na relação
NADPH/NADP+, ocorre uma menor ativação da enzima. Outro fator que controla a via são os
níveis da insulina, responsáveis pelo aumento da expressão genica de G6PD.

Reação II

O segundo passo da via é marcada por duas reações. Na primeira a 6-fosfogliconolactona


hidrolase, formando 6-fosfogliconato, que sofre a segunda reação, sendo descarboxilada e
oxigenada pela 6-fosfogliconato desidrogenase, formando uma pentose-fosfato, a ribulose-6-
fosfato, uma molécula de CO2 e mais uma molécula de NADPH. As próximas reações do ciclo
das pentoses são denominadas conjunto de reações não oxidativas reversíveis. Essas reações
são responsáveis pela formação de açucares de três, quatro, cinco, seis e sete carbonos. A
ribulose-5-fosfato produzida nas reações oxidativas é transformada em ribose-5-fosfato, que
pode servir como intermediário da via glicolítica, formando frutose-6-fosfato ou gliceraldeido-
3-fosfato. Podendo ser utilizada também para a síntese de nucleotídios.

Quando a necessidade de síntese de NADPH nas células é maior do que de ribose-5-fosfato, a


ribose-5-fosfato é rapidamente convertida para frutose-6-fosfato ou gliceraldeido-3-fosfato,
sendo utilizada no metabolismo intermediário. Quando a necessidade de síntese de ribose-5-
fosfato é maior que de NADPH, são convertidas em ribose-5-fosfato.

Esses mecanismos se fazem necessários quando, no caso de maior demanda de NADPH em


reduzir a glutationa, diminuindo os níveis intracelulares de radicais livres e de peróxidos, e no
caso da maior demanda de ribose-5-fosfato para a formação de ácidos nucleicos e de
nucleotídios.
4.7.1 O papel do NADPH na célula

Diferentemente do NAD+, o NADP+ possui apenas uma molécula a mais de fosfato em sua
estrutura química, isso faz que essa molécula interaja com determinadas enzimas na célula. A
relação de NAD+/NADPH dentro da célula também determina qual reação enzimática será
desencadeada. Ou seja, quando a relação de NAD+/NADPH permite, por exemplo, nos
eritrócitos que sejam desencadeadas reações de redução, já quando a relação NAD+/NADPH
está alta, ocorrem reações de oxidação.

O NADPH é uma molécula de alta energia, ao contrario do NADH, que é direcionado para a
cadeia transportadora de elétrons para a síntese de ATP, o NADPH é utilizado para a redução
de biomoléculas na célula.

O NADPH tem a capacidade de formar glutationa reduzida, ou seja, isso acontece pela
capacidade que o NAPDH tem em doar seus elétrons para as moléculas de glutationa. Com o
aumento da glutationa reduzida junto com o selênio como cofator ligado a glutationa
peroxidase, há inibição da ação degeneradora do peroxido, que é produzido pelas células em
condições de estresse oxidativo, que pode ser causado durante o exercício físico, por uma
serie de condições patológicas (como câncer e doenças inflamatórias) ou pelo próprio
envelhecimento.

As células dos eritrócitos são dependentes da via das pentoses-fosfato para formar NADPH,
quando há deficiência na enzima G6PD, os níveis de NAPDH diminuirão, causando estresse
oxidativo pelo excesso de peroxido o que pode levar à morte celular.

O NADPH tem ação, também, em um sistema chamado de citromo P450-monoxigenase,


apresenta papeis diferentes em dois locais da célula.

1- Citocromo P450-monoxigenase mitocondrial tem com função a hidroxilação de


esteroides, esse sistema age transformando os esteroides em hormônios esteroides
ativos, em tecidos como na placenta, nas gônadas e no córtex da adrenal. O fígado
também utiliza esse mecanismo para formar sais biliares, assim como os rins para
transformar a vitamina D na sua forma ativa.
2- Citocromo P450-monoxigenase microssonal esta associado a membrana dos retículos
sarcoplasmático lisos e são responsáveis pela metabolização de drogas no organismo,
assim como substancia estranhas (incluindo poluentes a base de petróleo, composto
carcinogênicos e pesticidas). Esses sistemas utiliza o NADPH como doador de elétrons
para transformar essas substancia toxicas em substancia menos agressivas ao
organismo e facilitar sua excreção.

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