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AULA 2 – LITERATURA - EXERCÍCIOS SOBRE BARROCO – PROFESSOR GUSTAVO MATIAS

1. (UMCP-SP) O culto do contraste, pessimismo, quero, mas vós não ofendeis a Deus com a
acumulação de elementos, niilismo temático, vontade."
tendência para a descrição e preferência pelos
aspectos cruéis, dolorosos, sangrentos e 3. (FUVEST-SP)
repugnantes, são características do: "Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.
Depois da luz, se segue a noite escura,
a. Barroco Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria."
b. Realismo
Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de
c. Rococó Matos Guerra, a principal característica do Barroco
é:
d. Naturalismo
a. culto da Natureza
e. Romantismo
b. a utilização de rimas alternadas
2. (F.C. Chagas-BA) Assinale o texto que, pela
linguagem e pelas ideias, pode ser considerado c. a forte presença de antíteses
como representante da corrente barroca.
d. culto do amor cortês
a. "Brando e meigo sorriso se deslizava em
seus lábios; os negros caracóis de suas belas e. uso de aliterações
madeixas brincavam, mercê do Zéfiro, sobre
suas faces... e ela também suspirava." 4. (FUVEST-SP) O bifrontismo do homem, santo e
pecador; o impulso pessoal prevalecendo sobre
b. "Estiadas amáveis iluminavam instantes de normas ditadas por modelos; o culto do contraste; a
céus sobre ruas molhadas de pipilos nos riqueza de pormenores – são traços constantes da:
arbustos dos squares. Mas a abóbada de
garoa desabava os quarteirões." a. composição poética parnasiana
c. "Os sinos repicavam numa impaciência b. poesia simbolista
alegre. Padre Antônio continuou a caminhar
lentamente, pensando que cem vezes c. produção poética arcádica de inspiração
estivera a cair, cedendo à fatalidade da bucólica
herança e à influência do meio que o
arrastavam para o pecado." d. poesia barroca

d. "De súbito, porém, as lancinantes incertezas, e. poesia condoreirista


as brumosas noites pesadas de tanta agonia,
de tanto pavor de morte, desfaziam-se,
desapareciam completamente como os 5. (PUCC-SP)
tênues vapores de um letargo...”. "Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
e. "Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
essa natural irregularidade! A vossa bruteza O demo a viver se exponha,
é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas Por mais que a fama a exalta,
vós não ofendeis a Deus com as palavras: eu Numa cidade onde falta
lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus Verdade, honra, vergonha."
com a memória: eu discorro, mas vós não
ofendeis a Deus com o entendimento: eu Pode-se reconhecer nos versos acima, de Gregório
de Matos:
a. caráter de jogo verbal próprio do estilo e. Conceptismo, caracterizado pela utilização
barroco, a serviço de uma crítica, em tom de constante dos recursos da dialética.
sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.
7. (UFBA) Assinale a proposição ou proposições
b. caráter de jogo verbal próprio da poesia em que o poeta Gregório de Matos, afastando-se da
religiosa do século XVI, sustentando proposta estética do Barroco, assume uma postura
piedosa lamentação pela falta de fé do crítico-satírica ante a realidade e, depois, some os
gentio. valores.
c. estilo pedagógico da poesia neoclássica, por (01) "Sol de justiça divino/ sois Amor onipotente,/
meio da qual o poeta se investe das funções porque estais continuamente/ no luzimento mais
de um autêntico moralizador. fino:/ porém, Senhor; se o contínuo/ resplandecer se
vos deve,/ fazendo um reparo breve/ desse sol no
d. caráter de jogo verbal próprio do estilo luzimento,/ sois sol, mas no Sacramento/ Com razão
barroco, a serviço da expressão lírica do divina neve."
arrependimento do poeta pecador.
(02) "E que justiça a resguarda? ....................
e. estilo pedagógico da poesia neoclássica,
Bastarda
sustentando em tom lírico as reflexões do
É grátis distribuída? ............................. Vendida
poeta sobre o perfil moral da cidade da
Que tem, que a todos assusta? ............. Injusta
Bahia.
Valha-nos Deus, o que custa,/ o que El-Rei nos dá
de graça,/ que anda a justiça na praça/ Bastarda,
Vendida, Injusta."
6. (FUVEST-SP) "Entre os semeadores do
Evangelho há uns que saem a semear, há outros que
(04) "Valha-me Deus, que será/ desta minha triste
semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que
vida,/ que assim mal logro perdida./ onde, Senhor,
vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que
parará?/ que conta se me fará/ lá no fim, onde se
semeiam sem sair são os que se contentam com
apura/ o mal, que sempre em mim dura,/ o bem, que
pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo
nunca abracei,/ os gozos, que desprezei, por uma
tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-
eterna amargura."
lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão
longe, hão-lhes de medir a semeadura, e hão-lhes de
(08) "Entre os nascidos só vós/ por privilégio na
contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores!
vida/ fostes, Senhora, nascida/ isenta da culpa
Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com
atroz:/ mas se Deus (sabemos nós)/ que pode tudo, o
mais passos..."
que quer,/ e vos chegou a eleger/ para Mãe sua tão
alta,/ impureza, mancha, ou falta/ nunca em vós
Essa passagem é representativa de uma das
podia haver."
tendências estéticas típicas da prosa seiscentista, a
saber:
(16) "O Mercador avarento,/ quando a sua compra
estende,/ no que compra, e no que vende,/ tira
a. Sebastianismo, isto é, a celebração do mito
duzentos por cento:/ não é ele tão jumento,/ que não
da volta de D.Sebastião, rei de Portugal,
sabia, que em Lisboa/ se lhe há de dar na gamboa,/
morto na batalha de Alcácer-Quibir.
mas comido já o dinheiro/ diz, que a honra está
b. a busca do exotismo e da aventura primeiro,/ e que honrado a toda Lei:/ esta é a justiça,
ultramarina, presentes nas crônicas e que manda El-Rei."
narrativas de viagem.
(32) "Senhor Antão de Souza de Meneses,/ Quem
c. a exaltação do heróico e do épico, por meio sobe a alto lugar, que não merece,/ Homem sobe,
das metáforas grandiloqüentes da epopéia. asno vai, burro parece,/ Que o subir é desgraça
muitas vezes./ A fortunilha autora de entremezes/
d. lirismo trovadoresco, caracterizado por Transpõem em burro o Herói, que indigno cresce:/
figuras de estilo passionais e místicas.
Desanda a roda, e logo o homem desce,/ Que é a. medo de ser infeliz; uma imensa angústia em
discreta a fortuna em seus reveses." face da vida, a que não consegue dar
sentido; a desilusão diante da falência de
(64) "De um barro frágil, e vil,/ Senhor, o homem valores terrenos e divinos.
formastes,/ cuja obra exagerastes/ por engenhosa, e
sutil:/ graças vos dou mil a mil,/ pois em conhecido b. a consciência de que o mundo terreno é
aumento/; tem meu ser o fundamento/ na razão, em efêmero e vão; o sentimento de nulidade
que se estriba,/ se infundis alma viva,/ que muito, diante do poder divino.
que vivo alento."
c. a percepção de que não há saídas para o
8. (FEBASP-SP) homem; a certeza de que o aguardam o
"Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma inferno e a desgraça espiritual.
barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma
armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco d. a necessidade de ser piedoso e caritativo,
é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com paralela à vontade de fruir até as últimas
pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os conseqüências o lado material da vida.
Alexandres... O ladrão que furta para comer, não
e. a revolta contra os aspectos fatais que os
vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que
deuses imprimem a seu destino e à vida na
levam, de que eu trato, são os outros - ladrões de
terra.
maior calibre e de mais alta esfera... Os outros
ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e
reinos; os outros furtam debaixo de seu risco, estes,
10. (F.Objetivo-SP) Sobre cultismo e conceptismo,
sem temor nem perigo; os outros se furtam, são
os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a
enforcados, estes furtam e enforcam." (Sermão do
única alternativa incorreta.
bom ladrão, Pe. Antonio Vieira)
Em relação ao estilo empregado por Vieira neste
a. o cultismo opera através de analogias
trecho, pode-se afirmar:
sensoriais, valorizando a identificação dos
seres por metáforas. O conceptismo valoriza
a. autor recorre ao Cultismo da linguagem com
a atitude intelectual, a argumentação.
o intuito de convencer o ouvinte e por isto
cria um jogo de imagens. b. cultismo e conceptismo são partes
construtivas do Barroco que não se excluem.
b. Vieira recorre ao preciosismo da linguagem,
É possível localizar no mesmo autor e até no
isto é, através de fatos corriqueiros,
mesmo texto os dois elementos.
cotidianos, procura converter o ouvinte.
c. cultismo é perceptível no rebuscamento da
c. Padre vieira emprega, principalmente, o
linguagem, pelo abuso no emprego de
Conceptismo, ou seja, o predomínio das
figuras semânticas, sintáticas e sonoras. O
idéias, da lógica, do raciocínio.
conceptismo valoriza a atitude intelectual, o
d. pregador procura ensinar preceitos religiosos que se concretiza no discurso pelo emprego
ao ouvinte, o que era prática comum entre os de sofismas, silogismos, paradoxos.
escritores gongóricos.
d. cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é
também conhecido como Gongorismo e seu
9. (USF-SP)
mais ardente defensor, entre nós, foi o Pe.
"Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Antônio Vieira, que, no Sermão da
Te lembra hoje Deus por sua Igreja;
sexagésima, propõe a primazia da palavra
De pó te fez espelho, em que se veja
sobre a idéia.
A vil matéria, de que quis formar-te".
e. Os métodos cultistas mais seguidos por
Conforme sugere o excerto acima, o poeta barroco nossos poetas foram os de Gôngora e
não raro expressa: Marini, e o conceptismo de Quevedo foi o
que maiores influências deixou em Gregório 13. (UFRS) Com relação ao Barroco brasileiro,
de Matos. assinale a alternativa incorreta.

11. (MACK-SP) Assinale a alternativa incorreta. a. Os Sermões, do Padre Antônio Vieira,


elaborados numa linguagem conceptista,
a. Julgada em bloco, a literatura brasileira do refletiram as preocupações do autor com
quinhentismo é uma típica manifestação problemas brasileiros da época, por
barroca. exemplo, a escravidão.

b. Na poesia de Gregório de Matos, percebe-se b. Os conflitos éticos vividos pelo homem do


o dualismo barroco: mistura de religiosidade Barroco corresponderam, na forma literária,
e sensualismo, misticismo e erotismo, ao uso exagerado de paradoxos e inversões
valores terrenos e aspirações espirituais. sintáticas.

c. A literatura no Brasil colonial é clássica, c. A poesia barroca foi a confirmação, no


tendo nascido pela mão dos jesuítas, com plano estético, dos preceitos renascentistas
uma intenção doutrinária. de harmonia e equilíbrio, vigentes na Europa
no século XVI, que chegaram ao Brasil no
d. Com Antônio Vieira, a estética barroca século XVII, adaptados, então, à realidade
atinge o seu ponto alto em prosa no Brasil. nacional.

e. Não se deve dizer que a literatura d. Um dos temas principais do Barroco é a


seiscentista brasileira seja inferior por ser efemeridade da vida, questão que foi tratada
barroca, mas sim que é uma literatura no dilema de viver o momento presente e, ao
barroca de qualidade inferior, com exceções mesmo tempo, preocupar-se com a vida
raras. eterna.

12. (UFRS) Considere as seguintes afirmações e. A escultura barroca teve no Brasil o nome
sobre o Barroco brasileiro: de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho,
que, no século XVII, elaborou uma arte de
I. A arte barroca caracteriza-se por apresentar tema religioso com traços nacionais e
dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que populares, numa mescla representativa do
convivem tensamente na unidade da obra. Barroco.

II. O conceptismo e o cultismo, expressões da 14. (E. A.LAVRAS) A opção que não apresenta
poesia barroca, apresentam um imaginário bucólico, características do Barroco é:
sempre povoado de pastoras e ninfas.
a. sentimento trágico da existência, desengano,
III. A oposição entre Reforma e Contra-Reforma desespero;
expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de
que o Barroco se ocupa. b. gosto pela grandiosidade, pela pompa, pela
Quais estão corretas: exuberância e pelo luxo;

a. Apenas I. c. gosto de cenas e descrições horripilantes,


monstruosas, cruéis; arte da morte e dos
b. Apenas II. túmulos;

c. Apenas III. d. tentativa de conciliar pólos opostos: o ideal


cristão medieval e os valores pagãos do
d. Apenas I e III. renascimento;

e. I, II e III.
e. a natureza é a fonte perene de alegria, de e. permite a manifestação do erotismo do
beleza e de perfeição; retorno aos modelos homem, provocado pela crença na
greco-latinos. efemeridade dos predicados físicos da
natureza humana.
15. (PUC)
"Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Gabarito
Ser Angélica flor e Anjo florente, 1-A
Em quem, senão em vós, se uniformara?" 2-E

Na estrofe acima, o jogo de palavras: 3-C


4-D
a. é recurso de que se serve o poeta para
5-A
satirizar os desmandos dos governantes de
seu tempo; 6-D
7 - 02+16+32=50
b. retrata o conflito vivido pelo homem
barroco, dividido entre o senso do pecado e 8-B
o desejo de perdão; 9-A
c. expressa a consciência de que o poeta tem 10 - D
do efêmero da existência e o horror pela 11 - A
morte;
12 - D
d. revela a busca da unidade, por um espírito 13 - C
dividido entre o idealismo e o apelo dos
sentidos; 14 - E
15 - D

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