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FATUN

PÓS-GRADUAÇÃO

PRÁTICA DE
ENSINO

Profª Rosangela Adell


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INTRODUÇÃO

A pratica educacional é uma atividade que exige mais do que só conhecimento


acadêmico, a educação vai muito além do que se imagina, pois a mesma tem a
característica de mudança em cada individuo, transformando sua realidade. Por isso, o
trabalho do professor vai além do processo de transmitir conhecimento para outro individuo
é um trabalho que requer do professor o desafio de ajudar o aluno a construir seu próprio
conceito sobre o que se é transmitido e o que se deve aplicar sem ultrapassar as regras
pré-estabelecidas do conteúdo assimilado. Nesta perspectiva torna-se fundamental
compreender a visão do aluno e ser um facilitador nesse processo de desenvolvimento do
seu intelecto. É muito importante que este processo de transmissão de conhecimentos,
seja organizado, ou seja, planejar cada ação a ser desenvolvida e se adaptar as condições
da comunidade escolar.
A ação educativa não é uma a neutra, pois ela está bem relacionada com outras
estruturas, vinculadas na realidade sociopolítico e econômico que serve para reforçá-la,
modificá-la e mantê-la. O papel do educador na sociedade tem grande importância, pois
ele ter como característica principal de seu trabalho transformar um indivíduo, em um
cidadão conhecedor dos padrões de cultura na sociedade na qual ele vive. Esse papel
deve ser feito com amor e dedicação, pois o seu desenvolvimento vai muito além de
simplesmente transmitir conhecimento, ele deve ser baseado no afeto, dedicação e
compreensão, para que possa fluir todo o processo de aprendizagem e desenvolvimento
do educando.
Cada ser humano tem seu potencial a ser descoberto e aprimorado, para que possa
encontra e ocupar seu lugar devido na sociedade na qual está inserido, e cabe ao
educador essa tarefa, em fazer com que os educando se tornem pessoas com
competências aprimoradas, um indivíduo com uma consciência critica para apurar, racionar
e entender o mundo ao seu redor em amplo sentido.

“Educar é colaborar para que professores e alunos — nas escolas e nas


organizações — transformem sua vida em processos permanentes de aprendizagem. É
ajudar os alunos na construção de sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional
— de seu projeto de vida, no desenvolvimento de suas habilidades de compreensão,
emoção e comunicação, que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e
profissionais e tornarem-se cidadãos realizados, produtivos e éticos”. (MORAN;
MASETTO; BEHRENS)
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1 PAPEL DO DOCENTE E A MUDANÇA DE FOCO NA AÇÃO DE ENSINAR.

A prática não é uma cópia da teoria e nem esta é um reflexo daquela. A prática é o
próprio modo como as coisas vão sendo feitas cujo conteúdo é atravessado por uma
teoria. Assim, a realidade é um movimento constituído pela prática e pela teoria como
momentos de um devir mais amplo, consistindo a prática no momento pelo qual se busca
fazer algo, produzir alguma coisa e que a teoria procura conceituar, significar e com isto
administrar o campo e o sentido desta atuação que produz algo no âmbito do ensino. A
prática é um movimento contínuo entre saber e fazer na busca de significados na gestão,
administração e resolução de situações próprias do ambiente da educação escolar.
A todo o momento é preciso repensar perspectivas metodológicas adotando-se
situações de aprendizagem focadas em situações-problema (práticas) que invistam nas
diferentes dimensões: conceitual (teorias e informações), procedimental (saber fazer) e
atitudinal (valores e atitudes da atuação profissional).
Dentre as várias competências exigidas para o novo docente estão as do
conhecimento de processos de investigação que possibilitem o aperfeiçoamento da prática
pedagógica. Ou seja, analisar situações e relações interpessoais que ocorrem na escola;
sistematizar e socializar a reflexão sobre a prática docente, investigando o contexto
educativo e analisando a própria prática profissional; utilizar resultados de pesquisa para o
aprimoramento de sua prática profissional.
Inicialmente os professores tinham a instrução de que o ato de ensinar se reduzia
apenas a um ensino transmissivo, baseado na transferência de conhecimentos, às vezes,
contextualizados e com uma aprendizagem receptiva ou assimilativa. Os professores
passavam pelos cursos de formação inicial sem modificar suas crenças anteriores sobre
ensino.
Os alunos viam o professor como dono da verdade e os alunos “deveriam
obedecer”. Este desenvolvia os conteúdos programáticos de maneira transmissiva, “chegar
a sala de aula, explanar os conteúdos e ir embora”, sendo assim um “mero repassador de
conhecimentos” distantes da realidade e sobrecarregados de nomes científicos.
No contexto atual um dos aspectos mais importantes foi a da necessidade de os
professores assumirem um processo de aprendizagem continuada como requisito
importante para o sucesso em seu trabalho, fundamentados na concepção de que não
existe conhecimento pronto e acabado e “o professor deve estar sempre preparado para
novos conhecimentos”, e que este conhecimento está em constante evolução.
O professor deve “estar sempre pronto a aprender a aprender”. A postura de
permanente aprendiz se refere a ele ser um educador que favorece as relações humanas
na sala de aula e às questões metodológicas e à necessidade de inovar, pois “ser
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professor não requer apenas um diploma, mas sim uma constante vontade de mudar
concepções arcaicas por uma nova concepção de ensino onde alunos e professor
aprendem juntos”. Este professor não deve mais “aceitar os fatos como eles sempre vem
sendo apresentados”, mas assumir a responsabilidade pela sua prática docente.
As mais recentes teorias sobre Educação têm dado ao professor um novo papel: o
de facilitador ou mediador da aprendizagem. O papel não é mais o de transmissor dos
conhecimentos como se entendeu ser durante muitos séculos.
Por isso, hoje há um desafio ainda maior, pois não basta somente conhecer as
teorias, os alunos e escolher diferentes metodologias, mas também de despertar a vontade
de aprender em pessoas que estão praticamente 24h conectadas, recebendo informações
de todos os tipos, mas que precisam de orientação para saber transformá-las em
conhecimentos aplicáveis no seu dia a dia e na construção do seu ser integral.
Atualmente se faz necessário ser um professor-investigador com uma prática de
reflexão sobre a sua ação e referenciada teoricamente por:
a) uma conscientização e de organização de seus sistemas de ideias (modelo
didático pessoal);
b) observação crítica de sua prática e de reconhecimento dos problemas, dilemas e
obstáculos significativos nela, não só do ponto de vista técnico e funcional, mas também de
valorações éticas e ideológicas;
c) contraste, através do estudo e da reflexão, entre suas concepções e experiências
com as de outros profissionais e também com outros saberes, principalmente acadêmicos,
como forma de fazer evoluir o sistema de ideias pessoais e de formular hipóteses de
intervenção em aula mais abrangentes, isto é, em nível explicativo mais complexo;
d) planejamento de práticas inovadoras e pelo estabelecimento de procedimentos
para um acompanhamento e avaliação rigorosos das mesmas (experimentação curricular e
avaliação investigativa), num processo de ação-reflexão-ação;
e) conclusões, sua comunicação, discussão e avaliação coletiva de projetos
curriculares inovadores;
f) detecção, a partir das avaliações, de novos problemas ou também de novos
aspectos de velhos problemas, e reformulação destes projetos.
Neste modelo, os principais enfoques na formação inicial dos professores para a
investigação na escola são: problemas práticos profissionais, concepções e experiências
didático-pedagógicas; contribuições de fontes acadêmicas (disciplinas científicas, modelos
didáticos, técnicas concretas, outras experiências, etc.) e as interações que se podem
estabelecer entre elas.
O professor deve ser espontâneo e coerente, inovador, criativo e crítico, observador
do cotidiano e formador de opinião, com capacidade para resolver problemas e de
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“modificar o sistema de ensino”, sendo “uma pessoa que tem a sua realidade e que precisa
entender que não sabe tudo e que seus alunos também têm a sua própria realidade e seus
interesses e isto precisa ser respeitado”.
Cabe ao professor fazer com que o aluno tenha prazer de ir para a aula,
estimulando-os e tentando “fugir da monotonia das aulas e inovar. Inovar não exige muitos
recursos físicos mas criatividade. Inovar é permitir que o aluno possa opinar e ter escolhas
em sala de aula. É tornar a sala de aula um ambiente agradável”. (Motivação)
O ensino pode ter um enfoque do cotidiano dos alunos (realidade e interesse dos
meus alunos). Deve-se ter a sensibilidade de captar o que o aluno quer e precisa saber
adaptando os conteúdos à realidade vivida pelo aluno.
Como os alunos formam grupos heterogêneos, cada turma é um ambiente único.
Por isso, o professor deve conhecer a realidade da turma, pois uma turma nunca vai ser
igual à outra e organizar as atividades de acordo com esta realidade, ou seja, avaliar quais
são os métodos mais adequados para aquela turma, pois o ensino deve ser flexível para
que haja aprendizagem.
Essas mudanças na educação refletem o contexto dinâmico em que vivemos,
marcado pela revolução tecnológica e pela globalização. Aprender a aprender torna-se
uma pilar da educação muito relevante, diante das transformações nos papéis dos
educadores e dos educandos. Alguns pilares da educação tornam-se muito debatidos no
cenário atual: aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a
viver com o outro.

Revista Nova Escola: Uma boa aula começaria, então, com um enigma?
Rubem Alves: Antes de mais nada é preciso seduzir. Eu posso iniciar uma aula
mostrando uma casca vazia de caramujo. Normalmente ninguém presta atenção nela, mas
é um assombro de engenharia. Minha função é fazer com que os alunos notem isso. Os
gregos diziam que o pensamento começa quando a gente fica meio abobalhado diante de
um objeto. Eles tinham até uma palavra para isso thaumazein. Nesse sentido, a resposta é
sim, pois aquele objeto representa um enigma. Você tem a mesma sensação de quando
está diante de um mágico, ele faz uma coisa absurda e você quer saber como ele
conseguiu aquilo. Com as coisas da vida é o mesmo. Ficamos curiosos para entender a
geometria de um ovo ou como a aranha faz a teia. Estou me lembrando da Adélia Prado,
que diz assim: “Não quero faca nem queijo, eu quero fome”. É isso: a educação começa
com a fome. Acontece que nossas escolas dão a faca e o queijo, mas não dão a fome para
as crianças.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0152/aberto/mt_244447.shtml
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2 O PROFESSOR COMO MEDIADOR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM


Na concepção de Vygotsky, o processo de aprendizagem humano é desenvolvido
através da interação com o ambiente no qual ele está inserido. Trata-se de uma relação
dialética, na qual o homem modifica o meio, e este o modifica. Neste sentido, a teoria
vygotskyana atribui muita importância ao papel do mediador – exemplo o professor – como
agente impulsionador do desenvolvimento psíquico humano. Nessa interação dialógica
com o mundo que os sujeitos constroem e reconstroem conhecimentos, efetivando-se a
prática dialógica do ensinar e aprender.
O professor além de ser educador e transmitir o conhecimento, deve atuar, ao
mesmo tempo, como mediador. Ou seja, o professor deve se colocar como ponte entre o
estudante e o conhecimento para que, dessa forma, o aluno aprenda a “pensar” e a
questionar por si mesmo e não mais receba passivamente as informações como se fosse
um depósito do educador.
Mediar é uma forma do professor conduzir o aluno no ato de pensar em que se
suscita discussões em torno de uma resposta obtida e, em seguida, questiona-se sua
veracidade, indica-se caminhos que podem levar à resolução e orienta-se a reformulação
de hipóteses para obtenção de teses e conclusões.
Paralelamente, a tarefa de ensinar implica numa relação plena e constante do
professor com o aluno, não só no conhecimento, mas também na capacidade de
questionar a criança que, nas situações de aprendizagem, vai desenvolver cada vez mais a
habilidade de fazer perguntas. Faz-se necessário, portanto, valorizar a curiosidade, o
espírito de busca, a imaginação, a autonomia. Para que isto aconteça, não se pode
desenvolver o ato de ensinar só a partir das informações dadas pelo professor, mas na
busca, na investigação, na procura de soluções das situações apresentadas.
É, então, nesse contexto que o professor se torna o mediador entre o aluno e o
conhecimento (objeto a ser aprendido). A mediação é uma tarefa bem complexa que vai
exigir do professor a criatividade, o estar alerta, a preocupação com cada aluno e a
percepção da caminhada da turma.
Para que o professor tenha êxito em educar considera-se como um dos fatores
importantes, a afetividade da relação aluno-professor em sala de aula. Entende-se que a
afetividade em sala de aula pode auxiliar o professor e o aluno a atingirem seus objetivos.
A afetividade surge à medida que os seres humanos estabelecem relações entre si
e com a natureza, ocasião em que vivenciam emoções e sentimentos, isto é, reagem
afetivamente ao acontecimento.
A mediação pode ser feita através de situações e práticas educativas capazes de
estimular o ato de refletir como por exemplo:
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 Roda de conversas – ver o que o aluno já sabe sobre o assunto a ser


dinamizado
 Cantigas – motivadoras sobre o assunto
 Histórias – estimuladoras do ato de pensar sobre o assunto
 Músicas populares – capazes de promover a sintonia entre o conhecimento
e a vida
 Leitura de fatos de jornais e revistas – estimuladoras do ato de reflexão
 Cartazes estimulantes do assunto
 Propagandas – coerentes com a situação de aprendizagem
 Jogos – estimulantes do raciocínio
 Reportagens da TV – desenvolvimento da percepção visual, raciocínio
 Poemas

A mediação que é feita por meio de jogos é um recurso de intervenção pedagógica


muito utilizado junto aos alunos com dificuldades de aprendizagem. O jogo é considerado
importante atividade na educação, uma vez que permite o desenvolvimento afetivo, motor,
intelectual, cognitivo, social, moral e aprendizagem de conceitos. Ao jogar, o aluno
experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades.
A atividade lúdica é natural no ser humano, especialmente na infância e favorece a
motivação para o aprendizado, estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança,
proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da
concentração e da atenção, aspectos indispensáveis à saúde e ao bom desempenho
acadêmico. São lúdicas as atividades que propiciam a vivência plena, integrando a ação.
Tais atividades podem ser uma brincadeira; um jogo; uma dinâmica de integração, de
grupo ou de sensibilização; um trabalho com recorte e colagem de revistas ou jornais;
confecção de material de teatro, ou o próprio teatro; produção de vídeos com celulares ou
câmeras; gincana cultural; criação de historias em quadrinhos; trabalho com argila;
contadores de historias; entre outras possibilidades. No entanto, é preciso estar atento
para que a atividade seja adequada para a faixa etária dos participantes, e qual o objetivo
de estar sendo realizada.
O professor deve buscar jogos que deixem as matérias mais atraentes, facilitando
ao mesmo tempo seu aprendizado, seja por seu caráter divertido ou porque faz com que
se descubram novos mundos. A importância do jogo como alternativa para estimular a
área cognitiva na aquisição do conhecimento foi reconhecida pelos professores como
estratégia na aprendizagem de alunos, sobretudo com necessidades educacionais
especiais.
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O jogo possibilita a produção de uma experiência significativa tanto em termos de


conteúdos escolares como do desenvolvimento de competências e habilidades. A ação de
jogar exige, por exemplo, realizar interpretações, classificar e operar informações, aspectos
que têm uma relação direta com as demandas relativas às situações escolares.
Para Piaget, o jogo é a construção do conhecimento, principalmente nos períodos
sensório motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças estruturam seu
espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de causalidade, o que faz com que cheguem
à representação e, finalmente, à lógica.
O jogo, portanto, tem importantes elementos necessários à aprendizagem. Em
relação às crianças deficientes mentais, o jogo lhes dá a possibilidade de aprender de
acordo com o seu ritmo e suas capacidades.

3 METODOLOGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

As metodologias devem ser utilizadas com o intuito de melhorar o aprendizado por


parte do aluno a partir da inovação do professor, o que propicia novas motivações de
adquirir novos conhecimentos para ambos.
O uso de variedade na metodologia é uma opção do professor. Cada qual escolhe: a
preguiça e a inércia ou o desafio e a criatividade. É claro que só o uso de novas
metodologias não garante uma boa aula ou uma aula participativa è necessário que os
alunos estejam motivados e abertos para vivenciar esta experiência.
Para Antônio Carlos Gil, motivar os alunos não significa contar piadas, mas
identificar quais os interesses do aluno para o conteúdo ou tema, sendo necessário
estabelecer um “relacionamento amistoso com o aluno”, só assim é possível motivar o
aluno para o aprendizado.
Ainda para Gil, para que ocorra o aprendizado e o aluno preste atenção á
exposição do professor, depende do “grau de motivação”, para tanto é necessário que o
professor considere alguns pontos propostos pelo autor: “Humor”- professores bem
humorados conseguem melhores resultados para manter seus alunos atentos;
“Entusiasmo”-Qualidade imprescindível para qualquer docente , em todos os níveis , se ele
demonstra entusiasmo ela disciplina e pelo conteúdo , isto contagia o aluno a gostar do
que vai ser compartilhado; “Aplicação prática” - as aulas expositivas tradicionais
(chamamos de tradicional aquelas onde só o professor explica, expõe e impõe )são muito
cansativas , para ambos,e na maioria das vezes não são acompanhadas com a parte
prática , que é onde realmente faz a diferença .
Um ponto defendido por Libâneo é quanto aos “Recursos auxiliares de Ensino” -
muitos professores ainda continuam somente utilizando o giz e o quadro negro como
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recursos para suas aulas. Estes recursos são importantes sim, mas não são exclusivo, o
importante que o docente procure diversificar suas aulas com a utilização de outros
recursos, como o uso de objetos; uso e não abuso do data show, principalmente para
trabalhar com imagens; uso de periódicos, no caso de revistas especializadas em História;
dentre outros que dependem da criatividade e da disposição do professor em melhorar a
qualidade de suas aulas ;“ Participação” - a sala de aula é um dos ambientes de
construção do conhecimento, portanto para que esta construção aconteça, é necessário a
participação do aluno. Quando o aluno se sente estimulado, ele participa da aula e a aula
torna-se mais produtiva, ele aprende mais e percebe que faz parte da construção como
sujeito histórico.
Outra metodologia é o da aula expositiva. O método considerado tradicional (aula
desde o trabalho dos jesuítas, passando pela década de 30, a Pedagogia Nova e a
Tecnicista, até a década de 80) pode ser redescoberto e reelaborado pelos professores
que estão dispostos a dinamizar suas atividades. Essa forma de aula expositiva utiliza o
diálogo entre professor e aluno para estabelecer uma relação de intercâmbio de
conhecimentos e experiências. Essa técnica trabalhada pelo professor com
responsabilidade estimula a participação do aluno e desenvolve neste a curiosidade
científica, o pensamento crítico, criativo e reflexivo, atributos essenciais para uma
educação transformadora.
Sabe-se que as quatro paredes da escola ou da universidade, não são lugares
exclusivos para a construção do conhecimento e da experiência, ambos, podem ser
compartilhados em outros lugares como: visitas a museus; aulas de campo dentro da
comunidade; no pátio da escola; na biblioteca; pontos turísticos da cidade; teatro;
anfiteatros; cinema, etc. A própria escola poderá proporcionar lugares acolhedores e
alegres para que seus alunos possam desfrutar melhor do ambiente escolar, como: sala de
leitura (decorada e aconchegante); sala de aula colorida e com as produções dos alunos;
hortas comunitárias; salas de artesanato, dentre outras.
Vivemos atualmente a Era da cibercultura onde há um contexto dinâmico marcado
pela interconexão mundial de computadores, pela interatividade e pela inteligência
coletiva. Nesse processo dinâmico, as novas tecnologias vêm atuando na mediação do
homem com o mundo, despertando o interesse pela cultura de imagens e pela
interatividade dos meios eletrônicos.
As novas tecnologias da informação e da comunicação exigem o repensar de
métodos e técnicas de ensino, tendo em vista os novos paradigmas da educação. Do
modelo presencial de ensino passamos para a modalidade a distância, enfrentando novos
dilemas e desafios no campo da educação. Também no âmbito presencial, novas formas
de ensinar e aprender começam a reforçar a importância de se discutir a educação no
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mundo globalizado e tecnológico. Nesse contexto, professores e alunos começam a


assumir outros papéis, desenvolvendo novas competências.
Qual o papel do professor na era da cibercultura?
A concepção sobre a profissão docente em plena era da informação está mudando,
em função de uma transição na sociedade. O professor está começando a aprender a
trabalhar em situações muito diferentes: com poucos e muitos alunos, com mais ou menos
encontros presenciais, com um processo personalizado (professor auto-gestor) ou mais
despersonalizado (separação entre o autor e o gestor de aprendizagem). Quanto mais
situações diferentes experimentem, melhor estará preparado para vivenciar diferentes
papéis, metodologias, projetos pedagógicos, muitos ainda em fase de experimentação.
A docência deve estar centrada em pilares do conhecimento inerentes à formação
específica: Aprender a conhecer, é adquirir os instrumentos da compreensão; Aprender a
fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; Aprender a viver juntos, a fim de participar
e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; Aprender a ser via essencial
que integra as três precedentes. Com estes saberes supõe-se que ultrapassemos a visão
puramente instrumental/cartesiana da educação e a mesma passe a ser considerada em
toda sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade aprende a ser, a conviver,
a conhecer e a fazer.
O educador/mestre, a partir de conhecimentos já adquiridos deve internalizar os
conceitos discutidos no meio acadêmico, enquanto aguardamos decisões políticas e
econômicas os professores deverão iniciar o processo de mudança que a educação
precisa para reocupar seu espaço na sociedade da informação e comunicação, ou seja, na
cibercultura.
IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PROFESSOR NA SOCIEDADE DA
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
 Pesquisador autônomo;
 Ciente da necessidade de formação contínua;
 Compreende a filosofia da inteligência coletiva;
 Capaz de lidar, de forma crítica, com diversos conceitos;
 Consciente da importância da ecologia cognitiva;
 Reflete teoricamente acerca de vários temas;
 Faz uso de novas tecnologias;
 Intervem em processos grupais em diferentes contextos;
 Competência de interagir com os alunos de diversos modos;
 Inteligência interpessoal;
 Desenvolve as habilidades para estruturar um pensamento lógico.
 Segundo
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Nova Escola: O que o professor deve fazer para modificar sua prática?
Perrenoud: Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar por
problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a
mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, completá-los. Isso pressupõe uma
pedagogia ativa, cooperativa, aberta para a cidade ou para o bairro, seja na zona urbana
ou rural. Os professores devem parar de pensar que dar o curso é o cerne da profissão.
Ensinar, hoje, deveria consistir em conceber, encaixar e regular situações de
aprendizagem, seguindo os princípios pedagógicos ativos construtivistas. Para os adeptos
da visão construtivista e interativa da aprendizagem, trabalhar no desenvolvimento de
competências não é uma ruptura. O obstáculo está mais em cima: como levar os
professores habituados a cumprir rotinas a repensar sua profissão? Eles não
desenvolverão competências se não se perceberem como organizadores de situações
didáticas e de atividades que têm sentido para os alunos, envolvendo-os, e, ao mesmo
tempo, gerando aprendizagens fundamentais.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0135/aberto/mt_247407.shtml

4 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM CONTRAPONTO À APRENDIZAGEM


MECÂNICA

A contextualização é importante para tornar as aprendizagens mais significativas,


despertando a curiosidade dos alunos e o interesse pelas questões apresentadas no
âmbito da escola. Desenvolver experiências, trabalhar por meio de projetos, organizar
situações didáticas de ensino-aprendizagem são práticas pedagógicas relevantes na
motivação dos alunos à aprendizagem significativa. A contextualização envolve a
necessidade de o professor promover situações didáticas de ensino-aprendizagem, nas
quais os alunos consigam articular teoria e prática, construindo competências de modo
significativo.
A teoria da aprendizagem significativa foi desenvolvida pelo psicólogo americano
David Ausubel na década de 60. Nesta época, estava, no auge, uma linha educacional que
ressaltava elementos muitos relacionados com o treinamento do aprendiz. Era o
comportamentalismo, esta corrente se preocupava com fatores intervenientes entre um
estímulo e uma resposta dada pelo aluno; era baseada no reforço e no comportamento
observável do indivíduo. O comportamentalismo teve como seu principal ícone, B.F.
Skinner. Foi neste contexto que Ausubel começou a desenvolver e a apresentar sua
pesquisa sobre aprendizagem significativa.
Segundo Ausubel, a aprendizagem significativa ocorre quando uma nova informação
relaciona-se de modo não arbitrário com outra informação pré-existente na estrutura
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cognitiva do aprendiz. Desta forma, os dois conhecimentos, o novo e o antigo, relacionam-


se e formam um terceiro, modificado.
Para exemplificarmos de forma simplificada tal processo, podemos lançar mão do
conceito de energia cinética já existente na estrutura cognitiva do aprendiz. Quando o
conceito novo de conservação de energia (a energia não pode ser criada nem destruída,
somente transformada) lhe for apresentado, este se relacionará com o conceito de energia
cinética (corpo) e, deste modo, será formado um terceiro conceito mais enriquecido. Cabe
ressaltar que este é um processo dinâmico em que o novo conceito formado passa a ser
um novo conhecimento que pode servir de futuro ancoradouro para novas aprendizagens.
Este conhecimento pré-existente na estrutura cognitiva do aluno, Ausubel
denominou subsunçor, ou seja, subsunçor é todo o conhecimento prévio do aprendiz que
pode servir de ancoragem para uma nova informação relevante para o mesmo; deste
modo, se existir uma relação substantiva entre os dois, temos a aprendizagem significativa.
Em contraponto à aprendizagem significativa, Ausubel colocou a aprendizagem
mecânica. Este tipo de aprendizagem, diferentemente do processo significativo, ocorre
quando ao aprendiz é apresentado um novo conhecimento, e este, por motivos variados,
não o relaciona com algum outro que já exista em sua mente; ele, simplesmente,
incorpora-se na estrutura cognitiva do estudante de uma forma arbitrária, não substantiva.
Um exemplo de aprendizagem mecânica pode ocorrer quando, ao estudar para uma prova
de Física, por exemplo, o aluno meramente decora fórmulas e processos de resolução de
problemas matemáticos. É muito comum, então, ocorrer o chamado “branco” na hora da
prova, ou então, dias depois de passada a avaliação, o aluno não consegue reproduzir as
mesmas informações. Mas, uma aprendizagem mecânica pode evoluir para uma
aprendizagem significativa.
Todo o material instrucional deve ter um potencial significativo para o aprendiz. Aqui,
quando falamos em todo material instrucional, estamos nos referindo a figuras, gravuras,
simulações, textos, exemplos, aula de laboratório e, até mesmo, a aula expositiva
(condenada por muitos). Um professor pode preparar uma aula repleta de elementos bem
elaborados; porém, se estes elementos não tiverem nenhuma relação com aquilo que o
aluno já conhece, o material não tem potencial significativo. Isto é, se ocorrer uma
aprendizagem nesta situação, é bem provável que esta seja meramente uma relação
arbitrária de conceitos, uma memorização, uma aprendizagem dita mecânica. É valido
salientar que não existe material significativo; se alguém quiser lhe vender um livro
significativo, não compre (é engodo); existe sim, o material com maior ou menor potencial
significativo. Tal potencialidade depende de quão relacionável ele é com aquilo que o aluno
já conhece. A pré-disposição para aprender, por parte do aluno, é algo que, segundo
Ausubel, é vital para que ocorra a aprendizagem significativa. Se o estudante não quiser
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relacionar de forma substantiva o novo conhecimento com algum subsunçor já existente


em sua estrutura cognitiva, nem o material com maior potencial significativo pode ajudar.
Aprendizagem por descoberta não é sinônimo de aprendizagem significativa. Assim
como a aprendizagem por recepção, aquela que ocorre, predominantemente, através das
aulas expositivas; também não é sinônimo de aprendizagem mecânica. Para Ausubel,
qualquer estratégia que seja potencialmente significativa, pode promover a aprendizagem
significativa. Uma aula expositiva que contemple este requisito pode ser facilitadora de
aprendizagem significativa. Segundo Ausubel, mesmo por descoberta, a aprendizagem
pode ser mecânica. Se a estratégia de ensino e os materiais não se relacionarem de forma
substantiva com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva dos estudantes, não
ocorrerá a aprendizagem significativa. O princípio da Assimilação foi criado por Ausubel
para facilitar a compreensão do processo de organização de conceitos presentes na
aprendizagem significativa.
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5 IDENTIDADE E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PROFESSOR

Você já parou para pensar a respeito das razões que motivaram a escolha de um
curso de licenciatura?
Por que estou fazendo um curso de licenciatura?
Que tipo de professor pretendo ser?
Quando refletimos sobre tais questionamentos, estamos pensando na identidade
profissional do docente. De modo geral, exercemos a docência a partir do que já
vivenciamos na condição de alunos, refletindo sobre nossas experiências na condição de
discente e na interação com os docentes que contribuíram para nossa formação
profissional. A partir de nossas leituras prévias sobre o exercício da docência, bem como
considerando as experiências que já tivemos com a prática docente, seja no papel de
aluno ou no papel de professor, vamos construindo nossa identidade profissional.
De acordo com Nóvoa, a identidade profissional do professor é um espaço de
construção das maneiras de ser e de estar na profissão. A exemplo de outras profissões,
ela se constitui tanto em relação a uma definição mais geral do trabalho e do trabalhador
quanto em relação às dimensões mais particulares que definem o âmbito e a
especificidade da função docente. Cada professor, ao interagir com as diversas
dimensões profissionais e pessoais da profissão, acaba compondo um modo individual de
ser professor.
A reflexão sobre a identidade profissional do professor envolve dimensões
profissionais e pessoais, por isso precisamos considerar as articulações entre teoria e
prática, refletindo sobre as concepções teóricas norteadoras da prática pedagógica do
docente.
Quando estamos no exercício da docência, ativamos nossos conhecimentos
prévios e experiências, refletimos sobre os professores que tivemos, planejamos sobre o
perfil de profissional que pretendemos ser, revisitamos nossas leituras sobre a prática
pedagógica, selecionamos estratégias de ensino, pensamos nos estilos de aprendizagem
dos alunos, consideramos as relações entre docentes e discentes, enfim, vamos aos
poucos nos apropriando do fazer pedagógico, articulando-o às concepções teóricas
construídas, elaboradas e reelaboradas em nossa formação docente.
Há diferentes perfis de docentes, tais como:
Professor-aprendiz
O professor é um eterno aprendiz e precisa estar sempre disposto a aprender a
aprender. O professor precisa acompanhar as mudanças sociais e a evolução do
conhecimento, a fim de se manter constantemente atualizado.
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Colocando-se na posição de aprendiz, o professor percebe que a aprendizagem é


construída de forma colaborativa, por meio de um processo dialógico em que ensinar e
aprender são processos estreitamente ligados.
Paulo Freire disse que “Não há docência sem discência, as duas se explicam e
seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de
objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao
aprender”.
Professor-pesquisador
O ato de pesquisar deve fazer parte da formação docente. O professor precisa
constantemente pesquisar em diferentes fontes de informação (livros, revistas, jornais,
Internet, etc.), a fim de selecionar conteúdos, abordar temas atuais, planejar aulas e
projetos didáticos, organizar sua metodologia de trabalho, enfim, a pesquisa é uma ação
inerente ao exercício da docência.
Paulo Freire comenta a relação dialógica entre ensino e pesquisa. “Não há ensino
sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do
outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque
indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho,
intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e
comunicar ou anunciar a novidade”.
Atualmente, percebe-se a necessidade de a educação integrar-se à pesquisa de
forma indissociável, tendo em vista a importância do professor como pesquisador na
produção de novos conhecimentos.
Segundo Gil: “O professor está constantemente produzindo novos conhecimentos
para utilizar em suas aulas. Ele desenvolve não apenas pesquisa bibliográfica, mas
também pesquisas de campo, que envolvem, na maioria das vezes, participação dos
alunos, sem contar também que as atividades de pesquisa são hoje reconhecidas como
estratégias de ensino, já que é possível aprender pela pesquisa”.
Professor-comunicador
O professor precisa utilizar estratégias de comunicação de modo eficaz, no sentido
de conseguir interagir bem com os alunos e promover um espaço dialógico para a
construção do conhecimento.
Por meio da comunicação, o professor deve aproximar-se dos alunos, tornando
suas mensagens claras e despertando a curiosidade nos educandos. É preciso entender
a comunicação como via de mão dupla, em que professores e alunos trocam experiências
significativas, visando à construção crítica do conhecimento.
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Nesse sentido, é importante considerar que a comunicação em sala de aula não se


limita à simples transmissão do conhecimento, mas requer uma abordagem dialógica e
interativa na construção/ reconstrução de conhecimentos.
Freire (2002) aponta para essa questão: “Ensinar não é transferir conhecimento,
conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um
corpo indeciso e acomodado”.
Professor-facilitador da aprendizagem
No passado, muitos acreditavam que o professor competente era aquele que
complicava o conteúdo, desafiando os alunos com exercícios descontextualizados e
provas complicadas, a fim de “testar” o conhecimento dos educandos.
Atualmente, comenta-se a necessidade de o professor agir como facilitador do
processo de aprendizagem. Essa concepção de facilitador da aprendizagem não
corresponde à falsa ideia de que todos os alunos merecem ser automaticamente
aprovados nos processos avaliativos, independentemente da qualidade no contexto
educacional.
Facilitar a aprendizagem não é fechar os olhos para as dificuldades dos
educandos, pelo contrário, é justamente perceber onde estão essas dificuldades e buscar
alternativas, possíveis soluções para tentar superar os entraves e contribuir para a
construção de aprendizagens significativas. Nesse sentido, o professor atua na oferta de
diferentes situações de aprendizagem, nas quais os alunos consigam dialogar ativamente
com os objetos de estudo. Como facilitador da aprendizagem, o professor pode se
aproximar mais dos educandos, a fim de compartilhar experiências de ensino-
aprendizagem.
Gil aborda a função do professor como facilitador da aprendizagem: “A postura
mais centrada nos estudantes requer profundas alterações no papel do professor. Já está
longe o tempo em que o professor era visto principalmente como fornecedor de
informações. Hoje, ele é visto mais como facilitador da aprendizagem; como alguém que
ajuda o estudante a aprender”.
Professor-mediador
O professor deve ter a disposição para atuar como mediador do processo de
aprendizagem. A função do docente é primordial no processo de mediação pedagógica,
colaborando para que os educandos consigam atingir os objetivos propostos, construindo
competências significativas.
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Segundo Moran: “O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a prática


e a pesquisa e ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo-pesquisando-
ensinandoaprendendo. O seu papel é fundamentalmente o de um orientador/mediador.”
Nessa perspectiva, Moran propõe as seguintes classificações para o professor
como mediador da aprendizagem dos educandos:
» Orientador/mediador intelectual
» Orientador/mediador emocional
» Orientador/mediador comunicacional
» Orientador ético
Professor-reflexivo
O professor-reflexivo é aquele que pensa no que faz, avaliando constantemente
sua prática pedagógica. É importante o professor olhar sua prática docente, refletindo
sobre conteúdos, estratégias didáticas, interação docente-discente, planejamentos,
avaliações, além de vários outros pontos importantes no exercício docente.
GIL considera o professor-reflexivo como aquele comprometido com a profissão,
com autonomia, sendo capaz de tomar decisões e ter opiniões, adaptando sua atuação
ao contexto profissional.
Professor-mentor
O professor precisa estar atento às orientações aos alunos tanto no âmbito pessoal
como no profissional, atuando como orientador.
Segundo Gil, “O professor não é solicitado pelos estudantes apenas para fornecer
informações acerca da matéria que lecionam, mas também acerca dos múltiplos aspectos
que envolvem a profissão que decidiram seguir. O professor representa para muitos
estudantes um exemplo de profissional bem sucedido. Cabe-lhe, portanto, dialogar com
os jovens, estimulando-os e orientando-os em seu caminho em direção ao sucesso
profissional”.
Professor-elaborador de materiais
No contexto atual, considerando os avanços tecnológicos e as facilidades das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), o professor conta com uma série de
recursos para a produção de materiais didáticos que podem subsidiar a sua prática
pedagógica.
É muito importante que o professor também elabore materiais didáticos, tornando-
se um professor-autor, sujeito de suas próprias concepções teórico-metodológicas. Assim,
é fundamental o professor elaborar roteiros de aula, guias de estudo, listas de exercícios,
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além de diversos outros materiais, visando construir instrumentos didático-pedagógicos


capazes de dinamizar as aulas e facilitar a aprendizagem dos alunos.
Diversos outros perfis de professores ainda são considerados por diferentes
autores. Gil, por exemplo, elenca uma série de diferentes papéis que podem ser exercidos
pelos docentes, tais como: administrador, aprendiz, diagnosticador de necessidades,
facilitador da aprendizagem, assessor do estudante, mentor, avaliador, líder, animador de
grupos, pesquisador, conselheiro e outros.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudos apontam que as relações estabelecidas entre professor e aluno no


processo de ensino-aprendizagem são decisivas ao possibilitar a construção do
conhecimento. Nesse sentido, a relação pedagógica do professor pautada no respeito e
afetividade favorece a produção do conhecimento como prática humanizada. Cabe ao
professor procurar mediar sempre, não só pensando no conteúdo em si, mas como é a
relação do aluno com o conteúdo apresentando, sempre usando a criatividade e fazendo
com que este aluno se sinta parte do processo de ensino-aprendizagem.
Além do domínio de conteúdo, carisma do professor e planejamento da aula, a
metodologia apropriada, poderá transformar o saber em algo prazeroso para o estudante,
jovem ou adulto.
Sabe-se da dificuldade que existe em se trabalhar com pessoas diferentes, no
entanto é de fundamental importância que o professor consiga trabalhar com diferentes
realidades num único ambiente, a sala de aula, considerando a realidade de cada criança,
buscando atender a todos de maneira similar.
“O professor se orgulha de ter sido tão importante na vida do seu aluno vencedor...
Mas... O verdadeiro mestre se orgulha de ter colaborado para o sucesso do aprendiz, de
ter sido um degrau na vida daquele que o superou.” Içami Tiba.
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7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BAIBICH-FARIA, Tânia Maria; MENEGUETTO, Francis Kanashiro. Metodologia do
ensino superior ou ética da ação do Professor. Curitiba: UFPR/GT: Didática, 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra,1996.

GIL, Antônio. Metodologia do Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 1994..

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor; Adeus Professora? Novas exigências


educacionais e a Profissão Docente. São Paulo: Cortez, 1999

LINDGREN,H.C. Psicologia na sala de aula: o professor e o processo ensino-


aprendizagem ao livro técnico. Rio de Janeiro, 1971, v. 2.

MASSETTO, Marcos T.. Competência Pedagógica do Professor Universitário .São


Paulo: Summus, 2003.

TARDIF, M. Saberes Docentes & Formação Profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.


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TRABALHO DE PRÁTICA DE ENSINO – Data ___/_____/_____


NOME___________________________________________NUCLEO – ____________
(DESTACAR E ENTREGAR)
Responda:
1 Por que você está fazendo um curso de pós graduação?
2 Em sua opinião, quais seriam os saberes necessários à formação docente?
3 Quais são os principais desafios que encontrará no processo de ensino-aprendizagem?
4 Como ensinar aos alunos cada vez mais fascinados pela cibercultura e pelos avanços
tecnológicos?
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