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Capítulo I ........................................................................................................................................ 1
1. Introdução ................................................................................................................................ 1
2. Problema ..................................................................................................................................... 2
3. Objectivos ................................................................................................................................... 3
5. Hipóteses ..................................................................................................................................... 4
CAPÍTULO II ................................................................................................................................. 5
Capítulo V ..................................................................................................................................... 36
16. Recomendações....................................................................................................................... 37
Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações
do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
Maputo, 2018
________________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha esposa, Lucrécia Luís Nhabete, à minha Irmã Esperança
Armindo Nhalungo, às minhas filhas Neyde Francisca Nhalungo, Lárcia Aníbal
Nhalungo, que me deram força, estímulo e todo apoio, nas minhas actividades durante o
curso e para a concretização e realização com sucesso deste trabalho.
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AGRADECIMENTOS
A Deus omnipotente, por ter-me concedido saúde, força e inteligência para superar todas as
dificuldades, sem ele, nada disso seria possível. Também sou grato por ter tranquilizado o meu
espirito nos momentos mais difíceis da minha trajetória académica até então.
Agradeço especialmente ao Supervisor deste trabalho, o MSc. Alberto Arnaldo Boane pelos
valiosos ensinamentos, excelentes orientações, críticas e sugestões positivas e pela atenção
dispensada, durante a realização do presente trabalho.
Ao MSc. Sérgio Dava pelos valiosos ensinamentos, paciência, amizade e atenção dispensada
durante o curso.
Ao Dr. Bento Justino Mauoco, a Dra. Anabela Langa e Dra. Miséria Matsinhe pela camaradagem
durante o curso e na realização do presente trabalho.
Aos meus colegas, pelo apoio, convivência, amizade e camaradagem durante os anos de
Faculdade.
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Unidades utilizadas em maior ou menor frequência para se descrever a dureza da água
......................................................................................................................................................... 9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: pHmetro………………………………………………………………………………..22
RESUMO
Capítulo I
1. Introdução
A água é um recurso essencial para a vida, tem aplicações em várias actividades do dia-a-dia das
populações. Nessas actividades podem-se destacar-se o uso para a irrigação nas actividades
agrícolas, na produção dos vários produtos nas indústrias, no uso doméstico para o
condicionamento dos alimentos e para a higiene pessoal.
As actividades realizadas a beira dos rios podem comprometer a sua qualidade, pois a água
apresenta uma grande propriedade de dissolução que a torna um meio de transporte de diversas
substâncias e microrganismos patogénicos que podem contaminar a mesma limitando o seu uso.
A água contaminada se torna um meio importante de transmissão de doenças, que podem afectar
a saúde da população que a consome (Nguenha, 2017). Nas doenças transmitidas pelo consumo
de água não tratada podemos destacar aquelas que afectam o trato intestinal onde destacam-se as
diarreias, a cólera, febre entre outras.
A água de boa qualidade deve corresponde as características dadas pelo conjunto de valores de
parâmetros microbiológicas, organolépticos e físico – químicos fixados (MISAU, 2006). Sendo assim,
considera-se a água potável quando se encontra dentro dos limites estabelecidos pelo Ministério da Saúde
e caso eles estejam fora, esta é considerada poluída, pois se torna um possível meio de propagação de
doenças fecal oral entre outras (Nguenha, 2017).
Entretanto várias comunidades da província de Maputo e não só, por falta da água potável têm
recorrido a água dos rios, lagos, poços como forma de suprir as suas necessidades diárias, sem
tratamento eficaz. Sendo assim vários estudos têm sido feitos sobre análises físico-químicas e
microbiológicos da água consumida na cidade e província de Maputo. A título de exemplo
Nguenha (2017) verificou um elevado nível de contaminação das águas do rio Sábié do Distrito
de Moamba. Através de estudo sobre a qualidade da água dos rios Umbeluzi e Incomati para o
consumo, Boana (2011) reitera a necessidade de fazer a análise microbiológica das águas dos
rios, primeiro porque constituem a principal fonte de água para as populações carenciadas e pelo
2
Aliado a estes estudos existem outras comunidades que ainda dependem da água dos rios ou
furos para suprir as suas necessidades, a título de exemplo pode citar-se a população do bairro de
Intaka e Muhalaze que enfrenta um grande problema para a aquisição da água potável (DNA,
2017).
Portanto o presente trabalho tem como propósito verificar o nível de contaminação físico-
químico e microbiológica das águas dos furos, onde a população desta zona tem tirado água para
o consumo. O trabalho faz menção a esta temática olhando apenas para os parâmetros físico-
químicos e microbiológicos, bem como associa- las às doenças que podem ser transmitidas ou
não por causa do consumo da mesma.
2. Problema
As comunidades moçambicanas têm recorrido para suprir suas necessidades. Estas vias alternativas fazem
com que as comunidades consumam água que não apresenta boa qualidade, colocando a sua saúde em
risco pois água é um meio de transporte de vários microrganismos patogénicos. É importante que a
população das zonas rurais tenha conhecimentos sobre os problemas que a água não tratada pode causar a
sua saúde.
De acordo com o Perfil do Distrito de Matola (Muhalaze e Intaka) (2005), existem em alguns postos
administrativos um pequeno sistema de abastecimento de água potável no âmbito de Programa Nacional
de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR). Este sistema tem a capacidade de
armazenar 70 mil metros cúbicos (70.000 m3) de água para abastecer até 5 mil pessoas e neste momento
apenas 225 habitantes tem acesso a água potável (Costa, 2016), não abrangendo todos os habitantes destes
dois bairros.
Os habitantes que não estão abrangidos pelo sistema de abastecimento de água têm como fonte a água dos
furos. As águas dos furos têm constituindo a principal fonte de abastecimento dos Bairros de Muhalaze e
Intaka. Uma vez que essas águas não têm tido tratamento e a população a utiliza na mesma para suprir as
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suas necessidades diárias. A água até chegar às comunidades do bairro em estudo, passa por várias
situações tais como comunidades que realizam várias actividades.
De acordo com as constatações feitas ultimamente pela Organização dos fornecedores de águas do Furo
no Município da Matola (2018), as águas do furo do Bairro Muhalaze e Intaka, está se tornando salobre,
em algum momento não espumando o sabão, facto que leva a questionar-se sobre a qualidade da mesma.
A mesma organização secunda que custo relacionado com o tratamento faz com que a água canalizada
nestes bairros não tenha um tratamento eficiente e adequado. Estes pontos levam-nos a questionar-se o
seguinte:
1. Qual é a qualidade físico-química e microbiológica das águas das dos furos e consumida pelos
munícipes do Bairro de Intaka e Muhalaze?
3. Objectivos
1. Quais são os parâmetros físico-químicos que podem ser determinados nas águas dos furos
dos Bairros de Muhalaze e Intaka?
2. Quais são os parâmetros microbiológicos podem ser determinados nas águas das dos furos
dos Bairros de Muhalaze e Intaka?
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3. Qual é a comparação que pode ser feita entre o nível de contaminação das águas das dos
furos dos Bairros de Muhalaze e Intaka?
5. Hipóteses
6. Justificativa e Relevância
Nos dias de hoje a questão de uso e conservação da água tem suscitado grandes debates a nível
internacional pela sua magnitude e várias são doenças que surgem devido ao consumo de água
não tratada num período que a poluição tem vindo atingir níveis mais alarmantes apesar de todos
apelos.
Para que a água chegue ao consumidor, percorre um longo caminho desde a sua nascente até ao rio,
represa, ou outra rede de distribuição. Nesse processo, pode ser poluída e contaminada, seja por acção
antropogênica ou mesmo natural, tornando-se via de transporte de tipos diversos de contaminação. Caso a
água seja utilizada em condições inadequadas pode apresentar muitos riscos à saúde, (DI BERNARDO et
al., 2006).
Ao ponto de vista de uma relevância social pode ser relacionada à educação ambiental que é
nada mais do que a própria educação, com base teórica determinada historicamente e que tem
como objectivo final melhorar a qualidade de vida e ambiental da coletividade e garantir a sua
sustentabilidade. Isso significa que é obrigatório que o educador ambiental conheça e
compreenda a história da educação, e os pensamentos pedagógicos aí gerados. Seja capaz de
escolher as melhores estratégias educativas para actuar sobre os problemas sócio ambientais e
com a participação popular tente resolvê-los (PELICIONI, 2005). Na opinião deste autor a
educação ambiental é fundamental na obtenção de metas estabelecidas para uma adequada gestão
ambiental em qualquer localidade.
Por outro lado tem uma relevância económica pois ajudará a elucidar sobre a importância de
prestar-se atenção no tratamento de água dos furos, como forma de melhorar a vida das
comunidades, contribuindo-se assim para a redução de várias doenças com várias origens.
CAPÍTULO II
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Neste capítulo são apresentados e discutidos estudos realizados na área de ánalise físico-quimica
e microbiologica da agua na base de diferentes métodos, dando-se mais ênfase à metodos aos
parametros recomendandos pelo Ministério da Saude ou pela Organização Munidal da Saúde.
7. Fundamentação Teórica
A água é muito importante para a vida de qualquer ser vivo, pois ela proporciona um meio
favorável a realização de vários processos vitais. No Homem por exemplo é o principal
constituinte celular representando dois terços do peso corporal (ROUQUE, 1985).
De acordo com o autor a cima sitiado, a água natural provem das chuvas resultantes do processo
da evaporação das fontes superficial como mares, rios, lagos e transpiração das plantas e dos
seres vivos. Quando precipitada, a água volta as fontes superficiais acima citados e outra parte
infiltra – se no subsolo formando um lençol de água subterrânea. Apesar das varias formas em
que a água pode ser encontrada na natureza, a sua quantidade e quantidade continua sendo
preocupação a nível dos vários pais Mundial dos quais Moçambique e um exemplo
(HAUENGUE, 1992)
Para o consumo a água tem de apresentar características de qualidade que garantam a sua
potabilidade, de modo a não constituir um veículo de doenças e poluentes. A água é considerada
de boa qualidade quando apresenta característica dada pelo conjunto de valores de parâmetros
microbiológicos, organolépticos e físico – químicos fixados que permitem avaliar se a água é
potável ou não (MASAU, 2006).
O consumo de água contaminada por agentes biológicos ou físico-químicos tem sido associado a
diversos problemas de saúde. Algumas epidemias de doenças gastrointestinais, por exemplo, têm
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como via de transmissão a água contaminada, dentre as doenças de veiculação hídrica mais
comuns, citam-se: febres tifoides e paratifóide, disenterias bacilares e amebiana, cólera, diarréia,
poliomielite, hepatite e giardíase (JOSEPH, 1916).
É vital reconhecer inicialmente o direito de todos os seres humanos de acesso à água de boa
qualidade, pois a qualidade da água está directamente relacionada com a saúde púbica.
8a) Alcalinidade
A alcalinidade da água é representada pela presença dos iões hidróxido, carbonato e bicarbonato.
A importância do conhecimento das concentrações deste ião permite a definição de dosagens de
agentes floculantes, fornece informações sobre as características corrosivas ou incrustantes da
água analisada. Todos os iões causadores da alcalinidade têm características básicas, sendo assim
reagente quimicamente com soluções ácidas, ocorrendo a reacção de neutralização. Alcalinidade
representa a capacidade que um sistema aquoso tem para neutralizar ácidos fracos. Uma solução
de baixa alcalinidade (como água pura) terá seu pH diminuído por um ácido fraco, mas uma
solução de alta alcalinidade não terá grande alteração no pH, pois seus iões livres neutralizarão o
ácido fraco. A alcalinidade é devida principalmente aos carbonatos e bicarbonato e,
secundariamente, aos iões hidróxidos, silicatos, boratos, fosfatos e amónia.
Esta solução é adicionada por uma bureta na solução que é desejado encontrar a concentração
desconhecida, até que ocorra reacção completa. A titulação pode ser potenciométrica, ou podem
ser empregados indicadores ácido-base. O método potenciométrico baseia-se no potencial
eléctrico de amostras, onde são fornecidas informações sobre os iões ou gases dissolvidos. Já os
indicadores ácido-base são substâncias que possuem a capacidade de mudar de cor de acordo
com o pH do meio em que está presente.
Uma amostra de água apresenta alcalinidade se seu pH for inferior à 4,5. Esse limite condiz à
conversão de bicarbonatos em gás carbónico. Se uma amostra de água tiver pH entre 4,5 e 8,3,
ela pode possuir alcalinidade e acidez ao mesmo tempo, isso ocorre devido ao equilíbrio entre o
gás carbónico, o bicarbonato e o carbonato. Assim, quando uma substância que poderia provocar
alteração do pH da amostra é adicionada, ela pode ser neutralizada a partir do deslocamento de
equilíbrio. Esse efeito é denominado tampão.
Desta forma, pode-se relacionar o pH com o teor de gás carbónico, de forma que:
Para medir a alcalinidade usa-se indicadores como a fenolftaleína e o metil Orange, o primeiro
confere cor rosa para pH maior ou igual a 8,3. Quando titulado com ácido para valores abaixo
deste, a cor rosa desaparece. O metil Orange, por sua vez, apresenta cor inicialmente amarelo
que passa a ser vermelho ou laranja quando o pH está em torno de 4,2.
À somatória da dureza temporária e permanente dá-se o nome de "Dureza Geral" (ou total) da
água. A dureza da água é medida geralmente com base na quantidade de Partes por milhão de
Carbonato de Cálcio CaCO3, também representada como mg/l de Cálcio CaCO3. Quanto maior a
quantidade de "ppm", mais "dura" será considerada a água.
Existem ainda outras unidades utilizadas em maior ou menor frequência para se descrever a
dureza da água, como o grau alemão, comum em conjuntos de teste rápido, o inglês, o francês ou
o americano, dentre outros. A tabela abaixo mostra a relação entre algumas dessas unidades.
Tabela 1: Unidades utilizadas em maior ou menor frequência para se descrever a dureza da água
8c)
Unidade Símbolo Referência °dGH °e °TH ppm mmol/L
O teste da DBO é realizado através da diluição de uma amostra da água a ser analisada em água
desionizadas saturada de oxigénio. A amostra é inoculada de uma quantidade fixa
de microorganismos. Mede-se a concentração de oxigénio dissolvido (OD inicial) na amostra,
pelo método de Winkler ou com elétrodo ião selectivo para oxigénio. Em seguida, a amostra é
selada (para evitar a dissolução de oxigénio adicional dentro dela) e é mantida em estufa durante
cinco dias, a 20°C, em frasco âmbar (para evitar que haja fotossíntese, o que resultaria na
produção de oxigénio adicional) e com o pH ajustado entre 6,5 e 8,5.
Desta forma, as restrições de faixas de pH são estabelecidas para as diversas classes de águas
naturais, tanto de acordo com a legislação federal (Resolução n o 20 do CONAMA, de junho de
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1986), como pela legislação do Estado de São Paulo (Decreto n o 8468/76). Os critérios de
proteção à vida aquática fixam o pH entre 6 e 9.
8e) Turbidez
Turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao
atravessá-la (e esta redução se dá por absorção e espalhamento, uma vez que as partículas que
provocam turbidez nas águas são maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido à
presença de sólidos em suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos
orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, etc (PORTARIA n° 518 de 2004) e Apha (2000).
A erosão das margens dos rios em estações chuvosas é um exemplo de fenômeno que resulta em
aumento da turbidez das águas e que exige manobras operacionais, como alterações nas dosagens de
coagulantes e auxiliares, nas estações de tratamento de águas (APHA, 2000). A erosão pode decorrer do
mau uso do solo, em que se impede a fixação da vegetação. Este exemplo mostra também o caráter
sistêmico da poluição, ocorrendo inter-relações ou transferência de problemas de um ambiente (água,
ar ou solo) para outro (PORTARIA n° 518 de 2004).
Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também provocam elevações na turbidez das
águas. Um exemplo típico deste fato ocorre em consequência das atividades de mineração, onde os
aumentos excessivos de turbidez têm provocado formação de grandes bancos de lodo em rios e
alterações no ecossistema aquático. A turbidez também é um parâmetro que indica a qualidade estética
das águas para abastecimento público. O padrão de potabilidade (Portaria n° 518 de 2004) é de 5,0 UT
(unidade de turbidez).
Sabe-se que o poder de oxidação do dicromato de potássio é maior do que o que resulta mediante
a ação de microrganismos, exceto raríssimos casos como hidrocarbonetos aromáticos e piridina.
Desta forma os resultados da DQO de uma amostra são superiores aos de DBO5,20. Como na
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DBO5,20 mede-se apenas a fração biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO
significa que mais facilmente biodegradável será o efluente. É comum aplicar-se tratamentos
biológicos para efluentes com relações DQO/DBO5,20 de 3/1, por exemplo.
Mas valores muito elevados desta relação indicam grandes possibilidades de insucesso, uma vez
que a fração biodegradável torna-se pequena, tendo-se ainda o tratamento biológico prejudicado
pelo efeito tóxico sobre os microrganismos exercido pela fração não biodegradável.
A água serve de veículo para a transmissão de uma variedade de doenças causadas pelos
microrganismos. A microbiologia sanitária trata de controlo desse problema enfocando
particularmente as enfermidades decorrentes da contaminação fecal. Estas doenças são
resultantes da ingestão de água e alimentos contaminados ou de água poluída para irrigação,
pesca e recreação (ROITMAM,1983).
Além dos microrganismos entéricos, outros patogénicos responsáveis por doenças de pele,
ouvido e garganta são relevantes quando a água destina-se a actividades que envolvem contacto
corporal. A detecção dos agentes patogénicos, principalmente bactérias, protozoários e vírus, em
uma amostra de água é extremamente difícil, em razão de suas baixas concentrações. Portanto, a
determinação da potencialidade de um corpo d‘água ser portador de agentes causadores de
doenças pode ser feita de forma indirecta, através dos organismos indicadores de contaminação
fecal do grupo dos coliformes (FRANCO, 2003).
Os coliformes estão presentes em grade quantidades nas fezes do ser humano e dos animais de
sangue quente. A presença de coliformes na água não apresenta, por si só, um perigo à saúde,
mas indica a possível presença de outros organismos causadores de problemas à saúde. Os
principais indicadores de contaminação fecal são as concentrações de coliformes totais e
coliformes fecais, expressa em número de organismos por 100 ml de água. De modo em geral,
nas águas para abastecimento o limite de Coliformes legalmente toleráveis não deve ultrapassar
4.000 coliformes em 100 ml de água em 80% das amostras colhidas em qualquer período do ano
(FRANCO, 2003
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A água é essencial para o desenvolvimento em todas as actividades sobre a terra, sejam urbanas,
industriais ou agro-pecuárias. O homem necessita de água de qualidade adequada e em
quantidade suficiente para as suas necessidades, não só para a protecção de sua saúde, como
também para seu desenvolvimento económico. Toda água destinada ao consumo humano,
comunidades aquáticas, para recreação, para irrigação entre outros devem estar nos parâmetros
microbiológicos, físicos, químicos e radioactivos. Deve também atender aos padrões para não
oferecer riscos a saúde (UNIAGUA,2007).
As bactérias denominadas coliformes totais não são causadoras de doenças; a razão da escolha
desse grupo de bactérias como indicador de contaminação da água deve-se aos seguintes
aspectos: estão presentes nas fezes de animais de sangue quente (inclusive seres humanos), sua
presença possui relação directa com o grau de contaminação fecal, são facilmente detectáveis e
quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis em qualquer tipo de água,
possuem maior tempo de vida na água que as bactérias patogénicas intestinais, além de serem
incapazes de se reproduzir no ambiente aquático, sendo mais resistentes à acção de agentes
desinfectantes do que germes patogénicos.
O grupo dos Coliformes total inclui todas as bactérias na forma de bastonetes gram -negativos,
não esporogónios, aeróbios ou anaeróbios facultativos, capazes de fermentar a lactose com
produção de gás, em 24 a 48 horas a 35ºC (SIQUEIRA, 1995). Esta definição é a mesma para o
grupo de coliformes fecais, porém, restringindo-se aos membros capazes de fermentar a lactose
com produção de gás, em 24 horas a 44,5-45,5ºC.
9b) Coliformes fecais da água
contaminada por fezes. A quantidade de coliformes fecais é importante porque a presença deles
em alta quantidade é um alto indicativo que a água está contaminada por fezes e esgoto
doméstico, podendo carregar outros microrganismos causadores de doenças.
Os coliformes fecais também são conhecidos como coliformes Termo tolerantes, pois toleram
temperaturas acima de 40ºC e reproduzem-se nesta temperatura em menos de 24 horas. Pelo
estudo da concentração dos coliformes nas águas pode-se estabelecer um parâmetro indicador da
possível existência de microorganismos patogénicos que são responsáveis por doenças de
veiculação hídrica, tais como a febre tifóide, febre paratifóide, disenteria bacilar e cólera.
De acordo com Joseph, P, (1916) o grupo dos coliformes fecais compreende o género
Escherichia e, em menor extensão, espécies de Klebsiella , Citrobacter e Enterobacter. O grupo
inclui também bactérias de origem não exclusivamente fecal embora em proporção bem menor
que a do grupo dos coliformes totais.
Algumas espécies são encontradas em águas ricas em matéria orgânica, efluentes industriais (por
exemplo, Klebsiella pneumoniae), ou em material vegetal e solos em decomposição. A presença
de coliformes termotolerantes em água e alimentos é menos representativa, como indicação de
contaminação fecal, do que a enumeração directa de E. coli, porém, muito mais significativa do
que a presença de coliformes totais, dada a alta incidência de E. coli dentro do grupo fecal
(JOSEPH, P, 1916).
10. Parâmetros químicos
10a) Cloretos
O cloro é um produto químico altamente tóxico e venenoso ao ser humano, utilizado para
remoção de resíduos de graxa e óleos, fungos, mofos e lodos, utilizado para a eliminação de
bactérias, vírus e germes usado também no tratamento da água.
Encontra-se na água na forma de ião cloreto (Cl-), é um dos principais aniões inorgânicos em
águas naturais e residuais. É um dos aniões presentes em grandes quantidades na água, podendo
dar uma ideia do grau de salinidade da água. Na água doce o teor de cloretos é geralmente baixo.
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A presença excessiva de cloro na água agrava a asma, rinite, sinusite reacções alérgicas no
sistema respiratório, olhos, garganta; especialmente nas crianças que fazem uso de piscinas com
cloro e chuveiro na posição de quente por produzir a solução aquosa de ácido clorídrico. O
chuveiro quente vaporiza o cloro da água causando edemas nos pulmões e atacando a pele e
cabelo; deixando os cabelos secos e quebradiços e a pele escamosa, além de eritemas que
provocam coceiras. Longos banhos são um grave risco a saúde.
O método usado para a determinação da concentração dos cloretos é o método de Mohr, que
consiste em uma titulação com nitrato de prata. O cloreto tem mais afinidade pela prata que o
nitrato, ocorrendo a precipitação de cloreto de prata, conforme a reação:
O indicador utilizado é o cromato de potássio, que também apresenta maior afinidade pela prata
que o nitrato, porém menor que o cloreto. Assim, quando acaba todo o cloreto da amostra, a
prata passa a reagir com o cromato, conforme a reação:
2Ag+ + CrO4-2 Ag2CrO4
10b) Dureza
A dureza da água é devida a concentração total de catiões multivalentes, dos quais a maioria é
constituída por cálcio e magnésio. Uma das principais fontes da dureza na água é a sua passagem
pelo solo
Uma água dura isto é com elevado teor em sais de cálcio e magnésio tem varias características
negativas entre os quais de deixar a partículas depositadas de calcário nas canalizações. Torna-se
turva quando aquecida e não forma espuma com sabão.
Para determinar a dureza usou-se a solução de EDTA, o tampão de amoníaco e o indicador negro
de ericromot (HARIS, 2018).
Considera-se como indicadores de poluição, substâncias que normalmente não estão presentes na
água ou estão presentes em concentrações muito baixas. Podem ocorrer em consequência de uma
contaminação por esgoto ou outras fontes de poluição, e na maior parte dos casos, dão indicação
de contaminação de origem biológica
1. Ciclo de Nitrogênio
NO2 - + ½ O2 → NO3 -
3. Nitrificação. Os sais de amônio e o gás amônia são convertidos em nitritos, NO2-, e,
posteriormente no processo de nitrificação de nitrito em nitratos, NO3-, por um grupo de
bactérias quimiossintetizantes. A passagem de amônia a nitrito é feita pelas Nitrossomonas; e a
passagem a nitratos pelas bactérias Nitrobacter. Este processo de nitrificação se processa
aerobiamente.
NH4 + + 2 O2 → NO3 - + 2H+ + H2O
4. Desnitrificação. Por fim, retorna-se ao nitrogênio, N2(g), a partir do nitrato, pela ação das
Pseudomonas. A desnitrificação é anaeróbia e ocorre em solos com pouca areia (BRAGA et al.,
2005).
10f) Nitritos
10g) Nitratos
10h) Amónia
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10i) Sulfatos
O sulfato é o ânion SO4-2, um dos mais abundantes íons na natureza. Surge nas águas
subterrâneas através da dissolução de solos e rochas, como o gesso (CaSO4) e o sulfato de
magnésio (MgSO4) e pela oxidação de sulfeto (exemplo: pirita, sulfeto de ferro). O enxofre pode
ser encontrado na natureza em quatro estados de oxidação que se transformam entre si (sulfeto,
enxofre elementar, sulfito, sulfato):
A concentração de sulfato nas águas é determinada por meio de precipitação com cloreto de
bário, conforme:
Capítulo III
Nesse capítulo são abordadas todas as estratégias utilizadas para a realização do presente
trabalho. É apresentada toda a técnica para avaliação da qualidade físico-química e
microbiológica da água dos furos dos Bairros de Muhalaze e de Intaka.
O presente trabalho optou por uma metodologia mista (qualitativo e quantitativo). A pesquisa
mista analisa e interpreta, busca reflectir e explorar os dados, que podem apresentar
regularidades para criar um profundo e rico entendimento do contexto pesquisado
(RICHARDDSON, 2008). Para a realização da presente pesquisa recorreu-se à combinação dos
métodos experimental e estatísticos baseados numa abordagem quantitativa.
Para o Prodanov & De Freitas, (2013:37) citado por BOANE (2017), ―o método experimental é
um conjunto de procedimentos explicativos que consiste em submeter os objectos de estudo à
influência de certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo investigador, para
observar os resultados que a variável produz no objecto em estudo‖.
O método experimental tem a vantagem de possibilitar a análise mais clara e sistematizada sobre
a influência e interacção das variáveis estudadas numa determinada hipótese permitindo formular
leis gerais sobre um dado fenómeno. Apesar de este método apresentar a desvantagem de ignorar
os aspectos éticos e apenas depender das condições nas quais a variável é estudada, assim como
das condições do laboratório e equipamentos, da concentração do investigador, para além de
ignorar aspectos sociais e comportamentais dos intervenientes e do ambiente, num todo em
estudo, tal como fundamentam, Barbosa & Sousa, (S/d:1) apud BOANE (2017), foi possível
realizar o estudo e determinar todas as variáveis definidas recorrendo às técnicas e
procedimentos neste método BOANE (2017).
Desenho Colheita das amostras das águas nos bairros de Muhalaze e Intaka
experimental:
1ª Fase-exploratória: foi a fase de visita de vários furos para escolher os furos, onde foram
tiradas as amostras da água, tomando em consideração os seguintes parâmetros: a localização
geográfica; o número de furo existentes, número de habitantes na comunidade. Nesta fase
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também foi feita a revisão bibliográfica para confrontar os objectivos com as experiencias de
outros países que tenham experiencia na área em estudo, foi partir da mesma revisão
bibliográfica que se escolheu o tipo de parâmetros analisados no presente trabalho.
Para recolha de amostras usaram-se regras estabelecidos pela Norma Moçambicana de 1996 para
o tratamento de Água. Onde foram colhidas amostras provenientes de todos os furos existentes
nos bairros em estudo, totalizando 3 amostras, sendo 2 amostras do Bairro de Muhalaze e 1
amostra do Bairro de Intaka.
Esta fase tinha como objectivo a determinação dos parâmetros fisico-quimicos , recomendandos
pela MISAU para o controlo da qualidade da água dos furos. Nesta fase foram determinados
como parâmetros fisico-quimicos: Cheiro, pH, Cor, Conductividade, Turvação, Depósitos,
Clorectos, Sulfatos, Nitratos, Nitritos, Matéria Orgânica, Dureza.
2. Cheiro
Tinha como objectivo realizar um teste sensorial, baseado em sentir o cheiro da água, sendo que
esta deve estar isenta de cheiro (APWA, 1992). Neste sentido, colocou-se 10ml quantidade da
amostra em um copo de Becker, com o nariz sentiu-se e identificou-se o cheiro da água (MISAU,
2006).
Este teste teve como objectivo identificar o estado do pH da água, no sentido de identificar o
grau de acidez, alcalinidade ou neutralidade da mesma (APWA, 1992). Este teste foi realizado
22
pelo método potenciométrico, onde colocou-se 10 ml da amostra num copo de Becker. Para
medir o pH antes calibrou-se o pHmetro com uma solução de água destilada e de seguida mediu-
se o pH da amostra. O procediemnto foi repetido três vezes em cada amostra analisada.
Esperava-se que o pH estivesse na escala de 6,5-8,5.
A condutividade elétrica é medida foi medida pelo método condutimetro, como forma de
verificar o nível de condução da corrente elétrica da água. Este serve para medir a concentração
iónica, onde cada espécie presente na água, contribui para a condução da corrente elétrica.
Portanto, mediu-se a condutividade colocando-se a amostra num copo de Becker e de seguida
lavou-se o elétrodo com água destilada e mediu-se a condutividade. Esperava-se que esta tivesse
num intervalo de 50 – 2000.
A cor da água também considera-se um parâmetro muito importante, na medida em que este éum
indicativo da presença de metais, húmus e até mesmo de microorganismos. Nesta foi feita
primeiro no momento da colecta, a partir do método óptico visual, depois determinada no
laborat rio. colocou-se num copo de Becker 10 ml da amostra e observou-se a presença ou
ausencia da cor da água (amostra).
A turvação constitui uma propriedade da água que consiste na redução da sua transparência
devido a presença de materiais em suspenção, que interferem como a passagem de luz através da
passagem da luz. Colocou-se a amostra num copo de Becker e com ajuda de um turbinímetro
mediu-se a turvação, esperaando-se que a mesma estivesse em torno de 15 como limite máximo.
Repetiu-se o procedimento em três veses.
7. Depósitos-Método visual
Os depósitos foram medidos pelo método visual, tinham como objectivo a verificação de sólidos
que se depositam ou precipitam na água depois de algum tempo. Mostram mais ou menos o teor
de sais insoluveis, neste sentido, colocou-se em um copo de Becker cerca de 10ml da amostra e
deixou-se repousar durante 10minutos, para a verificar se os sólidos decantavam ou não.
O conhecimento do teor de cloretos na água teve por finalidade obter informações sobre o seu
grau de mineralização ou índice de poluição por esgotos domésticos e resíduos industriais. Estes
foram determinados pelo Método de Morh em titulação. Mediu-se 100ml da amostra num Becker
de 500ml, adicionou-se 2ml do indicador KMnO4, através da bureta adicionou-se o titulante até a
alteração da cor de amarelo para vermelho tijolo, anotou-se o resultado do volume gasto na
titulação, os resultados são expressos pera relação da seguinte fórmula:
Onde:
A dureza da água indica o elevado teor em sais de cálcio e magnésio que possuem várias
características negativas entre os quais de deixar a partículas depositadas de calcário nas
canalizações. Nesse sentido, mediu-se 50ml num erlenmeyer de 250ml, adicionou-se 1ml do
tampão de amoníaco que serve como estabilizante, de seguida adicionou-se duas gotas do
Indicador Negro de Ericromet, agitou-se e titulou-se até a mudança de cor de castanho para
verde. Fez-se a leitura do volume gasto e calculou-se o resultado através da fórmula:
Para determinação dos nitritos foram usados a solução de ácido sulfanilíco e a solução do α-
naftilamina.
Mediu-se 50ml da amostra em um balão aferido de 50ml, adicionou-se 1ml da solução do ácido
sulfanilico e 1ml da solução do α-naftilamina, agitou-se e deixou-se de repousar por 15 minutos.
O aparecimento da cor rósea indica que a amostra conte nitritos. Quanto maior for a intensidade
da cor maior é a concentração dos nitritos na amostra. De seguida leva-se a amostra corada ao
espectrofotómetro para medir a absorbancia a 520nm. O resultado é obtido a partir da fórmula:
Onde:
Para determinar o amoníaco usou-se o reagente de Nessler e o indicador EDTA. Mediu-se 50ml
da amostra em um balão aferido de 50ml, adicionou-se duas gotas do indicador EDTA e de
seguida adicionou-se 2ml do reagente de Nessler, agitou-se e deixou-se de repouso durante
15minutos. O aparecimento da cor castanha indica a presença do amónio. Quanto maior for a
intensidade da cor maior é a concentração do amónio na amostra.
Onde:
Onde:
Onde:
Esta fase tinha como objectivo a determinação dos parâmetros microbiológicos , recomendandos
pela MISAU para o controlo da qualidade da água dos furos. Nesta fase foram determinados
29
Enumerou – se igual numero de tubos de ensaios com caldo de lactose com bílis e verde
brilhante e coloca-se num suporte, de seguida preparou – se todos os tubos positivos com
coliformes totais e coloca-se ao lado dos tubos contendo caldo de lactose com bílis e verde
brilhante. Com uma ansa esterilizada e arrefecida inocula-se uma colónia de coliformes totais
para os tubos de ensaios contendo o caldo de lactose com bílis e verde brilhante, repetiu- se o
mesmo procedimento para todos os tubos de ensaios. De seguida levou- se todos os tubos de
ensaios para o incubador durante 24 horas a 44°C. Após os resultados obtidos estimou – se a
concentração de Coliformes fecais encontrados na água, em N.M.P por cada 100ml de amostra,
confirmando assim a prova presunção.
Capítulo IV
Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados das experiências realizadas para a
análise da qualidade físico-química da água dos furos em estudo.
Os resultados experimentais do estudo estão organizados em duas (02) partes. A primeira parte
corresponde aos resultados da determinação dos parâmetros fisico-quimicos: Cheiro, pH, Cor,
Conductividade, Turvação, Depósitos, Clorectos, Sulfatos, Nitratos, Nitritos, Matéria Orgânica,
Dureza. A 2ª parte refere-se aos resultados dos parâmetros microbiológicos, os Coliformes
fecais.
Os dados acima demostram que quanto aos parâmetros cor, cheiro e depósitos, estes também
estão dentro do recomendável, fazendo desta água, potável para o consumo das populações
donde se retirou as amostras. Pois de acordo com APWA (1992) e pelo MISAU (2006) a água
deve estar isenta de cheiro, cor, depósitos.
O valor da turbidez foi em torno de <5 NTU , para os tres tipos de amostras analisadas. De
acordo com o MISAU (2006) a turbidez deve estar num nível máximo de 15. A turbidez da água
é devido à presença de materiais sólidos em suspensão, que reduzem a sua transparência. Pode
ser provocada também pela presença de algas, plâncton, matéria orgânica e muitas outras
substâncias como o zinco, ferro, manganês e areia, resultantes do processo natural de erosão ou
de despejos domésticos e industriais (MISAU, 2006).
A turbidez tem sua importância no processo de Tratamento da água. Água com turbidez elevada,
e dependendo de sua natureza, forma flocos pesados que decantam mais rapidamente do que
água com baixa turbidez (APWA, 1992). Entretanto nas amostras que foram analisadas,
verificou-se que o seu nível de turbidez está dentro do recomendado, pelo que água apresenta
uma turvação aceitável.
Os valores da condutividade encontrados variaram em torno de 782, 780 e 256. Significa que o
teor de sais ionicos dissolvidos, que contribuem na condução da corrente eléctrica. A
condutividade das amostras também mostrou-se dentro do recomendado pelo Ministério da
Saúde. Segundo BOESCH (2002) e Esteves (2011), a condutividade elétrica é um parâmetro que
pode mostrar modificações na composição dos corpos da água, mas não especifica quantidades e
componentes. É um parâmetro importante para controlar e determinar o estado e a qualidade de
água (Piñeiro Di Blasi et al., 2013).
Os depósitos, foram ausentes nas amostras analisadas. O que mostra que o teor de sólidos e de
precipitados não solúveis é menor.
Os sólidos totais dissolvidos (STD) ou depósitos totais estão relacionados diretamente com a
condutividade elétrica (Araújo e Oliveira, 2013) e é usada em laboratório de rotina como medida
da salinidade da água e/ ou dos efeitos causados por alguma atividade antrópica que afete um
corpo da água (Van Niekerk et al., 2014).
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Os Solidos Totais Dissolvidos, podem ser relacionados com a condutividade elétrica e quando
não podem ser medidos.
14.1. Resultados e análise dos parâmetros químicos
Do ponto de vista dos parâmetros químicos a água dos três furos em análise apresenta-se dentro
dos parâmetros preconizados pela OMS, sendo que nestas condições a água é própria para o
consumo, tais como podem ser observados na tabela a seguir:
O teor de nitratos nas amostras anlisadas foi menor que 0,5 nas amostras proveniente do Bairro
de Muhalaze e 21, 15mg/L nas amostras provenientes do Bairro de Intaka. Esses valores apesar
de variarem bruscamente, estão dentro do recomendado no Ministério da Saúde.
O teor de cloretos determinado nas amostras em estudo foi de 74.45mg/L 74; 35mg/L
;56.71mg/L nas amostras de amuhalaze e Intaka respectivamente. Concentrações altas de
cloretos podem restringir o uso da água em razão do sabor que eles conferem e pelo efeito
laxativo que eles podem provocar.
A OMS estabelece o teor de 250 mg/L como o valor máximo permitido para água potável. Os
métodos convencionais de tratamento de água não removem cloretos. A sua remoção pode ser
feita por dessalização (osmose reversa) ou eletrodiálise (troca iônica).
A presença dos cloretos em águas dos furos e tratadas em concentrações que podem variar de
pequenos traços até centenas de mg/L. Estão presentes na forma de cloretos de sódio, cálcio e
magnésio. A água do mar possui concentração elevada de cloretos que está em torno de 26.000
mg/L. Para as três amostras em análise no presente estudo, verificou-se que todas estão abaixo de
250mg/L.
A dureza total é calculada como sendo a soma das concentrações de iões de cálcio e magnésio na
água, expressos como carbonato de cálcio. A dureza de uma água pode ser temporária ou
permanente.
Os valores de 80mg/L; 86mg/L e de 70mg/L foram encontrados nas amostras de muhalaze e
Intaka respectivamente. Estes valores indicam que esta agua apresenta baixos teores de iões de
cálcio e magnésio.
A dureza determinada nas três amostras, foi abaixo de 500mg/L, sendo no entanto que esta água
olhando para este parâmetro é própria para o consumo.
A presença de nitratos na água com elevados valores de nitritos e amónio indica uma
contaminação orgânica prolongada, enquanto a sua presença em grande quantidade na água sem
os nitritos e amónia indica uma contaminação antiga. Nas amostras analisadas não houve valores
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acima dos recomendados pelo MISAU, pelo que a água dos furos de Muhalaze e Intaka estão
dentro do recomendável.
Gráfico 1: Curva de
Calibração dos iões nitrito
Os resultados dos parâmetros microbiológicos referentes a analise dos coliformes fecais são
apresentados na tabela a seguir:
0-10/100ml
Vale ressaltar que os micro-organismos presentes nas águas naturais são, em sua maioria,
inofensivos à saúde humana. Porém, na contaminação por esgoto sanitário estão presentes
micros- -organismos que poderão ser prejudiciais à saúde humana (MISAU, 2006).
Os parâmetros obrigatórios recomendados pelo Ministério da Saúde e pela OMS (2012), para as
águas dos furos, são os coliformes fecais (subgrupo das bactérias do grupo coliforme que
fermentam a lactose a 44,5 ± 0,2oC em 24 horas; tendo como principal representante a
Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal).
A água do furo do Bairro de Muhalaze (Muhalaze-1) também apresentou níveis de poluição com
coliformes fecais pois com o resultado acima de 15, olhando para os parâmetros da OMS, a água
de Muhalaze está contaminada.
APHA (2011) reitera que a presença de Coliformes fecais na água está relacionada com os vários
índices de interferências do sistema de esgoto nas comunidades, onde as pessoas vivem, sendo
que este constitui o principal parâmetro microbiológico para classificar a qualidade da água.
36
Capítulo V
15. Conclusões
Depois de realizar o estudo sobre a avaliação da qualidade da água dos furos do Bairro de
Muhalaze e Intaka pode concluir-se o seguinte:
1. Os parâmetros microbiológicos da água dos furos de Muhalaze estão fora dos parâmetros
recomendados pelo Ministério da Saúde. Ou Seja a água dos furos de Muhalaze encontra-
se poluída microbiologicamente.
2. Quanto aos parâmetros químicos a água dos furos de bairro de Muhalaze está dentro dos
padrões recomendados;
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3. Em relação aos parâmetros físicos, que são o cheiro, a cor, os depósitos, a turvação, pH,
condutividade estão dentro do intervalo recomendado pelo Ministério da Saúde.
4. Os parâmetros microbiológicos da água dos furos de Intaka estão dentro dos intervalos
recomendados pelo Ministério da Saúde. Ou Seja a água dos furos de Muhalaze não se
encontra poluída microbiologicamente.
5. Quanto aos parâmetros químicos a água dos furos de Bairro de Intaka está dentro dos
padrões recomendados;
6. Em relação aos parâmetros físicos, que são o cheiro, a cor, os depósitos, a turvação, pH,
condutividade estão dentro do intervalo recomendado pelo Ministério da Saúde.
16. Recomendações
1. Que faça uma análise periódica das águas dos furos dos dois Bairros, pois a poluição da
água dos furos, pode variar consoante as condições climáticas, e também de acordo com
o número de habitantes de uma determinada comunidade;
2. Que se ferva água dos furos do Bairro de Muhalaze antes de se consumir pois o tipo de
poluição que apresenta microbiologicamente pode ser eliminado com este método;
4. Recomenda-se a limpeza periódica dos tanques de depósito de água para os dois Bairros;
6. Para os furos de água do bairro de Intaka , também recomenda-se que a água deve ser
fervida pois também não é feito um tratamento periódico e uma limpeza dos tanques
também de forma periódica.
17. BIBLIOGRÁFIA
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th. ed. 1995; 18 th. ed. 1992
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Arquivo consultado em 24 de Julho de 2016
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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Maputo
2018
Aníbal Armindo Nhalungo
Supervisor:
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
MAPUTO
2018