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- Conjunto dos elementos da história na ordem em que foram dispostos pelo autor no
texto (com todas as possíveis inversões temporais e lógicas). O “modo pelo qual a coisas
que acontecem se organizam na narrativa” (Tomachevski)
Segundo os formalistas russos, o enredo se opõe a fábula, que designa o conjunto
dos elementos da história na ordem lógico-cronológica como resultado da reconstrução
abstraída dos acontecimentos pelo leitor.
- Soma das ações (ou motivos) estruturadas pelo autor. Ações que podem ser
fundamentais para a história (motivos associados ou dinâmicos) ou secundárias para a
composição (motivos livres ou estáticos).
- A impressão ou aparência de verdade que a ficção consegue provocar tanto pelo respeito
às normas do gênero, quanto pela coerência interna da obra ou lógica interna do enredo,
recebe o nome de verossimilhança. Boa parte desse “efeito de real” é também conseguido
por referências explícitas ou implícitas a sistemas extratextuais e códigos ideológicos
comuns ao emissor e ao receptor.
Distinções importantes
- Autor real: a pessoa histórica do escritor;
- Autor implícito: a ideia do autor que o leitor deduz pelas informações presentes no texto;
- Narratário: personagem que eventualmente aparece no texto como destinatário do
narrador;
- Leitor implícito: ideia de público que as escolhas linguísticas, estilísticas e
conteduísticas implicam.
- Leitor real: todos os leitores efetivos da obra, independentemente de tempo e lugar.
Se, de um lado o problema da VOZ diz respeito à pessoa a quem são atribuídos os
enunciados (quem fala), por outro lado, o problema do PONTO DE VISTA refere-se à
pessoa que, no interior da história, efetua a ação de ver, de pensar e de julgar. Exemplos:
a) O lago tocava a beira do bosque. (voz e ponto de vista coincidem); b) Jorge viu que o
lago tocava a beira do bosque (a voz é do narrador e o ponto de vista é da personagem
Jorge).
- O ponto de vista frequentemente muda mais do que a voz: “Jorge pensava que Paulo era
um misantropo; Roberto, ao contrário, julgava que fosse somente tímido; mas ambos se
enganavam. Paulo fingia”.
Tipos de Narrador
- Narrador intradiegético (interno à história) é o personagem que, dentro do texto,
assume o papel de narrador. Também conhecido como narrador-personagem. a)
enunciado produzido em Primeira Pessoa – conta a própria história como protagonista, é
chamado narrador autodiegético; b) enunciado produzido em Primeira Pessoa – conta
uma história da qual participou, ao menos, como testemunha (personagem secundário), é
chamado narrador homodiegético (podem aparecer enunciados em terceira pessoa,
quando o narrador apresenta ações realizadas por outros).
- Narrador extradiegético (externo à história): a narração não é exercida por nenhuma
personagem. O enunciador do discurso está pressuposto, o enunciado é produzido em
Terceira Pessoa. a) Narrador observador: não conta a própria história, nem outra da
qual participou diretamente, é estranho a ela. b) Narrador Heterodiegético: pode ser
ainda onisciente – sabe tudo sobre a história – e onipresente – está em todos os lugares.
- Ser ficcional que conduz a ação, pessoas que aparecem numa história, ou que participam
da ação de uma peça de teatro, de um romance, de um filme.
De acordo com sua função, pode ser:
a) Protagonista: personagem principal, herói ou heroína (ou anti-herói), a figura central,
aquela que ganha o primeiro plano da narrativa;
b) Antagonista: é o que responde ou contesta o protagonista, isto é, desafia-o, opõe-se a
ele e a seu destino. É o vilão da história.
c) Secundários: aqueles que, participando dos acontecimentos, não apresentam
importância decisiva na ação, têm participação menor e menos frequente no enredo.
De acordo com a sua caracterização, podem ser (E. M. Foster):
a) Personagens Planas: são estáticas, delineadas com poucos atributos, não evoluem.
Podem ser tipos – apresentam características invariáveis (o professor, o estudante, a dona-
de-casa etc) e caricaturas, apresentando características altamente fixas e depreciativas ou
cômicas (o pão-duro, o sedutor, o palhaço etc);
b) Personagens Redondas: evoluem e apresentam várias qualidades ou características
(físicas, psicológicas, sociais, ideológicas, morais etc). São complexas, multiformes e
dinâmicas.
IV – Tempo
V – Espaço
REFERÊNCIAS