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TEXTO 1

PATRIMÔNIO CULTURAL: O QUE É?

Patrimônio é tudo o que criamos, valorizamos e queremos preservar: são os monumentos


e obras de arte, e também as festas, músicas e danças, os folguedos e as comidas, os
saberes, fazeres e falares. Tudo enfim que produzimos com as mãos, as ideias e a fantasia.
(Cecília Londres)

A palavra patrimônio vem de pater, que significa pai e tem origem no latim. Patrimônio
é o que o pai deixa para o seu filho. Assim, a palavra patrimônio passou a ser usada
quando nos referimos aos bens ou riquezas de uma pessoa, de uma família, de uma
empresa. Essa ideia começou a adquirir o sentido de propriedade coletiva com a
Revolução Francesa no século XVIII.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, o patrimônio


cultural de um povo é formado pelo conjunto dos saberes, fazeres, expressões, práticas e
seus produtos, que remetem à história, à memória e à identidade desse povo.

O patrimônio cultural de uma sociedade é também fruto de uma escolha, que, no caso das
políticas públicas, tem a participação do Estado por meio de leis, instituições e políticas
específicas. Essa escolha é feita a partir daquilo que as pessoas consideram ser mais
importante, mais representativo da sua identidade, da sua história, da sua cultura, ou seja,
são os valores, os significados atribuídos pelas pessoas a objetos, lugares ou práticas
culturais que os tornam patrimônio de uma coletividade (ou patrimônio coletivo).

De acordo com o Art. 216 da Constituição Federal Brasileira constituem patrimônio


cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou
em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira.

São eles:

- As formas de expressão;
- Os modos de criar, fazer e viver;

- As criações científicas, artísticas e tecnológicas;

- As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às


manifestações artístico-culturais;

- Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,


paleontológico, ecológico e científico.

A Lei nº 4.741 de 17 de dezembro 1985, que dispõe sobre o tombamento de Bens para
integração no Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Estado de Alagoas, afirma que
patrimônio cultural consiste nos bens de interesse cultural e consequentemente suscetíveis
da proteção e vigilância do Poder Público estadual todos aqueles que, móveis ou imóveis,
atuais ou futuros, existentes no território alagoano, por seu valor histórico, artístico,
arqueológico, etnográfico, paisagístico, folclórico ou bibliográfico, mereçam ser
preservados de destruição ou de utilização inadequada.

O patrimônio cultural pode ser classificado quanto à sua natureza, que pode ser material
ou imaterial.

O patrimônio material consiste, segundo o Decreto-Lei nº 25/1937, no conjunto de


bens culturais móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse
público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu
excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.

Já o patrimônio imaterial, por sua vez, é definido pela UNESCO como as práticas,
representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos,
artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e,
em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio
cultural.
TEXTO 2

O QUE É PATRIMÔNIO CULTURAL?


No dia 17 de agosto é celebrado no Brasil o Dia Nacional do Patrimônio Histórico,
criado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN) no ano de
1998. Nessa data, diversos estados da União desenvolvem ações de conscientização e
valorização do patrimônio cultural brasileiro. Mas para falarmos desse dia, precisamos
antes entender o que é patrimônio cultural, sua função em nossa sociedade e
as diversas formas que assume.
Imagem: Rei Momo no carnaval de Recife / Fotos Públicas
PATRIMÔNIO CULTURAL NO BRASIL
As discussões sobre a proteção do patrimônio histórico brasileiro iniciaram na primeira
metade do século XX e deram origem ao Decreto-Lei Federal nº 25 de 30 de novembro
de 1937. Essa lei passou a utilizar o tombamento como forma de proteção ao
patrimônio histórico e artístico nacional. A legislação foi aprovada quase ao mesmo
tempo em que foi criada a entidade pública responsável pelo Patrimônio no Brasil, o já
citado IPHAN que, à época de sua criação denominava-se Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (SPHAN).
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A lei de tombamento federal e o SPHAN foram criadas durante o Estado Novo de Getúlio
Vargas, reafirmando sua política nacionalista e de busca por umaidentidade nacional. A
legislação de tombamento federal, visando proteger o patrimônio histórico em todas as
suas esferas, define como patrimônio brasileiro:
“Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis
e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”
O tombamento ainda é o instrumento legal mais utilizado para a proteção da
arquitetura histórica ou Patrimônio Cultural Material. Porém, a Constituição Federal
de 1988 ampliou as possibilidades de proteção e preservação do patrimônio,
reconhecendo o Registro e o Inventário como formas de proteção. Ampliar essa noção
de patrimônio foi fundamental, pois o Decreto-Lei de 1937 é bastante voltado para a
preservação da arquitetura histórica, paisagens e conjuntos urbanos.
TEXTO 3

PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL


O conceito de patrimônio material se refere a bens culturais de caráter tangível. Ou
seja, bens que podem ser percebidos e reconhecidos pela coletividade a partir de sua
existência física/material.
No processo de tombamento – que acaba sendo uma forma de proteção –
são identificadas características materiais desses bens. Podem-se citar como exemplos
informações sobre de que materiais são feitos, que etnia representam, o período e a técnica
de construção. Ou seja, características tangíveis, perceptíveis a partir de suas
características físicas e materiais e sua permanência no espaço.
O valor material e arquitetônico dos dois edifícios que você vê na foto são evidentes, não
é mesmo? Você saberia dizer onde eles estão localizados antes de passar o mouse sobre

a imagem?
Foto: Marco Zero, Recife / Pixabay

Os livros do Patrimônio Cultural Material


Uma vez identificados, os bens podem ser registrados em um dos quatro livros de Tombo,
saiba um pouquinho sobre cada um deles:
 Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico ou Paisagístico: inclui bens
relacionados a vestígios históricos da ocupação humana, etnografia – estudo de etnias
– de grupos sociais e paisagens naturais ou criadas pelo homem. São exemplos
o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) e a Serra da Barriga, em União dos
Palmares (AL).
 Livro do Tombo Histórico: nesse livro são inscritos os bens móveis e imóveis
de valor cultural a serem preservados, como a cidade de Ouro Preto (MG) e o Centro
Histórico da Lapa (PR).
 Livro do Tombo das Belas Artes: bens culturais que devem ser preservados por
seu valor artístico e de expressão, encaixam-se aqui. Combinam beleza e arte, ao
contrário das Artes Aplicadas que combinam beleza e utilidade. Com exemplo
podemos citar o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos em Congonhas (MG).
 Livro do Tombo das Artes Aplicadas: os bens inscritos nesse livro possuem
tanto valor artístico como utilitário. A expressão dessas artes são aplicadas em
azulejos, forros, painéis, tapeçarias e objetos.
O Patrimônio Cultural Material possibilita ao coletivo perceber as diversas características
identitárias e históricas de uma sociedade. De modo geral, nossas cidades se diferenciam
pelo seu patrimônio histórico, é a partir dele que conseguimos identificar uma cidade e
sua memória coletiva.
/ Fotos Públicas

Foto: Arcos da Lapa, Rio de Janeiro / Fotos Píblicas


TEXTO 4
PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL
Como já explicamos, a Constituição Federal de 1988 amplia o conceito de patrimônio
cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e também
de natureza imaterial. Esse reconhecimento foi fundamental para a criação do Decreto
nº 3.551, de 04 de agosto de 2000. Ele possibilitou que as práticas sociais e culturais
coletivas pudessem ser identificadas e reconhecidas, e ainda criou uma nova forma de
proteção legal diferente do tombamento, o registro. Isso porque, quando tratamos de
patrimônio imaterial, estamos falando de festas, celebrações, gastronomia… Enfim,
questões culturais do nosso cotidiano e que representam o coletivo através de suas formas
de saber, fazer e se expressar.
A natureza imaterial desses bens e o fato de sua produção ser construída de forma
coletiva, faz com que em seu registro sejam descritas sua representatividade social a partir
das suas singularidades. Por exemplo, no caso de um bordado em renda, serão registradas,
dentre outras coisas, sua origem, tipos de linha, modos de fazer e também serão levantadas
informações sobre as pessoas que realizam o trabalho, como elas aprenderam e em que
contexto.
Os livros do Patrimônio Cultural Imaterial
Para que esses bens pudessem ser devidamente registrados, foram criados, por meio
do Decreto nº 3.551, quatro livros. Em cada um deles está registrado o bem cultural de
acordo com sua natureza:
 Livro de Registro dos Saberes: relacionado aos conhecimentos, ofícios e
técnicas tradicionais representativas de um grupo social, como o Modo Artesanal de
Fazer o Queijo de Minas ou o Modo de Fazer Viola de Cocho.
 Livro de Registro das Celebrações: locais de festas, rituais, celebrações que
sejam importantes para a cultura e memória coletiva, como o Círio de Nossa Senhora
de Nazaré ou a Festa do Senhor Bom Jesus do Bonfim.
 Livro de Registro das Formas de Expressão: manifestações artísticas, literárias,
cênicas, lúdicas, plásticas… Enfim, a forma como determinados grupos sociais se
expressam e manifestam culturalmente. Como exemplo podemos citar o Frevo,
a Roda de Capoeira e o Toque dos Sinos em Minas Gerais.
 Livro de Registro dos Lugares: espaços de festas, celebrações e outras
manifestações que tenham representatividade para a vida social, como mercados,
feiras e praças. A Feira de Caruaru e a Cachoeira de Iauaretê – Lugar Sagrado dos
Povos dos Rios Uaupés e Papuri são exemplos.
Foto: Roda de Capoeira. Reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial d
DIA NACIONAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Como já falamos, o IPHAN, a partir de 1988, instituiu o Dia Nacional do Patrimônio
Histórico. A data celebra o reconhecimento do Patrimônio pelas três esferas de governo
– união, estados e municípios – e estimula ações de disseminação, educação e
valorização do patrimônio histórico. A necessidade de preservação e valorização
desses bens culturais desencadeou a criação de políticas públicas que buscam
a perpetuação da memória coletiva, através do tombamento ou registro.
Os bens culturais e as imagens mostradas nesse texto são patrimônios protegidos, seja por
tombamento ou registro. Essa proteção tem com objetivo preservar culturas e tradições
importantes para a população brasileira e formação de sua identidade. O mais
importante é lembrar que o patrimônio é aquilo que desperta uma memória e que, de
alguma forma, nos identifica como pertencentes a um contexto cultural e social muito
mais amplo, onde por mais diferentes que sejamos, também podemos encontrar
semelhanças. Você tem exemplos de patrimônios materiais ou imateriais que fazem parte
da sua identidade e cultura? Conte para nós!

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