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Gestão orçamentária pública

Coletânea de legislação

2a edição
Atualizada até abril de 2017
Gestão orçamentária pública
Coletânea de legislação

SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2017 – 2018

Senador Eunício Oliveira


PRESIDENTE

Senador Cássio Cunha Lima


PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE

Senador João Alberto Souza


SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE

Senador José Pimentel


PRIMEIRO-SECRETÁRIO

Senador Gladson Cameli


SEGUNDO-SECRETÁRIO

Senador Antonio Carlos Valadares


TERCEIRO-SECRETÁRIO

Senador Zeze Perrella


QUARTO-SECRETÁRIO

SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Eduardo Amorim
Senador Sérgio Petecão
Senador Davi Alcolumbre
Senador Cidinho Santos
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas

Gestão orçamentária pública


Coletânea de legislação
2a edição

Brasília – 2017
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho

Impressa na Secretaria de Editoração e Publicações


Diretor: Fabrício Ferrão Araújo

Produzida na Coordenação de Edições Técnicas


Coordenador: Aloysio de Brito Vieira

Organização: Marco Túlio Cordeiro


Atualização: Kilpatrick Campelo
Revisão técnica: Kilpatrick Campelo
Revisão de provas: Vilma de Sousa
Editoração eletrônica: Raphael Melleiro
Ilustrações: Angelina Almeida
Projeto gráfico: Raphael Melleiro e Rejane Campos

Atualizada até setembro de 2017.

Gestão orçamentária pública : coletânea de legislação. – 2. ed. – Brasília :


Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017.
148 p.

ISBN: 978-85-7018-860-1

Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Normas principais –


Lei Complementar no 101/2000 – Lei no 4.320/1964 – Decreto no 62.115/1968
– Normas correlatas.

1. Gestão orçamentária, legislação, Brasil. 2. Orçamento público, Brasil.


3. Política orçamentária, Brasil. 4. Administração financeira, Brasil.

CDDir 341.383

Coordenação de Edições Técnicas


Senado Federal, Bloco 08, Mezanino, Setor 011
CEP: 70165-900 – Brasília, DF
E-mail: livros@senado.leg.br

Alô Senado: 0800 61 2211


Sumário

9 Apresentação

Dispositivos constitucionais pertinentes


12 Constituição da República Federativa do Brasil

Normas principais
Lei Complementar no 101/2000
20 Capítulo I – Disposições Preliminares
Capítulo II – Do Planejamento
21 Seção I – Do Plano Plurianual
21 Seção II – Da Lei de Diretrizes Orçamentárias
21 Seção III – Da Lei Orçamentária Anual
22 Seção IV – Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas
Capítulo III – Da Receita Pública
23 Seção I – Da Previsão e da Arrecadação
23 Seção II – Da Renúncia de Receita
Capítulo IV – Da Despesa Pública
24 Seção I – Da Geração da Despesa
24 Subseção I – Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
Seção II – Das Despesas com Pessoal
25 Subseção I – Definições e Limites
26 Subseção II – Do Controle da Despesa Total com Pessoal
27 Seção III – Das Despesas com a Seguridade Social
27 Capítulo V – Das Transferências Voluntárias
28 Capítulo VI – Da Destinação de Recursos Públicos para o Setor Privado
Capítulo VII – Da Dívida e do Endividamento
28 Seção I – Definições Básicas
29 Seção II – Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito
29 Seção III – Da Recondução da Dívida aos Limites
Seção IV – Das Operações de Crédito
30 Subseção I – Da Contratação
31 Subseção II – Das Vedações
31 Subseção III – Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária
32 Subseção IV – Das Operações com o Banco Central do Brasil
32 Seção V – Da Garantia e da Contragarantia
33 Seção VI – Dos Restos a Pagar
Capítulo VIII – Da Gestão Patrimonial
33 Seção I – Das Disponibilidades de Caixa
33 Seção II – Da Preservação do Patrimônio Público
34 Seção III – Das Empresas Controladas pelo Setor Público
Capítulo IX – Da Transparência, Controle e Fiscalização
34 Seção I – Da Transparência da Gestão Fiscal
35 Seção II – Da Escrituração e Consolidação das Contas
36 Seção III – Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária
36 Seção IV – Do Relatório de Gestão Fiscal
37 Seção V – Das Prestações de Contas
38 Seção VI – Da Fiscalização da Gestão Fiscal
38 Capítulo X – Das Disposições Finais e Transitórias
Lei no 4.320/1964
42 Disposição Preliminar
Título I – Da Lei de Orçamento
42 Capítulo I – Disposições Gerais
43 Capítulo II – Da Receita
43 Capítulo III – Da Despesa
Seção I – Das Despesas Correntes
45 Subseção Única – Das Transferências Correntes
Seção II – Das Despesas de Capital
45 Subseção Primeira – Dos Investimentos
46 Subseção Segunda – Das Transferências de Capital
Título II – Da Proposta Orçamentária
46 Capítulo I – Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária
Capítulo II – Da Elaboração da Proposta Orçamentária
46 Seção Primeira – Das Previsões Plurienais
47 Seção Segunda – Das Previsões Anuais
47 Título III – Da Elaboração da Lei de Orçamento
47 Título IV – Do Exercício Financeiro
48 Título V – Dos Créditos Adicionais
Título VI – Da Execução do Orçamento
49 Capítulo I – Da Programação da Despesa
49 Capítulo II – Da Receita
50 Capítulo III – Da Despesa
51 Título VII – Dos Fundos Especiais
Título VIII – Do Controle da Execução Orçamentária
51 Capítulo I – Disposições Gerais
51 Capítulo II – Do Controle Interno
52 Capítulo III – Do Controle Externo
Título IX – Da Contabilidade
52 Capítulo I – Disposições Gerais
52 Capítulo II – Da Contabilidade Orçamentária e Financeira
53 Capítulo III – Da Contabilidade Patrimonial e Industrial
53 Capítulo IV – Dos Balanços
54 Título X – Das Autarquias e Outras Entidades
54 Título XI – Disposições Finais
56 Decreto no 62.115/1968

Normas correlatas
58 Lei no 13.249/2016
61 Lei no 10.180/2001
69 Lei no 10.028/2000
70 Lei no 1.079/1950
74 Decreto-Lei no 1.290/1973
75 Decreto-Lei no 2.848/1940
77 Decreto no 8.759/2016
80 Decreto no 8.420/2015
91 Decreto no 7.724/2012
107 Decreto no 7.185/2010
110 Decreto no 5.379/2005
115 Decreto no 5.356/2005
118 Decreto no 4.959/2004
125 Decreto no 3.917/2001
126 Decreto no 93.872/1986
O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação

As obras de legislação do Senado Federal visam a permitir o acesso do cidadão


à legislação em vigor relativa a temas específicos de interesse público.

Tais coletâneas incluem dispositivos constitucionais, códigos ou leis principais


sobre o tema, além de normas correlatas e acordos internacionais relevantes,
a depender do assunto. Por meio de compilação atualizada e fidedigna,
apresenta-se ao leitor um painel consistente para estudo e consulta.

O índice temático, quando apresentado, oferece verbetes com tópicos de relevo,


tornando fácil e rápida a consulta a dispositivos de interesse mais pontual.

Na Livraria Virtual do Senado (www.senado.leg.br/livraria), além das obras


impressas disponíveis para compra direta, o leitor encontra e-books para
download imediato e gratuito.

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contribuirão para o aprimoramento de nossos livros e periódicos.

Apresentação

9
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil

�������������������������������������������������������������������������������� União e das entidades da administração direta


e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
TÍTULO III – Da Organização do Estado economicidade, aplicação das subvenções e
�������������������������������������������������������������������������������� renúncia de receitas, será exercida pelo Con-
gresso Nacional, mediante controle externo, e
CAPÍTULO II – Da União pelo sistema de controle interno de cada Poder.
�������������������������������������������������������������������������������� Parágrafo único.  Prestará contas qualquer
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
Art. 24.  Compete à União, aos Estados e ao utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
Distrito Federal legislar concorrentemente dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais
sobre: a União responda, ou que, em nome desta, assu-
�������������������������������������������������������������������������������� ma obrigações de natureza pecuniária.
II – orçamento;
�������������������������������������������������������������������������������� Art. 71.  O controle externo, a cargo do Con-
gresso Nacional, será exercido com o auxílio do
TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
CAPÍTULO I – Do Poder Legislativo I – apreciar as contas prestadas anualmente
�������������������������������������������������������������������������������� pelo Presidente da República, mediante parecer
SEÇÃO II – Das Atribuições do Congresso prévio que deverá ser elaborado em sessenta
Nacional dias a contar de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e
Art. 48.  Cabe ao Congresso Nacional, com a demais responsáveis por dinheiros, bens e valo-
sanção do Presidente da República, não exigida res públicos da administração direta e indireta,
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
dispor sobre todas as matérias de competência mantidas pelo Poder Público federal, e as contas
da União, especialmente sobre: daqueles que derem causa a perda, extravio ou
�������������������������������������������������������������������������������� outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
II – plano plurianual, diretrizes orçamen- erário público;
tárias, orçamento anual, operações de crédito, III – apreciar, para fins de registro, a legalida-
dívida pública e emissões de curso forçado; de dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
�������������������������������������������������������������������������������� título, na administração direta e indireta, in-
IX – organização administrativa, judiciária, cluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
do Ministério Público e da Defensoria Pública Poder Público, excetuadas as nomeações para
Gestão orçamentária pública

da União e dos Territórios e organização judiciá- cargo de provimento em comissão, bem como
ria e do Ministério Público do Distrito Federal; a das concessões de aposentadorias, reformas
�������������������������������������������������������������������������������� e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato
SEÇÃO IX – Da Fiscalização Contábil, concessório;
Financeira e Orçamentária IV – realizar, por iniciativa própria, da Câ-
mara dos Deputados, do Senado Federal, de
Art. 70.  A fiscalização contábil, financeira, Comissão técnica ou de inquérito, inspeções
12 orçamentária, operacional e patrimonial da e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, nas de subsídios não aprovados, poderá solicitar à
unidades administrativas dos Poderes Legisla- autoridade governamental responsável que, no
tivo, Executivo e Judiciário, e demais entidades prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos
referidas no inciso II; necessários.
V – fiscalizar as contas nacionais das em- § 1o  Não prestados os esclarecimentos, ou
presas supranacionais de cujo capital social a considerados estes insuficientes, a Comissão so-
União participe, de forma direta ou indireta, licitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo
nos termos do tratado constitutivo; sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recur- § 2 o  Entendendo o Tribunal irregular a
sos repassados pela União mediante convênio, despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêne- causar dano irreparável ou grave lesão à econo-
res, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; mia pública, proporá ao Congresso Nacional
VII – prestar as informações solicitadas sua sustação.
pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comis- Art. 73.  O Tribunal de Contas da União, inte-
sões, sobre a fiscalização contábil, financeira, grado por nove Ministros, tem sede no Distrito
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição
resultados de auditorias e inspeções realizadas; em todo o território nacional, exercendo, no
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de que couber, as atribuições previstas no art. 96.
ilegalidade de despesa ou irregularidade de con- § 1o  Os Ministros do Tribunal de Contas da
tas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, União serão nomeados dentre brasileiros que
entre outras cominações, multa proporcional ao satisfaçam os seguintes requisitos:
dano causado ao erário; I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta
IX – assinar prazo para que o órgão ou enti- e cinco anos de idade;
dade adote as providências necessárias ao exato II – idoneidade moral e reputação ilibada;
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; III – notórios conhecimentos jurídicos,
X – sustar, se não atendido, a execução do ato contábeis, econômicos e financeiros ou de ad-
impugnado, comunicando a decisão à Câmara ministração pública;
dos Deputados e ao Senado Federal; IV – mais de dez anos de exercício de função
XI – representar ao Poder competente sobre ou de efetiva atividade profissional que exija os
irregularidades ou abusos apurados. conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 1o  No caso de contrato, o ato de sustação § 2o  Os Ministros do Tribunal de Contas da
será adotado diretamente pelo Congresso União serão escolhidos:
Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder I – um terço pelo Presidente da República,
Executivo as medidas cabíveis. com aprovação do Senado Federal, sendo dois
§ 2o  Se o Congresso Nacional ou o Poder alternadamente dentre auditores e membros do
Executivo, no prazo de noventa dias, não efeti- Ministério Público junto ao Tribunal, indicados
var as medidas previstas no parágrafo anterior, em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os cri-
Dispositivos constitucionais pertinentes

o Tribunal decidirá a respeito. térios de antiguidade e merecimento;


§ 3o  As decisões do Tribunal de que resulte II – dois terços pelo Congresso Nacional.
imputação de débito ou multa terão eficácia de § 3o  Os Ministros do Tribunal de Contas da
título executivo. União terão as mesmas garantias, prerrogativas,
§ 4o  O Tribunal encaminhará ao Congresso impedimentos, vencimentos e vantagens dos
Nacional, trimestral e anualmente, relatório de Ministros do Superior Tribunal de Justiça, apli-
suas atividades. cando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão,
as normas constantes do art. 40.
Art. 72.  A Comissão mista permanente a § 4o  O auditor, quando em substituição a
que se refere o art. 166, § 1o, diante de indícios Ministro, terá as mesmas garantias e impedi-
de despesas não autorizadas, ainda que sob a mentos do titular e, quando no exercício das
forma de investimentos não programados ou 13
demais atribuições da judicatura, as de juiz de �������������������������������������������������������������������������������
Tribunal Regional Federal. VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a)  organização e funcionamento da ad-
Art. 74.  Os Poderes Legislativo, Executivo e ministração federal, quando não implicar
Judiciário manterão, de forma integrada, sis- aumento de despesa nem criação ou extinção
tema de controle interno com a finalidade de: de órgãos públicos;
I – avaliar o cumprimento das metas previs- �������������������������������������������������������������������������������
tas no plano plurianual, a execução dos progra- XXII – permitir, nos casos previstos em lei
mas de governo e dos orçamentos da União; complementar, que forças estrangeiras transi-
II – comprovar a legalidade e avaliar os re- tem pelo território nacional ou nele permane-
sultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão çam temporariamente;
orçamentária, financeira e patrimonial nos XXIII – enviar ao Congresso Nacional o
órgãos e entidades da administração federal, plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
bem como da aplicação de recursos públicos orçamentárias e as propostas de orçamento
por entidades de direito privado; previstos nesta Constituição;
III – exercer o controle das operações de �������������������������������������������������������������������������������
crédito, avais e garantias, bem como dos direitos
e haveres da União; TÍTULO VI – Da Tributação e do
IV – apoiar o controle externo no exercício Orçamento
de sua missão institucional. �������������������������������������������������������������������������������
§ 1o  Os responsáveis pelo controle interno,
ao tomarem conhecimento de qualquer irre- CAPÍTULO II – Das Finanças Públicas
gularidade ou ilegalidade, dela darão ciência �������������������������������������������������������������������������������
ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária. SEÇÃO II – Dos Orçamentos
§ 2o  Qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para, Art. 165.  Leis de iniciativa do Poder Executivo
na forma da lei, denunciar irregularidades ou estabelecerão:
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da I – o plano plurianual;
União. II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.
Art. 75.  As normas estabelecidas nesta seção § 1o  A lei que instituir o plano plurianual
aplicam-se, no que couber, à organização, estabelecerá, de forma regionalizada, as diretri-
composição e fiscalização dos Tribunais de zes, objetivos e metas da administração pública
Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem federal para as despesas de capital e outras delas
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos decorrentes e para as relativas aos programas
Municípios. de duração continuada.
Parágrafo único.  As Constituições estaduais § 2o  A lei de diretrizes orçamentárias com-
disporão sobre os Tribunais de Contas respecti- preenderá as metas e prioridades da adminis-
vos, que serão integrados por sete Conselheiros. tração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente,
Gestão orçamentária pública

orientará a elaboração da lei orçamentária


CAPÍTULO II – Do Poder Executivo anual, disporá sobre as alterações na legislação
������������������������������������������������������������������������������� tributária e estabelecerá a política de aplicação
das agências financeiras oficiais de fomento.
SEÇÃO II – Das Atribuições do Presidente § 3o  O Poder Executivo publicará, até trinta
da República dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária.
Art. 84.  Compete privativamente ao Presiden- § 4 o  Os planos e programas nacionais,
14 te da República: regionais e setoriais previstos nesta Constitui-
ção serão elaborados em consonância com o tação das programações de caráter obrigatório,
plano plurianual e apreciados pelo Congresso para a realização do disposto no § 11 do art. 166.
Nacional.
§ 5o  A lei orçamentária anual compreen- Art. 166.  Os projetos de lei relativos ao plano
derá: plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao or-
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes çamento anual e aos créditos adicionais serão
da União, seus fundos, órgãos e entidades apreciados pelas duas Casas do Congresso
da administração direta e indireta, inclusive Nacional, na forma do regimento comum.
fundações instituídas e mantidas pelo Poder § 1o  Caberá a uma Comissão mista perma-
Público; nente de Senadores e Deputados:
II – o orçamento de investimento das em- I – examinar e emitir parecer sobre os pro-
presas em que a União, direta ou indiretamente, jetos referidos neste artigo e sobre as contas
detenha a maioria do capital social com direito apresentadas anualmente pelo Presidente da
a voto; República;
III – o orçamento da seguridade social, II – examinar e emitir parecer sobre os
abrangendo todas as entidades e órgãos a ela planos e programas nacionais, regionais e se-
vinculados, da administração direta ou indireta, toriais previstos nesta Constituição e exercer o
bem como os fundos e fundações instituídos e acompanhamento e a fiscalização orçamentária,
mantidos pelo Poder Público. sem prejuízo da atuação das demais comissões
§ 6o  O projeto de lei orçamentária será do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas
acompanhado de demonstrativo regionalizado de acordo com o art. 58.
do efeito, sobre as receitas e despesas, decorren- § 2o  As emendas serão apresentadas na Co-
te de isenções, anistias, remissões, subsídios e missão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
benefícios de natureza financeira, tributária e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário
creditícia. das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 7o  Os orçamentos previstos no § 5o, I e § 3o  As emendas ao projeto de lei do orça-
II, deste artigo, compatibilizados com o plano mento anual ou aos projetos que o modifiquem
plurianual, terão entre suas funções a de reduzir somente podem ser aprovadas caso:
desigualdades inter-regionais, segundo critério I – sejam compatíveis com o plano pluria-
populacional. nual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
§ 8o  A lei orçamentária anual não conterá II – indiquem os recursos necessários, ad-
dispositivo estranho à previsão da receita e à mitidos apenas os provenientes de anulação de
fixação da despesa, não se incluindo na proi- despesa, excluídas as que incidam sobre:
bição a autorização para abertura de créditos a)  dotações para pessoal e seus encargos;
suplementares e contratação de operações de b)  serviço da dívida;
crédito, ainda que por antecipação de receita, c)  transferências tributárias constitucionais
nos termos da lei. para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
§ 9o  Cabe à lei complementar: III – sejam relacionadas:
Dispositivos constitucionais pertinentes

I – dispor sobre o exercício financeiro, a vi- a)  com a correção de erros ou omissões; ou
gência, os prazos, a elaboração e a organização b)  com os dispositivos do texto do projeto
do plano plurianual, da lei de diretrizes orça- de lei.
mentárias e da lei orçamentária anual; § 4o  As emendas ao projeto de lei de diretri-
II – estabelecer normas de gestão financeira zes orçamentárias não poderão ser aprovadas
e patrimonial da administração direta e indi- quando incompatíveis com o plano plurianual.
reta bem como condições para a instituição e § 5 o  O Presidente da República poderá
funcionamento de fundos; enviar mensagem ao Congresso Nacional para
III – dispor sobre critérios para a execução propor modificação nos projetos a que se refere
equitativa, além de procedimentos que serão este artigo enquanto não iniciada a votação,
adotados quando houver impedimentos legais e na Comissão mista, da parte cuja alteração é
técnicos, cumprimento de restos a pagar e limi- proposta. 15
§ 6o  Os projetos de lei do plano plurianual, § 14.  No caso de impedimento de ordem
das diretrizes orçamentárias e do orçamento técnica, no empenho de despesa que integre
anual serão enviados pelo Presidente da Repú- a programação, na forma do § 11 deste artigo,
blica ao Congresso Nacional, nos termos da lei serão adotadas as seguintes medidas:
complementar a que se refere o art. 165, § 9o. I – até 120 (cento e vinte) dias após a pu-
§ 7o  Aplicam-se aos projetos mencionados blicação da lei orçamentária, o Poder Execu-
neste artigo, no que não contrariar o disposto tivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário,
nesta seção, as demais normas relativas ao o Ministério Público e a Defensoria Pública
processo legislativo. enviarão ao Poder Legislativo as justificativas
§ 8o  Os recursos que, em decorrência de do impedimento;
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei II – até 30 (trinta) dias após o término do
orçamentária anual, ficarem sem despesas prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo
correspondentes poderão ser utilizados, con- indicará ao Poder Executivo o remanejamento
forme o caso, mediante créditos especiais ou da programação cujo impedimento seja insu-
suplementares, com prévia e específica autori- perável;
zação legislativa. III – até 30 de setembro ou até 30 (trinta)
§ 9o  As emendas individuais ao projeto de dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder
lei orçamentária serão aprovadas no limite de Executivo encaminhará projeto de lei sobre o
1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da remanejamento da programação cujo impedi-
receita corrente líquida prevista no projeto en- mento seja insuperável;
caminhado pelo Poder Executivo, sendo que a IV – se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta)
metade deste percentual será destinada a ações dias após o término do prazo previsto no inciso
e serviços públicos de saúde. III, o Congresso Nacional não deliberar sobre o
§ 10.  A execução do montante destinado a projeto, o remanejamento será implementado
ações e serviços públicos de saúde previsto no por ato do Poder Executivo, nos termos previs-
§ 9o, inclusive custeio, será computada para fins tos na lei orçamentária.
do cumprimento do inciso I do § 2o do art. 198, § 15.  Após o prazo previsto no inciso IV do
vedada a destinação para pagamento de pessoal § 14, as programações orçamentárias previstas
ou encargos sociais. no § 11 não serão de execução obrigatória nos
§ 11.  É obrigatória a execução orçamentária casos dos impedimentos justificados na notifi-
e financeira das programações a que se refere o cação prevista no inciso I do § 14.
§ 9o deste artigo, em montante correspondente § 16.  Os restos a pagar poderão ser consi-
a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da derados para fins de cumprimento da execução
receita corrente líquida realizada no exercício financeira prevista no § 11 deste artigo, até o li-
anterior, conforme os critérios para a execu- mite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita
ção equitativa da programação definidos na corrente líquida realizada no exercício anterior.
lei complementar prevista no § 9o do art. 165. § 17.  Se for verificado que a reestimativa
§ 12.  As programações orçamentárias pre- da receita e da despesa poderá resultar no não
vistas no § 9o deste artigo não serão de execução cumprimento da meta de resultado fiscal esta-
obrigatória nos casos dos impedimentos de belecida na lei de diretrizes orçamentárias, o
ordem técnica. montante previsto no § 11 deste artigo poderá
Gestão orçamentária pública

§ 13.  Quando a transferência obrigatória ser reduzido em até a mesma proporção da limi-
da União, para a execução da programação tação incidente sobre o conjunto das despesas
prevista no § 11 deste artigo, for destinada a discricionárias.
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, § 18.  Considera-se equitativa a execução
independerá da adimplência do ente federativo das programações de caráter obrigatório que
destinatário e não integrará a base de cálculo da atenda de forma igualitária e impessoal às
receita corrente líquida para fins de aplicação emendas apresentadas, independentemente
dos limites de despesa de pessoal de que trata da autoria.
16 o caput do art. 169.
Art. 167.  São vedados: I, a, e II, para a realização de despesas distintas
I – o início de programas ou projetos não do pagamento de benefícios do regime geral
incluídos na lei orçamentária anual; de previdência social de que trata o art. 201.
II – a realização de despesas ou a assunção § 1o  Nenhum investimento cuja execução
de obrigações diretas que excedam os créditos ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
orçamentários ou adicionais; iniciado sem prévia inclusão no plano pluria-
III – a realização de operações de créditos nual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob
que excedam o montante das despesas de capi- pena de crime de responsabilidade.
tal, ressalvadas as autorizadas mediante créditos § 2o  Os créditos especiais e extraordinários
suplementares ou especiais com finalidade terão vigência no exercício financeiro em que
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por forem autorizados, salvo se o ato de autoriza-
maioria absoluta; ção for promulgado nos últimos quatro meses
IV – a vinculação de receita de impostos a daquele exercício, caso em que, reabertos nos
órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a reparti- limites de seus saldos, serão incorporados ao
ção do produto da arrecadação dos impostos a orçamento do exercício financeiro subsequente.
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação § 3o  A abertura de crédito extraordinário
de recursos para as ações e serviços públicos somente será admitida para atender a despesas
de saúde, para manutenção e desenvolvimento imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes
do ensino e para realização de atividades da de guerra, comoção interna ou calamidade
administração tributária, como determinado, pública, observado o disposto no art. 62.
respectivamente, pelos arts. 198, § 2o, 212 e 37, § 4o  É permitida a vinculação de receitas
XXII, e a prestação de garantias às operações próprias geradas pelos impostos a que se refe-
de crédito por antecipação de receita, previstas rem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que
no art. 165, § 8o, bem como o disposto no § 4o tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
deste artigo; prestação de garantia ou contragarantia à União
V – a abertura de crédito suplementar ou e para pagamento de débitos para com esta.
especial sem prévia autorização legislativa e § 5o  A transposição, o remanejamento ou a
sem indicação dos recursos correspondentes; transferência de recursos de uma categoria de
VI – a transposição, o remanejamento ou a programação para outra poderão ser admitidos,
transferência de recursos de uma categoria de no âmbito das atividades de ciência, tecnologia
programação para outra ou de um órgão para e inovação, com o objetivo de viabilizar os re-
outro, sem prévia autorização legislativa; sultados de projetos restritos a essas funções,
VII – a concessão ou utilização de créditos mediante ato do Poder Executivo, sem necessi-
ilimitados; dade da prévia autorização legislativa prevista
VIII – a utilização, sem autorização legislati- no inciso VI deste artigo.
va específica, de recursos dos orçamentos fiscal
e da seguridade social para suprir necessidade Art. 168.  Os recursos correspondentes às
ou cobrir déficit de empresas, fundações e fun- dotações orçamentárias, compreendidos os
Dispositivos constitucionais pertinentes

dos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5o; créditos suplementares e especiais, destinados
IX – a instituição de fundos de qualquer aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário,
natureza, sem prévia autorização legislativa; do Ministério Público e da Defensoria Pública,
X – a transferência voluntária de recursos ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês,
e a concessão de empréstimos, inclusive por em duodécimos, na forma da lei complementar
antecipação de receita, pelos Governos Fede- a que se refere o art. 165, § 9o.
ral e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, Art. 169.  A despesa com pessoal ativo e inati-
inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito vo da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Federal e dos Municípios; dos Municípios não poderá exceder os limites
XI – a utilização dos recursos provenientes estabelecidos em lei complementar.
das contribuições sociais de que trata o art. 195, 17
§ 1o  A concessão de qualquer vantagem ou I – redução em pelo menos vinte por cento
aumento de remuneração, a criação de cargos, das despesas com cargos em comissão e funções
empregos e funções ou alteração de estrutura de de confiança;
carreiras, bem como a admissão ou contratação II – exoneração dos servidores não estáveis.
de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e § 4o  Se as medidas adotadas com base no
entidades da administração direta ou indireta, parágrafo anterior não forem suficientes para
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo assegurar o cumprimento da determinação
poder público, só poderão ser feitas: da lei complementar referida neste artigo, o
I – se houver prévia dotação orçamentária servidor estável poderá perder o cargo, desde
suficiente para atender às projeções de despesa que ato normativo motivado de cada um dos
de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; Poderes especifique a atividade funcional, o
II – se houver autorização específica na lei de órgão ou unidade administrativa objeto da
diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empre- redução de pessoal.
sas públicas e as sociedades de economia mista. § 5o  O servidor que perder o cargo na forma
§ 2o  Decorrido o prazo estabelecido na do parágrafo anterior fará jus a indenização
lei complementar referida neste artigo para a correspondente a um mês de remuneração por
adaptação aos parâmetros ali previstos, serão ano de serviço.
imediatamente suspensos todos os repasses § 6o  O cargo objeto da redução prevista nos
de verbas federais ou estaduais aos Estados, parágrafos anteriores será considerado extinto,
ao Distrito Federal e aos Municípios que não vedada a criação de cargo, emprego ou função
observarem os referidos limites. com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
§ 3o  Para o cumprimento dos limites estabe- prazo de quatro anos.
lecidos com base neste artigo, durante o prazo § 7o  Lei federal disporá sobre as normas
fixado na lei complementar referida no caput, gerais a serem obedecidas na efetivação do
a União, os Estados, o Distrito Federal e os disposto no § 4o.
Municípios adotarão as seguintes providências: �������������������������������������������������������������������������������
Gestão orçamentária pública

18
Normas principais
Lei Complementar no 101/2000
Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas


do Município.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: Art. 2o  Para os efeitos desta Lei Complemen-
tar, entende-se como:
I – ente da Federação: a União, cada Estado,
CAPÍTULO I – Disposições Preliminares o Distrito Federal e cada Município;
II – empresa controlada: sociedade cuja
Art. 1o  Esta Lei Complementar estabelece maioria do capital social com direito a voto
normas de finanças públicas voltadas para a pertença, direta ou indiretamente, a ente da
responsabilidade na gestão fiscal, com amparo Federação;
no Capítulo II do Título VI da Constituição. III – empresa estatal dependente: empresa
§ 1o  A responsabilidade na gestão fiscal controlada que receba do ente controlador re-
pressupõe a ação planejada e transparente, em cursos financeiros para pagamento de despesas
que se previnem riscos e corrigem desvios ca- com pessoal ou de custeio em geral ou de ca-
pazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, pital, excluídos, no último caso, aqueles prove-
mediante o cumprimento de metas de resulta- nientes de aumento de participação acionária;
dos entre receitas e despesas e a obediência a IV – receita corrente líquida: somatório das
limites e condições no que tange a renúncia de receitas tributárias, de contribuições, patrimo-
receita, geração de despesas com pessoal, da niais, industriais, agropecuárias, de serviços,
seguridade social e outras, dívidas consolidada transferências correntes e outras receitas tam-
e mobiliária, operações de crédito, inclusive por bém correntes, deduzidos:
antecipação de receita, concessão de garantia e a)  na União, os valores transferidos aos
inscrição em Restos a Pagar. Estados e Municípios por determinação cons-
§ 2o  As disposições desta Lei Complementar titucional ou legal, e as contribuições mencio-
obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal nadas na alínea “a” do inciso I e no inciso II do
e os Municípios. art. 195, e no art. 239 da Constituição;
§ 3o  Nas referências: b)  nos Estados, as parcelas entregues aos
I – à União, aos Estados, ao Distrito Federal Municípios por determinação constitucional;
e aos Municípios, estão compreendidos: c)  na União, nos Estados e nos Municípios,
a)  o Poder Executivo, o Poder Legislativo, a contribuição dos servidores para o custeio do
neste abrangidos os Tribunais de Contas, o seu sistema de previdência e assistência social e
Poder Judiciário e o Ministério Público; as receitas provenientes da compensação finan-
Gestão orçamentária pública

b)  as respectivas administrações diretas, ceira citada no § 9o do art. 201 da Constituição.


fundos, autarquias, fundações e empresas es- § 1o  Serão computados no cálculo da receita
tatais dependentes; corrente líquida os valores pagos e recebidos em
II – a Estados entende-se considerado o decorrência da Lei Complementar no 87, de 13
Distrito Federal; de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo
III – a Tribunais de Contas estão incluídos: art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Tribunal de Contas da União, Tribunal de Transitórias.
Contas do Estado e, quando houver, Tribunal § 2o  Não serão considerados na receita cor-
20 rente líquida do Distrito Federal e dos Estados
do Amapá e de Roraima os recursos recebidos parando-as com as fixadas nos três exercícios
da União para atendimento das despesas de que anteriores, e evidenciando a consistência delas
trata o inciso V do § 1o do art. 19. com as premissas e os objetivos da política
§ 3o  A receita corrente líquida será apurada econômica nacional;
somando-se as receitas arrecadadas no mês em III – evolução do patrimônio líquido, tam-
referência e nos onze anteriores, excluídas as bém nos últimos três exercícios, destacando a
duplicidades. origem e a aplicação dos recursos obtidos com
a alienação de ativos;
IV – avaliação da situação financeira e
CAPÍTULO II – Do Planejamento atuarial:
SEÇÃO I – Do Plano Plurianual a)  dos regimes geral de previdência social
e próprio dos servidores públicos e do Fundo
Art. 3o (Vetado) de Amparo ao Trabalhador;
b)  dos demais fundos públicos e programas
estatais de natureza atuarial;
SEÇÃO II – Da Lei de Diretrizes V – demonstrativo da estimativa e compen-
Orçamentárias sação da renúncia de receita e da margem de
expansão das despesas obrigatórias de caráter
Art. 4 o  A lei de diretrizes orçamentárias continuado.
atenderá o disposto no §  2o do art.  165 da § 3 o  A lei de diretrizes orçamentárias
Constituição e: conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão
I – disporá também sobre: avaliados os passivos contingentes e outros
a)  equilíbrio entre receitas e despesas; riscos capazes de afetar as contas públicas,
b)  critérios e forma de limitação de empe- informando as providências a serem tomadas,
nho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na caso se concretizem.
alínea “b” do inciso II deste artigo, no art. 9o e § 4o  A mensagem que encaminhar o projeto
no inciso II do § 1o do art. 31; da União apresentará, em anexo específico, os
c)  (Vetada); objetivos das políticas monetária, creditícia e
d)  (Vetada); cambial, bem como os parâmetros e as proje-
e)  normas relativas ao controle de custos e à ções para seus principais agregados e variáveis,
avaliação dos resultados dos programas finan- e ainda as metas de inflação, para o exercício
ciados com recursos dos orçamentos; subsequente.
f )  demais condições e exigências para
transferências de recursos a entidades públicas
e privadas; SEÇÃO III – Da Lei Orçamentária Anual
II – (Vetado);
III – (Vetado). Art. 5o  O projeto de lei orçamentária anual,
§ 1o  Integrará o projeto de lei de diretrizes elaborado de forma compatível com o plano
orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que plurianual, com a lei de diretrizes orçamentá-
serão estabelecidas metas anuais, em valores rias e com as normas desta Lei Complementar:
correntes e constantes, relativas a receitas, I – conterá, em anexo, demonstrativo da
despesas, resultados nominal e primário e compatibilidade da programação dos orça-
montante da dívida pública, para o exercício a mentos com os objetivos e metas constantes do
que se referirem e para os dois seguintes. documento de que trata o § 1o do art. 4o;
Normas principais

§ 2o  O Anexo conterá, ainda: II – será acompanhado do documento a que


I – avaliação do cumprimento das metas se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem
relativas ao ano anterior; como das medidas de compensação a renúncias
II – demonstrativo das metas anuais, instruí- de receita e ao aumento de despesas obrigató-
do com memória e metodologia de cálculo que rias de caráter continuado;
justifiquem os resultados pretendidos, com- 21
III – conterá reserva de contingência, cuja demonstrados trimestralmente, nos termos em
forma de utilização e montante, definido com que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias
base na receita corrente líquida, serão esta- da União.
belecidos na lei de diretrizes orçamentárias, § 3o  Os balanços trimestrais do Banco Cen-
destinada ao: tral do Brasil conterão notas explicativas sobre
a)  (Vetada); os custos da remuneração das disponibilidades
b)  atendimento de passivos contingentes e do Tesouro Nacional e da manutenção das re-
outros riscos e eventos fiscais imprevistos. servas cambiais e a rentabilidade de sua carteira
§ 1o  Todas as despesas relativas à dívida de títulos, destacando os de emissão da União.
pública, mobiliária ou contratual, e as receitas
que as atenderão, constarão da lei orçamentária
anual. SEÇÃO IV – Da Execução Orçamentária e
§ 2o  O refinanciamento da dívida pública do Cumprimento das Metas
constará separadamente na lei orçamentária e
nas de crédito adicional. Art. 8o  Até trinta dias após a publicação dos
§ 3o  A atualização monetária do principal orçamentos, nos termos em que dispuser a
da dívida mobiliária refinanciada não poderá lei de diretrizes orçamentárias e observado o
superar a variação do índice de preços previsto disposto na alínea “c” do inciso I do art. 4o, o
na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legis- Poder Executivo estabelecerá a programação
lação específica. financeira e o cronograma de execução mensal
§ 4o  É vedado consignar na lei orçamentá- de desembolso.
ria crédito com finalidade imprecisa ou com Parágrafo único.  Os recursos legalmente
dotação ilimitada. vinculados a finalidade específica serão utiliza-
§ 5o  A lei orçamentária não consignará do- dos exclusivamente para atender ao objeto de
tação para investimento com duração superior sua vinculação, ainda que em exercício diverso
a um exercício financeiro que não esteja previs- daquele em que ocorrer o ingresso.
to no plano plurianual ou em lei que autorize
a sua inclusão, conforme disposto no § 1o do Art. 9o  Se verificado, ao final de um bimestre,
art. 167 da Constituição. que a realização da receita poderá não com-
§ 6o  Integrarão as despesas da União, e se- portar o cumprimento das metas de resultado
rão incluídas na lei orçamentária, as do Banco primário ou nominal estabelecidas no Anexo de
Central do Brasil relativas a pessoal e encargos Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
sociais, custeio administrativo, inclusive os des- promoverão, por ato próprio e nos montantes
tinados a benefícios e assistência aos servidores, necessários, nos trinta dias subsequentes, limi-
e a investimentos. tação de empenho e movimentação financeira,
§ 7o (Vetado) segundo os critérios fixados pela lei de diretri-
zes orçamentárias.
Art. 6o (Vetado) § 1o  No caso de restabelecimento da receita
prevista, ainda que parcial, a recomposição
Art. 7o  O resultado do Banco Central do Bra- das dotações cujos empenhos foram limitados
sil, apurado após a constituição ou reversão de dar-se-á de forma proporcional às reduções
Gestão orçamentária pública

reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, efetivadas.


e será transferido até o décimo dia útil subse- § 2o  Não serão objeto de limitação as despe-
quente à aprovação dos balanços semestrais. sas que constituam obrigações constitucionais
§ 1o  O resultado negativo constituirá obri- e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao
gação do Tesouro para com o Banco Central do pagamento do serviço da dívida, e as ressalva-
Brasil e será consignado em dotação específica das pela lei de diretrizes orçamentárias.
no orçamento. § 3o  No caso de os Poderes Legislativo e
§ 2o  O impacto e o custo fiscal das operações Judiciário e o Ministério Público não promove-
22 realizadas pelo Banco Central do Brasil serão rem a limitação no prazo estabelecido no caput,
é o Poder Executivo autorizado a limitar os lução nos últimos três anos, da projeção para
valores financeiros segundo os critérios fixados os dois seguintes àquele a que se referirem, e da
pela lei de diretrizes orçamentárias.1 metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
§ 4o  Até o final dos meses de maio, setembro § 1o  Reestimativa de receita por parte do
e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e Poder Legislativo só será admitida se compro-
avaliará o cumprimento das metas fiscais de vado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
cada quadrimestre, em audiência pública na § 2o  O montante previsto para as receitas de
comissão referida no § 1o do art. 166 da Cons- operações de crédito não poderá ser superior
tituição ou equivalente nas Casas Legislativas ao das despesas de capital constantes do projeto
estaduais e municipais. de lei orçamentária.2
§ 5o  No prazo de noventa dias após o en- § 3o  O Poder Executivo de cada ente co-
cerramento de cada semestre, o Banco Central locará à disposição dos demais Poderes e do
do Brasil apresentará, em reunião conjunta Ministério Público, no mínimo trinta dias
das comissões temáticas pertinentes do Con- antes do prazo final para encaminhamento
gresso Nacional, avaliação do cumprimento de suas propostas orçamentárias, os estudos
dos objetivos e metas das políticas monetária, e as estimativas das receitas para o exercício
creditícia e cambial, evidenciando o impacto e subsequente, inclusive da corrente líquida, e
o custo fiscal de suas operações e os resultados as respectivas memórias de cálculo.
demonstrados nos balanços.
Art. 13.  No prazo previsto no art. 8o, as re-
Art. 10.  A execução orçamentária e financeira ceitas previstas serão desdobradas, pelo Poder
identificará os beneficiários de pagamento de Executivo, em metas bimestrais de arrecadação,
sentenças judiciais, por meio de sistema de com a especificação, em separado, quando
contabilidade e administração financeira, para cabível, das medidas de combate à evasão e à
fins de observância da ordem cronológica de- sonegação, da quantidade e valores de ações
terminada no art. 100 da Constituição. ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem
como da evolução do montante dos créditos tri-
butários passíveis de cobrança administrativa.
CAPÍTULO III – Da Receita Pública
SEÇÃO I – Da Previsão e da Arrecadação
SEÇÃO II – Da Renúncia de Receita
Art. 11.  Constituem requisitos essenciais da
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, Art. 14.  A concessão ou ampliação de in-
previsão e efetiva arrecadação de todos os tri- centivo ou benefício de natureza tributária da
butos da competência constitucional do ente qual decorra renúncia de receita deverá estar
da Federação. acompanhada de estimativa do impacto orça-
Parágrafo único.  É vedada a realização de mentário-financeiro no exercício em que deva
transferências voluntárias para o ente que não iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender
observe o disposto no caput, no que se refere ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias
aos impostos. e a pelo menos uma das seguintes condições:
I – demonstração pelo proponente de que a
Art. 12.  As previsões de receita observarão renúncia foi considerada na estimativa de re-
as normas técnicas e legais, considerarão os ceita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e
efeitos das alterações na legislação, da variação de que não afetará as metas de resultados fiscais
Normas principais

do índice de preços, do crescimento econômico previstas no anexo próprio da lei de diretrizes


ou de qualquer outro fator relevante e serão orçamentárias;
acompanhadas de demonstrativo de sua evo-

1
  Nota do Editor (NE): eficácia do § 3o suspensa por 2
  NE: eficácia do § 2o suspensa por força de medida
força de medida liminar da ADI no 2.238-5. liminar da ADI no 2.238-5. 23
II – estar acompanhada de medidas de com- I – adequada com a lei orçamentária anual, a
pensação, no período mencionado no caput, despesa objeto de dotação específica e suficien-
por meio do aumento de receita, proveniente te, ou que esteja abrangida por crédito genérico,
da elevação de alíquotas, ampliação da base de de forma que somadas todas as despesas da
cálculo, majoração ou criação de tributo ou mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas
contribuição. no programa de trabalho, não sejam ultrapas-
§ 1o  A renúncia compreende anistia, remis- sados os limites estabelecidos para o exercício;
são, subsídio, crédito presumido, concessão II – compatível com o plano plurianual e a
de isenção em caráter não geral, alteração de lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que
alíquota ou modificação de base de cálculo que se conforme com as diretrizes, objetivos, prio-
implique redução discriminada de tributos ou ridades e metas previstos nesses instrumentos
contribuições, e outros benefícios que corres- e não infrinja qualquer de suas disposições.
pondam a tratamento diferenciado. § 2o  A estimativa de que trata o inciso I
§ 2o  Se o ato de concessão ou ampliação do caput será acompanhada das premissas e
do incentivo ou benefício de que trata o caput metodologia de cálculo utilizadas.
deste artigo decorrer da condição contida § 3o  Ressalva-se do disposto neste artigo a
no inciso II, o benefício só entrará em vigor despesa considerada irrelevante, nos termos em
quando implementadas as medidas referidas que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
no mencionado inciso. § 4o  As normas do caput constituem con-
§ 3o  O disposto neste artigo não se aplica: dição prévia para:
I – às alterações das alíquotas dos impostos I – empenho e licitação de serviços, forneci-
previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da mento de bens ou execução de obras;
Constituição, na forma do seu § 1o; II – desapropriação de imóveis urbanos a
II – ao cancelamento de débito cujo mon- que se refere o § 3o do art. 182 da Constituição.
tante seja inferior ao dos respectivos custos de
cobrança.
SUBSEÇÃO I – Da Despesa Obrigatória de
Caráter Continuado
CAPÍTULO IV – Da Despesa Pública
SEÇÃO I – Da Geração da Despesa Art. 17.  Considera-se obrigatória de caráter
continuado a despesa corrente derivada de
Art. 15.  Serão consideradas não autorizadas, lei, medida provisória ou ato administrativo
irregulares e lesivas ao patrimônio público a normativo que fixem para o ente a obrigação
geração de despesa ou assunção de obrigação legal de sua execução por um período superior
que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17. a dois exercícios.
§ 1o  Os atos que criarem ou aumentarem
Art. 16.  A criação, expansão ou aperfeiçoa- despesa de que trata o caput deverão ser ins-
mento de ação governamental que acarrete truídos com a estimativa prevista no inciso I
aumento da despesa será acompanhado de: do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos
I – estimativa do impacto orçamentário- para seu custeio.
financeiro no exercício em que deva entrar em § 2o  Para efeito do atendimento do § 1o, o
Gestão orçamentária pública

vigor e nos dois subsequentes; ato será acompanhado de comprovação de que


II – declaração do ordenador da despesa de a despesa criada ou aumentada não afetará as
que o aumento tem adequação orçamentária metas de resultados fiscais previstas no anexo
e financeira com a lei orçamentária anual e referido no § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos
compatibilidade com o plano plurianual e com financeiros, nos períodos seguintes, ser com-
a lei de diretrizes orçamentárias. pensados pelo aumento permanente de receita
§ 1o  Para os fins desta Lei Complementar, ou pela redução permanente de despesa.
considera-se: § 3o  Para efeito do §  2o, considera-se au-
24 mento permanente de receita o proveniente
da elevação de alíquotas, ampliação da base Art. 19.  Para os fins do disposto no caput do
de cálculo, majoração ou criação de tributo ou art. 169 da Constituição, a despesa total com
contribuição. pessoal, em cada período de apuração e em
§ 4o  A comprovação referida no § 2o, apre- cada ente da Federação, não poderá exceder os
sentada pelo proponente, conterá as premissas e percentuais da receita corrente líquida, a seguir
metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo discriminados:
do exame de compatibilidade da despesa com I – União: 50% (cinquenta por cento);
as demais normas do plano plurianual e da lei II – Estados: 60% (sessenta por cento);
de diretrizes orçamentárias. III – Municípios: 60% (sessenta por cento).
§ 5o  A despesa de que trata este artigo não § 1o  Na verificação do atendimento dos
será executada antes da implementação das limites definidos neste artigo, não serão com-
medidas referidas no § 2o, as quais integrarão putadas as despesas:
o instrumento que a criar ou aumentar. I – de indenização por demissão de servido-
§ 6o  O disposto no §  1o não se aplica às res ou empregados;
despesas destinadas ao serviço da dívida nem II – relativas a incentivos à demissão vo-
ao reajustamento de remuneração de pessoal de luntária;
que trata o inciso X do art. 37 da Constituição. III – derivadas da aplicação do disposto no
§ 7o  Considera-se aumento de despesa a inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;
prorrogação daquela criada por prazo deter- IV – decorrentes de decisão judicial e da
minado. competência de período anterior ao da apura-
ção a que se refere o § 2o do art. 18;
V – com pessoal, do Distrito Federal e dos
SEÇÃO II – Das Despesas com Pessoal Estados do Amapá e Roraima, custeadas com
SUBSEÇÃO I – Definições e Limites recursos transferidos pela União na forma dos
incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição
Art. 18.  Para os efeitos desta Lei Complemen- e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;
tar, entende-se como despesa total com pessoal: VI – com inativos, ainda que por intermédio
o somatório dos gastos do ente da Federação de fundo específico, custeadas por recursos
com os ativos, os inativos e os pensionistas, provenientes:
relativos a mandatos eletivos, cargos, funções a)  da arrecadação de contribuições dos
ou empregos, civis, militares e de membros de segurados;
Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, b)  da compensação financeira de que trata
tais como vencimentos e vantagens, fixas e o § 9o do art. 201 da Constituição;
variáveis, subsídios, proventos da aposentado- c)  das demais receitas diretamente arreca-
ria, reformas e pensões, inclusive adicionais, dadas por fundo vinculado a tal finalidade, in-
gratificações, horas extras e vantagens pessoais clusive o produto da alienação de bens, direitos
de qualquer natureza, bem como encargos e ativos, bem como seu superavit financeiro.
sociais e contribuições recolhidas pelo ente às § 2o  Observado o disposto no inciso IV do
entidades de previdência. §  1o, as despesas com pessoal decorrentes de
§ 1o  Os valores dos contratos de terceiri- sentenças judiciais serão incluídas no limite do
zação de mão de obra que se referem à subs- respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
tituição de servidores e empregados públicos
serão contabilizados como “Outras Despesas Art. 20.  A repartição dos limites globais do
de Pessoal”. art.  19 não poderá exceder os seguintes per-
Normas principais

§ 2o  A despesa total com pessoal será apura- centuais:


da somando-se a realizada no mês em referên- I – na esfera federal:
cia com as dos onze imediatamente anteriores, a)  2,5% (dois inteiros e cinco décimos por
adotando-se o regime de competência. cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal
de Contas da União;
b)  6% (seis por cento) para o Judiciário; 25
c)  40,9% (quarenta inteiros e nove décimos a)  Federal, os tribunais referidos no art. 92
por cento) para o Executivo, destacando-se 3% da Constituição;
(três por cento) para as despesas com pessoal b)  Estadual, o Tribunal de Justiça e outros,
decorrentes do que dispõem os incisos XIII quando houver.
e XIV do art.  21 da Constituição e o art.  31 § 3o  Os limites para as despesas com pessoal
da Emenda Constitucional no  19, repartidos do Poder Judiciário, a cargo da União por força
de forma proporcional à média das despesas do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão
relativas a cada um destes dispositivos, em per- estabelecidos mediante aplicação da regra do
centual da receita corrente líquida, verificadas § 1o.
nos três exercícios financeiros imediatamente § 4o  Nos Estados em que houver Tribunal
anteriores ao da publicação desta Lei Comple- de Contas dos Municípios, os percentuais defi-
mentar; nidos nas alíneas “a” e “c” do inciso II do caput
d)  0,6% (seis décimos por cento) para o serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos
Ministério Público da União; em 0,4% (quatro décimos por cento).
II – na esfera estadual: § 5o  Para os fins previstos no art.  168 da
a)  3% (três por cento) para o Legislativo, Constituição, a entrega dos recursos financeiros
incluído o Tribunal de Contas do Estado; correspondentes à despesa total com pessoal
b)  6% (seis por cento) para o Judiciário; por Poder e órgão será a resultante da aplicação
c)  49% (quarenta e nove por cento) para o dos percentuais definidos neste artigo, ou aque-
Executivo; les fixados na lei de diretrizes orçamentárias.
d)  2% (dois por cento) para o Ministério § 6o (Vetado)
Público dos Estados;
III – na esfera municipal:
a)  6% (seis por cento) para o Legislativo, SUBSEÇÃO II – Do Controle da Despesa
incluído o Tribunal de Contas do Município, Total com Pessoal
quando houver;
b)  54% (cinquenta e quatro por cento) para Art. 21.  É nulo de pleno direito o ato que
o Executivo. provoque aumento da despesa com pessoal e
§ 1o  Nos Poderes Legislativo e Judiciário de não atenda:
cada esfera, os limites serão repartidos entre I – as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei
seus órgãos de forma proporcional à média das Complementar, e o disposto no inciso XIII do
despesas com pessoal, em percentual da receita art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constituição;
corrente líquida, verificadas nos três exercícios II – o limite legal de comprometimento apli-
financeiros imediatamente anteriores ao da cado às despesas com pessoal inativo.
publicação desta Lei Complementar. Parágrafo único.  Também é nulo de pleno
§ 2o  Para efeito deste artigo entende-se direito o ato de que resulte aumento da despesa
como órgão: com pessoal expedido nos cento e oitenta dias
I – o Ministério Público; anteriores ao final do mandato do titular do
II – no Poder Legislativo: respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
a)  Federal, as respectivas Casas e o Tribunal
de Contas da União; Art. 22.  A verificação do cumprimento dos
Gestão orçamentária pública

b)  Estadual, a Assembleia Legislativa e os limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será rea-
Tribunais de Contas; lizada ao final de cada quadrimestre.
c)  do Distrito Federal, a Câmara Legislativa Parágrafo único.  Se a despesa total com
e o Tribunal de Contas do Distrito Federal; pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por
d)  Municipal, a Câmara de Vereadores e cento) do limite, são vedados ao Poder ou
o Tribunal de Contas do Município, quando órgão referido no art. 20 que houver incorrido
houver; no excesso:
III – no Poder Judiciário: I – concessão de vantagem, aumento, rea-
26 juste ou adequação de remuneração a qualquer
título, salvo os derivados de sentença judicial § 4o  As restrições do § 3o aplicam-se imedia-
ou de determinação legal ou contratual, ressal- tamente se a despesa total com pessoal exceder
vada a revisão prevista no inciso X do art. 37 o limite no primeiro quadrimestre do último
da Constituição; ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão
II – criação de cargo, emprego ou função; referidos no art. 20.
III – alteração de estrutura de carreira que
implique aumento de despesa;
IV – provimento de cargo público, admissão SEÇÃO III – Das Despesas com a
ou contratação de pessoal a qualquer título, Seguridade Social
ressalvada a reposição decorrente de aposen-
tadoria ou falecimento de servidores das áreas Art. 24.  Nenhum benefício ou serviço relativo
de educação, saúde e segurança; à seguridade social poderá ser criado, majora-
V – contratação de hora extra, salvo no caso do ou estendido sem a indicação da fonte de
do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da custeio total, nos termos do §  5o do art.  195
Constituição e as situações previstas na lei de da Constituição, atendidas ainda as exigências
diretrizes orçamentárias. do art. 17.
§ 1o  É dispensada da compensação referida
Art. 23.  Se a despesa total com pessoal, do no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:
Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar I – concessão de benefício a quem satisfaça
os limites definidos no mesmo artigo, sem as condições de habilitação prevista na legisla-
prejuízo das medidas previstas no art.  22, o ção pertinente;
percentual excedente terá de ser eliminado nos II – expansão quantitativa do atendimento
dois quadrimestres seguintes, sendo pelo me- e dos serviços prestados;
nos um terço no primeiro, adotando-se, entre III – reajustamento de valor do benefício
outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.
do art. 169 da Constituição. § 2o  O disposto neste artigo aplica-se a
§ 1o  No caso do inciso I do § 3o do art. 169 benefício ou serviço de saúde, previdência e
da Constituição, o objetivo poderá ser alcan- assistência social, inclusive os destinados aos
çado tanto pela extinção de cargos e funções servidores públicos e militares, ativos e inativos,
quanto pela redução dos valores a eles atri- e aos pensionistas.
buídos.3
§ 2o  É facultada a redução temporária da
jornada de trabalho com adequação dos ven- CAPÍTULO V – Das Transferências
cimentos à nova carga horária.4 Voluntárias
§ 3o  Não alcançada a redução no prazo
estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o Art. 25.  Para efeito desta Lei Complemen-
ente não poderá: tar, entende-se por transferência voluntária a
I – receber transferências voluntárias; entrega de recursos correntes ou de capital a
II – obter garantia, direta ou indireta, de outro ente da Federação, a título de coopera-
outro ente; ção, auxílio ou assistência financeira, que não
III – contratar operações de crédito, res- decorra de determinação constitucional, legal
salvadas as destinadas ao refinanciamento da ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
dívida mobiliária e as que visem à redução das § 1o  São exigências para a realização de
despesas com pessoal. transferência voluntária, além das estabelecidas
Normas principais

na lei de diretrizes orçamentárias:


I – existência de dotação específica;
3
  NE: eficácia do § 1o suspensa por força de medida II – (Vetado);
liminar da ADI no 2.238-5. III – observância do disposto no inciso X do
4
  NE: eficácia do § 2o suspensa por força de medida art. 167 da Constituição;
liminar da ADI no 2.238-5. 27
IV – comprovação, por parte do beneficiá- congêneres não serão inferiores aos definidos
rio, de: em lei ou ao custo de captação.
a)  que se acha em dia quanto ao pagamento Parágrafo único.  Dependem de autorização
de tributos, empréstimos e financiamentos de- em lei específica as prorrogações e composições
vidos ao ente transferidor, bem como quanto à de dívidas decorrentes de operações de crédito,
prestação de contas de recursos anteriormente bem como a concessão de empréstimos ou
dele recebidos; financiamentos em desacordo com o caput,
b)  cumprimento dos limites constitucionais sendo o subsídio correspondente consignado
relativos à educação e à saúde; na lei orçamentária.
c)  observância dos limites das dívidas
consolidada e mobiliária, de operações de Art. 28.  Salvo mediante lei específica, não po-
crédito, inclusive por antecipação de receita, derão ser utilizados recursos públicos, inclusive
de inscrição em Restos a Pagar e de despesa de operações de crédito, para socorrer insti-
total com pessoal; tuições do Sistema Financeiro Nacional, ainda
d)  previsão orçamentária de contrapartida. que mediante a concessão de empréstimos de
§ 2 o  É vedada a utilização de recursos recuperação ou financiamentos para mudança
transferidos em finalidade diversa da pactuada. de controle acionário.
§ 3o  Para fins da aplicação das sanções de § 1o  A prevenção de insolvência e outros
suspensão de transferências voluntárias cons- riscos ficará a cargo de fundos, e outros me-
tantes desta Lei Complementar, excetuam-se canismos, constituídos pelas instituições do
aquelas relativas a ações de educação, saúde e Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei.
assistência social. § 2 o  O disposto no caput não proíbe o
Banco Central do Brasil de conceder às insti-
tuições financeiras operações de redesconto e
CAPÍTULO VI – Da Destinação de Recursos de empréstimos de prazo inferior a trezentos e
Públicos para o Setor Privado sessenta dias.

Art. 26.  A destinação de recursos para, di-


reta ou indiretamente, cobrir necessidades de CAPÍTULO VII – Da Dívida e do
pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas Endividamento
deverá ser autorizada por lei específica, atender SEÇÃO I – Definições Básicas
às condições estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias e estar prevista no orçamento ou Art. 29.  Para os efeitos desta Lei Complemen-
em seus créditos adicionais. tar, são adotadas as seguintes definições:
§ 1o  O disposto no caput aplica-se a toda a I – dívida pública consolidada ou fundada:
administração indireta, inclusive fundações pú- montante total, apurado sem duplicidade, das
blicas e empresas estatais, exceto, no exercício obrigações financeiras do ente da Federação,
de suas atribuições precípuas, as instituições assumidas em virtude de leis, contratos, con-
financeiras e o Banco Central do Brasil. vênios ou tratados e da realização de operações
§ 2o  Compreende-se incluída a concessão de crédito, para amortização em prazo superior
de empréstimos, financiamentos e refinancia- a doze meses;
Gestão orçamentária pública

mentos, inclusive as respectivas prorrogações II – dívida pública mobiliária: dívida pública


e a composição de dívidas, a concessão de representada por títulos emitidos pela União,
subvenções e a participação em constituição inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados
ou aumento de capital. e Municípios;
III – operação de crédito: compromisso
Art. 27.  Na concessão de crédito por ente da financeiro assumido em razão de mútuo,
Federação a pessoa física, ou jurídica que não abertura de crédito, emissão e aceite de título,
esteja sob seu controle direto ou indireto, os aquisição financiada de bens, recebimento
28 encargos financeiros, comissões e despesas antecipado de valores provenientes da venda
a termo de bens e serviços, arrendamento § 1o  As propostas referidas nos incisos I e II
mercantil e outras operações assemelhadas, do caput e suas alterações conterão:
inclusive com o uso de derivativos financeiros; I – demonstração de que os limites e con-
IV – concessão de garantia: compromisso dições guardam coerência com as normas
de adimplência de obrigação financeira ou estabelecidas nesta Lei Complementar e com
contratual assumida por ente da Federação ou os objetivos da política fiscal;
entidade a ele vinculada; II – estimativas do impacto da aplicação dos
V – refinanciamento da dívida mobiliária: limites a cada uma das três esferas de governo;
emissão de títulos para pagamento do principal III – razões de eventual proposição de limites
acrescido da atualização monetária. diferenciados por esfera de governo;
§ 1o  Equipara-se a operação de crédito a IV – metodologia de apuração dos resulta-
assunção, o reconhecimento ou a confissão de dos primário e nominal.
dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do § 2o  As propostas mencionadas nos incisos I
cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16. e II do caput também poderão ser apresentadas
§ 2o  Será incluída na dívida pública consoli- em termos de dívida líquida, evidenciando a
dada da União a relativa à emissão de títulos de forma e a metodologia de sua apuração.
responsabilidade do Banco Central do Brasil. § 3o  Os limites de que tratam os incisos I e II
§ 3o  Também integram a dívida pública do caput serão fixados em percentual da receita
consolidada as operações de crédito de prazo corrente líquida para cada esfera de governo e
inferior a doze meses cujas receitas tenham aplicados igualmente a todos os entes da Fede-
constado do orçamento. ração que a integrem, constituindo, para cada
§ 4o  O refinanciamento do principal da um deles, limites máximos.
dívida mobiliária não excederá, ao término de § 4o  Para fins de verificação do atendimento
cada exercício financeiro, o montante do final do limite, a apuração do montante da dívida
do exercício anterior, somado ao das operações consolidada será efetuada ao final de cada
de crédito autorizadas no orçamento para este quadrimestre.
efeito e efetivamente realizadas, acrescido de § 5o  No prazo previsto no art. 5o, o Presiden-
atualização monetária. te da República enviará ao Senado Federal ou
ao Congresso Nacional, conforme o caso, pro-
posta de manutenção ou alteração dos limites e
SEÇÃO II – Dos Limites da Dívida Pública e condições previstos nos incisos I e II do caput.
das Operações de Crédito § 6o  Sempre que alterados os fundamentos
das propostas de que trata este artigo, em razão
Art. 30.  No prazo de noventa dias após a pu- de instabilidade econômica ou alterações nas
blicação desta Lei Complementar, o Presidente políticas monetária ou cambial, o Presidente
da República submeterá ao: da República poderá encaminhar ao Senado
I – Senado Federal: proposta de limites glo- Federal ou ao Congresso Nacional solicitação
bais para o montante da dívida consolidada da de revisão dos limites.
União, Estados e Municípios, cumprindo o que § 7o  Os precatórios judiciais não pagos
estabelece o inciso VI do art. 52 da Constitui- durante a execução do orçamento em que
ção, bem como de limites e condições relativos houverem sido incluídos integram a dívida
aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo; consolidada, para fins de aplicação dos limites.
II – Congresso Nacional: projeto de lei que
estabeleça limites para o montante da dívida
Normas principais

mobiliária federal a que se refere o inciso XIV SEÇÃO III – Da Recondução da Dívida aos
do art.  48 da Constituição, acompanhado da Limites
demonstração de sua adequação aos limites
fixados para a dívida consolidada da União, Art. 31.  Se a dívida consolidada de um ente
atendido o disposto no inciso I do § 1o deste da Federação ultrapassar o respectivo limite
artigo. ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele 29
reconduzida até o término dos três subsequen- operação, exceto no caso de operações por
tes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% antecipação de receita;
(vinte e cinco por cento) no primeiro. III – observância dos limites e condições
§ 1o  Enquanto perdurar o excesso, o ente fixados pelo Senado Federal;
que nele houver incorrido: IV – autorização específica do Senado Fe-
I – estará proibido de realizar operação de deral, quando se tratar de operação de crédito
crédito interna ou externa, inclusive por anteci- externo;
pação de receita, ressalvado o refinanciamento V – atendimento do disposto no inciso III
do principal atualizado da dívida mobiliária; do art. 167 da Constituição;
II – obterá resultado primário necessário à VI – observância das demais restrições esta-
recondução da dívida ao limite, promovendo, belecidas nesta Lei Complementar.
entre outras medidas, limitação de empenho, § 2o  As operações relativas à dívida mo-
na forma do art. 9o. biliária federal autorizadas, no texto da lei
§ 2o  Vencido o prazo para retorno da dívida orçamentária ou de créditos adicionais, serão
ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente objeto de processo simplificado que atenda às
ficará também impedido de receber transferên- suas especificidades.
cias voluntárias da União ou do Estado. § 3 o  Para fins do disposto no inciso V
§ 3o  As restrições do § 1o aplicam-se ime- do §  1o, considerar-se-á, em cada exercício
diatamente se o montante da dívida exceder financeiro, o total dos recursos de operações
o limite no primeiro quadrimestre do último de crédito nele ingressados e o das despesas de
ano do mandato do Chefe do Poder Executivo. capital executadas, observado o seguinte:
§ 4o  O Ministério da Fazenda divulgará, I – não serão computadas nas despesas de
mensalmente, a relação dos entes que tenham capital as realizadas sob a forma de empréstimo
ultrapassado os limites das dívidas consolidada ou financiamento a contribuinte, com o intuito
e mobiliária. de promover incentivo fiscal, tendo por base
§ 5o  As normas deste artigo serão observa- tributo de competência do ente da Federação,
das nos casos de descumprimento dos limites se resultar a diminuição, direta ou indireta, do
da dívida mobiliária e das operações de crédito ônus deste;
internas e externas. II – se o empréstimo ou financiamento a que
se refere o inciso I for concedido por instituição
financeira controlada pelo ente da Federação, o
SEÇÃO IV – Das Operações de Crédito valor da operação será deduzido das despesas
SUBSEÇÃO I – Da Contratação de capital;
III – (Vetado).
Art. 32.  O Ministério da Fazenda verificará o § 4o  Sem prejuízo das atribuições próprias
cumprimento dos limites e condições relativos à do Senado Federal e do Banco Central do Bra-
realização de operações de crédito de cada ente sil, o Ministério da Fazenda efetuará o registro
da Federação, inclusive das empresas por eles eletrônico centralizado e atualizado das dívidas
controladas, direta ou indiretamente. públicas interna e externa, garantido o acesso
§ 1o  O ente interessado formalizará seu público às informações, que incluirão:
pleito fundamentando-o em parecer de seus I – encargos e condições de contratação;
Gestão orçamentária pública

órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a II – saldos atualizados e limites relativos às


relação custo-benefício, o interesse econômi- dívidas consolidada e mobiliária, operações de
co e social da operação e o atendimento das crédito e concessão de garantias.
seguintes condições: § 5o  Os contratos de operação de crédito
I – existência de prévia e expressa autoriza- externo não conterão cláusula que importe na
ção para a contratação, no texto da lei orçamen- compensação automática de débitos e créditos.
tária, em créditos adicionais ou lei específica; § 6o  O prazo de validade da verificação dos
II – inclusão no orçamento ou em crédi- limites e das condições de que trata este artigo e
30 tos adicionais dos recursos provenientes da da análise realizada para a concessão de garan-
tia pela União será de, no mínimo, 90 (noventa) I – financiar, direta ou indiretamente, des-
dias e, no máximo, 270 (duzentos e setenta) pesas correntes;
dias, a critério do Ministério da Fazenda. II – refinanciar dívidas não contraídas junto
à própria instituição concedente.
Art. 33.  A instituição financeira que contratar § 2 o  O disposto no caput não impede
operação de crédito com ente da Federação, Estados e Municípios de comprar títulos da
exceto quando relativa à dívida mobiliária dívida da União como aplicação de suas dis-
ou à externa, deverá exigir comprovação de ponibilidades.
que a operação atende às condições e limites
estabelecidos. Art. 36.  É proibida a operação de crédito en-
§ 1o  A operação realizada com infração do tre uma instituição financeira estatal e o ente
disposto nesta Lei Complementar será conside- da Federação que a controle, na qualidade de
rada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, beneficiário do empréstimo.
mediante a devolução do principal, vedados o Parágrafo único.  O disposto no caput não
pagamento de juros e demais encargos finan- proíbe instituição financeira controlada de
ceiros. adquirir, no mercado, títulos da dívida pública
§ 2o  Se a devolução não for efetuada no para atender investimento de seus clientes, ou
exercício de ingresso dos recursos, será con- títulos da dívida de emissão da União para
signada reserva específica na lei orçamentária aplicação de recursos próprios.
para o exercício seguinte.
§ 3o  Enquanto não efetuado o cancelamen- Art. 37.  Equiparam-se a operações de crédito
to, a amortização, ou constituída a reserva, e estão vedados:
aplicam-se as sanções previstas nos incisos do I – captação de recursos a título de ante-
§ 3o do art. 23. cipação de receita de tributo ou contribuição
§ 4o  Também se constituirá reserva, no cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido,
montante equivalente ao excesso, se não aten- sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150
dido o disposto no inciso III do art.  167 da da Constituição;
Constituição, consideradas as disposições do II – recebimento antecipado de valores de
§ 3o do art. 32. empresa em que o Poder Público detenha, dire-
ta ou indiretamente, a maioria do capital social
com direito a voto, salvo lucros e dividendos,
SUBSEÇÃO II – Das Vedações na forma da legislação;
III – assunção direta de compromisso, con-
Art. 34.  O Banco Central do Brasil não emitirá fissão de dívida ou operação assemelhada, com
títulos da dívida pública a partir de dois anos fornecedor de bens, mercadorias ou serviços,
após a publicação desta Lei Complementar. mediante emissão, aceite ou aval de título de
crédito, não se aplicando esta vedação a em-
Art. 35.  É vedada a realização de operação presas estatais dependentes;
de crédito entre um ente da Federação, direta- IV – assunção de obrigação, sem autorização
mente ou por intermédio de fundo, autarquia, orçamentária, com fornecedores para paga-
fundação ou empresa estatal dependente, e ou- mento a posteriori de bens e serviços.
tro, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que sob a forma de novação,
refinanciamento ou postergação de dívida SUBSEÇÃO III – Das Operações de Crédito
Normas principais

contraída anteriormente. por Antecipação de Receita Orçamentária


§ 1o  Excetuam-se da vedação a que se refere
o caput as operações entre instituição financeira Art. 38.  A operação de crédito por antecipa-
estatal e outro ente da Federação, inclusive suas ção de receita destina-se a atender insuficiência
entidades da administração indireta, que não de caixa durante o exercício financeiro e cum-
se destinem a: 31
prirá as exigências mencionadas no art.  32 e de compra e venda, a termo, daquele título, cujo
mais as seguintes: efeito final seja semelhante à permuta;
I – realizar-se-á somente a partir do décimo III – concessão de garantia.
dia do início do exercício; § 1o  O disposto no inciso II, in fine, não se
II – deverá ser liquidada, com juros e outros aplica ao estoque de Letras do Banco Central
encargos incidentes, até o dia dez de dezembro do Brasil, Série Especial, existente na carteira
de cada ano; das instituições financeiras, que pode ser refi-
III – não será autorizada se forem cobrados nanciado mediante novas operações de venda
outros encargos que não a taxa de juros da a termo.
operação, obrigatoriamente prefixada ou in- § 2o  O Banco Central do Brasil só poderá
dexada à taxa básica financeira, ou à que vier comprar diretamente títulos emitidos pela
a esta substituir; União para refinanciar a dívida mobiliária
IV – estará proibida: federal que estiver vencendo na sua carteira.
a)  enquanto existir operação anterior da § 3o  A operação mencionada no § 2o deverá
mesma natureza não integralmente resgatada; ser realizada à taxa média e condições alcança-
b)  no último ano de mandato do Presidente, das no dia, em leilão público.
Governador ou Prefeito Municipal. § 4o  É vedado ao Tesouro Nacional adquirir
§ 1o  As operações de que trata este artigo títulos da dívida pública federal existentes na
não serão computadas para efeito do que dispõe carteira do Banco Central do Brasil, ainda que
o inciso III do art. 167 da Constituição, desde com cláusula de reversão, salvo para reduzir a
que liquidadas no prazo definido no inciso II dívida mobiliária.
do caput.
§ 2o  As operações de crédito por antecipa-
ção de receita realizadas por Estados ou Mu- SEÇÃO V – Da Garantia e da Contragarantia
nicípios serão efetuadas mediante abertura de
crédito junto à instituição financeira vencedora Art. 40.  Os entes poderão conceder garantia
em processo competitivo eletrônico promovido em operações de crédito internas ou externas,
pelo Banco Central do Brasil. observados o disposto neste artigo, as normas
§ 3o  O Banco Central do Brasil manterá do art. 32 e, no caso da União, também os li-
sistema de acompanhamento e controle do mites e as condições estabelecidos pelo Senado
saldo do crédito aberto e, no caso de inobser- Federal.
vância dos limites, aplicará as sanções cabíveis § 1 o  A garantia estará condicionada ao
à instituição credora. oferecimento de contragarantia, em valor igual
ou superior ao da garantia a ser concedida, e à
adimplência da entidade que a pleitear relati-
SUBSEÇÃO IV – Das Operações com o vamente a suas obrigações junto ao garantidor
Banco Central do Brasil e às entidades por este controladas, observado
o seguinte:
Art. 39.  Nas suas relações com ente da Fede- I – não será exigida contragarantia de órgãos
ração, o Banco Central do Brasil está sujeito e entidades do próprio ente;
às vedações constantes do art.  35 e mais às II – a contragarantia exigida pela União a
Gestão orçamentária pública

seguintes: Estado ou Município, ou pelos Estados aos


I – compra de título da dívida, na data de sua Municípios, poderá consistir na vinculação de
colocação no mercado, ressalvado o disposto receitas tributárias diretamente arrecadadas e
no § 2o deste artigo; provenientes de transferências constitucionais,
II – permuta, ainda que temporária, por com outorga de poderes ao garantidor para
intermédio de instituição financeira ou não, de retê-las e empregar o respectivo valor na liqui-
título da dívida de ente da Federação por título dação da dívida vencida.
da dívida pública federal, bem como a operação § 2o  No caso de operação de crédito junto
32 a organismo financeiro internacional, ou a
instituição federal de crédito e fomento para o de despesa que não possa ser cumprida inte-
repasse de recursos externos, a União só presta- gralmente dentro dele, ou que tenha parcelas
rá garantia a ente que atenda, além do disposto a serem pagas no exercício seguinte sem que
no § 1o, as exigências legais para o recebimento haja suficiente disponibilidade de caixa para
de transferências voluntárias. este efeito.
§ 3o (Vetado) Parágrafo único.  Na determinação da dis-
§ 4o (Vetado) ponibilidade de caixa serão considerados os
§ 5o  É nula a garantia concedida acima dos encargos e despesas compromissadas a pagar
limites fixados pelo Senado Federal. até o final do exercício.
§ 6o  É vedado às entidades da administração
indireta, inclusive suas empresas controladas e
subsidiárias, conceder garantia, ainda que com CAPÍTULO VIII – Da Gestão Patrimonial
recursos de fundos. SEÇÃO I – Das Disponibilidades de Caixa
§ 7o  O disposto no § 6o não se aplica à con-
cessão de garantia por: Art. 43.  As disponibilidades de caixa dos en-
I – empresa controlada a subsidiária ou con- tes da Federação serão depositadas conforme
trolada sua, nem à prestação de contragarantia estabelece o § 3o do art. 164 da Constituição.
nas mesmas condições; § 1o  As disponibilidades de caixa dos regi-
II – instituição financeira a empresa nacio- mes de previdência social, geral e próprio dos
nal, nos termos da lei. servidores públicos, ainda que vinculadas a
§ 8o  Excetua-se do disposto neste artigo a fundos específicos a que se referem os arts. 249
garantia prestada: e 250 da Constituição, ficarão depositadas em
I – por instituições financeiras estatais, que conta separada das demais disponibilidades de
se submeterão às normas aplicáveis às insti- cada ente e aplicadas nas condições de mercado,
tuições financeiras privadas, de acordo com a com observância dos limites e condições de
legislação pertinente; proteção e prudência financeira.
II – pela União, na forma de lei federal, a § 2o  É vedada a aplicação das disponibilida-
empresas de natureza financeira por ela con- des de que trata o § 1o em:
troladas, direta e indiretamente, quanto às I – títulos da dívida pública estadual e mu-
operações de seguro de crédito à exportação. nicipal, bem como em ações e outros papéis
§ 9o  Quando honrarem dívida de outro relativos às empresas controladas pelo respec-
ente, em razão de garantia prestada, a União e tivo ente da Federação;
os Estados poderão condicionar as transferên- II – empréstimos, de qualquer natureza, aos
cias constitucionais ao ressarcimento daquele segurados e ao Poder Público, inclusive a suas
pagamento. empresas controladas.
§ 10.  O ente da Federação cuja dívida tiver
sido honrada pela União ou por Estado, em
decorrência de garantia prestada em operação SEÇÃO II – Da Preservação do Patrimônio
de crédito, terá suspenso o acesso a novos cré- Público
ditos ou financiamentos até a total liquidação
da mencionada dívida. Art. 44.  É vedada a aplicação da receita de
capital derivada da alienação de bens e direi-
tos que integram o patrimônio público para
SEÇÃO VI – Dos Restos a Pagar o financiamento de despesa corrente, salvo se
Normas principais

destinada por lei aos regimes de previdência


Art. 41. (Vetado) social, geral e próprio dos servidores públicos.

Art. 42.  É vedado ao titular de Poder ou órgão Art. 45.  Observado o disposto no § 5o do art.
referido no art.  20, nos últimos dois quadri- 5o, a lei orçamentária e as de créditos adicionais
mestres do seu mandato, contrair obrigação só incluirão novos projetos após adequadamen- 33
te atendidos os em andamento e contempladas acesso público: os planos, orçamentos e leis
as despesas de conservação do patrimônio de diretrizes orçamentárias; as prestações de
público, nos termos em que dispuser a lei de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório
diretrizes orçamentárias. Resumido da Execução Orçamentária e o Rela-
Parágrafo único.  O Poder Executivo de cada tório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
ente encaminhará ao Legislativo, até a data do desses documentos.
envio do projeto de lei de diretrizes orçamen- § 1o  A transparência será assegurada tam-
tárias, relatório com as informações necessárias bém mediante:
ao cumprimento do disposto neste artigo, ao I – incentivo à participação popular e
qual será dada ampla divulgação. realização de audiências públicas, durante os
processos de elaboração e discussão dos planos,
Art. 46.  É nulo de pleno direito ato de desa- lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;
propriação de imóvel urbano expedido sem o II – liberação ao pleno conhecimento e
atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da acompanhamento da sociedade, em tempo
Constituição, ou prévio depósito judicial do real, de informações pormenorizadas sobre a
valor da indenização. execução orçamentária e financeira, em meios
eletrônicos de acesso público; e
III – adoção de sistema integrado de ad-
SEÇÃO III – Das Empresas Controladas pelo ministração financeira e controle, que atenda
Setor Público a padrão mínimo de qualidade estabelecido
pelo Poder Executivo da União e ao disposto
Art. 47.  A empresa controlada que firmar no art. 48-A.
contrato de gestão em que se estabeleçam ob- § 2o  A União, os Estados, o Distrito Federal
jetivos e metas de desempenho, na forma da lei, e os Municípios disponibilizarão suas informa-
disporá de autonomia gerencial, orçamentária e ções e dados contábeis, orçamentários e fiscais
financeira, sem prejuízo do disposto no inciso conforme periodicidade, formato e sistema es-
II do § 5o do art. 165 da Constituição. tabelecidos pelo órgão central de contabilidade
Parágrafo único.  A empresa controlada da União, os quais deverão ser divulgados em
incluirá em seus balanços trimestrais nota meio eletrônico de amplo acesso público.
explicativa em que informará: § 3o  Os Estados, o Distrito Federal e os
I – fornecimento de bens e serviços ao con- Municípios encaminharão ao Ministério da
trolador, com respectivos preços e condições, Fazenda, nos termos e na periodicidade a serem
comparando-os com os praticados no mercado; definidos em instrução específica deste órgão,
II – recursos recebidos do controlador, a as informações necessárias para a constituição
qualquer título, especificando valor, fonte e do registro eletrônico centralizado e atualizado
destinação; das dívidas públicas interna e externa, de que
III – venda de bens, prestação de serviços trata o § 4o do art. 32.
ou concessão de empréstimos e financiamentos § 4o  A inobservância do disposto nos §§ 2o
com preços, taxas, prazos ou condições diferen- e 3o ensejará as penalidades previstas no § 2o
tes dos vigentes no mercado. do art. 51.
§ 5o  Nos casos de envio conforme dispos-
Gestão orçamentária pública

to no §  2o, para todos os efeitos, a União, os


CAPÍTULO IX – Da Transparência, Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Controle e Fiscalização cumprem o dever de ampla divulgação a que
SEÇÃO I – Da Transparência da Gestão se refere o caput.
Fiscal § 6o  Todos os Poderes e órgãos referidos no
art. 20, incluídos autarquias, fundações públi-
Art. 48.  São instrumentos de transparência cas, empresas estatais dependentes e fundos,
da gestão fiscal, aos quais será dada ampla do ente da Federação devem utilizar sistemas
34 divulgação, inclusive em meios eletrônicos de únicos de execução orçamentária e financeira,
mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, II – a despesa e a assunção de compromisso
resguardada a autonomia. serão registradas segundo o regime de compe-
tência, apurando-se, em caráter complementar,
Art. 48-A.  Para os fins a que se refere o inciso o resultado dos fluxos financeiros pelo regime
II do parágrafo único do art.  48, os entes da de caixa;
Federação disponibilizarão a qualquer pessoa III – as demonstrações contábeis compreen-
física ou jurídica o acesso a informações refe- derão, isolada e conjuntamente, as transações e
rentes a: operações de cada órgão, fundo ou entidade da
I – quanto à despesa: todos os atos praticados administração direta, autárquica e fundacional,
pelas unidades gestoras no decorrer da execu- inclusive empresa estatal dependente;
ção da despesa, no momento de sua realização, IV – as receitas e despesas previdenciárias
com a disponibilização mínima dos dados refe- serão apresentadas em demonstrativos finan-
rentes ao número do correspondente processo, ceiros e orçamentários específicos;
ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à V – as operações de crédito, as inscrições em
pessoa física ou jurídica beneficiária do paga- Restos a Pagar e as demais formas de financia-
mento e, quando for o caso, ao procedimento mento ou assunção de compromissos junto a
licitatório realizado; terceiros, deverão ser escrituradas de modo a
II – quanto à receita: o lançamento e o rece- evidenciar o montante e a variação da dívida
bimento de toda a receita das unidades gestoras, pública no período, detalhando, pelo menos, a
inclusive referente a recursos extraordinários. natureza e o tipo de credor;
VI – a demonstração das variações patrimo-
Art. 49.  As contas apresentadas pelo Chefe do niais dará destaque à origem e ao destino dos
Poder Executivo ficarão disponíveis, durante recursos provenientes da alienação de ativos.
todo o exercício, no respectivo Poder Legis- § 1o  No caso das demonstrações conjuntas,
lativo e no órgão técnico responsável pela sua excluir-se-ão as operações intragovernamen-
elaboração, para consulta e apreciação pelos tais.
cidadãos e instituições da sociedade. § 2o  A edição de normas gerais para consoli-
Parágrafo único.  A prestação de contas da dação das contas públicas caberá ao órgão cen-
União conterá demonstrativos do Tesouro tral de contabilidade da União, enquanto não
Nacional e das agências financeiras oficiais de implantado o conselho de que trata o art. 67.
fomento, incluído o Banco Nacional de Desen- § 3 o  A Administração Pública manterá
volvimento Econômico e Social, especificando sistema de custos que permita a avaliação e
os empréstimos e financiamentos concedidos o acompanhamento da gestão orçamentária,
com recursos oriundos dos orçamentos fiscal financeira e patrimonial.
e da seguridade social e, no caso das agências
financeiras, avaliação circunstanciada do Art. 51.  O Poder Executivo da União promo-
impacto fiscal de suas atividades no exercício. verá, até o dia trinta de junho, a consolidação,
nacional e por esfera de governo, das contas
dos entes da Federação relativas ao exercício
SEÇÃO II – Da Escrituração e Consolidação anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio
das Contas eletrônico de acesso público.
§ 1o  Os Estados e os Municípios encaminha-
Art. 50.  Além de obedecer às demais normas rão suas contas ao Poder Executivo da União
de contabilidade pública, a escrituração das nos seguintes prazos:
Normas principais

contas públicas observará as seguintes: I – Municípios, com cópia para o Poder Exe-
I – a disponibilidade de caixa constará de cutivo do respectivo Estado, até trinta de abril;
registro próprio, de modo que os recursos vin- II – Estados, até trinta e um de maio.
culados a órgão, fundo ou despesa obrigatória § 2o  O descumprimento dos prazos previs-
fiquem identificados e escriturados de forma tos neste artigo impedirá, até que a situação
individualizada; seja regularizada, que o ente da Federação 35
receba transferências voluntárias e contrate IV – despesas com juros, na forma do inciso
operações de crédito, exceto as destinadas ao II do art. 4o;
refinanciamento do principal atualizado da V – Restos a Pagar, detalhando, por Poder e
dívida mobiliária. órgão referido no art. 20, os valores inscritos,
os pagamentos realizados e o montante a pagar.
§ 1o  O relatório referente ao último bimestre
SEÇÃO III – Do Relatório Resumido da do exercício será acompanhado também de
Execução Orçamentária demonstrativos:
I – do atendimento do disposto no inciso
Art. 52.  O relatório a que se refere o § 3o do III do art.  167 da Constituição, conforme o
art.  165 da Constituição abrangerá todos os § 3o do art. 32;
Poderes e o Ministério Público, será publicado II – das projeções atuariais dos regimes de
até trinta dias após o encerramento de cada previdência social, geral e próprio dos servi-
bimestre e composto de: dores públicos;
I – balanço orçamentário, que especificará, III – da variação patrimonial, evidenciando
por categoria econômica, as: a alienação de ativos e a aplicação dos recursos
a)  receitas por fonte, informando as realiza- dela decorrentes.
das e a realizar, bem como a previsão atualizada; § 2o  Quando for o caso, serão apresentadas
b)  despesas por grupo de natureza, discri- justificativas:
minando a dotação para o exercício, a despesa I – da limitação de empenho;
liquidada e o saldo; II – da frustração de receitas, especificando
II – demonstrativos da execução das: as medidas de combate à sonegação e à evasão
a)  receitas, por categoria econômica e fon- fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscali-
te, especificando a previsão inicial, a previsão zação e cobrança.
atualizada para o exercício, a receita realizada
no bimestre, a realizada no exercício e a pre-
visão a realizar; SEÇÃO IV – Do Relatório de Gestão Fiscal
b)  despesas, por categoria econômica e
grupo de natureza da despesa, discriminando Art. 54.  Ao final de cada quadrimestre será
dotação inicial, dotação para o exercício, des- emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos
pesas empenhada e liquidada, no bimestre e referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal,
no exercício; assinado pelo:
c)  despesas, por função e subfunção. I – Chefe do Poder Executivo;
§ 1o  Os valores referentes ao refinanciamen- II – Presidente e demais membros da Mesa
to da dívida mobiliária constarão destacada- Diretora ou órgão decisório equivalente, con-
mente nas receitas de operações de crédito e nas forme regimentos internos dos órgãos do Poder
despesas com amortização da dívida. Legislativo;
§ 2o  O descumprimento do prazo previsto III – Presidente de Tribunal e demais mem-
neste artigo sujeita o ente às sanções previstas bros de Conselho de Administração ou órgão
no § 2o do art. 51. decisório equivalente, conforme regimentos
internos dos órgãos do Poder Judiciário;
Gestão orçamentária pública

Art. 53.  Acompanharão o Relatório Resumido IV – Chefe do Ministério Público, da União


demonstrativos relativos a: e dos Estados.
I – apuração da receita corrente líquida, Parágrafo único.  O relatório também será
na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua assinado pelas autoridades responsáveis pela
evolução, assim como a previsão de seu desem- administração financeira e pelo controle in-
penho até o final do exercício; terno, bem como por outras definidas por ato
II – receitas e despesas previdenciárias a que próprio de cada Poder ou órgão referido no
se refere o inciso IV do art. 50; art. 20.
36 III – resultados nominal e primário;
Art. 55.  O relatório conterá: SEÇÃO V – Das Prestações de Contas
I – comparativo com os limites de que
trata esta Lei Complementar, dos seguintes Art. 56.  As contas prestadas pelos Chefes do
montantes: Poder Executivo incluirão, além das suas pró-
a)  despesa total com pessoal, distinguindo prias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes
a com inativos e pensionistas; Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério
b)  dívidas consolidada e mobiliária; Público, referidos no art. 20, as quais receberão
c)  concessão de garantias; parecer prévio, separadamente, do respectivo
d)  operações de crédito, inclusive por ante- Tribunal de Contas.
cipação de receita; § 1o  As contas do Poder Judiciário serão
e)  despesas de que trata o inciso II do art. 4o; apresentadas no âmbito:
II – indicação das medidas corretivas ado- I – da União, pelos Presidentes do Supremo
tadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
dos limites; consolidando as dos respectivos tribunais;
III – demonstrativos, no último quadri- II – dos Estados, pelos Presidentes dos Tri-
mestre: bunais de Justiça, consolidando as dos demais
a)  do montante das disponibilidades de tribunais.
caixa em trinta e um de dezembro; § 2o  O parecer sobre as contas dos Tribunais
b)  da inscrição em Restos a Pagar, das de Contas será proferido no prazo previsto
despesas: no art.  57 pela comissão mista permanente
1) liquidadas; referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou
2)  empenhadas e não liquidadas, inscritas equivalente das Casas Legislativas estaduais e
por atenderem a uma das condições do inciso municipais.
II do art. 41; § 3o  Será dada ampla divulgação dos re-
3)  empenhadas e não liquidadas, inscritas sultados da apreciação das contas, julgadas ou
até o limite do saldo da disponibilidade de tomadas.
caixa;
4)  não inscritas por falta de disponibilidade Art. 57.  Os Tribunais de Contas emitirão pare-
de caixa e cujos empenhos foram cancelados; cer prévio conclusivo sobre as contas no prazo
c)  do cumprimento do disposto no inciso II de sessenta dias do recebimento, se outro não
e na alínea “b” do inciso IV do art. 38. estiver estabelecido nas constituições estaduais
§ 1o  O relatório dos titulares dos órgãos ou nas leis orgânicas municipais.
mencionados nos incisos II, III e IV do art. 54 § 1o  No caso de Municípios que não sejam
conterá apenas as informações relativas à alínea capitais e que tenham menos de duzentos mil
“a” do inciso I, e os documentos referidos nos habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.
incisos II e III. § 2o  Os Tribunais de Contas não entrarão
§ 2o  O relatório será publicado até trinta em recesso enquanto existirem contas de Po-
dias após o encerramento do período a que der, ou órgão referido no art. 20, pendentes de
corresponder, com amplo acesso ao público, parecer prévio.
inclusive por meio eletrônico.
§ 3o  O descumprimento do prazo a que se Art. 58.  A prestação de contas evidenciará o
refere o § 2o sujeita o ente à sanção prevista no desempenho da arrecadação em relação à pre-
§ 2o do art. 51. visão, destacando as providências adotadas no
§ 4o  Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 âmbito da fiscalização das receitas e combate à
Normas principais

deverão ser elaborados de forma padronizada, sonegação, as ações de recuperação de créditos


segundo modelos que poderão ser atualizados nas instâncias administrativa e judicial, bem
pelo conselho de que trata o art. 67. como as demais medidas para incremento das
receitas tributárias e de contribuições.

37
SEÇÃO VI – Da Fiscalização da Gestão § 3o  O Tribunal de Contas da União acom-
Fiscal panhará o cumprimento do disposto nos §§ 2o,
3o e 4o do art. 39.
Art. 59.  O Poder Legislativo, diretamente ou
com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o
sistema de controle interno de cada Poder e do CAPÍTULO X – Das Disposições Finais e
Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento Transitórias
das normas desta Lei Complementar, com ên-
fase no que se refere a: Art. 60.  Lei estadual ou municipal poderá
I – atingimento das metas estabelecidas na fixar limites inferiores àqueles previstos nesta
lei de diretrizes orçamentárias; Lei Complementar para as dívidas consolidada
II – limites e condições para realização de e mobiliária, operações de crédito e concessão
operações de crédito e inscrição em Restos a de garantias.
Pagar;
III – medidas adotadas para o retorno da Art. 61.  Os títulos da dívida pública, desde
despesa total com pessoal ao respectivo limite, que devidamente escriturados em sistema cen-
nos termos dos arts. 22 e 23; tralizado de liquidação e custódia, poderão ser
IV – providências tomadas, conforme o oferecidos em caução para garantia de emprés-
disposto no art. 31, para recondução dos mon- timos, ou em outras transações previstas em lei,
tantes das dívidas consolidada e mobiliária aos pelo seu valor econômico, conforme definido
respectivos limites; pelo Ministério da Fazenda.
V – destinação de recursos obtidos com a
alienação de ativos, tendo em vista as restrições Art. 62.  Os Municípios só contribuirão para o
constitucionais e as desta Lei Complementar; custeio de despesas de competência de outros
VI – cumprimento do limite de gastos totais entes da Federação se houver:
dos legislativos municipais, quando houver. I – autorização na lei de diretrizes orçamen-
§ 1o  Os Tribunais de Contas alertarão os tárias e na lei orçamentária anual;
Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando II – convênio, acordo, ajuste ou congênere,
constatarem: conforme sua legislação.
I – a possibilidade de ocorrência das situa-
ções previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o; Art. 63.  É facultado aos Municípios com
II – que o montante da despesa total com população inferior a cinquenta mil habitantes
pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) optar por:
do limite; I – aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do
III – que os montantes das dívidas consoli- art. 30 ao final do semestre;
dada e mobiliária, das operações de crédito e II – divulgar semestralmente:
da concessão de garantia se encontram acima a)  (Vetada);
de 90% (noventa por cento) dos respectivos b)  o Relatório de Gestão Fiscal;
limites; c)  os demonstrativos de que trata o art. 53;
IV – que os gastos com inativos e pensio- III – elaborar o Anexo de Política Fiscal do
nistas se encontram acima do limite definido plano plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e
Gestão orçamentária pública

em lei; o Anexo de Riscos Fiscais da lei de diretrizes


V – fatos que comprometam os custos ou orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I
os resultados dos programas ou indícios de do art. 5o a partir do quinto exercício seguinte
irregularidades na gestão orçamentária. ao da publicação desta Lei Complementar.
§ 2o  Compete ainda aos Tribunais de Contas § 1o  A divulgação dos relatórios e demons-
verificar os cálculos dos limites da despesa total trativos deverá ser realizada em até trinta dias
com pessoal de cada Poder e órgão referido após o encerramento do semestre.
no art. 20. § 2o  Se ultrapassados os limites relativos
38 à despesa total com pessoal ou à dívida con-
solidada, enquanto perdurar esta situação, o tituí-la, adotada a mesma metodologia para
Município ficará sujeito aos mesmos prazos apuração dos PIB nacional, estadual e regional.
de verificação e de retorno ao limite definidos § 3o  Na hipótese do caput, continuarão a
para os demais entes. ser adotadas as medidas previstas no art. 22.
§ 4o  Na hipótese de se verificarem mudanças
Art. 64.  A União prestará assistência técnica drásticas na condução das políticas monetária
e cooperação financeira aos Municípios para a e cambial, reconhecidas pelo Senado Federal,
modernização das respectivas administrações o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser
tributária, financeira, patrimonial e previden- ampliado em até quatro quadrimestres.
ciária, com vistas ao cumprimento das normas
desta Lei Complementar. Art. 67.  O acompanhamento e a avaliação,
§ 1 o  A assistência técnica consistirá no de forma permanente, da política e da opera-
treinamento e desenvolvimento de recursos cionalidade da gestão fiscal serão realizados
humanos e na transferência de tecnologia, bem por conselho de gestão fiscal, constituído por
como no apoio à divulgação dos instrumentos representantes de todos os Poderes e esferas
de que trata o art.  48 em meio eletrônico de de Governo, do Ministério Público e de enti-
amplo acesso público. dades técnicas representativas da sociedade,
§ 2o  A cooperação financeira compreenderá visando a:
a doação de bens e valores, o financiamento por I – harmonização e coordenação entre os
intermédio das instituições financeiras federais entes da Federação;
e o repasse de recursos oriundos de operações II – disseminação de práticas que resultem
externas. em maior eficiência na alocação e execução do
gasto público, na arrecadação de receitas, no
Art. 65.  Na ocorrência de calamidade pública controle do endividamento e na transparência
reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da gestão fiscal;
da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na III – adoção de normas de consolidação das
hipótese dos Estados e Municípios, enquanto contas públicas, padronização das prestações
perdurar a situação: de contas e dos relatórios e demonstrativos
I – serão suspensas a contagem dos prazos e de gestão fiscal de que trata esta Lei Comple-
as disposições estabelecidas nos arts. 23, 31 e 70; mentar, normas e padrões mais simples para
II – serão dispensados o atingimento dos os pequenos Municípios, bem como outros,
resultados fiscais e a limitação de empenho necessários ao controle social;
prevista no art. 9o. IV – divulgação de análises, estudos e diag-
Parágrafo único.  Aplica-se o disposto no nósticos.
caput no caso de estado de defesa ou de sítio, § 1o  O conselho a que se refere o caput ins-
decretado na forma da Constituição. tituirá formas de premiação e reconhecimento
público aos titulares de Poder que alcançarem
Art. 66.  Os prazos estabelecidos nos arts. 23, resultados meritórios em suas políticas de de-
31 e 70 serão duplicados no caso de crescimen- senvolvimento social, conjugados com a prática
to real baixo ou negativo do Produto Interno de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta
Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por Lei Complementar.
período igual ou superior a quatro trimestres. § 2o  Lei disporá sobre a composição e a
§ 1o  Entende-se por baixo crescimento a forma de funcionamento do conselho.
taxa de variação real acumulada do Produto
Normas principais

Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), Art. 68.  Na forma do art. 250 da Constituição,
no período correspondente aos quatro últimos é criado o Fundo do Regime Geral de Previ-
trimestres. dência Social, vinculado ao Ministério da Pre-
§ 2o  A taxa de variação será aquela apurada vidência e Assistência Social, com a finalidade
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia de prover recursos para o pagamento dos be-
e Estatística ou outro órgão que vier a subs- nefícios do regime geral da previdência social. 39
§ 1o  O Fundo será constituído de: até 10% (dez por cento), se esta for inferior ao
I – bens móveis e imóveis, valores e rendas limite definido na forma do art. 20.
do Instituto Nacional do Seguro Social não
utilizados na operacionalização deste; Art. 72.  A despesa com serviços de terceiros
II – bens e direitos que, a qualquer título, dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não
lhe sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser poderá exceder, em percentual da receita cor-
vinculados por força de lei; rente líquida, a do exercício anterior à entrada
III – receita das contribuições sociais para a em vigor desta Lei Complementar, até o térmi-
seguridade social, previstas na alínea “a” do in- no do terceiro exercício seguinte.
ciso I e no inciso II do art. 195 da Constituição;
IV – produto da liquidação de bens e ativos Art. 73.  As infrações dos dispositivos desta
de pessoa física ou jurídica em débito com a Lei Complementar serão punidas segundo o
Previdência Social; Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
V – resultado da aplicação financeira de (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de
seus ativos; 1950; o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro
VI – recursos provenientes do orçamento de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992;
da União. e demais normas da legislação pertinente.
§ 2o  O Fundo será gerido pelo Instituto
Nacional do Seguro Social, na forma da lei. Art. 73-A.  Qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para
Art. 69.  O ente da Federação que mantiver denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e
ou vier a instituir regime próprio de previdên- ao órgão competente do Ministério Público o
cia social para seus servidores conferir-lhe-á descumprimento das prescrições estabelecidas
caráter contributivo e o organizará com base nesta Lei Complementar.
em normas de contabilidade e atuária que
preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial. Art. 73-B.  Ficam estabelecidos os seguintes
prazos para o cumprimento das determinações
Art. 70.  O Poder ou órgão referido no art. 20 dispostas nos incisos II e III do parágrafo único
cuja despesa total com pessoal no exercício an- do art. 48 e do art. 48-A:
terior ao da publicação desta Lei Complementar I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o
estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. Distrito Federal e os Municípios com mais de
19 e 20 deverá enquadrar-se no respectivo limi- 100.000 (cem mil) habitantes;
te em até dois exercícios, eliminando o excesso, II – 2 (dois) anos para os Municípios que
gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000
a.a. (cinquenta por cento ao ano), mediante (cem mil) habitantes;
a adoção, entre outras, das medidas previstas III – 4 (quatro) anos para os Municípios que
nos arts. 22 e 23. tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes.
Parágrafo único.  A inobservância do dispos- Parágrafo único.  Os prazos estabelecidos
to no caput, no prazo fixado, sujeita o ente às neste artigo serão contados a partir da data de
sanções previstas no § 3o do art. 23. publicação da lei complementar que introduziu
os dispositivos referidos no caput deste artigo.
Gestão orçamentária pública

Art. 71.  Ressalvada a hipótese do inciso X do


art. 37 da Constituição, até o término do tercei- Art. 73-C.  O não atendimento, até o encer-
ro exercício financeiro seguinte à entrada em ramento dos prazos previstos no art.  73-B,
vigor desta Lei Complementar, a despesa total das determinações contidas nos incisos II e III
com pessoal dos Poderes e órgãos referidos do parágrafo único do art.  48 e no art.  48-A
no art. 20 não ultrapassará, em percentual da sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do
receita corrente líquida, a despesa verificada no § 3o do art. 23.
exercício imediatamente anterior, acrescida de
40
Art. 74.  Esta Lei Complementar entra em FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Pedro
vigor na data da sua publicação. Malan – Martus Tavares

Art. 75.  Revoga-se a Lei Complementar no 96, Promulgada em 4/5/2000 e publicada no DOU de


de 31 de maio de 1999. 5/5/2000.

Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Indepen-


dência e 112o da República.

Normas principais

41
Lei no 4.320/1964
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 3o  A Lei de Orçamentos compreenderá
e eu sanciono a seguinte Lei: todas as receitas, inclusive as de operações de
crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único.  Não se consideram para
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR os fins deste artigo as operações de credito por
antecipação da receita, as emissões de papel-
Art. 1o  Esta lei estatui normas gerais de di- moeda e outras entradas compensatórias, no
reito financeiro para elaboração e controle dos ativo e passivo financeiros.
orçamentos e balanços da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo Art. 4o  A Lei de Orçamento compreenderá to-
com o disposto no art. 5o, inciso XV, letra b, da das as despesas próprias dos órgãos do Governo
Constituição Federal. e da administração centralizada, ou que, por
intermédio deles se devam realizar, observado
o disposto no artigo 2o.
TÍTULO I – Da Lei de Orçamento
CAPÍTULO I – Disposições Gerais Art. 5o  A Lei de Orçamento não consignará
dotações globais destinadas a atender indife-
Art. 2o  A Lei do Orçamento conterá a dis- rentemente a despesas de pessoal, material,
criminação da receita e despesa de forma a serviços de terceiros, transferências ou quais-
evidenciar a política econômica financeira e quer outras, ressalvado o disposto no artigo 20
o programa de trabalho do Governo, obede- e seu parágrafo único.
cidos os princípios de unidade universalidade
e anualidade. Art. 6o  Todas as receitas e despesas constarão
§ 1o  Integrarão a Lei de Orçamento: da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
I – sumário geral da receita por fontes e da quaisquer deduções.
despesa por funções do Governo; § 1o  As cotas de receitas que uma entidade
II – quadro demonstrativo da Receita e pública deva transferir a outra incluir-se-ão,
Despesa segundo as Categorias Econômicas, como despesa, no orçamento da entidade
na forma do Anexo no 1; obrigada a transferência e, como receita, no
III – quadro discriminativo da receita por orçamento da que as deva receber.
fontes e respectiva legislação; § 2 o  Para cumprimento do disposto no
IV – quadro das dotações por órgãos do parágrafo anterior, o cálculo das cotas terá
Governo e da Administração. por base os dados apurados no balanço do
Gestão orçamentária pública

§ 2o  Acompanharão a Lei de Orçamento: exercício anterior àquele em que se elaborar a


I – quadros demonstrativos da receita e pla- proposta orçamentária do governo obrigado a
nos de aplicação dos fundos especiais; transferência.
II – quadros demonstrativos da despesa, na
forma dos Anexos nos 6 a 9; Art. 7o  A Lei de Orçamento poderá conter
III – quadro demonstrativo do programa autorização ao Executivo para:
anual de trabalho do Governo, em termos de I – abrir créditos suplementares até deter-
realização de obras e de prestação de serviços. minada importância obedecidas as disposições
42 do artigo 43;
II – realizar em qualquer mês do exercício Art. 11.  A receita classificar-se-á nas seguintes
financeiro, operações de crédito por antecipa- categorias econômicas: Receitas Correntes e
ção da receita, para atender a insuficiências Receitas de Capital.
de caixa. § 1o  São Receitas Correntes as receitas tribu-
§ 1o  Em casos de déficit, a Lei de Orçamento tária, de contribuições, patrimonial, agropecuá-
indicará as fontes de recursos que o Poder Exe- ria, industrial, de serviços e outras e, ainda, as
cutivo fica autorizado a utilizar para atender a provenientes de recursos financeiros recebidos
sua cobertura. de outras pessoas de direito público ou privado,
§ 2 o  O produto estimado de operações quando destinadas a atender despesas classifi-
de crédito e de alienação de bens imóveis cáveis em Despesas Correntes.
somente se incluirá na receita quando umas e § 2o  São Receitas de Capital as provenientes
outras forem especificamente autorizadas pelo da realização de recursos financeiros oriundos
Poder Legislativo em forma que juridicamente de constituição de dívidas; da conversão, em
possibilite ao Poder Executivo realizá-las no espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos
exercício. de outras pessoas de direito público ou privado,
§ 3o  A autorização legislativa a que se refere destinados a atender despesas classificáveis em
o parágrafo anterior, no tocante a operações Despesas de Capital e, ainda, o superavit do
de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento Corrente.
Orçamento. § 3o O superavit do Orçamento Corrente
resultante do balanceamento dos totais das
Art. 8o  A discriminação da receita geral e da receitas e despesas correntes, apurado na de-
despesa de cada órgão do Governo ou unidade monstração a que se refere o Anexo no 1, não
administrativa, a que se refere o artigo 2o, § 1o, constituirá item de receita orçamentária.
incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo § 4o  A classificação da receita obedecerá ao
no 2. seguinte esquema:
§ 1o  Os itens da discriminação da receita e
da despesa, mencionados nos artigos 11, § 4o, e RECEITAS CORRENTES
13, serão identificados por números de códigos RECEITA TRIBUTÁRIA
decimal, na forma dos Anexos nos 3 e 4. Impostos.
§ 2o  Completarão os números do código Taxas.
decimal referido no parágrafo anterior os Contribuições de Melhoria.
algarismos caracterizadores da classificação RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
funcional da despesa, conforme estabelece o RECEITA PATRIMONIAL
Anexo no 5. RECEITA AGROPECUÁRIA
§ 3o  O código geral estabelecido nesta lei RECEITA INDUSTRIAL
não prejudicará a adoção de códigos locais. RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
OUTRAS RECEITAS CORRENTES
CAPÍTULO II – Da Receita RECEITAS DE CAPITAL
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Art. 9o  Tributo é a receita derivada instituída ALIENAÇÃO DE BENS
pelas entidades de direito público, compreen- AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
dendo os impostos, as taxas e contribuições nos TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
termos da constituição e das leis vigentes em OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
Normas principais

matéria financeira, destinando-se o seu produto


ao custeio de atividades gerais ou especificas
exercidas por essas entidades. CAPÍTULO III – Da Despesa

Art. 10. (Vetado) Art. 12.  A despesa será classificada nas seguin-


tes categorias econômicas: 43
DESPESAS CORRENTES comerciais ou financeiros, inclusive operações
Despesas de Custeio bancárias ou de seguros.
Transferências Correntes § 6o  São Transferências de Capital as do-
tações para investimentos ou inversões finan-
DESPESAS DE CAPITAL ceiras que outras pessoas de direito público ou
Investimentos privado devam realizar, independentemente
Inversões Financeiras de contraprestação direta em bens ou serviços,
Transferências de Capital constituindo essas transferências auxílios ou
§ 1o  Classificam-se como Despesas de Cus- contribuições, segundo derivem diretamente
teio as dotações para manutenção de serviços da Lei de Orçamento ou de lei especialmente
anteriormente criados, inclusive as destinadas anterior, bem como as dotações para amorti-
a atender a obras de conservação e adaptação zação da dívida pública.
de bens imóveis.
§ 2o  Classificam-se como Transferências Art. 13.  Observadas as categorias econômicas
Correntes as dotações para despesas as quais do art.  12, a discriminação ou especificação
não corresponda contraprestação direta em da despesa por elementos, em cada unidade
bens ou serviços, inclusive para contribuições administrativa ou órgão de governo, obedecerá
e subvenções destinadas a atender à manifes- ao seguinte esquema:
tação de outras entidades de direito público
ou privado. DESPESAS CORRENTES
§ 3o  Consideram-se subvenções, para os
efeitos desta lei, as transferências destinadas a Despesas de Custeio
cobrir despesas de custeio das entidades bene- Pessoa Civil
ficiadas, distinguindo-se como: Pessoal Militar
I – subvenções sociais, as que se destinem a Material de Consumo
instituições públicas ou privadas de caráter as- Serviços de Terceiros
sistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa; Encargos Diversos
II – subvenções econômicas, as que se desti-
nem a empresas públicas ou privadas de caráter Transferências Correntes
industrial, comercial, agrícola ou pastoril. Subvenções Sociais
§ 4o  Classificam-se como investimentos as Subvenções Econômicas
dotações para o planejamento e a execução de Inativos
obras, inclusive as destinadas à aquisição de Pensionistas
imóveis considerados necessários à realização Salário Família e Abono Familiar
destas últimas, bem como para os programas Juros da Dívida Pública
especiais de trabalho, aquisição de instalações, Contribuições de Previdência Social
equipamentos e material permanente e consti- Diversas Transferências Correntes.
tuição ou aumento do capital de empresas que
não sejam de caráter comercial ou financeiro. DESPESAS DE CAPITAL
§ 5o  Classificam-se como Inversões Finan-
ceiras as dotações destinadas a: Investimentos
Gestão orçamentária pública

I – aquisição de imóveis, ou de bens de ca- Obras Públicas


pital já em utilização; Serviços em Regime de Programação Es-
II – aquisição de títulos representativos do pecial
capital de empresas ou entidades de qualquer Equipamentos e Instalações
espécie, já constituídas, quando a operação não Material Permanente
importe aumento do capital; Participação em Constituição ou Aumento
III – constituição ou aumento do capital de de Capital de Empresas ou Entidades Indus-
entidades ou empresas que visem a objetivos triais ou Agrícolas
44
Inversões Financeiras recursos de origem privada aplicados a esses
Aquisição de Imóveis objetivos, revelar-se mais econômica.
Participação em Constituição ou Aumento Parágrafo único.  O valor das subvenções,
de Capital de Empresas ou Entidades Comer- sempre que possível, será calculado com base
ciais ou Financeiras em unidades de serviços efetivamente presta-
Aquisição de Títulos Representativos de dos ou postos à disposição dos interessados
Capital de Empresa em Funcionamento obedecidos os padrões mínimos de eficiência
Constituição de Fundos Rotativos previamente fixados.
Concessão de Empréstimos
Diversas Inversões Financeiras Art. 17.  Somente à instituição cujas condições
de funcionamento forem julgadas satisfatórias
Transferências de Capital pelos órgãos oficiais de fiscalização serão con-
Amortização da Dívida Pública cedidas subvenções.
Auxílios para Obras Públicas
Auxílios para Equipamentos e Instalações II) Das Subvenções Econômicas
Auxílios para Inversões Financeiras
Outras Contribuições. Art. 18.  A cobertura dos déficits de manu-
tenção das empresas públicas, de natureza
Art. 14.  Constitui unidade orçamentária o autárquica ou não, far-se-á mediante subven-
agrupamento de serviços subordinados ao mes- ções econômicas expressamente incluídas nas
mo órgão ou repartição a que serão consignadas despesas correntes do orçamento da União, do
dotações próprias. Estado, do Município ou do Distrito Federal.
Parágrafo único.  Em casos excepcionais, Parágrafo único.  Consideram-se, igualmen-
serão consignadas dotações a unidades admi- te, como subvenções econômicas:
nistrativas subordinadas ao mesmo órgão. a)  as dotações destinadas a cobrir a diferen-
ça entre os preços de mercado e os preços de
Art. 15.  Na Lei de Orçamento a discriminação revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios
da despesa far-se-á no mínimo por elementos. ou outros materiais;
§ 1o  Entende-se por elementos o desdo- b)  as dotações destinadas ao pagamento
bramento da despesa com pessoal, material, de bonificações a produtores de determinados
serviços, obras e outros meios de que se serve gêneros ou materiais.
a administração pública para consecução dos
seus fins. Art. 19.  A Lei de Orçamento não consignará
§ 2o  Para efeito de classificação da despesa, ajuda financeira, a qualquer título, a empresa
considera-se material permanente o de duração de fins lucrativos, salvo quando se tratar de
superior a dois anos. subvenções cuja concessão tenha sido expres-
samente autorizada em lei especial.

SEÇÃO I – Das Despesas Correntes


SUBSEÇÃO ÚNICA – Das Transferências SEÇÃO II – Das Despesas de Capital
Correntes SUBSEÇÃO PRIMEIRA – Dos
Investimentos
I) Das Subvenções Sociais
Art. 20.  Os investimentos serão discriminados
Normas principais

Art. 16.  Fundamentalmente e nos limites na Lei de Orçamento segundo os projetos de


das possibilidades financeiras a concessão de obras e de outras aplicações.
subvenções sociais visará a prestação de ser- Parágrafo único.  Os programas especiais
viços essenciais de assistência social, médica e de trabalho que, por sua natureza, não possam
educacional, sempre que a suplementação de cumprir-se subordinadamente às normas gerais
de execução da despesa poderão ser custeadas 45
por dotações globais, classificadas entre as f)  a despesa prevista para o exercício a que
Despesas de Capital. se refere a proposta.
IV – especificação dos programas especiais
de trabalho custeados por dotações globais, em
SUBSEÇÃO SEGUNDA – Das termos de metas visadas, decompostas em esti-
Transferências de Capital mativa do custo das obras a realizar e dos ser-
viços a prestar, acompanhadas de justificação
Art. 21.  A Lei de Orçamento não consignará econômica, financeira, social e administrativa.
auxílio para investimentos que se devam incor- Parágrafo único.  Constará da proposta or-
porar ao patrimônio das empresas privadas de çamentária, para cada unidade administrativa,
fins lucrativos. descrição sucinta de suas principais finalidades,
Parágrafo único.  O disposto neste artigo com indicação da respectiva legislação.
aplica-se às transferências de capital à conta
de fundos especiais ou dotações sob regime
excepcional de aplicação. CAPÍTULO II – Da Elaboração da Proposta
Orçamentária
SEÇÃO PRIMEIRA – Das Previsões
TÍTULO II – Da Proposta Orçamentária Plurienais
CAPÍTULO I – Conteúdo e Forma da
Proposta Orçamentária Art. 23.  As receitas e despesas de capital serão
objeto de um Quadro de Recursos e de Aplica-
Art. 22.  A proposta orçamentária que o Poder ção de Capital, aprovado por decreto do Poder
Executivo encaminhará ao Poder Legislativo Executivo, abrangendo, no mínimo um triênio.
nos prazos estabelecidos nas Constituições e Parágrafo único.  O Quadro de Recursos e
nas Leis Orgânicas dos Municípios compor- de Aplicação de Capital será anualmente rea-
se-á de: justado acrescentando-se-lhe as previsões de
I – mensagem, que conterá: exposição mais um ano, de modo a assegurar a projeção
circunstanciada da situação econômico-fi- contínua dos períodos.
nanceira, documentada com demonstração da
dívida fundada e flutuante, saldos de créditos Art. 24.  O Quadro de Recursos e de Aplicação
especiais, restos a pagar e outros compromissos de Capital abrangerá:
financeiros exigíveis; exposição e justificação da I – as despesas e, como couber, também as
política econômico-financeira do Governo; jus- receitas previstas em planos especiais aprova-
tificação da receita e despesa, particularmente dos em lei e destinados a atender a regiões ou
no tocante ao orçamento de capital; a setores da administração ou da economia;
II – projeto de Lei de Orçamento; II – as despesas à conta de fundos especiais
III – tabelas explicativas, das quais, além das e, como couber, as receitas que os constituam;
estimativas de receita e despesa, constarão, em III – em anexos, as despesas de capital das
colunas distintas e para fins de comparação: entidades referidas no Título X desta lei, com
a)  a receita arrecadada nos três últimos indicação das respectivas receitas, para as quais
exercícios anteriores àquele em que se elaborou forem previstas transferências de capital.
Gestão orçamentária pública

a proposta;
b)  a receita prevista para o exercício em que Art. 25.  Os programas constantes do Quadro
se elabora a proposta; de Recursos e de Aplicação de Capital sempre
c)  a receita prevista para o exercício a que que possível serão correlacionados a metas
se refere a proposta; objetivas em termos de realização de obras e
d)  a despesa realizada no exercício imedia- de prestação de serviços.
tamente anterior; Parágrafo único.  Consideram-se metas os
e)  a despesa fixada para o exercício em que resultados que se pretendem obter com a rea-
46 se elabora a proposta; e lização de cada programa.
Art. 26.  A proposta orçamentária conterá o TÍTULO III – Da Elaboração da Lei de
programa anual atualizado dos investimentos, Orçamento
inversões financeiras e transferências previs-
tos no Quadro de Recursos e de Aplicação de Art. 32.  Se não receber a proposta orçamen-
Capital. tária no prazo fixado nas Constituições ou
nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder
Legislativo considerará como proposta a Lei
SEÇÃO SEGUNDA – Das Previsões Anuais de Orçamento vigente.

Art. 27.  As propostas parciais de orçamento Art. 33.  Não se admitirão emendas ao projeto


guardarão estrita conformidade com a política de Lei de Orçamento que visem a:
econômico-financeira, o programa anual de a)  alterar a dotação solicitada para despesa
trabalho do Governo e, quando fixado, o limite de custeio, salvo quando provada, nesse ponto,
global máximo para o orçamento de cada uni- a inexatidão da proposta;
dade administrativa. b)  conceder dotação para o início de obra
cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos
Art. 28.  As propostas parciais das unidades competentes;
administrativas, organizadas em formulário c)  conceder dotação para instalação ou
próprio, serão acompanhadas de: funcionamento de serviço que não esteja an-
I – tabelas explicativas da despesa, sob a teriormente criado;
forma estabelecida no artigo 22, inciso III, d)  conceder dotação superior aos quanti-
letras d, e e f; tativos previamente fixados em resolução do
II – justificação pormenorizada de cada Poder Legislativo para concessão de auxílios
dotação solicitada, com a indicação dos atos de e subvenções.
aprovação de projetos e orçamentos de obras
públicas, para cujo início ou prosseguimento
ela se destina. TÍTULO IV – Do Exercício Financeiro

Art. 29.  Caberá aos órgãos de contabilidade Art. 34.  O exercício financeiro coincidirá com
ou de arrecadação organizar demonstrações o ano civil.
mensais da receita arrecadada, segundo as
rubricas, para servirem de base à estimativa da Art. 35.  Pertencem ao exercício financeiro:
receita, na proposta orçamentária. I – as receitas nele arrecadadas;
Parágrafo único.  Quando houver órgão II – as despesas nele legalmente empenha-
central de orçamento, essas demonstrações das.
ser-lhe-ão remetidas mensalmente.
Art. 36.  Consideram-se Restos a Pagar as
Art. 30.  A estimativa da receita terá por base despesas empenhadas mas não pagas até o dia
as demonstrações a que se refere o artigo ante- 31 de dezembro distinguindo-se as processadas
rior à arrecadação dos três últimos exercícios, das não processadas.
pelo menos, bem como as circunstâncias de Parágrafo único.  Os empenhos que sorvem
ordem conjuntural e outras, que possam afetar a conta de créditos com vigência plurienal, que
a produtividade de cada fonte de receita. não tenham sido liquidados, só serão compu-
tados como Restos a Pagar no último ano de
Normas principais

Art. 31.  As propostas orçamentárias parciais vigência do crédito.


serão revistas e coordenadas na proposta geral,
considerando-se a receita estimada e as novas Art. 37.  As despesas de exercícios encerrados,
circunstâncias. para as quais o orçamento respectivo consigna-
va crédito próprio, com saldo suficiente para
atendê-las, que não se tenham processado na 47
época própria, bem como os Restos a Pagar com partir da conversão, a atualização monetária e
prescrição interrompida e os compromissos os juros de mora, de acordo com preceitos legais
reconhecidos após o encerramento do exercício pertinentes aos débitos tributários.
correspondente poderão ser pagos à conta de § 4o  A receita da Dívida Ativa abrange os
dotação específica consignada no orçamento, créditos mencionados nos parágrafos ante-
discriminada por elementos, obedecida, sempre riores, bem como os valores correspondentes
que possível, a ordem cronológica. à respectiva atualização monetária, à multa e
juros de mora e ao encargo de que tratam o art.
Art. 38.  Reverte à dotação a importância de 1o do Decreto-Lei no 1.025, de 21 de outubro
despesa anulada no exercício; quando a anu- de 1969, e o art. 3o do Decreto-Lei no 1.645, de
lação ocorrer após o encerramento deste con- 11 de dezembro de 1978.
siderar-se-á receita do ano em que se efetivar. § 5o  A Dívida Ativa da União será apurada e
inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.
Art. 39.  Os créditos da Fazenda Pública, de
natureza tributária ou não tributária, serão
escriturados como receita do exercício em que TÍTULO V – Dos Créditos Adicionais
forem arrecadados, nas respectivas rubricas
orçamentárias. Art. 40.  São créditos adicionais, as autoriza-
§ 1o  Os créditos de que trata este artigo, ções de despesa não computadas ou insuficien-
exigíveis pelo transcurso do prazo para paga- temente dotadas na Lei de Orçamento.
mento, serão inscritos, na forma da legislação
própria, como Dívida Ativa, em registro pró- Art. 41.  Os créditos adicionais classificam-se
prio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a em:
respectiva receita será escriturada a esse título. I – suplementares, os destinados a reforço
§ 2o  Dívida Ativa Tributária é o crédito da de dotação orçamentária;
Fazenda Pública dessa natureza, proveniente II – especiais, os destinados a despesas
de obrigação legal relativa a tributos e respec- para as quais não haja dotação orçamentária
tivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não específica;
Tributária são os demais créditos da Fazenda III – extraordinários, os destinados a despe-
Pública, tais como os provenientes de emprésti- sas urgentes e imprevistas, em caso de guerra,
mos compulsórios, contribuições estabelecidas comoção intestina ou calamidade pública.
em lei, multa de qualquer origem ou natureza,
exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis Art. 42.  Os créditos suplementares e especiais
ou taxas de ocupação, custas processuais, pre- serão autorizados por lei e abertos por decreto
ços de serviços prestados por estabelecimentos executivo.
públicos, indenizações, reposições, restituições,
alcances dos responsáveis definitivamente Art. 43.  A abertura dos créditos suplementa-
julgados, bem assim os créditos decorrentes res e especiais depende da existência de recur-
de obrigações em moeda estrangeira, de sub- sos disponíveis para ocorrer a despesa e será
-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra precedida de exposição justificativa.
garantia, de contratos em geral ou de outras § 1o  Consideram-se recursos para o fim
Gestão orçamentária pública

obrigações legais. deste artigo, desde que não comprometidos:


§ 3o  O valor do crédito da Fazenda Na- I – o superavit financeiro apurado em balan-
cional em moeda estrangeira será convertido ço patrimonial do exercício anterior;
ao correspondente valor na moeda nacional II – os provenientes de excesso de arreca-
à taxa cambial oficial, para compra, na data dação;
da notificação ou intimação do devedor, pela III – os resultantes de anulação parcial ou
autoridade administrativa, ou, à sua falta, na total de dotações orçamentárias ou de créditos
data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a adicionais, autorizados em Lei;
48
IV – o produto de operações de crédito auto- dada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao
rizadas, em forma que juridicamente possibilite mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.
ao poder executivo realizá-las.
§ 2o  Entende-se por superavit financeiro a Art. 49.  A programação da despesa orçamen-
diferença positiva entre o ativo financeiro e o tária, para efeito do disposto no artigo anterior,
passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os levará em conta os créditos adicionais e as
saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações extraorçamentárias.
operações de crédito a eles vinculadas.
§ 3o  Entende-se por excesso de arrecadação, Art. 50.  As cotas trimestrais poderão ser alte-
para os fins deste artigo, o saldo positivo das radas durante o exercício, observados o limite
diferenças acumuladas mês a mês entre a arre- da dotação e o comportamento da execução
cadação prevista e a realizada, considerando-se, orçamentária.
ainda, a tendência do exercício.
§ 4o  Para o fim de apurar os recursos uti-
lizáveis, provenientes de excesso de arrecada- CAPÍTULO II – Da Receita
ção, deduzir-se-á a importância dos créditos
extraordinários abertos no exercício. Art. 51.  Nenhum tributo será exigido ou au-
mentado sem que a lei o estabeleça, nenhum
Art. 44.  Os créditos extraordinários serão será cobrado em cada exercício sem prévia
abertos por decreto do Poder Executivo, que autorização orçamentária, ressalvados a tarifa
deles dará imediato conhecimento ao Poder aduaneira e o imposto lançado por motivo de
Legislativo. guerra.

Art. 45.  Os créditos adicionais terão vigência Art. 52.  São objeto de lançamento os im-
adstrita ao exercício financeiro em que forem postos diretos e quaisquer outras rendas com
abertos, salvo expressa disposição legal em con- vencimento determinado em lei, regulamento
trário, quanto aos especiais e extraordinários. ou contrato.

Art. 46.  O ato que abrir crédito adicional in- Art. 53.  O lançamento da receita é ato da re-
dicará a importância, a espécie do mesmo e a partição competente, que verifica a procedência
classificação da despesa, até onde for possível. do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora
e inscreve o débito desta.

TÍTULO VI – Da Execução do Orçamento Art. 54.  Não será admitida a compensação da


CAPÍTULO I – Da Programação da Despesa obrigação de recolher rendas ou receitas com
direito creditório contra a Fazenda Pública.
Art. 47.  Imediatamente após a promulgação
da Lei de Orçamento e com base nos limites Art. 55.  Os agentes da arrecadação devem
nela fixados, o Poder Executivo aprovará um fornecer recibos das importâncias que arre-
quadro de cotas trimestrais da despesa que cada cadarem.
unidade orçamentária fica autorizada a utilizar. § 1o  Os recibos devem conter o nome da
pessoa que paga a soma arrecadada, proveniên-
Art. 48.  A fixação das cotas a que se refere o cia e classificação, bem como a data e assinatura
artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos: do agente arrecadador.
Normas principais

a)  assegurar às unidades orçamentárias, em § 2o  Os recibos serão fornecidos em uma


tempo útil, a soma de recursos necessários e única via.
suficientes a melhor execução do seu programa
anual de trabalho; Art. 56.  O recolhimento de todas as receitas
b)  manter, durante o exercício, na medida far-se-á em estrita observância ao princípio
do possível, o equilíbrio entre a receita arreca- 49
de unidade de tesouraria, vedada qualquer Art. 61.  Para cada empenho será extraído um
fragmentação para criação de caixas especiais. documento denominado “nota de empenho”
que indicará o nome do credor, a representação
Art. 57.  Ressalvado o disposto no parágrafo e a importância da despesa bem como a dedu-
único do artigo 3o desta lei serão classificadas ção desta do saldo da dotação própria.
como receita orçamentária, sob as rubricas pró-
prias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as Art. 62.  O pagamento da despesa só será
provenientes de operações de crédito, ainda que efetuado quando ordenado após sua regular
não previstas no Orçamento. liquidação.

Art. 63.  A liquidação da despesa consiste na


CAPÍTULO III – Da Despesa verificação do direito adquirido pelo credor
tendo por base os títulos e documentos com-
Art. 58.  O empenho de despesa é o ato ema- probatórios do respectivo crédito.
nado de autoridade competente que cria para § 1o  Essa verificação tem por fim apurar:
o Estado obrigação de pagamento pendente ou I – a origem e o objeto do que se deve pagar;
não de implemento de condição. II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância,
Art. 59.  O empenho da despesa não poderá para extinguir a obrigação.
exceder o limite dos créditos concedidos. § 2o  A liquidação da despesa por forneci-
§ 1o  Ressalvado o disposto no Art. 67 da mentos feitos ou serviços prestados terá por
Constituição Federal, é vedado aos Municí- base:
pios empenhar, no último mês do mandato do I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa II – a nota de empenho;
prevista no orçamento vigente. III – os comprovantes da entrega de material
§ 2o  Fica, também, vedado aos Municípios, ou da prestação efetiva do serviço.
no mesmo período, assumir, por qualquer for-
ma, compromissos financeiros para execução Art. 64.  A ordem de pagamento é o despacho
depois do término do mandato do Prefeito. exarado por autoridade competente, determi-
§ 3o  As disposições dos parágrafos anterio- nando que a despesa seja paga.
res não se aplicam nos casos comprovados de Parágrafo único.  A ordem de pagamento só
calamidade pública. poderá ser exarada em documentos processa-
§ 4o  Reputam-se nulos e de nenhum efeito dos pelos serviços de contabilidade.
os empenhos e atos praticados em desacordo
com o disposto nos parágrafos 1o e 2o deste Art. 65.  O pagamento da despesa será efetua-
artigo, sem prejuízo da responsabilidade do do por tesouraria ou pagadoria regularmente
Prefeito nos termos do Art. 1o, inciso V, do instituídos por estabelecimentos bancários
Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967. credenciados e, em casos excepcionais, por
meio de adiantamento.
Art. 60.  É vedada a realização de despesa sem
prévio empenho. Art. 66.  As dotações atribuídas às diversas
Gestão orçamentária pública

§ 1o  Em casos especiais previstos na legis- unidades orçamentárias poderão quando


lação específica será dispensada a emissão da expressamente determinado na Lei de Orça-
nota de empenho. mento ser movimentadas por órgãos centrais
§ 2o  Será feito por estimativa o empenho da de administração geral.
despesa cujo montante não se possa determinar. Parágrafo único.  É permitida a redistribui-
§ 3 o  É permitido o empenho global de ção de parcelas das dotações de pessoal, de
despesas contratuais e outras, sujeitas a par- uma para outra unidade orçamentária, quando
celamento. considerada indispensável à movimentação de
50 pessoal dentro das tabelas ou quadros comuns
às unidades interessadas, a que se realize em prestação e tomada de contas, sem, de qualquer
obediência à legislação específica. modo, elidir a competência específica do Tribu-
nal de Contas ou órgão equivalente.
Art. 67.  Os pagamentos devidos pela Fazenda
Pública, em virtude de sentença judiciária, far-
se-ão na ordem de apresentação dos precató- TÍTULO VIII – Do Controle da Execução
rios e à conta dos créditos respectivos, sendo Orçamentária
proibida a designação de casos ou de pessoas CAPÍTULO I – Disposições Gerais
nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para esse fim. Art. 75.  O controle da execução orçamentária
compreenderá:
Art. 68.  O regime de adiantamento é aplicável I – a legalidade dos atos de que resultem a
aos casos de despesas expressamente definidos arrecadação da receita ou a realização da des-
em lei e consiste na entrega de numerário a pesa, o nascimento ou a extinção de direitos e
servidor, sempre precedida de empenho na obrigações;
dotação própria para o fim de realizar despesas, II – a fidelidade funcional dos agentes da
que não possam subordinar-se ao processo administração, responsáveis por bens e valores
normal de aplicação. públicos;
III – o cumprimento do programa de tra-
Art. 69.  Não se fará adiantamento a servidor balho expresso em termos monetários e em
em alcance nem a responsável por dois adian- termos de realização de obras e prestação de
tamentos. serviços.

Art. 70.  A aquisição de material, o forne-


cimento e a adjudicação de obras e serviços CAPÍTULO II – Do Controle Interno
serão regulados em lei, respeitado o princípio
da concorrência. Art. 76.  O Poder Executivo exercerá os três
tipos de controle a que se refere o artigo 75, sem
prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas
TÍTULO VII – Dos Fundos Especiais ou órgão equivalente.

Art. 71.  Constitui fundo especial o produto de Art. 77.  A verificação da legalidade dos atos
receitas especificadas que por lei se vinculam à de execução orçamentária será prévia, conco-
realização de determinados objetivos ou servi- mitante e subsequente.
ços, facultada a adoção de normas peculiares
de aplicação. Art. 78.  Além da prestação ou tomada de
contas anual, quando instituída em lei, ou por
Art. 72.  A aplicação das receitas orçamentá- fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo,
rias vinculadas a fundos especiais far-se-á atra- levantamento, prestação ou tomada de contas
vés de dotação consignada na Lei de Orçamento de todos os responsáveis por bens ou valores
ou em créditos adicionais. públicos.

Art. 73.  Salvo determinação em contrário da Art. 79.  Ao órgão incumbido da elaboração


lei que o instituiu, o saldo positivo do fundo da proposta orçamentária ou a outro indicado
Normas principais

especial apurado em balanço será transferido na legislação, caberá o controle estabelecido no


para o exercício seguinte, a crédito do mesmo inciso III do artigo 75.
fundo. Parágrafo único.  Esse controle far-se-á,
quando for o caso, em termos de unidades de
Art. 74.  A lei que instituir fundo especial po- medida, previamente estabelecidas para cada
derá determinar normas peculiares de controle, atividade. 51
Art. 80.  Compete aos serviços de contabili- triais, o levantamento dos balanços gerais, a
dade ou órgãos equivalentes verificar a exata análise e a interpretação dos resultados econô-
observância dos limites das cotas trimestrais micos e financeiros.
atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro
do sistema que for instituído para esse fim. Art. 86.  A escrituração sintética das operações
financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo
método das partidas dobradas.
CAPÍTULO III – Do Controle Externo
Art. 87.  Haverá controle contábil dos direitos
Art. 81.  O controle da execução orçamentária, e obrigações oriundos de ajustes ou contratos
pelo Poder Legislativo, terá por objetivo veri- em que a administração pública for parte.
ficar a probidade da administração, a guarda
e legal emprego dos dinheiros públicos e o Art. 88.  Os débitos e créditos serão escritura-
cumprimento da Lei de Orçamento. dos com individuação do devedor ou do credor
e especificação da natureza, importância e data
Art. 82.  O Poder Executivo, anualmente, do vencimento, quando fixada.
prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo
estabelecido nas Constituições ou nas Leis Art. 89.  A contabilidade evidenciará os fatos
Orgânicas dos Municípios. ligados à administração orçamentária, finan-
§ 1o  As contas do Poder Executivo serão ceira patrimonial e industrial.
submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer
prévio do Tribunal de Contas ou órgão equi-
valente. CAPÍTULO II – Da Contabilidade
§ 2o  Quando, no Município, não houver Orçamentária e Financeira
Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a
Câmara de Vereadores poderá designar peritos Art. 90.  A contabilidade deverá evidenciar,
contadores para verificarem as contas do pre- em seus registros, o montante dos créditos or-
feito e sobre elas emitirem parecer. çamentários vigentes, a despesa empenhada e a
despesa realizada, à conta dos mesmos créditos,
e as dotações disponíveis.
TÍTULO IX – Da Contabilidade
CAPÍTULO I – Disposições Gerais Art. 91.  O registro contábil da receita e da des-
pesa far-se-á de acordo com as especificações
Art. 83.  A contabilidade evidenciará perante constantes da Lei de Orçamento e dos créditos
a Fazenda Pública a situação de todos quantos, adicionais.
de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem
despesas, administrem ou guardem bens a ela Art. 92.  A dívida flutuante compreende:
pertencentes ou confiados. I – os restos a pagar, excluídos os serviços
da dívida;
Art. 84.  Ressalvada a competência do Tribunal II – os serviços da dívida a pagar;
de Contas ou órgão equivalente, a tomada de III – os depósitos;
Gestão orçamentária pública

contas dos agentes responsáveis por bens ou IV – os débitos de tesouraria.


dinheiros públicos será realizada ou superin- Parágrafo único.  O registro dos restos a
tendida pelos serviços de contabilidade. pagar far-se-á por exercício e por credor dis-
tinguindo-se as despesas processadas das não
Art. 85.  Os serviços de contabilidade serão processadas.
organizados de forma a permitirem o acom-
panhamento da execução orçamentária, o Art. 93.  Todas as operações de que resultem
conhecimento da composição patrimonial, a débitos e créditos de natureza financeira, não
52 determinação dos custos dos serviços indus- compreendidas na execução orçamentária,
serão também objeto de registro, individuação CAPÍTULO IV – Dos Balanços
e controle contábil.
Art. 101.  Os resultados gerais do exercício
serão demonstrados no Balanço Orçamentário,
CAPÍTULO III – Da Contabilidade no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial,
Patrimonial e Industrial na Demonstração das Variações Patrimoniais,
segundo os Anexos números 12, 13, 14 e 15 e os
Art. 94.  Haverá registros analíticos de todos quadros demonstrativos constantes dos Anexos
os bens de caráter permanente, com indica- números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.
ção dos elementos necessários para a perfeita
caracterização de cada um deles e dos agentes Art. 102.  O Balanço Orçamentário demons-
responsáveis pela sua guarda e administração. trará as receitas e despesas previstas em con-
fronto com as realizadas.
Art. 95.  A contabilidade manterá registros
sintéticos dos bens móveis e imóveis. Art. 103.  O Balanço Financeiro demonstrará
a receita e a despesa orçamentárias bem como
Art. 96.  O levantamento geral dos bens móveis os recebimentos e os pagamentos de natureza
e imóveis terá por base o inventário analítico de extraorçamentária, conjugados com os saldos
cada unidade administrativa e os elementos da em espécie provenientes do exercício anterior, e
escrituração sintética na contabilidade. os que se transferem para o exercício seguinte.
Parágrafo único.  Os Restos a Pagar do
Art. 97.  Para fins orçamentários e determina- exercício serão computados na receita extraor-
ção dos devedores, ter-se-á o registro contábil çamentária para compensar sua inclusão na
das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua despesa orçamentária.
efetivação.
Art. 104.  A Demonstração das Variações Pa-
Art. 98.  A dívida fundada compreende os trimoniais evidenciará as alterações verificadas
compromissos de exigibilidade superior a doze no patrimônio, resultantes ou independentes da
meses, contraídos para atender a desequilíbrio execução orçamentária, e indicará o resultado
orçamentário ou a financeiro de obras e servi- patrimonial do exercício.
ços públicos.
Parágrafo único.  A dívida fundada será Art. 105.  O Balanço Patrimonial demonstrará:
escriturada com individuação e especificações I – o Ativo Financeiro;
que permitam verificar, a qualquer momento, II – o Ativo Permanente;
a posição dos empréstimos, bem como os res- III – o Passivo Financeiro;
pectivos serviços de amortização e juros. IV – o Passivo Permanente;
V – o Saldo Patrimonial;
Art. 99.  Os serviços públicos industriais, ain- VI – as Contas de Compensação.
da que não organizados como empresa pública § 1o  O Ativo Financeiro compreenderá os
ou autárquica, manterão contabilidade especial créditos e valores realizáveis independente-
para determinação dos custos, ingressos e resul- mente de autorização orçamentária e os valores
tados, sem prejuízo da escrituração patrimonial numerários.
e financeira comum. § 2o  O Ativo Permanente compreenderá os
bens, créditos e valores, cuja mobilização ou
Normas principais

Art. 100.  As alterações da situação líquida alienação dependa de autorização legislativa.


patrimonial, que abrangem os resultados da § 3o  O Passivo Financeiro compreenderá as
execução orçamentária, bem como as variações dívidas fundadas e outras pagamento indepen-
independentes dessa execução e as super- da de autorização orçamentária.
veniências e insubsistência ativas e passivas, § 4o  O Passivo Permanente compreenderá
constituirão elementos da conta patrimonial. as dívidas fundadas e outras que dependam 53
de autorização legislativa para amortização I – como receita, salvo disposição legal em
ou resgate. contrário, de saldo positivo previsto entre os
§ 5o  Nas contas de compensação serão regis- totais das receitas e despesas;
trados os bens, valores, obrigações e situações II – como subvenção econômica, na receita
não compreendidas nos parágrafos anteriores do orçamento da beneficiária, salvo disposição
e que, imediata ou indiretamente, possam vir legal em contrário, do saldo negativo previsto
a afetar o patrimônio. entre os totais das receitas e despesas.
§ 1o  Os investimentos ou inversões finan-
Art. 106.  A avaliação dos elementos patrimo- ceiras da União, dos Estados, dos Municípios e
niais obedecerá às normas seguintes: do Distrito Federal, realizados por intermédio
I – os débitos e créditos, bem como os títulos das entidades aludidas no artigo anterior, serão
de renda, pelo seu valor nominal, feita a con- classificados como receita de capital destas e
versão, quando em moeda estrangeira, à taxa despesa de transferência de capital daqueles.
de câmbio vigente na data do balanço; § 2o  As previsões para depreciação serão
II – os bens móveis e imóveis, pelo valor computadas para efeito de apuração do saldo
de aquisição ou pelo custo de produção ou de líquido das mencionadas entidades.
construção;
III – os bens de almoxarifado, pelo preço Art. 109.  Os orçamentos e balanços das enti-
médio ponderado das compras. dades compreendidas no artigo 107 serão pu-
§ 1o  Os valores em espécie, assim como os blicados como complemento dos orçamentos e
débitos e créditos, quando em moeda estrangei- balanços da União, dos Estados, dos Municípios
ra, deverão figurar ao lado das correspondentes e do Distrito Federal a que estejam vinculados.
importâncias em moeda nacional.
§ 2o  As variações resultantes da conversão Art. 110.  Os orçamentos e balanços das en-
dos débitos, créditos e valores em espécie serão tidades já referidas obedecerão aos padrões
levadas à conta patrimonial. e normas instituídas por esta lei, ajustados às
§ 3o  Poderão ser feitas reavaliações dos bens respectivas peculiaridades.
móveis e imóveis. Parágrafo único.  Dentro do prazo que a
legislação fixar, os balanços serão remetidos ao
órgão central de contabilidade da União, dos
TÍTULO X – Das Autarquias e Outras Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
Entidades para fins de incorporação dos resultados, salvo
disposição legal em contrário.
Art. 107.  As entidades autárquicas ou pa-
raestatais, inclusive de previdência social ou
investidas de delegação para arrecadação de TÍTULO XI – Disposições Finais
contribuições parafiscais da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal terão seus Art. 111.  O Conselho Técnico de Economia
orçamentos aprovados por decreto do Poder e Finanças do Ministério da Fazenda, além
Executivo, salvo se disposição legal expressa de outras apurações, para fins estatísticos,
determinar que o sejam pelo Poder Legislativo. de interesse nacional, organizará e publicará
Gestão orçamentária pública

Parágrafo único.  Compreendem-se nesta o balanço consolidado das contas da União,


disposição as empresas com autonomia finan- Estados, Municípios e Distrito Federal, suas
ceira e administrativa cujo capital pertencer, autarquias e outras entidades, bem como um
integralmente, ao Poder Público. quadro estruturalmente idêntico, baseado em
dados orçamentários.
Art. 108.  Os orçamentos das entidades referi- § 1o  Os quadros referidos neste artigo terão
das no artigo anterior vincular-se-ão ao orça- a estrutura do Anexo no 1.
mento da União, dos Estados, dos Municípios § 2o  O quadro baseado nos orçamentos
54 e do Distrito Federal, pela inclusão: será publicado até o último dia do primeiro
semestre do próprio exercício e o baseado nos sário, conferências ou reuniões técnicas, com
balanços, até o último dia do segundo semestre a participação de representantes das entidades
do exercício imediato àquele a que se referirem. abrangidas por estas normas.

Art. 112.  Para cumprimento do disposto Art. 114.  Os efeitos desta lei são contados a
no artigo precedente, a União, os Estados, os partir de 1o de janeiro de 1964 para o fim da
Municípios e o Distrito Federal remeterão ao elaboração dos orçamentos e a partir de 1o de
mencionado órgão, até 30 de abril, os orçamen- janeiro de 1965, quanto às demais atividades
tos do exercício, e até 30 de junho, os balanços estatuídas.
do exercício anterior.
Parágrafo único.  O pagamento, pela União, Art. 115.  Revogam-se as disposições em
de auxílio ou contribuição a Estados, Municí- contrário.
pios ou Distrito Federal, cuja concessão não de-
corra de imperativo constitucional, dependerá Brasília, 17 de março de 1964; 143o da Indepen-
de prova do atendimento ao que se determina dência e 76o da República.
neste artigo.
JOÃO GOULART – Abelardo Jurema – Sylvio
Art. 113.  Para fiel e uniforme aplicação das Borges de Souza Motta – Jair Ribeiro – João
presentes normas, o Conselho Técnico de Augusto de Araújo Castro – Waldyr Ramos
Economia e Finanças do Ministério da Fazenda Borges – Expedito Machado – Oswaldo Costa
atenderá a consultas, coligirá elementos, pro- Lima Filho – Júlio Forquim Sambaquy – Amaury
moverá o intercâmbio de dados informativos, Silva – Anysio Botelho – Wilson Fadul – Antonio
expedirá recomendações técnicas, quando Oliveira Brito – Egydio Michaelsen
solicitadas, e atualizará sempre que julgar con-
veniente, os anexos que integram a presente lei. Promulgada em 17/3/1964, publicada no DOU de
Parágrafo único.  Para os fins previstos neste 23/3/1964 e retificada no DOU de 9/4/1964 e no de
artigo, poderão ser promovidas, quando neces- 3/6/1964.

Normas principais

55
Decreto no 62.115/1968
Regulamenta o artigo 37 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da sido prevista a dotação orçamentária própria


atribuição que lhe confere o artigo 83, item II, ou não tenha esta deixado saldo no exercício
da Constituição e tendo em vista o disposto no respectivo, mas que pudessem ser atendidos em
art. 37 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, face da legislação vigente.

DECRETA: Art. 2o  São competentes para reconhecer as


dívidas de exercícios anteriores os chefes das
Art. 1o  Poderão ser pagas por dotação para repartições, exceto as compreendidas no inciso
“despesas de exercícios anteriores”, constantes III do parágrafo único do artigo anterior, que
dos quadros discriminativos de despesas das deverão ser reconhecidas pelo Ministro de
unidades orçamentárias, as dívidas de exercí- Estado, dirigente de órgão subordinado à Pre-
cios encerrados devidamente reconhecidas pela sidência da República, ou autoridades a quem
autoridade competente. estes delegarem competência.
Parágrafo único.  As dívidas de que trata este
artigo compreendem as seguintes categorias: Art. 3o  Este decreto entrará em vigor na data
I – despesas de exercícios encerrados, para de sua publicação, revogadas as disposições
as quais o orçamento respectivo consignava em contrário.
crédito próprio, com saldo suficiente para
atendê-las que não se tenham processado na Brasília, 12 de janeiro de 1968; 147o da Inde-
época própria; pendência e 80o da República.
II – despesas de “Restos a Pagar” com
prescrição interrompida, desde que o crédito ARTUR COSTA E SILVA – Antônio Delfim Neto
respectivo tenha sido convertido em renda;
III – compromissos reconhecidos pela Decretado em 12/5/1968, publicado no DOU de
autoridade competente, ainda que não tenha 16/1/1968 e retificado no DOU de 19/1/1968.
Gestão orçamentária pública

56
Normas correlatas
Lei no 13.249/2016
Institui o Plano Plurianual da União para o período de 2016 a 2019.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA I – O desenvolvimento sustentável orien-


tado pela inclusão social;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta II – A melhoria contínua da qualidade dos
e eu sanciono a seguinte Lei: serviços públicos;
III – A garantia dos direitos humanos com
redução das desigualdades sociais, regionais,
CAPÍTULO I – Do Planejamento étnico-raciais, geracionais e de gênero;
Governamental e do Plano Plurianual IV – O estímulo e a valorização da educa-
ção, ciência, tecnologia e inovação e compe-
Art. 1o  Esta Lei institui o Plano Plurianual da titividade;
União para o período de 2016 a 2019 – PPA V – A participação social como direito do
2016-2019, em cumprimento ao disposto no cidadão;
§ 1o do art. 165 da Constituição Federal. VI – A valorização e o respeito à diversi-
dade cultural;
Art. 2o  O PPA 2016-2019 é instrumento de VII – O aperfeiçoamento da gestão pública
planejamento governamental que define di- com foco no cidadão, na eficiência do gasto
retrizes, objetivos e metas da administração público, na transparência, e no enfrentamento
pública federal para as despesas de capital e à corrupção; e
outras delas decorrentes e para as relativas VIII – A garantia do equilíbrio das contas
aos programas de duração continuada, com públicas.
o propósito de viabilizar a implementação e
a gestão das políticas públicas.
CAPÍTULO II – Da Estrutura e
Art. 3o  São prioridades da administração Organização do Plano
pública federal para o período 2016- 2019:
I – as metas inscritas no Plano Nacional Art. 5o  O PPA 2016-2019 reflete as políticas
de Educação; públicas e orienta a atuação governamental
II – o Programa de Aceleração do Cresci- por meio de Programas Temáticos e de Ges-
mento – PAC, identificado nas leis orçamen- tão, Manutenção e Serviços ao Estado, assim
tárias anuais por meio de atributo específico; e definidos:
III – o Plano Brasil sem Miséria – PBSM, I – Programa Temático: organizado por
identificado nas leis orçamentárias anuais por recortes selecionados de políticas públicas,
meio de atributo específico. expressa e orienta a ação governamental para
Parágrafo único.  No prazo de noventa a entrega de bens e serviços à sociedade; e
Gestão orçamentária pública

dias a contar da publicação desta Lei, o Poder II – Programa de Gestão, Manutenção e


Executivo informará ao Congresso Nacional Serviços ao Estado: expressa e orienta as ações
o montante de recursos a ser destinado, no destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção
quadriênio 2016-2019, ao Programa de Ace- da atuação governamental.
leração do Crescimento – PAC e ao Programa Parágrafo único.  Não integram o PPA
de Investimentos em Logística – PIL. 2016-2019 os programas destinados exclusi-
vamente a operações especiais.
Art. 4o  Para o período 2016-2019, o PPA terá
58 como diretrizes:
Art. 6o  O Programa Temático é composto CAPÍTULO III – Da Integração com as
pelos seguintes elementos constituintes: Leis Orçamentárias Anuais
I – Objetivo, que expressa as escolhas de
políticas públicas para o alcance dos resulta- Art. 8o  Os Programas constantes do PPA
dos almejados pela intervenção governamen- 2016-2019 estarão expressos nas leis orçamen-
tal e tem como atributos: tárias anuais e nas leis de crédito adicional.
a)  Órgão Responsável: órgão cujas atribui- § 1o  As ações orçamentárias serão discri-
ções mais contribuem para a implementação minadas exclusivamente nas leis orçamen-
do Objetivo ou da Meta; tárias.
b)  Meta: medida do alcance do Objetivo, § 2o  Nos Programas Temáticos, cada ação
podendo ser de natureza quantitativa ou orçamentária estará vinculada a um único
qualitativa; e Objetivo, exceto as ações padronizadas.
c)  Iniciativa: declaração dos meios e § 3o  As vinculações entre ações orçamen-
mecanismos de gestão que viabilizam os tárias e Objetivos do PPA constarão das leis
Objetivos e suas Metas, explicitando a lógica orçamentárias anuais.
da intervenção.
II – Indicador, que é uma referência que Art. 9o  O Valor Global dos Programas, bem
permite identificar e aferir, periodicamente, como os enunciados dos Objetivos e Metas,
aspectos relacionados a um Programa, auxi- não constituem limites à programação e à
liando a avaliação dos seus resultados; execução das despesas expressas nas leis
III – Valor Global do Programa, que é orçamentárias anuais e nas leis de crédito
a estimativa dos recursos orçamentários e adicional.
extraorçamentários previstos para a conse-
cução dos Objetivos, sendo os orçamentários Art. 10.  Os empreendimentos plurianuais
segregados nas esferas Fiscal e da Seguridade cujo custo total estimado for igual ou superior
Social e na esfera de Investimento das Em- ao Valor de Referência deverão ser indivi-
presas Estatais, com as respectivas categorias dualizados como Iniciativas no Anexo III e
econômicas; aqueles cujo custo total foi inferior ao Valor
IV – Valor de Referência, que é o parâmetro de Referência serão individualizados como
financeiro utilizado para fins de individuali- Iniciativas no Anexo IV.
zação de empreendimento como iniciativa § 1o  A individualização de que trata o
no Anexo III, estabelecido por Programa caput não se aplica aos empreendimentos
Temático e especificado para as esferas Fiscal realizados por meio de transferências de re-
e da Seguridade Social e para a esfera de In- cursos da União a Estados, Distrito Federal e
vestimento das Empresas Estatais. Municípios.
§ 2o  O Ministério do Planejamento, Orça-
Art. 7o  Integram o PPA 2016-2019 os se- mento e Gestão poderá definir critérios adi-
guintes anexos: cionais para a individualização de Iniciativas
I – Anexo I – Programas Temáticos; de que trata o caput deste artigo.
II – Anexo II – Programas de Gestão, Ma-
nutenção e Serviços ao Estado; e
III – Anexo III – Empreendimentos Indivi- CAPÍTULO IV – Da Gestão do Plano
dualizados como Iniciativas – acima do Valor
de Referência; e Art. 11.  A gestão do PPA 2016-2019 consiste
Normas correlatas

IV – Anexo IV – Empreendimentos Indi- na articulação dos meios necessários para


vidualizados como Iniciativas – Abaixo do viabilizar o alcance dos Objetivos e das Metas,
Valor de Referência. sobretudo para a garantia de acesso às polí-
ticas públicas pelos segmentos populacionais
mais vulneráveis, e busca o aperfeiçoamento:
59
I – dos mecanismos de implementação e CAPÍTULO V – Das Disposições Gerais
integração das políticas públicas;
II – dos critérios de regionalização das po- Art. 14.  Para fins de atendimento ao disposto
líticas públicas; no § 1o do art. 167 da Constituição Federal, o
III – dos mecanismos de monitoramento, investimento plurianual, para o período de
avaliação e revisão do Plano; e 2016 a 2019, está incluído no Valor Global dos
IV – dos instrumentos de cooperação fe- Programas.
derativa. Parágrafo único.  A lei orçamentária anual e
as leis de créditos adicionais detalharão em seus
Art. 12.  A gestão do PPA 2016-2019 observará anexos os investimentos de que trata o caput,
os princípios da publicidade, eficiência, impes- para o ano de sua vigência.
soalidade, economicidade e efetividade e com-
preenderá a implementação, o monitoramento, Art. 15.  Fica o Poder Executivo autorizado a
a avaliação e a revisão do Plano. promover, por ato próprio, alterações no PPA
§ 1o  Caberá ao Ministério do Planejamento, 2016-2019 para:
Orçamento e Gestão definir os prazos, as dire- I – compatibilizar as alterações promovidas
trizes e as orientações técnicas complementares pelas leis orçamentárias anuais e pelas leis de
para a gestão do PPA 2016-2019. crédito adicional, podendo, para tanto:
§ 2o  O Poder Executivo manterá sistema a)  alterar o Valor Global do Programa;
informatizado de apoio à gestão do Plano, cujas b)  adequar as vinculações entre ações orça-
informações deverão ser atualizadas com perio- mentárias e objetivos; e
dicidade definida nos termos do § 1o. c)  revisar ou atualizar Metas.
§ 3o  O Poder Executivo adotará, em con- II – alterar Metas qualitativas; e
junto com representantes da sociedade civil, III – incluir, excluir ou alterar os seguintes
mecanismos de participação social nas etapas atributos:
do ciclo de gestão do PPA 2016-2019. a)  Indicador;
b)  Órgão Responsável por Objetivo e Meta;
Art. 13.  O Poder Executivo: c)  Iniciativa; e
I – publicará em portal eletrônico dados es- d)  Valor Global do Programa, em razão
truturados e informações sobre a implementa- de alteração de fontes de financiamento com
ção e o acompanhamento do PPA 2016-2019; e recursos extraorçamentários.
II – encaminhará ao Congresso Nacional Parágrafo único.  Quaisquer modificações
o Relatório Anual de Avaliação do Plano, que realizadas com fulcro na autorização prevista
conterá: no caput deverão ser informadas à Comissão
a)  análise do comportamento das variáveis Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fisca-
macroeconômicas que embasaram a elaboração lização do Congresso Nacional e publicadas em
do Plano, explicitando, se for o caso, as razões portal eletrônico do governo federal.
das discrepâncias verificadas entre os valores
previstos e realizados; Art. 16.  Esta Lei entra em vigor na data de
b)  análise da situação, por Programa, dos sua publicação.
Indicadores, Objetivos e Metas, informando as
Gestão orçamentária pública

medidas corretivas a serem adotadas quando Brasília, 13 de janeiro de 2016; 195o da Inde-
houver indicativo de que metas estabelecidas pendência e 128o da República.
não serão atingidas até o término do Plano; e
c)  execução financeira das ações vinculadas DILMA ROUSSEFF – Nelson Barbosa – Valdir
aos objetivos dos Programas Temáticos. Moysés Simão

Promulgada em 13/1/2016, publicada no DOU de


14/1/2016 e retificada no DOU de 31/8/2016.
60
Lei no 10.180/2001
Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração
Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e
dá outras providências.

Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLI- CAPÍTULO II – Da Organização e das


CA adotou a Medida Provisória no 2.112-88, Competências
de 2001, que o Congresso Nacional aprovou,
e eu, Antonio Carlos Magalhães, Presidente, Art. 3o  O Sistema de Planejamento e de Or-
para os efeitos do disposto no parágrafo único çamento Federal compreende as atividades de
do art. 62 da Constituição Federal, promulgo elaboração, acompanhamento e avaliação de
a seguinte Lei: planos, programas e orçamentos, e de realiza-
ção de estudos e pesquisas socioeconômicas.
TÍTULO I – Da Organização Sistêmica
CAPÍTULO ÚNICO – Das Disposições Art. 4o  Integram o Sistema de Planejamento
Preliminares e de Orçamento Federal:
I – o Ministério do Planejamento, Orçamen-
Art. 1o  Serão organizadas sob a forma de to e Gestão, como órgão central;
sistemas as atividades de planejamento e de II – órgãos setoriais;
orçamento federal, de administração financeira III – órgãos específicos.
federal, de contabilidade federal e de controle § 1o  Os órgãos setoriais são as unidades de
interno do Poder Executivo Federal. planejamento e orçamento dos Ministérios, da
Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidên-
TÍTULO II – Do Sistema de Planejamento e cia e da Casa Civil da Presidência da República.
de Orçamento Federal § 2 o  Os órgãos específicos são aqueles
CAPÍTULO I – Das Finalidades vinculados ou subordinados ao órgão central
do Sistema, cuja missão está voltada para as
Art. 2o  O Sistema de Planejamento e de Or- atividades de planejamento e orçamento.
çamento Federal tem por finalidade: § 3o  Os órgãos setoriais e específicos ficam
I – formular o planejamento estratégico sujeitos à orientação normativa e à supervi-
nacional; são técnica do órgão central do Sistema, sem
II – formular planos nacionais, setoriais e prejuízo da subordinação ao órgão em cuja
regionais de desenvolvimento econômico e estrutura administrativa estiverem integrados.
social; § 4o  As unidades de planejamento e orça-
III – formular o plano plurianual, as dire- mento das entidades vinculadas ou subordi-
trizes orçamentárias e os orçamentos anuais; nadas aos Ministérios e órgãos setoriais ficam
IV – gerenciar o processo de planejamento sujeitas à orientação normativa e à supervisão
e orçamento federal; técnica do órgão central e também, no que
V – promover a articulação com os Estados, couber, do respectivo órgão setorial.
o Distrito Federal e os Municípios, visando a § 5o  O órgão setorial da Casa Civil da Presi-
Normas correlatas

compatibilização de normas e tarefas afins aos dência da República tem como área de atuação
diversos Sistemas, nos planos federal, estadual, todos os órgãos integrantes da Presidência da
distrital e municipal. República, ressalvados outros determinados
em legislação específica.

61
Art. 5 o   Sem prejuízo das competências previsões e informação estratégica sobre
constitucionais e legais de outros Poderes, as tendências e mudanças no âmbito nacional e
unidades responsáveis pelos seus orçamentos internacional;
ficam sujeitas à orientação normativa do órgão VI – identificar, analisar e avaliar os investi-
central do Sistema. mentos estratégicos do Governo, suas fontes de
financiamento e sua articulação com os inves-
Art. 6o  Sem prejuízo das competências cons- timentos privados, bem como prestar o apoio
titucionais e legais de outros Poderes e órgãos gerencial e institucional à sua implementação;
da Administração Pública Federal, os órgãos VII – realizar estudos e pesquisas socioeco-
integrantes do Sistema de Planejamento e de nômicas e análises de políticas públicas;
Orçamento Federal e as unidades responsáveis VIII – estabelecer políticas e diretrizes gerais
pelo planejamento e orçamento dos demais para a atuação das empresas estatais.
Poderes realizarão o acompanhamento e a Parágrafo único.  Consideram-se empresas
avaliação dos planos e programas respectivos. estatais, para efeito do disposto no inciso VIII,
as empresas públicas, as sociedades de econo-
mia mista, suas subsidiárias e controladas e
SEÇÃO I – Do Planejamento Federal demais empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital
Art. 7o  Compete às unidades responsáveis social com direito a voto.
pelas atividades de planejamento:
I – elaborar e supervisionar a execução de
planos e programas nacionais e setoriais de SEÇÃO II – Do Orçamento Federal
desenvolvimento econômico e social;
II – coordenar a elaboração dos projetos Art. 8o  Compete às unidades responsáveis
de lei do plano plurianual e o item, metas e pelas atividades de orçamento:
prioridades da Administração Pública Fede- I – coordenar, consolidar e supervisionar
ral, integrantes do projeto de lei de diretrizes a elaboração dos projetos da lei de diretrizes
orçamentárias, bem como de suas alterações, orçamentárias e da lei orçamentária da União,
compatibilizando as propostas de todos os compreendendo os orçamentos fiscal, da segu-
Poderes, órgãos e entidades integrantes da ridade social e de investimento das empresas
Administração Pública Federal com os objeti- estatais;
vos governamentais e os recursos disponíveis; II – estabelecer normas e procedimentos
III – acompanhar física e financeiramente necessários à elaboração e à implementação
os planos e programas referidos nos incisos I dos orçamentos federais, harmonizando-os
e II deste artigo, bem como avaliá-los, quanto com o plano plurianual;
à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar III – realizar estudos e pesquisas concernen-
o processo de alocação de recursos públicos, tes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento
a política de gastos e a coordenação das ações do processo orçamentário federal;
do governo; IV – acompanhar e avaliar a execução
IV – assegurar que as unidades administra- orçamentária e financeira, sem prejuízo da
tivas responsáveis pela execução dos progra- competência atribuída a outros órgãos;
Gestão orçamentária pública

mas, projetos e atividades da Administração V – estabelecer classificações orçamentárias,


Pública Federal mantenham rotinas de acom- tendo em vista as necessidades de sua harmo-
panhamento e avaliação da sua programação; nização com o planejamento e o controle;
V – manter sistema de informações rela- VI – propor medidas que objetivem a con-
cionados a indicadores econômicos e sociais, solidação das informações orçamentárias das
assim como mecanismos para desenvolver diversas esferas de governo.

62
TÍTULO III – Do Sistema de Administração V – controlar a dívida decorrente de ope-
Financeira Federal rações de crédito de responsabilidade, direta e
CAPÍTULO I – Das Finalidades indireta, do Tesouro Nacional;
VI – administrar as operações de crédito
Art. 9o  O Sistema de Administração Finan- sob a responsabilidade do Tesouro Nacional;
ceira Federal visa ao equilíbrio financeiro do VII – manter controle dos compromissos
Governo Federal, dentro dos limites da receita que onerem, direta ou indiretamente, a União
e despesa públicas. junto a entidades ou organismos internacionais;
VIII – editar normas sobre a programação
financeira e a execução orçamentária e financei-
CAPÍTULO II – Da Organização e das ra, bem como promover o acompanhamento,
Competências a sistematização e a padronização da execução
da despesa pública;
Art. 10.  O Sistema de Administração Fi- IX – promover a integração com os demais
nanceira Federal compreende as atividades Poderes e esferas de governo em assuntos de
de programação financeira da União, de ad- administração e programação financeira.
ministração de direitos e haveres, garantias e
obrigações de responsabilidade do Tesouro Art. 13.  Subordinam-se tecnicamente à Se-
Nacional e de orientação técnico-normativa cretaria do Tesouro Nacional os representantes
referente à execução orçamentária e financeira. do Tesouro Nacional nos conselhos fiscais, ou
órgãos equivalentes das entidades da adminis-
Art. 11.  Integram o Sistema de Administração tração indireta, controladas direta ou indireta-
Financeira Federal: mente pela União.
I – a Secretaria do Tesouro Nacional, como Parágrafo único.  Os representantes do Te-
órgão central; souro Nacional nos conselhos fiscais deverão
II – órgãos setoriais. ser, preferencialmente, servidores integrantes
§ 1o  Os órgãos setoriais são as unidades de da carreira Finanças e Controle que não este-
programação financeira dos Ministérios, da jam em exercício nas áreas de controle interno
Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência no ministério ou órgão equivalente ao qual a
e da Casa Civil da Presidência da República. entidade esteja vinculada.
§ 2o  Os órgãos setoriais ficam sujeitos à
orientação normativa e à supervisão técnica TÍTULO IV – Do Sistema de Contabilidade
do órgão central do Sistema, sem prejuízo da Federal
subordinação ao órgão em cuja estrutura ad- CAPÍTULO I – Das Finalidades
ministrativa estiverem integrados.
Art. 14.  O Sistema de Contabilidade Federal
Art. 12.  Compete às unidades responsáveis visa a evidenciar a situação orçamentária, fi-
pelas atividades do Sistema de Administração nanceira e patrimonial da União.
Financeira Federal:
I – zelar pelo equilíbrio financeiro do Te- Art. 15.  O Sistema de Contabilidade Federal
souro Nacional; tem por finalidade registrar os atos e fatos re-
II – administrar os haveres financeiros e lacionados com a administração orçamentária,
mobiliários do Tesouro Nacional; financeira e patrimonial da União e evidenciar:
III – elaborar a programação financeira do I – as operações realizadas pelos órgãos ou
Normas correlatas

Tesouro Nacional, gerenciar a Conta Única do entidades governamentais e os seus efeitos so-
Tesouro Nacional e subsidiar a formulação da bre a estrutura do patrimônio da União;
política de financiamento da despesa pública; II – os recursos dos orçamentos vigentes, as
IV – gerir a dívida pública mobiliária fede- alterações decorrentes de créditos adicionais, as
ral e a dívida externa de responsabilidade do receitas prevista e arrecadada, a despesa empe-
Tesouro Nacional; 63
nhada, liquidada e paga à conta desses recursos Art. 18.  Compete às unidades responsáveis
e as respectivas disponibilidades; pelas atividades do Sistema de Contabilidade
III – perante a Fazenda Pública, a situação de Federal:
todos quantos, de qualquer modo, arrecadem I – manter e aprimorar o Plano de Contas
receitas, efetuem despesas, administrem ou Único da União;
guardem bens a ela pertencentes ou confiados; II – estabelecer normas e procedimentos
IV – a situação patrimonial do ente público para o adequado registro contábil dos atos e
e suas variações; dos fatos da gestão orçamentária, financeira
V – os custos dos programas e das unidades e patrimonial nos órgãos e nas entidades da
da Administração Pública Federal; Administração Pública Federal;
VI – a aplicação dos recursos da União, por III – com base em apurações de atos e fatos
unidade da Federação beneficiada; inquinados de ilegais ou irregulares, efetuar os
VII – a renúncia de receitas de órgãos e registros pertinentes e adotar as providências
entidades federais. necessárias à responsabilização do agente,
Parágrafo único.  As operações de que resul- comunicando o fato à autoridade a quem o
tem débitos e créditos de natureza financeira responsável esteja subordinado e ao órgão ou
não compreendidas na execução orçamentária unidade do Sistema de Controle Interno;
serão, também, objeto de registro, individuali- IV – instituir, manter e aprimorar sistemas
zação e controle contábil. de informação que permitam realizar a conta-
bilização dos atos e fatos de gestão orçamentá-
ria, financeira e patrimonial da União e gerar
CAPÍTULO II – Da Organização e das informações gerenciais necessárias à tomada de
Competências decisão e à supervisão ministerial;
V – realizar tomadas de contas dos orde-
Art. 16.  O Sistema de Contabilidade Federal nadores de despesa e demais responsáveis por
compreende as atividades de registro, de tra- bens e valores públicos e de todo aquele que der
tamento e de controle das operações relativas causa a perda, extravio ou outra irregularidade
à administração orçamentária, financeira e que resulte dano ao erário;
patrimonial da União, com vistas à elaboração VI – elaborar os Balanços Gerais da União;
de demonstrações contábeis. VII – consolidar os balanços da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
Art. 17.  Integram o Sistema de Contabilidade com vistas à elaboração do Balanço do Setor
Federal: Público Nacional;
I – a Secretaria do Tesouro Nacional, como VIII – promover a integração com os demais
órgão central; Poderes e esferas de governo em assuntos de
II – órgãos setoriais. contabilidade.
§ 1o  Os órgãos setoriais são as unidades de
gestão interna dos Ministérios e da Advocacia- TÍTULO V – Do Sistema de Controle
Geral da União. Interno do Poder Executivo Federal
§ 2o  O órgão de controle interno da Casa CAPÍTULO I – Das Finalidades
Civil exercerá também as atividades de órgão
Gestão orçamentária pública

setorial contábil de todos os órgãos integrantes Art. 19.  O Sistema de Controle Interno do


da Presidência da República, da Vice-Presidên- Poder Executivo Federal visa à avaliação da
cia da República, além de outros determinados ação governamental e da gestão dos admi-
em legislação específica. nistradores públicos federais, por intermédio
§ 3o  Os órgãos setoriais ficam sujeitos à da fiscalização contábil, financeira, orçamen-
orientação normativa e à supervisão técnica tária, operacional e patrimonial, e a apoiar o
do órgão central do Sistema, sem prejuízo da controle externo no exercício de sua missão
subordinação ao órgão em cuja estrutura ad- institucional.
64 ministrativa estiverem integrados.
Art. 20.  O Sistema de Controle Interno do integrantes da Presidência da República e da
Poder Executivo Federal tem as seguintes Vice-Presidência da República, além de outros
finalidades: determinados em legislação específica.
I – avaliar o cumprimento das metas previs- § 4o  Os órgãos central e setoriais podem
tas no plano plurianual, a execução dos progra- subdividir-se em unidades setoriais e regio-
mas de governo e dos orçamentos da União; nais, como segmentos funcionais e espaciais,
II – comprovar a legalidade e avaliar os re- respectivamente.
sultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão § 5o  Os órgãos setoriais sujeitam-se à orien-
orçamentária, financeira e patrimonial nos ór- tação normativa e à supervisão técnica do órgão
gãos e nas entidades da Administração Pública central do Sistema, sem prejuízo da subordi-
Federal, bem como da aplicação de recursos nação ao órgão a cuja estrutura administrativa
públicos por entidades de direito privado; estiverem integrados.
III – exercer o controle das operações de
crédito, avais e garantias, bem como dos direitos Art. 23.  Fica instituída a Comissão de Coor-
e haveres da União; denação de Controle Interno, órgão colegiado
IV – apoiar o controle externo no exercício de coordenação do Sistema de Controle Interno
de sua missão institucional. do Poder Executivo Federal, com o objetivo de
promover a integração e homogeneizar enten-
dimentos dos respectivos órgãos e unidades.
CAPÍTULO II – Da Organização e das
Competências Art. 24.  Compete aos órgãos e às unidades do
Sistema de Controle Interno do Poder Execu-
Art. 21.  O Sistema de Controle Interno do tivo Federal:
Poder Executivo Federal compreende as ativi- I – avaliar o cumprimento das metas esta-
dades de avaliação do cumprimento das metas belecidas no plano plurianual;
previstas no plano plurianual, da execução dos II – fiscalizar e avaliar a execução dos pro-
programas de governo e dos orçamentos da gramas de governo, inclusive ações descentra-
União e de avaliação da gestão dos adminis- lizadas realizadas à conta de recursos oriundos
tradores públicos federais, utilizando como dos Orçamentos da União, quanto ao nível de
instrumentos a auditoria e a fiscalização. execução das metas e objetivos estabelecidos e
à qualidade do gerenciamento;
Art. 22.  Integram o Sistema de Controle In- III – avaliar a execução dos orçamentos da
terno do Poder Executivo Federal: União;
I – a Secretaria Federal de Controle Interno, IV – exercer o controle das operações de
como órgão central; crédito, avais, garantias, direitos e haveres da
II – órgãos setoriais; União;
III – (Revogado). V – fornecer informações sobre a situação
§ 1o  A área de atuação do órgão central do físico-financeira dos projetos e das atividades
Sistema abrange todos os órgãos do Poder Exe- constantes dos orçamentos da União;
cutivo Federal, excetuados aqueles indicados no VI – realizar auditoria sobre a gestão dos
parágrafo seguinte. recursos públicos federais sob a responsabili-
§ 2o  Os órgãos setoriais são aqueles de dade de órgãos e entidades públicos e privados;
controle interno que integram a estrutura do VII – apurar os atos ou fatos inquinados de
Ministério das Relações Exteriores, do Minis- ilegais ou irregulares, praticados por agentes
Normas correlatas

tério da Defesa, da Advocacia-Geral da União, públicos ou privados, na utilização de recursos


da Casa Civil da Presidência da República e do públicos federais e, quando for o caso, comu-
Departamento Nacional de Auditoria do SUS nicar à unidade responsável pela contabilidade
– Denasus do Ministério da Saúde. para as providências cabíveis;
§ 3o  O órgão de controle interno da Casa
Civil tem como área de atuação todos os órgãos 65
VIII – realizar auditorias nos sistemas con- § 3o  O servidor deverá guardar sigilo sobre
tábil, financeiro, orçamentário, de pessoal e dados e informações pertinentes aos assuntos
demais sistemas administrativos e operacionais; a que tiver acesso em decorrência do exercício
IX – avaliar o desempenho da auditoria in- de suas funções, utilizando-os, exclusivamente,
terna das entidades da administração indireta para a elaboração de pareceres e relatórios des-
federal; tinados à autoridade competente, sob pena de
X – elaborar a Prestação de Contas Anual responsabilidade administrativa, civil e penal.
do Presidente da República a ser encaminhada § 4o  Os integrantes da carreira de Finanças
ao Congresso Nacional, nos termos do art. 84, e Controle observarão código de ética profis-
inciso XXIV, da Constituição Federal; sional específico aprovado pelo Presidente da
XI – criar condições para o exercício do República.
controle social sobre os programas contem-
plados com recursos oriundos dos orçamentos Art. 27.  O Poder Executivo estabelecerá,
da União. em regulamento, a forma pela qual qualquer
Parágrafo único. (Revogado) cidadão poderá ser informado sobre os dados
oficiais do Governo Federal relativos à execução
dos orçamentos da União.
TÍTULO VI – Das Disposições Gerais e
Transitórias Art. 28.  Aos dirigentes dos órgãos e das uni-
dades do Sistema de Controle Interno do Poder
Art. 25.  Observadas as disposições contidas Executivo Federal e dos órgãos do Sistema de
no art. 117 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro Contabilidade Federal, no exercício de suas
de 1990, é vedado aos dirigentes dos órgãos e atribuições, é facultado impugnar, mediante
das unidades dos Sistemas referidos no art. 1o representação ao responsável, quaisquer atos
exercerem: de gestão realizados sem a devida fundamen-
I – atividade de direção político-partidária; tação legal.
II – profissão liberal;
III – demais atividades incompatíveis com Art. 29.  É vedada a nomeação para o exercício
os interesses da Administração Pública Federal, de cargo, inclusive em comissão, no âmbito dos
na forma que dispuser o regulamento. Sistemas de que trata esta Lei, de pessoas que
tenham sido, nos últimos cinco anos:
Art. 26.  Nenhum processo, documento ou I – responsáveis por atos julgados irregulares
informação poderá ser sonegado aos servidores por decisão definitiva do Tribunal de Contas
dos Sistemas de Contabilidade Federal e de da União, do tribunal de contas de Estado, do
Controle Interno do Poder Executivo Fede- Distrito Federal ou de Município, ou ainda, por
ral, no exercício das atribuições inerentes às conselho de contas de Município;
atividades de registros contábeis, de auditoria, II – punidas, em decisão da qual não caiba
fiscalização e avaliação de gestão. recurso administrativo, em processo disciplinar
§ 1o  O agente público que, por ação ou por ato lesivo ao patrimônio público de qual-
omissão, causar embaraço, constrangimento quer esfera de governo;
ou obstáculo à atuação dos Sistemas de Con- III – condenadas em processo criminal
Gestão orçamentária pública

tabilidade Federal e de Controle Interno, no por prática de crimes contra a Administração


desempenho de suas funções institucionais, Pública, capitulados nos Títulos II e XI da
ficará sujeito à pena de responsabilidade ad- Parte Especial do Código Penal Brasileiro, na
ministrativa, civil e penal. Lei no 7.492, de 16 de junho de 1986, e na Lei
§ 2o  Quando a documentação ou informa- no 8.429, de 2 de junho de 1992.
ção prevista neste artigo envolver assuntos de § 1o  As vedações estabelecidas neste artigo
caráter sigiloso, deverá ser dispensado trata- aplicam-se, também, às nomeações para cargos
mento especial de acordo com o estabelecido em comissão que impliquem gestão de dotações
66 em regulamento próprio. orçamentárias, de recursos financeiros ou de
patrimônio, na Administração direta e indi- Interno, independentemente da ocupação de
reta dos Poderes da União, bem como para as cargo em comissão ou função de confiança.
nomeações como membros de comissões de Parágrafo único.  Os servidores públicos
licitações. em exercício, em 31 de dezembro de 1998, na
§ 2o  Serão exonerados os servidores ocu- Secretaria do Patrimônio da União do Minis-
pantes de cargos em comissão que forem al- tério da Fazenda, transferida para o âmbito
cançados pelas hipóteses previstas nos incisos do Ministério do Planejamento, Orçamento
I, II e III deste artigo. e Gestão, poderão permanecer em exercício
naquela Secretaria, com os mesmos direitos e
Art. 30.  Os servidores das carreiras de Plane- vantagens até então auferidos.
jamento e Orçamento e Finanças e Controle, �������������������������������������������������������������������������������
os ocupantes dos cargos efetivos de Técnico de
Planejamento P-1501 do Grupo TP-1500, de Art. 35.  Os órgãos e as entidades da Adminis-
Técnico de Planejamento e Pesquisa do Insti- tração direta e indireta da União, ao celebra-
tuto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, rem compromissos em que haja a previsão de
nível intermediário do IPEA e demais cargos transferências de recursos financeiros, de seus
de nível superior do IPEA, poderão ser cedidos orçamentos, para Estados, Distrito Federal e
para ter exercício nos órgãos e nas unidades Municípios, estabelecerão nos instrumentos
dos Sistemas referidos nesta Lei, independen- pactuais a obrigação dos entes recebedores de
temente da ocupação de cargo em comissão ou fazerem incluir tais recursos nos seus respec-
função de confiança. tivos orçamentos.
������������������������������������������������������������������������������� § 1o  Ao fixarem os valores a serem trans-
feridos, conforme o disposto neste artigo, os
Art. 32.  Os cargos em comissão, no âmbito entes nele referidos farão análise de custos, de
da Secretaria Federal de Controle Interno da maneira que o montante de recursos envolvidos
Corregedoria-Geral da União, assim como na operação seja compatível com o seu objeto,
os cargos de Assessor Especial de Ministro não permitindo a transferência de valores in-
de Estado incumbido de funções de Controle suficientes para a sua conclusão, nem o excesso
Interno, serão providos, preferencialmente, por que permita uma execução por preços acima
ocupantes dos cargos efetivos da carreira de dos vigentes no mercado.
Finanças e Controle. § 2o  Os órgãos e as unidades do Sistema de
§ 1o  Na hipótese de provimento dos cargos Controle Interno do Poder Executivo Federal
de que trata este artigo por não integrantes da zelarão pelo cumprimento do disposto neste
carreira de Finanças e Controle, será exigida a artigo, e, nos seus trabalhos de fiscalização,
comprovação de experiência de, no mínimo, verificarão se o objeto pactuado foi executado
cinco anos em atividades de auditoria, de fi- obedecendo aos respectivos projeto e plano de
nanças públicas ou de contabilidade pública. trabalho, conforme convencionado, e se a sua
§ 2o  A indicação para o cargo de Assessor utilização obedece à destinação prevista no
Especial de Ministro de Estado incumbido de termo pactual.
funções de Controle Interno será submetida § 3o  Os órgãos e as unidades do Sistema de
previamente à apreciação do órgão central do Controle Interno do Poder Executivo Federal,
Sistema. ao desempenhar o seu trabalho, constatando
indícios de irregularidades, comunicarão ao
Art. 33.  Fica o Ministério da Fazenda autori- Ministro supervisor da unidade gestora ou
Normas correlatas

zado a requisitar, até 31 de dezembro de 2000, entidade e aos respectivos órgãos de controle
servidores públicos de suas entidades vincula- interno e externo dos entes recebedores para
das, inclusive empresas públicas e sociedades que sejam tomadas as providências de suas
de economia mista, para terem exercício na Se- competências.
cretaria do Tesouro Nacional e nos seus órgãos § 4o  Quando ocorrer prejuízo à União, os
setoriais e na Secretaria Federal de Controle órgãos e as unidades do Sistema de Controle 67
Interno do Poder Executivo Federal adotarão a competência, a estrutura e o funcionamento
as providências de sua competência, previstas dos órgãos componentes dos Sistemas de que
na legislação pertinente, com vistas ao ressar- trata esta Lei, bem como sobre as atribuições
cimento ao erário. de seus titulares e demais dirigentes.

Art. 36.  Os órgãos e as entidades de outras Art. 39.  Ficam convalidados os atos praticados


esferas de governo que receberem recursos com base na Medida Provisória no 2.112-87, de
financeiros do Governo Federal, para execu- 27 de dezembro de 2000.
ção de obras, para a prestação de serviços ou
a realização de quaisquer projetos, usarão dos Art. 40.  Esta Lei entra em vigor na data de
meios adequados para informar à sociedade e sua publicação.
aos usuários em geral a origem dos recursos
utilizados. Art. 41.  Revogam-se o Decreto-Lei no 2.037,
de 28 de junho de 1983, e o § 2o do art. 19 da
Art. 37.  A documentação comprobatória da Lei no 8.490, de 19 de novembro de 1992.
execução orçamentária, financeira e patrimo-
nial das unidades da Administração Federal Congresso Nacional, em 6 de fevereiro de 2001;
direta permanecerá na respectiva unidade, à 180o da Independência e 113o da República.
disposição dos órgãos e das unidades de contro-
le interno e externo, nas condições e nos prazos Senador ANTONIO CARLOS MAGALHÃES
estabelecidos pelo órgão central do Sistema de – Presidente
Contabilidade Federal.
Promulgada em 6/2/2001 e publicada no DOU de
Art. 38.  O Poder Executivo disporá, em re- 7/2/2001.
gulamento e no prazo de sessenta dias, sobre
Gestão orçamentária pública

68
Lei no 10.028/2000
Altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a Lei no 1.079, de 10 de
abril de 1950, e o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA § 1o  A infração prevista neste artigo é puni-


da com multa de trinta por cento dos vencimen-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta tos anuais do agente que lhe der causa, sendo
e eu sanciono a seguinte Lei: o pagamento da multa de sua responsabilidade
������������������������������������������������������������������������������� pessoal.
§ 2o  A infração a que se refere este artigo
Art. 5 o  Constitui infração administrativa será processada e julgada pelo Tribunal de
contra as leis de finanças públicas: Contas a que competir a fiscalização contábil,
I – deixar de divulgar ou de enviar ao Poder financeira e orçamentária da pessoa jurídica de
Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório direito público envolvida.
de gestão fiscal, nos prazos e condições esta-
belecidos em lei; Art. 6o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
II – propor lei de diretrizes orçamentárias publicação.
anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei; Brasília, 19 de outubro de 2000; 179o da Inde-
III – deixar de expedir ato determinando li- pendência e 112o da República.
mitação de empenho e movimentação financei-
ra, nos casos e condições estabelecidos em lei; FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – José
IV – deixar de ordenar ou de promover, na Gregori
forma e nos prazos da lei, a execução de medida
para a redução do montante da despesa total Promulgada em 19/10/2000 e publicada no DOU
com pessoal que houver excedido a repartição de 20/10/2000.
por Poder do limite máximo.

Normas correlatas

69
Lei no 1.079/1950
Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, TÍTULO I


��������������������������������������������������������������������������������
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO V – Dos Crimes contra a
Probidade na Administração

PARTE PRIMEIRA – Do Presidente da Art. 9o  São crimes de responsabilidade contra


República e Ministros de Estado a probidade na administração:
1 – omitir ou retardar dolosamente a publi-
Art. 1o  São crimes de responsabilidade os que cação das leis e resoluções do Poder Legislativo
esta lei especifica. ou dos atos do Poder Executivo;
2 – não prestar ao Congresso Nacional, den-
Art. 2o  Os crimes definidos nesta lei, ainda tro de sessenta dias após a abertura da sessão le-
quando simplesmente tentados, são passíveis gislativa, as contas relativas ao exercício anterior;
da pena de perda do cargo, com inabilitação, 3 – não tornar efetiva a responsabilidade dos
até cinco anos, para o exercício de qualquer seus subordinados, quando manifesta em delitos
função pública, imposta pelo Senado Federal funcionais ou na prática de atos contrários à
nos processos contra o Presidente da República Constituição;
ou Ministros de Estado, contra os Ministros do 4 – expedir ordens ou fazer requisição de
Supremo Tribunal Federal ou contra o Procu- forma contrária às disposições expressas da
rador Geral da República. Constituição;
5 – infringir, no provimento dos cargos pú-
Art. 3o  A imposição da pena referida no artigo blicos, as normas legais;
anterior não exclui o processo e julgamento do 6 – usar de violência ou ameaça contra
acusado por crime comum, na justiça ordinária, funcionário público para coagi-lo a proceder
nos termos das leis de processo penal. ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno
ou de qualquer outra forma de corrupção para
Art. 4o  São crimes de responsabilidade os atos o mesmo fim;
do Presidente da República que atentarem contra 7 – proceder de modo incompatível com a
a Constituição Federal, e, especialmente, contra: dignidade, a honra e o decoro do cargo.
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do
Poder Judiciário e dos poderes constitucionais CAPÍTULO VI – Dos Crimes contra a Lei
dos Estados; Orçamentária
Gestão orçamentária pública

III – o exercício dos direitos políticos, indi-


viduais e sociais; Art. 10.  São crimes de responsabilidade contra
IV – a segurança interna do país; a lei orçamentária:
V – a probidade na administração; 1 – não apresentar ao Congresso Nacional a
VI – a lei orçamentária; proposta do orçamento da República dentro dos
VII – a guarda e o legal emprego dos dinhei- primeiros dois meses de cada sessão legislativa;
ros públicos; 2 – exceder ou transportar, sem autorização
VIII – o cumprimento das decisões judiciá- legal, as verbas do orçamento;
70 rias (Constituição, artigo 89). 3 – realizar o estorno de verbas;
4 – infringir, patentemente, e de qualquer 1 – ordenar despesas não autorizadas por
modo, dispositivo da lei orçamentária; lei ou sem observância das prescrições legais
5 – deixar de ordenar a redução do montante relativas às mesmas;
da dívida consolidada, nos prazos estabelecidos 2 – abrir crédito sem fundamento em lei ou
em lei, quando o montante ultrapassar o valor sem as formalidades legais;
resultante da aplicação do limite máximo fixado 3 – contrair empréstimo, emitir moeda cor-
pelo Senado Federal; rente ou apólices, ou efetuar operação de crédito
6 – ordenar ou autorizar a abertura de cré- sem autorização legal;
dito em desacordo com os limites estabelecidos 4 – alienar imóveis nacionais ou empenhar
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei rendas públicas sem autorização em lei;
orçamentária ou na de crédito adicional ou com 5 – negligenciar a arrecadação das rendas,
inobservância de prescrição legal; impostos e taxas, bem como a conservação do
7 – deixar de promover ou de ordenar, na patrimônio nacional.
forma da lei, o cancelamento, a amortização ��������������������������������������������������������������������������������
ou a constituição de reserva para anular os
efeitos de operação de crédito realizada com TÍTULO II – Dos Ministros de Estado
inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei; Art. 13.  São crimes de responsabilidade dos
8 – deixar de promover ou de ordenar a Ministros de Estado:
liquidação integral de operação de crédito por 1 – os atos definidos nesta lei, quando por
antecipação de receita orçamentária, inclusive eles praticados ou ordenados;
os respectivos juros e demais encargos, até o 2 – os atos previstos nesta lei que os Ministros
encerramento do exercício financeiro; assinarem com o Presidente da República ou por
9 – ordenar ou autorizar, em desacordo com ordem deste praticarem;
a lei, a realização de operação de crédito com 3 – a falta de comparecimento sem justifi-
qualquer um dos demais entes da Federação, cação, perante a Câmara dos Deputados ou o
inclusive suas entidades da administração Senado Federal, ou qualquer das suas comis-
indireta, ainda que na forma de novação, refi- sões, quando uma ou outra casa do Congresso
nanciamento ou postergação de dívida contraída os convocar para, pessoalmente, prestarem
anteriormente; informações acerca de assunto previamente
10 – captar recursos a título de antecipação determinado;
de receita de tributo ou contribuição cujo fato 4 – não prestarem dentro em trinta dias e
gerador ainda não tenha ocorrido; sem motivo justo, a qualquer das Câmaras do
11 – ordenar ou autorizar a destinação de Congresso Nacional, as informações que ela
recursos provenientes da emissão de títulos lhes solicitar por escrito ou prestarem-nas com
para finalidade diversa da prevista na lei que a falsidade.
autorizou;
12 – realizar ou receber transferência vo-
luntária em desacordo com limite ou condição PARTE SEGUNDA – Processo e Julgamento
estabelecida em lei. TÍTULO ÚNICO – Do Presidente da
República e Ministros de Estado
CAPÍTULO I – Da Denúncia
CAPÍTULO VII – Dos Crimes contra a
Guarda Legal e Emprego dos Dinheiros Art. 14.  É permitido a qualquer cidadão de-
Normas correlatas

Públicos nunciar o Presidente da República ou Ministro


de Estado por crime de responsabilidade, peran-
Art. 11.  São crimes de responsabilidade con- te a Câmara dos Deputados.
tra a guarda e o legal emprego dos dinheiros
públicos:
71
Art. 15.  A denúncia só poderá ser recebida do no exercício da Presidência, as condutas
enquanto o denunciado não tiver, por qualquer previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles
motivo, deixado definitivamente o cargo. ordenadas ou praticadas.
Parágrafo único.  O disposto neste artigo
Art. 16.  A denúncia assinada pelo denuncian- aplica-se aos Presidentes, e respectivos substi-
te e com a firma reconhecida, deve ser acompa- tutos quando no exercício da Presidência, dos
nhada dos documentos que a comprovem, ou Tribunais Superiores, dos Tribunais de Contas,
da declaração de impossibilidade de apresen- dos Tribunais Regionais Federais, do Trabalho e
tá-los, com a indicação do local onde possam Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada
ser encontrados. Nos crimes de que haja prova dos Estados e do Distrito Federal, e aos Juízes
testemunhal, a denúncia deverá conter rol das Diretores de Foro ou função equivalente no
testemunhas, em número de cinco, no mínimo. primeiro grau de jurisdição.

Art. 17.  No processo de crime de responsabi-


lidade, servirá de escrivão um funcionário da CAPÍTULO II – Do Procurador Geral da
Secretaria da Câmara dos Deputados, ou do República
Senado, conforme se achar o mesmo em uma
ou outra casa do Congresso Nacional. Art. 40.  São crimes de responsabilidade do
Procurador Geral da República:
Art. 18.  As testemunhas arroladas no pro- 1 – emitir parecer, quando, por lei, seja
cesso deverão comparecer para prestar o seu suspeito na causa;
depoimento, e a Mesa da Câmara dos Deputa- 2 – recusar-se à prática de ato que lhe in-
dos ou do Senado, por ordem de quem serão cumba;
notificadas, tomará as providências legais que 3 – ser patentemente desidioso no cumpri-
se tornarem necessárias para compeli-las a mento de suas atribuições;
obediência. 4 – proceder de modo incompatível com a
������������������������������������������������������������������������������� dignidade e o decoro do cargo.

PARTE TERCEIRA Art. 40-A.  Constituem, também, crimes de


TÍTULO I responsabilidade do Procurador-Geral da
CAPÍTULO I – Dos Ministros do Supremo República, ou de seu substituto quando no
Tribunal Federal exercício da chefia do Ministério Público da
União, as condutas previstas no art. 10 desta
Art. 39.  São crimes de responsabilidade dos Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.
Ministros do Supremo Tribunal Federal: Parágrafo único.  O disposto neste artigo
1 – alterar, por qualquer forma, exceto por aplica-se:
via de recurso, a decisão ou voto já proferido I – ao Advogado-Geral da União;
em sessão do Tribunal; II – aos Procuradores-Gerais do Trabalho,
2 – proferir julgamento, quando, por lei, seja Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de
suspeito na causa; Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos
3 – exercer atividade político-partidária; Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito
Gestão orçamentária pública

4 – ser patentemente desidioso no cumpri- Federal, e aos membros do Ministério Público


mento dos deveres do cargo; da União e dos Estados, da Advocacia-Geral
5 – proceder de modo incompatível com da União, das Procuradorias dos Estados e do
a honra, dignidade e decoro de suas funções. Distrito Federal, quando no exercício de função
de chefia das unidades regionais ou locais das
Art. 39-A.  Constituem, também, crimes de respectivas instituições.
responsabilidade do Presidente do Supremo ...............................................................................
Tribunal Federal ou de seu substituto quan-
72
DISPOSIÇÕES GERAIS EURICO G. DUTRA – Honório Monteiro –
Sylvio de Noronha – Canrobert P. da Costa
Art. 83.  Esta lei entrará em vigor na data de – Raul Fernandes – Guilherme da Silveira –
sua publicação, revogadas as disposições em João Valdetaro de Amorim e Mello – Daniel
contrário. de Carvalho – Clemente Mariani – Armando
Trompowsky
Rio de Janeiro, 10 de abril de 1950; 129o da
Independência e 62o da República. Promulgada em 10/4/1950 e publicada no DOU de
12/4/1950.

Normas correlatas

73
Decreto-Lei no 1.290/1973
Dispõe sobre a aplicação financeira de disponibilidades pelas entidades da Administração Federal
Indireta, bem como pelas Fundações supervisionadas pela União e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da publicação deste Decreto-Lei, não poderão ser


atribuição que lhe confere o item II do artigo renovadas após os respectivos vencimentos.
55 da Constituição,
Art. 4o  Em casos excepcionais, o Conselho
DECRETA: Monetário Nacional poderá autorizar o levan-
tamento de:
Art. 1o  As entidades da Administração Federal a)  proibição estabelecida no § 9o do artigo
Indireta não poderão utilizar recursos prove- 49 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964;
nientes de dotações orçamentárias da União, b)  proibição a que se refere o caput do artigo
inclusive transferências, nem eventuais saldos 1o deste Decreto-Lei;
da mesma origem apurados no encerramento c)  proibições de que trata o artigo 3o deste
de cada ano civil, em suas aplicações no mer- Decreto-Lei.
cado financeiro. �������������������������������������������������������������������������������
Parágrafo único.  A Inspetoria-Geral de
Finanças do Ministério da Fazenda e o Banco Art. 6o  Aplicam-se as disposições deste De-
Central do Brasil promoverão as medidas ne- creto-Lei às entidades sob controle acionário
cessárias ao cumprimento das diretrizes fixadas de órgãos da Administração Indireta da União.
neste artigo.
Art. 7o  Este Decreto-Lei entrará em vigor na
Art. 2o  As autarquias, empresas públicas e data de sua publicação, revogadas as disposi-
sociedades de economia mista, integrantes da ções em contrário.
Administração Federal Indireta, bem como
as fundações supervisionadas pela União, Brasília, 3 de dezembro de 1973; 152o da Inde-
poderão adquirir títulos do Tesouro Nacional, pendência e 85o da República.
com disponibilidades resultantes de receitas
próprias, através do Banco Central do Brasil ou EMÍLIO G. MÉDICI – Alfredo Buzaid –
na forma que este estabelecer, inclusive quanto Adalberto de Barros Nunes – Orlando Geisel
a sua negociação. –Mário Gibson Barboza – José Flávio Pécora
– Mário David Andreazza – Moura Cavalcanti
Art. 3o  É vedada às entidades referidas no – Jarbas G. Passarinho – Júlio Barata – J.
artigo anterior a aplicação de disponibilidades Araripe Macêdo – Mário Lemos –Marcus
financeiras em títulos de renda fixa, outros Vinicius Pratini de Moraes – Antônio Dias Leite
que não títulos do Tesouro Nacional, ou em Júnior – João Paulo dos Reis Velloso – José Costa
Gestão orçamentária pública

depósitos bancários a prazo. Cavalcanti – Hygino C. Corsetti


Parágrafo único.  De acordo com o disposto
neste artigo, as aplicações de disponibilidades Decretado em 03/12/1973 e publicado no DOU de
em outros ativos financeiros que não títulos 4/12/1973.
do Tesouro Nacional, existentes na data da

74
Decreto-Lei no 2.848/1940

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando Assunção de obrigação no último ano do


da atribuição que lhe confere o art.  180 da mandato ou legislatura
Constituição,
Art. 359-C.  Ordenar ou autorizar a assunção
DECRETA a seguinte Lei: de obrigação, nos dois últimos quadrimestres
������������������������������������������������������������������������������� do último ano do mandato ou legislatura, cuja
despesa não possa ser paga no mesmo exercício
PARTE ESPECIAL financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
������������������������������������������������������������������������������� exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa:
TÍTULO XI – Dos Crimes contra a Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Administração Pública
������������������������������������������������������������������������������� Ordenação de despesa não autorizada

CAPÍTULO IV – Dos Crimes contra as Art. 359-D.  Ordenar despesa não autorizada


Finanças Públicas por lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Contratação de operação de crédito
Prestação de garantia graciosa
Art. 359-A.  Ordenar, autorizar ou realizar
operação de crédito, interno ou externo, sem Art. 359-E.  Prestar garantia em operação de
prévia autorização legislativa: crédito sem que tenha sido constituída contra-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. garantia em valor igual ou superior ao valor da
Parágrafo único.  Incide na mesma pena garantia prestada, na forma da lei:
quem ordena, autoriza ou realiza operação de Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
crédito, interno ou externo: ano.
I – com inobservância de limite, condição ou
montante estabelecido em lei ou em resolução Não cancelamento de restos a pagar
do Senado Federal;
II – quando o montante da dívida consoli- Art. 359-F.  Deixar de ordenar, de autorizar
dada ultrapassa o limite máximo autorizado ou de promover o cancelamento do montante
por lei. de restos a pagar inscrito em valor superior ao
permitido em lei:
Inscrição de despesas não empenhadas em Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
restos a pagar anos.

Art. 359-B.  Ordenar ou autorizar a inscrição Aumento de despesa total com pessoal no


em restos a pagar, de despesa que não tenha último ano do mandato ou legislatura
sido previamente empenhada ou que exceda
Normas correlatas

limite estabelecido em lei: Art. 359-G.  Ordenar, autorizar ou executar


Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) ato que acarrete aumento de despesa total com
anos. pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao
final do mandato ou da legislatura:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
75
Oferta pública ou colocação de títulos no �������������������������������������������������������������������������������
mercado
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119o da
Art. 359-H.  Ordenar, autorizar ou promover Independência e 52o da República.
a oferta pública ou a colocação no mercado
financeiro de títulos da dívida pública sem GETÚLIO VARGAS – Francisco Campos
que tenham sido criados por lei ou sem que
estejam registrados em sistema centralizado Decretado em 7/12/1940, publicado no DOU de
de liquidação e de custódia: 31/12/1940 e retificado no DOU de 3/1/1941.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Gestão orçamentária pública

76
Decreto no 8.759/2016
Regulamenta a Lei no 13.249, de 13 de janeiro de 2016, que institui o Plano Plurianual da União
para o período de 2016 a 2019.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das I – a articulação e a cooperação interinsti-


atribuições que lhe confere o art.  84, caput, tucional para o alcance dos Objetivos e Metas
incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e de cada Programa Temático;
tendo em vista o disposto na Lei no 13.249, de II – a consideração das especificidades de
13 de janeiro de 2016, implementação de cada política pública, da
complementaridade e das oportunidades de
DECRETA: integração entre elas;
III – o aproveitamento das estruturas, dos
Art. 1 o   Este Decreto regulamenta a Lei sistemas e das informações de monitoramento
no 13.249, de 13 de janeiro de 2016, que institui e avaliação já existentes;
o Plano Plurianual da União para o período de IV – a produção de informações para sub-
2016 a 2019 – PPA 2016-2019, define princí- sidiar a tomada de decisões;
pios, competências e procedimentos para a sua V – o fortalecimento do diálogo com os
gestão, compreendidas a implementação, o mo- entes federativos;
nitoramento, a avaliação e a revisão do Plano. VI – a participação social na gestão do PPA
Parágrafo único.  A gestão do PPA 2016- 2016-2019; e
2019 consiste na articulação dos meios ne- VII – o aprimoramento da transparência e
cessários para viabilizar a implementação das do controle social sobre o Estado.
políticas públicas traduzidas nos Programas Parágrafo único.  Os mecanismos de mo-
Temáticos e no aperfeiçoamento dos meca- nitoramento, avaliação e revisão do Plano
nismos de implementação e de integração das observarão os parâmetros de regionalização
políticas públicas. previstos nos Programas Temáticos.

Art. 2o  Compete ao Ministério do Planeja- Art. 4o  O monitoramento e a avaliação do PPA


mento, Orçamento e Gestão, em articulação 2016-2019 são atividades estruturadas a partir
com os demais órgãos e entidades do Poder da implementação de cada Programa, orienta-
Executivo federal, coordenar os processos de da para o alcance das metas da administração
monitoramento, avaliação e revisão do PPA pública federal, tendo como objetivos:
2016-2019, e disponibilizar metodologia, orien- I – subsidiar a implementação das políticas
tação e apoio técnico para a sua gestão. referenciadas no PPA 2016-2019, de forma a
viabilizar seus Objetivos e Metas;
Art. 3o  A gestão do PPA 2016-2019 deve con- II – produzir, organizar e analisar informa-
tribuir para o alcance dos Objetivos e Metas ções sobre as políticas públicas e sua imple-
previstos para o período de 2016 a 2019 e será mentação;
voltada à promoção do acesso da população III – gerar subsídios para o aperfeiçoamen-
a bens e serviços públicos de qualidade, à to das políticas públicas e dos Programas do
Normas correlatas

implantação e melhoria da infraestrutura e ao Plano;


desenvolvimento econômico e observará, além IV – produzir subsídios para decisões rela-
do disposto no art. 4o da Lei no 13.249, de 2016, tivas à alocação de recursos; e
os seguintes princípios: V – contribuir para a transparência, o
controle e a participação social das ações do
Governo. 77
Art. 5o  O monitoramento incidirá sobre os Parágrafo único.  O órgão responsável deve-
Programas Temáticos e seus respectivos Indi- rá indicar as unidades e os gestores responsáveis
cadores, Objetivos, Metas e Iniciativas. pelas informações.
§ 1o  Os Órgãos Responsáveis por Objetivos
ou Metas deverão prestar informações também Art. 9o  A revisão do Plano consiste na atuali-
sobre as Iniciativas associadas à evolução dos zação de Programas com vistas a proporcionar
atributos sob sua responsabilidade, de forma aderência à realidade de implementação das
a explicitar os mecanismos e meios utilizados políticas públicas e, nos termos do art. 15 da
para sua execução. Lei no  13.249, de 2016, poderá ser realizada
§ 2o  Os órgãos e entidades do Poder Exe- pelo Ministério do Planejamento, Orçamento
cutivo federal deverão atuar em conjunto, com e Gestão, por ato próprio e a qualquer tempo:
vistas ao compartilhamento de informações I – para compatibilização com as leis orça-
relativas aos Objetivos e Metas de consecução mentárias anuais e as leis de crédito adicional,
coletiva na forma definida pelo Ministério do podendo:
Planejamento, Orçamento e Gestão. a)  alterar o Valor Global dos Programas;
b)  adequar as vinculações entre as ações
Art. 6o  O Poder Executivo federal encami- orçamentárias e os Objetivos; e
nhará o Relatório Anual de Avaliação do PPA c)  revisar ou atualizar as Metas;
2016-2019 ao Congresso Nacional, nos termos II – para alteração das Metas qualitativas; e
do inciso II do caput do art. 13 da Lei no 13.249, III – para inclusão, exclusão ou alteração dos
de 2016, até o dia 31 de maio do ano subse- seguintes atributos:
quente ao avaliado, e adotará as providências a)  Indicador;
necessárias para a sua ampla divulgação. b)  Órgão Responsável por Objetivo e Meta;
Parágrafo único.  Os Programas de Gestão, c)  Iniciativa; e
Manutenção e Serviços ao Estado comporão o d)  Valor Global do Programa, em razão
relatório anual de avaliação com a discrimina- de alteração de fontes de financiamento com
ção da sua execução financeira. recursos extraorçamentários.
Parágrafo único.  A revisão de que trata o
Art. 7o  Compete ao Ministério do Planeja- caput deverá ser informada à Comissão Mista
mento, Orçamento e Gestão: de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização
I – atuar em conjunto com os demais órgãos do Congresso Nacional e publicada no portal
do Poder Executivo federal para o alcance dos eletrônico do Ministério do Planejamento,
Objetivos e Metas declarados no Plano; Orçamento e Gestão.
II – manter sistema de informações para
apoiar a gestão do PPA 2016-2019; Art. 10.  Para a revisão do Plano que resulte
III – definir diretrizes, normas, prazos e em inclusão ou exclusão de Programa Temáti-
orientações técnicas para a operacionalização co, Objetivo ou Meta deverá ser encaminhado
do monitoramento e da avaliação do PPA Projeto de Lei ao Congresso Nacional, conten-
2016-2019; e do os respectivos atributos e observando a não
IV – definir as atribuições dos responsáveis superposição com a programação já existente
pelo fornecimento de informações sobre a no PPA 2016-2019.
Gestão orçamentária pública

implementação do PPA 2016-2019.


Art. 11.  O Ministério do Planejamento, Orça-
Art. 8o  Compete ao Órgão Responsável por mento e Gestão poderá estabelecer:
Objetivo ou Meta de Programa Temático do I – critérios, parâmetros e metodologias
PPA 2016-2019 produzir e zelar pela validade adicionais para o monitoramento e a avaliação
das informações sobre os respectivos atributos e para a revisão do PPA 2016-2019;
do Plano, na forma definida pelo Ministério do II – espaços coletivos de pactuação da gestão
Planejamento, Orçamento e Gestão. e da implementação dos Programas Temáticos,
78
com a participação dos órgãos e das entidades Art. 12.  Este Decreto entra em vigor na data
envolvidos na execução; da sua publicação.
III – metodologias de participação social
para o monitoramento da execução do PPA Brasília, 10 de maio de 2016; 195o da Indepen-
2016-2019, desenvolvidas em conjunto com dência e 128o da República.
representantes da sociedade civil; e
IV – mecanismos de promoção da articula- DILMA ROUSSEFF – Valdir Moysés Simão
ção federativa com vistas à produção, ao inter-
câmbio e à disseminação de informações para Decretado em 10/5/2016 e publicado no DOU de
subsidiar a implementação e o monitoramento 11/5/2016.
do PPA 2016-2019.

Normas correlatas

79
Decreto no 8.420/2015
Regulamenta a Lei no  12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre a responsabilização
administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional
ou estrangeira e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da III – pelo arquivamento da matéria.


atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso § 1o  A investigação de que trata o inciso I
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto do caput terá caráter sigiloso e não punitivo e
na Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013, será destinada à apuração de indícios de autoria
e materialidade de atos lesivos à administração
DECRETA: pública federal.
§ 2o  A investigação preliminar será condu-
Art. 1o  Este Decreto regulamenta a respon- zida por comissão composta por dois ou mais
sabilização objetiva administrativa de pessoas servidores efetivos.
jurídicas pela prática de atos contra a adminis- § 3o  Em entidades da administração pública
tração pública, nacional ou estrangeira, de que federal cujos quadros funcionais não sejam for-
trata a Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013. mados por servidores estatutários, a comissão a
que se refere o § 2o será composta por dois ou
mais empregados públicos.
CAPÍTULO I – Da Responsabilização § 4o  O prazo para conclusão da investigação
Administrativa preliminar não excederá sessenta dias e poderá
ser prorrogado por igual período, mediante so-
Art. 2o  A apuração da responsabilidade admi- licitação justificada do presidente da comissão
nistrativa de pessoa jurídica que possa resultar à autoridade instauradora.
na aplicação das sanções previstas no art. 6o da § 5o  Ao final da investigação preliminar,
Lei no 12.846, de 2013, será efetuada por meio serão enviadas à autoridade competente as
de Processo Administrativo de Responsabili- peças de informação obtidas, acompanhadas
zação – PAR. de relatório conclusivo acerca da existência
de indícios de autoria e materialidade de atos
Art. 3o  A competência para a instauração e lesivos à administração pública federal, para
para o julgamento do PAR é da autoridade má- decisão sobre a instauração do PAR.
xima da entidade em face da qual foi praticado
o ato lesivo, ou, em caso de órgão da adminis- Art. 5o  No ato de instauração do PAR, a auto-
tração direta, do seu Ministro de Estado. ridade designará comissão, composta por dois
Parágrafo único.  A competência de que trata ou mais servidores estáveis, que avaliará fatos e
o caput será exercida de ofício ou mediante pro- circunstâncias conhecidos e intimará a pessoa
vocação e poderá ser delegada, sendo vedada jurídica para, no prazo de trinta dias, apresentar
Gestão orçamentária pública

a subdelegação. defesa escrita e especificar eventuais provas que


pretende produzir.
Art. 4o  A autoridade competente para ins- § 1o  Em entidades da administração pública
tauração do PAR, ao tomar ciência da possível federal cujos quadros funcionais não sejam for-
ocorrência de ato lesivo à administração pública mados por servidores estatutários, a comissão a
federal, em sede de juízo de admissibilidade e que se refere o caput será composta por dois ou
mediante despacho fundamentado, decidirá: mais empregados públicos, preferencialmente
I – pela abertura de investigação preliminar; com no mínimo três anos de tempo de serviço
80 II – pela instauração de PAR; ou na entidade.
§ 2o  Na hipótese de deferimento de pedido sítio eletrônico do órgão ou entidade público
de produção de novas provas ou de juntada de responsável pela apuração do PAR, contando-se
provas julgadas indispensáveis pela comissão, o prazo para apresentação da defesa a partir da
a pessoa jurídica poderá apresentar alegações última data de publicação do edital.
finais no prazo de dez dias, contado da data do
deferimento ou da intimação de juntada das Art. 8o  A pessoa jurídica poderá acompanhar
provas pela comissão. o PAR por meio de seus representantes legais
§ 3 o  Serão recusadas, mediante decisão ou procuradores, sendo-lhes assegurado amplo
fundamentada, provas propostas pela pessoa acesso aos autos.
jurídica que sejam ilícitas, impertinentes, Parágrafo único.  É vedada a retirada dos
desnecessárias, protelatórias ou intempestivas. autos da repartição pública, sendo autorizada
§ 4o  Caso a pessoa jurídica apresente em sua a obtenção de cópias mediante requerimento.
defesa informações e documentos referentes à
existência e ao funcionamento de programa Art. 9o  O prazo para a conclusão do PAR não
de integridade, a comissão processante deverá excederá cento e oitenta dias, admitida pror-
examiná-lo segundo os parâmetros indicados rogação por meio de solicitação do presidente
no Capítulo IV, para a dosimetria das sanções da comissão à autoridade instauradora, que
a serem aplicadas. decidirá de forma fundamentada.
§ 1o  O prazo previsto no caput será contado
Art. 6o  A comissão a que se refere o art. 5o da data de publicação do ato de instauração
exercerá suas atividades com independência e do PAR.
imparcialidade, assegurado o sigilo, sempre que § 2o  A comissão, para o devido e regular
necessário à elucidação do fato e à preservação exercício de suas funções, poderá:
da imagem dos envolvidos, ou quando exigido I – propor à autoridade instauradora a
pelo interesse da administração pública, garan- suspensão cautelar dos efeitos do ato ou do
tido o direito à ampla defesa e ao contraditório. processo objeto da investigação;
II – solicitar a atuação de especialistas com
Art. 7o  As intimações serão feitas por meio notório conhecimento, de órgãos e entidades
eletrônico, via postal ou por qualquer outro públicos ou de outras organizações, para auxi-
meio que assegure a certeza de ciência da pessoa liar na análise da matéria sob exame; e
jurídica acusada, cujo prazo para apresentação III – solicitar ao órgão de representação
de defesa será contado a partir da data da judicial ou equivalente dos órgãos ou entidades
cientificação oficial, observado o disposto no lesados que requeira as medidas necessárias
Capítulo XVI da Lei no 9.784, de 29 de janeiro para a investigação e o processamento das
de 1999. infrações, inclusive de busca e apreensão, no
§ 1o  Caso não tenha êxito a intimação de País ou no exterior.
que trata o caput, será feita nova intimação por § 3o  Concluídos os trabalhos de apuração e
meio de edital publicado na imprensa oficial, análise, a comissão elaborará relatório a respei-
em jornal de grande circulação no Estado da to dos fatos apurados e da eventual responsa-
federação em que a pessoa jurídica tenha sede, e bilidade administrativa da pessoa jurídica, no
no sítio eletrônico do órgão ou entidade pública qual sugerirá, de forma motivada, as sanções
responsável pela apuração do PAR, contando-se a serem aplicadas, a dosimetria da multa ou o
o prazo para apresentação da defesa a partir da arquivamento do processo.
última data de publicação do edital. § 4o  O relatório final do PAR será encami-
Normas correlatas

§ 2o  Em se tratando de pessoa jurídica que nhado à autoridade competente para julga-
não possua sede, filial ou representação no mento, o qual será precedido de manifestação
País e sendo desconhecida sua representação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência
no exterior, frustrada a intimação nos termos jurídica competente.
do caput, será feita nova intimação por meio § 5o  Caso seja verificada a ocorrência de
de edital publicado na imprensa oficial e no eventuais ilícitos a serem apurados em outras 81
instâncias, o relatório da comissão será enca- petentes para julgamento, o processo será
minhado, pela autoridade julgadora: encaminhado primeiramente àquela de nível
I – ao Ministério Público; mais elevado, para que julgue no âmbito de sua
II – à Advocacia-Geral da União e seus competência, tendo precedência o julgamento
órgãos vinculados, no caso de órgãos da admi- pelo Ministro de Estado competente.
nistração pública direta, autarquias e fundações § 2o  Para fins do disposto no caput, o chefe
públicas federais; ou da unidade responsável no órgão ou entidade
III – ao órgão de representação judicial ou pela gestão de licitações e contratos deve co-
equivalente no caso de órgãos ou entidades da municar à autoridade prevista no art. 3o sobre
administração pública não abrangidos pelo eventuais fatos que configurem atos lesivos
inciso II. previstos no art. 5o da Lei no 12.846, de 2013.
§ 6o  Na hipótese de decisão contrária ao re-
latório da comissão, esta deverá ser fundamen- Art. 13.  A Controladoria-Geral da União
tada com base nas provas produzidas no PAR. possui, no âmbito do Poder Executivo federal,
competência:
Art. 10.  A decisão administrativa proferida I – concorrente para instaurar e julgar PAR; e
pela autoridade julgadora ao final do PAR será II – exclusiva para avocar os processos
publicada no Diário Oficial da União e no instaurados para exame de sua regularidade
sítio eletrônico do órgão ou entidade público ou para corrigir-lhes o andamento, inclusive
responsável pela instauração do PAR. promovendo a aplicação da penalidade admi-
nistrativa cabível.
Art. 11.  Da decisão administrativa sanciona- § 1o  A Controladoria-Geral da União po-
dora cabe pedido de reconsideração com efeito derá exercer, a qualquer tempo, a competência
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da prevista no caput, se presentes quaisquer das
data de publicação da decisão. seguintes circunstâncias:
§ 1o  A pessoa jurídica contra a qual foram I – caracterização de omissão da autoridade
impostas sanções no PAR e que não apresentar originariamente competente;
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no II – inexistência de condições objetivas para
prazo de trinta dias, contado do fim do prazo sua realização no órgão ou entidade de origem;
para interposição do pedido de reconsideração. III – complexidade, repercussão e relevância
§ 2o  A autoridade julgadora terá o prazo de da matéria;
trinta dias para decidir sobre a matéria alegada IV – valor dos contratos mantidos pela
no pedido de reconsideração e publicar nova pessoa jurídica com o órgão ou entidade atin-
decisão. gida; ou
§ 3o  Mantida a decisão administrativa san- V – apuração que envolva atos e fatos rela-
cionadora, será concedido à pessoa jurídica cionados a mais de um órgão ou entidade da
novo prazo de trinta dias para cumprimento administração pública federal.
das sanções que lhe foram impostas, contado § 2o  Ficam os órgãos e entidades da admi-
da data de publicação da nova decisão. nistração pública obrigados a encaminhar à
Controladoria-Geral da União todos os docu-
Art. 12.  Os atos previstos como infrações mentos e informações que lhes forem solicita-
Gestão orçamentária pública

administrativas à Lei no 8.666, de 21 de junho dos, incluídos os autos originais dos processos
de 1993, ou a outras normas de licitações e que eventualmente estejam em curso.
contratos da administração pública que tam-
bém sejam tipificados como atos lesivos na Lei Art. 14.  Compete à Controladoria-Geral
no 12.846, de 2013, serão apurados e julgados da União instaurar, apurar e julgar PAR pela
conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando- prática de atos lesivos à administração pública
se o rito procedimental previsto neste Capítulo. estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito
§ 1o  Concluída a apuração de que trata o procedimental previsto neste Capítulo.
82 caput e havendo autoridades distintas com-
CAPÍTULO II – Das Sanções menos de cinco anos, contados da publicação
Administrativas e dos Encaminhamentos do julgamento da infração anterior; e
Judiciais VI – no caso de os contratos mantidos ou
SEÇÃO I – Disposições Gerais pretendidos com o órgão ou entidade lesado,
serão considerados, na data da prática do ato
Art. 15.  As pessoas jurídicas estão sujeitas às lesivo, os seguintes percentuais:
seguintes sanções administrativas, nos termos a)  um por cento em contratos acima de
do art. 6o da Lei no 12.846, de 2013: R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
I – multa; e reais);
II – publicação extraordinária da decisão b)  dois por cento em contratos acima de R$
administrativa sancionadora. 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
c)  três por cento em contratos acima de R$
Art. 16.  Caso os atos lesivos apurados envol- 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);
vam infrações administrativas à Lei no 8.666, de d)  quatro por cento em contratos acima
1993, ou a outras normas de licitações e contra- de R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta
tos da administração pública e tenha ocorrido a milhões de reais); e
apuração conjunta prevista no art. 12, a pessoa e)  cinco por cento em contratos acima de R$
jurídica também estará sujeita a sanções admi- 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais).
nistrativas que tenham como efeito restrição ao
direito de participar em licitações ou de celebrar Art. 18.  Do resultado da soma dos fatores do
contratos com a administração pública, a serem art. 17 serão subtraídos os valores correspon-
aplicadas no PAR. dentes aos seguintes percentuais do faturamen-
to bruto da pessoa jurídica do último exercício
anterior ao da instauração do PAR, excluídos
SEÇÃO II – Da Multa os tributos:
I – um por cento no caso de não consumação
Art. 17.  O cálculo da multa se inicia com a da infração;
soma dos valores correspondentes aos seguintes II – um e meio por cento no caso de com-
percentuais do faturamento bruto da pessoa provação de ressarcimento pela pessoa jurídica
jurídica do último exercício anterior ao da dos danos a que tenha dado causa;
instauração do PAR, excluídos os tributos: III – um por cento a um e meio por cento
I – um por cento a dois e meio por cento ha- para o grau de colaboração da pessoa jurídica
vendo continuidade dos atos lesivos no tempo; com a investigação ou a apuração do ato lesivo,
II – um por cento a dois e meio por cento independentemente do acordo de leniência;
para tolerância ou ciência de pessoas do corpo IV – dois por cento no caso de comunica-
diretivo ou gerencial da pessoa jurídica; ção espontânea pela pessoa jurídica antes da
III – um por cento a quatro por cento no instauração do PAR acerca da ocorrência do
caso de interrupção no fornecimento de serviço ato lesivo; e
público ou na execução de obra contratada; V – um por cento a quatro por cento para
IV – um por cento para a situação econô- comprovação de a pessoa jurídica possuir e
mica do infrator com base na apresentação de aplicar um programa de integridade, conforme
índice de Solvência Geral – SG e de Liquidez os parâmetros estabelecidos no Capítulo IV.
Geral – LG superiores a um e de lucro líquido
no último exercício anterior ao da ocorrência Art. 19.  Na ausência de todos os fatores pre-
Normas correlatas

do ato lesivo; vistos nos art. 17 e art. 18 ou de resultado das


V – cinco por cento no caso de reincidência, operações de soma e subtração ser igual ou
assim definida a ocorrência de nova infração, menor a zero, o valor da multa corresponderá,
idêntica ou não à anterior, tipificada como ato conforme o caso, a:
lesivo pelo art. 5o da Lei no 12.846, de 2013, em
83
I – um décimo por cento do faturamento Art. 22.  Caso não seja possível utilizar o cri-
bruto do último exercício anterior ao da instau- tério do valor do faturamento bruto da pessoa
ração do PAR, excluídos os tributos; ou jurídica no ano anterior ao da instauração ao
II – R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese PAR, os percentuais dos fatores indicados nos
do art. 22. art. 17 e art. 18 incidirão:
I – sobre o valor do faturamento bruto da
Art. 20.  A existência e quantificação dos pessoa jurídica, excluídos os tributos, no ano
fatores previstos nos art.  17 e art.  18, deverá em que ocorreu o ato lesivo, no caso de a pes-
ser apurada no PAR e evidenciada no relatório soa jurídica não ter tido faturamento no ano
final da comissão, o qual também conterá a anterior ao da instauração ao PAR;
estimativa, sempre que possível, dos valores da II – sobre o montante total de recursos re-
vantagem auferida e da pretendida. cebidos pela pessoa jurídica sem fins lucrativos
§ 1o  Em qualquer hipótese, o valor final da no ano em que ocorreu o ato lesivo; ou
multa terá como limite: III – nas demais hipóteses, sobre o fatura-
I – mínimo, o maior valor entre o da vanta- mento anual estimável da pessoa jurídica, le-
gem auferida e o previsto no art. 19; e vando em consideração quaisquer informações
II – máximo, o menor valor entre: sobre a sua situação econômica ou o estado de
a)  vinte por cento do faturamento bruto do seus negócios, tais como patrimônio, capital
último exercício anterior ao da instauração do social, número de empregados, contratos,
PAR, excluídos os tributos; ou dentre outras.
b)  três vezes o valor da vantagem pretendida Parágrafo único.  Nas hipóteses previstas
ou auferida. no caput, o valor da multa será limitado entre
§ 2o  O valor da vantagem auferida ou pre- R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 60.000.000,00
tendida equivale aos ganhos obtidos ou preten- (sessenta milhões de reais).
didos pela pessoa jurídica que não ocorreriam
sem a prática do ato lesivo, somado, quando Art. 23.  Com a assinatura do acordo de le-
for o caso, ao valor correspondente a qualquer niência, a multa aplicável será reduzida confor-
vantagem indevida prometida ou dada a agente me a fração nele pactuada, observado o limite
público ou a terceiros a ele relacionados. previsto no § 2o do art. 16 da Lei no 12.846, de
§ 3o  Para fins do cálculo do valor de que 2013.
trata o § 2o, serão deduzidos custos e despesas § 1o  O valor da multa previsto no caput
legítimos comprovadamente executados ou poderá ser inferior ao limite mínimo previsto
que seriam devidos ou despendidos caso o ato no art. 6o da Lei no 12.846, de 2013.
lesivo não tivesse ocorrido. § 2o  No caso de a autoridade signatária
declarar o descumprimento do acordo de le-
Art. 21.  Ato do Ministro de Estado Chefe da niência por falta imputável à pessoa jurídica
Controladoria-Geral da União fixará metodo- colaboradora, o valor integral encontrado antes
logia para a apuração do faturamento bruto da redução de que trata o caput será cobrado na
e dos tributos a serem excluídos para fins de forma da Seção IV, descontando-se as frações
cálculo da multa a que se refere o art. 6o da Lei da multa eventualmente já pagas.
no 12.846, de 2013.
Gestão orçamentária pública

Parágrafo único.  Os valores de que trata o


caput poderão ser apurados, entre outras for- SEÇÃO III – Da Publicação Extraordinária
mas, por meio de: da Decisão Administrativa Sancionadora
I – compartilhamento de informações tribu-
tárias, na forma do inciso II do § 1o do art. 198 Art. 24.  A pessoa jurídica sancionada admi-
da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966; e nistrativamente pela prática de atos lesivos
II – registros contábeis produzidos ou pu- contra a administração pública, nos termos da
blicados pela pessoa jurídica acusada, no país Lei no 12.846, de 2013, publicará a decisão ad-
84 ou no estrangeiro.
ministrativa sancionadora na forma de extrato ção judicial para a finalidade de instrução ou
de sentença, cumulativamente: garantia do processo judicial ou preservação do
I – em meio de comunicação de grande acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão
circulação na área da prática da infração e de de representação judicial ou equivalente dos
atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em órgãos ou entidades lesados.
publicação de circulação nacional;
II – em edital afixado no próprio estabele- Art. 27.  No âmbito da administração pública
cimento ou no local de exercício da atividade, federal direta, a atuação judicial será exercida
em localidade que permita a visibilidade pelo pela Procuradoria-Geral da União, com ex-
público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e ceção da cobrança da multa administrativa
III – em seu sítio eletrônico, pelo prazo de aplicada no PAR, que será promovida pela
trinta dias e em destaque na página principal Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
do referido sítio. Parágrafo único.  No âmbito das autarquias e
Parágrafo único.  A publicação a que se refere fundações públicas federais, a atuação judicial
o caput será feita a expensas da pessoa jurídica será exercida pela Procuradoria-Geral Federal,
sancionada. inclusive no que se refere à cobrança da multa
administrativa aplicada no PAR, respeitadas
as competências específicas da Procuradoria-
SEÇÃO IV – Da Cobrança da Multa Geral do Banco Central.
Aplicada

Art. 25.  A multa aplicada ao final do PAR será CAPÍTULO III – Do Acordo de Leniência
integralmente recolhida pela pessoa jurídica
sancionada no prazo de trinta dias, observado Art. 28.  O acordo de leniência será celebrado
o disposto nos §§ 1o e 3o do art. 11. com as pessoas jurídicas responsáveis pela prá-
§ 1o  Feito o recolhimento, a pessoa jurídica tica dos atos lesivos previstos na Lei no 12.846,
sancionada apresentará ao órgão ou entidade de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos
que aplicou a sanção documento que ateste o na Lei no 8.666, de 1993, e em outras normas de
pagamento integral do valor da multa imposta. licitações e contratos, com vistas à isenção ou
§ 2o  Decorrido o prazo previsto no caput à atenuação das respectivas sanções, desde que
sem que a multa tenha sido recolhida ou não colaborem efetivamente com as investigações
tendo ocorrido a comprovação de seu paga- e o processo administrativo, devendo resultar
mento integral, o órgão ou entidade que a dessa colaboração:
aplicou encaminhará o débito para inscrição I – a identificação dos demais envolvidos
em Dívida Ativa da União ou das autarquias e na infração administrativa, quando couber; e
fundações públicas federais. II – a obtenção célere de informações e
§ 3o  Caso a entidade que aplicou a multa documentos que comprovem a infração sob
não possua Dívida Ativa, o valor será cobrado apuração.
independentemente de prévia inscrição.
Art. 29.  Compete à Controladoria-Geral da
União celebrar acordos de leniência no âm-
SEÇÃO V – Dos Encaminhamentos Judiciais bito do Poder Executivo federal e nos casos
de atos lesivos contra a administração pública
Art. 26.  As medidas judiciais, no País ou no estrangeira.
Normas correlatas

exterior, como a cobrança da multa adminis-


trativa aplicada no PAR, a promoção da publi- Art. 30.  A pessoa jurídica que pretenda cele-
cação extraordinária, a persecução das sanções brar acordo de leniência deverá:
referidas nos incisos I a IV do caput do art. 19 I – ser a primeira a manifestar interesse em
da Lei no 12.846, de 2013, a reparação integral cooperar para a apuração de ato lesivo espe-
dos danos e prejuízos, além de eventual atua- cífico, quando tal circunstância for relevante; 85
II – ter cessado completamente seu en- em curso em outros órgãos ou entidades da
volvimento no ato lesivo a partir da data da administração pública federal relacionados aos
propositura do acordo; fatos objeto do acordo.
III – admitir sua participação na infração
administrativa; Art. 32.  A negociação a respeito da proposta
IV – cooperar plena e permanentemente do acordo de leniência deverá ser concluída no
com as investigações e o processo administra- prazo de cento e oitenta dias, contado da data
tivo e comparecer, sob suas expensas e sempre de apresentação da proposta.
que solicitada, aos atos processuais, até o seu Parágrafo único.  A critério da Controla-
encerramento; e doria-Geral da União, poderá ser prorrogado
V – fornecer informações, documentos e o prazo estabelecido no caput, caso presentes
elementos que comprovem a infração admi- circunstâncias que o exijam.
nistrativa.
§ 1o  O acordo de leniência de que trata o Art. 33.  Não importará em reconhecimento
caput será proposto pela pessoa jurídica, por da prática do ato lesivo investigado a proposta
seus representantes, na forma de seu estatuto de acordo de leniência rejeitada, da qual não se
ou contrato social, ou por meio de procurador fará qualquer divulgação, ressalvado o disposto
com poderes específicos para tal ato, observado no § 1o do art. 31.
o disposto no art. 26 da Lei no 12.846, de 2013.
§ 2o  A proposta do acordo de leniência Art. 34.  A pessoa jurídica proponente poderá
poderá ser feita até a conclusão do relatório a desistir da proposta de acordo de leniência a
ser elaborado no PAR. qualquer momento que anteceda a assinatura
do referido acordo.
Art. 31.  A proposta de celebração de acordo
de leniência poderá ser feita de forma oral ou Art. 35.  Caso o acordo não venha a ser cele-
escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica brado, os documentos apresentados durante
proponente declarará expressamente que foi a negociação serão devolvidos, sem retenção
orientada a respeito de seus direitos, garantias de cópias, à pessoa jurídica proponente e será
e deveres legais e de que o não atendimento às vedado seu uso para fins de responsabilização,
determinações e solicitações da Controladoria- exceto quando a administração pública federal
Geral da União durante a etapa de negociação tiver conhecimento deles independentemente
importará a desistência da proposta. da apresentação da proposta do acordo de
§ 1o  A proposta apresentada receberá trata- leniência.
mento sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será
restrito aos servidores especificamente desig- Art. 36.  O acordo de leniência estipulará as
nados pela Controladoria-Geral da União para condições para assegurar a efetividade da cola-
participar da negociação do acordo de leniên- boração e o resultado útil do processo, do qual
cia, ressalvada a possibilidade de a proponente constarão cláusulas e obrigações que, diante
autorizar a divulgação ou compartilhamento das circunstâncias do caso concreto, reputem-
da existência da proposta ou de seu conteúdo, se necessárias.
desde que haja anuência da Controladoria-
Gestão orçamentária pública

Geral da União. Art. 37.  O acordo de leniência conterá, entre


§ 2o  Poderá ser firmado memorando de outras disposições, cláusulas que versem sobre:
entendimentos entre a pessoa jurídica propo- I – o compromisso de cumprimento dos
nente e a Controladoria-Geral da União para requisitos previstos nos incisos II a V do caput
formalizar a proposta e definir os parâmetros do art. 30;
do acordo de leniência. II – a perda dos benefícios pactuados, em
§ 3o  Uma vez proposto o acordo de leniên- caso de descumprimento do acordo;
cia, a Controladoria-Geral da União poderá III – a natureza de título executivo extrajudi-
86 requisitar os autos de processos administrativos cial do instrumento do acordo, nos termos do
inciso II do caput do art. 585 da Lei no 5.869, CAPITULO IV – Do Programa de
de 11 de janeiro de 1973; e Integridade
IV – a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento
de programa de integridade, conforme os parâ- Art. 41.  Para fins do disposto neste Decreto,
metros estabelecidos no Capítulo IV. programa de integridade consiste, no âmbito de
uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanis-
Art. 38.  A Controladoria-Geral da União mos e procedimentos internos de integridade,
poderá conduzir e julgar os processos admi- auditoria e incentivo à denúncia de irregula-
nistrativos que apurem infrações administra- ridades e na aplicação efetiva de códigos de
tivas previstas na Lei no  12.846, de 2013, na ética e de conduta, políticas e diretrizes com
Lei no 8.666, de 1993, e em outras normas de objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, ir-
licitações e contratos, cujos fatos tenham sido regularidades e atos ilícitos praticados contra a
noticiados por meio do acordo de leniência. administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único.  O programa de integridade
Art. 39.  Até a celebração do acordo de le- deve ser estruturado, aplicado e atualizado de
niência pelo Ministro de Estado Chefe da acordo com as características e riscos atuais das
Controladoria-Geral da União, a identidade da atividades de cada pessoa jurídica, a qual por
pessoa jurídica signatária do acordo não será sua vez deve garantir o constante aprimoramen-
divulgada ao público, ressalvado o disposto no to e adaptação do referido programa, visando
§ 1o do art. 31. garantir sua efetividade.
Parágrafo único.  A Controladoria-Geral da
União manterá restrito o acesso aos documen- Art. 42.  Para fins do disposto no § 4o do art.
tos e informações comercialmente sensíveis 5o, o programa de integridade será avaliado,
da pessoa jurídica signatária do acordo de quanto a sua existência e aplicação, de acordo
leniência. com os seguintes parâmetros:
I – comprometimento da alta direção da
Art. 40.  Uma vez cumprido o acordo de pessoa jurídica, incluídos os conselhos, evi-
leniência pela pessoa jurídica colaboradora, denciado pelo apoio visível e inequívoco ao
serão declarados em favor da pessoa jurídica programa;
signatária, nos termos previamente firmados II – padrões de conduta, código de ética,
no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos: políticas e procedimentos de integridade,
I – isenção da publicação extraordinária da aplicáveis a todos os empregados e administra-
decisão administrativa sancionadora; dores, independentemente de cargo ou função
II – isenção da proibição de receber incen- exercidos;
tivos, subsídios, subvenções, doações ou em- III – padrões de conduta, código de ética
préstimos de órgãos ou entidades públicos e de e políticas de integridade estendidas, quando
instituições financeiras públicas ou controladas necessário, a terceiros, tais como, fornecedores,
pelo Poder Público; prestadores de serviço, agentes intermediários
III – redução do valor final da multa aplicá- e associados;
vel, observado o disposto no art. 23; ou IV – treinamentos periódicos sobre o pro-
IV – isenção ou atenuação das sanções ad- grama de integridade;
ministrativas previstas nos art. 86 a art. 88 da V – análise periódica de riscos para rea-
Lei no 8.666, de 1993, ou de outras normas de lizar adaptações necessárias ao programa de
licitações e contratos. integridade;
Normas correlatas

Parágrafo único.  Os efeitos do acordo de VI – registros contábeis que reflitam de


leniência serão estendidos às pessoas jurídicas forma completa e precisa as transações da
que integrarem o mesmo grupo econômico, de pessoa jurídica;
fato e de direito, desde que tenham firmado o VII – controles internos que assegurem a
acordo em conjunto, respeitadas as condições pronta elaboração e confiabilidade de relatórios
nele estabelecidas. e demonstrações financeiros da pessoa jurídica; 87
VIII – procedimentos específicos para pre- V – os países em que atua, direta ou indi-
venir fraudes e ilícitos no âmbito de processos retamente;
licitatórios, na execução de contratos adminis- VI – o grau de interação com o setor públi-
trativos ou em qualquer interação com o setor co e a importância de autorizações, licenças e
público, ainda que intermediada por terceiros, permissões governamentais em suas operações;
tal como pagamento de tributos, sujeição a VII – a quantidade e a localização das
fiscalizações, ou obtenção de autorizações, pessoas jurídicas que integram o grupo eco-
licenças, permissões e certidões; nômico; e
IX – independência, estrutura e autoridade VIII – o fato de ser qualificada como mi-
da instância interna responsável pela aplicação croempresa ou empresa de pequeno porte.
do programa de integridade e fiscalização de § 2o  A efetividade do programa de integri-
seu cumprimento; dade em relação ao ato lesivo objeto de apura-
X – canais de denúncia de irregularidades, ção será considerada para fins da avaliação de
abertos e amplamente divulgados a funcioná- que trata o caput.
rios e terceiros, e de mecanismos destinados à § 3o  Na avaliação de microempresas e em-
proteção de denunciantes de boa-fé; presas de pequeno porte, serão reduzidas as
XI – medidas disciplinares em caso de vio- formalidades dos parâmetros previstos neste
lação do programa de integridade; artigo, não se exigindo, especificamente, os
XII – procedimentos que assegurem a pronta incisos III, V, IX, X, XIII, XIV e XV do caput.
interrupção de irregularidades ou infrações § 4o  Caberá ao Ministro de Estado Chefe da
detectadas e a tempestiva remediação dos Controladoria-Geral da União expedir orienta-
danos gerados; ções, normas e procedimentos complementares
XIII – diligências apropriadas para contrata- referentes à avaliação do programa de integri-
ção e, conforme o caso, supervisão, de terceiros, dade de que trata este Capítulo.
tais como, fornecedores, prestadores de serviço, § 5o  A redução dos parâmetros de avaliação
agentes intermediários e associados; para as microempresas e empresas de pequeno
XIV – verificação, durante os processos de porte de que trata o § 3o poderá ser objeto de
fusões, aquisições e reestruturações societárias, regulamentação por ato conjunto do Ministro
do cometimento de irregularidades ou ilícitos de Estado Chefe da Secretaria da Micro e Pe-
ou da existência de vulnerabilidades nas pes- quena Empresa e do Ministro de Estado Chefe
soas jurídicas envolvidas; da Controladoria-Geral da União.
XV – monitoramento contínuo do programa
de integridade visando seu aperfeiçoamento na
prevenção, detecção e combate à ocorrência dos CAPÍTULO V – Do Cadastro Nacional de
atos lesivos previstos no art. 5o da Lei no 12.846, Empresas Inidôneas e Suspensas do Cadastro
de 2013; e Nacional de Empresas Punidas
XVI – transparência da pessoa jurídica
quanto a doações para candidatos e partidos Art. 43.  O Cadastro Nacional de Empresas
políticos. Inidôneas e Suspensas – CEIS conterá infor-
§ 1o  Na avaliação dos parâmetros de que mações referentes às sanções administrativas
trata este artigo, serão considerados o porte e impostas a pessoas físicas ou jurídicas que
Gestão orçamentária pública

especificidades da pessoa jurídica, tais como: impliquem restrição ao direito de participar de


I – a quantidade de funcionários, emprega- licitações ou de celebrar contratos com a admi-
dos e colaboradores; nistração pública de qualquer esfera federativa,
II – a complexidade da hierarquia interna entre as quais:
e a quantidade de departamentos, diretorias I – suspensão temporária de participação
ou setores; em licitação e impedimento de contratar com
III – a utilização de agentes intermediários a administração pública, conforme disposto no
como consultores ou representantes comerciais; inciso III do caput do art. 87 da Lei no 8.666,
88 IV – o setor do mercado em que atua; de 1993;
II – declaração de inidoneidade para licitar II – número de inscrição da pessoa jurídi-
ou contratar com a administração pública, ca no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
conforme disposto no inciso IV do caput do – CNPJ ou da pessoa física no Cadastro de
art. 87 da Lei no 8.666, de 1993; Pessoas Físicas – CPF;
III – impedimento de licitar e contratar com III – tipo de sanção;
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, IV – fundamentação legal da sanção;
conforme disposto no art. 7o da Lei no 10.520, V – número do processo no qual foi funda-
de 17 de julho de 2002; mentada a sanção;
IV – impedimento de licitar e contratar VI – data de início de vigência do efeito
com a União, Estados, Distrito Federal ou limitador ou impeditivo da sanção ou data de
Municípios, conforme disposto no art. 47 da aplicação da sanção;
Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011; VII – data final do efeito limitador ou impe-
V – suspensão temporária de participação ditivo da sanção, quando couber;
em licitação e impedimento de contratar com VIII – nome do órgão ou entidade sancio-
a administração pública, conforme disposto no nador; e
inciso IV do caput do art. 33 da Lei no 12.527, IX – valor da multa, quando couber.
de 18 de novembro de 2011; e
VI – declaração de inidoneidade para licitar Art. 47.  A exclusão dos dados e informações
ou contratar com a administração pública, con- constantes do CEIS ou do CNEP se dará:
forme disposto no inciso V do caput do art. 33 I – com fim do prazo do efeito limitador ou
da Lei no 12.527, de 2011. impeditivo da sanção; ou
II – mediante requerimento da pessoa jurí-
Art. 44.  Poderão ser registradas no CEIS ou- dica interessada, após cumpridos os seguintes
tras sanções que impliquem restrição ao direito requisitos, quando aplicáveis:
de participar em licitações ou de celebrar con- a)  publicação da decisão de reabilitação da
tratos com a administração pública, ainda que pessoa jurídica sancionada, nas hipóteses dos
não sejam de natureza administrativa. incisos II e VI do caput do art. 43;
b)  cumprimento integral do acordo de
Art. 45.  O Cadastro Nacional de Empresas leniência;
Punidas – CNEP conterá informações refe- c)  reparação do dano causado; ou
rentes: d)  quitação da multa aplicada.
I – às sanções impostas com fundamento na
Lei no 12.846, de 2013; e Art. 48.  O fornecimento dos dados e infor-
II – ao descumprimento de acordo de mações de que tratam os art. 43 a art. 46, pelos
leniência celebrado com fundamento na Lei órgãos e entidades dos Poderes Executivo,
no 12.846, de 2013. Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas
Parágrafo único.  As informações sobre os de governo, será disciplinado pela Controlado-
acordos de leniência celebrados com funda- ria-Geral da União.
mento na Lei no 12.846, de 2013, serão regis-
tradas no CNEP após a celebração do acordo,
exceto se causar prejuízo às investigações ou ao CAPÍTULO VI – Disposições Finais
processo administrativo.
Art. 49.  As informações referentes ao PAR
Art. 46.  Constarão do CEIS e do CNEP, sem instaurado no âmbito dos órgãos e entidades
Normas correlatas

prejuízo de outros a serem estabelecidos pela do Poder Executivo federal serão registradas
Controladoria-Geral da União, dados e infor- no sistema de gerenciamento eletrônico de
mações referentes a: processos administrativos sancionadores
I – nome ou razão social da pessoa física ou mantido pela Controladoria-Geral da União,
jurídica sancionada; conforme ato do Ministro de Estado Chefe da
Controladoria-Geral da União. 89
Art. 50.  Os órgãos e as entidades da adminis- orientações e procedimentos complementares
tração pública, no exercício de suas competên- para a execução deste Decreto.
cias regulatórias, disporão sobre os efeitos da
Lei no 12.846, de 2013, no âmbito das atividades Art. 53.  Este Decreto entra em vigor na data
reguladas, inclusive no caso de proposta e cele- de sua publicação.
bração de acordo de leniência.
Brasília, 18 de março de 2015; 194o da Indepen-
Art. 51.  O processamento do PAR não in- dência e 127o da República.
terfere no seguimento regular dos processos
administrativos específicos para apuração da DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo
ocorrência de danos e prejuízos à administra- – Luís Inácio Lucena Adams – Valdir Moysés
ção pública federal resultantes de ato lesivo Simão
cometido por pessoa jurídica, com ou sem a
participação de agente público. Decretado em 18/3/2015 e publicado no DOU de
19/3/2015.
Art. 52.  Caberá ao Ministro de Estado Chefe
da Controladoria-Geral da União expedir
Gestão orçamentária pública

90
Decreto no 7.724/2012
Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informações
previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216
da Constituição.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das tomatizado com o emprego de tecnologia da


atribuições que lhe confere o art.  84, caput, informação;
incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e III – documento – unidade de registro de
tendo em vista o disposto na Lei no 12.527, de informações, qualquer que seja o suporte ou
18 de novembro de 2011, formato;
IV – informação sigilosa – informação sub-
DECRETA: metida temporariamente à restrição de acesso
público em razão de sua imprescindibilidade
para a segurança da sociedade e do Estado,
CAPÍTULO I – Disposições Gerais e aquelas abrangidas pelas demais hipóteses
legais de sigilo;
Art. 1o  Este Decreto regulamenta, no âmbito V – informação pessoal – informação
do Poder Executivo federal, os procedimentos relacionada à pessoa natural identificada ou
para a garantia do acesso à informação e para identificável, relativa à intimidade, vida privada,
a classificação de informações sob restrição honra e imagem;
de acesso, observados grau e prazo de sigilo, VI – tratamento da informação – conjun-
conforme o disposto na Lei no 12.527, de 18 de to de ações referentes à produção, recepção,
novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso classificação, utilização, acesso, reprodução,
a informações previsto no inciso XXXIII do transporte, transmissão, distribuição, arquiva-
caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e mento, armazenamento, eliminação, avaliação,
no § 2o do art. 216 da Constituição. destinação ou controle da informação;
VII – disponibilidade – qualidade da in-
Art. 2o  Os órgãos e as entidades do Poder Exe- formação que pode ser conhecida e utilizada
cutivo federal assegurarão, às pessoas naturais e por indivíduos, equipamentos ou sistemas
jurídicas, o direito de acesso à informação, que autorizados;
será proporcionado mediante procedimentos VIII – autenticidade – qualidade da infor-
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara mação que tenha sido produzida, expedida,
e em linguagem de fácil compreensão, obser- recebida ou modificada por determinado in-
vados os princípios da administração pública e divíduo, equipamento ou sistema;
as diretrizes previstas na Lei no 12.527, de 2011. IX – integridade – qualidade da informação
não modificada, inclusive quanto à origem,
Art. 3o  Para os efeitos deste Decreto, consi- trânsito e destino;
dera-se: X – primariedade – qualidade da informação
I – informação – dados, processados ou coletada na fonte, com o máximo de detalha-
não, que podem ser utilizados para produção mento possível, sem modificações;
Normas correlatas

e transmissão de conhecimento, contidos em XI – informação atualizada – informação


qualquer meio, suporte ou formato; que reúne os dados mais recentes sobre o tema,
II – dados processados – dados submetidos de acordo com sua natureza, com os prazos
a qualquer operação ou tratamento por meio previstos em normas específicas ou conforme
de processamento eletrônico ou por meio au- a periodicidade estabelecida nos sistemas in-
formatizados que a organizam; e 91
XII – documento preparatório – documento I – às hipóteses de sigilo previstas na le-
formal utilizado como fundamento da tomada gislação, como fiscal, bancário, de operações
de decisão ou de ato administrativo, a exemplo e serviços no mercado de capitais, comercial,
de pareceres e notas técnicas. profissional, industrial e segredo de justiça; e
II – às informações referentes a projetos
Art. 4o  A busca e o fornecimento da infor- de pesquisa e desenvolvimento científicos ou
mação são gratuitos, ressalvada a cobrança tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à
do valor referente ao custo dos serviços e dos segurança da sociedade e do Estado, na forma
materiais utilizados, tais como reprodução de do § 1o do art. 7o da Lei no 12.527, de 2011.
documentos, mídias digitais e postagem.
Parágrafo único.  Está isento de ressarcir os
custos dos serviços e dos materiais utilizados CAPÍTULO III – Da Transparência Ativa
aquele cuja situação econômica não lhe permita
fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da Art. 7o  É dever dos órgãos e entidades promo-
família, declarada nos termos da Lei no 7.115, ver, independente de requerimento, a divulga-
de 29 de agosto de 1983. ção em seus sítios na Internet de informações de
interesse coletivo ou geral por eles produzidas
ou custodiadas, observado o disposto nos arts.
CAPÍTULO II – Da Abrangência 7o e 8o da Lei no 12.527, de 2011.
§ 1o  Os órgãos e entidades deverão im-
Art. 5o  Sujeitam-se ao disposto neste De- plementar em seus sítios na Internet seção
creto os órgãos da administração direta, as específica para a divulgação das informações
autarquias, as fundações públicas, as empresas de que trata o caput.
públicas, as sociedades de economia mista e as § 2o  Serão disponibilizados nos sítios na In-
demais entidades controladas direta ou indire- ternet dos órgãos e entidades, conforme padrão
tamente pela União. estabelecido pela Secretaria de Comunicação
§ 1o  A divulgação de informações de em- Social da Presidência da República:
presas públicas, sociedade de economia mista I – banner na página inicial, que dará acesso
e demais entidades controladas pela União que à seção específica de que trata o § 1o; e
atuem em regime de concorrência, sujeitas ao II – barra de identidade do Governo federal,
disposto no art.  173 da Constituição, estará contendo ferramenta de redirecionamento de
submetida às normas pertinentes da Comis- página para o Portal Brasil e para o sítio prin-
são de Valores Mobiliários, a fim de assegurar cipal sobre a Lei no 12.527, de 2011.
sua competitividade, governança corporativa § 3o  Deverão ser divulgadas, na seção es-
e, quando houver, os interesses de acionistas pecífica de que trata o § 1o, informações sobre:
minoritários. I – estrutura organizacional, competências,
§ 2 o  Não se sujeitam ao disposto neste legislação aplicável, principais cargos e seus
Decreto as informações relativas à atividade ocupantes, endereço e telefones das unidades,
empresarial de pessoas físicas ou jurídicas de horários de atendimento ao público;
direito privado obtidas pelo Banco Central II – programas, projetos, ações, obras e
do Brasil, pelas agências reguladoras ou por atividades, com indicação da unidade respon-
Gestão orçamentária pública

outros órgãos ou entidades no exercício de sável, principais metas e resultados e, quando


atividade de controle, regulação e supervisão existentes, indicadores de resultado e impacto;
da atividade econômica cuja divulgação possa III – repasses ou transferências de recursos
representar vantagem competitiva a outros financeiros;
agentes econômicos. IV – execução orçamentária e financeira
detalhada;
Art. 6o  O acesso à informação disciplinado V – licitações realizadas e em andamento,
neste Decreto não se aplica: com editais, anexos e resultados, além dos con-
92 tratos firmados e notas de empenho emitidas;
VI – remuneração e subsídio recebidos por cruzamentos, para fins de estudos e pesquisas,
ocupante de cargo, posto, graduação, função e observado o disposto no art. 13.
emprego público, incluindo auxílios, ajudas de
custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecu- Art. 8o  Os sítios na Internet dos órgãos e en-
niárias, bem como proventos de aposentadoria tidades deverão, em cumprimento às normas
e pensões daqueles que estiverem na ativa, de estabelecidas pelo Ministério do Planejamento,
maneira individualizada, conforme ato do Mi- Orçamento e Gestão, atender aos seguintes
nistério do Planejamento, Orçamento e Gestão; requisitos, entre outros:
VII – respostas a perguntas mais frequentes I – conter formulário para pedido de acesso
da sociedade; à informação;
VIII – contato da autoridade de monito- II – conter ferramenta de pesquisa de
ramento, designada nos termos do art. 40 da conteúdo que permita o acesso à informação
Lei no  12.527, de 2011, e telefone e correio de forma objetiva, transparente, clara e em
eletrônico do Serviço de Informações ao Ci- linguagem de fácil compreensão;
dadão – SIC; e III – possibilitar gravação de relatórios em
IX – programas financiados pelo Fundo de diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos
Amparo ao Trabalhador – FAT. e não proprietários, tais como planilhas e texto,
§ 4o  As informações poderão ser disponibi- de modo a facilitar a análise das informações;
lizadas por meio de ferramenta de redireciona- IV – possibilitar acesso automatizado por
mento de página na Internet, quando estiverem sistemas externos em formatos abertos, estru-
disponíveis em outros sítios governamentais. turados e legíveis por máquina;
§ 5o  No caso das empresas públicas, socie- V – divulgar em detalhes os formatos utili-
dades de economia mista e demais entidades zados para estruturação da informação;
controladas pela União que atuem em regime VI – garantir autenticidade e integridade das
de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 informações disponíveis para acesso;
da Constituição, aplica-se o disposto no §  1o VII – indicar instruções que permitam ao
do art. 5o. requerente comunicar-se, por via eletrônica ou
§ 6o  O Banco Central do Brasil divulgará telefônica, com o órgão ou entidade; e
periodicamente informações relativas às ope- VIII – garantir a acessibilidade de conteúdo
rações de crédito praticadas pelas instituições para pessoas com deficiência.
financeiras, inclusive as taxas de juros míni-
ma, máxima e média e as respectivas tarifas
bancárias. CAPÍTULO IV – Da Transparência Passiva
§ 7o  A divulgação das informações previstas SEÇÃO I – Do Serviço de Informação ao
no § 3o não exclui outras hipóteses de publica- Cidadão
ção e divulgação de informações previstas na
legislação. Art. 9o  Os órgãos e entidades deverão criar
§ 8o  Ato conjunto dos Ministros de Estado Serviço de Informações ao Cidadão – SIC, com
da Controladoria-Geral da União, do Planeja- o objetivo de:
mento, Orçamento e Gestão e do Trabalho e I – atender e orientar o público quanto ao
Emprego disporá sobre a divulgação dos pro- acesso à informação;
gramas de que trata o inciso IX do § 3o, que será II – informar sobre a tramitação de docu-
feita, observado o disposto no Capítulo VII: mentos nas unidades; e
I – de maneira individualizada; III – receber e registrar pedidos de acesso
Normas correlatas

II – por meio de informações consolidadas à informação.


disponibilizadas no sítio na Internet do Minis- Parágrafo único.  Compete ao SIC:
tério do Trabalho e Emprego; e I – o recebimento do pedido de acesso e,
III – por meio de disponibilização de va- sempre que possível, o fornecimento imediato
riáveis das bases de dados para execução de da informação;
93
II – o registro do pedido de acesso em sistema III – especificação, de forma clara e precisa,
eletrônico específico e a entrega de número do da informação requerida; e
protocolo, que conterá a data de apresentação IV – endereço físico ou eletrônico do reque-
do pedido; e rente, para recebimento de comunicações ou da
III – o encaminhamento do pedido recebido informação requerida.
e registrado à unidade responsável pelo forneci-
mento da informação, quando couber. Art. 13.  Não serão atendidos pedidos de acesso
à informação:
Art. 10.  O SIC será instalado em unidade física I – genéricos;
identificada, de fácil acesso e aberta ao público. II – desproporcionais ou desarrazoados; ou
§ 1 o  Nas unidades descentralizadas em III – que exijam trabalhos adicionais de
que não houver SIC será oferecido serviço de análise, interpretação ou consolidação de dados
recebimento e registro dos pedidos de acesso à e informações, ou serviço de produção ou tra-
informação. tamento de dados que não seja de competência
§ 2o  Se a unidade descentralizada não deti- do órgão ou entidade.
ver a informação, o pedido será encaminhado Parágrafo único.  Na hipótese do inciso III
ao SIC do órgão ou entidade central, que comu- do caput, o órgão ou entidade deverá, caso
nicará ao requerente o número do protocolo e a tenha conhecimento, indicar o local onde se
data de recebimento do pedido, a partir da qual encontram as informações a partir das quais
se inicia o prazo de resposta. o requerente poderá realizar a interpretação,
consolidação ou tratamento de dados.

SEÇÃO II – Do Pedido de Acesso à Art. 14.  São vedadas exigências relativas aos


Informação motivos do pedido de acesso à informação.

Art. 11.  Qualquer pessoa, natural ou jurídica,


poderá formular pedido de acesso à informação. SEÇÃO III – Do Procedimento de Acesso à
§ 1o  O pedido será apresentado em formulá- Informação
rio padrão, disponibilizado em meio eletrônico
e físico, no sítio na Internet e no SIC dos órgãos Art. 15.  Recebido o pedido e estando a infor-
e entidades. mação disponível, o acesso será imediato.
§ 2o  O prazo de resposta será contado a § 1o  Caso não seja possível o acesso ime-
partir da data de apresentação do pedido ao SIC. diato, o órgão ou entidade deverá, no prazo de
§ 3o  É facultado aos órgãos e entidades o até vinte dias:
recebimento de pedidos de acesso à informação I – enviar a informação ao endereço físico
por qualquer outro meio legítimo, como contato ou eletrônico informado;
telefônico, correspondência eletrônica ou física, II – comunicar data, local e modo para rea-
desde que atendidos os requisitos do art. 12. lizar consulta à informação, efetuar reprodução
§ 4o  Na hipótese do §  3o, será enviada ao ou obter certidão relativa à informação;
requerente comunicação com o número de III – comunicar que não possui a informação
protocolo e a data do recebimento do pedido ou que não tem conhecimento de sua existência;
Gestão orçamentária pública

pelo SIC, a partir da qual se inicia o prazo de IV – indicar, caso tenha conhecimento, o
resposta. órgão ou entidade responsável pela informação
ou que a detenha; ou
Art. 12.  O pedido de acesso à informação V – indicar as razões da negativa, total ou
deverá conter: parcial, do acesso.
I – nome do requerente; § 2 o  Nas hipóteses em que o pedido de
II – número de documento de identificação acesso demandar manuseio de grande volu-
válido; me de documentos, ou a movimentação do
94 documento puder comprometer sua regular
tramitação, será adotada a medida prevista no Art. 19.  Negado o pedido de acesso à infor-
inciso II do § 1o. mação, será enviada ao requerente, no prazo
§ 3o  Quando a manipulação puder prejudi- de resposta, comunicação com:
car a integridade da informação ou do docu- I – razões da negativa de acesso e seu fun-
mento, o órgão ou entidade deverá indicar data, damento legal;
local e modo para consulta, ou disponibilizar II – possibilidade e prazo de recurso, com
cópia, com certificação de que confere com o indicação da autoridade que o apreciará; e
original. III – possibilidade de apresentação de pedido
§ 4o  Na impossibilidade de obtenção de de desclassificação da informação, quando for o
cópia de que trata o § 3o, o requerente poderá caso, com indicação da autoridade classificadora
solicitar que, às suas expensas e sob supervisão que o apreciará.
de servidor público, a reprodução seja feita por § 1o  As razões de negativa de acesso a in-
outro meio que não ponha em risco a integri- formação classificada indicarão o fundamento
dade do documento original. legal da classificação, a autoridade que a clas-
sificou e o código de indexação do documento
Art. 16.  O prazo para resposta do pedido classificado.
poderá ser prorrogado por dez dias, mediante § 2o  Os órgãos e entidades disponibilizarão
justificativa encaminhada ao requerente antes formulário padrão para apresentação de recurso
do término do prazo inicial de vinte dias. e de pedido de desclassificação.

Art. 17.  Caso a informação esteja disponível Art. 20.  O acesso a documento preparatório


ao público em formato impresso, eletrônico ou ou informação nele contida, utilizados como
em outro meio de acesso universal, o órgão ou fundamento de tomada de decisão ou de ato
entidade deverá orientar o requerente quanto ao administrativo, será assegurado a partir da
local e modo para consultar, obter ou reproduzir edição do ato ou decisão.
a informação. Parágrafo único.  O Ministério da Fazenda
Parágrafo único.  Na hipótese do caput o ór- e o Banco Central do Brasil classificarão os
gão ou entidade desobriga-se do fornecimento documentos que embasarem decisões de po-
direto da informação, salvo se o requerente lítica econômica, tais como fiscal, tributária,
declarar não dispor de meios para consultar, monetária e regulatória.
obter ou reproduzir a informação.

Art. 18.  Quando o fornecimento da informa- SEÇÃO IV – Dos Recursos


ção implicar reprodução de documentos, o ór-
gão ou entidade, observado o prazo de resposta Art. 21.  No caso de negativa de acesso à infor-
ao pedido, disponibilizará ao requerente Guia de mação ou de não fornecimento das razões da ne-
Recolhimento da União – GRU ou documento gativa do acesso, poderá o requerente apresentar
equivalente, para pagamento dos custos dos recurso no prazo de dez dias, contado da ciência
serviços e dos materiais utilizados. da decisão, à autoridade hierarquicamente
Parágrafo único.  A reprodução de documen- superior à que adotou a decisão, que deverá
tos ocorrerá no prazo de dez dias, contado da apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da
comprovação do pagamento pelo requerente sua apresentação.
ou da entrega de declaração de pobreza por ele Parágrafo único.  Desprovido o recurso de
firmada, nos termos da Lei no 7.115, de 1983, que trata o caput, poderá o requerente apre-
Normas correlatas

ressalvadas hipóteses justificadas em que, devi- sentar recurso no prazo de dez dias, contado
do ao volume ou ao estado dos documentos, a da ciência da decisão, à autoridade máxima do
reprodução demande prazo superior. órgão ou entidade, que deverá se manifestar em
cinco dias contados do recebimento do recurso.

95
Art. 22.  No caso de omissão de resposta ao I – pôr em risco a defesa e a soberania na-
pedido de acesso à informação, o requerente cionais ou a integridade do território nacional;
poderá apresentar reclamação no prazo de dez II – prejudicar ou pôr em risco a condução
dias à autoridade de monitoramento de que tra- de negociações ou as relações internacionais
ta o art. 40 da Lei no 12.527, de 2011, que deverá do País;
se manifestar no prazo de cinco dias, contado III – prejudicar ou pôr em risco informações
do recebimento da reclamação. fornecidas em caráter sigiloso por outros Esta-
§ 1o  O prazo para apresentar reclamação dos e organismos internacionais;
começará trinta dias após a apresentação do IV – pôr em risco a vida, a segurança ou a
pedido. saúde da população;
§ 2o  A autoridade máxima do órgão ou enti- V – oferecer elevado risco à estabilidade
dade poderá designar outra autoridade que lhe financeira, econômica ou monetária do País;
seja diretamente subordinada como responsável VI – prejudicar ou causar risco a planos ou
pelo recebimento e apreciação da reclamação. operações estratégicos das Forças Armadas;
VII – prejudicar ou causar risco a projetos
Art. 23.  Desprovido o recurso de que trata de pesquisa e desenvolvimento científico ou
o parágrafo único do art.  21 ou infrutífera a tecnológico, assim como a sistemas, bens,
reclamação de que trata o art.  22, poderá o instalações ou áreas de interesse estratégico
requerente apresentar recurso no prazo de dez nacional, observado o disposto no inciso II do
dias, contado da ciência da decisão, à Controla- caput do art. 6o;
doria-Geral da União, que deverá se manifestar VIII – pôr em risco a segurança de insti-
no prazo de cinco dias, contado do recebimento tuições ou de altas autoridades nacionais ou
do recurso. estrangeiras e seus familiares; ou
§ 1o  A Controladoria-Geral da União pode- IX – comprometer atividades de inteligência,
rá determinar que o órgão ou entidade preste de investigação ou de fiscalização em andamen-
esclarecimentos. to, relacionadas com prevenção ou repressão
§ 2o  Provido o recurso, a Controladoria-Ge- de infrações.
ral da União fixará prazo para o cumprimento
da decisão pelo órgão ou entidade. Art. 26.  A informação em poder dos órgãos e
entidades, observado o seu teor e em razão de
Art. 24.  No caso de negativa de acesso à in- sua imprescindibilidade à segurança da socie-
formação, ou às razões da negativa do acesso dade ou do Estado, poderá ser classificada no
de que trata o caput do art.  21, desprovido o grau ultrassecreto, secreto ou reservado.
recurso pela Controladoria-Geral da União, o
requerente poderá apresentar, no prazo de dez Art. 27.  Para a classificação da informação em
dias, contado da ciência da decisão, recurso à grau de sigilo, deverá ser observado o interesse
Comissão Mista de Reavaliação de Informa- público da informação e utilizado o critério
ções, observados os procedimentos previstos menos restritivo possível, considerados:
no Capítulo VI. I – a gravidade do risco ou dano à segurança
da sociedade e do Estado; e
II – o prazo máximo de classificação em grau
Gestão orçamentária pública

CAPÍTULO V – Das Informações de sigilo ou o evento que defina seu termo final.
Classificadas em Grau de Sigilo
SEÇÃO I – Da Classificação de Informações Art. 28.  Os prazos máximos de classificação
quanto ao Grau e Prazos de Sigilo são os seguintes:
I – grau ultrassecreto: vinte e cinco anos;
Art. 25.  São passíveis de classificação as II – grau secreto: quinze anos; e
informações consideradas imprescindíveis à III – grau reservado: cinco anos.
segurança da sociedade ou do Estado, cuja Parágrafo único.  Poderá ser estabelecida
96 divulgação ou acesso irrestrito possam: como termo final de restrição de acesso a ocor-
rência de determinado evento, observados os § 6o  Enquanto não ratificada, a classificação
prazos máximos de classificação. de que trata o §  5o considera-se válida, para
todos os efeitos legais.
Art. 29.  As informações que puderem colocar
em risco a segurança do Presidente da Repúbli-
ca, Vice-Presidente e seus cônjuges e filhos serão SEÇÃO II – Dos Procedimentos para
classificadas no grau reservado e ficarão sob Classificação de Informação
sigilo até o término do mandato em exercício
ou do último mandato, em caso de reeleição. Art. 31.  A decisão que classificar a informação
em qualquer grau de sigilo deverá ser formali-
Art. 30.  A classificação de informação é de zada no Termo de Classificação de Informação
competência: – TCI, conforme modelo contido no Anexo, e
I – no grau ultrassecreto, das seguintes au- conterá o seguinte:
toridades: I – código de indexação de documento;
a)  Presidente da República; II – grau de sigilo;
b)  Vice-Presidente da República; III – categoria na qual se enquadra a infor-
c)  Ministros de Estado e autoridades com as mação;
mesmas prerrogativas; IV – tipo de documento;
d)  Comandantes da Marinha, do Exército, V – data da produção do documento;
da Aeronáutica; e VI – indicação de dispositivo legal que fun-
e)  Chefes de Missões Diplomáticas e Con- damenta a classificação;
sulares permanentes no exterior; VII – razões da classificação, observados os
II – no grau secreto, das autoridades referidas critérios estabelecidos no art. 27;
no inciso I do caput, dos titulares de autarquias, VIII – indicação do prazo de sigilo, conta-
fundações, empresas públicas e sociedades de do em anos, meses ou dias, ou do evento que
economia mista; e defina o seu termo final, observados os limites
III – no grau reservado, das autoridades previstos no art. 28;
referidas nos incisos I e II do caput e das que IX – data da classificação; e
exerçam funções de direção, comando ou chefia X – identificação da autoridade que classifi-
do Grupo-Direção e Assessoramento Superio- cou a informação.
res – DAS, nível DAS 101.5 ou superior, e seus § 1o  O TCI seguirá anexo à informação.
equivalentes. § 2o  As informações previstas no inciso VII
§ 1o  É vedada a delegação da competência do caput deverão ser mantidas no mesmo grau
de classificação nos graus de sigilo ultrassecreto de sigilo que a informação classificada.
ou secreto. § 3o  A ratificação da classificação de que tra-
§ 2o  O dirigente máximo do órgão ou enti- ta o § 5o do art. 30 deverá ser registrada no TCI.
dade poderá delegar a competência para classi-
ficação no grau reservado a agente público que Art. 32.  A autoridade ou outro agente público
exerça função de direção, comando ou chefia. que classificar informação no grau ultrassecreto
§ 3o  É vedada a subdelegação da competên- ou secreto deverá encaminhar cópia do TCI à
cia de que trata o § 2o. Comissão Mista de Reavaliação de Informações
§ 4o  Os agentes públicos referidos no §  2o no prazo de trinta dias, contado da decisão de
deverão dar ciência do ato de classificação à classificação ou de ratificação.
autoridade delegante, no prazo de noventa dias.
Normas correlatas

§ 5o  A classificação de informação no grau Art. 33.  Na hipótese de documento que con-


ultrassecreto pelas autoridades previstas nas tenha informações classificadas em diferentes
alíneas “d” e “e” do inciso I do caput deverá ser graus de sigilo, será atribuído ao documento tra-
ratificada pelo Ministro de Estado, no prazo de tamento do grau de sigilo mais elevado, ficando
trinta dias. assegurado o acesso às partes não classificadas
97
por meio de certidão, extrato ou cópia, com V – a peculiaridade das informações pro-
ocultação da parte sob sigilo. duzidas no exterior por autoridades ou agentes
públicos.
Art. 34.  Os órgãos e entidades poderão
constituir Comissão Permanente de Avaliação Art. 36.  O pedido de desclassificação ou de
de Documentos Sigilosos – CPADS, com as reavaliação da classificação poderá ser apre-
seguintes atribuições: sentado aos órgãos e entidades independente
I – opinar sobre a informação produzida no de existir prévio pedido de acesso à informação.
âmbito de sua atuação para fins de classificação Parágrafo único.  O pedido de que trata o
em qualquer grau de sigilo; caput será endereçado à autoridade classifica-
II – assessorar a autoridade classificadora ou dora, que decidirá no prazo de trinta dias.
a autoridade hierarquicamente superior quanto
à desclassificação, reclassificação ou reavaliação Art. 37.  Negado o pedido de desclassificação
de informação classificada em qualquer grau ou de reavaliação pela autoridade classificadora,
de sigilo; o requerente poderá apresentar recurso no pra-
III – propor o destino final das informações zo de dez dias, contado da ciência da negativa,
desclassificadas, indicando os documentos para ao Ministro de Estado ou à autoridade com as
guarda permanente, observado o disposto na mesmas prerrogativas, que decidirá no prazo
Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e de trinta dias.
IV – subsidiar a elaboração do rol anual de § 1o  Nos casos em que a autoridade classifi-
informações desclassificadas e documentos cadora esteja vinculada a autarquia, fundação,
classificados em cada grau de sigilo, a ser dis- empresa pública ou sociedade de economia
ponibilizado na Internet. mista, o recurso será apresentado ao dirigente
máximo da entidade.
§ 2o  No caso das Forças Armadas, o recurso
SEÇÃO III – Da Desclassificação e será apresentado primeiramente perante o res-
Reavaliação da Informação Classificada em pectivo Comandante, e, em caso de negativa,
Grau de Sigilo ao Ministro de Estado da Defesa.
§ 3o  No caso de informações produzidas por
Art. 35.  A classificação das informações será autoridades ou agentes públicos no exterior, o
reavaliada pela autoridade classificadora ou por requerimento de desclassificação e reavaliação
autoridade hierarquicamente superior, median- será apreciado pela autoridade hierarquicamen-
te provocação ou de ofício, para desclassificação te superior que estiver em território brasileiro.
ou redução do prazo de sigilo. § 4o  Desprovido o recurso de que tratam o
Parágrafo único.  Para o cumprimento do caput e os §§ 1o a 3o, poderá o requerente apre-
disposto no caput, além do disposto no art. 27, sentar recurso à Comissão Mista de Reavaliação
deverá ser observado: de Informações, no prazo de dez dias, contado
I – o prazo máximo de restrição de acesso à da ciência da decisão.
informação, previsto no art. 28;
II – o prazo máximo de quatro anos para Art. 38.  A decisão da desclassificação, re-
revisão de ofício das informações classificadas classificação ou redução do prazo de sigilo de
Gestão orçamentária pública

no grau ultrassecreto ou secreto, previsto no informações classificadas deverá constar das


inciso I do caput do art. 47; capas dos processos, se houver, e de campo
III – a permanência das razões da classifi- apropriado no TCI.
cação;
IV – a possibilidade de danos ou riscos
decorrentes da divulgação ou acesso irrestrito SEÇÃO IV – Disposições Gerais
da informação; e
Art. 39.  As informações classificadas no grau
98 ultrassecreto ou secreto serão definitivamente
preservadas, nos termos da Lei no  8.159, de seus empregados, prepostos ou representantes
1991, observados os procedimentos de res- observem as medidas e procedimentos de se-
trição de acesso enquanto vigorar o prazo da gurança das informações.
classificação.
Art. 45.  A autoridade máxima de cada órgão
Art. 40.  As informações classificadas como ou entidade publicará anualmente, até o dia 1o
documentos de guarda permanente que forem de junho, em sítio na Internet:
objeto de desclassificação serão encaminhadas I – rol das informações desclassificadas nos
ao Arquivo Nacional, ao arquivo permanente últimos doze meses;
do órgão público, da entidade pública ou da II – rol das informações classificadas em
instituição de caráter público, para fins de cada grau de sigilo, que deverá conter:
organização, preservação e acesso. a)  código de indexação de documento;
b)  categoria na qual se enquadra a infor-
Art. 41.  As informações sobre condutas que mação;
impliquem violação dos direitos humanos c)  indicação de dispositivo legal que funda-
praticada por agentes públicos ou a mando de menta a classificação; e
autoridades públicas não poderão ser objeto de d)  data da produção, data da classificação e
classificação em qualquer grau de sigilo nem ter prazo da classificação;
seu acesso negado. III – relatório estatístico com a quantidade
de pedidos de acesso à informação recebidos,
Art. 42.  Não poderá ser negado acesso às atendidos e indeferidos; e
informações necessárias à tutela judicial ou IV – informações estatísticas agregadas dos
administrativa de direitos fundamentais. requerentes.
Parágrafo único.  O requerente deverá apre- Parágrafo único.  Os órgãos e entidades
sentar razões que demonstrem a existência de deverão manter em meio físico as informações
nexo entre as informações requeridas e o direito previstas no caput, para consulta pública em
que se pretende proteger. suas sedes.

Art. 43.  O acesso, a divulgação e o tratamento


de informação classificada em qualquer grau CAPÍTULO VI – Da Comissão Mista de
de sigilo ficarão restritos a pessoas que tenham Reavaliação de Informações Classificadas
necessidade de conhecê-la e que sejam creden-
ciadas segundo as normas fixadas pelo Núcleo Art. 46.  A Comissão Mista de Reavaliação de
de Segurança e Credenciamento, instituído no Informações, instituída nos termos do § 1o do
âmbito do Gabinete de Segurança Institucional art. 35 da Lei no 12.527, de 2011, será integrada
da Presidência da República, sem prejuízo das pelos titulares dos seguintes órgãos:
atribuições de agentes públicos autorizados I – Casa Civil da Presidência da República,
por lei. que a presidirá;
II – Ministério da Justiça;
Art. 44.  As autoridades do Poder Executivo fe- III – Ministério das Relações Exteriores;
deral adotarão as providências necessárias para IV – Ministério da Defesa;
que o pessoal a elas subordinado conheça as V – Ministério da Fazenda;
normas e observe as medidas e procedimentos VI – Ministério do Planejamento, Orçamen-
de segurança para tratamento de informações to e Gestão;
Normas correlatas

classificadas em qualquer grau de sigilo. VII – Secretaria de Direitos Humanos da


Parágrafo único.  A pessoa natural ou enti- Presidência da República;
dade privada que, em razão de qualquer vín- VIII – Gabinete de Segurança Institucional
culo com o Poder Público, executar atividades da Presidência da República;
de tratamento de informações classificadas, IX – Advocacia-Geral da União; e
adotará as providências necessárias para que X – Controladoria Geral da União. 99
Parágrafo único.  Cada integrante indicará Parágrafo único.  As reuniões serão rea-
suplente a ser designado por ato do Presidente lizadas com a presença de no mínimo seis
da Comissão. integrantes.

Art. 47.  Compete à Comissão Mista de Rea- Art. 49.  Os requerimentos de prorrogação do


valiação de Informações: prazo de classificação de informação no grau
I – rever, de ofício ou mediante provocação, ultrassecreto, a que se refere o inciso IV do
a classificação de informação no grau ultrasse- caput do art. 47, deverão ser encaminhados à
creto ou secreto ou sua reavaliação, no máximo Comissão Mista de Reavaliação de Informações
a cada quatro anos; em até um ano antes do vencimento do termo
II – requisitar da autoridade que classificar final de restrição de acesso.
informação no grau ultrassecreto ou secreto Parágrafo único.  O requerimento de pror-
esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte- rogação do prazo de sigilo de informação clas-
gral, da informação, quando as informações sificada no grau ultrassecreto deverá ser apre-
constantes do TCI não forem suficientes para ciado, impreterivelmente, em até três sessões
a revisão da classificação; subsequentes à data de sua autuação, ficando
III – decidir recursos apresentados contra sobrestadas, até que se ultime a votação, todas
decisão proferida: as demais deliberações da Comissão.
a)  pela Controladoria-Geral da União, em
grau recursal, pedido de acesso à informação ou Art. 50.  A Comissão Mista de Reavaliação
de abertura de base de dados, ou às razões da de Informações deverá apreciar os recursos
negativa de acesso à informação ou de abertura previstos no inciso III do caput do art. 47, im-
de base de dados; ou preterivelmente, até a terceira reunião ordinária
b)  pelo Ministro de Estado ou autoridade subsequente à data de sua autuação.
com a mesma prerrogativa, em grau recursal,
a pedido de desclassificação ou reavaliação de Art. 51.  A revisão de ofício da informação
informação classificada; classificada no grau ultrassecreto ou secreto
IV – prorrogar por uma única vez, e por será apreciada em até três sessões anteriores à
período determinado não superior a vinte e data de sua desclassificação automática.
cinco anos, o prazo de sigilo de informação
classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu Art. 52.  As deliberações da Comissão Mista
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça de Reavaliação de Informações serão tomadas:
externa à soberania nacional, à integridade do I – por maioria absoluta, quando envolverem
território nacional ou grave risco às relações as competências previstas nos incisos I e IV do
internacionais do País, limitado ao máximo de caput do art. 47; e
cinquenta anos o prazo total da classificação; e II – por maioria simples dos votos, nos
V – estabelecer orientações normativas de demais casos.
caráter geral a fim de suprir eventuais lacunas Parágrafo único.  A Casa Civil da Presidên-
na aplicação da Lei no 12.527, de 2011. cia da República poderá exercer, além do voto
Parágrafo único.  A não deliberação sobre a ordinário, o voto de qualidade para desempate.
revisão de ofício no prazo previsto no inciso I
Gestão orçamentária pública

do caput implicará a desclassificação automá- Art. 53.  A Casa Civil da Presidência da


tica das informações. República exercerá as funções de Secretaria-
-Executiva da Comissão Mista de Reavaliação
Art. 48.  A Comissão Mista de Reavaliação de de Informações, cujas competências serão
Informações se reunirá, ordinariamente, uma definidas em regimento interno.
vez por mês, e, extraordinariamente, sempre
que convocada por seu Presidente. Art. 54.  A Comissão Mista de Reavaliação de
Informações aprovará, por maioria absoluta,
100
regimento interno que disporá sobre sua orga- IV – à defesa de direitos humanos de ter-
nização e funcionamento. ceiros; ou
Parágrafo único.  O regimento interno de- V – à proteção do interesse público geral e
verá ser publicado no Diário Oficial da União preponderante.
no prazo de noventa dias após a instalação da
Comissão. Art. 58.  A restrição de acesso a informações
pessoais de que trata o art. 55 não poderá ser
invocada:
CAPÍTULO VII – Das Informações Pessoais I – com o intuito de prejudicar processo de
apuração de irregularidades, conduzido pelo
Art. 55.  As informações pessoais relativas Poder Público, em que o titular das informações
à intimidade, vida privada, honra e imagem for parte ou interessado; ou
detidas pelos órgãos e entidades: II – quando as informações pessoais não
I – terão acesso restrito a agentes públicos classificadas estiverem contidas em conjuntos
legalmente autorizados e a pessoa a que se re- de documentos necessários à recuperação de
ferirem, independentemente de classificação de fatos históricos de maior relevância.
sigilo, pelo prazo máximo de cem anos a contar
da data de sua produção; e Art. 59.  O dirigente máximo do órgão ou enti-
II – poderão ter sua divulgação ou acesso dade poderá, de ofício ou mediante provocação,
por terceiros autorizados por previsão legal reconhecer a incidência da hipótese do inciso
ou consentimento expresso da pessoa a que II do caput do art. 58, de forma fundamentada,
se referirem. sobre documentos que tenha produzido ou
Parágrafo único.  Caso o titular das infor- acumulado, e que estejam sob sua guarda.
mações pessoais esteja morto ou ausente, os § 1o  Para subsidiar a decisão de reconheci-
direitos de que trata este artigo assistem ao mento de que trata o caput, o órgão ou entidade
cônjuge ou companheiro, aos descendentes poderá solicitar a universidades, instituições de
ou ascendentes, conforme o disposto no pará- pesquisa ou outras entidades com notória ex-
grafo único do art. 20 da Lei no 10.406, de 10 periência em pesquisa historiográfica a emissão
de janeiro de 2002, e na Lei no 9.278, de 10 de de parecer sobre a questão.
maio de 1996. § 2o  A decisão de reconhecimento de que
trata o caput será precedida de publicação de
Art. 56.  O tratamento das informações pes- extrato da informação, com descrição resumida
soais deve ser feito de forma transparente e do assunto, origem e período do conjunto de
com respeito à intimidade, vida privada, honra documentos a serem considerados de acesso
e imagem das pessoas, bem como às liberdades irrestrito, com antecedência de no mínimo
e garantias individuais. trinta dias.
§ 3o  Após a decisão de reconhecimento de
Art. 57.  O consentimento referido no inciso que trata o § 2o, os documentos serão conside-
II do caput do art. 55 não será exigido quando rados de acesso irrestrito ao público.
o acesso à informação pessoal for necessário: § 4o  Na hipótese de documentos de elevado
I – à prevenção e diagnóstico médico, valor histórico destinados à guarda permanen-
quando a pessoa estiver física ou legalmente te, caberá ao dirigente máximo do Arquivo
incapaz, e para utilização exclusivamente para Nacional, ou à autoridade responsável pelo
o tratamento médico; arquivo do órgão ou entidade pública que os
Normas correlatas

II – à realização de estatísticas e pesquisas receber, decidir, após seu recolhimento, sobre


científicas de evidente interesse público ou ge- o reconhecimento, observado o procedimento
ral, previstos em lei, vedada a identificação da previsto neste artigo.
pessoa a que a informação se referir;
III – ao cumprimento de decisão judicial; Art. 60.  O pedido de acesso a informações
pessoais observará os procedimentos previstos 101
no Capítulo IV e estará condicionado à com- II – relação nominal atualizada dos dirigen-
provação da identidade do requerente. tes da entidade; e
Parágrafo único.  O pedido de acesso a in- III – cópia integral dos convênios, contra-
formações pessoais por terceiros deverá ainda tos, termos de parcerias, acordos, ajustes ou
estar acompanhado de: instrumentos congêneres realizados com o
I – comprovação do consentimento expresso Poder Executivo federal, respectivos aditivos,
de que trata o inciso II do caput do art. 55, por e relatórios finais de prestação de contas, na
meio de procuração; forma da legislação aplicável.
II – comprovação das hipóteses previstas § 1o  As informações de que trata o caput se-
no art. 58; rão divulgadas em sítio na Internet da entidade
III – demonstração do interesse pela recu- privada e em quadro de avisos de amplo acesso
peração de fatos históricos de maior relevância, público em sua sede.
observados os procedimentos previstos no § 2o  A divulgação em sítio na Internet refe-
art. 59; ou rida no § 1o poderá ser dispensada, por decisão
IV – demonstração da necessidade do acesso do órgão ou entidade pública, e mediante
à informação requerida para a defesa dos direi- expressa justificação da entidade, nos casos de
tos humanos ou para a proteção do interesse entidades privadas sem fins lucrativos que não
público e geral preponderante. disponham de meios para realizá-la.
§ 3o  As informações de que trata o caput
Art. 61.  O acesso à informação pessoal por deverão ser publicadas a partir da celebração do
terceiros será condicionado à assinatura de um convênio, contrato, termo de parceria, acordo,
termo de responsabilidade, que disporá sobre a ajuste ou instrumento congênere, serão atuali-
finalidade e a destinação que fundamentaram zadas periodicamente e ficarão disponíveis até
sua autorização, sobre as obrigações a que se cento e oitenta dias após a entrega da prestação
submeterá o requerente. de contas final.
§ 1o  A utilização de informação pessoal por
terceiros vincula-se à finalidade e à destinação Art. 64.  Os pedidos de informação referentes
que fundamentaram a autorização do acesso, aos convênios, contratos, termos de parcerias,
vedada sua utilização de maneira diversa. acordos, ajustes ou instrumentos congêneres
§ 2o  Aquele que obtiver acesso às informa- previstos no art. 63 deverão ser apresentados
ções pessoais de terceiros será responsabilizado diretamente aos órgãos e entidades responsá-
por seu uso indevido, na forma da lei. veis pelo repasse de recursos.

Art. 62.  Aplica-se, no que couber, a Lei


no  9.507, de 12 de novembro de 1997, em CAPÍTULO IX – Das Responsabilidades
relação à informação de pessoa, natural ou ju-
rídica, constante de registro ou banco de dados Art. 65.  Constituem condutas ilícitas que
de órgãos ou entidades governamentais ou de ensejam responsabilidade do agente público
caráter público. ou militar:
I – recusar-se a fornecer informação re-
querida nos termos deste Decreto, retardar
Gestão orçamentária pública

CAPÍTULO VIII – Das Entidades Privadas deliberadamente o seu fornecimento ou for-


sem Fins Lucrativos necê-la intencionalmente de forma incorreta,
incompleta ou imprecisa;
Art. 63.  As entidades privadas sem fins lu- II – utilizar indevidamente, subtrair, des-
crativos que receberem recursos públicos para truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar,
realização de ações de interesse público deverão total ou parcialmente, informação que se en-
dar publicidade às seguintes informações: contre sob sua guarda, a que tenha acesso ou
I – cópia do estatuto social atualizado da sobre que tenha conhecimento em razão do
102 entidade;
exercício das atribuições de cargo, emprego ou administração pública por prazo não superior
função pública; a dois anos; e
III – agir com dolo ou má-fé na análise dos V – declaração de inidoneidade para licitar
pedidos de acesso à informação; ou contratar com a administração pública, até
IV – divulgar, permitir a divulgação, aces- que seja promovida a reabilitação perante a
sar ou permitir acesso indevido a informação autoridade que aplicou a penalidade.
classificada em grau de sigilo ou a informação § 1o  A sanção de multa poderá ser aplicada
pessoal; juntamente com as sanções previstas nos inci-
V – impor sigilo à informação para obter sos I, III e IV do caput.
proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins § 2o  A multa prevista no inciso II do caput
de ocultação de ato ilegal cometido por si ou será aplicada sem prejuízo da reparação pelos
por outrem; danos e não poderá ser:
VI – ocultar da revisão de autoridade su- I – inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) nem
perior competente informação classificada em superior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais),
grau de sigilo para beneficiar a si ou a outrem, no caso de pessoa natural; ou
ou em prejuízo de terceiros; e II – inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
VII – destruir ou subtrair, por qualquer nem superior a R$ 600.000,00 (seiscentos mil
meio, documentos concernentes a possíveis reais), no caso de entidade privada.
violações de direitos humanos por parte de § 3o  A reabilitação referida no inciso V do
agentes do Estado. caput será autorizada somente quando a pessoa
§ 1o  Atendido o princípio do contraditório, natural ou entidade privada efetivar o ressar-
da ampla defesa e do devido processo legal, as cimento ao órgão ou entidade dos prejuízos
condutas descritas no caput serão consideradas: resultantes e depois de decorrido o prazo da
I – para fins dos regulamentos disciplinares sanção aplicada com base no inciso IV do caput.
das Forças Armadas, transgressões militares § 4 o  A aplicação da sanção prevista no
médias ou graves, segundo os critérios neles inciso V do caput é de competência exclusiva
estabelecidos, desde que não tipificadas em lei da autoridade máxima do órgão ou entidade
como crime ou contravenção penal; ou pública.
II – para fins do disposto na Lei no 8.112, § 5o  O prazo para apresentação de defesa
de 11 de dezembro de 1990, infrações ad- nas hipóteses previstas neste artigo é de dez
ministrativas, que deverão ser apenadas, no dias, contado da ciência do ato.
mínimo, com suspensão, segundo os critérios
estabelecidos na referida lei.
§ 2 o  Pelas condutas descritas no caput, CAPÍTULO X – Do Monitoramento da
poderá o militar ou agente público responder, Aplicação da Lei
também, por improbidade administrativa, SEÇÃO I – Da Autoridade de
conforme o disposto nas Leis no 1.079, de 10 de Monitoramento
abril de 1950, e no 8.429, de 2 de junho de 1992.
Art. 67.  O dirigente máximo de cada órgão
Art. 66.  A pessoa natural ou entidade privada ou entidade designará autoridade que lhe seja
que detiver informações em virtude de vínculo diretamente subordinada para exercer as se-
de qualquer natureza com o Poder Público guintes atribuições:
e praticar conduta prevista no art.  65, estará I – assegurar o cumprimento das normas
sujeita às seguintes sanções: relativas ao acesso à informação, de forma
Normas correlatas

I – advertência; eficiente e adequada aos objetivos da Lei


II – multa; no 12.527, de 2011;
III – rescisão do vínculo com o Poder Pú- II – avaliar e monitorar a implementação do
blico; disposto neste Decreto e apresentar ao dirigente
IV – suspensão temporária de participar em máximo de cada órgão ou entidade relatório
licitação e impedimento de contratar com a 103
anual sobre o seu cumprimento, encaminhan- Art. 69.  Compete à Controladoria-Geral da
do-o à Controladoria-Geral da União; União e ao Ministério do Planejamento, Orça-
III – recomendar medidas para aperfeiçoar mento e Gestão, observadas as competências
as normas e procedimentos necessários à im- dos demais órgãos e entidades e as previsões
plementação deste Decreto; específicas neste Decreto, por meio de ato
IV – orientar as unidades no que se refere conjunto:
ao cumprimento deste Decreto; e I – estabelecer procedimentos, regras e pa-
V – manifestar-se sobre reclamação apresen- drões de divulgação de informações ao público,
tada contra omissão de autoridade competente, fixando prazo máximo para atualização; e
observado o disposto no art. 22. II – detalhar os procedimentos necessários à
busca, estruturação e prestação de informações
no âmbito do SIC.
SEÇÃO II – Das Competências Relativas ao
Monitoramento Art. 70.  Compete ao Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, ob-
Art. 68.  Compete à Controladoria-Geral da servadas as competências dos demais órgãos
União, observadas as competências dos demais e entidades e as previsões específicas neste
órgãos e entidades e as previsões específicas Decreto:
neste Decreto: I – estabelecer regras de indexação relacio-
I – definir o formulário padrão, disponibi- nadas à classificação de informação;
lizado em meio físico e eletrônico, que estará II – expedir atos complementares e estabele-
à disposição no sítio na Internet e no SIC dos cer procedimentos relativos ao credenciamento
órgãos e entidades, de acordo com o § 1o do de segurança de pessoas, órgãos e entidades
art. 11; públicos ou privados, para o tratamento de
II – promover campanha de abrangência na- informações classificadas; e
cional de fomento à cultura da transparência na III – promover, por meio do Núcleo de Cre-
administração pública e conscientização sobre denciamento de Segurança, o credenciamento
o direito fundamental de acesso à informação; de segurança de pessoas, órgãos e entidades
III – promover o treinamento dos agentes públicos ou privados, para o tratamento de
públicos e, no que couber, a capacitação das informações classificadas.
entidades privadas sem fins lucrativos, no
que se refere ao desenvolvimento de práticas
relacionadas à transparência na administração CAPÍTULO XI – Disposições Transitórias e
pública; Finais
IV – monitorar a implementação da Lei
no  12.527, de 2011, concentrando e consoli- Art. 71.  Os órgãos e entidades adequarão suas
dando a publicação de informações estatísticas políticas de gestão da informação, promovendo
relacionadas no art. 45; os ajustes necessários aos processos de registro,
V – preparar relatório anual com infor- processamento, trâmite e arquivamento de
mações referentes à implementação da Lei documentos e informações.
no  12.527, de 2011, a ser encaminhado ao
Gestão orçamentária pública

Congresso Nacional; Art. 72.  Os órgãos e entidades deverão rea-


VI – monitorar a aplicação deste Decreto, valiar as informações classificadas no grau
especialmente o cumprimento dos prazos e ultrassecreto e secreto no prazo máximo de dois
procedimentos; e anos, contado do termo inicial de vigência da
VII – definir, em conjunto com a Casa Lei no 12.527, de 2011.
Civil da Presidência da República, diretrizes e § 1o  A restrição de acesso a informações, em
procedimentos complementares necessários à razão da reavaliação prevista no caput, deverá
implementação da Lei no 12.527, de 2011. observar os prazos e condições previstos neste
104 Decreto.
§ 2o  Enquanto não transcorrido o prazo Art. 76.  Este Decreto entra em vigor em 16
de reavaliação previsto no caput, será mantida de maio de 2012.
a classificação da informação, observados os
prazos e disposições da legislação precedente. Brasília, 16 de maio de 2012; 191o da Indepen-
§ 3o  As informações classificadas no grau dência e 124o da República.
ultrassecreto e secreto não reavaliadas no prazo
previsto no caput serão consideradas, automa- DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo –
ticamente, desclassificadas. Celso Luiz Nunes Amorim – Antonio de Aguiar
Patriota – Guido Mantega – Miriam Belchior
Art. 73.  A publicação anual de que trata o – Paulo Bernardo Silva – Marco Antonio
art. 45 terá inicio em junho de 2013. Raupp – Alexandre Antonio Tombini – Gleisi
Hoffmann – Gilberto Carvalho – José Elito
Art. 74.  O tratamento de informação classi- Carvalho Siqueira – Helena Chagas – Luis Inácio
ficada resultante de tratados, acordos ou atos Lucena Adams – Jorge Hage Sobrinho – Maria
internacionais atenderá às normas e recomen- do Rosário Nunes
dações desses instrumentos.
Decretado em 16/5/2012, publicado no DOU de
Art. 75.  Aplica-se subsidiariamente a Lei 16/5/2012 e retificado no DOU de 18/5/2012.
no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, aos proce-
dimentos previstos neste Decreto.

Normas correlatas

105
Anexo

Grau de sigilo:

(idêntico ao grau de sigilo do documento)

TERMO DE CLASSIFICAÇÃO DE INFORMAÇÃO


ÓRGÃO/ENTIDADE:
CÓDIGO DE INDEXAÇÃO:
GRAU DE SIGILO:
CATEGORIA:
TIPO DE DOCUMENTO:
DATA DE PRODUÇÃO:
FUNDAMENTO LEGAL PARA CLASSIFICAÇÃO:
RAZÕES PARA A CLASSIFICAÇÃO:
(idêntico ao grau de sigilo do documento)
PRAZO DA RESTRIÇÃO DE ACESSO:
DATA DE CLASSIFICAÇÃO:
Nome:
AUTORIDADE CLASSIFICADORA
Cargo:
AUTORIDADE RATIFICADORA Nome:
(quando aplicável) Cargo:
DESCLASSIFICAÇÃO em ____/____/____ Nome:
(quando aplicável) Cargo:
RECLASSIFICAÇÃO em ____/____/____ Nome:
(quando aplicável) Cargo:
REDUÇÃO DE PRAZO em ____/____/____ Nome:
(quando aplicável) Cargo:
PRORROGAÇÃO DE PRAZO em ____/____/____ Nome:
(quando aplicável) Cargo:
_____________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE CLASSIFICADORA
___________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE RATIFICADORA (quando aplicável)
____________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por DESCLASSIFICAÇÃO (quando aplicável)
Gestão orçamentária pública

___________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por RECLASSIFICAÇÃO (quando aplicável)
_____________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por REDUÇÃO DE PRAZO (quando aplicável)
__________________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por PRORROGAÇÃO DE PRAZO (quando aplicável)

106
Decreto no 7.185/2010
Dispõe sobre o padrão mínimo de qualidade do sistema integrado de administração financeira e
controle, no âmbito de cada ente da Federação, nos termos do art. 48, parágrafo único, inciso III,
da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da § 2o  Para fins deste Decreto, entende-se por:
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, I – sistema integrado: as soluções de tec-
alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista nologia da informação que, no todo ou em
o disposto no art. 48, parágrafo único, inciso parte, funcionando em conjunto, suportam a
III, da Lei Complementar no 101, de 4 de maio execução orçamentária, financeira e contábil
de 2000, do ente da Federação, bem como a geração
dos relatórios e demonstrativos previstos na
DECRETA: legislação;
II – liberação em tempo real: a disponibi-
lização das informações, em meio eletrônico
CAPÍTULO I – Das Disposições Gerais que possibilite amplo acesso público, até o
primeiro dia útil subsequente à data do registro
Art. 1o  A transparência da gestão fiscal dos contábil no respectivo SISTEMA, sem prejuízo
entes da Federação referidos no art. 1o, § 3o, do desempenho e da preservação das rotinas
da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de de segurança operacional necessários ao seu
2000, será assegurada mediante a observância pleno funcionamento;
do disposto no art.  48, parágrafo único, da III – meio eletrônico que possibilite amplo
referida Lei e das normas estabelecidas neste acesso público: a Internet, sem exigências de
Decreto. cadastramento de usuários ou utilização de
senhas para acesso; e
Art. 2o  O sistema integrado de administração IV – unidade gestora: a unidade orçamentá-
financeira e controle utilizado no âmbito de ria ou administrativa que realiza atos de gestão
cada ente da Federação, doravante denomina- orçamentária, financeira ou patrimonial, cujo
do SISTEMA, deverá permitir a liberação em titular, em consequência, está sujeito à tomada
tempo real das informações pormenorizadas de contas anual.
sobre a execução orçamentária e financeira
das unidades gestoras, referentes à receita e à Art. 3o  O padrão mínimo de qualidade do
despesa, com a abertura mínima estabelecida SISTEMA, nos termos do art.  48, parágrafo
neste Decreto, bem como o registro contábil único, inciso III, da Lei Complementar no 101,
tempestivo dos atos e fatos que afetam ou pos- de 2000, é regulado na forma deste Decreto.
sam afetar o patrimônio da entidade.
§ 1o  Integrarão o SISTEMA todas as enti-
dades da administração direta, as autarquias, CAPÍTULO II – Dos Requisitos
as fundações, os fundos e as empresas estatais Tecnológicos
dependentes, sem prejuízo da autonomia SEÇÃO I – Das Características do Sistema
Normas correlatas

do ordenador de despesa para a gestão dos


créditos e recursos autorizados na forma da Art. 4o  Sem prejuízo da exigência de caracte-
legislação vigente e em conformidade com os rísticas adicionais no âmbito de cada ente da
limites de empenho e o cronograma de desem- Federação, consistem requisitos tecnológicos
bolso estabelecido. do padrão mínimo de qualidade do SISTEMA:
107
I – disponibilizar ao cidadão informações de Art. 7o  Sem prejuízo dos direitos e garantias
todos os Poderes e órgãos do ente da Federação individuais constitucionalmente estabelecidos,
de modo consolidado; o SISTEMA deverá gerar, para disponibiliza-
II – permitir o armazenamento, a importa- ção em meio eletrônico que possibilite amplo
ção e a exportação de dados; e acesso público, pelo menos, as seguintes in-
III – possuir mecanismos que possibilitem formações relativas aos atos praticados pelas
a integridade, confiabilidade e disponibilidade unidades gestoras no decorrer da execução
da informação registrada e exportada. orçamentária e financeira:
I – quanto à despesa:
Art. 5o  O SISTEMA atenderá, preferencial- a)  o valor do empenho, liquidação e pa-
mente, aos padrões de arquitetura e-PING gamento;
– Padrões de Interoperabilidade de Governo b)  o número do correspondente processo
Eletrônico, que define conjunto mínimo de da execução, quando for o caso;
premissas, políticas e especificações técnicas c)  a classificação orçamentária, especifican-
que regulamentam a utilização da Tecnologia do a unidade orçamentária, função, subfunção,
de Informação e Comunicação (TIC) no Go- natureza da despesa e a fonte dos recursos que
verno Federal, estabelecendo as condições de financiaram o gasto;
interação entre os Poderes e esferas de governo d)  a pessoa física ou jurídica beneficiária do
e com a sociedade em geral. pagamento, inclusive nos desembolsos de ope-
rações independentes da execução orçamentá-
ria, exceto no caso de folha de pagamento de
SEÇÃO II – Da Geração de Informação para pessoal e de benefícios previdenciários;
o Meio Eletrônico de Acesso Público e)  o procedimento licitatório realizado,
bem como a sua dispensa ou inexigibilidade,
Art. 6o  O SISTEMA deverá permitir a inte- quando for o caso, com o número do corres-
gração com meio eletrônico que possibilite pondente processo; e
amplo acesso público, assegurando à sociedade f)  o bem fornecido ou serviço prestado,
o acesso às informações sobre a execução orça- quando for o caso;
mentária e financeira conforme o art. 48, pará- II – quanto à receita, os valores de todas as
grafo único, inciso III, da Lei Complementar receitas da unidade gestora, compreendendo
no 101, de 2000, as quais serão disponibilizadas no mínimo sua natureza, relativas a:
no âmbito de cada ente da Federação. a)  previsão;
Parágrafo único.  A disponibilização em b)  lançamento, quando for o caso; e
meio eletrônico de acesso público deverá: c)  arrecadação, inclusive referente a recur-
I – aplicar soluções tecnológicas que visem sos extraordinários.
simplificar processos e procedimentos de
atendimento ao cidadão e propiciar melhores
condições para o compartilhamento das in- CAPÍTULO III – Das Disposições Finais
formações; e
II – atender, preferencialmente, ao con- Art. 8o  No prazo de cento e oitenta dias a
junto de recomendações para acessibilidade contar da data de publicação deste Decreto,
Gestão orçamentária pública

dos sítios e portais do governo brasileiro, de ouvidas representações dos entes da Federa-
forma padronizada e de fácil implementação, ção, ato do Ministério da Fazenda estabelecerá
conforme o Modelo de Acessibilidade de Go- requisitos tecnológicos adicionais, inclusive
verno Eletrônico (e-MAG), estabelecido pela relativos à segurança do SISTEMA, e requisitos
Portaria no 3, de 7 de maio de 2007, da Secre- contábeis, considerando os prazos de implan-
taria de Logística e Tecnologia da Informação tação do Plano de Contas Aplicado ao Setor
do Governo Federal. Público (PCASP), aprovados pela Secretaria
do Tesouro Nacional.
108
Art. 9o  Este Decreto entra em vigor na data LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Guido
da sua publicação. Mantega – Jorge Hage Sobrinho

Brasília, 27 de maio de 2010; 189o da Indepen- Decretado em 27/5/2010 e publicado no DOU de


dência e 122o da República. 27/5/2010 – Edição extra.

Normas correlatas

109
Decreto no 5.379/2005
Dispõe sobre a programação orçamentária e financeira e estabelece o cronograma mensal de
desembolso do Poder Executivo para o exercício de 2005, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da § 3o  As programações relacionadas no Ane-


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, xo XI deste Decreto, selecionadas nos termos do
da Constituição, e tendo em vista o disposto no § 3o do art. 16 da Lei no 10.934, de 2004, somente
caput do art. 8o e no art. 13 da Lei Complemen- poderão ser empenhadas após manifestação
tar no 101, de 4 de maio de 2000, bem como no dos Ministros de Estado do Planejamento,
art. 71 da Lei no 10.934, de 11 de agosto de 2004, Orçamento e Gestão e da Fazenda.

DECRETA: Art. 2o  Observados os valores disponibiliza-


dos no Anexo I deste Decreto, os órgãos, fundos
Art. 1o  Os órgãos, os fundos e as entidades do e entidades deverão empenhar, até 31 de março
Poder Executivo, integrantes dos Orçamentos de 2005, o montante necessário ao atendimento
Fiscal e da Seguridade Social, poderão empe- anual referente às seguintes despesas:
nhar as dotações orçamentárias aprovadas na I – Combustíveis e Lubrificantes;
Lei no 11.100, de 25 de janeiro de 2005, obser- II – Contratação Temporária;
vados os valores disponibilizados no Anexo I III – Despesas de Teleprocessamento;
deste Decreto. IV – Locação de Imóveis;
§ 1o  Não se aplica o disposto no caput às V – Locação de Máquinas e Equipamentos;
dotações orçamentárias relativas: VI – Manutenção e Conservação de Bens
I – aos grupos de despesa: Imóveis;
a)  “1 – Pessoal e Encargos Sociais”; VII – Manutenção e Conservação de Equi-
b)  “2 – Juros e Encargos da Dívida”; e pamentos;
c)  “6 – Amortização da Dívida”; VIII – Outras Locações de Mão de Obra;
II – às despesas financeiras, relacionadas no IX – Serviços Bancários;
Anexo VII deste Decreto; X – Serviços de Água e Esgoto;
III – aos recursos de doações; XI – Serviços de Comunicação em Geral;
IV – ao pagamento de dívidas do Instituto XII – Serviços de Cópias e Reprodução de
Nacional do Seguro Social – INSS incluídas Documentos;
nas estatísticas fiscais da dívida consolidada XIII – Serviços de Energia Elétrica;
do setor público; e XIV – Serviços de Limpeza e Conservação;
V – às despesas que constituem obrigações XV – Serviços de Processamento de Dados;
constitucionais ou legais da União, relacionadas XVI – Serviços de Telecomunicação;
na Seção I do Anexo V da Lei no 10.934, de 11 XVII – Vigilância Ostensiva; e
de agosto de 2004, não constantes do Anexo XVIII – Ações Orçamentárias:
Gestão orçamentária pública

VIII deste Decreto. a)  “2004 – Assistência Médica e Odon-


§ 2o  As despesas que constituem obrigações tológica aos Servidores, Empregados e seus
constitucionais ou legais da União, de que trata Dependentes”;
a Seção I do Anexo V da Lei no 10.934, de 2004, b)  “2010 – Assistência Pré-Escolar aos
relacionadas no Anexo VIII deste Decreto, Dependentes dos Servidores e Empregados”;
deverão ser consideradas pelo montante das c)  “2011 – Auxílio-Transporte aos Servido-
dotações constantes da Lei no 11.100, de 2005, res e Empregados”;
e suas alterações, nos valores previstos no caput. d)  “2012 – Auxílio-Alimentação aos Servi-
110 dores e Empregados”;
e)  “2078 – Vale-Transporte ao Pessoal Ativo de Recolhimento do FGTS e de Informações
dos Extintos Estados e Territórios”; da Previdência Social – GFIP, em qualquer
f)  “2079 – Auxílio-Refeição ao Pessoal Ativo modalidade, no SIAFI;
dos Extintos Estados e Territórios”; IV – os pagamentos efetuados diretamente
g)  “2833 – Assistência Pré-Escolar aos De- no exterior, inclusive aqueles relativos às ope-
pendentes dos Servidores de Extintos Estados rações realizadas com recursos de organismos
e Territórios”; e financeiros internacionais, observado o dispos-
h)  “6011 – Assistência Médica e Odonto- to no art. 11 deste Decreto;
lógica aos Servidores, Empregados e seus De- V – as aquisições de bens e serviços realiza-
pendentes dos Extintos Estados e Territórios”. das mediante operações de crédito internas ou
§ 1o  A exigência do empenho total no prazo externas, tendo por referência a data do registro
previsto no caput não se aplica na hipótese de no Sistema Integrado de Comércio Exterior –
os correspondentes contratos não vigorarem SISCOMEX; e
até o final do exercício de 2005, devendo ser VI – outras formas de pagamento que vierem
empenhado, nesses casos, apenas o montante a ser utilizadas.
necessário ao pagamento dos contratos e feito § 3o  Nos casos de descentralização de cré-
o pré-empenho do montante necessário para ditos orçamentários, o limite financeiro cor-
atender a essas despesas até o final do exercício. respondente será igualmente descentralizado
§ 2o  Na hipótese prevista no § 1o, aplicam- e, tratando-se de despesas à conta de recursos
se as exigências deste artigo para o empenho liberados pela Secretaria do Tesouro Nacional
relativo ao novo contrato. do Ministério da Fazenda, caberá ao órgão
descentralizador efetuar o correspondente
Art. 3o  Os empenhos emitidos, independente- repasse financeiro.
mente do tipo de despesa a ser atendida, expli- § 4 o  O pagamento dos Restos a Pagar
citarão o cronograma de liquidação da despesa. conforme posição apurada no SIAFI em 31 de
dezembro de 2004, incluídos nos limites de que
Art. 4o  O pagamento de despesas no exercício trata o caput, deverá enquadrar-se, adicional-
de 2005, inclusive dos Restos a Pagar de exercí- mente, nos cronogramas mensais de Restos a
cios anteriores, fica autorizado até o montante Pagar processados e não processados de que
constante do Anexo II deste Decreto. tratam os Anexos III e IV deste Decreto.
§ 1o  Excluem-se do montante previsto no § 5 o  Os cronogramas referidos no §  4 o
caput as dotações relacionadas no § 1o do art. poderão ser alterados em ato da Secretaria do
1o deste Decreto. Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda,
§ 2o  Para efeito do cumprimento do dispos- mediante solicitação do respectivo órgão seto-
to no caput, serão considerados: rial do Sistema de Administração Financeira
I – as ordens bancárias emitidas no Sistema Federal.
Integrado de Administração Financeira do
Governo Federal – SIAFI em 2004, cujo saque Art. 5o  Observadas as exclusões do §  1o do
na conta única do Tesouro Nacional mantida no art. 1o deste Decreto, as liberações de recursos
Banco Central do Brasil se efetivou no exercício do Tesouro Nacional para os órgãos do Poder
financeiro de 2005; Executivo terão como parâmetro os valores
II – as ordens bancárias de pagamentos entre mensais fixados no Anexo II deste Decreto, as
órgãos e entidades integrantes do SIAFI (Intra disponibilidades de recursos, bem como o limi-
– SIAFI), emitidas em 2005; te de saque e o pagamento efetivo de cada órgão.
Normas correlatas

III – a emissão de Documento de Arreca- § 1o  O pagamento de despesa do exercício


dação de Receitas Federais – DARF, Guia de e de Restos a Pagar decorrente de créditos or-
Recolhimento da Previdência Social – GPS, çamentários descentralizados, será computado
Guia de Recolhimento da União – GRU, Docu- no órgão descentralizador.
mento de Receita de Estados e/ou Municípios § 2o  A Secretaria do Tesouro Nacional po-
– DAR, Guia do Salário-Educação – GSE, Guia derá requerer dos órgãos setoriais do Sistema 111
de Administração Financeira Federal a trans- unidades gestoras que ultrapassarem o limite
ferência ou devolução de saldos financeiros em de pagamento a elas estabelecido, enquanto
excesso nas unidades tendo por referência os perdurar a situação de excesso de pagamentos.
parâmetros previstos no caput. § 4 o  Os órgãos setoriais do Sistema de
§ 3o  A liberação de recursos financeiros Administração Financeira Federal poderão
para o pagamento das despesas relacionadas requerer de suas unidades vinculadas a trans-
no Anexo VII deste Decreto, assinaladas com ferência ou devolução de saldos financeiros em
indicativo de controle de fluxo financeiro, de- excesso, tendo por referência os parâmetros
verá adequar-se à programação financeira do previstos no § 2o.
Tesouro Nacional.
Art. 8o  Os órgãos setoriais dos Sistemas de
Art. 6   O empenho e pagamento de despesas à
o
Planejamento e de Orçamento Federal e de
conta de receitas próprias, fontes 150, 180, 250 Administração Financeira Federal deverão fixar
e 280, somente poderão ocorrer até o montante e informar à Secretaria do Tesouro Nacional,
da reestimativa constante do Sistema Integrado até o dia 31 de março de 2005, os limites de
de Dados Orçamentários – SIDOR elaborada movimentação e empenho e o cronograma de
com base nos dados de arrecadação registrados pagamento mensal de cada um dos projetos ou
no SIAFI e na tendência do exercício, respeita- aquisições de bens ou serviços financiados com
das as dotações orçamentárias aprovadas. recursos externos, inclusive a contrapartida na-
cional ou o sinal da operação, quando for o caso.
Art. 7o  Os órgãos setoriais do Sistema de Ad- § 1o  Os valores referidos no caput deverão
ministração Financeira Federal, observadas as ser fixados a partir dos limites estabelecidos no
exclusões constantes do §  1o do art. 4o deste art. 7o deste Decreto.
Decreto, estabelecerão para suas unidades or- § 2o  Os procedimentos para atendimento
çamentárias e gestoras, até o dia 31 de março ao estabelecido no caput deverão seguir as
de 2005, os limites mensais para pagamento, definições do órgão central do Sistema de Ad-
evidenciando em separado o cronograma dos ministração Financeira Federal.
Restos a Pagar processados e não processados. § 3o  As alterações nos limites e no cro-
§ 1o  Os limites previstos neste artigo deve- nograma de que trata este artigo deverão ser
rão ser estabelecidos de forma compatível com informadas à Secretaria do Tesouro Nacional
os valores de pagamento autorizados mensal- previamente à execução da despesa.
mente, constantes do Anexo II deste Decreto, § 4o  O não cumprimento do disposto neste
e com os respectivos cronogramas relativos aos artigo poderá ensejar a suspensão da liberação
Restos a Pagar processados e não processados, dos recursos financeiros correspondentes.
estabelecidos nos Anexos III e IV.
§ 2o  A transferência de recursos financeiros, Art. 9o  Os dirigentes dos órgãos setoriais dos
de que trata este Decreto, pelos órgãos setoriais Sistemas de Planejamento e de Orçamento
do Sistema de Administração Financeira Fede- Federal e de Administração Financeira Federal
ral às suas unidades gestoras, e destas a outras e os ordenadores de despesa deverão observar,
unidades integrantes do Orçamento Fiscal e para os projetos financiados com recursos
da Seguridade Social recebedoras de crédito externos e contrapartida nacional, inclusive
Gestão orçamentária pública

orçamentário, ficará condicionada à liquidação a importação financiada de bens e serviços,


do respectivo empenho, exceto nos casos em as definições do órgão central do Sistema de
que as características da execução financeira Administração Financeira Federal.
exigirem a transferência prévia dos recursos,
e terá como parâmetros os limites de que trata Art. 10.  No âmbito de cada órgão, a corres-
o caput e as disponibilidades de recursos nas pondente execução orçamentária e financeira
respectivas unidades subordinadas. de cada projeto financiado com recursos
§ 3o  Fica vedada a transferência de recursos externos e contrapartida, inclusive a importa-
112 financeiros de que trata este Decreto para as ção financiada de bens e serviços, deverá ser
registrada no SIAFI, em unidade gestora criada mentária integrante do Sistema Integrado de
exclusivamente para esta finalidade. Administração de Recursos Humanos – SIAPE
Parágrafo único.  O disposto no caput não terá a sua execução orçamentária e financeira
veda a criação de mais de uma unidade ges- registrada no SIAFI em uma única unidade
tora para cada projeto, caso seja de interesse gestora.
do órgão central do Sistema de Administração § 1o  Fica facultado o uso de uma mesma
Financeira Federal. unidade gestora para a execução da folha sa-
larial de mais de uma unidade orçamentária.
Art. 11.  Fica vedado o pagamento de despesas § 2o  A unidade gestora ficará responsável
no âmbito dos projetos financiados com recur- pela classificação e registro contábil da despesa
sos de organismos internacionais ou agências referida no caput, em conformidade com os
governamentais estrangeiras, mediante saque lançamentos da unidade pagadora no SIAPE.
direto no exterior, devendo todas as movi- § 3o  A unidade pagadora do SIAPE é res-
mentações financeiras serem executadas por ponsável pela integridade e adequação dos
meio do SIAFI, na forma regulamentada pelo lançamentos da folha salarial.
Ministério da Fazenda.
Parágrafo único.  Poderá ser admitido, em Art. 14.  Os créditos suplementares e especiais
caráter excepcional e desde que autorizado que vierem a ser abertos neste exercício, bem
pela Secretaria do Tesouro Nacional, o saque como os créditos adicionais reabertos, relati-
direto no exterior para pagamento de despesas vos aos grupos de despesa “Outras Despesas
financiadas por contribuições financeiras não Correntes”, “Investimentos” e “Inversões Finan-
reembolsáveis. ceiras”, ressalvadas as exclusões de que trata o
§ 1o do art. 1o deste Decreto, terão sua execução
Art. 12.  Os Ministros de Estado do Plane- condicionada aos valores disponibilizados para
jamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda empenho e pagamento.
poderão:
I – mediante portaria interministerial: Art. 15.  As metas quadrimestrais para o re-
a)  ampliar os valores disponibilizados para sultado primário bem como a demonstração
os órgãos e/ou unidades orçamentárias rela- de sua compatibilidade com os montantes
cionados no Anexo I deste Decreto, mediante para pagamento, em conformidade com a Lei
a utilização da reserva constante desse Anexo; no 10.934, de 2004, constam do Anexo X deste
b)  ampliar os limites de que trata o Ane- Decreto.
xo II deste Decreto até o montante de R$
3.411.966.000,00 (três bilhões, quatrocentos Art. 16.  Em decorrência do disposto neste
e onze milhões, novecentos e sessenta e seis Decreto, fica vedada aos órgãos, fundos e
mil reais); entidades do Poder Executivo, constantes dos
c)  detalhar os valores constantes dos Anexos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da
I e II por categorias de despesas e grupos de União, de acordo com o art. 167, inciso II, da
fontes de recursos, bem como estabelecer nor- Constituição, e com o art. 73 do Decreto-Lei
mas, procedimentos e critérios para disciplinar no 200, de 25 de fevereiro de 1967, a realização
a execução orçamentária do exercício; e de despesas ou a assunção de compromissos
II – no âmbito de suas competências, pro- que não sejam compatíveis com os montantes
ceder ao remanejamento ou ajuste dos valores disponibilizados e com os cronogramas nele
disponibilizados na forma dos arts. 1o e 4o estabelecidos.
Normas correlatas

deste Decreto e dos respectivos detalhamentos


de que trata a alínea “c” do inciso I do art. 12, Art. 17.  Os órgãos e unidades orçamentárias
deste Decreto. do Poder Executivo, constantes dos Orçamen-
tos Fiscal e da Seguridade Social da União,
Art. 13.  A folha salarial de todas as unidades somente poderão empenhar dotações orçamen-
administrativas de uma mesma unidade orça- tárias até 23 de dezembro de 2005. 113
§ 1o  Observado o disposto no caput, os 10.934, de 2004, esta, em particular, quanto ao
empenhos limitar-se-ão às despesas cujos con- art. 97, e da Lei Complementar no 101, de 4 de
tratos, convênios ou instrumentos congêneres maio de 2000.
possam ser formalizados até 31 de dezembro
de 2005. Art. 21.  À Controladoria-Geral da União e
§ 2o  As restrições previstas neste artigo aos demais órgãos integrantes do Sistema de
não se aplicam às despesas que constituem Controle Interno do Poder Executivo Federal
obrigações constitucionais ou legais da União, incumbe zelar pelo cumprimento do disposto
relacionadas na Seção I do Anexo V da Lei neste Decreto, bem como responsabilizar os
no 10.934, de 2004, e às decorrentes da abertura dirigentes e os servidores que praticarem atos
de créditos extraordinários. em desacordo com as disposições nele contidas.
§ 3o  O Ministro de Estado do Planejamento,
Orçamento e Gestão poderá prorrogar, até 31 Art. 22.  Os Ministros de Estado do Plane-
de dezembro de 2005, o prazo estabelecido jamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda,
no caput para o atendimento de despesas não no âmbito de suas respectivas competências,
previstas no § 2o. adotarão as providências necessárias à execução
do disposto neste Decreto.
Art. 18.  Fica vedada a transferência de re-
cursos às empresas públicas ou sociedades de Art. 23.  Ficam estabelecidas as metas cons-
economia mista sob controle da União para tantes dos Anexos V, VI e IX deste Decreto,
aumento de capital, independentemente da contendo:
existência de recursos orçamentários, exceto I – Anexo V – Arrecadação/Previsão das Re-
se expressa e previamente autorizada pelo Pre- ceitas Federais – 2005 – Líquida de Restituições
sidente da República, em Decreto, nos termos e Incentivos Fiscais, nos termos do inciso II do
do art. 4o do Decreto-Lei no  1.678, de 22 de § 1o do art. 71 da Lei no 10.934, de 2004;
fevereiro de 1979, relativamente às dotações II – Anexo VI – Previsão da Receita do
do exercício, após pronunciamento técnico Governo Central – 2005 – Receita por Fonte
do Ministério da Fazenda e do Ministério do de Recursos, nos termos do inciso II do § 1o do
Planejamento, Orçamento e Gestão. art. 71 da Lei no 10.934, de 2004; e
III – Anexo IX – Resultado Primário das
Art. 19.  Nos termos do § 2o do art. 42 da Lei Empresas Estatais Federais, nos termos do inci-
no 10.934, de 2004, fica vedada a realização de so V do § 1o do art. 71 da Lei no 10.934, de 2004.
atos de gestão orçamentária, financeira e patri-
monial no âmbito do SIAFI, após o dia 31 de Art. 24.  Aplica-se o Decreto no 5.356, de 27 de
dezembro de 2005, exceto para fins de apuração janeiro de 2005, até a publicação do ato de que
do resultado, os quais deverão ocorrer até o dia trata o art. 12, inciso I, alínea “c”, deste Decreto.
30 de janeiro de 2006.
Art. 25.  Este Decreto entra em vigor na data
Art. 20.  Os Ministros de Estado, Secretá- de sua publicação.
rios de órgãos da Presidência da República,
dirigentes dos órgãos setoriais dos Sistemas Brasília, 25 de fevereiro de 2005; 184o da Inde-
Gestão orçamentária pública

Federais de Planejamento e de Orçamento e pendência e 117o da República.


de Administração Financeira e ordenadores de
despesa são responsáveis pela observância da LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Antonio
prioridade quanto aos gastos de manutenção Palocci Filho – Nelson Machado
dos órgãos da administração pública, bem
como pelo cumprimento de todas as disposi- Decretado em 25/2/2005 e publicado no DOU de
ções legais aplicáveis à matéria, especialmente 25/2/2005 – Edição extra. Anexos não incluídos.
das Leis nos 4.320, de 17 de março de 1964, e
114
Decreto no 5.356/2005
Dispõe sobre a execução orçamentária e financeira dos órgãos, dos fundos e das entidades do Poder
Executivo até o estabelecimento do cronograma de que trata o caput do art. 8o da Lei Complementar
no 101, de 4 de maio de 2000, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 2o  Observados os valores disponibiliza-


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da dos no art. 1o deste Decreto, os órgãos, fundos e
Constituição, e tendo em vista a necessidade de entidades deverão priorizar o empenho relativo
assegurar o cumprimento da meta de resultado ao montante necessário ao atendimento anual
primário na execução da Lei Orçamentária das seguintes despesas:
de 2005, conforme estabelece o art. 16 da Lei I – Combustíveis e Lubrificantes;
no 10.934, de 11 de agosto de 2004, II – Contratação Temporária;
III – Despesas de Teleprocessamento;
DECRETA: IV – Locação de Imóveis;
V – Locação de Máquinas e Equipamentos;
Art. 1o  Até que o Poder Executivo estabeleça VI – Manutenção e Conservação de Bens
o cronograma de que trata o caput do art. 8o Imóveis;
da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de VII – Manutenção e Conservação de Equi-
2000, os órgãos, os fundos e as entidades do pamentos;
Poder Executivo, integrantes dos Orçamentos VIII – Outras Locações de Mão de Obra;
Fiscal e da Seguridade Social, somente pode- IX – Serviços Bancários;
rão comprometer as dotações orçamentárias X – Serviços de Água e Esgoto;
aprovadas na Lei no  11.100, de 25 de janeiro XI – Serviços de Comunicação em Geral;
de 2005, referentes aos seguintes grupos de XII – Serviços de Cópias e Reprodução de
natureza de despesa: Documentos;
I – “3 – Outras Despesas Correntes”, até o XIII – Serviços de Energia Elétrica;
limite de doze por cento; e XIV – Serviços de Limpeza e Conservação;
II – “4 – Investimentos” e “5 – Inversões XV – Serviços de Processamento de Dados;
Financeiras”, até o limite de oito por cento. XVI – Serviços de Telecomunicação;
§ 1o  Ficam excluídas da limitação esta- XVII – Vigilância Ostensiva; e
belecida no caput deste artigo, as dotações XVIII – Ações Orçamentárias:
orçamentárias: a)  “2004 – Assistência Médica e Odon-
I – destinadas ao atendimento de despesas tológica aos Servidores, Empregados e seus
que constituem obrigações constitucionais ou Dependentes”;
legais da União, relacionadas na Seção “I” do b)  “2010 – Assistência Pré-Escolar aos
Anexo V da Lei no 10.934, de 11 de agosto de Dependentes dos Servidores e Empregados”;
2004; c)  “2011 – Auxílio-Transporte aos Servido-
II – destinadas a despesas de natureza fi- res e Empregados”;
nanceira; e d)  “2012 – Auxílio-Alimentação aos Servi-
III – com identificador de resultado pri- dores e Empregados”;
Normas correlatas

mário “3”. e)  “2078 – Vale-Transporte ao Pessoal Ativo


§ 2o  O empenho das despesas de que trata o dos Extintos Estados e Territórios”;
inciso III do § 1o deverá ser precedido de prévia f)  “2079 – Auxílio-Refeição ao Pessoal Ativo
manifestação dos Ministros do Planejamento, dos Extintos Estados e Territórios”;
Orçamento e Gestão e da Fazenda.
115
g)  “2833 – Assistência Pré-Escolar aos De- e Tecnologia, da Educação e do Desenvolvi-
pendentes dos Servidores de Extintos Estados mento Social e Combate à Fome e da Empresa
e Territórios”; e Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
h)  “6011 – Assistência Médica e Odonto- § 2o  Para efeito do cumprimento do dispos-
lógica aos Servidores, Empregados e seus De- to no caput deste artigo, serão considerados:
pendentes dos Extintos Estados e Territórios”. I – as ordens bancárias emitidas a débito
§ 1o  A exigência do empenho total previsto da conta única do Tesouro Nacional em 2004,
no caput não se aplica na hipótese de os corres- cujo débito na conta única do Tesouro Nacional
pondentes contratos não vigorarem até o final mantida no Banco Central do Brasil se efetue
do exercício de 2005, devendo ser empenhado, no exercício financeiro de 2005;
nesses casos, apenas o montante necessário ao II – as ordens bancárias de pagamentos
pagamento dos contratos e feito o pré-empenho entre órgãos e entidades integrantes do Sis-
do montante necessário para atender a essas tema Integrado de Administração Financeira
despesas até o final do exercício. do Governo Federal – SIAFI (Intra – SIAFI),
§ 2o  Na hipótese prevista no § 1o, aplicam- emitidas em 2005;
se as exigências deste artigo para o empenho III – a emissão de Documento de Arreca-
relativo ao novo contrato. dação de Receitas Federais – DARF, Guia de
Recolhimento da Previdência Social – GPS,
Art. 3o  Os empenhos emitidos, independente- Guia de Recolhimento da União – GRU, Docu-
mente do tipo de despesa a ser atendida, expli- mento de Receita de Estados e/ou Municípios
citarão o cronograma de liquidação da despesa. – DAR, Guia do Salário-Educação – GSE, Guia
de Recolhimento do FGTS e de Informações
Art. 4o  Somente será admitido o comprome- da Previdência Social – GFIP, em qualquer
timento das dotações orçamentárias relativas a modalidade, no SIAFI;
pessoal e encargos sociais exclusivamente com IV – os pagamentos efetuados diretamente
o pagamento: no exterior, inclusive aqueles relativos às ope-
I – da folha normal, compreendidas nesta rações realizadas com recursos de organismos
apenas a remuneração do mês de referência, financeiros internacionais, vedado o pagamento
décimo-terceiro salário e férias; de despesas no âmbito dos projetos financiados
II – da antecipação de liquidação de passivos com recursos de organismos internacionais
relativos à extensão administrativa da vantagem ou agências governamentais estrangeiras, me-
de 28,86%, nos termos do art. 6o da Medida Pro- diante saque direto da conta de empréstimo ou
visória no 2.169-43, de 24 de agosto de 2001; e contas especiais, devendo todas as movimen-
III – das despesas decorrentes do art. 11 da tações financeiras ser executadas por meio do
Medida Provisória no 2.225-45, de 4 de setem- SIAFI, na forma regulamentada pelo Ministério
bro de 2001. da Fazenda;
V – as aquisições de bens e serviços reali-
Art. 5o  Até que o Poder Executivo estabeleça zadas mediante operações de crédito internas
o cronograma a que se refere o art. 1o deste ou externas; e
Decreto, o pagamento das despesas classificadas VI – outras formas de pagamento que vierem
nos grupos de natureza de despesa “3 – Outras a ser utilizadas.
Gestão orçamentária pública

Despesas Correntes”, “4 – Investimentos” e “5 § 3o  Nos casos de descentralização de cré-


– Inversões Financeiras”, bem como dos Restos ditos orçamentários, o limite financeiro cor-
a Pagar correspondentes, fica limitado ao valor respondente será igualmente descentralizado
global constante do Anexo deste Decreto. e, tratando-se de despesas à conta de recursos
§ 1o  Excluem-se do montante previsto no liberados pela Secretaria do Tesouro Nacional
caput as dotações relacionadas no § 1o do art. do Ministério da Fazenda, caberá ao órgão
1o deste Decreto, exceto as despesas obrigatórias descentralizador efetuar o correspondente
no âmbito dos Ministérios da Saúde, da Ciência repasse financeiro.
116
Art. 6o  O empenho e o pagamento de despesas Planejamento e de Orçamento e de Adminis-
à conta de receitas próprias, fontes 150, 180, 250 tração Financeira e ordenadores de despesa
e 280, somente poderão ocorrer até o montante são responsáveis pela observância quanto aos
da reestimativa constante do Sistema Integrado gastos de manutenção dos órgãos da adminis-
de Dados Orçamentários – SIDOR elaborada tração pública, bem como pelo cumprimento de
com base nos dados de arrecadação registrados todas as disposições legais aplicáveis à matéria,
no SIAFI e na tendência do exercício, respeita- especialmente das Leis nos 4.320, de 17 de março
das as dotações orçamentárias aprovadas. de 1964, e 10.934, de 2004, esta, em particular,
quanto ao art.  97, e na Lei Complementar
Art. 7o  Os Ministros de Estado do Plane- no 101, de 2000.
jamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda
poderão autorizar, mediante portaria intermi- Art. 9o  Este Decreto entra em vigor na data
nisterial, por solicitação do Ministro setorial de sua publicação.
ou dirigente máximo de órgão da Presidência
da República, devidamente justificada, a rea- Brasília, 27 de janeiro de 2005; 184o da Inde-
lização de despesas acima dos limites ou não pendência e 117o da República.
compreendidas no art. 1o, ou elevar os limites
de que trata o art. 5o. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Antonio
Palocci Filho – Nelson Machado
Art. 8o  Os Ministros de Estado, Secretários de
órgãos da Presidência da República, dirigentes Decretado em 27/1/2005 e publicado no DOU de
dos órgãos setoriais dos Sistemas Federais de 27/1/2005 – Edição extra. Anexo não incluído.

Normas correlatas

117
Decreto no 4.959/2004
Dispõe sobre a execução orçamentária e financeira dos órgãos, dos fundos e das entidades do Poder
Executivo até o estabelecimento do cronograma de que trata o caput do art. 8o da Lei Complementar
no 101, de 4 de maio de 2000, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 2o  Somente será admitido o comprome-


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da timento das dotações orçamentárias relativas a
Constituição, e tendo em vista a necessidade de pessoal e encargos sociais exclusivamente com
assegurar o cumprimento da meta de resultado o pagamento:
primário na execução da Lei Orçamentária de I – da folha normal, compreendidas nesta
2004, conforme estabelecido no art. 15 da Lei apenas a remuneração do mês de referência,
no  10.707, de 30 de julho de 2003, e atender décimo-terceiro salário e férias;
também ao disposto no seu art. 109, II – da antecipação de liquidação de passivos
relativos à extensão administrativa da vantagem
DECRETA: de 28,86%, nos termos do art. 6o da Medida
Provisória no 2.169-43, de 24 de agosto de 2001;
Art. 1o  Até que o Poder Executivo estabeleça III – das despesas decorrentes do art. 11 da
o cronograma de que trata o caput do art. 8o da Medida Provisória no 2.225-45, de 4 de setem-
Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, bro de 2001.
os órgãos, os fundos e as entidades do Poder
Executivo somente poderão comprometer Art. 3o  Até que o Poder Executivo estabeleça
até seis por cento das dotações orçamentárias o cronograma a que se refere o art. 1o deste
aprovadas na Lei no  10.837, de 16 de janeiro Decreto, o pagamento das despesas classificadas
de 2004, referentes aos seguintes grupos de nos grupos de natureza de despesa “3 – Outras
natureza de despesa: Despesas Correntes”, “4 – Investimentos” e “5
I – “3 – Outras Despesas Correntes”; – Inversões Financeiras”, bem como dos Restos
II – “4 – Investimentos”, constante na ação a Pagar correspondentes, fica limitado ao valor
“2000 – Administração da Unidade” ou “2272 global constante do Anexo I deste Decreto.
– Gestão e Administração do Programa”. § 1o  O limite constante do Anexo I referido
§ 1o  Ficam excluídas da limitação estabele- no caput não inclui as despesas de que trata o
cida no caput deste artigo, as dotações orçamen- § 1o do art. 1o, exceto aquelas de natureza obri-
tárias destinadas ao atendimento de despesas gatória no âmbito dos Ministérios da Saúde,
que constituem obrigações constitucionais ou Educação e da Presidência da República.
legais da União, relacionadas na Seção “I” do § 2 o  Nos casos de descentralização de
Anexo IV da Lei no 10.707, de 30 de julho de créditos orçamentários, o limite financeiro
2003, de despesas de natureza financeira, e de que trata este artigo deverá ser igualmente
com bolsas de estudo, no âmbito do Conselho descentralizado, e, tratando-se de despesas à
Gestão orçamentária pública

Nacional de Desenvolvimento Científico e conta de recursos liberados pela Secretaria do


Tecnológico – CNPq e da Fundação Coorde- Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, o
nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível órgão descentralizador, de comum acordo com
Superior – Capes, e de residência médica. o órgão beneficiário do crédito descentralizado,
§ 2o  O limite a que se refere o caput somente definirá o mês em que deverá ser efetuado o
poderá ser comprometido com a realização de correspondente repasse financeiro.
despesas que estavam em execução no exercício § 3o  Para efeito do cumprimento do dispos-
de 2003. to no caput deste artigo, serão consideradas:
118
I – as ordens bancárias emitidas a débito da II – Transferência de Renda Diretamente às
conta única do Tesouro Nacional, a partir de Famílias em Condições de Pobreza e Extrema
31 de dezembro de 2003, inclusive as “intra- Pobreza (Lei no 10.836, de 9/01/2004);
SIAFI”; III – Incentivo Financeiro aos Estados,
II – a emissão de DARF e de guias de reco- Distrito Federal e Municípios com População
lhimento da previdência social, de qualquer acima de 50 mil habitantes Inseridos na Pac-
modalidade, no Sistema Integrado de Adminis- tuação das Ações de Média e Alta Complexi-
tração Financeira do Governo Federal – SIAFI; dade em Vigilância Sanitária (Lei no 8.142, de
III – os pagamentos em moeda estrangeira 28/12/1990);
efetuados diretamente no exterior, inclusive IV – Incentivo Financeiro para a Expansão
aqueles relativos a operações realizadas com e a Consolidação da Estratégia de Saúde da
recursos de organismos financeiros interna- Família nos Municípios com População Su-
cionais; perior a 100 mil habitantes (Lei no  8.142, de
IV – as aquisições de bens e serviços reali- 28/12/1990);
zadas mediante operações de crédito internas V – Incentivo Financeiro a Estados e Muni-
ou externas; e cípios para Ações de Prevenção e Qualificação
V – outras formas de pagamento que vierem da Atenção em HIV/AIDS e outras Doenças
a ser utilizadas. Sexualmente Transmissíveis (Lei no 8.142, de
28/12/1990);
Art. 4o  Os Ministros de Estado do Plane- VI – Pagamento de Renda Mensal Vitalícia
jamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda por Idade (Lei no 6.179, de 11/12/1974);
poderão, mediante portaria interministerial, VII – Pagamento de Renda Mensal Vitalícia
por solicitação do Ministro setorial ou dirigente por Invalidez (Lei no 6.179, de 11/12/1974); e
máximo de Órgão da Presidência da República, VIII – Pagamento do Seguro-Desemprego
devidamente justificada, autorizar a realização ao Trabalhador Resgatado de Condição Análo-
de despesas acima dos limites ou não com- ga à de Escravo (Lei no 10.608, de 20/12/2002).
preendidas no art. 1o, ou elevar os limites de
que trata o art 3o, deste Decreto. Art. 7o  Os itens 3, 4, 5, 6, 20, 21, 22 e 28 da
Seção referida no art. 6o passam a vigorar com
Art. 5o  Os Ministros de Estado ou dirigentes a seguinte redação:
máximos de cada órgão, os dirigentes dos “3. Atenção à Saúde da População nos
órgãos setoriais dos Sistemas Federais de Pla- Municípios Habilitados em Gestão Plena
nejamento e de Orçamento e de Administração do Sistema e nos Estados Habilitados em
Financeira e os ordenadores de despesa são Gestão Plena/Avançada (Lei no  8.142, de
responsáveis pela observância, na execução or- 28/12/1990);
çamentária e financeira das dotações liberadas 4.  Atenção à Saúde da População nos
na forma deste Decreto, de todas as disposições Municípios Não Habilitados em Gestão
legais aplicáveis à matéria, especialmente as Plena do Sistema e nos Estados Não
previstas nas Leis nos 4.320, de 17 de março de Habilitados em Gestão Plena/Avançada
1964, e 10.707, de 2003, esta, em particular, (Lei no 8.142, de 28/12/1990);
quanto ao art.  93, e na Lei Complementar 5.  Atendimento Assistencial Básico nos
no 101, de 2000. Municípios Brasileiros (Lei n o  8.142, de
28/12/1990);
Art. 6o  Ficam incluídas na Seção “I” do Anexo 6 .   Ate n d i m e nto à Popu l a ç ã o c om
Normas correlatas

IV da Lei no 10.707, de 2003, as seguintes ações: Medicamentos para Tratamento dos


I – Auxílio à Família na Condição de Po- Portadores de HIV/AIDS e outras Doenças
breza Extrema, com Crianças de Idade entre Sexualmente Transmissíveis (Lei no  9.313,
0 a 6 anos, para Melhoria das Condições de de 13/11/1996);
Saúde e Combate às Carências Nutricionais 20.  Incentivo Financeiro a Municípios
(Lei no 10.836, de 9/01/2004); Habilitados à Parte Variável do Piso de 119
Atenção Básica – PAB para Assistência Art. 8o  Em decorrência do disposto nos arts.
Farmacêutica Básica (Lei n o  8.142, de 6o e 7o a relação das ações que constituem obri-
28/12/1990); gações constitucionais ou legais da União passa
21.  Incentivo Financeiro aos Municípios a ser a constante do Anexo II deste Decreto.
e ao Distrito Federal Habilitados à Parte
Variável do Piso de Atenção Básica para Art. 9o  Este Decreto entra em vigor na data
Ações de Vigilância Sanitária (Lei no 8.142, de sua publicação.
de 28/12/1990);
22.  Incentivo Financeiro aos Estados, Brasília, 16 de janeiro de 2004; 183o da Inde-
Distrito Federal e Municípios Certificados pendência e 116o da República.
para a Epidemiologia e Controle de Doenças
(Lei no 8.142, de 28/12/1990); e LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Antonio
28.  Pagamento do Seguro-Desemprego Palocci Filho – Guido Mantega
ao Pescador Artesanal (Lei no  10.779, de
25/11/2003).” Decretado em 16/1/2004 e publicado no DOU de
19/1/2004.
Gestão orçamentária pública

120
Anexo I

Limites de pagamento relativos a dotações constantes da lei orçamentária para 2004


e aos restos a pagar de 2003, a serem observados no mês de janeiro de 2004

ÓRGÃOS E/OU UNIDADES ORÇAMENTÁRIAS LIMITES


20101 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 463.026
20102 GABINETE DA VICE-PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 119
20114 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO 5.791
20123 GAB. MIN. EXTR. SEGUR. ALIM. COMBATE À FOME 54.232
22000 MINIST. DA AGRICUL.,PECUÁRIA E ABASTECIMENTO 52.816
24000 MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA 119.256
25000 MINISTÉRIO DA FAZENDA 74.651
26000 MINISTÉRIO DA EDUCACÃO 360.309
28000 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, IND.E COMÉRCIO 23.868
30000 MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 90.282
32000 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA 25.633
33000 MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 103.802
35000 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES 45.075
36000 MINISTÉRIO DA SAÚD 2.110.196
38000 MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO 42.892
39000 MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES 146.798
41000 MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES 23.353
42000 MINISTÉRIO DA CULTURA 18.947
44000 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 32.668
47000 MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO 40.023
49000 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO 51.658
51000 MINISTÉRIO DO ESPORTE 17.887
52000 MINISTÉRIO DA DEFESA 201.366
53000 MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL 83.633
54000 MINISTÉRIO DO TURISMO 17.883
55000 MINISTÉRIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 49.789
56000 MINISTÉRIO DAS CIDADES 65.633
73101 REC. SOB. SUPERV. DO M.F. 383
TOTAL 4.321.969
Fontes: 100, 111, 112, 113, 114, 115, 118, 120, 121, 122, 124, 125, 126, 127, 129, 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 137,
138, 139, 140, 141, 142, 145, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 153, 155, 157, 158, 162, 164, 166, 168, 172, 174, 175, 176,
179, 180, 181, 182, 183, 185, 186, 246, 247, 249, 250, 280, 281, 293, 900, 951, 985 e suas correspondentes, resultantes da
incorporação de saldos de exercícios anteriores.
Normas correlatas

121
Anexo II

Despesas que constituem obrigações constitucionais ou legais da União

1.  Alimentação Escolar (Medida Provisória 12.  Cota-Parte dos Estados e DF Exportadores
no 2.178-36, de 24/8/2001); na Arrecadação do IPI (Lei Complementar
no 61, de 26/12/1989);
2.  Assistência Financeira à Família Visando à
Complementação de Renda Para Melhoria da 13.  Dinheiro Direto na Escola (Medida Provi-
Nutrição – Bolsa Alimentação (Medida Provi- sória no 2.178-36, de 24/8/2001);
sória no 2.206-1, de 6/9/2001);
14.  Equalização de Preços e Taxas no Âmbito
3.  Atenção à Saúde da População nos Municí- das Operações Oficiais de Crédito e Encargos
pios Habilitados em Gestão Plena do Sistema Financeiros da União;
e nos Estados Habilitados em Gestão Plena/
Avançada (Lei no 8.142, de 28/12/1990); 15.  Financiamento de Programas de Desen-
volvimento Econômico a Cargo do BNDES
4.  Atenção à Saúde da População nos Mu- (art. 239, § 1o, da Constituição);
nicípios Não Habilitados em Gestão Plena
do Sistema e nos Estados Não Habilitados 16.  Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
em Gestão Plena/Avançada (Lei no 8.142, de do Ensino Fundamental e de Valorização do
28/12/1990); Magistério – Fundef (art. 212 da Constituição);

5.  Atendimento Assistencial Básico nos Muni- 17.  Fundo Especial de Assistência Financeira
cípios Brasileiros (Lei no 8.142, de 28/12/1990); aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) – (Lei
no 9.096, de 19/9/1995);
6.  Atendimento à População com Medica-
mentos para Tratamento dos Portadores de 18.  Garantia de Padrão Mínimo de Qualida-
HIV/AIDS e outras Doenças Sexualmente de – Complementação da União ao Fundo de
Transmissíveis (Lei no 9.313, de 13/11/1996); Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério
7.  Benefícios do Regime Geral da Previdência (Emenda Constitucional no 14, de 1996);
Social;
19.  Incentivo Financeiro a Municípios Ha-
8.  Bolsa de Qualificação Profissional para bilitados à Parte Variável do Piso de Atenção
Trabalhador (Medida Provisória no  2.164-41, Básica – PAB, para a Saúde da Família – SUS
de 24/8/2001); (Lei no 8.142, de 28/12/1990);

9.  Concessão de Subvenção Econômica aos 20.  Incentivo Financeiro a Municípios Ha-
Produtores de Borracha Natural (Lei no 9.479, bilitados à Parte Variável do Piso de Atenção
de 12/8/1997); Básica – PAB para Assistência Farmacêutica
Gestão orçamentária pública

Básica (Lei no 8.142, de 28/12/1990);


10.  Concessão de Subvenção Econômica ao
Preço do Óleo Diesel Consumido por Embar- 21.  Incentivo Financeiro aos Municípios e ao
cações Pesqueiras Nacionais (Lei no 9.445, de Distrito Federal Habilitados à Parte Variável do
14/3/1997); Piso de Atenção Básica para Ações de Vigilância
Sanitária (Lei no 8.142, de 28/12/1990);
11.  Contribuição à Previdência Privada;
22.  Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito
122 Federal e Municípios Certificados para a Epide-
miologia e Controle de Doenças (Lei no 8.142, 36.  Transferências constitucionais e legais por
de 28/12/1990); repartição de receita;

23.  Indenizações e Restituições relativas ao 37.  Transferências da receita de concursos de


Programa de Garantia da Atividade Agropecuá- prognósticos (Lei no 9.615, de 24/3/1998 – Lei
ria – Proagro, incidentes a partir da vigência da Pelé);
Lei no 8.171, de 17 de janeiro de 1991;
38.  Auxílio-Alimentação (art.  22 da Lei
24.  Pagamento do Benefício Abono Salarial no 8.460, de 17/9/1992);
(Lei no 7.998, de 11/1/1990);
39.  Auxílio-Transporte (Medida Provisória
25.  Pagamento de Benefício de Prestação Con- no 2.165-36, de 23/8/2001);
tinuada à Pessoa Idosa – LOAS (Lei no 8.742,
de 7/12/1993); 40.  Concessão de subvenção econômica na
aquisição de veículos automotores novos mo-
26.  Pagamento de Benefício de Prestação vidos a álcool (Lei no 10.612, de 23/12/2002);
Continuada à Pessoa Portadora de Deficiência
– LOAS (Lei no 8.742, de 7/12/1993); 41.  Subvenção econômica aos consumidores
finais do sistema elétrico nacional interligado
27.  Pagamento do Seguro-Desemprego (Lei (Lei no 10.604, de 17/12/2002);
no 10.779, de 25/11/2003);
42.  Subsídio ao gás natural utilizado para
28.  Pagamento do Seguro-Desemprego ao geração de energia termelétrica (Lei no 10.604,
Pescador Artesanal (Lei no 10.779, 25/11/2003); de 17/12/2002);

29.  Pagamento do Seguro-Desemprego ao 43.  Concessão do auxílio-gás (Lei no  10.453,


Trabalhador Doméstico (Lei no  10.208, de de 13/5/2002);
23/3/2001);
44.  Complemento da atualização monetária
30.  Participação em Programas Municipais de dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo
Garantia de Renda Mínima Associados a Ações de Serviço – FGTS (Lei Complementar no 110,
Socioeducativas – Bolsa-Escola (Lei no 10.219, de 29/6/2001);
de 11/4/2001);
45.  Manutenção da polícia civil, da polícia
31.  Pessoal e Encargos Sociais; militar e do corpo de bombeiros militar do
Distrito Federal, bem como assistência finan-
32.  Sentenças judiciais transitadas em julgado, ceira a esse ente para execução de serviços
inclusive as consideradas de pequeno valor; públicos de saúde e educação (Lei no 10.633,
de 27/12/2002);
33.  Serviço da dívida;
46.  Auxílio à Família na Condição de Pobreza
34.  Transferências a Estados e Distrito Federal Extrema, com Crianças de Idade entre 0 a 6
da Cota-Parte do Salário-Educação (art. 212, anos, para Melhoria das Condições de Saúde
§ 5o, da Constituição); e Combate às Carências Nutricionais (Lei
Normas correlatas

no 10.836, de 9/1/2004);
35.  Transferências a Estados, Distrito Federal
e Municípios para Compensação da Isenção do 47.  Transferência de Renda Diretamente às
ICMS aos Estados Exportadores (Lei Comple- Famílias em Condições de Pobreza e Extrema
mentar no 87, de 13/9/1996); Pobreza (Lei no 10.836, de 9/01/2004);
123
48.  Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito da Atenção em HIV/AIDS e outras Doenças
Federal e Municípios com População acima de Sexualmente Transmissíveis (Lei no 8.142, de
50 mil habitantes Inseridos na Pactuação das 28/12/1990);
Ações de Média e Alta Complexidade em Vi-
gilância Sanitária (Lei no 8.142, de 28/12/1990); 51.  Pagamento de Renda Mensal Vitalícia por
Idade (Lei no 6.179, de 11/12/1974);
49.  Incentivo Financeiro para a Expansão e a
Consolidação da Estratégia de Saúde da Família 52.  Pagamento de Renda Mensal Vitalícia por
nos Municípios com População Superior a 100 Invalidez (Lei no 6.179, de 11/12/1974); e
mil habitantes (Lei no 8.142, de 28/12/1990);
53.  Pagamento do Seguro-Desemprego ao
50.  Incentivo Financeiro a Estados e Municí- Trabalhador Resgatado de Condição Análoga
pios para Ações de Prevenção e Qualificação à de Escravo (Lei no 10.608, de 20/12/02).
Gestão orçamentária pública

124
Decreto no 3.917/2001
Estabelece os limites sobre o que dispõe o art. 20, inciso I, alínea “c”, da Lei Complementar no 101,
de 4 de maio de 2000, para o Ministério Público e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios, os ex-Territórios do Amapá e de Roraima e, ainda, o Distrito Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das I – 0,275% para o Tribunal de Justiça do


atribuições que lhe confere o art.  84, incisos Distrito Federal e dos Territórios;
IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o II – 0,092% para o Ministério Público do
disposto na Lei Complementar no 101, de 4 de Distrito Federal e Territórios;
maio de 2000, III – 0,160% para o ex-Território de Ro-
raima;
DECRETA: IV – 0,273% para o ex-Território do Ama-
pá; e
Art. 1o  O Ministério Público do Distrito Fe- V – 2,200% para o Distrito Federal.
deral e dos Territórios, o Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e dos Territórios, os ex- Art. 3o  Este Decreto entra em vigor na data
Territórios do Amapá e de Roraima e o Distrito de sua publicação.
Federal observarão os limites estabelecidos no
art. 20, inciso I, alínea “c”, da Lei Complementar Brasília, 13 de setembro de 2001; 180o da Inde-
no 101, de 4 de maio de 2000, e neste Decreto. pendência e 113o da República.

Art. 2o  Os três por cento para as despesas FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Pedro
com pessoal decorrentes do que dispõem os Malan
incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e
o art. 31 da Emenda Constitucional no 19 ficam Decretado em 13/9/2001 e publicado no DOU de
repartidos da seguinte forma: 14/9/2001.

Normas correlatas

125
Decreto no 93.872/1986
Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação
pertinente e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das União, deduzidas as parcelas ou cotas-partes


atribuições que lhe confere o artigo 81, itens III dos recursos tributários e de contribuições,
e V, da Constituição, e tendo em vista o disposto destinadas aos Estados, ao Distrito Federal,
no artigo 92, do Decreto-Lei no 200, de 25 de aos Territórios e aos Municípios, na forma das
fevereiro de 1967, disposições constitucionais vigentes.
Parágrafo único.  O Banco do Brasil S.A. fará
DECRETA: o crédito em conta dos beneficiários mencio-
nados neste artigo tendo em vista a apuração
e a classificação da receita arrecadada, bem
CAPÍTULO I – Da Unificação dos Recursos assim os percentuais de distribuição ou índi-
de Caixa do Tesouro Nacional ces de rateio definidos pelos órgãos federais
competentes, observados os prazos e condições
Art. 1o  A realização da receita e da despesa estabelecidos na legislação específica.
da União far-se-á por via bancária, em estrita
observância ao princípio de unidade de caixa Art. 4 o  Os recursos de caixa do Tesouro
(Lei no 4.320/64, art. 56 e Decreto-Lei no 200/67, Nacional serão mantidos no Banco do Brasil
art. 74). S.A., somente sendo permitidos saques para
o pagamento de despesas formalmente pro-
Art. 2o  A arrecadação de todas as receitas da cessadas e dentro dos limites estabelecidos na
União far-se-á na forma disciplinada pelo Mi- programação financeira.
nistério da Fazenda, devendo o seu produto ser § 1o  As opções para incentivos fiscais e
obrigatoriamente recolhido à conta do Tesouro as contribuições destinadas ao Programa de
Nacional no Banco do Brasil S.A. (Decreto-Lei Integração Nacional – PIN, e ao Programa de
no 1.755/79, art. 1o). Distribuição de Terras e de Estímulo à Agroin-
§ 1o  Para os fins deste decreto, entende-se dústria do Norte e Nordeste – PROTERRA,
por receita da União todo e qualquer ingresso constarão de saques contra os recursos de
de caráter originário ou derivado, ordinário caixa do Tesouro Nacional, autorizados pela
ou extraordinário e de natureza orçamentária Secretaria do Tesouro Nacional, tendo em vista
ou extraorçamentária, seja geral ou vinculado, a programação financeira aprovada e o efetivo
que tenha sido decorrente, produzido ou rea- recolhimento das parcelas correspondentes
lizado direta ou indiretamente pelos órgãos (Decreto-Lei no 200/67, art. 92).
competentes. § 2o  Os recursos correspondentes às parce-
§ 2o  Caberá ao Ministério da Fazenda a las de receita do salário-educação, de que trata
Gestão orçamentária pública

apuração e a classificação da receita arrecadada, o artigo 2o, do Decreto-Lei no 1.422, de 23 de


com vistas à sua destinação constitucional. outubro de 1975, serão entregues às entidades
§ 3 o  A posição líquida dos recursos do credoras mediante saques previstos na pro-
Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A. será gramação financeira (Decreto-Lei no  200/67,
depositada no Banco Central do Brasil, à ordem art. 92).
do Tesouro Nacional. § 3o  Em casos excepcionais e para fins espe-
cíficos, o Ministro da Fazenda poderá autorizar
Art. 3o  Os recursos de caixa do Tesouro Na- o levantamento da restrição estabelecida no
126 cional compreendem o produto das receitas da caput deste artigo.
Art. 5o  O pagamento da despesa, obedecidas § 1o  Na alteração do limite global de saques,
as normas reguladas neste decreto, será feito observar-se-ão o quantitativo das dotações or-
mediante saques contra a conta do Tesouro çamentárias e o comportamento da execução
Nacional (Decreto-Lei no  200/67, parágrafo orçamentária.
único do art. 92). § 2o  Serão considerados, na execução da
programação financeira de que trata este ar-
Art. 6o  As entidades da Administração Federal tigo, os créditos adicionais, as restituições de
Indireta não poderão utilizar recursos prove- receitas e o ressarcimento em espécie a título
nientes de dotações orçamentárias da União, de incentivo ou benefício fiscal e os Restos a
inclusive transferências, nem eventuais saldos Pagar, além das despesas autorizadas na Lei de
da mesma origem apurados no encerramento Orçamento anual.
de cada ano civil, em suas aplicações no merca-
do financeiro (Decreto-Lei no 1.290/73, art. 1o). Art. 10.  Os Ministérios, Órgãos da Presidên-
Parágrafo único.  O Banco Central do Brasil cia da República e dos Poderes Legislativo e
prestará à Secretaria do Tesouro Nacional as Judiciário, dentro do limite global de saques
informações por ela solicitadas objetivando a fixado e de acordo com o fluxo dos recursos do
verificação do disposto neste artigo. Tesouro Nacional, aprovarão o limite de saques
de cada unidade orçamentária, tendo em vista
Art. 7 o  As autarquias, empresas públicas, o cronograma de execução dos projetos e ati-
sociedades de economia mista e fundações inte- vidades a seu cargo, dando ciência ao Tribunal
grantes da Administração Federal Indireta, que de Contas da União (Decreto-Lei no  200/67,
não recebam transferências da União, poderão art. 72, § 1o).
adquirir títulos de responsabilidade do Gover- Parágrafo único.  A unidade orçamentária
no Federal com disponibilidades resultantes de poderá partilhar seu limite financeiro entre
receitas próprias, através do Banco Central do unidades administrativas gestoras, quando
Brasil e na forma que este estabelecer (Decre- conveniente e necessário, observadas as normas
to-Lei no 1.290/73, art. 2o). legais pertinentes.

Art. 8o  É vedada às entidades referidas ao Art. 11.  Toda atividade deverá ajustar-se à


artigo anterior a aplicação de disponibilidades programação governamental e ao orçamento
financeiras em títulos de renda fixa, outros que anual, e os compromissos financeiros, inclusive
não títulos de responsabilidade do Governo quando financiados por operações de crédito
Federal, ou em depósitos bancários a prazo internas ou externas, ficam subordinados aos
(Decreto-Lei no 1.290/73, art. 3o). limites estabelecidos na programação finan-
Parágrafo único.  O Conselho Monetário ceira de desembolso aprovada (Decreto-Lei
Nacional poderá suspender a proibição deste no  200/67, art.  18 e Decreto-Lei no  1.754/79,
artigo e a restrição prescrita no artigo anterior. art. 3o).

Art. 12.  As transferências para entidades


CAPÍTULO II – Da Programação Financeira supervisionadas, inclusive quando decorren-
tes de receitas vinculadas ou com destinação
Art. 9o  As diretrizes gerais da programação especificada na legislação vigente, constarão de
financeira da despesa autorizada na Lei de limites de saques aprovados para a unidade or-
Orçamento anual serão fixadas em decreto, çamentária à qual os créditos sejam atribuíveis,
Normas correlatas

cabendo à Secretaria do Tesouro Nacional, em de acordo com o cronograma aprovado (De-


ato próprio, aprovar o limite global de saques creto-Lei no 200/67, art. 92, parágrafo único).
de cada Ministério ou Órgão, tendo em vista Parágrafo único.  Os saques para atender
o montante das dotações e a previsão do fluxo as despesas de que trata este artigo e para as
de caixa do Tesouro Nacional (Decreto-Lei de fundos especiais custeados com o produto
no 200/67, art. 72). de receitas próprias, só poderão ser efetuados 127
após a arrecadação da respectiva receita e de programação financeira de desembolso, auto-
seu recolhimento à conta do Tesouro Nacional. rizará a entrega da respectiva importância em
documento próprio (Lei no 4.862/65, art. 18 e
Art. 13.  Os limites financeiros para atender a Decreto-Lei no 1.755/79, art. 5o).
despesas no exterior constarão de programação Parágrafo único.  A restituição de rendas
financeira de desembolso de forma destacada. extintas será efetuada com os recursos das
§ 1o  Somente manterão contas correntes dotações consignadas na Lei de Orçamento
bancárias no exterior as unidades sediadas ou em crédito adicional, desde que não exista
fora do País. receita a anular (Lei no 4.862/65, § do art. 18).
§ 2o  Será considerada como transferência
financeira a remessa de moeda estrangeira Art. 15.  Os restos a pagar constituirão item
para as unidades sediadas no exterior, que será específico da programação financeira, devendo
realizada através de fechamento de contrato o seu pagamento efetuar-se dentro do limite de
de câmbio pelo Ministério ou órgão ao qual se saques fixado.
subordinam essas unidades.
§ 3o  O registro das despesas realizadas por Art. 16.  Revertem à dotação a importância
unidades sediadas no exterior considerará a da despesa anulada no exercício, e os corres-
data em que efetivamente ocorreram. pondentes recursos financeiros à conta do Te-
§ 4o  O contravalor em moeda nacional das souro Nacional, caso em que a unidade gestora
despesas indicadas no parágrafo anterior será poderá pleitear a recomposição de seu limite
calculado utilizando-se a taxa cambial média de saques; quando a anulação ocorrer após
das transferências financeiras efetivamente o encerramento do exercício, considerar-se-á
realizadas. receita orçamentária do ano em que se efetivar
§ 5o  Para os efeitos do parágrafo anterior, (Lei no 4.320/64, art. 38).
o saldo em moeda estrangeira disponível no
início do exercício será considerado utilizan-
do-se a taxa cambial vigente no primeiro dia CAPÍTULO III – Da Administração
do exercício. Financeira
§ 6o  O pagamento de despesas no exterior SEÇÃO I – Discriminação das Dotações
de conta de unidades sediadas no País far-se-á
através de fechamento, pela própria unidade, Art. 17.  As despesas serão realizadas em con-
de contrato de câmbio específico para cada formidade com a discriminação constante de
despesa. quadro próprio que a Secretaria de Planejamen-
§ 7o  O registro da despesa de que trata o pa- to da Presidência da República publicará antes
rágrafo anterior será feito na data da liquidação do início do exercício financeiro, detalhando os
do respectivo contrato de câmbio, pelo valor projetos e atividades por elementos de despesa
em moeda nacional efetivamente utilizado, a cargo de cada unidade orçamentária.
inclusive eventual diferença de taxa, comissão § 1o  O quadro de detalhamento da despesa
bancária e demais despesas com a remessa. de cada unidade orçamentária poderá ser alte-
rado durante o exercício, mediante solicitação
Art. 14.  A restituição de receitas orçamen- à Secretaria de Planejamento da Presidência da
Gestão orçamentária pública

tárias, descontadas ou recolhidas a maior, e o República até 10 de novembro, observados os


ressarcimento em espécie a título de incentivo limites autorizados na Lei de Orçamento e em
ou benefício fiscal, dedutíveis da arrecadação, créditos adicionais.
qualquer que tenha sido o ano da respectiva § 2o  A abertura ou reabertura de crédito
cobrança, serão efetuados como anulação de adicional importa automática modificação do
receita, mediante expresso reconhecimento do quadro de detalhamento da despesa.
direito creditório contra a Fazenda Nacional,
pela autoridade competente, a qual, observado Art. 18.  As dotações globais consignadas no
128 o limite de saques específicos estabelecido na Orçamento ou em créditos adicionais classifi-
cados como 4.1.3.0 – Investimentos em Regime a)  despesas que não se tenham processado
de Execução Especial estão sujeitas, para sua na época própria, aquelas cujo empenho tenha
utilização, a plano de aplicação aprovado pelas sido considerado insubsistente e anulado no
autoridades definidas no Art. 71 do Decreto-Lei encerramento do exercício correspondente,
no 200, de 25 de fevereiro de 1967 e elaborado mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor
segundo modelo da Secretaria de Planejamento tenha cumprido sua obrigação;
da Presidência da República, sendo obrigatória b)  restos a pagar com prescrição interrom-
a publicação do respectivo plano no Diário pida, a despesa cuja inscrição como restos a
Oficial da União. pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente
Parágrafo único.  Somente serão admitidas o direito do credor;
dotações globais quando se tratar de projetos c)  compromissos reconhecidos após o
ou atividades novos, sem similares que possibi- encerramento do exercício, a obrigação de pa-
litem experiências quanto ao desdobramento da gamento criada em virtude de lei, mas somente
despesa em seus respectivos elementos. reconhecido o direito do reclamante após o
encerramento do exercício correspondente.
Art. 19.  As dotações consignadas na Lei de
Orçamento ou em crédito adicional, destinadas
a atender encargos gerais da União e outras, não SEÇÃO II – Empenho da Despesa
especificamente atribuíveis a determinada uni-
dade orçamentária, dependem de destaque de Art. 23.  Nenhuma despesa poderá ser realiza-
parcela contemplando o Ministério ou Órgão da sem a existência de crédito que a comporte
em cuja área deva ser feita a aplicação. ou quando imputada a dotação imprópria,
vedada expressamente qualquer atribuição de
Art. 20.  As dotações atribuídas às unidades fornecimento ou prestação de serviços, cujo
orçamentárias, diretamente ou por meio de custo exceda aos limites previamente fixados
destaque, poderão ser descentralizadas para em lei (Decreto-Lei no 200/87, art. 73).
unidades administrativas, quando capacitadas a Parágrafo único.  Mediante representação
desempenhar os atos de gestão, e regularmente do órgão contábil, serão impugnados quais-
cadastradas como unidades gestoras. quer atos referentes a despesas que incidam
na proibição do presente artigo (Decreto-Lei
Art. 21.  Pertencem ao exercício financeiro no 200/87, parágrafo único do art. 73).
as despesas nela legalmente empenhadas (Lei
no 4.320/64, art. 35, II). Art. 24.  É vedada a realização de despesa sem
prévio empenho (Lei no 4.320/64, art. 60).
Art. 22.  As despesas de exercícios encerrados, Parágrafo único.  Em caso de urgência ca-
para as quais o orçamento respectivo consig- racterizada na legislação em vigor, admitir-se-á
nava crédito próprio com saldo suficiente para que o ato do empenho seja contemporâneo à
atendê-las, que não se tenham processado na realização da despesa.
época própria, bem como os Restos a Pagar
com prescrição interrompida, e os compro- Art. 25.  O empenho importa deduzir seu valor
missos reconhecidos após o encerramento do de dotação adequada à despesa a realizar, por
exercício correspondente, poderão ser pagos à força do compromisso assumido.
conta de dotação destinada a atender despesas Parágrafo único. (Revogado)
de exercícios anteriores, respeitada a categoria
Normas correlatas

econômica própria (Lei no 4.320/64, art. 37). Art. 26.  O empenho não poderá exceder o
§ 1o  O reconhecimento da obrigação de saldo disponível de dotação orçamentária, nem
pagamento, de que trata este artigo, cabe à au- o cronograma de pagamento o limite de saques
toridade competente para empenhar a despesa. fixado, evidenciados pela contabilidade, cujos
§ 2o  Para os efeitos deste artigo, conside- registros serão acessíveis às respectivas unida-
ra-se: des gestoras em tempo oportuno. 129
Parágrafo único.  Exclusivamente para em curso, bem assim cada parcela da despesa
efeito de controle da programação financeira, relativa à parte a ser executada em exercício
a unidade gestora deverá estimar o prazo do futuro, com a declaração de que, em termos
vencimento da obrigação de pagamento objeto aditivos, indicar-se-ão os créditos e empenhos
do empenho, tendo em vista o prazo fixado para para sua cobertura.
o fornecimento de bens, execução da obra ou § 2o  Somente poderão ser firmados contra-
prestação do serviço, e o normalmente utilizado tos à conta de crédito do orçamento vigente,
para liquidação da despesa. para liquidação em exercício seguinte, se o
empenho satisfizer às condições estabelecidas
Art. 27.  As despesas relativas a contratos, para o relacionamento da despesa como Restos
convênios, acordos ou ajustes de vigência plu- a Pagar.
rianual, serão empenhadas em cada exercício
financeiro pela parte nele a ser executada. Art. 31.  É vedada a celebração de contrato,
convênio, acordo ou ajuste, para investimento
Art. 28.  A redução ou cancelamento no cuja execução ultrapasse um exercício finan-
exercício financeiro, de compromisso que ceiro, sem a comprovação, que integrará o res-
caracterizou o empenho, implicará sua anula- pectivo termo, de que os recursos para atender
ção parcial ou total, revertendo a importância as despesas em exercícios seguintes estejam
correspondente à respectiva dotação, pela qual assegurados por sua inclusão no orçamento
ficará automaticamente desonerado o limite de plurianual de investimentos, ou por prévia lei
saques da unidade gestora. que o autorize e fixe o montante das dotações
que anualmente constarão do orçamento, du-
Art. 29.  Para cada empenho será extraído um rante o prazo de sua execução.
documento denominado Nota de Empenho que
indicará o nome do credor, a especificação e a Art. 32.  Os contratos, convênios, acordos ou
importância da despesa, bem como os demais ajustes para a realização de quaisquer serviços
dados necessários ao controle da execução ou obras a serem custeadas, integral ou par-
orçamentária. cialmente, com recursos externos, dependem
Parágrafo único.  Quando a Nota de Empe- da efetiva contratação da operação de crédito,
nho substituir o termo do contrato, segundo o assegurando a disponibilidade dos recursos
disposto no artigo 52 do Decreto-Lei no 2.300, destinados ao pagamento dos compromissos a
de 21 de novembro de 1986, dela deverão serem assumidos.
constar as condições contratuais, relativamente
aos direitos, obrigações e responsabilidades Art. 33.  Os contratos, convênios, acordos ou
das partes. ajustes, cujo valor exceda a CZ$ 2.000.000,00
(dois milhões de cruzados), estão sujeitos às
Art. 30.  Quando os recursos financeiros indi- seguintes formalidades:
cados em cláusula de contrato, convênio, acor- I – aprovação pela autoridade superior, ainda
do ou ajuste, para execução de seu objeto, forem que essa condição não tenha sido expressamen-
de natureza orçamentária, deverá constar, da te estipulada no edital e no contrato firmado;
própria cláusula, a classificação programática II – publicação, em extrato, no Diário Ofi-
Gestão orçamentária pública

e econômica da despesa, com a declaração de cial da União, dentro de 20 (vinte) dias de sua
haver sido esta empenhada à conta do mesmo assinatura.
crédito, mencionando-se o número e data da § 1o  Os contratos, convênios, acordos ou
Nota de Empenho (Lei no 4.320/64, art. 60, e ajustes firmados pelas autarquias serão aprova-
Decreto-Lei no 2.300/86, art. 45, V). dos pelo respectivo órgão deliberativo.
§ 1o  Nos contratos, convênios, acordos ou § 2o  O extrato a que se refere este artigo,
ajustes, cuja duração ultrapasse um exercício para publicação, deverá conter os seguintes
financeiro, indicar-se-á o crédito e respectivo elementos:
130 empenho para atender à despesa no exercício a)  espécie;
b)  resumo do objeto do contrato, convênio, SEÇÃO III – Liquidação da Despesa
acordo ou ajuste;
c)  modalidade de licitação ou, se for o caso, Art. 36.  A liquidação da despesa consiste na
o fundamento legal da dispensa desta ou de sua verificação do direito adquirido pelo credor ou
inexigibilidade; entidade beneficiaria, tendo por base os títulos
d)  crédito pelo qual correrá a despesa; e documentos comprobatórios do respectivo
e)  número e data do empenho da despesa; crédito ou da habilitação ao benefício (Lei
f)  valor do contrato, convênio, acordo ou no 4.320/64, art. 83).
ajuste; § 1o  A verificação de que trata este artigo
g)  valor a ser pago no exercício corrente e tem por fim apurar:
em cada um dos subsequentes, se for o caso; a)  a origem e o objeto do que se deve pagar;
h)  prazo de vigência; b)  a importância exata a pagar; e
i) data de assinatura do contrato. c)  a quem se deve pagar a importância para
§ 3o  A falta de publicação imputável à admi- extinguir a obrigação.
nistração constitui omissão de dever funcional § 2o  A liquidação da despesa por forneci-
do responsável, sendo punível na forma da lei mentos feitos, obras executadas ou serviços
se não tiver havido justa causa, assim como, se prestados terá por base:
atribuível ao contratado, faculta a rescisão uni- a)  o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
lateral, inclusive sem direito a indenização, por b)  a Nota de Empenho;
parte da Administração, que, todavia, poderá c)  o documento fiscal pertinente;
optar por aplicar-lhe multa de até 10% (dez por d)  o termo circunstanciado do recebimento
cento) do valor do contrato, o qual, assim man- definitivo, no caso de obra ou serviço de valor
tido, deverá sempre ser publicado (Decreto-Lei superior a Cz$ 350.000,00 (trezentos e cin-
no 2.300/86, art. 51, § 1o, e art. 73, II). quenta mil cruzados) e equipamento de grande
§ 4o  Será dispensada a publicação quando se vulto, ou o recibo, nos demais casos.
tratar de despesa que deva ser feita em caráter
sigiloso (Decreto-Lei no 199/67, art. 44). Art. 37.  A despesa de vencimentos, salários,
gratificações e proventos, constará de folha-pa-
Art. 34.  Dentro de 5 (cinco) dias da assina- drão de retribuição dos servidores civis, ativos
tura do contrato, convênio acordo ou ajuste, e e inativos (Lei no 8.445/77, art. 3o).
aditivos de qualquer valor, deverá ser remetida Parágrafo único.  A folha-padrão de re-
cópia do respectivo instrumento ao órgão de tribuição obedecerá a modelo padronizado
contabilidade, para as verificações e providên- pelo órgão próprio do Poder Executivo e sua
cias de sua competência. adoção é obrigatória para todos os órgãos da
administração centralizada, autarquias federais
Art. 35.  O empenho de despesa não liquidada e fundações instituídas pela União ou mantidas
será considerado anulado em 31 de dezembro, com recursos federais (Lei no 6.445/77, parágra-
para todos os fins, salvo quando: fo único do art. 3o).
I – vigente o prazo para cumprimento da
obrigação assumida pelo credor, nele estabe- Art. 38.  Não será permitido o pagamento
lecida; antecipado de fornecimento de materiais,
II – vencido o prazo de que trata o item execução de obra, ou prestação de serviço,
anterior, mas esteja em curso a liquidação da inclusive de utilidade pública, admitindo-se,
despesa, ou seja de interesse da Administração todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou
Normas correlatas

exigir o cumprimento da obrigação assumida garantias, o pagamento de parcela contratual


pelo credor; na vigência do respectivo contrato, convênio,
III – se destinar a atender transferências a acordo ou ajuste, segundo a forma de paga-
instituições públicas ou privadas; mento nele estabelecida, prevista no edital
IV – corresponder a compromissos assumi- de licitação ou nos instrumentos formais de
do no exterior. adjudicação direta. 131
Art. 39.  Responderão pelos prejuízos que § 2o  A descentralização de crédito e a fixa-
acarretarem à Fazenda Nacional, o ordenador ção de limite de saques a unidade gestora im-
de despesas e o agente responsável pelo re- porta mandato para a ordenação do pagamento,
cebimento e verificação, guarda ou aplicação observadas as normas legais pertinentes.
de dinheiros, valores e outros bens públicos
(Decreto-Lei no 200/67, art. 90). Art. 44.  O pagamento de despesa será feito
Parágrafo único.  O ordenador de despesa, mediante saque contra o agente financeiro,
salvo conivência, não é responsável por prejuí- para crédito em conta bancária do credor, no
zos causados à Fazenda Nacional, decorrentes banco por ele indicado, podendo o agente fi-
de atos praticados por agente subordinado que nanceiro fazer o pagamento em espécie, quando
exorbitar das ordens recebidas. autorizado.

Art. 40.  A assinatura, firma ou rubrica em


documentos e processos deverá ser seguida da SEÇÃO V – Pagamento de Despesas por
repetição completa do nome do signatário e meio de Suprimento de Fundos
indicação da respectiva função ou cargo, por
meio de carimbo, do qual constará, precedendo Art. 45.  Excepcionalmente, a critério do
espaço destinado à data, e sigla da unidade na ordenador de despesa e sob sua inteira respon-
qual o servidor esteja exercendo suas funções sabilidade, poderá ser concedido suprimento de
ou cargo. fundos a servidor, sempre precedido do empe-
nho na dotação própria às despesas a realizar,
Art. 41.  Quando autorizado pelo Ministro de e que não possam subordinar-se ao processo
Estado, poderá ser usada chancela mecânica, normal de aplicação, nos seguintes casos (Lei
mediante a reprodução exata, por máquina a no  4.320/64, art.  68 e Decreto-Lei no  200/67,
esse fim destinada, da assinatura, firma ou ru- § 3o do art. 74):
brica de autoridade administrativa competente, I – para atender despesas eventuais, inclusive
na expedição de documentos em série ou de em viagens e com serviços especiais, que exijam
emissão repetitiva. pronto pagamento;
Parágrafo único.  A autoridade adminis- II – quando a despesa deva ser feita em
trativa fixará em ato próprio as condições caráter sigiloso, conforme se classificar em
técnicas de controle e segurança do sistema, e regulamento; e
será responsável pela legitimidade e valor dos III – para atender despesas de pequeno vulto,
processos, documentos e papéis autenticados assim entendidas aquelas cujo valor, em cada
na forma deste artigo. caso, não ultrapassar limite estabelecido em
Portaria do Ministro da Fazenda.
§ 1o  O suprimento de fundos será conta-
SEÇÃO IV – Pagamento da Despesa bilizado e incluído nas contas do ordenador
como despesa realizada; as restituições, por
Art. 42.  O pagamento da despesa só poderá falta de aplicação, parcial ou total, ou aplicação
ser efetuado quando ordenado após sua regular indevida, constituirão anulação de despesa,
liquidação (Lei no 4.320/64, art. 62). ou receita orçamentária, se recolhidas após o
Gestão orçamentária pública

encerramento do exercício.
Art. 43.  A ordem de pagamento será dada em § 2o  O servidor que receber suprimento
documento próprio, assinado pelo ordenador de fundos, na forma deste artigo, é obrigado a
da despesa e pelo agente responsável pelo setor prestar contas de sua aplicação, procedendo-se,
financeiro. automaticamente, à tomada de contas se não
§ 1o  A competência para autorizar paga- o fizer no prazo assinalado pelo ordenador
mento decorre da lei ou de atos regimentais, da despesa, sem prejuízo das providências
podendo ser delegada. administrativas para a apuração das responsa-
132 bilidades e imposição das penalidades cabíveis
(Decreto-Lei no  200/67, parágrafo único do Parágrafo único.  A importância aplicada
art. 81 e § 3o do art. 80). até 31 de dezembro será comprovada até 15 de
§ 3 o  Não se concederá suprimento de janeiro seguinte.
fundos:
a)  a responsável por dois suprimentos; Art. 47.  A concessão e aplicação de suprimen-
b)  a servidor que tenha a seu cargo e to de fundos, ou adiantamentos, para atender
guarda ou a utilização do material a adquirir, a peculiaridades dos órgãos essenciais da Pre-
salvo quando não houver na repartição outro sidência da República, da Vice-Presidência da
servidor; República, do Ministério da Fazenda, do Mi-
c)  a responsável por suprimento de fundos nistério da Saúde, do Ministério da Agricultura,
que, esgotado o prazo, não tenha prestado Pecuária e Abastecimento, do Departamento
contas de sua aplicação; e de Polícia Federal do Ministério da Justiça, do
d)  a servidor declarado em alcance. Ministério das Relações Exteriores, bem assim
§ 4o  Os valores limites para concessão de de militares e de inteligência, obedecerão ao
suprimento de fundos, bem como o limite Regime Especial de Execução estabelecido
máximo para despesas de pequeno vulto de em instruções aprovadas pelos respectivos
que trata este artigo, serão fixados em portaria Ministros de Estado, vedada a delegação de
do Ministro de Estado da Fazenda. competência.
§ 5o  As despesas com suprimento de fundos Parágrafo único.  A concessão e aplicação
serão efetivadas por meio do Cartão de Paga- de suprimento de fundos de que trata o caput
mento do Governo Federal – CPGF. restringe-se:
§ 6o  É vedada a utilização do CPGF na I – com relação ao Ministério da Saúde: a
modalidade de saque, exceto no tocante às atender às especificidades decorrentes da as-
despesas: sistência à saúde indígena;
I – de que trata o art. 47; II – com relação ao Ministério da Agricul-
II – decorrentes de situações específicas do tura, Pecuária e Abastecimento: a atender às
órgão ou entidade, nos termos do autorizado especificidades dos adidos agrícolas em missões
em portaria pelo Ministro de Estado competen- diplomáticas no exterior; e
te e nunca superior a trinta por cento do total III – com relação ao Ministério das Relações
da despesa anual do órgão ou entidade efetuada Exteriores: a atender às especificidades das re-
com suprimento de fundos; partições do Ministério das Relações Exteriores
III – decorrentes de situações específicas da no exterior.
Agência Reguladora, nos termos do autorizado
em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca
superior a trinta por cento do total da despesa SEÇÃO VI – Convênios, Acordos ou Ajustes
anual da Agência efetuada com suprimento
de fundos. Arts.  48 a 57. (Revogados)

Art. 45-A.  É vedada a abertura de conta


bancária destinada à movimentação de supri- SEÇÃO VII – Subvenções, Auxílios e
mentos de fundos. Contribuições

Art. 46.  Cabe aos detentores de suprimentos Art. 58.  A cooperação financeira da União


de fundos fornecer indicação precisa dos saldos a entidade pública ou privada far-se-á me-
Normas correlatas

em seu poder em 31 de dezembro, para efeito diante subvenção, auxílio ou contribuição (Lei
de contabilização e reinscrição da respectiva no 4.320/64, § 3o do art. 12).
responsabilidade pela sua aplicação em data
posterior, observados os prazos assinalados Art. 59.  A subvenção se destina a cobrir
pelo ordenador da despesa (Decreto-Lei despesas de custeio de entidades públicas ou
no 200/67, art. 83). 133
privadas, distinguindo-se como subvenção a condição estabelecida na alínea ‘’c’’, do pa-
social e subvenção econômica. rágrafo anterior, mediante atestado firmado
por autoridade pública do local onde sejam
Art. 60.  A subvenção social será concedida prestados os serviços.
independentemente de legislação especial a § 5o  As despesas bancárias correrão por
instituições públicas ou privadas de caráter conta da instituição beneficiada.
assistencial ou cultural sem finalidade lucrativa.
§ 1o  A subvenção social, visando à prestação Art. 61.  A subvenção econômica será conce-
dos serviços essenciais de assistência social, dida a empresas públicas ou privadas de caráter
médica e educacional, será concedida sempre industrial, comercial, agrícola ou pastoril, me-
que a suplementação de recursos de origem diante expressa autorização em lei especial (Lei
privada aplicados a esses objetivos revelar-se no 4.320/64, art. 12, § 3o, II e art. 19).
mais econômica (Lei no 4.320/64, art. 16). § 1o  A cobertura de déficits de manutenção
§ 2o  O valor da subvenção, sempre que das empresas públicas far-se-á mediante sub-
possível, será calculado com base em unidades venção econômica expressamente autorizada
de serviços efetivamente prestados ou postos na Lei de Orçamento ou em crédito adicional
à disposição dos interessados, obedecidos os (Lei no 4.320/64, art. 18).
padrões mínimos de eficiência previamente § 2o  Consideram-se, igualmente, como sub-
fixados (Lei no  4.320/64, parágrafo único do venção econômica (Lei no 4.320/64, parágrafo
art. 16). único do art. 18):
§ 3o  A concessão de subvenção social só a)  a diferença entre os preços de mercado e
poderá ser feita se a instituição interessada os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros
satisfizer às seguintes condições, sem prejuízo alimentícios ou de outros materiais;
de exigências próprias previstas na legislação b)  o pagamento de bonificações a produ-
específica: tores de determinados gêneros ou materiais.
a)  ter sido fundada em ano anterior e
organizada até o ano da elaboração da Lei de Art. 62.  Somente será concedida subvenção a
Orçamento; entidade privada que comprovar sua capacida-
b)  não constituir patrimônio de indivíduo; de jurídica e regularidade fiscal.
c)  dispor de patrimônio ou renda regular;
d)  não dispor de recursos próprios sufi- Art. 63.  Os auxílios e as contribuições se desti-
cientes à manutenção ou ampliação de seus nam a entidades de direito público ou privado,
serviços; sem finalidade lucrativa.
e)  ter feito prova de seu regular funciona- § 1o  O auxílio deriva diretamente da Lei de
mento e de regularidade de mandato de sua Orçamento (Lei no 4.320/64, § 6o do art. 12).
diretoria; § 2 o  A contribuição será concedida em
f)  ter sido considerada em condições de virtude de lei especial, e se destina a atender
funcionamento satisfatório pelo órgão compe- ao ônus ou encargo assumido pela União (Lei
tente de fiscalização; no 4.320/64, § 6o do art. 12).
g)  ter prestado contas da aplicação de sub-
venção ou auxílio anteriormente recebido, e Art. 64. (Revogado)
Gestão orçamentária pública

não ter a prestação de contas apresentado vício


insanável; Art. 65. (Revogado)
h)  não ter sofrido penalidade de suspensão
de transferências da União, por determinação Art. 66.  Quem quer que receba recursos da
ministerial, em virtude de irregularidade veri- União ou das entidades a ela vinculadas, direta
ficada em exame de auditoria. ou indiretamente, inclusive mediante acordo,
§ 4o  A subvenção social será paga através ajuste ou convênio, para realizar pesquisas,
da rede bancária oficial, ficando a beneficiária desenvolver projetos, estudos, campanhas e
134 obrigada a comprovar no ato do recebimento, obras sociais ou para qualquer outro fim, deverá
comprovar o seu bom e regular emprego, bem riormente terão validade até 30 de junho do
como os resultados alcançados (Decreto-Lei segundo ano subsequente ao de sua inscrição,
no 200/67, art. 93). ressalvado o disposto no § 3o.
§ 1o  A prestação de contas de aplicação de § 3 o  Permanecem válidos, após a data
subvenção social ou auxílio será apresentada à estabelecida no §  2o, os restos a pagar não
unidade concedente dentro de 60 dias após a processados que:
aplicação, não podendo exceder ao último dia I – refiram-se às despesas executadas dire-
útil do mês de fevereiro do ano subsequente ao tamente pelos órgãos e entidades da União ou
do recebimento, e será constituída de relatório mediante transferência ou descentralização aos
de atividades e demonstração contábil das ori- Estados, Distrito Federal e Municípios, com
gens e aplicações de recursos, referentes ao ano execução iniciada até a data prevista no § 2o; ou
do recebimento, visados por autoridade pública II – sejam relativos às despesas:
local, observados os modelos aprovados pelo a)  do Programa de Aceleração do Cresci-
órgão Central do Sistema de Controle Interno. mento – PAC;
§ 2o  A documentação comprobatória da b)  do Ministério da Saúde; ou
aplicação da subvenção ou auxílio ficará arqui- c)  do Ministério da Educação financiadas
vada na entidade beneficiada, à disposição dos com recursos da Manutenção e Desenvolvi-
órgãos de controle interno e externo, durante mento do Ensino.
o prazo de 5 (cinco) anos da aprovação da § 4o  Considera-se como execução iniciada
prestação de contas. para efeito do inciso I do § 3o:
§ 3o  A atuação da entidade no cumprimento I – nos casos de aquisição de bens, a despesa
das obrigações assumidas, inclusive quanto à verificada pela quantidade parcial entregue,
prestação de contas, será anotada no respectivo atestada e aferida; e
registro cadastral mantido pelo órgão setorial II – nos casos de realização de serviços e
de controle interno. obras, a despesa verificada pela realização
parcial com a medição correspondente atestada
e aferida.
SEÇÃO VIII – Restos a Pagar § 5o  Para fins de cumprimento do disposto
no § 2o, a Secretaria do Tesouro Nacional do
Art. 67.  Consideram-se Restos a Pagar as des- Ministério da Fazenda efetuará, na data prevista
pesas empenhadas e não pagas até 31 de dezem- no referido parágrafo, o bloqueio dos saldos dos
bro, distinguindo-se as despesas processadas restos a pagar não processados e não liquida-
das não processadas (Lei no 4.320/64, art. 36). dos, em conta contábil específica no Sistema
§ 1o  Entendem-se por processadas e não Integrado de Administração Financeira do
processadas, respectivamente, as despesas li- Governo Federal – SIAFI.
quidadas e as não liquidadas, na forma prevista § 6 o   As unidades gestoras executoras
neste decreto. responsáveis pelos empenhos bloqueados
§ 2o  O registro dos Restos a Pagar far-se-á providenciarão os referidos desbloqueios que
por exercício e por credor. atendam ao disposto nos §§  3o, inciso I, e 4o
para serem utilizados, devendo a Secretaria do
Art. 68.  A inscrição de despesas como restos a Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda
pagar no encerramento do exercício financeiro providenciar o posterior cancelamento no SIA-
de emissão da Nota de Empenho depende da FI dos saldos que permanecerem bloqueados.
observância das condições estabelecidas neste § 7o  Os Ministros de Estado, os titulares
Normas correlatas

Decreto para empenho e liquidação da despesa. de órgãos da Presidência da República, os


§ 1o  A inscrição prevista no caput como res- dirigentes de órgãos setoriais dos Sistemas
tos a pagar não processados fica condicionada à Federais de Planejamento, de Orçamento e de
indicação pelo ordenador de despesas. Administração Financeira e os ordenadores de
§ 2o  Os restos a pagar inscritos na condição despesas são responsáveis, no que lhes couber,
de não processados e não liquidados poste- pelo cumprimento do disposto neste artigo. 135
§ 8o  A Secretaria do Tesouro Nacional do Art. 74.  A aplicação de recursos através de
Ministério da Fazenda, no âmbito de suas fundos especiais constará de programação e
competências, poderá expedir normas com- será especificada em orçamento próprio, apro-
plementares para o cumprimento do disposto vado antes do início do exercício financeiro a
neste artigo. que se referir.

Art. 69.  Após o cancelamento da inscrição Art. 75.  Somente poderá ser contemplado na


da despesa como Restos a Pagar, o pagamento programação financeira setorial o fundo espe-
que vier a ser reclamado poderá ser atendido cial devidamente cadastrado pela Secretaria do
à conta de dotação destinada a despesas de Tesouro Nacional, mediante encaminhamento
exercícios anteriores. da respectiva Secretaria de Controle Interno, ou
órgão de atribuições equivalentes.
Art. 70.  Prescreve em cinco anos a dívida pas-
siva relativa aos Restos a Pagar (CCB art. 178, Art. 76.  Salvo expressa disposição de lei em
§ 10, VI). contrário, aplicam-se à execução orçamentária
de fundo especial as mesmas normas gerais
que regem a execução orçamentária da União.
SEÇÃO IX – Fundos Especiais
Art. 77.  Não será permitida a utilização de
Art. 71.  Constitui Fundo Especial de natureza recursos vinculados a fundo especial para
contábil ou financeira, para fins deste decreto, a despesas que não se identifiquem diretamente
modalidade de gestão de parcela de recursos do com a realização de seus objetivos ou serviços
Tesouro Nacional, vinculados por lei à realiza- determinados.
ção de determinados objetivos de política eco-
nômica, social ou administrativa do Governo. Art. 78.  A contabilização dos fundos especiais
§ 1 o  São Fundos Especiais de natureza geridos na área da administração direta será
contábil, os constituídos por disponibilidades feita pelo órgão de contabilidade do Sistema
financeiras evidenciadas em registros contábeis, de Controle Interno, onde ficarão arquivados
destinados a atender a saques a serem efetua- os respectivos documentos para fins de acom-
dos diretamente contra a caixa do Tesouro panhamento e fiscalização.
Nacional. Parágrafo único.  Quando a gestão do
§ 2 o  São Fundos Especiais de natureza fundo for atribuída a estabelecimento oficial
financeira, os constituídos mediante movimen- de crédito, a este caberá sua contabilização e
tação de recursos de caixa do Tesouro Nacional remeter os respectivos balanços acompanhados
para depósitos em estabelecimentos oficiais de demonstrações financeiras à Secretaria de
de crédito, segundo cronograma aprovado, Controle Interno, ou órgão de atribuições equi-
destinados a atender aos saques previstos em valentes, para fins da supervisão ministerial.
programação específica.
Art. 79.  O saldo financeiro apurado em balan-
Art. 72.  A aplicação de receitas vinculadas ço de fundo especial poderá ser utilizado em
a fundos especiais far-se-á através de dotação exercício subsequente, se incorporado ao seu
Gestão orçamentária pública

consignada na Lei de Orçamento ou em crédito orçamento (Lei no 4.320/64, art. 73).


adicional (Lei no 4.320/64, art. 72).
Art. 80.  Extinguir-se-á o fundo especial ina-
Art. 73.  É vedado levar a crédito de qualquer tivo por mais de dois exercícios financeiros.
fundo recursos orçamentários que não lhe
forem especificamente destinados em orça- Art. 81.  É vedada a constituição de fundo
mento ou em crédito adicional (Decreto-Lei especial, ou sua manutenção, com recursos ori-
no 1.754/79, art. 5o). ginários de dotações orçamentárias da União,
136 em empresas públicas, sociedades de economia
mista e fundações, salvo quando se tratar de revalidadas durante o exercício financeiro
estabelecimento oficial de crédito. subsequente, findo o qual os registros contábeis
serão cancelados e as respectivas importâncias
convertidas em receita orçamentária.
SEÇÃO X – Depósitos e Consignações Parágrafo único.  Aplicam-se os procedi-
mentos contábeis de que trata este artigo às
Art. 82.  Os depósitos para garantia, quando importâncias apuradas como diferenças a favor
exigida, das obrigações decorrentes de partici- de terceiros em balanceamento de contas.
pação em licitação e de execução de contrato
celebrado com órgãos da administração federal Art. 87.  As consignações em folha de paga-
centralizada e autarquias, serão obrigatoria- mento dos servidores civis e militares, ativos
mente efetuados na Caixa Econômica Federal, e inativos, constituem depósitos especificados
à ordem da autoridade administrativa com- para efeito de contabilização, não podendo o
petente (Decreto-Lei no 1.737/79, art. 1o, IV). seu recolhimento, ou entrega aos consigna-
tários, exceder às importâncias descontadas.
Art. 83.  Será também feito na Caixa Econômi- Parágrafo único.  A consignação cuja entrega
ca Federal, voluntariamente pelo contribuinte, tenha sido feita mediante ordem bancária de
depósito em dinheiro para se eximir da inci- pagamento, individual ou coletiva, não pro-
dência de juros e outros acréscimos legais no curada no prazo legal de validade e devolvida
processo administrativo fiscal de determinação pelo agente financeiro, ficará à disposição do
e exigência de créditos tributários. consignatário pelo prazo de cinco anos, findo
Parágrafo único.  O depósito de que trata o qual será convertido em receita orçamentária
este artigo, de valor atualizado do litígio, nele da União.
incluídos a multa e os juros de mora devidos
nos termos da legislação específica, será feito
à ordem da Secretaria da Receita Federal, po- SEÇÃO XI – Operações de Crédito –
dendo ser convertido em garantia de crédito da Normas Gerais
Fazenda Nacional, vinculado à propositura de
ação anulatória ou declaratória de nulidade do Art. 88.  As operações de crédito dependem
débito, à ordem do Juízo competente. de autorização em lei especial.

Art. 84.  Não vencerão juros os depósitos Art. 89.  A Lei de Orçamento poderá conter
em dinheiro e os juros dos títulos deposita- autorização para operações de crédito por
dos reverterão à Caixa Econômica Federal antecipação de receita, a fim de atender a in-
como remuneração de serviços (Decreto-Lei suficiências de caixa (Lei no 4.320/64, art. 7o).
no 1.737/79, art. 3o).
Art. 90.  As operações de crédito por antecipa-
Art. 85.  Mediante ordem da autoridade ad- ção de receita autorizada na Lei de Orçamento
ministrativa ou, quando for o caso, do juízo não excederão a quarta parte da receita total
competente, o depósito será devolvido ao estimada para o exercício financeiro, e até 30
depositante ou recolhido à conta do Tesouro dias depois do encerramento deste, serão obri-
Nacional, no Banco do Brasil S.A., se em di- gatoriamente liquidadas.
nheiro, ou entregue ao órgão designado, se em
títulos (Decreto-Lei no 1.737/79, art. 7o). Art. 91.  A contratação ou garantia, em nome
Normas correlatas

da União, de empréstimos para órgãos e enti-


Art. 86.  Consideram-se como depósitos, dades da administração federal centralizada e
exclusivamente para fins de contabilização, as descentralizada, inclusive fundações instituídas
ordens de pagamento expedidas em exercício ou mantidas pelo Poder Público, dependerá
encerrado e devolvidas pelo agente financeiro de pronunciamento da Secretaria de Planeja-
após o prazo legal de validade, podendo ser mento da Presidência da República, quanto à 137
prioridade programática, e do Ministério da em operações que tenham como objetivo a
Fazenda, sobre a conveniência, oportunidade regularização dos débitos aludidos neste artigo.
e legalidade do endividamento.
Art. 96.  Às autarquias federais, empresas
Art. 92.  Excetuadas as operações da dívida públicas, sociedades de economia mista, fun-
pública, a lei que autorizar operação de crédito, dações e entidades sob controle acionário da
a qual deva ser liquidada em exercício financei- União e às respectivas subsidiárias, ainda que
ro subsequente, fixará desde logo as dotações com respaldo em recursos de fundos especiais,
que hajam de ser incluídas no orçamento é vedado conceder aval, fiança ou garantia de
anual, para os respectivos serviços de juros, qualquer espécie a obrigação contraída por pes-
amortização e resgate, durante o prazo para soa física ou jurídica, excetuadas as instituições
a sua liquidação, nos termos das disposições financeiras (Decreto-Lei no 2.307/86, art. 2o).
constitucionais vigentes. § 1o  A vedação de que trata este artigo não
abrange a concessão de garantia por empresa
Art. 93.  Quando a amortização do emprésti- controlada direta ou indiretamente pela União
mo couber ao Tesouro Nacional, os recursos a suas controladas ou subsidiárias, inclusive
necessários serão previstos no Orçamento a prestação de garantia por empresa pública
Geral da União, cabendo ao Órgão beneficiado ou sociedade de economia mista que explore
promover sua inclusão na respectiva proposta atividade econômica a sociedade de propósito
orçamentária. específico por ela constituída para cumprimen-
Parágrafo único.  Nos casos em que a amorti- to do seu objeto social, limitada ao percentual
zação dos empréstimos for de responsabilidade de sua participação na referida sociedade.
de empresas sob controle do Governo Federal, § 2 o  Considera-se empresa pública ou
caberá a essa a obrigação de incluir nos seus sociedade de economia mista exploradora de
orçamentos anuais os recursos necessários atividade econômica, para os fins deste artigo,
àquele fim. a entidade que atua em mercado com a presen-
ça de concorrente do setor privado, excluída
Art. 94.  É vedada a utilização direta de recur- aquela que:
sos financeiros provenientes de operações de I – goze de benefícios e incentivos fiscais não
crédito internas ou externas, os quais deverão extensíveis às empresas privadas ou tratamento
ser recolhidos, obrigatoriamente, à conta do tributário diferenciado;
Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A. II – se sujeite a regime jurídico próprio das
Parágrafo único.  A realização de despesas pessoas jurídicas de direito público quanto ao
custeadas pelos recursos de que trata este artigo, pagamento e execução de seus débitos;
dependem de autorização na Lei de Orçamento III – seja considerada empresa estatal depen-
ou em crédito adicional, e os respectivos saques dente, nos termos da Lei Complementar no 101,
só poderão ser feitos com obediência aos limites de 4 de maio de 2000; e
fixados na programação financeira aprovada. IV – comercialize ou preste serviços exclu-
sivamente para a União.
Art. 95.  Não será concedida garantia da União
para operação de crédito, interna ou externa: Art. 97.  Compete privativamente ao Ministro
Gestão orçamentária pública

I – a entidade em débito para com a Previ- da Fazenda aprovar e firmar pela União quais-
dência Social ou para com o Tesouro Nacional; quer instrumentos de operações de crédito
II – a concessionária de serviços de ele- internas ou externas, inclusive operações de ar-
tricidade em débito com os recolhimentos às rendamento mercantil, bem assim de concessão
Reservas Globais de Reversão ou de Garantia, de avais e outras garantias, autorizadas em lei,
de que trata o Decreto-Lei no 1.849, de 13 de e observadas as condições estipuladas para as
janeiro de 1981. respectivas operações, podendo delegar a com-
Parágrafo único.  A critério do Ministro da petência para firmar os instrumentos de que se
138 Fazenda, será admitida a concessão de garantia trata, ao Procurador-Geral, a Procurador da
Fazenda Nacional ou, no caso de contratações todas as dúvidas e controvérsias derivadas dos
externas, a representante diplomático do País. respectivos contratos (Decreto-Lei no 1.312/74,
§ 1o  A Secretaria do Tesouro Nacional efe- art. 11).
tuará registros das contratações de que trata este
artigo, inclusive as realizadas por intermédio Art. 102.  O pagamento, nos respectivos ven-
de agentes financeiros do Tesouro Nacional, cimentos, dos débitos decorrentes de compro-
mantendo a posição atualizada das responsa- missos em moeda estrangeira, que contarem
bilidades assumidas e adotando ou propondo ou não com a garantia da União, por fiança ou
as medidas assecuratórias do respectivo paga- aval, outorgada diretamente ou concedida por
mento nas datas de vencimento. intermédio de instituição financeira oficial, terá
§ 2o  Para os efeitos deste artigo, as operações prioridade absoluta nos cronogramas financei-
de arrendamento mercantil equiparam-se às ros de desembolso dos órgãos da administração
operações de crédito. federal centralizada, das entidades de adminis-
tração descentralizada e suas subsidiárias e das
demais entidades sob controle acionário direto
SEÇÃO XII – Operações de Crédito Externas ou indireto da União ou de suas autarquias,
bem como das fundações instituídas ou man-
Art. 98. (Revogado) tidas pelo Poder Público, que hajam assumido
tais compromissos (Decreto-Lei no  1.928/82,
Art. 99.  Salvo nos casos de órgãos ou entida- art. 1o com a redação dada pelo Decreto-Lei
des da Administração Federal, ou seus agentes no 2.169/84).
financeiros, a garantia da União somente será Parágrafo único.  Serão pessoal e solidaria-
outorgada quando autorizada em lei, e se o mente responsáveis pelo atraso no pagamento,
mutuário oferecer contragarantias julgadas por parte dos órgãos e entidades mencionadas
suficientes para o pagamento de qualquer de- neste artigo, os respectivos administradores
sembolso que o Tesouro Nacional possa vir a que concorrerem, por ação ou omissão, para
fazer, se chamado a honrar a garantia. o descumprimento da prioridade estabelecida.
Parágrafo único.  Quando, pela sua natureza
e tendo em vista o interesse nacional, a negocia- Art. 103.  O pagamento, pelo Banco do Brasil
ção de um empréstimo no exterior aconselhar S.A., autorizado pela Secretaria do Tesouro
manifestação prévia sobre a concessão da ga- Nacional, de compromissos em moeda es-
rantia da União, o Ministro da Fazenda poderá trangeira, não saldados pelos devedores nas
expedir carta de intenção nesse sentido. datas contratuais de vencimento, importará na
indisponibilidade dos recursos existentes, ou
Art. 100.  A cobrança da taxa, pela concessão que venham a ingressar, nas contas dos órgãos
da garantia da União a título de comissão, ou entidades devedoras abertas em quaisquer
execução ou fiscalização, diretamente pelo instituições financeiras até o quanto baste para
Ministério da Fazenda ou por intermédio de compensar o valor equivalente, em moeda
instituição financeira oficial, não poderá ser nacional, à data do efetivo pagamento, do
superior aos limites fixados pelo Conselho principal, juros e demais despesas financeiras
Monetário Nacional, nos termos do artigo 4o, (Decreto-Lei no 1.928/82, art. 2o, com a redação
IX, da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964 dada pelo Decreto-Lei no 2.169/84).
(Decreto-Lei no 1.312/74, art. 7o). § 1o  Caberá à Secretaria do Tesouro Nacio-
nal adotar as medidas tendentes à regularização
Normas correlatas

Art. 101.  A União, contratando diretamente e recuperação dos recursos despendidos pelo


ou por intermédio de agente financeiro, po- Tesouro Nacional, inclusive quando o mutuário
derá aceitar as cláusulas e condições usuais for Estado, o Distrito Federal, Município ou
nas operações com organismos financeiros suas entidades de administração indireta, caso
internacionais, sendo válido o compromisso em que se observará o disposto no § 3o do artigo
geral e antecipado de dirimir por arbitramento 25 da Constituição. 139
§ 2o  Caberá ao Banco do Brasil S.A., na data débito, com a indicação da data do pagamento
em que efetuar o pagamento: efetuado à ordem do Tesouro Nacional e da
a)  comunicar o fato ao Banco Central do taxa de conversão, em moeda nacional, do valor
Brasil; do débito em moeda estrangeira; os nomes e
b)  notificar o órgão ou entidade devedora respectivas qualificações dos componentes da
para, no prazo de 30 (trinta) dias, efetuar o diretoria da entidade devedora, em exercício na
ressarcimento. data do inadimplemento, e bem assim a cópia
§ 3o  Caberá ao Banco Central do Brasil: do contrato financeiro respectivo;
a)  expedir às instituições financeiras as II – remeterá ao Tribunal de Contas da
ordens necessárias à execução do disposto União, e à Secretaria do Tesouro Nacional,
neste artigo; cópia do demonstrativo a que alude o item
b)  promover incontinenti a transferência dos anterior.
recursos tornados indisponíveis, até o montante
suficiente para a liquidação do débito. Art. 105.  A Secretaria do Tesouro Nacional
§ 4o  Caso o órgão ou entidade devedora não velará para que, da relação de responsáveis
efetuar a liquidação do débito no prazo fixado por dinheiros, valores e outros bens públicos,
na notificação a que se refere a alínea b do § 2o, de que trata o artigo 85 do Decreto-Lei no 200,
será automaticamente debitada pela multa de de 25 de fevereiro de 1967, a ser anualmente
10% (dez por cento) sobre o saldo do principal transmitida ao Tribunal de Contas da União,
e acessórios. constem os nomes dos que incorrerem na hipó-
§ 5o  Os pagamentos ou créditos para amor- tese prevista no parágrafo único, do artigo 102.
tização do débito serão imputados na seguinte Parágrafo único.  A inobservância da prio-
ordem: ridade de pagamento de que trata o artigo 102
a)  na multa; poderá, a critério do Tribunal de Contas da
b)  nos juros a despesas financeiras; União, ser considerado ato irregular de gestão
c)  no principal. e acarretar para os infratores inabilitação tem-
§ 6o  A conversão, em moeda nacional, dos porária para o exercício de cargo em comissão
valores a que se refere este artigo, será feita com ou função de confiança nos órgãos ou entidades
base na taxa de câmbio, para venda, vigente na da administração federal centralizada ou des-
data da notificação feita pelo Banco do Brasil centralizada e nas fundações sob supervisão
S.A. ministerial (Decreto-Lei no  1.928/82, art. 4o
§ 7o  A partir da data da notificação, e até parágrafo único).
seu efetivo pagamento, o débito estará sujeito a
reajuste, na forma da legislação em vigor, e ven- Art. 106.  Quando for o caso, a Secretaria
cerá juros à taxa de 1% (um por cento) ao mês. do Tesouro Nacional diligenciará, perante os
§ 8o  O débito inscrito como Dívida Ativa órgãos competentes dos sistemas de controle
da União, na forma ora estabelecida, ficará interno e externo dos Estados e Municípios,
sujeito ao encargo de que tratam o artigo 1o para que sejam responsabilizados os infratores
do Decreto-Lei no 1.025, de 21 de outubro de às presentes normas, não jurisdicionados ao
1969, o artigo 3o do Decreto-Lei no 1.569, de 8 Tribunal de Contas da União.
de agosto de 1977, e o artigo 3o do Decreto-Lei
Gestão orçamentária pública

no 1.645, de 11 de dezembro de 1978.


SEÇÃO XIII – Operações de Arrendamento
Art. 104.  Dentro de 90 (noventa) dias do ven- Mercantil
cimento do prazo a que se refere a alínea “b”, do
§ 2o, do artigo anterior, o Banco do Brasil S.A.: Art. 107.  Mediante autorização em lei, o Poder
I – enviará à Procuradoria da Fazenda Executivo poderá contratar ou garantir, em
Nacional, para fins de apuração, inscrição e nome da União, sob a forma de fiança, o paga-
cobrança da Dívida Ativa da União, de acordo mento das prestações devidas por autarquias,
140 com a legislação pertinente, demonstrativos do empresas públicas, sociedades de economia
mista ou outras entidades controladas, direta ou radoria-Geral da Fazenda Nacional quanto à
indiretamente, pela União ou Estado Federado, legalidade da operação.
em decorrência de operações de arrendamento
mercantil, com opção de compra, ajustadas com Art. 110.  A efetivação de garantia, em nome
entidades ou empresas sediadas no exterior da União, para as operações de arrendamento
(Decreto-Lei no 1.960/82, art. 1o). mercantil, fica sujeita a remuneração nos limi-
tes fixados pelo Conselho Monetário Nacional
Art. 108.  As operações a que se refere o artigo (Decreto-Lei no 1.960/82, art. 5o).
anterior só serão realizadas se satisfizerem aos
seguintes requisitos: Art. 111.  Na hipótese de inadimplência do
I – tenha por objeto bem destinado a assegu- afiançado observar-se-ão as normas estabe-
rar ou contribuir para a execução de projeto ou lecidas para o ressarcimento de desembolsos
programa de desenvolvimento ou de interesse decorrentes de avais ou fianças em operações
público relevante; de crédito externas.
II – haja prévio e expresso pronunciamento
do Ministro-Chefe da Secretaria de Planeja-
mento da Presidência da República sobre o grau SEÇÃO XIV – Papel Moeda
de prioridade do projeto ou programa, em fun-
ção dos planos nacionais de desenvolvimento, Art. 112.  Compete ao Conselho Monetário
bem como sobre a capacidade do arrendatário Nacional autorizar as emissões de papel-moeda
para pagamento das prestações ajustadas; as quais ficarão na prévia dependência de au-
III – ofereça o arrendatário contragarantias torização legislativa quando se destinarem ao
suficientes para ressarcimento de qualquer de- financiamento direto, pelo Banco Central do
sembolso que o Tesouro Nacional venha a fazer, Brasil, das operações com o Tesouro Nacional,
se chamado a honrar a fiança, salvo no caso de previstas em lei (Lei no 4.595/64, art. 4o, item I).
autarquias federais ou empresas controladas § 1o  O Conselho Monetário Nacional pode,
direta ou indiretamente pela União; ainda, autorizar o Banco Central do Brasil a
IV – não contenha o contrato qualquer emitir, anualmente, até o limite de 10% (dez por
cláusula: cento) dos meios de pagamentos existentes em
a)  de natureza política; 31 de dezembro do ano anterior, para atender
b)  atentatória à soberania nacional ou à as exigências das atividades produtivas e da
ordem pública; circulação da riqueza do País, devendo, porém,
c)  contrária à Constituição e às leis bra- solicitar autorização do Poder Legislativo, me-
sileiras, bem assim aos interesses da política diante mensagem do Presidente da República,
econômico-financeira, a juízo do Ministro da para as emissões que, justificadamente, se tor-
Fazenda; narem necessárias além daquele limite.
V – inclua o contrato cláusula estipulando § 2o  Quando necessidades urgentes e impre-
que os litígios dele decorrentes serão resolvi- vistas para o financiamento dessas atividades
dos perante o foro brasileiro ou submetidos a o determinarem, pode o Conselho Monetário
arbitragem. Nacional autorizar as emissões que se fizerem
Parágrafo único.  Observado o disposto nos indispensáveis, solicitando imediatamente,
itens IV e V, poderão ser aceitas, nos contratos através de mensagem do Presidente da Repú-
respectivos, as cláusulas e condições usuais nas blica, homologação do Poder Legislativo para
operações de leasing internacional, desde que as emissões assim realizadas.
Normas correlatas

compatíveis com as normas ora estabelecidas. § 3o  Para atender despesas imprevisíveis
e urgentes, como as decorrentes de guerra,
Art. 109.  As operações de que se trata serão subversão interna ou calamidade pública, o
autorizadas, em cada caso, pelo Ministro da Presidente da República poderá determinar
Fazenda, à vista de parecer prévio da Procu- que o Conselho Monetário Nacional, através
do Banco Central do Brasil, faça a aquisição 141
de Letras do Tesouro Nacional com a emissão § 2 o  A dívida fundada ou consolidada
de papel-moeda até o montante do crédito compreende os compromissos de exigibilidade
extraordinário que tiver sido decretado (Lei superior a 12 (doze) meses contraídos mediante
no 4.595/64, art. 49, § 5o). emissão de títulos ou celebração de contratos
§ 4o  O Presidente da República fará acom- para atender a desequilíbrio orçamentário, ou
panhar a determinação ao Conselho Monetário a financiamento de obras e serviços públicos, e
Nacional, mencionada no parágrafo anterior, que dependam de autorização legislativa para
de cópia da mensagem que deverá dirigir ao amortização ou resgate.
Congresso Nacional, indicando os motivos que
tornaram indispensáveis a emissão e solicitando Art. 116.  A dívida será escriturada com
a sua homologação. individuação e especificações que permitam
§ 5o  Nas hipóteses dos parágrafos segundo e verificar, a qualquer momento, a posição dos
terceiro, deste artigo, se o Congresso Nacional compromissos, bem como os respectivos ser-
negar homologação à emissão extraordinária viços de amortização e juros.
efetuada, as autoridades responsáveis serão Parágrafo único.  Incluem-se entre os com-
responsabilizadas nos termos da Lei no 1.079, promissos de que trata este artigo, os de caráter
de 10 de abril de 1950. contingencial, assim entendidas quaisquer
garantias concedidas diretamente pelo Tesouro
Art. 113.  Considerar-se-ão resgatados, para Nacional, ou por intermédio de seus agentes
os efeitos legais, os saldos das emissões substi- financeiros.
tuídas, cujas cédulas não forem apresentadas à
substituição até o limite máximo do prazo para Art. 117.  Os juros e amortização dos títulos da
isso marcado. dívida pública serão pagos, nas épocas próprias,
Parágrafo único.  Serão, igualmente, consi- por intermédio dos agentes financeiros do Te-
derados resgates os descontos sofridos pelas souro Nacional, não se aplicando aos títulos de
cédulas em substituição. que trata este artigo quaisquer procedimentos
legais quanto à recuperação de títulos ao porta-
Art. 114.  As emissões de moeda metálica dor extraviados (Lei no 4.728/85, art. 71 e § 1o).
serão feitas sempre contra recolhimento de
igual montante de cédulas (Lei no  4.595/64, Art. 118.  Os títulos da dívida pública são
art. 4o, § 3o). insuscetíveis de gravames de qualquer natu-
reza que importem na obrigatoriedade de as
repartições emitentes ou seus agentes exerce-
CAPÍTULO IV – Dívida Pública rem controles prévios especiais quanto à sua
negociabilidade, ao pagamento de juros ou
Art. 115.  A dívida pública abrange a dívida efetivação do resgate (Decreto-Lei no 263/67,
flutuante e a dívida fundada ou consolidada. art. 9o).
§ 1o  A dívida flutuante compreende os com- Parágrafo único.  Nos casos em que, por
promissos exigíveis, cujo pagamento independe decisão judicial, forem cabíveis restrições de
de autorização orçamentária, assim entendidos: qualquer natureza com relação aos títulos
a)  os restos a pagar, excluídos os serviços referidos neste artigo, o Juiz competente
Gestão orçamentária pública

da dívida; determinará o depósito dos mesmos em esta-


b)  os serviços da dívida; belecimento bancário sob controle da União,
c)  os depósitos, inclusive consignações em credenciando-o a representar os titulares res-
folha; pectivos e determinando o destino a ser dado
d)  as operações de crédito por antecipação às importâncias provenientes do recebimento
de receita; de juros e resgates (Decreto-Lei no 263/67, art.
e)  o papel-moeda ou moeda fiduciária. 9o, parágrafo único).

142
CAPÍTULO V – Valores Mobiliários da cada caso, mediante instrumento específico, a
União ser firmado entre as partes.

Art. 119.  Os valores da União representados Art. 123.  A autorização do Ministro da Fazen-


por títulos de qualquer espécie ficarão sob a da para que a União adquira, mediante compra
guarda do Banco Central do Brasil. e venda, compromisso de compra e venda ou
permuta, ações representativas do capital de
Art. 120.  Compete à Secretaria do Tesouro sociedades de economia mista e empresas
Nacional controlar os diversos valores mobiliá- públicas federais pertencentes a entidades da
rios representativos de participação societária Administração Federal Indireta, ou por estas
da União em empresas públicas, sociedades de controladas, de que trata o artigo anterior,
economia mista e quaisquer outras entidades, previstas no artigo 1o, do Decreto-Lei no 2.132,
bem como os respectivos rendimentos e os de 28 de junho de 1984, será condicionada à
direitos inerentes a esses valores. prévia manifestação:
I – da Secretaria do Tesouro Nacional quanto
Art. 121.  Independentemente da existência de à conveniência e oportunidade da operação,
recursos orçamentários, é vedado às empresas bem assim quanto ao preço e à forma de pa-
públicas ou sociedades de economia mista sob gamento;
controle da União o aumento de capital, me- II – da Secretaria de Planejamento da Pre-
diante subscrição de ações em dinheiro, exceto sidência da República quanto aos recursos à
se expressamente autorizado, em decreto, pelo conta dos quais correrá a despesa com o paga-
Presidente da República. mento do preço;
III – da Procuradoria-Geral da Fazenda
Art. 122.  Através do sistema de distribuição Nacional quanto à legalidade da operação.
instituído no artigo 5o, da Lei no 4.728, de 14 de § 1o  O preço das ações não será superior,
julho de 1965, e com a participação do Banco no caso de sociedade aberta, à cotação média
Central do Brasil, na forma do item IV do artigo verificada na semana anterior à lavratura do
11, da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964, instrumento ou, no caso de ações sem cotação
o Ministro da Fazenda poderá autorizar opera- em Bolsa, ao valor patrimonial acusado no
ções de compra e venda de ações de sociedades último balanço ou em balanço especial.
de economia mista e de empresas públicas, na § 2o  O preço será pago de uma só vez ou
forma estabelecida neste decreto. mediante prestações periódicas, facultado,
§ 1o  As operações de compra e venda se- neste caso, estipular-se o vencimento da 1o
rão autorizadas em cada caso pelo Ministro (primeira) prestação para exercício posterior ao
da Fazenda, especialmente para aquisição de da lavratura do instrumento respectivo.
ações de sociedades de economia mista e de § 3o  No caso de compra e venda ou compro-
empresas públicas federais detidas por entida- misso de compra e venda a prazo, o valor das
des da Administração indireta, ou por empresas prestações poderá ser monetariamente atualiza-
controladas por estas, podendo, para esse fim, do, na forma da legislação em vigor e acrescido
utilizar-se: de juros de até 8% (oito por cento) ao ano.
a)  de recursos orçamentários, inclusive os
destinados a aumentos de capital de empresas Art. 124.  Os instrumentos específicos, re-
estatais; ferentes às operações mencionadas no artigo
b)  de créditos decorrentes de dividendos ou anterior, serão lavrados no livro próprio da
Normas correlatas

de resultados de exercício, na forma prevista Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, de


no artigo 128; acordo com o disposto no artigo 10, itens V,
c)  de recursos provenientes de operações de alínea “b “, e VII, do Decreto-Lei no 147, de 3
crédito internas ou externas. de fevereiro de 1967.
§ 2o  A compra e venda de ações prevista Parágrafo único.  Caberá à Procuradoria-Ge-
neste artigo terá suas condições fixadas, em ral da Fazenda Nacional promover a publicação, 143
no Diário Oficial da União, dos instrumentos cujo capital a União participe, e de quaisquer
contratuais e a remessa, ao Tribunal de Contas, órgãos ou unidades administrativas que tenham
das respectivas cópias autenticadas, quando a seu cargo controlar ou acompanhar a gestão
solicitadas. das entidades da administração descentrali-
zada ou indireta, fiscalizar o cumprimento do
Art. 125.  Mediante ato do Ministro da Fa- disposto neste artigo.
zenda, poderá ser promovida a alienação de
ações de propriedade da União, representativas
do capital social de sociedades de economia CAPÍTULO VI – Contabilidade e Auditoria
mista, mantendo-se 51% (cinquenta e um por
cento) no mínimo, das ações com direito a voto, Art. 130.  A contabilidade da União será rea-
das empresas nas quais deva ser assegurado o lizada através das funções de orientação, con-
controle estatal. trole e registro das atividades de administração
financeira e patrimonial, compreendendo todos
Art. 126.  Poderão, também, ser alienadas as os atos e fatos relativos à gestão orçamentário-
ações, quotas ou direitos representativos de financeira e da guarda ou administração de
capital que a União possua, minoritariamente, bens da União ou a ela confiados.
em empresas privadas, quando não houver
interesse econômico ou social em manter a Art. 131.  Todo ato de gestão financeira, ou que
participação societária. crie, modifique ou extinga direito ou obrigação
Parágrafo único.  Quando não se tratar de de natureza pecuniária da União, será realizado
companhia aberta, a alienação autorizada nes- por meio de documento hábil que o comprove
te artigo se fará através de licitação, na forma e registrado na contabilidade mediante classi-
estabelecida pelo Poder Executivo. ficação em conta adequada.

Art. 127.  Enquanto não efetivada a medida Art. 132.  O órgão central de contabilidade da


autorizada no artigo anterior, é facultado ao União estabelecerá o plano de contas único e
Poder Executivo, mediante ato do Ministro da a padronização dos registros contábeis para os
Fazenda, por proposta da Secretaria do Tesouro órgãos da administração federal centralizada.
Nacional, deixar de exercer o direito de prefe- Parágrafo único.  As autarquias, empresas
rência, assegurado em lei, para a subscrição públicas e fundações instituídas ou mantidas
de aumento de capital nas referidas empresas. pela União manterão plano de contas adequa-
do às suas atividades peculiares, obedecida,
Art. 128.  É o Ministro da Fazenda autorizado para efeito de consolidação, a estrutura básica
a converter em ações, nos aumentos de capital estabelecida para os órgãos da administração
de sociedades de economia mista ou de em- centralizada.
presas públicas, aprovados pelo Presidente da
República, em decreto, os créditos decorrentes Art. 133.  O registro sintético das operações
de dividendos ou de resultados de exercício. financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo
método das partidas dobradas.
Art. 129.  Ressalvado o disposto no artigo
Gestão orçamentária pública

anterior, o recolhimento à conta do Tesouro Art. 134.  Haverá controle contábil dos direitos
Nacional, no Banco do Brasil S.A., dos dividen- e obrigações oriundos de contratos, convênios,
dos ou resultados de exercício que couberem acordos ou ajustes.
à União, será feito pelas empresas até 30 de
novembro de cada ano, mediante comunicação Art. 135.  Os débitos e os créditos serão re-
à Secretaria do Tesouro Nacional. gistrados com individuação do devedor ou do
Parágrafo único.  É dever do representante credor e especificação da natureza, importância
do Tesouro Nacional no Conselho Fiscal ou e data do vencimento, quando fixada.
144 órgão de controle equivalente, das empresas de
Art. 136.  A contabilidade deverá evidenciar, Art. 139.  Os órgãos de contabilidade exami-
em seus registros, o montante dos créditos narão a conformidade dos atos de gestão orça-
orçamentários vigentes, a despesa empenha- mentário-financeira e patrimonial, praticados
da e a despesa realizada à conta dos mesmos pelas unidades administrativas gestoras de sua
créditos, as dotações disponíveis e os recursos jurisdição, com as normas legais que os regem
financeiros programados. (Dec.-Lei no 200/67, art. 73).
§ 1o  Os registros previstos neste artigo serão § 1o  Quando for verificada qualquer irre-
acessíveis à respectiva unidade administrativa gularidade, o ato será impugnado mediante
gestora, para orientação e atualização dos mes- representação, para apuração de ilegalidade e
mos registros, na forma estabelecida. identificação do responsável.
§ 2o  Quando não for possível o acesso da § 2o  Caracterizada a ilegalidade, o órgão de
unidade administrativa gestora aos registros, contabilidade encaminhará, imediatamente,
as informações indispensáveis à sua orientação à autoridade a quem o responsável esteja su-
lhes serão transmitidas oportunamente. bordinado, os elementos necessários para os
procedimentos disciplinares cabíveis.
Art. 137.  A contabilidade deverá apurar o § 3o  Na mesma data da providência prevista
custo dos projetos e atividades, de forma a no parágrafo anterior, o órgão de contabilidade
evidenciar os resultados da gestão (Decreto-Lei comunicará a ocorrência ao órgão setorial de
no 200/67, art. 69). controle interno da jurisdição do responsável,
§ 1o  A apuração do custo dos projetos e e promoverá anotações da infringência no
atividades terá por base os elementos forneci- registro cadastral de agentes da administração
dos pelos órgãos de orçamento, constantes dos financeira.
registros do Cadastro Orçamentário de Projeto/ § 4o  Os documentos relativos aos registros
Atividade, a utilização dos recursos financeiros contábeis dos atos da receita e despesa fica-
e as informações detalhadas sobre a execução rão arquivados no órgão de contabilidade à
física que as unidades administrativas gestoras disposição das autoridades responsáveis pelo
deverão encaminhar ao respectivo órgão de acompanhamento administrativo e fiscalização
contabilidade, na periodicidade estabelecida financeira e, bem assim, dos agentes incumbi-
pela Secretaria do Tesouro Nacional. dos do controle externo, de competência do
§ 2 o  A falta de informação da unidade Tribunal de Contas da União.
administrativa gestora sobre a execução física § 5o  Ressalvada a hipótese de microfilma-
dos projetos e atividades a seu cargo, na forma gem, quando conveniente, os documentos serão
estabelecida, acarretará o bloqueio de saques de conservados em arquivo pelo prazo de 5 (cinco)
recursos financeiros para os mesmos projetos e anos do julgamento das contas dos responsá-
atividades, responsabilizando-se a autoridade veis, pelo Tribunal de Contas da União, findo o
administrativa faltosa pelos prejuízos decor- qual poderão ser incinerados mediante termo.
rentes.
Art. 140.  O órgão central de contabilidade da
Art. 138.  Os órgãos de contabilidade presta- União fará a consolidação dos dados oriundos
rão a assistência técnica que lhe for solicitada dos órgãos seccionais, transmitindo, men-
pelas unidades administrativas gestoras, e salmente, os balancetes e as demonstrações
lhes encaminharão, mensalmente, balancetes contábeis sobre a execução orçamentária de
e demonstrações contábeis da respectiva exe- cada Ministério ou órgão, ao respectivo órgão
cução orçamentária, para orientação e base às setorial de controle interno, para efeito da su-
Normas correlatas

decisões cabíveis. pervisão ministerial.


Parágrafo único.  Cópia dos balancetes e
das demonstrações contábeis, de que trata este Art. 141.  Todo aquele que, a qualquer título,
artigo, será remetida ao Tribunal de Contas tenha a seu cargo serviço de contabilidade da
da União, ou suas delegações, para a auditoria União é pessoalmente responsável pela exati-
financeira e orçamentária de sua competência. dão das contas e oportuna apresentação dos 145
balancetes, balanços e demonstrações contábeis CAPÍTULO VII – Prestação de Contas e
dos atos relativos à administração financeira e Tomada de Contas
patrimonial do setor sob sua jurisdição.
Art. 145.  Quem quer que utilize dinheiros
Art. 142.  A auditoria será realizada de ma- públicos terá de justificar seu bom e regular
neira objetiva, segundo programação e exten- emprego na conformidade das leis, regula-
são racionais, com o propósito de certificar a mentos e normas emanadas das autoridades
exatidão e regularidade das contas, verificar a administrativas competentes (Decreto-Lei
execução de contratos, convênios, acordos ou no 200/67, art. 93).
ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros
públicos e na guarda ou administração de valo- Art. 146.  Além da tomada de contas ou presta-
res e outros bens da União ou a ela confiados. ção de contas anual, o órgão setorial de controle
§ 1o  O custo dos projetos e atividades a interno manterá sistema de acompanhamento
cargo dos órgãos e entidades da administração contínuo da execução de projetos e atividades
federal será objeto de exames de auditoria, pelos órgãos e entidades da Administração
verificando-se os objetivos alcançados em Federal, direta e indireta, sob sua jurisdição,
termos de realização de obras e de prestação de forma a lhe permitir, a qualquer tempo,
de serviços, em confronto com o programa de pronunciar-se sobre a eficiência e a eficácia
trabalho aprovado. da gestão, podendo proceder às verificações,
§ 2o  São elementos básicos dos procedi- exames ou levantamentos que se fizerem ne-
mentos de auditoria o sistema contábil e a cessários (Lei no 4.320/64, arts. 78 e 83).
documentação comprobatória das operações
realizadas, a existência física dos bens adqui- Art. 147.  Terão sua situação perante a Fazen-
ridos ou produzidos e os valores em depósito. da Nacional evidenciada na tomada de contas
anual, o ordenador de despesas, o agente rece-
Art. 143.  As entidades e organizações em bedor ou pagador e o responsável pela guarda
geral, dotadas de personalidade jurídica de ou administração de valores e outros bens da
direito privado, que recebam contribuições pa- União, ou pelos quais esta responda.
rafiscais e prestem serviços de interesse público § 1o  A tomada de contas anual será feita
ou social, estão sujeitas à fiscalização do Poder de forma a evidenciar os resultados da gestão,
Público nos termos e condições estabelecidos mediante confronto do programa de trabalho a
na legislação pertinente a cada uma (Decreto- nível de projeto e atividade, ou parte deste afeta
-Lei no 200/67, art. 183). à unidade gestora, com os recursos financeiros
§ 1o  Sem prejuízo do disposto neste artigo, programados e utilizados, bem assim com os
as entidades e organizações mencionadas serão dados ou informações sobre a execução física.
submetidas a auditoria do órgão setorial de § 2o  Integra a tomada de contas relatório
controle interno do Ministério ou Órgão a que de atividades da unidade gestora, firmado pelo
estejam vinculadas (Decreto-Lei no 772/69). respectivo responsável, e do órgão de contabi-
§ 2o  Se a entidade ou organização dispuser lidade sobre o controle que lhe cabe a, no caso
de receita própria, a auditoria se limitará ao em- de irregularidade, a defesa do indiciado.
prego daquelas contribuições ou transferências. § 3o  O relatório de atividades da unidade
Gestão orçamentária pública

§ 3o  Nos casos de irregularidades apura- gestora versará sobre suas finalidades, a progra-
das, se o responsável, devidamente notificado, mação e a execução orçamentária dos projetos
deixar de atender às exigências formuladas e atividades a seu cargo, bem assim quanto aos
pelo órgão de auditoria, o Ministro de Estado resultados alcançados em termos de realização
determinará a suspensão das transferências des- de obras e de prestação de serviços.
tinadas às referidas entidades ou organizações,
ou a retenção da receita na fonte arrecadadora. Art. 148.  Está sujeito à tomada de contas es-
pecial todo aquele que deixar de prestar contas
146 Art. 144. (Revogado) da utilização de recursos públicos, no prazo e
forma estabelecidos, ou que cometer ou der I – até 30 de junho:
causa a desfalque, desvio de bens ou praticar a)  as tomadas de contas dos ordenadores de
qualquer irregularidade de que resulte prejuízo despesas, agentes recebedores ou pagadores e
para a Fazenda Nacional. encarregados da guarda ou administração de
valores e outros bens públicos;
Art. 149.  As autarquias, empresas públicas, b)  as prestações de contas das autarquias:
sociedades de economia mista, fundações II – até 31 de julho:
criadas pela União ou mantidas com recursos – as prestações de contas das empresas públi-
federais, sob supervisão ministerial, serviços cas, sociedades de economia mista, fundações
autônomos e entidades com personalidade e serviços sociais autônomos;
jurídica de direito privado, de cujo capital a III – até 30 de setembro:
União ou qualquer entidade da administração – as prestações de contas das entidades com
indireta, seja detentora da totalidade ou da personalidade jurídica de direito privado, de
maioria das ações ordinárias, prestarão contas cujo capital a União ou qualquer entidade da
de sua gestão, para julgamento pelo Tribunal administração descentralizada, ou indireta,
de Contas da União (Decreto-Lei no  199/67, seja detentora da totalidade ou da maioria das
art. 34 e art. 7o, da Lei no 6.223/75, alterado pela ações ordinárias.
Lei no 6.525/78). § 1o  As prestações de contas relativas a fun-
dos especiais de natureza contábil ou financeira,
Art. 150.  As tomadas de contas e prestação de inclusive as de investimentos, acompanharão a
contas serão objeto de exames de auditoria do tomada de contas ou prestação de contas cor-
órgão setorial de controle interno. respondente aos recursos gerais da respectiva
unidade ou entidade gestora.
Art. 151.  Diante do exame de auditoria, o ór- § 2o  A tomada de contas especial será re-
gão setorial de controle interno emitirá parecer metida ao Tribunal de Contas da União dentro
avaliando a eficiência e a eficácia da gestão, bem do prazo de 30 (trinta) dias de sua elaboração.
assim quanto à economia na utilização dos
recursos públicos, ou sobre as irregularidades Art. 154.  Os órgãos de Contabilidade inscre-
apuradas, quando for o caso, submetendo a verão como responsáveis todos quantos estejam
tomada de contas ou prestação de contas à sujeitos a tomada de contas ou que devam
consideração do Ministro de Estado, que se prestar contas para julgamento pelo Tribunal
pronunciará a respeito, remetendo o processo, de Contas, cujo rol lhe será transmitido anual-
em seguida, ao Tribunal de Contas da União, mente, comunicando-se as alterações.
para os fins constitucionais e legais.

Art. 152.  Sem prejuízo do encaminhamento CAPÍTULO VIII – Disposições Gerais


da tomada de contas ou prestação de contas
ao Tribunal de Contas da União, o Ministro de Art. 155.  A Secretaria do Tesouro Nacional,
Estado, no caso de irregularidade, determinará sem prejuízo das atribuições conferidas à
as providências que, a seu critério, se tornarem Secretaria de Planejamento da Presidência da
indispensáveis para resguardar o interesse República, é competente para instituir formu-
da coletividade e probidade na aplicação dos lários e modelos de documentos de empenho,
recursos públicos, das quais dará ciência opor- liquidação e pagamento de despesas, e outros
tunamente ao Tribunal. que se tornarem indispensáveis à execução
Normas correlatas

orçamentária e financeira da União, bem como


Art. 153.  As tomadas de contas e prestação a expedir as instruções que se tornarem neces-
de contas serão encaminhadas ao Tribunal de sárias à execução deste decreto, visando à pa-
Contas da União no exercício financeiro ime- dronização e uniformidade de procedimentos.
diatamente seguinte àquele a que se referirem,
observados os seguintes prazos: 147
Art. 156.  A integração das diversas unidades 1968; 62.700, de 15 de maio de 1968; 62.762, de
administrativas gestoras e entidades supervi- 23 de maio de 1968; 64.135, de 25 de fevereiro
sionadas ao sistema de computação eletrônica de 1969; 64.138, de 25 de fevereiro de 1969;
para o controle da execução orçamentária e 64.175, de 8 de março de 1969; 64.441, de 30 de
financeira da União, será feita por etapas, de abril de 1969; 64.752, de 27 de junho de 1969;
acordo com o plano de trabalho e a orientação 64.777, de 3 de julho de 1969; 65.875, de 15
da Secretaria do Tesouro Nacional. de dezembro de 1969; 67.090, de 20 de agosto
de 1970; 67.213, de 17 de setembro de 1970;
Art. 157.  As autarquias e empresas públicas 67.991, de 30 de dezembro de 1970; 68.441, de
federais remeterão à Secretaria de Controle 29 de março de 1971; 68.685, de 27 de maio
Interno do Ministério a que estejam vinculadas, de 1971; 71.159, de 27 de setembro de 1972;
até 15 de fevereiro de cada ano, impreterivel- 72.579, de 7 de agosto de 1973; 74.439, de 21
mente, os balanços anuais relativos ao exercício de agosto de 1974; 78.383, de 8 de setembro
anterior, para fins de incorporação de resulta- de 1976; 80.421, de 28 de setembro de 1977;
dos e publicação (Lei no  4.320/64, art.  109 e 85.421, de 26 de novembro de 1980; 88.975, de
parágrafo único do art. 110). 9 de novembro de 1983; 89.950, de 10 de julho
Parágrafo único.  Na mesma data do seu de 1984; 89.955, de 11 de julho de 1984; 89.979,
recebimento, as Secretarias de Controle Interno de 18 de julho de 1984; 91.150, de 15 de março
remeterão à Secretaria do Tesouro Nacional de 1985; 91.953, de 19 de novembro de 1985;
uma das vias dos balanços referidos neste ar- 91.959, de 19 de novembro de 1985.
tigo, para publicação como complemento dos
balanços gerais da União. Brasília, 23 de dezembro de 1986; 165o da In-
dependência e 98o da República.
Art. 158.  Este decreto entrará em vigor em
1o de janeiro de 1987, ficando revogadas as JOSÉ SARNEY – Dilson Domingos Funaro
disposições em contrário, em especial as cons-
tantes dos seguintes Decretos: 61.386, de 19 de Decretado em 23/12/1986 e publicado no DOU de
setembro de 1967; 62.115, de 12 de janeiro de 24/12/1986.
Gestão orçamentária pública

148
Duas normas essenciais são a base desta coletânea: a Lei Complementar no 101/2000, mais
conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, e a Lei no 4.320/1964, que estabeleceu
regras gerais de direito financeiro e orçamentário para os entes da Federação.

A par dessas leis, o volume apresenta os dispositivos constitucionais e diversas outras


normas, entre leis e decretos, relacionados ao assunto.

Dada a sua amplitude, a temática da Administração Pública é objeto de outras coletâneas


legislativas além desta Gestão orçamentária pública.

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