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Coletânea de legislação
2a edição
Atualizada até abril de 2017
Gestão orçamentária pública
Coletânea de legislação
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2017 – 2018
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Eduardo Amorim
Senador Sérgio Petecão
Senador Davi Alcolumbre
Senador Cidinho Santos
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Brasília – 2017
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho
ISBN: 978-85-7018-860-1
CDDir 341.383
9 Apresentação
Normas principais
Lei Complementar no 101/2000
20 Capítulo I – Disposições Preliminares
Capítulo II – Do Planejamento
21 Seção I – Do Plano Plurianual
21 Seção II – Da Lei de Diretrizes Orçamentárias
21 Seção III – Da Lei Orçamentária Anual
22 Seção IV – Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas
Capítulo III – Da Receita Pública
23 Seção I – Da Previsão e da Arrecadação
23 Seção II – Da Renúncia de Receita
Capítulo IV – Da Despesa Pública
24 Seção I – Da Geração da Despesa
24 Subseção I – Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
Seção II – Das Despesas com Pessoal
25 Subseção I – Definições e Limites
26 Subseção II – Do Controle da Despesa Total com Pessoal
27 Seção III – Das Despesas com a Seguridade Social
27 Capítulo V – Das Transferências Voluntárias
28 Capítulo VI – Da Destinação de Recursos Públicos para o Setor Privado
Capítulo VII – Da Dívida e do Endividamento
28 Seção I – Definições Básicas
29 Seção II – Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito
29 Seção III – Da Recondução da Dívida aos Limites
Seção IV – Das Operações de Crédito
30 Subseção I – Da Contratação
31 Subseção II – Das Vedações
31 Subseção III – Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária
32 Subseção IV – Das Operações com o Banco Central do Brasil
32 Seção V – Da Garantia e da Contragarantia
33 Seção VI – Dos Restos a Pagar
Capítulo VIII – Da Gestão Patrimonial
33 Seção I – Das Disponibilidades de Caixa
33 Seção II – Da Preservação do Patrimônio Público
34 Seção III – Das Empresas Controladas pelo Setor Público
Capítulo IX – Da Transparência, Controle e Fiscalização
34 Seção I – Da Transparência da Gestão Fiscal
35 Seção II – Da Escrituração e Consolidação das Contas
36 Seção III – Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária
36 Seção IV – Do Relatório de Gestão Fiscal
37 Seção V – Das Prestações de Contas
38 Seção VI – Da Fiscalização da Gestão Fiscal
38 Capítulo X – Das Disposições Finais e Transitórias
Lei no 4.320/1964
42 Disposição Preliminar
Título I – Da Lei de Orçamento
42 Capítulo I – Disposições Gerais
43 Capítulo II – Da Receita
43 Capítulo III – Da Despesa
Seção I – Das Despesas Correntes
45 Subseção Única – Das Transferências Correntes
Seção II – Das Despesas de Capital
45 Subseção Primeira – Dos Investimentos
46 Subseção Segunda – Das Transferências de Capital
Título II – Da Proposta Orçamentária
46 Capítulo I – Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária
Capítulo II – Da Elaboração da Proposta Orçamentária
46 Seção Primeira – Das Previsões Plurienais
47 Seção Segunda – Das Previsões Anuais
47 Título III – Da Elaboração da Lei de Orçamento
47 Título IV – Do Exercício Financeiro
48 Título V – Dos Créditos Adicionais
Título VI – Da Execução do Orçamento
49 Capítulo I – Da Programação da Despesa
49 Capítulo II – Da Receita
50 Capítulo III – Da Despesa
51 Título VII – Dos Fundos Especiais
Título VIII – Do Controle da Execução Orçamentária
51 Capítulo I – Disposições Gerais
51 Capítulo II – Do Controle Interno
52 Capítulo III – Do Controle Externo
Título IX – Da Contabilidade
52 Capítulo I – Disposições Gerais
52 Capítulo II – Da Contabilidade Orçamentária e Financeira
53 Capítulo III – Da Contabilidade Patrimonial e Industrial
53 Capítulo IV – Dos Balanços
54 Título X – Das Autarquias e Outras Entidades
54 Título XI – Disposições Finais
56 Decreto no 62.115/1968
Normas correlatas
58 Lei no 13.249/2016
61 Lei no 10.180/2001
69 Lei no 10.028/2000
70 Lei no 1.079/1950
74 Decreto-Lei no 1.290/1973
75 Decreto-Lei no 2.848/1940
77 Decreto no 8.759/2016
80 Decreto no 8.420/2015
91 Decreto no 7.724/2012
107 Decreto no 7.185/2010
110 Decreto no 5.379/2005
115 Decreto no 5.356/2005
118 Decreto no 4.959/2004
125 Decreto no 3.917/2001
126 Decreto no 93.872/1986
O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação
Apresentação
9
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
da União e dos Territórios e organização judiciá- cargo de provimento em comissão, bem como
ria e do Ministério Público do Distrito Federal; a das concessões de aposentadorias, reformas
�������������������������������������������������������������������������������� e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato
SEÇÃO IX – Da Fiscalização Contábil, concessório;
Financeira e Orçamentária IV – realizar, por iniciativa própria, da Câ-
mara dos Deputados, do Senado Federal, de
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, Comissão técnica ou de inquérito, inspeções
12 orçamentária, operacional e patrimonial da e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, nas de subsídios não aprovados, poderá solicitar à
unidades administrativas dos Poderes Legisla- autoridade governamental responsável que, no
tivo, Executivo e Judiciário, e demais entidades prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos
referidas no inciso II; necessários.
V – fiscalizar as contas nacionais das em- § 1o Não prestados os esclarecimentos, ou
presas supranacionais de cujo capital social a considerados estes insuficientes, a Comissão so-
União participe, de forma direta ou indireta, licitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo
nos termos do tratado constitutivo; sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recur- § 2 o Entendendo o Tribunal irregular a
sos repassados pela União mediante convênio, despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêne- causar dano irreparável ou grave lesão à econo-
res, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; mia pública, proporá ao Congresso Nacional
VII – prestar as informações solicitadas sua sustação.
pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comis- Art. 73. O Tribunal de Contas da União, inte-
sões, sobre a fiscalização contábil, financeira, grado por nove Ministros, tem sede no Distrito
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição
resultados de auditorias e inspeções realizadas; em todo o território nacional, exercendo, no
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de que couber, as atribuições previstas no art. 96.
ilegalidade de despesa ou irregularidade de con- § 1o Os Ministros do Tribunal de Contas da
tas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, União serão nomeados dentre brasileiros que
entre outras cominações, multa proporcional ao satisfaçam os seguintes requisitos:
dano causado ao erário; I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta
IX – assinar prazo para que o órgão ou enti- e cinco anos de idade;
dade adote as providências necessárias ao exato II – idoneidade moral e reputação ilibada;
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; III – notórios conhecimentos jurídicos,
X – sustar, se não atendido, a execução do ato contábeis, econômicos e financeiros ou de ad-
impugnado, comunicando a decisão à Câmara ministração pública;
dos Deputados e ao Senado Federal; IV – mais de dez anos de exercício de função
XI – representar ao Poder competente sobre ou de efetiva atividade profissional que exija os
irregularidades ou abusos apurados. conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 1o No caso de contrato, o ato de sustação § 2o Os Ministros do Tribunal de Contas da
será adotado diretamente pelo Congresso União serão escolhidos:
Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder I – um terço pelo Presidente da República,
Executivo as medidas cabíveis. com aprovação do Senado Federal, sendo dois
§ 2o Se o Congresso Nacional ou o Poder alternadamente dentre auditores e membros do
Executivo, no prazo de noventa dias, não efeti- Ministério Público junto ao Tribunal, indicados
var as medidas previstas no parágrafo anterior, em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os cri-
Dispositivos constitucionais pertinentes
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vi- a) com a correção de erros ou omissões; ou
gência, os prazos, a elaboração e a organização b) com os dispositivos do texto do projeto
do plano plurianual, da lei de diretrizes orça- de lei.
mentárias e da lei orçamentária anual; § 4o As emendas ao projeto de lei de diretri-
II – estabelecer normas de gestão financeira zes orçamentárias não poderão ser aprovadas
e patrimonial da administração direta e indi- quando incompatíveis com o plano plurianual.
reta bem como condições para a instituição e § 5 o O Presidente da República poderá
funcionamento de fundos; enviar mensagem ao Congresso Nacional para
III – dispor sobre critérios para a execução propor modificação nos projetos a que se refere
equitativa, além de procedimentos que serão este artigo enquanto não iniciada a votação,
adotados quando houver impedimentos legais e na Comissão mista, da parte cuja alteração é
técnicos, cumprimento de restos a pagar e limi- proposta. 15
§ 6o Os projetos de lei do plano plurianual, § 14. No caso de impedimento de ordem
das diretrizes orçamentárias e do orçamento técnica, no empenho de despesa que integre
anual serão enviados pelo Presidente da Repú- a programação, na forma do § 11 deste artigo,
blica ao Congresso Nacional, nos termos da lei serão adotadas as seguintes medidas:
complementar a que se refere o art. 165, § 9o. I – até 120 (cento e vinte) dias após a pu-
§ 7o Aplicam-se aos projetos mencionados blicação da lei orçamentária, o Poder Execu-
neste artigo, no que não contrariar o disposto tivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário,
nesta seção, as demais normas relativas ao o Ministério Público e a Defensoria Pública
processo legislativo. enviarão ao Poder Legislativo as justificativas
§ 8o Os recursos que, em decorrência de do impedimento;
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei II – até 30 (trinta) dias após o término do
orçamentária anual, ficarem sem despesas prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo
correspondentes poderão ser utilizados, con- indicará ao Poder Executivo o remanejamento
forme o caso, mediante créditos especiais ou da programação cujo impedimento seja insu-
suplementares, com prévia e específica autori- perável;
zação legislativa. III – até 30 de setembro ou até 30 (trinta)
§ 9o As emendas individuais ao projeto de dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder
lei orçamentária serão aprovadas no limite de Executivo encaminhará projeto de lei sobre o
1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da remanejamento da programação cujo impedi-
receita corrente líquida prevista no projeto en- mento seja insuperável;
caminhado pelo Poder Executivo, sendo que a IV – se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta)
metade deste percentual será destinada a ações dias após o término do prazo previsto no inciso
e serviços públicos de saúde. III, o Congresso Nacional não deliberar sobre o
§ 10. A execução do montante destinado a projeto, o remanejamento será implementado
ações e serviços públicos de saúde previsto no por ato do Poder Executivo, nos termos previs-
§ 9o, inclusive custeio, será computada para fins tos na lei orçamentária.
do cumprimento do inciso I do § 2o do art. 198, § 15. Após o prazo previsto no inciso IV do
vedada a destinação para pagamento de pessoal § 14, as programações orçamentárias previstas
ou encargos sociais. no § 11 não serão de execução obrigatória nos
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária casos dos impedimentos justificados na notifi-
e financeira das programações a que se refere o cação prevista no inciso I do § 14.
§ 9o deste artigo, em montante correspondente § 16. Os restos a pagar poderão ser consi-
a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da derados para fins de cumprimento da execução
receita corrente líquida realizada no exercício financeira prevista no § 11 deste artigo, até o li-
anterior, conforme os critérios para a execu- mite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita
ção equitativa da programação definidos na corrente líquida realizada no exercício anterior.
lei complementar prevista no § 9o do art. 165. § 17. Se for verificado que a reestimativa
§ 12. As programações orçamentárias pre- da receita e da despesa poderá resultar no não
vistas no § 9o deste artigo não serão de execução cumprimento da meta de resultado fiscal esta-
obrigatória nos casos dos impedimentos de belecida na lei de diretrizes orçamentárias, o
ordem técnica. montante previsto no § 11 deste artigo poderá
Gestão orçamentária pública
§ 13. Quando a transferência obrigatória ser reduzido em até a mesma proporção da limi-
da União, para a execução da programação tação incidente sobre o conjunto das despesas
prevista no § 11 deste artigo, for destinada a discricionárias.
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, § 18. Considera-se equitativa a execução
independerá da adimplência do ente federativo das programações de caráter obrigatório que
destinatário e não integrará a base de cálculo da atenda de forma igualitária e impessoal às
receita corrente líquida para fins de aplicação emendas apresentadas, independentemente
dos limites de despesa de pessoal de que trata da autoria.
16 o caput do art. 169.
Art. 167. São vedados: I, a, e II, para a realização de despesas distintas
I – o início de programas ou projetos não do pagamento de benefícios do regime geral
incluídos na lei orçamentária anual; de previdência social de que trata o art. 201.
II – a realização de despesas ou a assunção § 1o Nenhum investimento cuja execução
de obrigações diretas que excedam os créditos ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
orçamentários ou adicionais; iniciado sem prévia inclusão no plano pluria-
III – a realização de operações de créditos nual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob
que excedam o montante das despesas de capi- pena de crime de responsabilidade.
tal, ressalvadas as autorizadas mediante créditos § 2o Os créditos especiais e extraordinários
suplementares ou especiais com finalidade terão vigência no exercício financeiro em que
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por forem autorizados, salvo se o ato de autoriza-
maioria absoluta; ção for promulgado nos últimos quatro meses
IV – a vinculação de receita de impostos a daquele exercício, caso em que, reabertos nos
órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a reparti- limites de seus saldos, serão incorporados ao
ção do produto da arrecadação dos impostos a orçamento do exercício financeiro subsequente.
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação § 3o A abertura de crédito extraordinário
de recursos para as ações e serviços públicos somente será admitida para atender a despesas
de saúde, para manutenção e desenvolvimento imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes
do ensino e para realização de atividades da de guerra, comoção interna ou calamidade
administração tributária, como determinado, pública, observado o disposto no art. 62.
respectivamente, pelos arts. 198, § 2o, 212 e 37, § 4o É permitida a vinculação de receitas
XXII, e a prestação de garantias às operações próprias geradas pelos impostos a que se refe-
de crédito por antecipação de receita, previstas rem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que
no art. 165, § 8o, bem como o disposto no § 4o tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
deste artigo; prestação de garantia ou contragarantia à União
V – a abertura de crédito suplementar ou e para pagamento de débitos para com esta.
especial sem prévia autorização legislativa e § 5o A transposição, o remanejamento ou a
sem indicação dos recursos correspondentes; transferência de recursos de uma categoria de
VI – a transposição, o remanejamento ou a programação para outra poderão ser admitidos,
transferência de recursos de uma categoria de no âmbito das atividades de ciência, tecnologia
programação para outra ou de um órgão para e inovação, com o objetivo de viabilizar os re-
outro, sem prévia autorização legislativa; sultados de projetos restritos a essas funções,
VII – a concessão ou utilização de créditos mediante ato do Poder Executivo, sem necessi-
ilimitados; dade da prévia autorização legislativa prevista
VIII – a utilização, sem autorização legislati- no inciso VI deste artigo.
va específica, de recursos dos orçamentos fiscal
e da seguridade social para suprir necessidade Art. 168. Os recursos correspondentes às
ou cobrir déficit de empresas, fundações e fun- dotações orçamentárias, compreendidos os
Dispositivos constitucionais pertinentes
dos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5o; créditos suplementares e especiais, destinados
IX – a instituição de fundos de qualquer aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário,
natureza, sem prévia autorização legislativa; do Ministério Público e da Defensoria Pública,
X – a transferência voluntária de recursos ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês,
e a concessão de empréstimos, inclusive por em duodécimos, na forma da lei complementar
antecipação de receita, pelos Governos Fede- a que se refere o art. 165, § 9o.
ral e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inati-
inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito vo da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Federal e dos Municípios; dos Municípios não poderá exceder os limites
XI – a utilização dos recursos provenientes estabelecidos em lei complementar.
das contribuições sociais de que trata o art. 195, 17
§ 1o A concessão de qualquer vantagem ou I – redução em pelo menos vinte por cento
aumento de remuneração, a criação de cargos, das despesas com cargos em comissão e funções
empregos e funções ou alteração de estrutura de de confiança;
carreiras, bem como a admissão ou contratação II – exoneração dos servidores não estáveis.
de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e § 4o Se as medidas adotadas com base no
entidades da administração direta ou indireta, parágrafo anterior não forem suficientes para
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo assegurar o cumprimento da determinação
poder público, só poderão ser feitas: da lei complementar referida neste artigo, o
I – se houver prévia dotação orçamentária servidor estável poderá perder o cargo, desde
suficiente para atender às projeções de despesa que ato normativo motivado de cada um dos
de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; Poderes especifique a atividade funcional, o
II – se houver autorização específica na lei de órgão ou unidade administrativa objeto da
diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empre- redução de pessoal.
sas públicas e as sociedades de economia mista. § 5o O servidor que perder o cargo na forma
§ 2o Decorrido o prazo estabelecido na do parágrafo anterior fará jus a indenização
lei complementar referida neste artigo para a correspondente a um mês de remuneração por
adaptação aos parâmetros ali previstos, serão ano de serviço.
imediatamente suspensos todos os repasses § 6o O cargo objeto da redução prevista nos
de verbas federais ou estaduais aos Estados, parágrafos anteriores será considerado extinto,
ao Distrito Federal e aos Municípios que não vedada a criação de cargo, emprego ou função
observarem os referidos limites. com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
§ 3o Para o cumprimento dos limites estabe- prazo de quatro anos.
lecidos com base neste artigo, durante o prazo § 7o Lei federal disporá sobre as normas
fixado na lei complementar referida no caput, gerais a serem obedecidas na efetivação do
a União, os Estados, o Distrito Federal e os disposto no § 4o.
Municípios adotarão as seguintes providências: �������������������������������������������������������������������������������
Gestão orçamentária pública
18
Normas principais
Lei Complementar no 101/2000
Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências.
1
Nota do Editor (NE): eficácia do § 3o suspensa por 2
NE: eficácia do § 2o suspensa por força de medida
força de medida liminar da ADI no 2.238-5. liminar da ADI no 2.238-5. 23
II – estar acompanhada de medidas de com- I – adequada com a lei orçamentária anual, a
pensação, no período mencionado no caput, despesa objeto de dotação específica e suficien-
por meio do aumento de receita, proveniente te, ou que esteja abrangida por crédito genérico,
da elevação de alíquotas, ampliação da base de de forma que somadas todas as despesas da
cálculo, majoração ou criação de tributo ou mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas
contribuição. no programa de trabalho, não sejam ultrapas-
§ 1o A renúncia compreende anistia, remis- sados os limites estabelecidos para o exercício;
são, subsídio, crédito presumido, concessão II – compatível com o plano plurianual e a
de isenção em caráter não geral, alteração de lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que
alíquota ou modificação de base de cálculo que se conforme com as diretrizes, objetivos, prio-
implique redução discriminada de tributos ou ridades e metas previstos nesses instrumentos
contribuições, e outros benefícios que corres- e não infrinja qualquer de suas disposições.
pondam a tratamento diferenciado. § 2o A estimativa de que trata o inciso I
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do caput será acompanhada das premissas e
do incentivo ou benefício de que trata o caput metodologia de cálculo utilizadas.
deste artigo decorrer da condição contida § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a
no inciso II, o benefício só entrará em vigor despesa considerada irrelevante, nos termos em
quando implementadas as medidas referidas que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
no mencionado inciso. § 4o As normas do caput constituem con-
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: dição prévia para:
I – às alterações das alíquotas dos impostos I – empenho e licitação de serviços, forneci-
previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da mento de bens ou execução de obras;
Constituição, na forma do seu § 1o; II – desapropriação de imóveis urbanos a
II – ao cancelamento de débito cujo mon- que se refere o § 3o do art. 182 da Constituição.
tante seja inferior ao dos respectivos custos de
cobrança.
SUBSEÇÃO I – Da Despesa Obrigatória de
Caráter Continuado
CAPÍTULO IV – Da Despesa Pública
SEÇÃO I – Da Geração da Despesa Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter
continuado a despesa corrente derivada de
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, lei, medida provisória ou ato administrativo
irregulares e lesivas ao patrimônio público a normativo que fixem para o ente a obrigação
geração de despesa ou assunção de obrigação legal de sua execução por um período superior
que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17. a dois exercícios.
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoa- despesa de que trata o caput deverão ser ins-
mento de ação governamental que acarrete truídos com a estimativa prevista no inciso I
aumento da despesa será acompanhado de: do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos
I – estimativa do impacto orçamentário- para seu custeio.
financeiro no exercício em que deva entrar em § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o
Gestão orçamentária pública
b) Estadual, a Assembleia Legislativa e os limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será rea-
Tribunais de Contas; lizada ao final de cada quadrimestre.
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa Parágrafo único. Se a despesa total com
e o Tribunal de Contas do Distrito Federal; pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por
d) Municipal, a Câmara de Vereadores e cento) do limite, são vedados ao Poder ou
o Tribunal de Contas do Município, quando órgão referido no art. 20 que houver incorrido
houver; no excesso:
III – no Poder Judiciário: I – concessão de vantagem, aumento, rea-
26 juste ou adequação de remuneração a qualquer
título, salvo os derivados de sentença judicial § 4o As restrições do § 3o aplicam-se imedia-
ou de determinação legal ou contratual, ressal- tamente se a despesa total com pessoal exceder
vada a revisão prevista no inciso X do art. 37 o limite no primeiro quadrimestre do último
da Constituição; ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão
II – criação de cargo, emprego ou função; referidos no art. 20.
III – alteração de estrutura de carreira que
implique aumento de despesa;
IV – provimento de cargo público, admissão SEÇÃO III – Das Despesas com a
ou contratação de pessoal a qualquer título, Seguridade Social
ressalvada a reposição decorrente de aposen-
tadoria ou falecimento de servidores das áreas Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo
de educação, saúde e segurança; à seguridade social poderá ser criado, majora-
V – contratação de hora extra, salvo no caso do ou estendido sem a indicação da fonte de
do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da custeio total, nos termos do § 5o do art. 195
Constituição e as situações previstas na lei de da Constituição, atendidas ainda as exigências
diretrizes orçamentárias. do art. 17.
§ 1o É dispensada da compensação referida
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:
Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar I – concessão de benefício a quem satisfaça
os limites definidos no mesmo artigo, sem as condições de habilitação prevista na legisla-
prejuízo das medidas previstas no art. 22, o ção pertinente;
percentual excedente terá de ser eliminado nos II – expansão quantitativa do atendimento
dois quadrimestres seguintes, sendo pelo me- e dos serviços prestados;
nos um terço no primeiro, adotando-se, entre III – reajustamento de valor do benefício
outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.
do art. 169 da Constituição. § 2o O disposto neste artigo aplica-se a
§ 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 benefício ou serviço de saúde, previdência e
da Constituição, o objetivo poderá ser alcan- assistência social, inclusive os destinados aos
çado tanto pela extinção de cargos e funções servidores públicos e militares, ativos e inativos,
quanto pela redução dos valores a eles atri- e aos pensionistas.
buídos.3
§ 2o É facultada a redução temporária da
jornada de trabalho com adequação dos ven- CAPÍTULO V – Das Transferências
cimentos à nova carga horária.4 Voluntárias
§ 3o Não alcançada a redução no prazo
estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o Art. 25. Para efeito desta Lei Complemen-
ente não poderá: tar, entende-se por transferência voluntária a
I – receber transferências voluntárias; entrega de recursos correntes ou de capital a
II – obter garantia, direta ou indireta, de outro ente da Federação, a título de coopera-
outro ente; ção, auxílio ou assistência financeira, que não
III – contratar operações de crédito, res- decorra de determinação constitucional, legal
salvadas as destinadas ao refinanciamento da ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
dívida mobiliária e as que visem à redução das § 1o São exigências para a realização de
despesas com pessoal. transferência voluntária, além das estabelecidas
Normas principais
mobiliária federal a que se refere o inciso XIV SEÇÃO III – Da Recondução da Dívida aos
do art. 48 da Constituição, acompanhado da Limites
demonstração de sua adequação aos limites
fixados para a dívida consolidada da União, Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente
atendido o disposto no inciso I do § 1o deste da Federação ultrapassar o respectivo limite
artigo. ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele 29
reconduzida até o término dos três subsequen- operação, exceto no caso de operações por
tes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% antecipação de receita;
(vinte e cinco por cento) no primeiro. III – observância dos limites e condições
§ 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente fixados pelo Senado Federal;
que nele houver incorrido: IV – autorização específica do Senado Fe-
I – estará proibido de realizar operação de deral, quando se tratar de operação de crédito
crédito interna ou externa, inclusive por anteci- externo;
pação de receita, ressalvado o refinanciamento V – atendimento do disposto no inciso III
do principal atualizado da dívida mobiliária; do art. 167 da Constituição;
II – obterá resultado primário necessário à VI – observância das demais restrições esta-
recondução da dívida ao limite, promovendo, belecidas nesta Lei Complementar.
entre outras medidas, limitação de empenho, § 2o As operações relativas à dívida mo-
na forma do art. 9o. biliária federal autorizadas, no texto da lei
§ 2o Vencido o prazo para retorno da dívida orçamentária ou de créditos adicionais, serão
ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente objeto de processo simplificado que atenda às
ficará também impedido de receber transferên- suas especificidades.
cias voluntárias da União ou do Estado. § 3 o Para fins do disposto no inciso V
§ 3o As restrições do § 1o aplicam-se ime- do § 1o, considerar-se-á, em cada exercício
diatamente se o montante da dívida exceder financeiro, o total dos recursos de operações
o limite no primeiro quadrimestre do último de crédito nele ingressados e o das despesas de
ano do mandato do Chefe do Poder Executivo. capital executadas, observado o seguinte:
§ 4o O Ministério da Fazenda divulgará, I – não serão computadas nas despesas de
mensalmente, a relação dos entes que tenham capital as realizadas sob a forma de empréstimo
ultrapassado os limites das dívidas consolidada ou financiamento a contribuinte, com o intuito
e mobiliária. de promover incentivo fiscal, tendo por base
§ 5o As normas deste artigo serão observa- tributo de competência do ente da Federação,
das nos casos de descumprimento dos limites se resultar a diminuição, direta ou indireta, do
da dívida mobiliária e das operações de crédito ônus deste;
internas e externas. II – se o empréstimo ou financiamento a que
se refere o inciso I for concedido por instituição
financeira controlada pelo ente da Federação, o
SEÇÃO IV – Das Operações de Crédito valor da operação será deduzido das despesas
SUBSEÇÃO I – Da Contratação de capital;
III – (Vetado).
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o § 4o Sem prejuízo das atribuições próprias
cumprimento dos limites e condições relativos à do Senado Federal e do Banco Central do Bra-
realização de operações de crédito de cada ente sil, o Ministério da Fazenda efetuará o registro
da Federação, inclusive das empresas por eles eletrônico centralizado e atualizado das dívidas
controladas, direta ou indiretamente. públicas interna e externa, garantido o acesso
§ 1o O ente interessado formalizará seu público às informações, que incluirão:
pleito fundamentando-o em parecer de seus I – encargos e condições de contratação;
Gestão orçamentária pública
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art.
referido no art. 20, nos últimos dois quadri- 5o, a lei orçamentária e as de créditos adicionais
mestres do seu mandato, contrair obrigação só incluirão novos projetos após adequadamen- 33
te atendidos os em andamento e contempladas acesso público: os planos, orçamentos e leis
as despesas de conservação do patrimônio de diretrizes orçamentárias; as prestações de
público, nos termos em que dispuser a lei de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório
diretrizes orçamentárias. Resumido da Execução Orçamentária e o Rela-
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada tório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
ente encaminhará ao Legislativo, até a data do desses documentos.
envio do projeto de lei de diretrizes orçamen- § 1o A transparência será assegurada tam-
tárias, relatório com as informações necessárias bém mediante:
ao cumprimento do disposto neste artigo, ao I – incentivo à participação popular e
qual será dada ampla divulgação. realização de audiências públicas, durante os
processos de elaboração e discussão dos planos,
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desa- lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;
propriação de imóvel urbano expedido sem o II – liberação ao pleno conhecimento e
atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da acompanhamento da sociedade, em tempo
Constituição, ou prévio depósito judicial do real, de informações pormenorizadas sobre a
valor da indenização. execução orçamentária e financeira, em meios
eletrônicos de acesso público; e
III – adoção de sistema integrado de ad-
SEÇÃO III – Das Empresas Controladas pelo ministração financeira e controle, que atenda
Setor Público a padrão mínimo de qualidade estabelecido
pelo Poder Executivo da União e ao disposto
Art. 47. A empresa controlada que firmar no art. 48-A.
contrato de gestão em que se estabeleçam ob- § 2o A União, os Estados, o Distrito Federal
jetivos e metas de desempenho, na forma da lei, e os Municípios disponibilizarão suas informa-
disporá de autonomia gerencial, orçamentária e ções e dados contábeis, orçamentários e fiscais
financeira, sem prejuízo do disposto no inciso conforme periodicidade, formato e sistema es-
II do § 5o do art. 165 da Constituição. tabelecidos pelo órgão central de contabilidade
Parágrafo único. A empresa controlada da União, os quais deverão ser divulgados em
incluirá em seus balanços trimestrais nota meio eletrônico de amplo acesso público.
explicativa em que informará: § 3o Os Estados, o Distrito Federal e os
I – fornecimento de bens e serviços ao con- Municípios encaminharão ao Ministério da
trolador, com respectivos preços e condições, Fazenda, nos termos e na periodicidade a serem
comparando-os com os praticados no mercado; definidos em instrução específica deste órgão,
II – recursos recebidos do controlador, a as informações necessárias para a constituição
qualquer título, especificando valor, fonte e do registro eletrônico centralizado e atualizado
destinação; das dívidas públicas interna e externa, de que
III – venda de bens, prestação de serviços trata o § 4o do art. 32.
ou concessão de empréstimos e financiamentos § 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o
com preços, taxas, prazos ou condições diferen- e 3o ensejará as penalidades previstas no § 2o
tes dos vigentes no mercado. do art. 51.
§ 5o Nos casos de envio conforme dispos-
Gestão orçamentária pública
contas públicas observará as seguintes: I – Municípios, com cópia para o Poder Exe-
I – a disponibilidade de caixa constará de cutivo do respectivo Estado, até trinta de abril;
registro próprio, de modo que os recursos vin- II – Estados, até trinta e um de maio.
culados a órgão, fundo ou despesa obrigatória § 2o O descumprimento dos prazos previs-
fiquem identificados e escriturados de forma tos neste artigo impedirá, até que a situação
individualizada; seja regularizada, que o ente da Federação 35
receba transferências voluntárias e contrate IV – despesas com juros, na forma do inciso
operações de crédito, exceto as destinadas ao II do art. 4o;
refinanciamento do principal atualizado da V – Restos a Pagar, detalhando, por Poder e
dívida mobiliária. órgão referido no art. 20, os valores inscritos,
os pagamentos realizados e o montante a pagar.
§ 1o O relatório referente ao último bimestre
SEÇÃO III – Do Relatório Resumido da do exercício será acompanhado também de
Execução Orçamentária demonstrativos:
I – do atendimento do disposto no inciso
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do III do art. 167 da Constituição, conforme o
art. 165 da Constituição abrangerá todos os § 3o do art. 32;
Poderes e o Ministério Público, será publicado II – das projeções atuariais dos regimes de
até trinta dias após o encerramento de cada previdência social, geral e próprio dos servi-
bimestre e composto de: dores públicos;
I – balanço orçamentário, que especificará, III – da variação patrimonial, evidenciando
por categoria econômica, as: a alienação de ativos e a aplicação dos recursos
a) receitas por fonte, informando as realiza- dela decorrentes.
das e a realizar, bem como a previsão atualizada; § 2o Quando for o caso, serão apresentadas
b) despesas por grupo de natureza, discri- justificativas:
minando a dotação para o exercício, a despesa I – da limitação de empenho;
liquidada e o saldo; II – da frustração de receitas, especificando
II – demonstrativos da execução das: as medidas de combate à sonegação e à evasão
a) receitas, por categoria econômica e fon- fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscali-
te, especificando a previsão inicial, a previsão zação e cobrança.
atualizada para o exercício, a receita realizada
no bimestre, a realizada no exercício e a pre-
visão a realizar; SEÇÃO IV – Do Relatório de Gestão Fiscal
b) despesas, por categoria econômica e
grupo de natureza da despesa, discriminando Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será
dotação inicial, dotação para o exercício, des- emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos
pesas empenhada e liquidada, no bimestre e referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal,
no exercício; assinado pelo:
c) despesas, por função e subfunção. I – Chefe do Poder Executivo;
§ 1o Os valores referentes ao refinanciamen- II – Presidente e demais membros da Mesa
to da dívida mobiliária constarão destacada- Diretora ou órgão decisório equivalente, con-
mente nas receitas de operações de crédito e nas forme regimentos internos dos órgãos do Poder
despesas com amortização da dívida. Legislativo;
§ 2o O descumprimento do prazo previsto III – Presidente de Tribunal e demais mem-
neste artigo sujeita o ente às sanções previstas bros de Conselho de Administração ou órgão
no § 2o do art. 51. decisório equivalente, conforme regimentos
internos dos órgãos do Poder Judiciário;
Gestão orçamentária pública
37
SEÇÃO VI – Da Fiscalização da Gestão § 3o O Tribunal de Contas da União acom-
Fiscal panhará o cumprimento do disposto nos §§ 2o,
3o e 4o do art. 39.
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou
com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o
sistema de controle interno de cada Poder e do CAPÍTULO X – Das Disposições Finais e
Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento Transitórias
das normas desta Lei Complementar, com ên-
fase no que se refere a: Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá
I – atingimento das metas estabelecidas na fixar limites inferiores àqueles previstos nesta
lei de diretrizes orçamentárias; Lei Complementar para as dívidas consolidada
II – limites e condições para realização de e mobiliária, operações de crédito e concessão
operações de crédito e inscrição em Restos a de garantias.
Pagar;
III – medidas adotadas para o retorno da Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde
despesa total com pessoal ao respectivo limite, que devidamente escriturados em sistema cen-
nos termos dos arts. 22 e 23; tralizado de liquidação e custódia, poderão ser
IV – providências tomadas, conforme o oferecidos em caução para garantia de emprés-
disposto no art. 31, para recondução dos mon- timos, ou em outras transações previstas em lei,
tantes das dívidas consolidada e mobiliária aos pelo seu valor econômico, conforme definido
respectivos limites; pelo Ministério da Fazenda.
V – destinação de recursos obtidos com a
alienação de ativos, tendo em vista as restrições Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o
constitucionais e as desta Lei Complementar; custeio de despesas de competência de outros
VI – cumprimento do limite de gastos totais entes da Federação se houver:
dos legislativos municipais, quando houver. I – autorização na lei de diretrizes orçamen-
§ 1o Os Tribunais de Contas alertarão os tárias e na lei orçamentária anual;
Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando II – convênio, acordo, ajuste ou congênere,
constatarem: conforme sua legislação.
I – a possibilidade de ocorrência das situa-
ções previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o; Art. 63. É facultado aos Municípios com
II – que o montante da despesa total com população inferior a cinquenta mil habitantes
pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) optar por:
do limite; I – aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do
III – que os montantes das dívidas consoli- art. 30 ao final do semestre;
dada e mobiliária, das operações de crédito e II – divulgar semestralmente:
da concessão de garantia se encontram acima a) (Vetada);
de 90% (noventa por cento) dos respectivos b) o Relatório de Gestão Fiscal;
limites; c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
IV – que os gastos com inativos e pensio- III – elaborar o Anexo de Política Fiscal do
nistas se encontram acima do limite definido plano plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e
Gestão orçamentária pública
Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição,
no período correspondente aos quatro últimos é criado o Fundo do Regime Geral de Previ-
trimestres. dência Social, vinculado ao Ministério da Pre-
§ 2o A taxa de variação será aquela apurada vidência e Assistência Social, com a finalidade
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia de prover recursos para o pagamento dos be-
e Estatística ou outro órgão que vier a subs- nefícios do regime geral da previdência social. 39
§ 1o O Fundo será constituído de: até 10% (dez por cento), se esta for inferior ao
I – bens móveis e imóveis, valores e rendas limite definido na forma do art. 20.
do Instituto Nacional do Seguro Social não
utilizados na operacionalização deste; Art. 72. A despesa com serviços de terceiros
II – bens e direitos que, a qualquer título, dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não
lhe sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser poderá exceder, em percentual da receita cor-
vinculados por força de lei; rente líquida, a do exercício anterior à entrada
III – receita das contribuições sociais para a em vigor desta Lei Complementar, até o térmi-
seguridade social, previstas na alínea “a” do in- no do terceiro exercício seguinte.
ciso I e no inciso II do art. 195 da Constituição;
IV – produto da liquidação de bens e ativos Art. 73. As infrações dos dispositivos desta
de pessoa física ou jurídica em débito com a Lei Complementar serão punidas segundo o
Previdência Social; Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
V – resultado da aplicação financeira de (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de
seus ativos; 1950; o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro
VI – recursos provenientes do orçamento de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992;
da União. e demais normas da legislação pertinente.
§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto
Nacional do Seguro Social, na forma da lei. Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para
Art. 69. O ente da Federação que mantiver denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e
ou vier a instituir regime próprio de previdên- ao órgão competente do Ministério Público o
cia social para seus servidores conferir-lhe-á descumprimento das prescrições estabelecidas
caráter contributivo e o organizará com base nesta Lei Complementar.
em normas de contabilidade e atuária que
preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial. Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes
prazos para o cumprimento das determinações
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 dispostas nos incisos II e III do parágrafo único
cuja despesa total com pessoal no exercício an- do art. 48 e do art. 48-A:
terior ao da publicação desta Lei Complementar I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o
estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. Distrito Federal e os Municípios com mais de
19 e 20 deverá enquadrar-se no respectivo limi- 100.000 (cem mil) habitantes;
te em até dois exercícios, eliminando o excesso, II – 2 (dois) anos para os Municípios que
gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000
a.a. (cinquenta por cento ao ano), mediante (cem mil) habitantes;
a adoção, entre outras, das medidas previstas III – 4 (quatro) anos para os Municípios que
nos arts. 22 e 23. tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes.
Parágrafo único. A inobservância do dispos- Parágrafo único. Os prazos estabelecidos
to no caput, no prazo fixado, sujeita o ente às neste artigo serão contados a partir da data de
sanções previstas no § 3o do art. 23. publicação da lei complementar que introduziu
os dispositivos referidos no caput deste artigo.
Gestão orçamentária pública
Normas principais
41
Lei no 4.320/1964
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 3o A Lei de Orçamentos compreenderá
e eu sanciono a seguinte Lei: todas as receitas, inclusive as de operações de
crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR os fins deste artigo as operações de credito por
antecipação da receita, as emissões de papel-
Art. 1o Esta lei estatui normas gerais de di- moeda e outras entradas compensatórias, no
reito financeiro para elaboração e controle dos ativo e passivo financeiros.
orçamentos e balanços da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo Art. 4o A Lei de Orçamento compreenderá to-
com o disposto no art. 5o, inciso XV, letra b, da das as despesas próprias dos órgãos do Governo
Constituição Federal. e da administração centralizada, ou que, por
intermédio deles se devam realizar, observado
o disposto no artigo 2o.
TÍTULO I – Da Lei de Orçamento
CAPÍTULO I – Disposições Gerais Art. 5o A Lei de Orçamento não consignará
dotações globais destinadas a atender indife-
Art. 2o A Lei do Orçamento conterá a dis- rentemente a despesas de pessoal, material,
criminação da receita e despesa de forma a serviços de terceiros, transferências ou quais-
evidenciar a política econômica financeira e quer outras, ressalvado o disposto no artigo 20
o programa de trabalho do Governo, obede- e seu parágrafo único.
cidos os princípios de unidade universalidade
e anualidade. Art. 6o Todas as receitas e despesas constarão
§ 1o Integrarão a Lei de Orçamento: da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
I – sumário geral da receita por fontes e da quaisquer deduções.
despesa por funções do Governo; § 1o As cotas de receitas que uma entidade
II – quadro demonstrativo da Receita e pública deva transferir a outra incluir-se-ão,
Despesa segundo as Categorias Econômicas, como despesa, no orçamento da entidade
na forma do Anexo no 1; obrigada a transferência e, como receita, no
III – quadro discriminativo da receita por orçamento da que as deva receber.
fontes e respectiva legislação; § 2 o Para cumprimento do disposto no
IV – quadro das dotações por órgãos do parágrafo anterior, o cálculo das cotas terá
Governo e da Administração. por base os dados apurados no balanço do
Gestão orçamentária pública
a proposta;
b) a receita prevista para o exercício em que Art. 25. Os programas constantes do Quadro
se elabora a proposta; de Recursos e de Aplicação de Capital sempre
c) a receita prevista para o exercício a que que possível serão correlacionados a metas
se refere a proposta; objetivas em termos de realização de obras e
d) a despesa realizada no exercício imedia- de prestação de serviços.
tamente anterior; Parágrafo único. Consideram-se metas os
e) a despesa fixada para o exercício em que resultados que se pretendem obter com a rea-
46 se elabora a proposta; e lização de cada programa.
Art. 26. A proposta orçamentária conterá o TÍTULO III – Da Elaboração da Lei de
programa anual atualizado dos investimentos, Orçamento
inversões financeiras e transferências previs-
tos no Quadro de Recursos e de Aplicação de Art. 32. Se não receber a proposta orçamen-
Capital. tária no prazo fixado nas Constituições ou
nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder
Legislativo considerará como proposta a Lei
SEÇÃO SEGUNDA – Das Previsões Anuais de Orçamento vigente.
Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com
ou de arrecadação organizar demonstrações o ano civil.
mensais da receita arrecadada, segundo as
rubricas, para servirem de base à estimativa da Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
receita, na proposta orçamentária. I – as receitas nele arrecadadas;
Parágrafo único. Quando houver órgão II – as despesas nele legalmente empenha-
central de orçamento, essas demonstrações das.
ser-lhe-ão remetidas mensalmente.
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as
Art. 30. A estimativa da receita terá por base despesas empenhadas mas não pagas até o dia
as demonstrações a que se refere o artigo ante- 31 de dezembro distinguindo-se as processadas
rior à arrecadação dos três últimos exercícios, das não processadas.
pelo menos, bem como as circunstâncias de Parágrafo único. Os empenhos que sorvem
ordem conjuntural e outras, que possam afetar a conta de créditos com vigência plurienal, que
a produtividade de cada fonte de receita. não tenham sido liquidados, só serão compu-
tados como Restos a Pagar no último ano de
Normas principais
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência Art. 52. São objeto de lançamento os im-
adstrita ao exercício financeiro em que forem postos diretos e quaisquer outras rendas com
abertos, salvo expressa disposição legal em con- vencimento determinado em lei, regulamento
trário, quanto aos especiais e extraordinários. ou contrato.
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional in- Art. 53. O lançamento da receita é ato da re-
dicará a importância, a espécie do mesmo e a partição competente, que verifica a procedência
classificação da despesa, até onde for possível. do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora
e inscreve o débito desta.
Art. 71. Constitui fundo especial o produto de Art. 77. A verificação da legalidade dos atos
receitas especificadas que por lei se vinculam à de execução orçamentária será prévia, conco-
realização de determinados objetivos ou servi- mitante e subsequente.
ços, facultada a adoção de normas peculiares
de aplicação. Art. 78. Além da prestação ou tomada de
contas anual, quando instituída em lei, ou por
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentá- fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo,
rias vinculadas a fundos especiais far-se-á atra- levantamento, prestação ou tomada de contas
vés de dotação consignada na Lei de Orçamento de todos os responsáveis por bens ou valores
ou em créditos adicionais. públicos.
Art. 112. Para cumprimento do disposto Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a
no artigo precedente, a União, os Estados, os partir de 1o de janeiro de 1964 para o fim da
Municípios e o Distrito Federal remeterão ao elaboração dos orçamentos e a partir de 1o de
mencionado órgão, até 30 de abril, os orçamen- janeiro de 1965, quanto às demais atividades
tos do exercício, e até 30 de junho, os balanços estatuídas.
do exercício anterior.
Parágrafo único. O pagamento, pela União, Art. 115. Revogam-se as disposições em
de auxílio ou contribuição a Estados, Municí- contrário.
pios ou Distrito Federal, cuja concessão não de-
corra de imperativo constitucional, dependerá Brasília, 17 de março de 1964; 143o da Indepen-
de prova do atendimento ao que se determina dência e 76o da República.
neste artigo.
JOÃO GOULART – Abelardo Jurema – Sylvio
Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das Borges de Souza Motta – Jair Ribeiro – João
presentes normas, o Conselho Técnico de Augusto de Araújo Castro – Waldyr Ramos
Economia e Finanças do Ministério da Fazenda Borges – Expedito Machado – Oswaldo Costa
atenderá a consultas, coligirá elementos, pro- Lima Filho – Júlio Forquim Sambaquy – Amaury
moverá o intercâmbio de dados informativos, Silva – Anysio Botelho – Wilson Fadul – Antonio
expedirá recomendações técnicas, quando Oliveira Brito – Egydio Michaelsen
solicitadas, e atualizará sempre que julgar con-
veniente, os anexos que integram a presente lei. Promulgada em 17/3/1964, publicada no DOU de
Parágrafo único. Para os fins previstos neste 23/3/1964 e retificada no DOU de 9/4/1964 e no de
artigo, poderão ser promovidas, quando neces- 3/6/1964.
Normas principais
55
Decreto no 62.115/1968
Regulamenta o artigo 37 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
56
Normas correlatas
Lei no 13.249/2016
Institui o Plano Plurianual da União para o período de 2016 a 2019.
medidas corretivas a serem adotadas quando Brasília, 13 de janeiro de 2016; 195o da Inde-
houver indicativo de que metas estabelecidas pendência e 128o da República.
não serão atingidas até o término do Plano; e
c) execução financeira das ações vinculadas DILMA ROUSSEFF – Nelson Barbosa – Valdir
aos objetivos dos Programas Temáticos. Moysés Simão
compatibilização de normas e tarefas afins aos dência da República tem como área de atuação
diversos Sistemas, nos planos federal, estadual, todos os órgãos integrantes da Presidência da
distrital e municipal. República, ressalvados outros determinados
em legislação específica.
61
Art. 5 o Sem prejuízo das competências previsões e informação estratégica sobre
constitucionais e legais de outros Poderes, as tendências e mudanças no âmbito nacional e
unidades responsáveis pelos seus orçamentos internacional;
ficam sujeitas à orientação normativa do órgão VI – identificar, analisar e avaliar os investi-
central do Sistema. mentos estratégicos do Governo, suas fontes de
financiamento e sua articulação com os inves-
Art. 6o Sem prejuízo das competências cons- timentos privados, bem como prestar o apoio
titucionais e legais de outros Poderes e órgãos gerencial e institucional à sua implementação;
da Administração Pública Federal, os órgãos VII – realizar estudos e pesquisas socioeco-
integrantes do Sistema de Planejamento e de nômicas e análises de políticas públicas;
Orçamento Federal e as unidades responsáveis VIII – estabelecer políticas e diretrizes gerais
pelo planejamento e orçamento dos demais para a atuação das empresas estatais.
Poderes realizarão o acompanhamento e a Parágrafo único. Consideram-se empresas
avaliação dos planos e programas respectivos. estatais, para efeito do disposto no inciso VIII,
as empresas públicas, as sociedades de econo-
mia mista, suas subsidiárias e controladas e
SEÇÃO I – Do Planejamento Federal demais empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital
Art. 7o Compete às unidades responsáveis social com direito a voto.
pelas atividades de planejamento:
I – elaborar e supervisionar a execução de
planos e programas nacionais e setoriais de SEÇÃO II – Do Orçamento Federal
desenvolvimento econômico e social;
II – coordenar a elaboração dos projetos Art. 8o Compete às unidades responsáveis
de lei do plano plurianual e o item, metas e pelas atividades de orçamento:
prioridades da Administração Pública Fede- I – coordenar, consolidar e supervisionar
ral, integrantes do projeto de lei de diretrizes a elaboração dos projetos da lei de diretrizes
orçamentárias, bem como de suas alterações, orçamentárias e da lei orçamentária da União,
compatibilizando as propostas de todos os compreendendo os orçamentos fiscal, da segu-
Poderes, órgãos e entidades integrantes da ridade social e de investimento das empresas
Administração Pública Federal com os objeti- estatais;
vos governamentais e os recursos disponíveis; II – estabelecer normas e procedimentos
III – acompanhar física e financeiramente necessários à elaboração e à implementação
os planos e programas referidos nos incisos I dos orçamentos federais, harmonizando-os
e II deste artigo, bem como avaliá-los, quanto com o plano plurianual;
à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar III – realizar estudos e pesquisas concernen-
o processo de alocação de recursos públicos, tes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento
a política de gastos e a coordenação das ações do processo orçamentário federal;
do governo; IV – acompanhar e avaliar a execução
IV – assegurar que as unidades administra- orçamentária e financeira, sem prejuízo da
tivas responsáveis pela execução dos progra- competência atribuída a outros órgãos;
Gestão orçamentária pública
62
TÍTULO III – Do Sistema de Administração V – controlar a dívida decorrente de ope-
Financeira Federal rações de crédito de responsabilidade, direta e
CAPÍTULO I – Das Finalidades indireta, do Tesouro Nacional;
VI – administrar as operações de crédito
Art. 9o O Sistema de Administração Finan- sob a responsabilidade do Tesouro Nacional;
ceira Federal visa ao equilíbrio financeiro do VII – manter controle dos compromissos
Governo Federal, dentro dos limites da receita que onerem, direta ou indiretamente, a União
e despesa públicas. junto a entidades ou organismos internacionais;
VIII – editar normas sobre a programação
financeira e a execução orçamentária e financei-
CAPÍTULO II – Da Organização e das ra, bem como promover o acompanhamento,
Competências a sistematização e a padronização da execução
da despesa pública;
Art. 10. O Sistema de Administração Fi- IX – promover a integração com os demais
nanceira Federal compreende as atividades Poderes e esferas de governo em assuntos de
de programação financeira da União, de ad- administração e programação financeira.
ministração de direitos e haveres, garantias e
obrigações de responsabilidade do Tesouro Art. 13. Subordinam-se tecnicamente à Se-
Nacional e de orientação técnico-normativa cretaria do Tesouro Nacional os representantes
referente à execução orçamentária e financeira. do Tesouro Nacional nos conselhos fiscais, ou
órgãos equivalentes das entidades da adminis-
Art. 11. Integram o Sistema de Administração tração indireta, controladas direta ou indireta-
Financeira Federal: mente pela União.
I – a Secretaria do Tesouro Nacional, como Parágrafo único. Os representantes do Te-
órgão central; souro Nacional nos conselhos fiscais deverão
II – órgãos setoriais. ser, preferencialmente, servidores integrantes
§ 1o Os órgãos setoriais são as unidades de da carreira Finanças e Controle que não este-
programação financeira dos Ministérios, da jam em exercício nas áreas de controle interno
Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência no ministério ou órgão equivalente ao qual a
e da Casa Civil da Presidência da República. entidade esteja vinculada.
§ 2o Os órgãos setoriais ficam sujeitos à
orientação normativa e à supervisão técnica TÍTULO IV – Do Sistema de Contabilidade
do órgão central do Sistema, sem prejuízo da Federal
subordinação ao órgão em cuja estrutura ad- CAPÍTULO I – Das Finalidades
ministrativa estiverem integrados.
Art. 14. O Sistema de Contabilidade Federal
Art. 12. Compete às unidades responsáveis visa a evidenciar a situação orçamentária, fi-
pelas atividades do Sistema de Administração nanceira e patrimonial da União.
Financeira Federal:
I – zelar pelo equilíbrio financeiro do Te- Art. 15. O Sistema de Contabilidade Federal
souro Nacional; tem por finalidade registrar os atos e fatos re-
II – administrar os haveres financeiros e lacionados com a administração orçamentária,
mobiliários do Tesouro Nacional; financeira e patrimonial da União e evidenciar:
III – elaborar a programação financeira do I – as operações realizadas pelos órgãos ou
Normas correlatas
Tesouro Nacional, gerenciar a Conta Única do entidades governamentais e os seus efeitos so-
Tesouro Nacional e subsidiar a formulação da bre a estrutura do patrimônio da União;
política de financiamento da despesa pública; II – os recursos dos orçamentos vigentes, as
IV – gerir a dívida pública mobiliária fede- alterações decorrentes de créditos adicionais, as
ral e a dívida externa de responsabilidade do receitas prevista e arrecadada, a despesa empe-
Tesouro Nacional; 63
nhada, liquidada e paga à conta desses recursos Art. 18. Compete às unidades responsáveis
e as respectivas disponibilidades; pelas atividades do Sistema de Contabilidade
III – perante a Fazenda Pública, a situação de Federal:
todos quantos, de qualquer modo, arrecadem I – manter e aprimorar o Plano de Contas
receitas, efetuem despesas, administrem ou Único da União;
guardem bens a ela pertencentes ou confiados; II – estabelecer normas e procedimentos
IV – a situação patrimonial do ente público para o adequado registro contábil dos atos e
e suas variações; dos fatos da gestão orçamentária, financeira
V – os custos dos programas e das unidades e patrimonial nos órgãos e nas entidades da
da Administração Pública Federal; Administração Pública Federal;
VI – a aplicação dos recursos da União, por III – com base em apurações de atos e fatos
unidade da Federação beneficiada; inquinados de ilegais ou irregulares, efetuar os
VII – a renúncia de receitas de órgãos e registros pertinentes e adotar as providências
entidades federais. necessárias à responsabilização do agente,
Parágrafo único. As operações de que resul- comunicando o fato à autoridade a quem o
tem débitos e créditos de natureza financeira responsável esteja subordinado e ao órgão ou
não compreendidas na execução orçamentária unidade do Sistema de Controle Interno;
serão, também, objeto de registro, individuali- IV – instituir, manter e aprimorar sistemas
zação e controle contábil. de informação que permitam realizar a conta-
bilização dos atos e fatos de gestão orçamentá-
ria, financeira e patrimonial da União e gerar
CAPÍTULO II – Da Organização e das informações gerenciais necessárias à tomada de
Competências decisão e à supervisão ministerial;
V – realizar tomadas de contas dos orde-
Art. 16. O Sistema de Contabilidade Federal nadores de despesa e demais responsáveis por
compreende as atividades de registro, de tra- bens e valores públicos e de todo aquele que der
tamento e de controle das operações relativas causa a perda, extravio ou outra irregularidade
à administração orçamentária, financeira e que resulte dano ao erário;
patrimonial da União, com vistas à elaboração VI – elaborar os Balanços Gerais da União;
de demonstrações contábeis. VII – consolidar os balanços da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
Art. 17. Integram o Sistema de Contabilidade com vistas à elaboração do Balanço do Setor
Federal: Público Nacional;
I – a Secretaria do Tesouro Nacional, como VIII – promover a integração com os demais
órgão central; Poderes e esferas de governo em assuntos de
II – órgãos setoriais. contabilidade.
§ 1o Os órgãos setoriais são as unidades de
gestão interna dos Ministérios e da Advocacia- TÍTULO V – Do Sistema de Controle
Geral da União. Interno do Poder Executivo Federal
§ 2o O órgão de controle interno da Casa CAPÍTULO I – Das Finalidades
Civil exercerá também as atividades de órgão
Gestão orçamentária pública
zado a requisitar, até 31 de dezembro de 2000, entidade e aos respectivos órgãos de controle
servidores públicos de suas entidades vincula- interno e externo dos entes recebedores para
das, inclusive empresas públicas e sociedades que sejam tomadas as providências de suas
de economia mista, para terem exercício na Se- competências.
cretaria do Tesouro Nacional e nos seus órgãos § 4o Quando ocorrer prejuízo à União, os
setoriais e na Secretaria Federal de Controle órgãos e as unidades do Sistema de Controle 67
Interno do Poder Executivo Federal adotarão a competência, a estrutura e o funcionamento
as providências de sua competência, previstas dos órgãos componentes dos Sistemas de que
na legislação pertinente, com vistas ao ressar- trata esta Lei, bem como sobre as atribuições
cimento ao erário. de seus titulares e demais dirigentes.
68
Lei no 10.028/2000
Altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a Lei no 1.079, de 10 de
abril de 1950, e o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967.
Normas correlatas
69
Lei no 1.079/1950
Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento.
Normas correlatas
73
Decreto-Lei no 1.290/1973
Dispõe sobre a aplicação financeira de disponibilidades pelas entidades da Administração Federal
Indireta, bem como pelas Fundações supervisionadas pela União e dá outras providências.
74
Decreto-Lei no 2.848/1940
76
Decreto no 8.759/2016
Regulamenta a Lei no 13.249, de 13 de janeiro de 2016, que institui o Plano Plurianual da União
para o período de 2016 a 2019.
Normas correlatas
79
Decreto no 8.420/2015
Regulamenta a Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre a responsabilização
administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional
ou estrangeira e dá outras providências.
§ 2o Em se tratando de pessoa jurídica que nhado à autoridade competente para julga-
não possua sede, filial ou representação no mento, o qual será precedido de manifestação
País e sendo desconhecida sua representação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência
no exterior, frustrada a intimação nos termos jurídica competente.
do caput, será feita nova intimação por meio § 5o Caso seja verificada a ocorrência de
de edital publicado na imprensa oficial e no eventuais ilícitos a serem apurados em outras 81
instâncias, o relatório da comissão será enca- petentes para julgamento, o processo será
minhado, pela autoridade julgadora: encaminhado primeiramente àquela de nível
I – ao Ministério Público; mais elevado, para que julgue no âmbito de sua
II – à Advocacia-Geral da União e seus competência, tendo precedência o julgamento
órgãos vinculados, no caso de órgãos da admi- pelo Ministro de Estado competente.
nistração pública direta, autarquias e fundações § 2o Para fins do disposto no caput, o chefe
públicas federais; ou da unidade responsável no órgão ou entidade
III – ao órgão de representação judicial ou pela gestão de licitações e contratos deve co-
equivalente no caso de órgãos ou entidades da municar à autoridade prevista no art. 3o sobre
administração pública não abrangidos pelo eventuais fatos que configurem atos lesivos
inciso II. previstos no art. 5o da Lei no 12.846, de 2013.
§ 6o Na hipótese de decisão contrária ao re-
latório da comissão, esta deverá ser fundamen- Art. 13. A Controladoria-Geral da União
tada com base nas provas produzidas no PAR. possui, no âmbito do Poder Executivo federal,
competência:
Art. 10. A decisão administrativa proferida I – concorrente para instaurar e julgar PAR; e
pela autoridade julgadora ao final do PAR será II – exclusiva para avocar os processos
publicada no Diário Oficial da União e no instaurados para exame de sua regularidade
sítio eletrônico do órgão ou entidade público ou para corrigir-lhes o andamento, inclusive
responsável pela instauração do PAR. promovendo a aplicação da penalidade admi-
nistrativa cabível.
Art. 11. Da decisão administrativa sanciona- § 1o A Controladoria-Geral da União po-
dora cabe pedido de reconsideração com efeito derá exercer, a qualquer tempo, a competência
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da prevista no caput, se presentes quaisquer das
data de publicação da decisão. seguintes circunstâncias:
§ 1o A pessoa jurídica contra a qual foram I – caracterização de omissão da autoridade
impostas sanções no PAR e que não apresentar originariamente competente;
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no II – inexistência de condições objetivas para
prazo de trinta dias, contado do fim do prazo sua realização no órgão ou entidade de origem;
para interposição do pedido de reconsideração. III – complexidade, repercussão e relevância
§ 2o A autoridade julgadora terá o prazo de da matéria;
trinta dias para decidir sobre a matéria alegada IV – valor dos contratos mantidos pela
no pedido de reconsideração e publicar nova pessoa jurídica com o órgão ou entidade atin-
decisão. gida; ou
§ 3o Mantida a decisão administrativa san- V – apuração que envolva atos e fatos rela-
cionadora, será concedido à pessoa jurídica cionados a mais de um órgão ou entidade da
novo prazo de trinta dias para cumprimento administração pública federal.
das sanções que lhe foram impostas, contado § 2o Ficam os órgãos e entidades da admi-
da data de publicação da nova decisão. nistração pública obrigados a encaminhar à
Controladoria-Geral da União todos os docu-
Art. 12. Os atos previstos como infrações mentos e informações que lhes forem solicita-
Gestão orçamentária pública
administrativas à Lei no 8.666, de 21 de junho dos, incluídos os autos originais dos processos
de 1993, ou a outras normas de licitações e que eventualmente estejam em curso.
contratos da administração pública que tam-
bém sejam tipificados como atos lesivos na Lei Art. 14. Compete à Controladoria-Geral
no 12.846, de 2013, serão apurados e julgados da União instaurar, apurar e julgar PAR pela
conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando- prática de atos lesivos à administração pública
se o rito procedimental previsto neste Capítulo. estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito
§ 1o Concluída a apuração de que trata o procedimental previsto neste Capítulo.
82 caput e havendo autoridades distintas com-
CAPÍTULO II – Das Sanções menos de cinco anos, contados da publicação
Administrativas e dos Encaminhamentos do julgamento da infração anterior; e
Judiciais VI – no caso de os contratos mantidos ou
SEÇÃO I – Disposições Gerais pretendidos com o órgão ou entidade lesado,
serão considerados, na data da prática do ato
Art. 15. As pessoas jurídicas estão sujeitas às lesivo, os seguintes percentuais:
seguintes sanções administrativas, nos termos a) um por cento em contratos acima de
do art. 6o da Lei no 12.846, de 2013: R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
I – multa; e reais);
II – publicação extraordinária da decisão b) dois por cento em contratos acima de R$
administrativa sancionadora. 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
c) três por cento em contratos acima de R$
Art. 16. Caso os atos lesivos apurados envol- 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);
vam infrações administrativas à Lei no 8.666, de d) quatro por cento em contratos acima
1993, ou a outras normas de licitações e contra- de R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta
tos da administração pública e tenha ocorrido a milhões de reais); e
apuração conjunta prevista no art. 12, a pessoa e) cinco por cento em contratos acima de R$
jurídica também estará sujeita a sanções admi- 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais).
nistrativas que tenham como efeito restrição ao
direito de participar em licitações ou de celebrar Art. 18. Do resultado da soma dos fatores do
contratos com a administração pública, a serem art. 17 serão subtraídos os valores correspon-
aplicadas no PAR. dentes aos seguintes percentuais do faturamen-
to bruto da pessoa jurídica do último exercício
anterior ao da instauração do PAR, excluídos
SEÇÃO II – Da Multa os tributos:
I – um por cento no caso de não consumação
Art. 17. O cálculo da multa se inicia com a da infração;
soma dos valores correspondentes aos seguintes II – um e meio por cento no caso de com-
percentuais do faturamento bruto da pessoa provação de ressarcimento pela pessoa jurídica
jurídica do último exercício anterior ao da dos danos a que tenha dado causa;
instauração do PAR, excluídos os tributos: III – um por cento a um e meio por cento
I – um por cento a dois e meio por cento ha- para o grau de colaboração da pessoa jurídica
vendo continuidade dos atos lesivos no tempo; com a investigação ou a apuração do ato lesivo,
II – um por cento a dois e meio por cento independentemente do acordo de leniência;
para tolerância ou ciência de pessoas do corpo IV – dois por cento no caso de comunica-
diretivo ou gerencial da pessoa jurídica; ção espontânea pela pessoa jurídica antes da
III – um por cento a quatro por cento no instauração do PAR acerca da ocorrência do
caso de interrupção no fornecimento de serviço ato lesivo; e
público ou na execução de obra contratada; V – um por cento a quatro por cento para
IV – um por cento para a situação econô- comprovação de a pessoa jurídica possuir e
mica do infrator com base na apresentação de aplicar um programa de integridade, conforme
índice de Solvência Geral – SG e de Liquidez os parâmetros estabelecidos no Capítulo IV.
Geral – LG superiores a um e de lucro líquido
no último exercício anterior ao da ocorrência Art. 19. Na ausência de todos os fatores pre-
Normas correlatas
Art. 25. A multa aplicada ao final do PAR será CAPÍTULO III – Do Acordo de Leniência
integralmente recolhida pela pessoa jurídica
sancionada no prazo de trinta dias, observado Art. 28. O acordo de leniência será celebrado
o disposto nos §§ 1o e 3o do art. 11. com as pessoas jurídicas responsáveis pela prá-
§ 1o Feito o recolhimento, a pessoa jurídica tica dos atos lesivos previstos na Lei no 12.846,
sancionada apresentará ao órgão ou entidade de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos
que aplicou a sanção documento que ateste o na Lei no 8.666, de 1993, e em outras normas de
pagamento integral do valor da multa imposta. licitações e contratos, com vistas à isenção ou
§ 2o Decorrido o prazo previsto no caput à atenuação das respectivas sanções, desde que
sem que a multa tenha sido recolhida ou não colaborem efetivamente com as investigações
tendo ocorrido a comprovação de seu paga- e o processo administrativo, devendo resultar
mento integral, o órgão ou entidade que a dessa colaboração:
aplicou encaminhará o débito para inscrição I – a identificação dos demais envolvidos
em Dívida Ativa da União ou das autarquias e na infração administrativa, quando couber; e
fundações públicas federais. II – a obtenção célere de informações e
§ 3o Caso a entidade que aplicou a multa documentos que comprovem a infração sob
não possua Dívida Ativa, o valor será cobrado apuração.
independentemente de prévia inscrição.
Art. 29. Compete à Controladoria-Geral da
União celebrar acordos de leniência no âm-
SEÇÃO V – Dos Encaminhamentos Judiciais bito do Poder Executivo federal e nos casos
de atos lesivos contra a administração pública
Art. 26. As medidas judiciais, no País ou no estrangeira.
Normas correlatas
prejuízo de outros a serem estabelecidos pela do Poder Executivo federal serão registradas
Controladoria-Geral da União, dados e infor- no sistema de gerenciamento eletrônico de
mações referentes a: processos administrativos sancionadores
I – nome ou razão social da pessoa física ou mantido pela Controladoria-Geral da União,
jurídica sancionada; conforme ato do Ministro de Estado Chefe da
Controladoria-Geral da União. 89
Art. 50. Os órgãos e as entidades da adminis- orientações e procedimentos complementares
tração pública, no exercício de suas competên- para a execução deste Decreto.
cias regulatórias, disporão sobre os efeitos da
Lei no 12.846, de 2013, no âmbito das atividades Art. 53. Este Decreto entra em vigor na data
reguladas, inclusive no caso de proposta e cele- de sua publicação.
bração de acordo de leniência.
Brasília, 18 de março de 2015; 194o da Indepen-
Art. 51. O processamento do PAR não in- dência e 127o da República.
terfere no seguimento regular dos processos
administrativos específicos para apuração da DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo
ocorrência de danos e prejuízos à administra- – Luís Inácio Lucena Adams – Valdir Moysés
ção pública federal resultantes de ato lesivo Simão
cometido por pessoa jurídica, com ou sem a
participação de agente público. Decretado em 18/3/2015 e publicado no DOU de
19/3/2015.
Art. 52. Caberá ao Ministro de Estado Chefe
da Controladoria-Geral da União expedir
Gestão orçamentária pública
90
Decreto no 7.724/2012
Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informações
previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216
da Constituição.
pelo SIC, a partir da qual se inicia o prazo de IV – indicar, caso tenha conhecimento, o
resposta. órgão ou entidade responsável pela informação
ou que a detenha; ou
Art. 12. O pedido de acesso à informação V – indicar as razões da negativa, total ou
deverá conter: parcial, do acesso.
I – nome do requerente; § 2 o Nas hipóteses em que o pedido de
II – número de documento de identificação acesso demandar manuseio de grande volu-
válido; me de documentos, ou a movimentação do
94 documento puder comprometer sua regular
tramitação, será adotada a medida prevista no Art. 19. Negado o pedido de acesso à infor-
inciso II do § 1o. mação, será enviada ao requerente, no prazo
§ 3o Quando a manipulação puder prejudi- de resposta, comunicação com:
car a integridade da informação ou do docu- I – razões da negativa de acesso e seu fun-
mento, o órgão ou entidade deverá indicar data, damento legal;
local e modo para consulta, ou disponibilizar II – possibilidade e prazo de recurso, com
cópia, com certificação de que confere com o indicação da autoridade que o apreciará; e
original. III – possibilidade de apresentação de pedido
§ 4o Na impossibilidade de obtenção de de desclassificação da informação, quando for o
cópia de que trata o § 3o, o requerente poderá caso, com indicação da autoridade classificadora
solicitar que, às suas expensas e sob supervisão que o apreciará.
de servidor público, a reprodução seja feita por § 1o As razões de negativa de acesso a in-
outro meio que não ponha em risco a integri- formação classificada indicarão o fundamento
dade do documento original. legal da classificação, a autoridade que a clas-
sificou e o código de indexação do documento
Art. 16. O prazo para resposta do pedido classificado.
poderá ser prorrogado por dez dias, mediante § 2o Os órgãos e entidades disponibilizarão
justificativa encaminhada ao requerente antes formulário padrão para apresentação de recurso
do término do prazo inicial de vinte dias. e de pedido de desclassificação.
ressalvadas hipóteses justificadas em que, devi- sentar recurso no prazo de dez dias, contado
do ao volume ou ao estado dos documentos, a da ciência da decisão, à autoridade máxima do
reprodução demande prazo superior. órgão ou entidade, que deverá se manifestar em
cinco dias contados do recebimento do recurso.
95
Art. 22. No caso de omissão de resposta ao I – pôr em risco a defesa e a soberania na-
pedido de acesso à informação, o requerente cionais ou a integridade do território nacional;
poderá apresentar reclamação no prazo de dez II – prejudicar ou pôr em risco a condução
dias à autoridade de monitoramento de que tra- de negociações ou as relações internacionais
ta o art. 40 da Lei no 12.527, de 2011, que deverá do País;
se manifestar no prazo de cinco dias, contado III – prejudicar ou pôr em risco informações
do recebimento da reclamação. fornecidas em caráter sigiloso por outros Esta-
§ 1o O prazo para apresentar reclamação dos e organismos internacionais;
começará trinta dias após a apresentação do IV – pôr em risco a vida, a segurança ou a
pedido. saúde da população;
§ 2o A autoridade máxima do órgão ou enti- V – oferecer elevado risco à estabilidade
dade poderá designar outra autoridade que lhe financeira, econômica ou monetária do País;
seja diretamente subordinada como responsável VI – prejudicar ou causar risco a planos ou
pelo recebimento e apreciação da reclamação. operações estratégicos das Forças Armadas;
VII – prejudicar ou causar risco a projetos
Art. 23. Desprovido o recurso de que trata de pesquisa e desenvolvimento científico ou
o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a tecnológico, assim como a sistemas, bens,
reclamação de que trata o art. 22, poderá o instalações ou áreas de interesse estratégico
requerente apresentar recurso no prazo de dez nacional, observado o disposto no inciso II do
dias, contado da ciência da decisão, à Controla- caput do art. 6o;
doria-Geral da União, que deverá se manifestar VIII – pôr em risco a segurança de insti-
no prazo de cinco dias, contado do recebimento tuições ou de altas autoridades nacionais ou
do recurso. estrangeiras e seus familiares; ou
§ 1o A Controladoria-Geral da União pode- IX – comprometer atividades de inteligência,
rá determinar que o órgão ou entidade preste de investigação ou de fiscalização em andamen-
esclarecimentos. to, relacionadas com prevenção ou repressão
§ 2o Provido o recurso, a Controladoria-Ge- de infrações.
ral da União fixará prazo para o cumprimento
da decisão pelo órgão ou entidade. Art. 26. A informação em poder dos órgãos e
entidades, observado o seu teor e em razão de
Art. 24. No caso de negativa de acesso à in- sua imprescindibilidade à segurança da socie-
formação, ou às razões da negativa do acesso dade ou do Estado, poderá ser classificada no
de que trata o caput do art. 21, desprovido o grau ultrassecreto, secreto ou reservado.
recurso pela Controladoria-Geral da União, o
requerente poderá apresentar, no prazo de dez Art. 27. Para a classificação da informação em
dias, contado da ciência da decisão, recurso à grau de sigilo, deverá ser observado o interesse
Comissão Mista de Reavaliação de Informa- público da informação e utilizado o critério
ções, observados os procedimentos previstos menos restritivo possível, considerados:
no Capítulo VI. I – a gravidade do risco ou dano à segurança
da sociedade e do Estado; e
II – o prazo máximo de classificação em grau
Gestão orçamentária pública
CAPÍTULO V – Das Informações de sigilo ou o evento que defina seu termo final.
Classificadas em Grau de Sigilo
SEÇÃO I – Da Classificação de Informações Art. 28. Os prazos máximos de classificação
quanto ao Grau e Prazos de Sigilo são os seguintes:
I – grau ultrassecreto: vinte e cinco anos;
Art. 25. São passíveis de classificação as II – grau secreto: quinze anos; e
informações consideradas imprescindíveis à III – grau reservado: cinco anos.
segurança da sociedade ou do Estado, cuja Parágrafo único. Poderá ser estabelecida
96 divulgação ou acesso irrestrito possam: como termo final de restrição de acesso a ocor-
rência de determinado evento, observados os § 6o Enquanto não ratificada, a classificação
prazos máximos de classificação. de que trata o § 5o considera-se válida, para
todos os efeitos legais.
Art. 29. As informações que puderem colocar
em risco a segurança do Presidente da Repúbli-
ca, Vice-Presidente e seus cônjuges e filhos serão SEÇÃO II – Dos Procedimentos para
classificadas no grau reservado e ficarão sob Classificação de Informação
sigilo até o término do mandato em exercício
ou do último mandato, em caso de reeleição. Art. 31. A decisão que classificar a informação
em qualquer grau de sigilo deverá ser formali-
Art. 30. A classificação de informação é de zada no Termo de Classificação de Informação
competência: – TCI, conforme modelo contido no Anexo, e
I – no grau ultrassecreto, das seguintes au- conterá o seguinte:
toridades: I – código de indexação de documento;
a) Presidente da República; II – grau de sigilo;
b) Vice-Presidente da República; III – categoria na qual se enquadra a infor-
c) Ministros de Estado e autoridades com as mação;
mesmas prerrogativas; IV – tipo de documento;
d) Comandantes da Marinha, do Exército, V – data da produção do documento;
da Aeronáutica; e VI – indicação de dispositivo legal que fun-
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Con- damenta a classificação;
sulares permanentes no exterior; VII – razões da classificação, observados os
II – no grau secreto, das autoridades referidas critérios estabelecidos no art. 27;
no inciso I do caput, dos titulares de autarquias, VIII – indicação do prazo de sigilo, conta-
fundações, empresas públicas e sociedades de do em anos, meses ou dias, ou do evento que
economia mista; e defina o seu termo final, observados os limites
III – no grau reservado, das autoridades previstos no art. 28;
referidas nos incisos I e II do caput e das que IX – data da classificação; e
exerçam funções de direção, comando ou chefia X – identificação da autoridade que classifi-
do Grupo-Direção e Assessoramento Superio- cou a informação.
res – DAS, nível DAS 101.5 ou superior, e seus § 1o O TCI seguirá anexo à informação.
equivalentes. § 2o As informações previstas no inciso VII
§ 1o É vedada a delegação da competência do caput deverão ser mantidas no mesmo grau
de classificação nos graus de sigilo ultrassecreto de sigilo que a informação classificada.
ou secreto. § 3o A ratificação da classificação de que tra-
§ 2o O dirigente máximo do órgão ou enti- ta o § 5o do art. 30 deverá ser registrada no TCI.
dade poderá delegar a competência para classi-
ficação no grau reservado a agente público que Art. 32. A autoridade ou outro agente público
exerça função de direção, comando ou chefia. que classificar informação no grau ultrassecreto
§ 3o É vedada a subdelegação da competên- ou secreto deverá encaminhar cópia do TCI à
cia de que trata o § 2o. Comissão Mista de Reavaliação de Informações
§ 4o Os agentes públicos referidos no § 2o no prazo de trinta dias, contado da decisão de
deverão dar ciência do ato de classificação à classificação ou de ratificação.
autoridade delegante, no prazo de noventa dias.
Normas correlatas
Normas correlatas
105
Anexo
Grau de sigilo:
___________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por RECLASSIFICAÇÃO (quando aplicável)
_____________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por REDUÇÃO DE PRAZO (quando aplicável)
__________________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por PRORROGAÇÃO DE PRAZO (quando aplicável)
106
Decreto no 7.185/2010
Dispõe sobre o padrão mínimo de qualidade do sistema integrado de administração financeira e
controle, no âmbito de cada ente da Federação, nos termos do art. 48, parágrafo único, inciso III,
da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da § 2o Para fins deste Decreto, entende-se por:
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, I – sistema integrado: as soluções de tec-
alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista nologia da informação que, no todo ou em
o disposto no art. 48, parágrafo único, inciso parte, funcionando em conjunto, suportam a
III, da Lei Complementar no 101, de 4 de maio execução orçamentária, financeira e contábil
de 2000, do ente da Federação, bem como a geração
dos relatórios e demonstrativos previstos na
DECRETA: legislação;
II – liberação em tempo real: a disponibi-
lização das informações, em meio eletrônico
CAPÍTULO I – Das Disposições Gerais que possibilite amplo acesso público, até o
primeiro dia útil subsequente à data do registro
Art. 1o A transparência da gestão fiscal dos contábil no respectivo SISTEMA, sem prejuízo
entes da Federação referidos no art. 1o, § 3o, do desempenho e da preservação das rotinas
da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de de segurança operacional necessários ao seu
2000, será assegurada mediante a observância pleno funcionamento;
do disposto no art. 48, parágrafo único, da III – meio eletrônico que possibilite amplo
referida Lei e das normas estabelecidas neste acesso público: a Internet, sem exigências de
Decreto. cadastramento de usuários ou utilização de
senhas para acesso; e
Art. 2o O sistema integrado de administração IV – unidade gestora: a unidade orçamentá-
financeira e controle utilizado no âmbito de ria ou administrativa que realiza atos de gestão
cada ente da Federação, doravante denomina- orçamentária, financeira ou patrimonial, cujo
do SISTEMA, deverá permitir a liberação em titular, em consequência, está sujeito à tomada
tempo real das informações pormenorizadas de contas anual.
sobre a execução orçamentária e financeira
das unidades gestoras, referentes à receita e à Art. 3o O padrão mínimo de qualidade do
despesa, com a abertura mínima estabelecida SISTEMA, nos termos do art. 48, parágrafo
neste Decreto, bem como o registro contábil único, inciso III, da Lei Complementar no 101,
tempestivo dos atos e fatos que afetam ou pos- de 2000, é regulado na forma deste Decreto.
sam afetar o patrimônio da entidade.
§ 1o Integrarão o SISTEMA todas as enti-
dades da administração direta, as autarquias, CAPÍTULO II – Dos Requisitos
as fundações, os fundos e as empresas estatais Tecnológicos
dependentes, sem prejuízo da autonomia SEÇÃO I – Das Características do Sistema
Normas correlatas
dos sítios e portais do governo brasileiro, de ouvidas representações dos entes da Federa-
forma padronizada e de fácil implementação, ção, ato do Ministério da Fazenda estabelecerá
conforme o Modelo de Acessibilidade de Go- requisitos tecnológicos adicionais, inclusive
verno Eletrônico (e-MAG), estabelecido pela relativos à segurança do SISTEMA, e requisitos
Portaria no 3, de 7 de maio de 2007, da Secre- contábeis, considerando os prazos de implan-
taria de Logística e Tecnologia da Informação tação do Plano de Contas Aplicado ao Setor
do Governo Federal. Público (PCASP), aprovados pela Secretaria
do Tesouro Nacional.
108
Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Guido
da sua publicação. Mantega – Jorge Hage Sobrinho
Normas correlatas
109
Decreto no 5.379/2005
Dispõe sobre a programação orçamentária e financeira e estabelece o cronograma mensal de
desembolso do Poder Executivo para o exercício de 2005, e dá outras providências.
Normas correlatas
117
Decreto no 4.959/2004
Dispõe sobre a execução orçamentária e financeira dos órgãos, dos fundos e das entidades do Poder
Executivo até o estabelecimento do cronograma de que trata o caput do art. 8o da Lei Complementar
no 101, de 4 de maio de 2000, e dá outras providências.
120
Anexo I
121
Anexo II
1. Alimentação Escolar (Medida Provisória 12. Cota-Parte dos Estados e DF Exportadores
no 2.178-36, de 24/8/2001); na Arrecadação do IPI (Lei Complementar
no 61, de 26/12/1989);
2. Assistência Financeira à Família Visando à
Complementação de Renda Para Melhoria da 13. Dinheiro Direto na Escola (Medida Provi-
Nutrição – Bolsa Alimentação (Medida Provi- sória no 2.178-36, de 24/8/2001);
sória no 2.206-1, de 6/9/2001);
14. Equalização de Preços e Taxas no Âmbito
3. Atenção à Saúde da População nos Municí- das Operações Oficiais de Crédito e Encargos
pios Habilitados em Gestão Plena do Sistema Financeiros da União;
e nos Estados Habilitados em Gestão Plena/
Avançada (Lei no 8.142, de 28/12/1990); 15. Financiamento de Programas de Desen-
volvimento Econômico a Cargo do BNDES
4. Atenção à Saúde da População nos Mu- (art. 239, § 1o, da Constituição);
nicípios Não Habilitados em Gestão Plena
do Sistema e nos Estados Não Habilitados 16. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
em Gestão Plena/Avançada (Lei no 8.142, de do Ensino Fundamental e de Valorização do
28/12/1990); Magistério – Fundef (art. 212 da Constituição);
5. Atendimento Assistencial Básico nos Muni- 17. Fundo Especial de Assistência Financeira
cípios Brasileiros (Lei no 8.142, de 28/12/1990); aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) – (Lei
no 9.096, de 19/9/1995);
6. Atendimento à População com Medica-
mentos para Tratamento dos Portadores de 18. Garantia de Padrão Mínimo de Qualida-
HIV/AIDS e outras Doenças Sexualmente de – Complementação da União ao Fundo de
Transmissíveis (Lei no 9.313, de 13/11/1996); Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério
7. Benefícios do Regime Geral da Previdência (Emenda Constitucional no 14, de 1996);
Social;
19. Incentivo Financeiro a Municípios Ha-
8. Bolsa de Qualificação Profissional para bilitados à Parte Variável do Piso de Atenção
Trabalhador (Medida Provisória no 2.164-41, Básica – PAB, para a Saúde da Família – SUS
de 24/8/2001); (Lei no 8.142, de 28/12/1990);
9. Concessão de Subvenção Econômica aos 20. Incentivo Financeiro a Municípios Ha-
Produtores de Borracha Natural (Lei no 9.479, bilitados à Parte Variável do Piso de Atenção
de 12/8/1997); Básica – PAB para Assistência Farmacêutica
Gestão orçamentária pública
no 10.836, de 9/1/2004);
35. Transferências a Estados, Distrito Federal
e Municípios para Compensação da Isenção do 47. Transferência de Renda Diretamente às
ICMS aos Estados Exportadores (Lei Comple- Famílias em Condições de Pobreza e Extrema
mentar no 87, de 13/9/1996); Pobreza (Lei no 10.836, de 9/01/2004);
123
48. Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito da Atenção em HIV/AIDS e outras Doenças
Federal e Municípios com População acima de Sexualmente Transmissíveis (Lei no 8.142, de
50 mil habitantes Inseridos na Pactuação das 28/12/1990);
Ações de Média e Alta Complexidade em Vi-
gilância Sanitária (Lei no 8.142, de 28/12/1990); 51. Pagamento de Renda Mensal Vitalícia por
Idade (Lei no 6.179, de 11/12/1974);
49. Incentivo Financeiro para a Expansão e a
Consolidação da Estratégia de Saúde da Família 52. Pagamento de Renda Mensal Vitalícia por
nos Municípios com População Superior a 100 Invalidez (Lei no 6.179, de 11/12/1974); e
mil habitantes (Lei no 8.142, de 28/12/1990);
53. Pagamento do Seguro-Desemprego ao
50. Incentivo Financeiro a Estados e Municí- Trabalhador Resgatado de Condição Análoga
pios para Ações de Prevenção e Qualificação à de Escravo (Lei no 10.608, de 20/12/02).
Gestão orçamentária pública
124
Decreto no 3.917/2001
Estabelece os limites sobre o que dispõe o art. 20, inciso I, alínea “c”, da Lei Complementar no 101,
de 4 de maio de 2000, para o Ministério Público e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios, os ex-Territórios do Amapá e de Roraima e, ainda, o Distrito Federal.
Art. 2o Os três por cento para as despesas FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Pedro
com pessoal decorrentes do que dispõem os Malan
incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e
o art. 31 da Emenda Constitucional no 19 ficam Decretado em 13/9/2001 e publicado no DOU de
repartidos da seguinte forma: 14/9/2001.
Normas correlatas
125
Decreto no 93.872/1986
Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação
pertinente e dá outras providências.
econômica própria (Lei no 4.320/64, art. 37). Art. 26. O empenho não poderá exceder o
§ 1o O reconhecimento da obrigação de saldo disponível de dotação orçamentária, nem
pagamento, de que trata este artigo, cabe à au- o cronograma de pagamento o limite de saques
toridade competente para empenhar a despesa. fixado, evidenciados pela contabilidade, cujos
§ 2o Para os efeitos deste artigo, conside- registros serão acessíveis às respectivas unida-
ra-se: des gestoras em tempo oportuno. 129
Parágrafo único. Exclusivamente para em curso, bem assim cada parcela da despesa
efeito de controle da programação financeira, relativa à parte a ser executada em exercício
a unidade gestora deverá estimar o prazo do futuro, com a declaração de que, em termos
vencimento da obrigação de pagamento objeto aditivos, indicar-se-ão os créditos e empenhos
do empenho, tendo em vista o prazo fixado para para sua cobertura.
o fornecimento de bens, execução da obra ou § 2o Somente poderão ser firmados contra-
prestação do serviço, e o normalmente utilizado tos à conta de crédito do orçamento vigente,
para liquidação da despesa. para liquidação em exercício seguinte, se o
empenho satisfizer às condições estabelecidas
Art. 27. As despesas relativas a contratos, para o relacionamento da despesa como Restos
convênios, acordos ou ajustes de vigência plu- a Pagar.
rianual, serão empenhadas em cada exercício
financeiro pela parte nele a ser executada. Art. 31. É vedada a celebração de contrato,
convênio, acordo ou ajuste, para investimento
Art. 28. A redução ou cancelamento no cuja execução ultrapasse um exercício finan-
exercício financeiro, de compromisso que ceiro, sem a comprovação, que integrará o res-
caracterizou o empenho, implicará sua anula- pectivo termo, de que os recursos para atender
ção parcial ou total, revertendo a importância as despesas em exercícios seguintes estejam
correspondente à respectiva dotação, pela qual assegurados por sua inclusão no orçamento
ficará automaticamente desonerado o limite de plurianual de investimentos, ou por prévia lei
saques da unidade gestora. que o autorize e fixe o montante das dotações
que anualmente constarão do orçamento, du-
Art. 29. Para cada empenho será extraído um rante o prazo de sua execução.
documento denominado Nota de Empenho que
indicará o nome do credor, a especificação e a Art. 32. Os contratos, convênios, acordos ou
importância da despesa, bem como os demais ajustes para a realização de quaisquer serviços
dados necessários ao controle da execução ou obras a serem custeadas, integral ou par-
orçamentária. cialmente, com recursos externos, dependem
Parágrafo único. Quando a Nota de Empe- da efetiva contratação da operação de crédito,
nho substituir o termo do contrato, segundo o assegurando a disponibilidade dos recursos
disposto no artigo 52 do Decreto-Lei no 2.300, destinados ao pagamento dos compromissos a
de 21 de novembro de 1986, dela deverão serem assumidos.
constar as condições contratuais, relativamente
aos direitos, obrigações e responsabilidades Art. 33. Os contratos, convênios, acordos ou
das partes. ajustes, cujo valor exceda a CZ$ 2.000.000,00
(dois milhões de cruzados), estão sujeitos às
Art. 30. Quando os recursos financeiros indi- seguintes formalidades:
cados em cláusula de contrato, convênio, acor- I – aprovação pela autoridade superior, ainda
do ou ajuste, para execução de seu objeto, forem que essa condição não tenha sido expressamen-
de natureza orçamentária, deverá constar, da te estipulada no edital e no contrato firmado;
própria cláusula, a classificação programática II – publicação, em extrato, no Diário Ofi-
Gestão orçamentária pública
e econômica da despesa, com a declaração de cial da União, dentro de 20 (vinte) dias de sua
haver sido esta empenhada à conta do mesmo assinatura.
crédito, mencionando-se o número e data da § 1o Os contratos, convênios, acordos ou
Nota de Empenho (Lei no 4.320/64, art. 60, e ajustes firmados pelas autarquias serão aprova-
Decreto-Lei no 2.300/86, art. 45, V). dos pelo respectivo órgão deliberativo.
§ 1o Nos contratos, convênios, acordos ou § 2o O extrato a que se refere este artigo,
ajustes, cuja duração ultrapasse um exercício para publicação, deverá conter os seguintes
financeiro, indicar-se-á o crédito e respectivo elementos:
130 empenho para atender à despesa no exercício a) espécie;
b) resumo do objeto do contrato, convênio, SEÇÃO III – Liquidação da Despesa
acordo ou ajuste;
c) modalidade de licitação ou, se for o caso, Art. 36. A liquidação da despesa consiste na
o fundamento legal da dispensa desta ou de sua verificação do direito adquirido pelo credor ou
inexigibilidade; entidade beneficiaria, tendo por base os títulos
d) crédito pelo qual correrá a despesa; e documentos comprobatórios do respectivo
e) número e data do empenho da despesa; crédito ou da habilitação ao benefício (Lei
f) valor do contrato, convênio, acordo ou no 4.320/64, art. 83).
ajuste; § 1o A verificação de que trata este artigo
g) valor a ser pago no exercício corrente e tem por fim apurar:
em cada um dos subsequentes, se for o caso; a) a origem e o objeto do que se deve pagar;
h) prazo de vigência; b) a importância exata a pagar; e
i) data de assinatura do contrato. c) a quem se deve pagar a importância para
§ 3o A falta de publicação imputável à admi- extinguir a obrigação.
nistração constitui omissão de dever funcional § 2o A liquidação da despesa por forneci-
do responsável, sendo punível na forma da lei mentos feitos, obras executadas ou serviços
se não tiver havido justa causa, assim como, se prestados terá por base:
atribuível ao contratado, faculta a rescisão uni- a) o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
lateral, inclusive sem direito a indenização, por b) a Nota de Empenho;
parte da Administração, que, todavia, poderá c) o documento fiscal pertinente;
optar por aplicar-lhe multa de até 10% (dez por d) o termo circunstanciado do recebimento
cento) do valor do contrato, o qual, assim man- definitivo, no caso de obra ou serviço de valor
tido, deverá sempre ser publicado (Decreto-Lei superior a Cz$ 350.000,00 (trezentos e cin-
no 2.300/86, art. 51, § 1o, e art. 73, II). quenta mil cruzados) e equipamento de grande
§ 4o Será dispensada a publicação quando se vulto, ou o recibo, nos demais casos.
tratar de despesa que deva ser feita em caráter
sigiloso (Decreto-Lei no 199/67, art. 44). Art. 37. A despesa de vencimentos, salários,
gratificações e proventos, constará de folha-pa-
Art. 34. Dentro de 5 (cinco) dias da assina- drão de retribuição dos servidores civis, ativos
tura do contrato, convênio acordo ou ajuste, e e inativos (Lei no 8.445/77, art. 3o).
aditivos de qualquer valor, deverá ser remetida Parágrafo único. A folha-padrão de re-
cópia do respectivo instrumento ao órgão de tribuição obedecerá a modelo padronizado
contabilidade, para as verificações e providên- pelo órgão próprio do Poder Executivo e sua
cias de sua competência. adoção é obrigatória para todos os órgãos da
administração centralizada, autarquias federais
Art. 35. O empenho de despesa não liquidada e fundações instituídas pela União ou mantidas
será considerado anulado em 31 de dezembro, com recursos federais (Lei no 6.445/77, parágra-
para todos os fins, salvo quando: fo único do art. 3o).
I – vigente o prazo para cumprimento da
obrigação assumida pelo credor, nele estabe- Art. 38. Não será permitido o pagamento
lecida; antecipado de fornecimento de materiais,
II – vencido o prazo de que trata o item execução de obra, ou prestação de serviço,
anterior, mas esteja em curso a liquidação da inclusive de utilidade pública, admitindo-se,
despesa, ou seja de interesse da Administração todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou
Normas correlatas
encerramento do exercício.
Art. 43. A ordem de pagamento será dada em § 2o O servidor que receber suprimento
documento próprio, assinado pelo ordenador de fundos, na forma deste artigo, é obrigado a
da despesa e pelo agente responsável pelo setor prestar contas de sua aplicação, procedendo-se,
financeiro. automaticamente, à tomada de contas se não
§ 1o A competência para autorizar paga- o fizer no prazo assinalado pelo ordenador
mento decorre da lei ou de atos regimentais, da despesa, sem prejuízo das providências
podendo ser delegada. administrativas para a apuração das responsa-
132 bilidades e imposição das penalidades cabíveis
(Decreto-Lei no 200/67, parágrafo único do Parágrafo único. A importância aplicada
art. 81 e § 3o do art. 80). até 31 de dezembro será comprovada até 15 de
§ 3 o Não se concederá suprimento de janeiro seguinte.
fundos:
a) a responsável por dois suprimentos; Art. 47. A concessão e aplicação de suprimen-
b) a servidor que tenha a seu cargo e to de fundos, ou adiantamentos, para atender
guarda ou a utilização do material a adquirir, a peculiaridades dos órgãos essenciais da Pre-
salvo quando não houver na repartição outro sidência da República, da Vice-Presidência da
servidor; República, do Ministério da Fazenda, do Mi-
c) a responsável por suprimento de fundos nistério da Saúde, do Ministério da Agricultura,
que, esgotado o prazo, não tenha prestado Pecuária e Abastecimento, do Departamento
contas de sua aplicação; e de Polícia Federal do Ministério da Justiça, do
d) a servidor declarado em alcance. Ministério das Relações Exteriores, bem assim
§ 4o Os valores limites para concessão de de militares e de inteligência, obedecerão ao
suprimento de fundos, bem como o limite Regime Especial de Execução estabelecido
máximo para despesas de pequeno vulto de em instruções aprovadas pelos respectivos
que trata este artigo, serão fixados em portaria Ministros de Estado, vedada a delegação de
do Ministro de Estado da Fazenda. competência.
§ 5o As despesas com suprimento de fundos Parágrafo único. A concessão e aplicação
serão efetivadas por meio do Cartão de Paga- de suprimento de fundos de que trata o caput
mento do Governo Federal – CPGF. restringe-se:
§ 6o É vedada a utilização do CPGF na I – com relação ao Ministério da Saúde: a
modalidade de saque, exceto no tocante às atender às especificidades decorrentes da as-
despesas: sistência à saúde indígena;
I – de que trata o art. 47; II – com relação ao Ministério da Agricul-
II – decorrentes de situações específicas do tura, Pecuária e Abastecimento: a atender às
órgão ou entidade, nos termos do autorizado especificidades dos adidos agrícolas em missões
em portaria pelo Ministro de Estado competen- diplomáticas no exterior; e
te e nunca superior a trinta por cento do total III – com relação ao Ministério das Relações
da despesa anual do órgão ou entidade efetuada Exteriores: a atender às especificidades das re-
com suprimento de fundos; partições do Ministério das Relações Exteriores
III – decorrentes de situações específicas da no exterior.
Agência Reguladora, nos termos do autorizado
em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca
superior a trinta por cento do total da despesa SEÇÃO VI – Convênios, Acordos ou Ajustes
anual da Agência efetuada com suprimento
de fundos. Arts. 48 a 57. (Revogados)
em seu poder em 31 de dezembro, para efeito diante subvenção, auxílio ou contribuição (Lei
de contabilização e reinscrição da respectiva no 4.320/64, § 3o do art. 12).
responsabilidade pela sua aplicação em data
posterior, observados os prazos assinalados Art. 59. A subvenção se destina a cobrir
pelo ordenador da despesa (Decreto-Lei despesas de custeio de entidades públicas ou
no 200/67, art. 83). 133
privadas, distinguindo-se como subvenção a condição estabelecida na alínea ‘’c’’, do pa-
social e subvenção econômica. rágrafo anterior, mediante atestado firmado
por autoridade pública do local onde sejam
Art. 60. A subvenção social será concedida prestados os serviços.
independentemente de legislação especial a § 5o As despesas bancárias correrão por
instituições públicas ou privadas de caráter conta da instituição beneficiada.
assistencial ou cultural sem finalidade lucrativa.
§ 1o A subvenção social, visando à prestação Art. 61. A subvenção econômica será conce-
dos serviços essenciais de assistência social, dida a empresas públicas ou privadas de caráter
médica e educacional, será concedida sempre industrial, comercial, agrícola ou pastoril, me-
que a suplementação de recursos de origem diante expressa autorização em lei especial (Lei
privada aplicados a esses objetivos revelar-se no 4.320/64, art. 12, § 3o, II e art. 19).
mais econômica (Lei no 4.320/64, art. 16). § 1o A cobertura de déficits de manutenção
§ 2o O valor da subvenção, sempre que das empresas públicas far-se-á mediante sub-
possível, será calculado com base em unidades venção econômica expressamente autorizada
de serviços efetivamente prestados ou postos na Lei de Orçamento ou em crédito adicional
à disposição dos interessados, obedecidos os (Lei no 4.320/64, art. 18).
padrões mínimos de eficiência previamente § 2o Consideram-se, igualmente, como sub-
fixados (Lei no 4.320/64, parágrafo único do venção econômica (Lei no 4.320/64, parágrafo
art. 16). único do art. 18):
§ 3o A concessão de subvenção social só a) a diferença entre os preços de mercado e
poderá ser feita se a instituição interessada os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros
satisfizer às seguintes condições, sem prejuízo alimentícios ou de outros materiais;
de exigências próprias previstas na legislação b) o pagamento de bonificações a produ-
específica: tores de determinados gêneros ou materiais.
a) ter sido fundada em ano anterior e
organizada até o ano da elaboração da Lei de Art. 62. Somente será concedida subvenção a
Orçamento; entidade privada que comprovar sua capacida-
b) não constituir patrimônio de indivíduo; de jurídica e regularidade fiscal.
c) dispor de patrimônio ou renda regular;
d) não dispor de recursos próprios sufi- Art. 63. Os auxílios e as contribuições se desti-
cientes à manutenção ou ampliação de seus nam a entidades de direito público ou privado,
serviços; sem finalidade lucrativa.
e) ter feito prova de seu regular funciona- § 1o O auxílio deriva diretamente da Lei de
mento e de regularidade de mandato de sua Orçamento (Lei no 4.320/64, § 6o do art. 12).
diretoria; § 2 o A contribuição será concedida em
f) ter sido considerada em condições de virtude de lei especial, e se destina a atender
funcionamento satisfatório pelo órgão compe- ao ônus ou encargo assumido pela União (Lei
tente de fiscalização; no 4.320/64, § 6o do art. 12).
g) ter prestado contas da aplicação de sub-
venção ou auxílio anteriormente recebido, e Art. 64. (Revogado)
Gestão orçamentária pública
Art. 84. Não vencerão juros os depósitos Art. 89. A Lei de Orçamento poderá conter
em dinheiro e os juros dos títulos deposita- autorização para operações de crédito por
dos reverterão à Caixa Econômica Federal antecipação de receita, a fim de atender a in-
como remuneração de serviços (Decreto-Lei suficiências de caixa (Lei no 4.320/64, art. 7o).
no 1.737/79, art. 3o).
Art. 90. As operações de crédito por antecipa-
Art. 85. Mediante ordem da autoridade ad- ção de receita autorizada na Lei de Orçamento
ministrativa ou, quando for o caso, do juízo não excederão a quarta parte da receita total
competente, o depósito será devolvido ao estimada para o exercício financeiro, e até 30
depositante ou recolhido à conta do Tesouro dias depois do encerramento deste, serão obri-
Nacional, no Banco do Brasil S.A., se em di- gatoriamente liquidadas.
nheiro, ou entregue ao órgão designado, se em
títulos (Decreto-Lei no 1.737/79, art. 7o). Art. 91. A contratação ou garantia, em nome
Normas correlatas
I – a entidade em débito para com a Previ- da Fazenda aprovar e firmar pela União quais-
dência Social ou para com o Tesouro Nacional; quer instrumentos de operações de crédito
II – a concessionária de serviços de ele- internas ou externas, inclusive operações de ar-
tricidade em débito com os recolhimentos às rendamento mercantil, bem assim de concessão
Reservas Globais de Reversão ou de Garantia, de avais e outras garantias, autorizadas em lei,
de que trata o Decreto-Lei no 1.849, de 13 de e observadas as condições estipuladas para as
janeiro de 1981. respectivas operações, podendo delegar a com-
Parágrafo único. A critério do Ministro da petência para firmar os instrumentos de que se
138 Fazenda, será admitida a concessão de garantia trata, ao Procurador-Geral, a Procurador da
Fazenda Nacional ou, no caso de contratações todas as dúvidas e controvérsias derivadas dos
externas, a representante diplomático do País. respectivos contratos (Decreto-Lei no 1.312/74,
§ 1o A Secretaria do Tesouro Nacional efe- art. 11).
tuará registros das contratações de que trata este
artigo, inclusive as realizadas por intermédio Art. 102. O pagamento, nos respectivos ven-
de agentes financeiros do Tesouro Nacional, cimentos, dos débitos decorrentes de compro-
mantendo a posição atualizada das responsa- missos em moeda estrangeira, que contarem
bilidades assumidas e adotando ou propondo ou não com a garantia da União, por fiança ou
as medidas assecuratórias do respectivo paga- aval, outorgada diretamente ou concedida por
mento nas datas de vencimento. intermédio de instituição financeira oficial, terá
§ 2o Para os efeitos deste artigo, as operações prioridade absoluta nos cronogramas financei-
de arrendamento mercantil equiparam-se às ros de desembolso dos órgãos da administração
operações de crédito. federal centralizada, das entidades de adminis-
tração descentralizada e suas subsidiárias e das
demais entidades sob controle acionário direto
SEÇÃO XII – Operações de Crédito Externas ou indireto da União ou de suas autarquias,
bem como das fundações instituídas ou man-
Art. 98. (Revogado) tidas pelo Poder Público, que hajam assumido
tais compromissos (Decreto-Lei no 1.928/82,
Art. 99. Salvo nos casos de órgãos ou entida- art. 1o com a redação dada pelo Decreto-Lei
des da Administração Federal, ou seus agentes no 2.169/84).
financeiros, a garantia da União somente será Parágrafo único. Serão pessoal e solidaria-
outorgada quando autorizada em lei, e se o mente responsáveis pelo atraso no pagamento,
mutuário oferecer contragarantias julgadas por parte dos órgãos e entidades mencionadas
suficientes para o pagamento de qualquer de- neste artigo, os respectivos administradores
sembolso que o Tesouro Nacional possa vir a que concorrerem, por ação ou omissão, para
fazer, se chamado a honrar a garantia. o descumprimento da prioridade estabelecida.
Parágrafo único. Quando, pela sua natureza
e tendo em vista o interesse nacional, a negocia- Art. 103. O pagamento, pelo Banco do Brasil
ção de um empréstimo no exterior aconselhar S.A., autorizado pela Secretaria do Tesouro
manifestação prévia sobre a concessão da ga- Nacional, de compromissos em moeda es-
rantia da União, o Ministro da Fazenda poderá trangeira, não saldados pelos devedores nas
expedir carta de intenção nesse sentido. datas contratuais de vencimento, importará na
indisponibilidade dos recursos existentes, ou
Art. 100. A cobrança da taxa, pela concessão que venham a ingressar, nas contas dos órgãos
da garantia da União a título de comissão, ou entidades devedoras abertas em quaisquer
execução ou fiscalização, diretamente pelo instituições financeiras até o quanto baste para
Ministério da Fazenda ou por intermédio de compensar o valor equivalente, em moeda
instituição financeira oficial, não poderá ser nacional, à data do efetivo pagamento, do
superior aos limites fixados pelo Conselho principal, juros e demais despesas financeiras
Monetário Nacional, nos termos do artigo 4o, (Decreto-Lei no 1.928/82, art. 2o, com a redação
IX, da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964 dada pelo Decreto-Lei no 2.169/84).
(Decreto-Lei no 1.312/74, art. 7o). § 1o Caberá à Secretaria do Tesouro Nacio-
nal adotar as medidas tendentes à regularização
Normas correlatas
compatíveis com as normas ora estabelecidas. § 3o Para atender despesas imprevisíveis
e urgentes, como as decorrentes de guerra,
Art. 109. As operações de que se trata serão subversão interna ou calamidade pública, o
autorizadas, em cada caso, pelo Ministro da Presidente da República poderá determinar
Fazenda, à vista de parecer prévio da Procu- que o Conselho Monetário Nacional, através
do Banco Central do Brasil, faça a aquisição 141
de Letras do Tesouro Nacional com a emissão § 2 o A dívida fundada ou consolidada
de papel-moeda até o montante do crédito compreende os compromissos de exigibilidade
extraordinário que tiver sido decretado (Lei superior a 12 (doze) meses contraídos mediante
no 4.595/64, art. 49, § 5o). emissão de títulos ou celebração de contratos
§ 4o O Presidente da República fará acom- para atender a desequilíbrio orçamentário, ou
panhar a determinação ao Conselho Monetário a financiamento de obras e serviços públicos, e
Nacional, mencionada no parágrafo anterior, que dependam de autorização legislativa para
de cópia da mensagem que deverá dirigir ao amortização ou resgate.
Congresso Nacional, indicando os motivos que
tornaram indispensáveis a emissão e solicitando Art. 116. A dívida será escriturada com
a sua homologação. individuação e especificações que permitam
§ 5o Nas hipóteses dos parágrafos segundo e verificar, a qualquer momento, a posição dos
terceiro, deste artigo, se o Congresso Nacional compromissos, bem como os respectivos ser-
negar homologação à emissão extraordinária viços de amortização e juros.
efetuada, as autoridades responsáveis serão Parágrafo único. Incluem-se entre os com-
responsabilizadas nos termos da Lei no 1.079, promissos de que trata este artigo, os de caráter
de 10 de abril de 1950. contingencial, assim entendidas quaisquer
garantias concedidas diretamente pelo Tesouro
Art. 113. Considerar-se-ão resgatados, para Nacional, ou por intermédio de seus agentes
os efeitos legais, os saldos das emissões substi- financeiros.
tuídas, cujas cédulas não forem apresentadas à
substituição até o limite máximo do prazo para Art. 117. Os juros e amortização dos títulos da
isso marcado. dívida pública serão pagos, nas épocas próprias,
Parágrafo único. Serão, igualmente, consi- por intermédio dos agentes financeiros do Te-
derados resgates os descontos sofridos pelas souro Nacional, não se aplicando aos títulos de
cédulas em substituição. que trata este artigo quaisquer procedimentos
legais quanto à recuperação de títulos ao porta-
Art. 114. As emissões de moeda metálica dor extraviados (Lei no 4.728/85, art. 71 e § 1o).
serão feitas sempre contra recolhimento de
igual montante de cédulas (Lei no 4.595/64, Art. 118. Os títulos da dívida pública são
art. 4o, § 3o). insuscetíveis de gravames de qualquer natu-
reza que importem na obrigatoriedade de as
repartições emitentes ou seus agentes exerce-
CAPÍTULO IV – Dívida Pública rem controles prévios especiais quanto à sua
negociabilidade, ao pagamento de juros ou
Art. 115. A dívida pública abrange a dívida efetivação do resgate (Decreto-Lei no 263/67,
flutuante e a dívida fundada ou consolidada. art. 9o).
§ 1o A dívida flutuante compreende os com- Parágrafo único. Nos casos em que, por
promissos exigíveis, cujo pagamento independe decisão judicial, forem cabíveis restrições de
de autorização orçamentária, assim entendidos: qualquer natureza com relação aos títulos
a) os restos a pagar, excluídos os serviços referidos neste artigo, o Juiz competente
Gestão orçamentária pública
142
CAPÍTULO V – Valores Mobiliários da cada caso, mediante instrumento específico, a
União ser firmado entre as partes.
anterior, o recolhimento à conta do Tesouro Art. 134. Haverá controle contábil dos direitos
Nacional, no Banco do Brasil S.A., dos dividen- e obrigações oriundos de contratos, convênios,
dos ou resultados de exercício que couberem acordos ou ajustes.
à União, será feito pelas empresas até 30 de
novembro de cada ano, mediante comunicação Art. 135. Os débitos e os créditos serão re-
à Secretaria do Tesouro Nacional. gistrados com individuação do devedor ou do
Parágrafo único. É dever do representante credor e especificação da natureza, importância
do Tesouro Nacional no Conselho Fiscal ou e data do vencimento, quando fixada.
144 órgão de controle equivalente, das empresas de
Art. 136. A contabilidade deverá evidenciar, Art. 139. Os órgãos de contabilidade exami-
em seus registros, o montante dos créditos narão a conformidade dos atos de gestão orça-
orçamentários vigentes, a despesa empenha- mentário-financeira e patrimonial, praticados
da e a despesa realizada à conta dos mesmos pelas unidades administrativas gestoras de sua
créditos, as dotações disponíveis e os recursos jurisdição, com as normas legais que os regem
financeiros programados. (Dec.-Lei no 200/67, art. 73).
§ 1o Os registros previstos neste artigo serão § 1o Quando for verificada qualquer irre-
acessíveis à respectiva unidade administrativa gularidade, o ato será impugnado mediante
gestora, para orientação e atualização dos mes- representação, para apuração de ilegalidade e
mos registros, na forma estabelecida. identificação do responsável.
§ 2o Quando não for possível o acesso da § 2o Caracterizada a ilegalidade, o órgão de
unidade administrativa gestora aos registros, contabilidade encaminhará, imediatamente,
as informações indispensáveis à sua orientação à autoridade a quem o responsável esteja su-
lhes serão transmitidas oportunamente. bordinado, os elementos necessários para os
procedimentos disciplinares cabíveis.
Art. 137. A contabilidade deverá apurar o § 3o Na mesma data da providência prevista
custo dos projetos e atividades, de forma a no parágrafo anterior, o órgão de contabilidade
evidenciar os resultados da gestão (Decreto-Lei comunicará a ocorrência ao órgão setorial de
no 200/67, art. 69). controle interno da jurisdição do responsável,
§ 1o A apuração do custo dos projetos e e promoverá anotações da infringência no
atividades terá por base os elementos forneci- registro cadastral de agentes da administração
dos pelos órgãos de orçamento, constantes dos financeira.
registros do Cadastro Orçamentário de Projeto/ § 4o Os documentos relativos aos registros
Atividade, a utilização dos recursos financeiros contábeis dos atos da receita e despesa fica-
e as informações detalhadas sobre a execução rão arquivados no órgão de contabilidade à
física que as unidades administrativas gestoras disposição das autoridades responsáveis pelo
deverão encaminhar ao respectivo órgão de acompanhamento administrativo e fiscalização
contabilidade, na periodicidade estabelecida financeira e, bem assim, dos agentes incumbi-
pela Secretaria do Tesouro Nacional. dos do controle externo, de competência do
§ 2 o A falta de informação da unidade Tribunal de Contas da União.
administrativa gestora sobre a execução física § 5o Ressalvada a hipótese de microfilma-
dos projetos e atividades a seu cargo, na forma gem, quando conveniente, os documentos serão
estabelecida, acarretará o bloqueio de saques de conservados em arquivo pelo prazo de 5 (cinco)
recursos financeiros para os mesmos projetos e anos do julgamento das contas dos responsá-
atividades, responsabilizando-se a autoridade veis, pelo Tribunal de Contas da União, findo o
administrativa faltosa pelos prejuízos decor- qual poderão ser incinerados mediante termo.
rentes.
Art. 140. O órgão central de contabilidade da
Art. 138. Os órgãos de contabilidade presta- União fará a consolidação dos dados oriundos
rão a assistência técnica que lhe for solicitada dos órgãos seccionais, transmitindo, men-
pelas unidades administrativas gestoras, e salmente, os balancetes e as demonstrações
lhes encaminharão, mensalmente, balancetes contábeis sobre a execução orçamentária de
e demonstrações contábeis da respectiva exe- cada Ministério ou órgão, ao respectivo órgão
cução orçamentária, para orientação e base às setorial de controle interno, para efeito da su-
Normas correlatas
§ 3o Nos casos de irregularidades apura- gestora versará sobre suas finalidades, a progra-
das, se o responsável, devidamente notificado, mação e a execução orçamentária dos projetos
deixar de atender às exigências formuladas e atividades a seu cargo, bem assim quanto aos
pelo órgão de auditoria, o Ministro de Estado resultados alcançados em termos de realização
determinará a suspensão das transferências des- de obras e de prestação de serviços.
tinadas às referidas entidades ou organizações,
ou a retenção da receita na fonte arrecadadora. Art. 148. Está sujeito à tomada de contas es-
pecial todo aquele que deixar de prestar contas
146 Art. 144. (Revogado) da utilização de recursos públicos, no prazo e
forma estabelecidos, ou que cometer ou der I – até 30 de junho:
causa a desfalque, desvio de bens ou praticar a) as tomadas de contas dos ordenadores de
qualquer irregularidade de que resulte prejuízo despesas, agentes recebedores ou pagadores e
para a Fazenda Nacional. encarregados da guarda ou administração de
valores e outros bens públicos;
Art. 149. As autarquias, empresas públicas, b) as prestações de contas das autarquias:
sociedades de economia mista, fundações II – até 31 de julho:
criadas pela União ou mantidas com recursos – as prestações de contas das empresas públi-
federais, sob supervisão ministerial, serviços cas, sociedades de economia mista, fundações
autônomos e entidades com personalidade e serviços sociais autônomos;
jurídica de direito privado, de cujo capital a III – até 30 de setembro:
União ou qualquer entidade da administração – as prestações de contas das entidades com
indireta, seja detentora da totalidade ou da personalidade jurídica de direito privado, de
maioria das ações ordinárias, prestarão contas cujo capital a União ou qualquer entidade da
de sua gestão, para julgamento pelo Tribunal administração descentralizada, ou indireta,
de Contas da União (Decreto-Lei no 199/67, seja detentora da totalidade ou da maioria das
art. 34 e art. 7o, da Lei no 6.223/75, alterado pela ações ordinárias.
Lei no 6.525/78). § 1o As prestações de contas relativas a fun-
dos especiais de natureza contábil ou financeira,
Art. 150. As tomadas de contas e prestação de inclusive as de investimentos, acompanharão a
contas serão objeto de exames de auditoria do tomada de contas ou prestação de contas cor-
órgão setorial de controle interno. respondente aos recursos gerais da respectiva
unidade ou entidade gestora.
Art. 151. Diante do exame de auditoria, o ór- § 2o A tomada de contas especial será re-
gão setorial de controle interno emitirá parecer metida ao Tribunal de Contas da União dentro
avaliando a eficiência e a eficácia da gestão, bem do prazo de 30 (trinta) dias de sua elaboração.
assim quanto à economia na utilização dos
recursos públicos, ou sobre as irregularidades Art. 154. Os órgãos de Contabilidade inscre-
apuradas, quando for o caso, submetendo a verão como responsáveis todos quantos estejam
tomada de contas ou prestação de contas à sujeitos a tomada de contas ou que devam
consideração do Ministro de Estado, que se prestar contas para julgamento pelo Tribunal
pronunciará a respeito, remetendo o processo, de Contas, cujo rol lhe será transmitido anual-
em seguida, ao Tribunal de Contas da União, mente, comunicando-se as alterações.
para os fins constitucionais e legais.
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Duas normas essenciais são a base desta coletânea: a Lei Complementar no 101/2000, mais
conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, e a Lei no 4.320/1964, que estabeleceu
regras gerais de direito financeiro e orçamentário para os entes da Federação.