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Capítulo 26................94
Módulo 109 ......... 111
Módulo 110 .......... 116

AT
Módulo 111 ..........121
222
M Módulo 112 ..........126

a
Módulo 113 ..........130
Módulo 114 ..........135

sic


Q
O
BI
O
LP
IS
H
FI GEO
L

S
C
SO


S
RE
1. Experiência de Torricelli 96
2. Vasos comunicantes 99
3. Princípio de Pascal 100
4. Força de empuxo 102
5. Condições de flutuabilidade 104
6. Conceitos básicos de hidrodinâmica 107
7. Organizador gráfico 110
Módulo 109 – Experiência de Torricelli 111
Módulo 110 – Vasos comunicantes 116
Módulo 111 – Princípio de Pascal 121
Módulo 112 – Força de empuxo I 126
Módulo 113 – Força de empuxo II 130
Módulo 114 – Noções de hidrodinâmica 135

• Realizar cálculos a partir da definição de


pressão usando dados como força e área.
• Realizar cálculos de densidade usando
dados de massa e volume de um corpo.
• Identificar o comportamento de um sistema
hidráulico, segundo os conceitos de pressão
e o princípio de Pascal.
• Reconhecer que pontos situados a uma
mesma profundidade estão sujeitos a
pressões iguais.
• Efetuar cálculos que envolvem o princípio
fundamental da hidrostática e/ou o
princípio de Pascal.
• Relacionar os conceitos de densidade
e pressão ao princípio fundamental da
hidrostática.
• Compreender as condições de flutuabilidade
de corpos em certos fluidos.
• Determinar o empuxo sobre corpos
imersos em fluidos utilizando o teorema de
Arquimedes.
• Reconhecer características e propriedades
de fluidos em movimento, identificando
suas consequências.
• Efetuar cálculos a partir da equação da
continuidade e do princípio de Bernoulli
para fluidos em movimento.
• Apresentar conclusões a partir da
experiência de Torricelli.
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Hidrostática – Parte II 26
95

A grandiosidade dos submarinos e dos navios causa fascínio em muitas pessoas. Quando nos
damos conta do tamanho desses aparatos tecnológicos — como, por exemplo, um submarino den-
tro da imensidão do mar —, nem paramos para pensar que o material de que eles são feitos é, em
sua maior parte, aço e, em alguns casos, para suportar maior pressão e alcançar maior profundida-
de, titânio. Apesar do tamanho, conseguem ora emergir, ora imergir no oceano, chegando à profun-
didade de 300 m (maioria dos submarinos atuais) com o funcionamento de seus tanques de lastro
e motores muito potentes, e também podem ser movidos a energia nuclear. Os princípios funda-
mentais das condições de flutuabilidade dos corpos em líquidos serão estudados neste capítulo.
1. Experiência de Torricelli
26
221
Física
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
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Sabemos que a Terra está envolta pela atmosfera, cama-


96

Quase vácuo
da de ar que, como os líquidos, por causa da ação gravitacio- (vapor de Hg)
nal, exerce pressão em todos os pontos de sua superfície; di-
ferentemente da gravidade, que é uma grandeza vetorial, isto
h = 76 cm
é, além de seu valor numérico, precisa de direção e sentido
para ficar bem caracterizada. A grandeza pressão é escalar e
atua igualmente em todas as direções. A B

Este vídeo mostra o experimento do copo de água e um


papel, demonstrando a característica escalar da pressão.
Aparato usado para o experimento de Torricelli
Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=KEP-ZLHWlxA>.
Acesso em: 2 de maio de 2015. Esse experimento possibilitou provar a existência da pres-
são atmosférica e como fazer para calculá-la. O aparato mos-
trado na figura ficou conhecido como barômetro de Torricelli.
O físico Evangelista Torricelli (1608-1647) foi o primeiro Por meio desse experimento, ele pôde concluir que a
a propor uma forma de medir a pressão exercida pela atmos- pressão que a atmosfera faz no ponto A é igual à pressão que
fera terrestre. a coluna de mercúrio no tubo faz no ponto B. Para entender-
Ele utilizou um tubo de mais ou menos um metro de com- mos isso, é só levar em conta o teorema de Stevin. Como os
primento. O físico tampou uma das extremidades desse tubo, pontos A e B estão no mesmo nível e no mesmo líquido, logo
encheu-o de mercúrio, inverteu-o rapidamente e, em seguida, estão sujeitos à mesma pressão.
mergulhou-o em um recipiente que também continha mercúrio. Portanto, a pressão atmosférica ao nível do mar é de 76 cm
Após isso, Torricelli notou que o mercúrio havia descido e se es- de mercúrio (76 cmHg). Dado que a massa específica do mercú-
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tabilizado. Ao medir a coluna de mercúrio por meio da superfície rio é de 13,6 · 103 kg/m³, podemos calcular a pressão atmosféri-
livre do líquido, ele encontrou o valor de 76 cm ao nível do mar. ca em Pascal (Pa) da seguinte forma:
pA = patm ca da água, que é igual 1 · 103 kg/m3, e a pressão atmosférica

26
pB = μHg ∙ g ∙ h valendo 1,0 · 105 N/m2, teremos:
pA = pB patm = μágua ∙ g ∙ h

221
patm = μHg∙ g ∙ h 1,0 · 105 = 1 · 103 · 10 · h
patm = 13,6 ∙ 103 ∙ 10 ∙ 0,76 h = 10 m
patm ≈ 1,01 ∙ 105 N/m2 Desse resultado concluímos que, se ele tivesse escolhi-
Para simplificar os cálculos, será adotado para a pressão do a água para realizar o experimento, deveria usar um tubo
atmosférica no nível do mar o valor de 1,0 atm (1,0 · 105 N/m2 muito grande, maior que 10 m de comprimento, o que na épo-
ou 1,0 · 105 Pa). ca deveria ser muito difícil de conseguir.
Nos exercícios, é muito comum a pressão atmosférica Com isso, pode-se expressar a pressão atmosférica tam-

Física
ser representada em centímetro de mercúrio ou milímetro de bém pela coluna de água que ela pode equilibrar ao nível do
mercúrio. Portanto, ao nível do mar e a 0 °C, a pressão atmos- mar. Essa unidade de medida muito utilizada na engenharia é
férica vale 76 cmHg ou 760 mmHg. conhecida como m.c.a. (metro de coluna de água).
Por que utilizar mercúrio em vez de água? Torricelli já ti-
nha ideia de que a força exercida pela atmosfera não era tão patm = 1,0 atm
pequena, por isso ele recorreu a um líquido bem mais denso patm = 1,0 · 105 N/m2 = 1,0 · 105 Pa
para suas experiências. Ele acreditava que, para usar a água, patm = 76 cmHg = 760 mmHg
teria de usar um tubo de vidro bem maior. Quanto maior? Se

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


patm = 10 m.c.a.
refizermos os cálculos anteriores utilizando a massa específi-

APRENDER SEMPRE 17

01. A pressão no ponto A é a pressão que o ar contido no


Considere um tubo emborcado em um tanque de água. tubo exerce sobre a superfície do líquido dentro do tubo.
O tubo tem uma das extremidades fechada, mas apenas a A pressão no ponto B é a soma da pressão atmosférica na
aberta fica submersa, conforme a figura. superfície livre do líquido mais a pressão da coluna de lí-
quido de profundidade h da figura. Como os pontos A e B
Ar estão no mesmo nível, a pressão no ponto A é a mesma do
ponto B. Assim:
pA = pB
pA = par
h

97
pB = patm + μ ∙ g ∙ h
par = patm + μ ∙ g ∙ h
par = 1 ∙ 105 + 1∙103 · 10 ∙ 3
par = 1 ∙ 105 + 0,3 ∙ 105

Se a medida h for igual a 3,0 m (medida em relação à su- par = 1,3 ∙ 105 N/m2
perfície livre do líquido), qual será a pressão do ar contido no
interior do tubo?
Dados 02.
Massa específica da água 1 g/cm3, g = 10 m/s2 e pressão A pressão atmosférica varia com a altitude de forma
atmosférica 1 · 105 N/m2 que, a cada 100 m de altitude, a pressão diminui em 1 cmHg.
Sabendo que, no nível do mar, a pressão é de 76 cmHg, cal-
Resolução cule a pressão atmosférica, em Pa, numa cidade situada a
2 000 m de altitude. Considere que 76 cmHg corresponda
Ar a 1,0 · 105 Pa.

Resolução
2 000 m ⇒ 76 – 20 = 56 cmHg
h
cmHg Pa
76 1 · 105
56 p
p ≈ 7,4 · 104 Pa
A B
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26

A pressão atmosférica ocorre por causa da grande quantidade de gases retidos ao redor da Terra
221

pela força da gravidade. Em outras palavras, a pressão atmosférica é causada pelo peso da camada de
ar que atua sobre uma determinada área de superfície; portanto, quanto mais afastado for um ponto da
superfície da Terra, menor é a pressão atmosférica sobre ele.
Física

Em elevadas altitudes
Aqui, a força da gravidade
na atmosfera é menos intensa,
e as moléculas do ar ficam distantes
umas das outras.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Perto da superfície
Os gases da atmosfera
se deformam com a força
da gravidade e se concentram,
conforme indica o desenho.
Quanto mais próximo do nível
do mar e do centro da Terra,
maior a pressão atmosférica.
Nível do mar
98

Pressão atmosférica (atm) Pressão atmosférica (mmHg) Altitude (m)


1,000 760 0
0,947 720 500
0,882 670 1 000
0,789 600 2 000
0,697 530 3 000
0,618 470 4 000
0,539 410 5 000
0,474 360 6 000
0,408 310 7 000
0,355 270 8 000
0,316 240 9 000
0,276 210 10 000
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Variação da pressão atmosférica com a altitude


26
Experimento de Magdeburgo

221
O experimento de Magdeburgo consistia
em tentar separar, com auxílio de um grupo
de cavalos, dois hemisférios ocos de bronze
que formavam uma esfera, da qual se extraía
o ar provocando um vácuo. O físico alemão
Von Guericke realizou, em público, esse expe-
rimento na cidade de Magdeburgo, na Alema-

Física
nha, para mostrar a existência do vácuo, por
isso construiu uma máquina que retirou gran- O líquido permanece no mesmo nível em todos os tubos interligados.
de quantidade de ar de dentro dos hemisfé-
rios, a máquina pneumática. O físico também B. Vasos comunicantes com
queria comprovar, por meio desse experimen- dois líquidos distintos
to, a existência de uma força exercida pela at-
mosfera que mantinha muito bem unidos os Se colocarmos dois líquidos que não se misturam, tam-
dois hemisférios. bém ocorrerá o equilíbrio, mas esse equilíbrio virá com uma

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diferença entre os níveis das colunas. Na figura, o líquido A,
mais denso, fica sobre o menos denso, líquido B.

hB
hA Líquido A
A B
Líquido B

Como o líquido A é mais denso que o B, na superfície de separação entre


eles deve existir uma película que impeça o líquido A de afundar em
LUISA VALLON FUMI / DREAMSTIME

B. Se o líquido A fosse menos denso, a coluna hA seria maior que hB.

Os pontos A e B, por estarem no mesmo líquido e em nível


equiparado, apresentam a mesma pressão, de acordo com o
teorema de Stevin. Assim:
pA = pB

99
patm + μA ∙ g ∙ hA = patm + μB ∙ g ∙ hB
Famoso experimento de Von Guericke μA ∙ hA = μB ∙ hB

Nessa expressão, as alturas hA e hB, tomadas por meio da


superfície livre dos líquidos A e B, respectivamente, são inver-
samente proporcionais às suas massas específicas.
Este vídeo mostra o efeito da pressão atmosférica so-
bre corpos. C. Manômetro
Disponível em: <https://www.youtube. Os cientistas utilizam os vasos comunicantes para me-
com/watch?v=u382GooDVUg>. dir a pressão de gases contidos em recipientes fechados.
Acesso em: 3 de maio de 2015. Nesses casos, os vasos comunicantes são preenchidos com
líquidos de grande massa específica, como, por exemplo, o
mercúrio, e adaptados no recipiente que contém o gás do qual
se quer medir a pressão, como mostrado na figura seguinte.
2. Vasos comunicantes
Os vasos comunicantes são sistemas formados por no patm
mínimo dois tubos interligados entre si, contendo um líquido
homogêneo ou mais líquidos não miscíveis (que não se mis-
turam) em equilíbrio nesse sistema. Vamos recorrer ao teore- Gás
ma de Stevin para entendê-los melhor. h
A B
A. Vasos comunicantes com um só líquido
Com um só líquido homogêneo em seu interior, os pontos
do líquido em contato com a atmosfera estão submetidos à
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mesma pressão (patm). Pelo teorema de Stevin, eles devem Manômetro em forma de U para medir a pressão
estar na mesma horizontal, como mostra a figura. do gás dentro do recipiente.
No manômetro da figura, a pressão no ponto A é igual à Como g é a aceleração da gravidade (para pequenos valo-
26

pressão no ponto B, portanto a pressão do gás em A é igual res de h, é constante), com valor ao nível do mar de 9,81 m/s2 e
à pressão atmosférica mais a pressão da coluna de mercúrio o líquido incompressível (μ = constante), o termo da equação
221

no ponto B. citada (μ · g · h) é constante.


pA = pB
patm + μA ∙ g ∙ hA = patm + μB ∙ g ∙ hB pB = pA + constante

Isso implica que, se ocorrer, por qualquer processo, uma


variação de pressão no ponto A, a mesma variação será per-
cebida no ponto B.
Física

Este vídeo mostra o funcionamento dos manômetros.


Disponível em: <https://www.youtube. ∆pB = ∆pA
com/watch?v=5NL1PY7fHgY>.
Acesso em: 21 jul. 2015.
O princípio de Pascal pode assim ser escrito:

Qualquer variação de pressão que ocorra em um ponto


APRENDER SEMPRE 18 qualquer de um líquido será transmitida para todos os pon-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

tos desse mesmo líquido.


01.
Dois vasos comunicantes (como na figura) contêm
dois líquidos, A e B, em equilíbrio e que não se misturam.
Sabendo que a massa específica do líquido A é 1,6 g/cm3,
determine a massa específica do líquido B. Blaise Pascal (1623-1662)

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Líquido A 100 cm
80 cm

B A
Líquido B
100

Resolução
As pressões hidrostáticas em A e em B são iguais.
pA = pB
patm + μA ∙ g ∙ hA = patm + μB ∙ g ∙ hB
μA ∙ hA = μB ∙ hB
1,6 ∙ 100 = μB ∙ 80
μB = 2 g/cm3 = 2 ∙ 103 kg/m3
“O coração tem razões que a própria razão
desconhece”.
O autor dessa conhecida frase foi Blaise
3. Princípio de Pascal Pascal, um brilhante matemático, filósofo e
Tomemos um líquido homogêneo, incompressível, de pesquisador. Aos 19 anos, inventou a máqui-
massa específica μ, em equilíbrio dentro de um recipiente, na aritmética, uma calculadora mecânica que
conforme mostrado na figura. permitia a qualquer um somar, subtrair, dividir
e multiplicar, mesmo sem ter qualquer conhe-
A cimento aritmético.
Profundamente religioso, tomou conheci-
h mento dos trabalhos de Torricelli (1608-1647)
com seu experimento sobre a pressão atmos-
B
férica e começou uma série de experimentos,
que o levariam a provar a existência do vácuo.
Pascal aplicou-se nos estudos de matemá-
tica e física, escrevendo, em 1653, o Tratado
Nos dois pontos, A e B (indicados na figura), as pressões do equilíbrio dos líquidos, no qual explicou a lei
são pA e pB, respectivamente. Pelo teorema de Stevin, temos: da pressão. Foi uma importante contribuição
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para a física.
pB = pA + μ ∙ g ∙ h
Ele também produziu importantes teore- Como ocorre conservação da energia, o trabalho da força

26
mas em geometria progressiva. Outra obra F1 para deslocar o êmbolo do lado direito da prensa por uma
sua é o Tratado sobre as potências numéricas, distância d1 deve ser igual ao trabalho da força F2 para deslo-

221
em que trata da questão dos “infinitamente car o êmbolo do lado esquerdo por uma distância d2.
pequenos”. Alguns de seus estudos em geo-
metria levaram mais tarde à descoberta do T1 = T2
cálculo por Leibniz e Isaac Newton.
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/biografias/ F1 · d1 = F2 · d2
blaise-pascal.jhtm>. Acesso em: 26 abr. 2015. Adaptado.

Física
Nota-se que a área do êmbolo e a força aplicada nele são
diretamente proporcionais e que o deslocamento sofrido pelo
A. Prensa hidráulica êmbolo e a força aplicada nele são inversamente proporcionais.
Uma das aplicações do princípio de Pascal é o da prensa Para finalizar, é interessante conhecer o quanto de sua
hidráulica. Ela consiste em uma máquina capaz de multiplicar força está sendo multiplicada pela prensa hidráulica. Esse
forças, conservando a energia do sistema. A prensa é consti- dado é obtido quando se determina a vantagem mecânica,
tuída por dois êmbolos de tamanhos diferentes em um vaso que é um número adimensional calculado pela razão entre a
comunicante como o da figura seguinte. força final e a força aplicada.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


F1 F2
VM =
F1
Área A2 Área A1

F2
Este vídeo mostra como construir um braço mecânico
utilizando o princípio de Pascal.

Disponível em: <https://www.youtube.com/


watch?v=sft0OzAC8gw>. Acesso em: 22 jul. 2015.
Pelo princípio de Pascal, o acréscimo de pressão cau-
sado pela força F1 aplicada no êmbolo de área A1 sobre o
líquido é transmitido integralmente até o êmbolo 2. O líqui-
do irá fazer uma pressão sob o êmbolo 2, o que resultará APRENDER SEMPRE 19

101
em uma força F2 distribuída em uma área A2. Disso, pode-
mos escrever: 01.
No êmbolo menor de uma prensa hidráulica, atua uma
∆pB = ∆pA força F, vertical, para baixo, que mantém equilibrado, no
êmbolo maior, um objeto de massa 60 kg. Calcule o valor
Como a pressão é: da força F sabendo que a área do êmbolo maior é 6 vezes a
área do êmbolo menor.
p= F Dado: g = 10 m/s2
A
temos para a prensa hidráulica: Resolução
F1 F2
=
F1 F2 A1 A 2
=
A1 A 2 F = m⋅ g
A1 6 ⋅ A1
Agora, analisaremos os deslocamentos dos êmbolos em
função da força exercida em cada um. 60 ⋅ 10
F=
6
F = 100 N
Área A2 F1
d2

Área A1 Outra aplicação importante da prensa hidráulica é o siste-


d1 ma de freios dos automóveis. Nele, a força aplicada pelo pé do
motorista é multiplicada e transmitida, pelo óleo dentro de uma
F2
tubulação, aos pistões (êmbolos) encontrados nas rodas do
automóvel. Esses, por sua vez, irão atuar a fim de diminuir, por
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meio do atrito, a velocidade das rodas e parar o automóvel. O es-


quema de funcionamento desse sistema pode ser visto a seguir.
Como a pressão aumenta com a profundidade, as forças
26

aplicadas pelo líquido na parte inferior do corpo são maiores


Este vídeo mostra o funcionamento do freio dos auto- que as exercidas na parte superior. Com isso, a resultante
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móveis. de todas essas forças terá direção vertical e sentido para


Disponível em: <https://www.youtube. cima. Se a pressão no líquido não se alterasse conforme a
com/watch?v=boO4geVU6SM>. profundidade, a resultante dessas forças seria nula e o em-
Acesso em: 30 de maio de 2015. puxo não existiria.
Agora, considere o corpo da figura seguinte (uma simplifi-
Algumas bicicletas contam com o que há de mais mo- cação para demonstração do teorema de Arquimedes).
derno no quesito freios: freios a disco hidráulico. As vanta-
Física

gens são muitas, mas a principal delas é possibilitar uma


frenagem suave com apenas um dedo. A2
F2
F3 F4

F1
A1
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

 
Nessa figura, as forças horizontais F3 e F4 têm a mesma
intensidade, por isso a resultante
 na direção horizontal é nula.
Na vertical, as forças F1 e F2 não se equilibram e a re-
sultante é diferente de zero, porque a parte inferior do corpo
está submetida a uma pressão maior. Considerando A1 e A2
as áreas da base inferior e superior do cubo, respectivamen-
te, temos:

F1 – F2 = (p1 · A1) – (p2 · A2)


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Como A1 = A2, temos:

F1 – F2 = (p1 – p2) ·A
F1 – F2 = ∆p · A
102

Freio a disco hidráulico garante frenagens mais F1 – F2 = μliq. · g · ∆h · A


suaves em condições adversas.
Como ∆h · A é o volume do cubo, temos:

F1 – F2 = μlíq. · g · Vcubo
4. Força de empuxo
Ao colocar o cubo dentro de um líquido, notamos que o ní-
A. Teorema de Arquimedes vel do líquido sobe. A massa do líquido deslocado é calculada
Você já deve ter percebido que, quando um objeto está por μlíquido · Vcubo.
dentro da água, temos a impressão de que ele ficou mais leve.
Como sabemos que sua massa permanece constante e a ace- F1 – F2 = μlíq. · g
leração da gravidade também, então ele não está mais leve,
logo só nos resta supor que água está exercendo uma força, Nessa equação, F1 – F2 representa a resultante das forças
dirigida para cima, impedindo que o corpo afunde. Ao tentar que atuam no corpo, e mlíquido · g representa o peso do líquido
empurrar uma bola plástica dentro da água, percebemos cla- deslocado. Portanto:
ramente essa força atuando. É uma  força vertical, para cima,
que recebe o nome de empuxo E . F1 – F2 = Plíq. deslocado
O líquido tende a aplicar força em toda a superfície de um
corpo, como se pode ver na figura a seguir. F1 – F2 é a resultante das forças que o líquido faz no corpo
e é chamada de empuxo (E).
Assim, E = Plíq. deslocado

ou seja, podemos determinar o empuxo sabendo o volu-


me submerso do corpo:
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E = μlíq. · g · Vsubmerso
APRENDER SEMPRE 20

26
01. Resolução

221
Num aquário cheio de um líquido de densidade 1,8 g/cm3, O raio da bola pode ser calculado por:
encontra-se um corpo de volume 1 500 cm3, que está total- C = 2·π·R
mente imerso. Dada a aceleração da gravidade de 10 m/s2,
0,7
qual o empuxo sofrido pelo corpo? R= ≈ 0,11 m
2 ⋅ 3,14
Resolução O volume da bola é dado por:
E = μlíq. · g · Vsubmerso
V = 4 ⋅ π ⋅ R3

Física
E = 1,8 ·103 · 10 · 1,5 · 10–3
3
E = 27 N
4
V = ⋅ 3,14
14 ⋅ 0,113
02. 3
Uma bola de futebol oficial tem uma circunferência de V ≈ 5,6·10–3 m3
70 cm e massa de 450 g. Quando mergulhada totalmente num
recipiente cheio de água, ela recebe uma força, para cima, O empuxo é dado por:
denominada empuxo. Calcule a intensidade dessa força. E = μlíq. · g · Vsubmerso

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Dado: π = 3,14 E = 1 · 103 · 10 · 5,6 ·10–3
E = 56 N

Arquimedes (287-212 a.C.) medes, que o inspirou a construir o “parafuso


de Arquimedes”, um mecanismo que era usado
para elevar água entre dois pontos de altitudes
diferentes, como mostra a figura seguinte.
Arquimedes morreu sob a lâmina de um sol-
dado, mesmo tendo sido um grande construtor
de equipamentos bélicos.

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103
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Arquimedes, nascido em Siracusa, na Cecília,


foi um físico e matemático que estudou em Ale-
xandria e desenvolveu o princípio que leva seu
nome e é estudado na hidrostática. Foi autor da
famosa frase “Dê-me um ponto de apoio e uma
alavanca e eu moverei a Terra” (fazendo referên-
cia ao poder das alavancas, um de seus inven-
tos). Na matemática, definiu a espiral de Arqui- Parafuso de Arquimedes: usado para elevar água.

Este vídeo mostra o funcionamento do parafuso de Arquimedes.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mYjjzymDUM4>.


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Acesso em: 13 de julho de 2015.


B. Peso aparente A. Empuxo menor que o peso do corpo (E < P)
26

Quando pegamos um corpo e o prendemos a um dinamô- Nesse caso, o corpo ficará sujeito a uma resultante de
metro, obtemos o peso real dele. Se mergulharmos esse cor- forças apontada para baixo, que o fará descer até o fundo do
221

po em água, por exemplo, surgirá uma força de empuxo para recipiente.


cima, sobre o corpo, o que fará a redução no valor da leitura.
Essa nova leitura é o chamado peso aparente. A seguir, temos
a representação da situação.
E
Física

Peso aparente(Pap)
Peso real (P)
P

O corpo desce até tocar o fundo do recipiente, quando E < P.

P>E
mcorpo · g > μlíq · g · Vsub
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Para calcular o peso aparente, caso não ocorra a situação Lembrando que: mcorpo = μcorpo · Vcorpo e Vcorpo = Vsub
anteriormente descrita, basta encontrar a diferença entre o
peso real e o empuxo. Assim:
μcorpo · Vsub > μlíq · Vsub
Pap = P – E μcorpo > μlíq

A seguir, serão analisadas as consequências para o corpo Para exemplificar tal situação, temos o caso de um navio
nas situações de peso aparente maior que zero, menor que naufragado, como observado na figura a seguir.
zero e igual a zero.

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APRENDER SEMPRE 21

01.
Um objeto de massa 20 kg e volume de 15 · 103 cm3
104

está totalmente imerso na água, cuja massa específica é


de 1 g/cm3. Calcule o peso aparente desse objeto.
Dado: g = 10 m/s²

Resolução
Pap = P – E A densidade do navio naufragado é maior que a densidade da água do mar.
Pap = m · g – μlíq · g · Vsub
Pap = 20 · 10 – 1 · 103 · 10 · 15 · 10–3 B. Empuxo igual ao peso do corpo (E = P)
Pap = 200 – 150
Pap = 50 N Nesse caso, o corpo ficará em equilíbrio estático, no pon-
to em que foi abandonado: FR = 0.

Simulação de um bloco preso a um dinamômetro no E


interior de um líquido.
Disponível em: <http://www.planetseed.com/
files/uploadedfiles/Science/Notes/float/en/
fands04/index.html>. Acesso em: 22 jul. 2015.
P

5. Condições de flutuabilidade Corpo em repouso no interior de um recipiente (E = P)


Ao mergulhar um corpo dentro de um recipiente conten-
do um líquido em equilíbrio, ele ficará sujeito a duas forças: o P=E
peso (P), por causa da ação gravitacional, e o empuxo (E). Ao mcorpo · g = μlíq · g · Vsub
EMI-16-190

soltar esse corpo no meio do recipiente, três situações distin-


tas poderão ocorrer: Lembrando que: mcorpo = μcorpo · Vcorpo e Vcorpo = Vsub
Assim: Quando esse corpo sobe até a superfície, acontece algo

26
μcorpo · Vsub = μlíq · Vsub interessante:
μcorpo = μlíq

221
E
Para exemplificar tal situação, temos o caso do submari-
no em equilíbrio, como observado na figura a seguir.

Física
ISTOCK / GETTY IMAGES

Corpo em equilíbrio flutuando no líquido.

Ao emergir, ele ficará com uma parte submersa. Nesse


momento, o peso do corpo é igual ao peso do líquido desloca-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


O submarino permanece em equilíbrio, pois tem sua
densidade igual à do líquido onde está imerso. do, e a resultante das forças é nula (E = P).

ISTOCK / GETTY IMAGES


C. Empuxo maior que o peso do corpo (E > P)
Nesse caso, o corpo ficará sujeito a uma resultante de for-
ças apontada para cima, que o fará subir no interior do líquido
até atingir a superfície.

105
Quando o empuxo é maior que o peso, o corpo sobe (E > P).

P<E
mcorpo · g < μlíq · g · Vsub

Lembrando que: mcorpo = μcorpo · Vcorpo e Vcorpo = Vsub

Assim:
μcorpo · Vsub < μlíq · Vsub
μcorpo < μlíq

Para exemplificar tal situação, temos o caso da bola preen-


chida com ar, conforme figura a seguir.

Representação de um iceberg em equilíbrio


mostrando sua parte emersa e submersa.

Simulação de três blocos com densidades diferentes


ISTOCK / GETTY IMAGES

no interior de um líquido.
Disponível em:
<http://www.planetseed.com/files/
uploadedfiles/Science/Notes/float/en/fands05/
EMI-16-190

A resultante entre o empuxo e o peso apontando para cima acelera index.html>. Acesso em: 23 jul. 2015.
a bola até que ela atinja a superfície e entre em equilíbrio.
D. Centro de empuxo
26

O CE (centro de empuxo) é o ponto que se comporta como E


se toda a força de empuxo que age na superfície do corpo es-
221

tivesse sobre ele, enquanto o CG ou centro de gravidade é um


ponto que se comporta como se toda a força gravitacional CE
(peso) aplicada no corpo estivesse concentrada sobre ele. O
centro de gravidade do bloco homogêneo de madeira da figu-
ra seguinte fica localizado no encontro das suas diagonais.
Em razão de o centro de empuxo e o centro de gravidade
não coincidirem num corpo flutuando em líquido, há estabili-
Física

CG dade nas embarcações.

P Estabilidade e centro de empuxo


Disponível em:
O centro de empuxo só existirá quando esse bloco for <http://www.planetseed.com/popup/41143>
inserido em um líquido. Se o corpo estiver completamente
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Acesso em: 22 jul. 2015.


submerso, o centro de empuxo coincidirá com o centro de
gravidade do bloco. Se ele flutuar, o centro de empuxo estará Flutuação e estabilidade
localizado na parte imersa do corpo. Devido à simetria do sis- Disponível em:
tema analisado, o CE estará localizado no centro de gravidade <http://www.planetseed.com/pt-br/mathsolution/
da água deslocada, que coincide com o encontro das diago- flutuacao-e-estabilidade-estabilidade-em-veleiros>
nais do “bloco” formado abaixo da linha do fluido, como pode Acesso em: 22 jul. 2015.
ser observado na figura seguinte.

APRENDER SEMPRE 22

01. 02. FEI-SP (adaptado)


Na figura seguinte, a esfera tem peso 20 N, volume Um cilindro maciço e homogêneo, cuja massa específica
4 · 10–3 m3, está totalmente imersa em um recipiente com é de 0,8 g/cm3, flutua na água (d = 1 g/cm3) com 10 cm de
um líquido de massa específica 1,5 g/cm3 e presa no fundo sua altura acima da superfície da água. A altura do cilindro,
do recipiente por um fio leve e inextensível. em centímetros, é igual a:
106

10 cm

Considerando a aceleração da gravidade como sendo


10 m/s2, calcule: a. 25 d. 40
a. a intensidade da força de empuxo da água sobre b. 50 e. 100
o corpo; c. 125
b. a intensidade da força de tração no fio.
Resolução
Resolução Chamando a altura do cilindro de h e sua área da base
a. E = μlíq · g · Vsub de A, temos:
E = 1,5 · 103 · 10 · 4 · 10–3 P=E
E = 60 N mcorpo · g = μlíq · g · Vsub
b. Como o corpo está em equilíbrio, podemos escrever: μcorpo · Vcorpo = μlíq · Vsub
E=T+P μcorpo · A · h = μlíq · A · (h – 10)
T=E–P 0,8 · h = 1 · (h – 10)
T = 60 – 20 h = 50 cm
EMI-16-190

T = 40 N Alternativa correta: B
6. Conceitos básicos de Na tubulação seguinte, temos um líquido que escoa em

26
regime permanente, ou seja, a vazão permanece constante.
hidrodinâmica

221
Além do estudo da hidrostática ou estática dos fluidos, fa- A1
remos um breve estudo sobre a dinâmica dos fluidos ou hidro- v1 A2
dinâmica. Essa parte da Física, surgida no início do século XVIII, v2
encarregou-se de estudar o movimento dos fluidos (líquidos e
gases) e teve como grandes estudiosos Euler e Bernoulli. Eles
utilizaram as leis de Newton e a conservação da energia e do
L1 L2
momento para estudar o movimento dos fluidos.

Física
Considerando que as partículas que compõem o líquido
A. Vazão atravessam as seções A1 e A2 num mesmo intervalo de tempo,
Considere uma tubulação (como na figura seguinte). temos:
A seção transversal A dessa tubulação é atravessada por um Z = constante
volume de líquido em um determinado tempo ∆t.
Portanto:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


∆V A1 · v1 = A2 · v2

Na posição L2, a velocidade é maior que em L1, em razão


A da área da seção ser menor.

A vazão Z é definida por: Essa equação é conhecida como equação da continuidade.


Ela explica o motivo pelo qual, ao colocarmos o dedo na ponta
de uma mangueira de jardim com água em escoamento e o
Z = ∆V pressionamos contra o fluxo, diminuindo a abertura do fluxo
∆t
de saída, a água atingirá pontos mais distantes, como mostra
em que: a figura seguinte.
∆V é a variação de volume em m3;

ISTOCK / GETTY IMAGES


∆t é o intervalo de tempo em s.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de
medida da vazão é o m3/s.
Agora, vamos relacionar a vazão do líquido com a veloci-

107
dade do fluido que escoa no interior deste tubo. Imagine esse
líquido atravessando a tubulação de comprimento L, com ve-
locidade constante, como na figura.

B. Teorema de Bernoulli
Esse teorema mostra uma das equações mais importan-
L
tes do movimento dos fluidos. Para demonstração do teore-
O volume deslocado num intervalo de tempo ∆t é calcu- ma de Bernoulli, considera-se um líquido ideal, aquele que é
lado por: incompressível e sem viscosidade em regime permanente de
∆V = A · L escoamento. Com isso, desprezam-se as perdas de energia
durante o escoamento do líquido e considera-se que a veloci-
Mas: dade de um ponto permaneça sempre constante.
L = v · ∆t Bernoulli percebeu, em seus experimentos, que, du-
rante o escoamento de líquidos ideais, a energia cinética se
Logo: transforma em potencial gravitacional e vice-versa. Para de-
∆V = A · v · ∆t monstração do teorema de Bernoulli, considere um líquido
incompressível, massa específica µ em regime permanente
A ⋅ v = ∆V de escoamento na tubulação (figura seguinte). Suponha que
∆t
o sistema esteja em um local cuja aceleração da gravidade
Portanto: seja g. Vamos analisar o deslocamento de uma porção do
fluido de uma região, em que o tubo é mais espesso, para
EMI-16-190

Z=A·v uma região onde o tubo é mais delgado e se encontra a uma


altura h2 > h1, como representado na figura.
v2
26
F2

Daniel Bernoulli (1700-1782)


221

A1 d2

ISTOCK / GETTY IMAGES


v1 A2

F1 h2

h1
d1
Física

Nível de referência

Na figura, v1 é a velocidade com que o fluido atravessa

a seção A1, e v 2 é a velocidade com que o fluido atravessa a
seção A2. As alturas do fluido em relação ao nível de referência
são h1 e h2, respectivamente.

A força F1 realiza um trabalho para fazer o fluido
 passar
por A1 e, da mesma forma, uma força contrária F2 age sobre
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

o fluido, na área A2. Os trabalhos realizados por essas forças


podem ser calculados por:

T1 = F1 · d1 e T2 = F2 · d2

A diferença entre o trabalho das duas forças é igual à va-


riação da energia do sistema. Dessa maneira:
T1 – T2 = ∆Ec + ∆Ep
( ) (
F1 · d1 – F2 · d2 = Ecf − E ci + Epf − Epi )
Nascido em 1700, na Suíça, em meio a uma
 m ⋅ v 22 m ⋅ v12 
F1 · d1 – F2 · d2 =  − + (m · g · h2 – m · g · h1) família de matemáticos, o físico e médico Da-
 2 2 
niel Bernoulli escreveu o princípio que rege o
m
F1 · d1 – F2 · d2 = ⋅ ( v 22 − v12 ) + m · g · (h2 – h1) estudo do escoamento de fluidos. Em 1738,
2
publicou, em Estrasburgo, seu famoso livro
Lembrando que F = p · A e que m = μ · V, temos: Hydrodynamica, – com muitos assuntos sobre
108

os fluidos, como, por exemplo, o uso de manô-


µ⋅V
p1 · A1 · d1 – p2 · A2 · d2 = ⋅ ( v 22 − v12 ) + μ · V · g · (h2 – h1) metros, a propulsão a jato e a teoria cinética
2
dos gases.
Como V = A · d, temos: Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/BernDani.html>.
Acesso em: 04 jul. 2015. Adaptado.
µ⋅V
p1 · V – p2 · V = ⋅ ( v 22 − v12 ) + μ · V · g · (h2 – h1)
2
O resultado da divisão de toda a equação por V é:
Notas
µ
p1 – p2 = ⋅ ( v 22 − v12 ) + μ · g · (h2 – h1) • Se o líquido não estiver em movimento (v1 = v2 = 0), o
2
teorema de Bernoulli se reduzirá ao teorema de Stevin.
µ ⋅ v 22 µ ⋅ v12
p1 – p2 = − + μ · g · h2 – μ · g · h1 µ ⋅ v12 µ ⋅ v 22
2 2 p1 + µ ⋅ g ⋅ h1 + = p2 + µ ⋅ g ⋅ h2 +
2 2
Reorganizando, fica:
µ ⋅ v 22 ∆p = μ · g · ∆h
µ ⋅ v12
p 1 + μ · g · h1 + = p2 + μ · g · h2 + • Da equação da continuidade, conclui-se que:
2 2
Se A1 > A2, então v1 < v2. Ao se tomar uma tubulação
No teorema de Bernoulli: horizontal (h1 = h2), o teorema de Bernoulli fica
µ ⋅ v12 µ ⋅ v 22
Pressões estáticas 1 {
p + µ ⋅ g ⋅ h1
p2 + µ ⋅ g ⋅ h2
p1 +
2
= p2 +
2
Por essa equação, pode-se concluir que, se v1 < v2, en-
tão p1 > p2. Desse modo, temos que, para maior velo-
µ ⋅ v 2
1
 cidade de escoamento do fluido na tubulação, menor
Pressões dinâmicas  2 2 a pressão e vice-versa. O raciocínio visto nesta nota é
µ ⋅ v2
EMI-16-190

 muito utilizado na aviação moderna.


 2
Da equação de Bernoulli, temos:

26
Asa do avião e o teorema de Bernoulli µ ⋅ v12 µ ⋅ v 22
p1 + µ ⋅ g ⋅ h1 + = p2 + µ ⋅ g ⋅ h2 +

221
Em razão do seu estado de repouso em relação à Terra 2 2
e à forma da asa de um avião, o ar, quando atinge a asa,
toma dois caminhos, 1 e 2, conforme a figura. 1 ⋅ 10
103 ⋅ 22 1 ⋅ 10
103 ⋅ 82
5 ⋅ 10
105 + µ ⋅ g ⋅ 0 + = p2 + 1 ⋅ 10
103 ⋅ 10⋅5 +
10
2 2
Caminho 1 502 000 = p2 + 82 000
v1
p2 = 420 000 = 4,2 · 105 Pa

Física
Ar
v2
Caminho 2
Veja as aplicações do teorema de Bernoulli.
Para chegar ao final da asa, a porção de ar que passa Disponível em:
pelo caminho 1 percorre uma distância maior que a porção <http://www.if.ufrj.br/~bertu/fis2/hidrodinamica/
seguida pelo caminho 2. Considerando v1 e v2 as velocida- hidrodin.html>. Acesso em: 23 jul. 2015.
des dessas porções de ar e que elas devem chegar juntas

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


ao final da asa, conclui-se que v1 > v2. Pelo teorema de Ber-
noulli, se v1 > v2, então p1 < p2. Com isso, existem duas for- C. Teorema de Torricelli
ças atuando na asa do avião, devido ao movimento do ar, Evangelista Torricelli, além de deixar contribuições como
F1 e F2. Como p1 < p2, temos que F1 < F2 e, logo, a resultante as observações sobre a pressão atmosférica, também estu-
dessas duas forças é a força de sustentação FS = F2 – F1, de dou o escoamento de fluidos através de orifícios. Observe a
baixo para cima, como mostra a figura. figura seguinte, que apresenta um recipiente cilíndrico com
um líquido incompressível e não viscoso, cuja massa especí-
fica será chamada de μ.
FS
F1
Caminho 1 v1

Ar
v1 h = h1 – h2
v2
Caminho 2 h1
F2 v2

109
h2

APRENDER SEMPRE 23

01. ITA-SP Pode-se calcular a velocidade de escoamento usando o


Considere uma tubulação de água que consiste de um teorema de Bernoulli para o fluido mostrado:
tubo de 2,0 cm de diâmetro por onde a água entra com ve-
µ ⋅ v 22 µ ⋅ v12
locidade de 2,0 m/s sob uma pressão de 5,0 · 105 Pa. Outro p2 + + µ ⋅ g ⋅ h2 = p1 + µ ⋅ g ⋅ h1 +
tubo de 1,0 cm de diâmetro encontra-se a 5,0 m de altura, 2 2
conectado ao tubo de entrada. Considerando a densidade Considere, para este exemplo, v1 = 0.
da água igual 1,0 · 103 kg/m3 e desprezando as perdas, cal-
µ ⋅ v 22
cule a pressão da água no tubo de saída. p2 + + µ ⋅ g ⋅ h2 = p1 + µ ⋅ g ⋅ h1
2
Resolução Como p1 = p2 = patm, fica:
Da equação da continuidade, temos:
µ ⋅ v 22
A1 · v1 = A2 · v2 patm + + µ ⋅ g ⋅ h2 = patm + µ ⋅ g ⋅ h1
2
2 2
D  D  Organizando a equação, temos:
π ⋅  1  ⋅ v1 = π ⋅  2  ⋅ v 2
 2  2
µ ⋅ v 22
D12 D2 + µ ⋅ g ⋅ h2 = µ ⋅ g ⋅ h1
⋅ v1 = 1 ⋅ v 2 2
4 4
v 22
22 ⋅ 2 = 12 ⋅ v + g ⋅ h2 = g ⋅ h1
2
4 4 2
v 22 = 2 ⋅ g ⋅ (h2 − h1 )
EMI-16-190

v2 = 8 m/s
Chamando h2 – h1 de h, temos a equação de Torricelli para o escoamento de fluidos através de orifícios.
26

v = 2⋅ g ⋅h
221

Observação
Essa equação pode ser demonstrada igualando-se a energia potencial gravitacional com a energia cinética.

APRENDER SEMPRE 24
Resolução
Física

01. Aplicando o teorema de Torricelli, temos:


Um reservatório de água tem 80 cm de altura e, em v = 2⋅ g ⋅h
sua base inferior, encontra-se uma torneira. Considerando
v = 2 ⋅ 10 ⋅ 0,8
g = 10 m/s2 e o reservatório totalmente cheio de água, cal-
cule a velocidade de saída da água quando a torneira for v = 16
aberta. Despreze as dissipações. v = 4 m/s
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

7. Organizador gráfico
A. Fluidos
IMAGENS: ISTOCK/GETTY IMAGES

Conceitos básicos Conceitos básicos

Massa Pressão Fluidos Vazão de Equação da


Pressão
específica hidrostática um líquido continuidade

µ= m p= F p=µ·g·h Z=v·A A1 · v1 = A2 ·v2


V A
110

Hidrostática Hidrodinâmica

Teorema de
Teoria de Princípio Lei de Bernoulli
Stevin de Pascal Arquimedes Fluido em
movimento
µ ⋅ v12 µ ⋅ v 22
∆p1 = ∆p2 p1 + µ ⋅ g ⋅ h1 + = p2 + µ ⋅ g ⋅ h2 +
Força de Peso 2 2
Experiência de Vasos Medidas
Torricelli (patm) comunicantes de pressão empuxo aparente
µ1 · h1 = µ2 · h2 Teorema de
Prensa E = µlíq · Vsub · g Pap = P – E Torricelli
Barômetro hidráulica
v= 2 ⋅ g ⋅ h
pfluído = patm + µ · g · h Manômetro F1 F2
=
A1 A 2
T 1 · d1 = T 2 · d 2
EMI-16-190

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 109

26
Experiência de Torricelli

221
Exercícios de Aplicação
01. 03. PUC-PR
Ao nível do mar, um barômetro de mercúrio indica 76 cm, Algumas pessoas que pretendem fazer um piquenique

Física
equivalente à pressão de 1,0 · 105 Pa. À medida que se sobe param no armazém, no pé de uma montanha, e compram
do nível do mar para o alto da serra, ocorre uma queda gradual comida, incluindo sacos de salgadinhos. Elas sobem a mon-
de 1 cmHg da pressão atmosférica para cada 100 m de su- tanha até o local do piquenique. Quando descarregam o ali-
bida, aproximadamente. Pode-se concluir daí que a pressão mento, observam que os sacos de salgadinhos estão inflados
atmosférica numa cidade a 900 m de altitude em relação ao como balões. Por que isso ocorre?
nível do mar vale, em pascais: a. Porque, quando os sacos são levados para cima da mon-
a. 8,8 · 104 tanha, a pressão atmosférica nos sacos é aumentada.
b. 8,2 · 104 b. Porque a diferença entre a pressão do ar dentro dos

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


c. 6,7 · 104 sacos e a pressão reduzida fora deles gera uma força
d. 6,7 · 103 resultante que empurra o plástico do saco para fora.
e. 6,7 · 10 c. Porque a pressão atmosférica no pé da montanha é
menor que no alto da montanha.
Resolução
d. Porque, quanto maior a altitude, maior a pressão.
Em 900 m, ocorre uma queda de 9 cmHg. e. Porque a diferença entre a pressão do ar dentro dos
P = 76 – 9 = 67 cmHg sacos e a pressão aumentada fora deles gera uma for-
cmHg Pa ça resultante que empurra o plástico para dentro.
76 1 · 105
Resolução
67 P
a. Incorreto. A pressão atmosférica diminui com a altitude.
76 · P = 67 · 1 · 105
b. Correto. A pressão atmosférica no interior dos sacos é
P = 8,8 · 104 Pa igual à pressão atmosférica, e a pressão fora dos sa-
Alternativa correta: A cos diminui com altitude, logo a resultante de forças
aponta para fora do saco.
c. Incorreto.No pé da montanha, a pressão é maior.

111
d. Incorreto. Quanto maior a altitude, menor a pressão.
02. UEG-GO e. Incorreto. A diferença de pressão ocasiona uma força
Em 15 de abril de 1875, na França, o balão Zenith voou a resultante para fora dos sacos, empurrando o plástico
uma altitude de 8 600 m. Dois dos seus tripulantes morreram para fora.
em decorrência das mudanças funcionais promovidas pela Alternativa correta: B
altitude. Sobre esses tipos de mudanças numa pessoa sau- Habilidade
dável e normal, é correto afirmar que:
Apresentar conclusões a partir da experiência de Torricelli.
a. os efeitos apenas serão sentidos em altitudes supe-
riores a 8 000 m, quando a frequência respiratória au-
menta drasticamente.
b. o que ocasionou a morte dos dois tripulantes foi um
efeito conhecido como hipoxia, ou seja, o alto forneci-
mento de oxigênio.
c. os efeitos se devem essencialmente à diminuição da
pressão atmosférica, o que é consequência da dimi-
nuição da densidade do ar.
d. já em baixas altitudes, próximas de 1 000 m, surge
uma série de distúrbios, como dificuldade de respirar,
taquicardia, náusea, vômito e insônia.
Resolução
À medida que a altitude aumenta, também aumenta dis-
tância média de separação entre as partículas que compõem
o ar atmosférico e, portanto, sua densidade diminui. A conse-
quência disso é a diminuição da pressão atmosférica.
EMI-16-190

Alternativa correta: C
Exercícios Extras
26

04. UEPB 05. UFRGS-RS


221

Em 1643, o físico italiano Evangelista Torricelli (1 608-1 647) O fato de um centímetro cúbico de mercúrio pesar aproxi-
realizou sua famosa experiência, medindo a pressão atmosféri- madamente 14 vezes mais do que um centímetro cúbico de
ca por meio de uma coluna de mercúrio, inventando, assim, o água permite concluir que a pressão atmosférica é capaz de
barômetro. Após esta descoberta, suponha que foram muitos sustentar uma coluna de água cuja altura mais aproximada
os curiosos que fizeram várias medidas de pressão atmosféri- é igual a:
ca. Com base na experiência de Torricelli, pode-se afirmar que o Dado: 1 atm = 760 mmHg
maior valor para a altura da coluna de mercúrio foi encontrado: a. 0,7 m
Física

a. no pico do Jabre, ponto culminante do estado da Paraí- b. 1 m


ba, no município de Matureia. c. 7 m
b. no alto de uma montanha a 1 500 metros de altitude. d. 10 m
c. no 10o andar de um prédio em construção, na cidade e. 100 m
de Campina Grande.
d. numa bonita casa de veraneio em João Pessoa, no li-
toral paraibano.
e. no alto do Monte Everest, o ponto culminante da Terra.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, o aluno terá contato com a experiência de Torricelli e deverá saber que a altura da coluna de mercúrio é direta-
mente proporcional à pressão atmosférica. Para isso, o professor deve intensificar seus esforços para que o aluno compreenda
que a pressão atmosférica equilibra a pressão na coluna de mercúrio. Assim, quanto maior a altitude em relação ao nível do
mar, menor é a pressão atmosférica do local. O professor pode realizar um projeto interdisciplinar com o professor de Biologia e
realizar atividades físicas em locais onde a pressão atmosférica é menor.
Na web
Informações sobre como o organismo reage às diferenças de altitude.

Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/07/09/clique-


ciencia-como-o-organismo-reage-as-diferencas-de-altitude.htm>. Acesso: 21 jul. 2015.
112

EMI-16-190
Exercícios Propostos

26
Da teoria, leia o tópico 1. b. à medida que o líquido sobe, a pressão aumenta no

221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento interior do canudo.
c. a pressão exercida nos líquidos é transmitida igual-
mente a todos os seus pontos.
06. UFRGS-RS d. a massa específica do líquido a ser aspirado é menor
A ideia da existência da pressão atmosférica surgiu no que a densidade do ar.
século XVII. Até então, o comportamento dos fluidos era ex- e. a pressão interna da boca mais a pressão do líquido a
plicado com base na teoria aristotélica, segundo a qual a ser aspirado é maior que a pressão atmosférica.

Física
natureza tem “horror ao vácuo”. Por exemplo, de acordo com
essa teoria, um líquido não escorre do recipiente, a menos 10. UFRJ
que entre ar no lugar do líquido que sai. Se o ar não puder Para a alegria dos habitantes de Ruão, na França, em 1648
entrar e, por hipótese, o líquido sair, vai formar-se vácuo no Pascal realizou, em público, várias experiências espetaculares,
interior do recipiente, portanto, como a natureza tem horror com o intuito de investigar a pressão atmosférica. No decorrer
ao vácuo, o líquido não sai. Torricelli duvidou dessa teoria das experiências, verificou-se que a mesma pressão atmosféri-
e a refutou através de um célebre experimento com o qual ca que equilibra uma coluna de água de 10 m de altura é capaz
demonstrou, entre outras coisas, que a natureza não tem de equilibrar uma coluna de vinho tinto de 15 m de altura.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


“horror ao vácuo”, como bem sabemos nos dias de hoje.
Partindo da ideia de que existe uma pressão atmosférica, Vácuo
ele lançou uma nova teoria que implicava, entre outras, as
seguintes afirmações.
I. A camada de ar que envolve a Terra exerce peso sobre ela.
II. Devido ao efeito da gravidade, a densidade do ar é
maior ao nível do mar do que a grandes altitudes. 15 m
III. A pressão atmosférica é maior ao nível do mar do que
a grandes altitudes. 10 m
Quais dessas afirmações são hoje aceitas como corretas?
a. Apenas I
b. Apenas II
c. Apenas I e III
d. Apenas II e III
e. I, II e III
Água Vinho

113
07. UnB-DF
Ao nível do mar, o experimento de Torricelli para medir a a. Calcule a razão dágua/dvinho entre as densidades da água
pressão atmosférica usando o mercúrio metálico, cuja densi- (dágua) e do vinho (dvinho).
dade é igual a 13,6 g/cm3, apresenta uma coluna de mercúrio b. Se o vinho tivesse sido fornecido por um comercian-
de 76 cm. Em um local de Brasília, situado 1 000 m acima do te desonesto, que lhe acrescentara água, o resultado
nível do mar, o mesmo experimento apresenta uma coluna seria uma coluna de vinho misturado maior, menor ou
de mercúrio igual a 67 cm. Calcule, em decímetros, a altura igual a 15 m? Justifique sua resposta.
da coluna nesse local de Brasília se, em vez do mercúrio me-
tálico, fosse usado o mercurocromo, cuja densidade é igual 11. UEPG-PR
a 0,99 g/cm3. Despreze a parte fracionária de seu resultado, A figura a seguir ilustra a experiência idealizada por Evan-
caso exista (considere g = 9,8 m/s2). gelista Torricelli com o intuito de avaliar a pressão atmosféri-
ca. Com base na análise das posições dos pontos A, B, C e D,
08. UEG-GO assinale o que for correto.
A pressão atmosférica no nível do mar vale 1,0 atm. Se uma
pessoa que estiver nesse nível mergulhar 1,5 m em uma pisci-
na, estará submetida a um aumento de pressão da ordem de: A
Dado: g = 10 m/s2; μ = 1 g/cm3; 1 atm = 1 · 105 N/m2
a. 25%
b. 20%
c. 15%
B
d. 10%
C
09. UFRGS-RS D
Comumente, utilizam-se canudos para tomar sucos ou
refrigerantes. O líquido sobe por meio do canudo porque:
EMI-16-190

a. ao aspirar o líquido, a pressão atmosférica na superfí- 01. A pressão no ponto B é igual à pressão no ponto C.
cie é maior que a pressão no interior do canudo. 02. A pressão no ponto A equivale à pressão atmosférica.
04. A pressão no ponto D equivale à pressão atmosférica III. Barômetros como o de Torricelli permitem, por meio da
26

porque o ponto D está submetido à maior pressão. medida da pressão atmosférica, determinar a altitude
08. A pressão no ponto A é muito maior que a pressão no de um lugar.
221

ponto D, porque o ponto A está submetido à pressão Quais estão corretas?


de vapor do mercúrio. a. Apenas I
16. A pressão no ponto B equivale à pressão atmosférica. b. Apenas II
Dê a soma dos números dos itens corretos. c. Apenas I e II
d. Apenas II e III
12. UFSCar-SP e. I, II e III
Na garrafa térmica representada pela figura, uma peque-
Física

na sanfona de borracha (fole), ao ser pressionada suavemen- 14. UFRJ


te, empurra o ar contido em seu interior, sem impedimentos, Aristóteles acreditava que a natureza tinha horror ao vá-
para dentro do bulbo de vidro, onde um tubo vertical, ligando cuo. Assim, segundo Aristóteles, num tubo como o da figura,
o fundo do recipiente à base da tampa, permite a retirada do onde se produzisse vácuo pela elevação de um êmbolo, a
líquido contido na garrafa. água subiria até preencher totalmente o espaço vazio.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Êmbolo
Vácuo
1 (dentro)
Ar

Água
4
2
(mesmo nível)
Séculos mais tarde, ao construir os chafarizes de Floren-
ça, os florentinos descobriram que a água recusava-se a su-
3 bir, por sucção, mais do que 10 metros. Perplexos, os constru-
tores pediram a Galileu que explicasse esse fenômeno. Após
brincar dizendo que talvez a natureza não abominasse mais
o vácuo acima de 10 metros, Galileu sugeriu que Torricelli e
Viviani, então seus alunos, obtivessem a explicação; como
Considere que o fole está pressionado em uma posição sabemos, eles a conseguiram! Com os conhecimentos de
fixa e que o líquido está estacionado no interior do tubo verti- hoje, explique por que a água recusou-se a subir mais do que
114

cal, próximo à saída. Pode-se dizer que, nessas condições, as 10 metros.


pressões nos pontos 1, 2, 3 e 4 relacionam-se por
a. p1 = p2 > p3 > p4 15. Udesc
b. p1 = p4 > p2 = p3 Assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
c. p1 = p2 = p3 > p4 01. Usando um canudinho, seria muito mais fácil tomar
d. p1 > p2 > p3 > p4 um refrigerante na Lua do que na Terra, porque a for-
e. p1 > p4 > p3 > p2 ça de atração gravitacional na Lua é menor.
02. É possível a medida aproximada da altitude pela va-
13. UFRGS-RS riação da pressão atmosférica.
A atmosfera terrestre é uma imensa camada de ar, com 04. Uma pessoa explodiria se fosse retirada da atmosfe-
dezenas de quilômetros de altura, que exerce uma pressão ra terrestre para o vácuo. A pressão interna do corpo
sobre os corpos nela mergulhados: a pressão atmosférica. O seria muito maior do que a pressão externa (nula,
físico italiano Evangelista Torricelli (1608-1647), usando um no vácuo) e “empurraria” as moléculas para fora do
tubo de vidro com cerca de 1 m de comprimento completa- corpo. Este é um dos motivos pelos quais os astro-
mente cheio de mercúrio, demonstrou que a pressão atmos- nautas usam roupas especiais para missões fora do
férica ao nível do mar equivale à pressão exercida por uma ambiente pressurizado de suas naves.
coluna de mercúrio de 76 cm de altura. O dispositivo utilizado 08. Para repetir a experiência realizada por Evangelista Tor-
por Torricelli era, portanto, um tipo de barômetro, isto é, um ricelli, comparando a pressão atmosférica com a pres-
aparelho capaz de medir a pressão atmosférica. são exercida por uma coluna de mercúrio, é necessário
A esse respeito, considere as seguintes afirmações. conhecer o diâmetro do tubo, pois a pressão exercida
I. Se a experiência de Torricelli for realizada no cume de por uma coluna líquida depende do seu volume.
uma montanha muito alta, a altura da coluna de mer- 16. Vários fabricantes, para facilitar a retirada da tampa
cúrio será maior que ao nível do mar. dos copos de requeijão e de outros produtos, intro-
II. Se a experiência de Torricelli for realizada ao nível do duziram um furo no seu centro, selado com plástico.
mar, porém com água, cuja densidade é cerca de 13,6 Isso facilita tirar a tampa porque, ao retirar o selo, per-
EMI-16-190

vezes menor que a do mercúrio, a altura da coluna de mitimos que o ar penetre no copo e a pressão atmos-
água será aproximadamente igual a 10,3 m. férica atue, também, de dentro para fora.
32. Quando se introduz a agulha de uma seringa numa

26
Pino
veia do braço, para se retirar sangue, este passa da
veia para a seringa, por causa da diferença de pres-

221
são entre o sangue na veia e o interior da seringa.
64. Sendo correta a informação de que São Joaquim se Tubo
situa a uma altitude de 1 353 m e que Itajaí está ao Tampa da
nível do mar (altitude = 1 m), podemos concluir que a panela
pressão atmosférica é maior em São Joaquim, já que
ela aumenta com a altitude.
Dê a soma dos números dos itens corretos.

Física
16. Fuvest-SP
Para impedir que a pressão interna de uma panela de
pressão ultrapasse um certo valor, em sua tampa há um
dispositivo formado por um pino acoplado a um tubo ci- Note e adote:
líndrico, como esquematizado na figura. Enquanto a força π=3
resultante sobre o pino for dirigida para baixo, a panela 1 atm = 105 N/m2
está perfeitamente vedada. Considere o diâmetro interno

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


aceleração local da gravidade = 10 m/s2
do tubo cilíndrico igual a 4 mm e a massa do pino igual a
48 g. Na situação em que apenas a força gravitacional, a
pressão atmosférica e a exercida pelos gases na panela a. 1,1 atm d. 1,8 atm
atuam no pino, a pressão absoluta máxima no interior da b. 1,2 atm e. 2,2 atm
panela é: c. 1,4 atm

115
EMI-16-190
Módulo 110
26

Vasos comunicantes
221

Exercícios de Aplicação
01. 03. Unesp (adaptado)
Dois líquidos imiscíveis, de massas específicas 2,0 g/cm3 Na figura, o tubo aberto em forma de U contém dois líqui-
Física

e 3,0 g/cm3, estão num tubo aberto, em forma de U, conforme dos não miscíveis, A e B, em equilíbrio. As alturas das colunas
a figura. Calcule a altura da coluna x. de A e B, medidas em relação à linha de separação dos dois lí-
quidos, valem 50 cm e 80 cm, respectivamente. Sabendo que
a massa específica de A é 2,0 · 103 kg/m3, assinale a alterna-
tiva que representa a massa específica do líquido B.
x
3,0 cm
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

80 cm B 50 cm

Resolução
μ1 · h1 = μ2 · h2
A
2 · x = 3 · 3 ⇒ x = 4,5 cm

a. 1,25 kg/m3
b. 1,25 · 10 kg/m3
c. 1,25 · 102 kg/m3
d. 1,25 · 103 kg/m3
e. 1,25 · 104 kg/m3
02. UFV-MG
Resolução
Os recipientes esquematizados foram interligados e despe-
jou-se líquido num deles. Sabendo que todos eles estão abertos
116

à atmosfera, podemos afirmar, com relação à pressão p:

80 cm B 50 cm
A

1 2

B C A
D
Aplicando a lei de Stevin, temos:
p1 = p2
a. pA = pB > pC > pD
patm + μA · g · h1 = patm + μB · g · h2
b. pA > pB = pC > pD
c. pA < pB = pC > pD μA · h1 = μB · h2
d. pA = pB < pC < pD 2 · 103 · 0,5 = μB · 0,8
e. pA < pB = pC < pD μB = 1,25 ·103 kg/m3
Alternativa correta: D
Resolução
Habilidade
Mesmo líquido:
Efetuar cálculos que envolvem o teorema de Stevin e/ou
pA < pB = pc < pD o princípio de Pascal.
Alternativa correta: E
EMI-16-190
Exercícios Extras

26
04. UEL-PR 05. FPS-PE

221
Para medir a pressão p exercida por um gás contido num Em um experimento de Física, um estudante utilizou um
recipiente, utilizou-se um manômetro de mercúrio, obtendo- óleo vegetal com densidade desconhecida, o qual foi coloca-
se os valores indicados na figura a seguir. do em um tubo em U, juntamente com uma coluna de água
pura, cuja densidade vale 1 g/cm3. As colunas de óleo e água
atingem o equilíbrio e permanecem em repouso, ocupando a
configuração indicada na figura abaixo. Determine a densida-
Hg de do óleo utilizado neste experimento.

Física
Gás 170 mm
10 cm Óleo

Água
27 cm
20 mm 20 cm

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


A pressão atmosférica local medida por um barômetro in-
dicava 750 mmHg. O valor de p, em mmHg, vale:
a. 150 a. 0,9 g/cm3
b. 170 b. 0,7 g/cm3
c. 750 c. 1,5 g/cm3
d. 900 d. 0,2 g/cm3
e. 940 e. 1,2 g/cm3

Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, o aluno teve contato com a aplicação do teorema de Stevin no vasos comunicantes. O professor deve focar a
ideia de que pontos, no mesmo nível, apresentam a mesma pressão e que, no dia a dia do aluno, ele encontra os vasos comuni-
cantes em instalações hidráulicas na distribuição de água de uma cidade. Ao utilizar esse exemplo em suas aulas, não deixar de

117
frisar que o sistema de distribuição trabalha com água em movimento, e alguns conceitos básicos serão vistos mais adiante, no
estudo da hidrodinâmica. Não se esquecer de ressaltar os usos dos vasos comunicantes nos manômetros, nas mangueiras de
nível utilizadas pelos pedreiros etc. Sempre alertar os alunos a respeito das unidades a serem usadas. Esse é um conteúdo no
qual, em vários momentos, é necessária a conversão de unidades para a realização dos exercícios.

Na web
Vídeo de demonstração do teorema de Stevin, por meio do uso de um manômetro construído com equipamentos do dia a dia.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-S46YsTCO7w>. Acesso em: 13 jul. 2015.

Neste site, você encontrará uma sugestão de trabalho com um experimento que mostra o funcionamento do sifão.

Disponível em: <http://177.71.183.29/acessa_fisica/subsites/257/src/index.html>. Acesso em: 13 jul. 2015.


EMI-16-190
Exercícios Propostos
26

Da teoria, leia os tópicos 2, 2.A, 2.B e 2.C. b. d.


221

Exercícios de tarefa reforço aprofundamento

06. Vunesp
Água Água
O sifão é um dispositivo que permite transferir um líquido
de um recipiente mais alto para outro mais baixo, por meio,
por exemplo, de uma mangueira cheia do mesmo líquido. Na
Física

figura que representa, esquematicamente, um sifão utilizado c. e.


para transferir água de um recipiente sobre uma mesa para
outro no piso, R é um registro que, quando fechado, impede
o movimento da água. Quando o registro é aberto, a diferença
de pressão entre os pontos A e B provoca o escoamento da
Água Água
água para o recipiente de baixo.

R
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

08. UFJF-MG
AB A figura mostra um tubo em forma de U, aberto nas extre-
midades, contendo água e mercúrio em equilíbrio. Sendo h1
0,4 m a diferença de alturas dos níveis de água nos dois ramos, x a
profundidade da coluna de água no ramo da direita, h2 a dife-
rença de alturas entre os níveis de mercúrio nos dois ramos do
tubo e sabendo-se que a pressão atmosférica é patm, calcule:

1,2 m
h1

Água x Água

h2
118

Mercúrio

a. a pressão na interface água-mercúrio no ramo esquer-


Considere que os dois recipientes estejam abertos para do do tubo;
a atmosfera, que a densidade da água seja igual a 103 kg/m3 b. a altura h1 em função da altura h2, da densidade da
e que g = 10 m/s2. De acordo com as medidas indicadas na fi- água (ρa) e da densidade do mercúrio (ρm).
gura, com o registro R fechado, a diferença de pressão pA – pB,
entre os pontos A e B, em pascal, é igual a: 09. Uneal
a. 4 000 d. 8 000
b. 1 0000 e. 12 000
Vácuo
c. 2 000

07. Udesc
Certa quantidade de água é colocada em um tubo em for- 75,0 cm
R 25,0 cm
ma de U, aberto nas extremidades. Em um dos ramos do tubo,
adiciona-se um líquido de densidade maior que a da água e am-
bos não se misturam. Assinale a alternativa que representa cor-
retamente a posição dos dois líquidos no tubo após o equilíbrio.
a.
Figura I Figura II

Água O procedimento adotado para medir a pressão de uma


EMI-16-190

amostra de gás em um laboratório, onde o módulo da acelera-


ção da gravidade é 10 m/s2, está esquematizado nas figuras.
Na figura I, um reservatório, R, cheio de gás, encontra-se ligado 12. AMAN-RJ

26
a um manômetro de tubo aberto contendo mercúrio de densi- Pode-se observar, no desenho, um sistema de três vasos
dade 13,6 g/cm3 e, na figura II, um tubo capilar com a sua extre- comunicantes cilíndricos F, G e H distintos, abertos e em re-

221
midade superior fechada está mergulhado em um recipiente pouso sobre um plano horizontal na superfície da Terra. Colo-
aberto contendo mercúrio. Nessas condições, a pressão exer- ca-se um líquido homogêneo no interior dos vasos, de modo
cida pelo gás, em 105 pascal, é de, aproximadamente: que não haja transbordamento por nenhum deles. Sendo hF,
a. 1,4 d. 2,9 hG e hH o nível das alturas do líquido em equilíbrio em relação
b. 1,8 e. 3,2 à base nos respectivos vasos F, G e H, então a relação entre as
c. 2,5 alturas em cada vaso que representa este sistema em equilí-
brio estático é:

Física
10. PUC-MG (adaptado)
A figura representa duas caixas-d’água, abertas para o
ar, interligadas por um cano com uma válvula de passagem.
F G H
A caixa da esquerda está cheia. Quando a válvula é aberta, a
caixa da direita começa a encher até que o nível da água nas
duas caixas seja o mesmo.
Desenho ilustrativo fora de escala

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


a. hF = hG = hH d. hF < hG = hH
b. hG > hH > hF e. hF > hH > hG
c. hF = hG > hH

13. Vunesp
Com um máximo de expiração, um estudante soprando
de um lado de um manômetro, cujo líquido manométrico é
É correto afirmar: a água, produz um desnível do líquido de aproximadamente
a. Ao final do processo, a pressão no fundo da caixa à es- 65,0 cm entre os dois ramos de tubo manométrico. Nessas
querda será menor que no início. condições, pode-se afirmar que a pressão exercida pelos pul-
b. Durante o processo, a pressão no fundo da caixa à es- mões do estudante é de:
querda permanece constante. Dado: 1 Pa = 1 pascal = 1 (kg · m/s2)/m2
c. Ao final do processo, a pressão no fundo da caixa à
direita será maior que a pressão no fundo da caixa à
esquerda.
d. Durante o processo, a pressão no fundo da caixa à di-

119
reita diminui. 65, 0 cm
11.
Um tubo em U, longo, aberto nas extremidades, contém
mercúrio de densidade 13,6 g/cm3. Em um dos ramos coloca-
se água, de densidade 1,0 g/cm3, até ocupar uma altura de
32 cm. No outro ramo coloca-se óleo, de densidade 0,8 g/cm3,
que ocupa altura de 6,0 cm.
a. 6,50 Pa d. 6,50 · 103 Pa
b. 6,50 · 10 Pa e. 6,50 · 104 Pa
c. 6,50 · 102 Pa

14. UFPE
32 cm Água Um tubo em forma de U com seção reta circular igual a
Óleo 6,0 cm
1,0 cm2 contém dois líquidos miscíveis, A e B, separados por
um diafragma preso a um pino, que impede a mistura dos lí-
quidos, como mostra a figura.

Mercúrio

O desnível entre as superfícies livres nos dois ramos, em 10 cm A B 10 cm


cm, é de:
a. 38 d. 20
EMI-16-190

b. 28 e. 15
c. 24
As densidades dos dois líquidos são dA = 5,0 g/cm3 e funcionamento desse manômetro, analise as alternativas e
26

dB = 0,5 g/cm3. Qual o módulo da força resultante sobre o assinale o que for correto.
diafragma, em unidades de 10–4 N, devida apenas às forças
221

exercidas pelos dois líquidos? Patm


a. 1 000 d. 4 500
b. 1 500 e. 5 000
c. 2 000 Hg
Pgás
15. Fuvest-SP
Um vaso cilíndrico I contém água à altura de 1,0 m e está
Física

ligado, por um tubo fino, a outro vaso cilíndrico II, inicialmente


vazio, com diâmetro duas vezes maior que o de I. O tubo de 230 cm
comunicação está a 0,5 m de altura e fechado, no início, por
uma torneira T, como mostra a figura.
Gás

40 cm
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

01. Se a pressão atmosférica no local da medida é


1,0 m
710 mmHg, tem-se que a pressão do gás é 2 610 mmHg.
02. Se essa medida fosse realizada ao nível do mar e no
0,5 m
topo do monte Everest e, em ambos os casos, a uma
I II
temperatura de –5 °C, os valores encontrados para a
pressão do gás seriam diferentes.
Considere: dágua = 103 kg/m3, patm = 105 N/m2 e g = 10 m/s2. 04. Se, nas condições normais de temperatura e pressão
a. Abrindo-se a torneira T, que altura atinge a água no (CNTP), substituíssemos o Hg por água, os valores da
vaso II? altura da coluna no tubo em U seriam diferentes, pois
b. Antes de abrir a torneira, qual era a pressão da água no a água tem densidade menor que a do Hg.
fundo do vaso I? 08. A elevação ou diminuição da temperatura de todo o
sistema (botijão e manômetro) não alterará a dife-
16. UEM-PR rença entre os níveis do Hg no tubo.
O manômetro é um aparelho que serve para medir a 16. Supondo que a massa de 13 kg de gás butano con-
pressão de um gás. Ele consiste em um tubo em forma de U, tido no botijão fosse substituída por 13 kg de gás
aberto nas duas extremidades, contendo em seu interior Hg, hidrogênio na mesma temperatura, não haveria alte-
120

conforme ilustrado na figura. Uma das extremidades está co- ração entre os níveis de Hg no tubo.
nectada à válvula de saída de gás do botijão. Com relação ao Dê a soma dos números dos itens corretos.

EMI-16-190
Módulo 111

26
Princípio de Pascal

221
Exercícios de Aplicação
01. UFMG 02. UERJ
As massas m1 e m2, colocadas nos pratos de balança, nos Um adestrador quer saber o peso de um elefante. Uti-

Física
dois vasos comunicantes (figura), estão em equilíbrio. O diâ- lizando uma prensa hidráulica, consegue equilibrar o ele-
metro D2 é o dobro de D1. Os êmbolos têm massas desprezíveis. fante sobre um pistão de 2 000 cm2 de área, exercendo
m1 m2
uma força vertical F equivalente a 200 N, de cima para
baixo, sobre o outro pistão da prensa, cuja área é igual a
25 cm2.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


D1 D2

a. Qual a vantagem mecânica do sistema?


b. Qual o valor da razão m1/m2?
Resolução
F A
a. VM = 2 = 2 = 4
F1 A1
F1 S1 m1 ⋅ g m2 ⋅ g Calcule o peso do elefante.
b. = ⇒ =
F2 S2 A1 4 ⋅ A1 Resolução
m1 ⋅ g 1 F1 F2
= =
m2 ⋅ g 4 A1 A 2

121
m1 1 200 = Pelefante
=
m2 4 25 2000
Pelefante = 1,6 · 104 N
EMI-16-190
03. Enem
26

Para oferecer acessibilidade aos portadores de dificuldades de locomoção, é utilizado, em ônibus e automóveis, o elevador
hidráulico. Nesse dispositivo é usada uma bomba elétrica, para forçar um fluido a passar de uma tubulação estreita para outra
221

mais larga, e dessa forma acionar um pistão que movimenta a plataforma. Considere um elevador hidráulico cuja área da cabeça
do pistão seja cinco vezes maior do que a área da tubulação que sai da bomba. Desprezando o atrito e considerando uma ace-
leração gravitacional de 10 m/s2, deseja-se elevar uma pessoa de 65 kg em uma cadeira de rodas de 15 kg sobre a plataforma
de 20 kg. Qual deve ser a força exercida pelo motor da bomba sobre o fluido para que o cadeirante seja elevado com velocidade
constante?
a. 20 N d. 1 000 N
b. 100 N e. 5 000 N
Física

c. 200 N
Resolução
F1 = P = m · g
F1 = (65 + 15 + 20) · 10
F1 = 1 000 N
No elevador, como a pressão é a mesma, tem-se:
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

p1 = p2
F1 F2
=
A1 A 2
1000 F2
=
5 ⋅ A2 A2
F2 = 200 N
Alternativa correta: C
Habilidade
Efetuar cálculos que envolvem o princípio fundamental da hidrostática e/ou o princípio de Pascal.

Exercícios Extras
122

04. 05. UERJ


A tubulação da figura seguinte contém um líquido in- Observe, na figura a seguir, a representação de uma pren-
compressível que está retido pelo êmbolo 1 (de área igual sa hidráulica, na qual as forças F1 e F2 atuam, respectivamen-
a 10,0cm2) e pelo êmbolo 2 (de área igual a40,0 cm2). Se a te, sobre os êmbolos dos cilindros I e II.
força F1 tem módulo igual a 2,00 N, a força F2 , que mantém
o sistema em equilíbrio, tem módulo igual a: 
F1 
F2
2
1
F1 F2
II
3·h I

a. 0,5 N
b. 2,0 N
c. 8,0 N
d. 500,0 N Admita que os cilindros estejam totalmente preenchidos
e. 800,0 N por um líquido. O volume do cilindro II é igual a quatro vezes o
volume do cilindro I, cuja altura é o triplo da altura do cilindro
II. A razão entre as intensidades das forças, quando o sistema
está em equilíbrio, corresponde a
a. 12
b. 6
EMI-16-190

c. 3
d. 2
Seu espaço

26
Sobre o módulo

221
Neste módulo, o professor deve mostrar as diversas aplicações do princípio de Pascal no cotidiano, por exemplo nos freios
de automóveis, direção hidráulica etc. Uma sugestão de encaminhamento didático para o estudo da prensa hidráulica é partir do
princípio da conservação da energia, pois o trabalho realizado de um lado da prensa é igual ao trabalho realizado do outro lado.

Na web
Experimentando a hidrostática

Física
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/recursos/925/index.html>. Acesso em: 26 mar. 2016.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Exercícios Propostos

Da teoria, leia os tópicos 3 e 3.A. 08. Vunesp


Exercícios de tarefa reforço aprofundamento As áreas dos pistões do dispositivo hidráulico da figura
mantêm a relação 50:2. Verifica-se que um peso P, quando
colocado sobre o pistão maior, é equilibrado por uma força
06. Vunesp de 30 N no pistão menor, sem que o nível do fluido nas duas
Prensa hidráulica é um dispositivo multiplicador de: se altere.
a. força e trabalho. 
b. potência e trabalho. F1

123
c. energia e força.
d. força. Êmbolo
e. pressão, força e trabalho. menor
P
07. Unirio-RJ Êmbolo
maior
A figura a seguir mostra uma prensa hidráulica cujos êm-
bolos têm secções A1 = 15 cm2 e A2 = 30 cm2. Sobre o primeiro
êmbolo, aplica-se uma força F igual a 10 N, e, desta forma,
mantém-se em equilíbrio um cone de aço de peso P, colocado
sobre o segundo êmbolo. O peso do cone vale:
O peso P vale:
F
a. 20 N
b. 30 N
c. 60 N
d. 500 N
A1 A2 e. 750 N

a. 5N
b. 10 N
c. 15 N
EMI-16-190

d. 20 N
e. 30 N
09. ITA-SP Cilindro
26
principal
Considere a prensa hidráulica da figura.
Cilindro
Carga de peso
221

do freio
F 2,0 · 103 N I

Tambor
A B do freio
Sapata

II
Física

III
Pa
O êmbolo circular B tem raio 5 vezes maior do que o êm-
bolo circular A. Considerando desprezíveis os pesos dos êm-
bolos, verifique qual é a opção falsa.
a. A prensa hidráulica é uma aplicação da Lei de Pascal
que afirma que: “os líquidos transmitem integralmen-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

te os acréscimos de pressão que recebem”. I. Um sistema hidráulico de freios de alguns carros, em


b. A força F aplicada no êmbolo menor, para manter a car- II. condições adequadas, quando acionado pelo moto-
ga equilibrada, tem intensidade igual a 80 N. rista, faz com que o carro pare após alguns segundos.
c. A vantagem mecânica da prensa hidráulica em ques- III. Os pedreiros, para nivelar dois pontos em uma obra,
tão é de 25. costumam usar uma mangueira transparente, cheia
d. Se o êmbolo A sofrer um deslocamento de 25 cm, o de água. Observe a figura acima, que mostra como os
êmbolo B se deslocará 1,0 cm. pedreiros usam uma mangueira com água para nivelar
e. A prensa hidráulica é um dispositivo para multiplicar os azulejos nas paredes.
trabalho. IV. Ao sugar a extremidade de um canudo, provoca-se
uma redução na pressão do ar em seu interior. A pres-
10. FMP-RJ são atmosférica, atuando na superfície do líquido, faz
Uma prensa hidráulica é composta por dois reservatórios: com que ele suba no canudinho.
um cilíndrico e outro em forma de prisma com base quadrada. Assinale a alternativa que corresponde, respectivamente,
O diâmetro do êmbolo do reservatório cilíndrico tem a mesma às aplicações dos princípios e do experimento formulados por:
medida que o lado do êmbolo do reservatório prismático. Es- a. Arquimedes (situação I), Pascal (situação II) e Arquimedes
ses êmbolos são extremamente leves e podem deslocar-se (situação III)
124

para cima ou para baixo, sem atrito, e perfeitamente ajusta- b. Pascal (situação I), Arquimedes (situação II) e Stevin
dos às paredes dos reservatórios. Sobre o êmbolo cilíndrico (situação III)
está um corpo de peso P. c. Stevin (situação I), Torricelli (situação II) e Pascal
(situação III)
d. Pascal (situação I), Stevin (situação II) e Torricelli
(situação III)
e. Stevin (situação I), Arquimedes (situação II) e Torricelli
(situação III).

12. Enem
Um brinquedo chamado ludião consiste em um peque-
no frasco de vidro, parcialmente preenchido com água, que
A força que deve ser aplicada no êmbolo quadrado para é emborcado (virado com a boca para baixo) dentro de uma
elevar esse corpo deve ter intensidade mínima igual a: garrafa PET cheia de água e tampada. Nessa situação, o frasco
a. (π · P)/4 d. (2 · P)/π fica na parte superior da garrafa, conforme mostra a figura 1.
b. (4 · P)/π e. P/π
c. (π · P)/2

11. UEPB
Os precursores no estudo da hidrostática propuseram
princípios que têm uma diversidade de aplicações em inúme-
ros “aparelhos” que simplificam as atividades extenuantes
e penosas das pessoas, diminuindo muito o esforço físico,
como também encontraram situações que evidenciam os
efeitos da pressão atmosférica. A seguir, são apresentadas as
EMI-16-190

situações-problema que ilustram aplicações de alguns dos


princípios da hidrostática. Figura 1   Figura 2
Quando a garrafa é pressionada, o frasco se desloca para Considerando o diâmetro d2 do segundo pistão duas ve-

26
baixo, como mostrado na figura 2. zes maior que o diâmetro d1 do primeiro, qual a razão entre a
Ao apertar a garrafa, o movimento de descida do frasco força aplicada ao pedal de freio pelo pé do motorista e a força

221
ocorre porque: aplicada à pastilha de freio?
a. diminui a força para baixo que a água aplica no frasco. a. 1/4
b. aumenta a pressão na parte pressionada da garrafa. b. 1/2
c. aumenta a quantidade de água que fica dentro do frasco. c. 2
d. diminui a força de resistência da água sobre o frasco. d. 4
e. diminui a pressão que a água aplica na base do frasco.
15. AFA-SP

Física
13. UFSM-RS A figura representa um macaco hidráulico constituído de
Um certo medicamento, tratado como fluido ideal, preci- dois pistões, A e B, de raios RA = 60 cm e RB = 240 cm, res-
sa ser injetado em um paciente, empregando-se, para tanto, pectivamente. Esse dispositivo será utilizado para elevar a
uma seringa. uma altura de 2 m, em relação à posição inicial, um veículo
de massa igual a 1 tonelada, devido à aplicação de uma força.
Despreze as massas dos pistões, todos os atritos e considere
que o líquido seja incompressível.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


F
Êmbolo Abertura
da agulha

Considere que a área do êmbolo seja 400 vezes maior A B


que a área da abertura da agulha e despreze qualquer forma
de atrito. Um acréscimo de pressão igual a ∆p sobre o êmbolo
corresponde a qual acréscimo na pressão do medicamento Líquido
na abertura da agulha?
a. ∆p Nessas condições, o fator de multiplicação de força des-
b. 200 · ∆p te macaco hidráulico e o trabalho, em joules, realizado pela
c. ∆p/200 força, aplicada sobre o pistão de menor área, ao levantar o
d. 400 · ∆p veículo bem lentamente e com velocidade constante são,
e. ∆p/400 respectivamente:
a. 4 e 2 · 104 J.
14. Unicamp-SP b. 4 e 5 · 103 J.
A figura mostra, de forma simplificada, o sistema de freios c. 16 e 2 · 104 J.

125
a disco de um automóvel. Ao se pressionar o pedal do freio, d. 16 e 125 · 103 J.
este empurra o êmbolo de um primeiro pistão que, por sua
vez, através do óleo do circuito hidráulico, empurra um segun- 16. ITA-SP
do pistão. O segundo pistão pressiona uma pastilha de freio Com uma prensa hidráulica, ergue-se um automóvel de mas-
contra um disco metálico preso à roda, fazendo com que ela sa 1,0 t, num local onde a aceleração da gravidade é de 10 m/s2.
diminua sua velocidade angular. Qual a intensidade da força necessária para manter o automóvel
erguido se o êmbolo maior tem área de 2,0 · 103 cm2, e o menor,
Óleo de 10 cm2?
Pastilha freio Pedal
de freio de freio F

d2 d1

Disco de freio
EMI-16-190
Módulo 112
26

Força de empuxo I
221

Exercícios de Aplicação
01. UFMG 03. Unemat-MT
Um corpo mergulhado num líquido sofre um empuxo de Um objeto de volume 26 cm3 encontra-se totalmente imer-
Física

baixo para cima igual: so em um líquido de densidade igual a 1 000 kg/m3. O valor do
a. ao peso do corpo. empuxo do líquido sobre o objeto será de:
b. ao dobro do peso do corpo. Dado: g = 9,8 m/s2
c. à metade do peso do corpo. a. 0,2548 N
d. a zero. b. 28,84 N
e. ao peso do líquido deslocado. c. 254,8 N
d. 2 884 N
Resolução
e. 2 900 N
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

De acordo com o princípio de Arquimedes, o empuxo é


igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo. Resolução
Alternativa correta: E E = μlíq · g · Vsub
E = 1 ·103 · 9,8 · 26 ·10–6
E = 254,8 ·10–3
E = 0,2548 N
Alternativa correta: A
Habilidade
Determinar o empuxo sobre corpos imersos em fluidos
02. UFSM-RS utilizando a lei de Arquimedes.
A posição dos peixes ósseos e seu equilíbrio na água são
mantidos, fundamentalmente, pela bexiga natatória que eles
possuem. Regulando a quantidade de gás nesse órgão, o pei-
xe se situa mais ou menos elevado no meio aquático.
“Para _______________ a profundidade, os peixes ______________ a bexiga
126

natatória e, com isso, _______________ a sua densidade.”


Selecione a alternativa que preenche corretamente as
lacunas.
a. aumentar – desinflam – aumentam
b. aumentar – inflam – diminuem
c. diminuir – inflam – aumentam
d. diminuir – desinflam – diminuem
e. aumentar – desinflam – diminuem
Resolução
A bexiga natatória tem a função de alterar a densidade do
peixe, a fim de que ele possa flutuar ou afundar na água. Para
aumentar a profundidade, os peixes desinflam a bexiga nata-
tória e, com isso, aumentam sua densidade.
Alternativa correta: A
EMI-16-190
Exercícios Extras

26
04. 05. PUC-MG

221
Um cilindro sólido e homogêneo está totalmente imer- Uma bola plástica cheia de ar está presa no fundo de uma
so em água e dela recebe uma força de empuxo de 40 N. piscina. Essa bola se solta e sobe até a superfície. A bola se
Assinale, entre as alternativas, aquela que corresponde desloca em direção à superfície, porque:
à força de empuxo que esse mesmo cilindro recebe ao a. a água da piscina faz uma força sobre a bola denomi-
estar totalmente imerso no álcool, cuja densidade vale nada empuxo.
0,8 g/cm3. Dados: aceleração da gravidade = 10 m/s2 e densi- b. o empuxo da água será maior que o peso da bola en-
dade da água igual a 1 g/cm3 quanto ela estiver submersa.

Física
a. 30 N c. enquanto a bola estiver flutuando na superfície da
b. 32 N água, seu peso será maior que o empuxo.
c. 34 N d. a densidade da bola e a da água são iguais.
d. 36 N
e. 38 N

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, o aluno terá contato com o princípio de Arquimedes e sua demonstração, por meio do respectivo teorema.
Nele, o aluno aprenderá que corpos submersos em fluidos recebem uma força gerada pela diferença de pressão entre os pontos
do líquido em diferentes profundidades. Essa é uma parte da hidrostática que instiga muito os alunos que querem compreender
o funcionamento dos dirigíveis, balões, submarinos e navios. O professor pode discutir o derretimento das calotas polares e
fazer um trabalho interdisciplinar com o professor de Biologia sobre os impactos que isso pode gerar. Para finalizar, assim como
sugerido no módulo anterior, sempre alertar aos alunos em relação às unidades de medidas.

Na web
Vídeo sobre densidade e empuxo por meio de situações divertidas produzidas pelo site:

<http://177.71.183.29/acessa_fisica/index.php/acessafisica/Midias/Audiovisual/
Os-Curiosos-Densidade>. Acesso em: 13 jul. 2015.

127
Jogos sobre fluidos
Disponível em: <http://ambiente.educacao.ba.gov.br/fisicaecotidiano/conteudos/
view/fluidos/fluidos_view.html>. Acesso em: 21 jul. 2015.

Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=LLZHjY5r-pY>.
EMI-16-190
Exercícios Propostos
26

Da teoria, leia os tópicos 4, 4.A e 4.B. 09. Fuvest-SP


221

Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Um bloco de madeira impermeável, de massa M e dimen-


sões 2 x 3 x 3 cm3, é inserido muito lentamente na água de
um balde, até a condição de equilíbrio, com metade de seu
06. Enem volume submersa. A água que vaza do balde é coletada num
Durante uma obra em um clube, um grupo de trabalhado- copo e tem massa m. A figura ilustra a situação inicial e final;
res teve de remover uma escultura de ferro maciço, colocada em ambos os casos, o balde encontra-se cheio de água até
no fundo de uma piscina vazia. Cinco trabalhadores amarraram sua capacidade máxima.
Física

cordas à escultura e tentaram puxá-la para cima, sem sucesso.


Se a piscina for preenchida com água, ficará mais fácil
para os trabalhadores removerem a escultura, pois a:
a. escultura flutuará. Dessa forma, os homens não pre-
cisarão fazer força para remover a escultura do fundo. M
b. escultura ficará com peso menor. Dessa forma, a intensida-
de da força necessária para elevar a escultura será menor.
c. água exercerá uma força na escultura proporcional à
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

sua massa e para cima. Esta força se somará à força


que os trabalhadores fazem para anular a ação da for- m
ça peso da escultura.
d. água exercerá uma força na escultura para baixo e A relação entre as massas m e M é tal que:
esta passará a receber uma força ascendente do piso a. m = M/3 d. m = 2 · M
da piscina. Essa força ajudará a anular a ação da força b. m = M/2 e. m = 3 · M
peso na escultura. c. m = M
e. água exercerá uma força na escultura proporcional ao
seu volume e para cima. Esta força se somará à for- 10. UEM-PR
ça que os trabalhadores fazem, podendo resultar em Analise as alternativas da questão e assinale o que for correto.
uma força ascendente maior que o peso da escultura. 01. No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de
densidade volumétrica é kg/m3.
07. UFAM 02. A pressão é uma grandeza escalar.
Querendo determinar a densidade de um líquido desco- 04. A diferença de pressão entre dois pontos no interior
nhecido e possuindo apenas um dinamômetro (ou balança de de um líquido homogêneo em repouso é proporcio-
mola), certo estudante realizou o seguinte experimento: colo- nal à diferença da altura entre esses dois pontos.
128

cou o objeto no dinamômetro e a leitura foi de 20 N com o ob- 08. A pressão que uma força exerce sobre um objeto é direta-
jeto suspenso no ar, 10 N quando totalmente imerso na água e mente proporcional à área sobre a qual a força é aplicada.
13 N quando totalmente imerso no líquido de densidade des- 16. Quando um corpo é imerso em um líquido, uma for-
conhecida. Consultando seu livro de Física, anotou o valor da ça, na direção vertical, é exercida sobre o corpo, e o
densidade da água, que vale 1,0 g/cm3. Fez os cálculos e en- módulo dessa força é diretamente proporcional ao
controu para a densidade do líquido desconhecido o valor de volume do líquido deslocado.
Dado: g = 10 m/s2 Dê a soma dos números do itens corretos.
a. 1,3 g/cm3 d. 0,7 g/cm3
b. 0,9 g/cm 3
e. 0,6 g/cm3 11. UFPel-RS
c. 0,8 g/cm 3
Duas esferas de ferro de mesmo volume, uma maciça e
outra oca, estão mergulhadas completamente num líquido.
08. Urca-CE Baseado em seus conhecimentos sobre hidrostática, com re-
Conta-se que Heron, rei da cidade grega Siracusa no sé- lação à situação descrita, é correto afirmar que:
culo III a.C., mandou aos ourives da Corte certa quantidade de a. os empuxos sofridos pelas esferas serão diferentes, po-
ouro, para que ele lhe fizesse uma nova coroa. Quando rece- rém as pressões a que estarão submetidas serão iguais.
beu a encomenda pronta, o rei desconfiou que sua coroa não b. tanto os empuxos como as pressões a que ficarão
fora feita de ouro puro. Ele encarregou Arquimedes para con- submetidas serão iguais, mesmo para profundidades
ferir a composição de sua coroa. Arquimedes aferiu o peso da diferentes, já que possuem o mesmo volume.
coroa no ar, cujo valor obtido foi 7,84 N, e na água, cujo valor c. as duas esferas sofrerão o mesmo empuxo, e estará
obtido foi 6,84 N, e determinou o valor da densidade da coroa, submetida a uma maior pressão aquela que estiver
constatando que era diferente daquela da densidade do ouro. em uma profundidade maior.
O valor da densidade da coroa encontrado por Arquimedes foi: d. sofrerá o maior empuxo a esfera oca, e as pressões a
Observações: considere a aceleração da gravidade, que estarão submetidas serão iguais, visto que am-
g = 10 m/s 2, e a densidade da água, d = 1,00 · 10 3 kg/m 3. bas são de ferro.
a. 7,84 · 103 kg/m3 d. 1,00 · 103 kg/m3 e. sofrerá o maior empuxo a esfera maciça, e as pres-
EMI-16-190

b. 6,84 · 10 kg/m
3 3
e. 19,3 · 103 kg/m3 sões a que estarão submetidas dependerão das mas-
c. 2,00 · 103 kg/m3 sas específicas das esferas.
12. Unicamp-SP (adaptado) 15. Vunesp

26
Os balões desempenham papel importante em pesqui- As figuras 1 e 2 representam uma pessoa segurando uma
sas atmosféricas e sempre encantaram os espectadores. pedra de 12 kg e densidade 2 · 103 kg/m3, ambas em repou-

221
Bartolomeu de Gusmão, nascido em Santos, em 1685, é so em relação à água de um lago calmo, em duas situações
considerado o inventor do aeróstato, balão empregado como diferentes.
aeronave. Em temperatura ambiente, Tamb = 300 K, a densi-
dade do ar atmosférico vale ρamb = 1,26 kg/m3. Quando o ar
Puxa! Uma pedra Ufa! De repente
no interior de um balão é aquecido, sua densidade diminui, tão grande e tão leve! ficou pesada!
sendo que a pressão e o volume permanecem constantes.
Com isso, o balão é acelerado para cima à medida que seu

Física
peso fica menor que o empuxo. Assinale a alternativa que
representa o empuxo que atua num balão tripulado de volu-
me total V = 3,0 · 106 litros.
a. 3,78 ·100 N
b. 3,78 · 102 N
c. 3,78 · 104 N
Figura 1 Figura 2
d. 3,78 · 107 N
e. 3,78 · 1010 N

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Na figura 1, a pedra está totalmente imersa na água e, na
13. UFPE (adaptado) figura 2, apenas um quarto dela está imerso. Para manter a pe-
Uma baleia de 80 toneladas e 20 m de comprimento, dra em repouso na situação da figura 1, a pessoa exerce sobre
quando está completamente imersa, tem um peso aparente ela uma força vertical para cima, constante e de módulo F1.
correspondente a 25% de seu peso real. Determine a ordem de Para mantê-la em repouso na situação da figura 2, exerce so-
grandeza, em newtons, do empuxo sofrido pela baleia quando bre ela uma força vertical para cima, constante e de módulo F2.
totalmente submersa. Recorde-se de que 1 tonelada = 103 kg. Considerando a densidade da água igual a 103 kg/m3 e
a. 103 d. 106 g = 10 m/s2, é correto afirmar que a diferença F2 – F1, em
b. 10 4
e. 107 newtons, é igual a:
c. 10 5
a. 60
b. 75
14. UFSC c. 45

Um brinquedo de peso P e densidade ρ está amarrado a d. 30
um fio. O fio enrosca e fica preso na grade de proteção de um e. 15
refletor no fundo de uma piscina cheia de água, como mostra
a figura. O fio é bastante fino e só pode suportar uma tensão 16. Unifesp

129
de módulo, no máximo, igual a três vezes o módulo do peso A figura representa um cilindro flutuando na superfície da
do brinquedo. Sabe-se que a relação entre a densidade do água, preso ao fundo do recipiente por um fio tenso e inex-
brinquedo e a densidade da água ρágua é ρ = 1 . tensível.
ρágua 3

Acrescenta-se aos poucos mais água ao recipiente, de


forma que seu nível suba gradativamente. Sendo E o empuxo
Em relação ao exposto, assinale a(s) proposição(ões) exercido pela água sobre o cilindro, T a tração exercida pelo
correta(s). fio sobre o cilindro, P o peso do cilindro e admitindo-se que o
01. O módulo da tensão no fio é igual ao dobro do módulo fio não se rompa, pode-se afirmar que, até que o cilindro fique
do peso do brinquedo. completamente imerso:
02. O brinquedo permanece em equilíbrio na posição a. o módulo de todas as forças que atuam sobre ele au-
mostrada na figura. menta.
04. O módulo da força de empuxo é duas vezes maior b. só o módulo do empuxo aumenta; o módulo das de-
que o módulo do peso do brinquedo. mais forças permanece constante.
08. O fio arrebenta e o brinquedo sobe. c. os módulos do empuxo e da tração aumentam, mas a
16. A massa do brinquedo submerso é igual à massa de diferença entre eles permanece constante.
água deslocada. d. os módulos do empuxo e da tração aumentam, mas a
32. A força de empuxo independe da massa de água des- soma deles permanece constante.
EMI-16-190

locada. e. só o módulo do peso permanece constante; os módu-


Dê a soma dos números dos itens corretos. los do empuxo e da tração diminuem.
Módulo 113
26

Força de empuxo II
221

Exercícios de Aplicação
01. 02.
A figura mostra uma esfera de massa 5 kg e de massa A figura mostra um sistema em equilíbrio. Sabendo que
Física

específica 3 g/cm3, totalmente submersa num líquido de g = 10 m/s2, a intensidade da força F = 7,5 N, a massa da
massa específica 0,8 g/cm3. Um fio vertical sustenta a esfera barra igual a 5 kg, a massa do corpo igual a 10 kg e o volume
para que ela não toque o fundo do recipiente. Sendo nesse do corpo 4 · 10–3 m3, calcule a massa específica do líquido
local g = 10 m/s2, calcule a intensidade da força de tração contido no recipiente.
nesse fio.

F
1m 2m
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Resolução
MT = MP + MF
T · 1 = P · 0,5 + F · 2
T = 50 · 0,5 + 7,5 · 2 = 40 N
T + E + Pc
Resolução
40 + μlíq · g · Vs = mc · g
E + T = PE ⇒ T = mE · g – μlíq · g · vs
40 + μlíq · 4·10–3 · 10 = 10 · 10
5
T = 5 · 10 – 0,8 · 103 · · 10 4 · 10–2 · μlíq = 100 – 40
130

3·103
T = 50 – 40 ⇒ T = 36,67 N μlíq = 60 −2 = 15 · 102
3 4·10
μlíq = 1,5 · 103 kg/m3

EMI-16-190
03. Unicamp-SP

26
Uma boia de sinalização marítima muito simples pode ser construída unindo-se dois cilindros de mesmas dimensões e de
densidades diferentes, sendo um de densidade menor e outro de densidade maior que a da água, tal como esquematizado na

221
figura. Submergindo-se totalmente esta boia de sinalização na água, quais serão os pontos efetivos mais prováveis de aplicação
das forças peso e empuxo?

Densidade Densidade
menor maior

ABC

Física
a. Peso em B e Empuxo em B c. Peso em C e Empuxo em B
b. Peso em C e Empuxo em A d. Peso em B e Empuxo em C
Resolução
A força peso é aplicada no centro de massa do conjunto que está deslocado para o lado do cilindro que tem maior densidade
⇒ ponto C.
O empuxo é aplicado no centro geométrico da parte submersa do sólido. Já que a boia será totalmente submersa, o empuxo

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


será aplicado no próprio centro geométrico do conjunto ⇒ ponto B.
A parte menos densa poderá ficar voltada para cima devido ao torque provocado pelas forças peso e empuxo no sentido
horário:

Densidade menor B C Densidade menor

Alternativa correta: C
Habilidade
Compreender as condições de flutuabilidade de corpos em fluidos.

131
Exercícios Extras
04. Vunesp 05. UFRJ
Duas esferas, A e B, maciças e de mesmo volume, são to- Um bloco de gelo em forma de paralelepípedo, com altura
talmente imersas num líquido e mantidas em repouso pelos h, flutua na água do mar. Sabendo que as bases do bloco per-
fios mostrados na figura. Quando os fios são cortados, a esfera manecem horizontais, que 15 cm de sua altura estão emer-
A desce até o fundo do recipiente, e a esfera B sobe até a su- sos e que as densidades do gelo e do líquido são respectiva-
perfície, onde passa a flutuar parcialmente imersa no líquido. mente 0,90 e 1,03, em relação à água, o valor de h é:
a. 62 cm
b. 85 cm
c. 119 cm
d. 133 cm
A B

Sendo PA e PB os módulos das forças peso de A e B, e EA


e EB os módulos das forças de empuxo que o líquido exerce
sobre as esferas quando elas estão totalmente imersas, é
correto afirmar que:
a. PA < PB e EA = EB d. PA > PB e EA < EB
EMI-16-190

b. PA < PB e EA < EB e. PA > PB e EA = EB


c. PA > PB e EA > EB
Seu espaço
26

Sobre o módulo Objeto de aprendizagem para mostrar o que acontece


221

Este módulo foi dedicado ao estudo das condições de flu- quando um submarino altera sua densidade na água.
tuabilidade de um corpo com o objetivo de mostrar a relação
Disponível em: <http://www.fisica.ufpb.br/~Romero/
entre o empuxo ou densidade e o peso desse corpo.
objetosaprendizagem/Rived/12Hidrostatica/
animacao/anim.html>. Acesso em: 21 jul. 2015.
Na web
Objeto de aprendizagem do PHET para simular a flutuação
Física

de corpos em fluidos. Vídeo do Manual do Mundo, no qual Iberê Thenório expli-


ca como fazer um experimento para entender o funcionamen-
Disponível em: < https://phet.colorado. to de um submarino.
edu/pt_BR/simulation/legacy/buoyancy>.
Acesso em: 21 jul. 2015.
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=R6XCLdEEj0c>. Acesso em: 21 jul. 2015.
Objeto de aprendizagem sobre peso aparente de blocos
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

em fluidos.
Gigantes da Engenharia – Submarinos (para o professor)
Disponível em: <http://www.labvirt.fe.usp.br/
simulacoes/fisica/sim_empuxo_blocoemola. Disponível em: <https://www.youtube.com/
htm>. Acesso em: 21 jul. 2015. watch?v=v7QJExReNSg>. Acesso em: 21 jul. 2015.
132

Exercícios Propostos

Da teoria, leia os tópicos 5, 5.A., 5.B., 5.C. e 5.D. de 1 500 m3 e que sua massa (sem lastro) é de 1 300 ton (to-
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento neladas), o volume de água necessário para que o submarino
permaneça totalmente submerso e em equilíbrio é igual a:

06. UERN
Um corpo de massa 400 g, volume 60 cm3, encontra-se
totalmente imerso num aquário com água apoiado no fundo.
A
A força normal exercida pelo fundo do aquário sobre o corpo
é de:
Considere: g = 10 m/s2 e dágua = 1 g/cm3.
a. 2,4 N c. 4,6 N
b. 3,4 N d. 5,6 N
B
07. UFV-MG
Para poder emergir e submergir (afundar), um submarino
utiliza tanques de lastro. Esses tanques ficam vazios quando
o submarino está na superfície da água e se enchem de água
do mar, de modo a permitir sua submersão. As figuras A, B e C C
ilustram, respectivamente, situações em que um submarino
encontra-se na superfície, submergindo e totalmente sub-
merso. Sabendo que a água do mar tem densidade de apro- a. 300 m3 c. 500 m3
EMI-16-190

ximadamente 1 000 kg/m3, que o volume de um submarino é b. 200 m3 d. 100 m3


08. Enem 11. FGV-SP

26
Em um experimento realizado para determinar a densi- A pessoa da figura retira da água, com auxílio de uma
dade da água de um lago, foram utilizados alguns materiais associação de polias (talha simples), uma carga de 50 kg

221
conforme ilustrado: um dinamômetro D com graduação de que ocupa um volume de 20 L. A densidade da água é de
0 N a 50 N e um cubo maciço e homogêneo de 10 cm de 1,0 · 103 kg ∕m3, a aceleração da gravidade local é de 10 m/s2,
aresta e 3 kg de massa. Inicialmente, foi conferida a cali- e a ascensão se dá com velocidade constante.
bração do dinamômetro, constatando-se a leitura de 30 N
quando o cubo era preso ao dinamômetro e suspenso no
ar. Ao mergulhar o cubo na água do lago, até que metade do
seu volume ficasse submersa, foi registrada a leitura de 24 N

Física
no dinamômetro.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


A força exercida pela pessoa tem intensidade, em N, igual a:
a. 15
b. 30
c. 50
d. 150
e. 300
Considerando que a aceleração da gravidade local é de
10 m/s2, a densidade da água do lago, em g/cm3, é: 12. UESC-BA
a. 0,6 d. 2,4 Cientistas acharam novas espécies de fauna
b. 1,2 e. 4,8 marinha no mar de Célebes, entre as Filipinas e
c. 1,5 a Indonésia, uma das maiores reservas de bio-
diversidade do planeta. [...] Os pesquisadores
09. UFPel-RS desceram em pequenos submarinos a até cinco
A expressão “Isso é apenas a ponta de um iceberg” – mui- mil metros de profundidade e descobriram um
to usada conotativamente, hoje em dia, para mostrar que se tesouro de vida marinha, não contemplado em
vê apenas uma parte muito pequena de um problema, fican- nenhuma outra parte do mundo.

133
do o resto “escondido” – faz referência a uma situação física. Jornal A Tarde, 21 out. 2007.
Assinale a alternativa cujos dados se relacionam corretamen-
te com essa situação. Um navio submarino pode viajar a profundidade constan-
a. O poder das pontas e a rigidez dielétrica te, subir ou descer, dependendo da quantidade de água que
b. Arquimedes e o teorema do empuxo armazena no seu interior. Referindo-se a um submarino que
c. Pascal e o princípio da prensa hidráulica viaja a uma profundidade constante, é correto afirmar:
d. Newton e o princípio da ação e reação a. A densidade do submarino é maior que a densidade
e. A lei de Stevin e a diferença de pressão da água do mar.
b. A densidade da água do mar é maior que a densidade
10. do submarino.
A figura mostra uma barra cilíndrica e homogênea apoiada c. A força de empuxo aplicada pela água do mar é maior
num suporte. O corpo, de massa 12 kg e volume 5 · 10–3 m3, que o peso do submarino.
preso por um fio num dos extremos da barra, encontra-se total- d. O peso do submarino é maior que a força de empuxo
mente imerso num líquido de massa específica 2 g/cm3. Sendo aplicada pela água do mar.
g = 10 m/s2, calcule a intensidade da força F para que o sistema e. A força de empuxo aplicada pela água do mar tem o
permaneça em equilíbrio. mesmo módulo do peso do submarino.

F 13. UFRN
1m 1m
Um balão de ar quente é constituído por um saco de te-
cido sintético, chamado envelope, o qual é capaz de conter ar
aquecido. Embaixo do envelope, há um cesto de vime, para
o transporte de passageiros, e uma fonte de calor, conforme
ilustra a figura. Para que o balão suba, aquece-se o ar no in-
terior do envelope e, com isso, inicia-se a flutuação do balão.
Essa flutuação ocorre porque, com o aquecimento do ar no
EMI-16-190

interior do envelope:
a. Determine a razão entre as densidades da água do
26

mar e do iceberg na tirinha.


b. Supondo que repentinamente todo o sal do mar fosse
221

retirado, o que aconteceria com o volume imerso do


iceberg? Justifique sua resposta.

15. Unifor-CE
Para determinar a densidade de um óleo lubrificante, o
engenheiro realizou um experimento no canteiro de obra, utili-
Envelope zando um corpo de massa 100,0 g e volume 2,0 · 102 cm3, co-
Física

locando-o em equilíbrio no interior do óleo, preso por dois fios


inextensíveis de tensão individual de 6,0 N, conforme a figura.
Óleo lubrificante
Fonte
de calor
Cesto Corpo
de Vime
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

a. a densidade do ar diminui, tornando o peso do balão


Fio 60° 60° Fio
menor que o empuxo.
b. a pressão externa do ar sobre o balão aumenta, tor-
nando seu peso menor que o empuxo.
c. a densidade do ar diminui, tornando o peso do balão Considere a aceleração da gravidade 10,0 m/s2 e assinale
maior que o empuxo. a opção em que se indica o valor encontrado pelo profissional,
d. a pressão externa do ar sobre o balão aumenta, tor- no Sistema Internacional de Unidades.
nando seu peso maior que o empuxo. a. 1,5 · 103 d. 4,5 · 103
b. 2,5 · 103
e. 5,5 · 103
14. UEG-GO c. 3,5 · 103
Leia a tirinha abaixo e responda ao que se pede.
16. Famerp-SP
Os icebergs Um bloco de parafina em forma de paralelepípedo, maciço
são os terrores dos Que nada!
navios como o Titanic. É terror maior
para os
e homogêneo, é colocado em um recipiente contendo 800 cm3
submarinos! de água, ambos em equilíbrio térmico. Observa-se que o bloco
134

flutua com 10% de seu volume acima da superfície da água.


a. Determine a massa específica da parafina, em g/cm3,
sabendo que a massa específica da água é 1,0 g/cm3.
b. Que volume de álcool, em cm3, deve ser misturado à
água do recipiente para que o topo do bloco passe a
coincidir com a superfície do líquido? A massa especí-
fica do álcool é 0,80 g/cm3.

EMI-16-190
Módulo 114

26
Noções de hidrodinâmica

221
Exercícios de Aplicação
01. 03. PUC-RS
Um reservatório de água possui 5 m de altura e, na sua Para resolver a questão, leia o texto e selecione as pala-

Física
base inferior, encontra-se uma torneira. Desprezando-se as vras para preencher as lacunas.
forças resistivas, considerando g = 10 m/s2 e o reservatório Ao observar como a água escoa verticalmente e sem tur-
totalmente cheio de água, calcule a velocidade de saída da bulência de uma torneira parcialmente aberta, pode-se notar
água quando a torneira for aberta. que esse líquido assume a forma de um filete que se estreita
à medida que se afasta da torneira.
Resolução
Esse fenômeno ocorre porque a área da secção transver-
v = 2·g·h = 2·10·5 = 100 sal do filete de água deve diminuir quando a _________ do fluido
v = 10 m/s aumenta para que a _________ seja constante.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


A sequência de palavras que completa correta e respecti-
vamente as lacunas é:
a. velocidade, vazão
b. velocidade, pressão
c. pressão, vazão
d. pressão, velocidade
e. vazão, velocidade
02. UFMS
Resolução
Água escoa em uma tubulação, onde a região 2 situa-se a
uma altura h acima da região 1, conforme figura a seguir. Quando se abre a torneira, as partículas que compõem o
filete aumentam de velocidade à medida que se distanciam,
2
devido à gravidade. De acordo com o princípio da continuida-
de, quanto maior a velocidade, menor a área do filete, por isso
a vazão do líquido mantém constante.
h Alternativa correta: A

135
Habilidade
1 Reconhecer características e propriedades de fluidos em
movimento, identificando suas consequências.

É correto afirmar que:


a. a pressão cinética é maior na região 1.
b. a vazão é a mesma nas duas regiões.
c. a pressão estática é maior na região 2.
d. a velocidade de escoamento é maior na região 1.
e. a pressão em 1 é menor do que a pressão em 2.
Resolução
a. Incorreta. No ponto 1, a velocidade é menor; portanto,
a pressão cinética também é menor.
b. Correta. Devido à conservação da massa, a vazão em 1
deve ser igual à vazão em 2 (princípio da continuidade)
c. Incorreta. O ponto 1 está em uma maior profundidade,
portanto possui maior pressão estática.
d. Incorreta. Quanto maior a área, menor a velocidade.
e. Incorreta. Pelo teorema de Bernolli, onde a velocidade
é menor (ponto 1), a pressão é maior.
Alternativa correta: B
EMI-16-190
Exercícios Extras
26

04. UFR-RJ 14
221

Um jardineiro dispõe de mangueiras de dois tipos, po- 12


rém com a mesma vazão. Na primeira, a água sai com velo-
10
cidade de módulo V e, na segunda, sai com velocidade de

Vazão (L/min)
módulo 2 · V. A primeira mangueira apresenta: 8
a. a metade da área transversal da segunda. 6
b. o dobro da área transversal da segunda.
4
c. um quarto da área transversal da segunda.
Física

d. o quádruplo da área transversal da segunda. 2


e. dois quintos da área transversal da segunda. 4
1 2 3 4 5 6 7 8 9
05. Enem Pressão estática (mca)
Uma pessoa, lendo o manual de uma ducha que acabou de
adquirir para a sua casa, observa o gráfico que relaciona a vazão Ao final de 30 dias, esses banhos consumirão um volume
na ducha com a pressão, medida em metros de coluna de água de água, em litros, igual a:
(mca). Nessa casa residem quatro pessoas. Cada uma delas toma a. 69 120
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

um banho por dia, com duração média de 8 minutos, permane- b. 17 280


cendo o registro aberto com vazão máxima durante esse tempo. c. 11 520
A ducha é instalada em um ponto seis metros abaixo do nível da d. 8 640
lâmina de água, que se mantém constante dentro do reservatório. e. 2 880

Seu espaço
Sobre o módulo
A hidrodinâmica é uma parte da mecânica estudada no ensino superior por vários cursos e, neste módulo, ela é apresentada
por meio de noções básicas e conceitos fundamentais cobrados pelos vestibulares. Acreditamos que, dessa maneira, o aluno
terá, sinteticamente, algumas noções sobre a equação da continuidade, o teorema de Bernoulli e suas aplicações, bem como o
teorema de Torricelli.

Na web
136

Neste link, o professor tem acesso a um objeto de aprendizagem sobre fluidos, e em especial, fluido em movimento.

Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/fluid-pressure-and-flow>. Acesso em: 21 jul. 2015.

EMI-16-190
Exercícios Propostos

26
Da teoria, leia os tópicos 6, 6.A, 6.B e 6.C. Porta 2 Porta 1

221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento

20 m
06. Câmara
Um reservatório de água tem 80 cm de altura, em sua base 5m
inferior encontra-se uma torneira. Considerando g = 10 m/s2 e o re-
servatório totalmente cheio de água, calcule a velocidade de saída

Física
da água quando a torneira for aberta. Despreze as dissipações.

07. Nível da Válvula de Válvula de


jusante dreno enchimento
Dois tubos de diâmetros 5 cm e 10 cm são conectados
um ao outro. A água passa pelo tubo de menor diâmetro a uma
velocidade de 6 m/s. Calcule sua velocidade no tubo de maior
diâmetro. Considere os tubos dispostos na horizontal.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


08.
Uma experiência bastante interessante apresentada
nas feiras de ciências é feita com um copo contendo água e
dois canudinhos daqueles usados para tomar refrigerantes. Câmara
A montagem é feita conforme mostra a figura a seguir. Enquanto a válvula de enchimento está fechada e a de
Soprar ar dreno, aberta, o fluxo de água ocorre no sentido indicado pelas
setas, esvaziando a câmara até o nível da jusante. Quando, no
interior da câmara, a água atinge o nível da jusante, a porta 2 é
aberta, e a embarcação pode continuar navegando rio abaixo.
A câmara dessa eclusa tem comprimento aproximado de
200 m e largura igual a 17 m. A vazão aproximada da água
durante o esvaziamento da câmara é de 4 200 m3 por minuto.
Assim, para descer do nível mais alto até o nível da jusante,
Ao soprar ar no canudo horizontal, a água contida no copo uma embarcação leva cerca de:
sobe pelo canudo vertical e sai na forma de spray. Explique o a. 2 minutos.
motivo da subida da água. b. 5 minutos.

137
c. 11 minutos.
09. UFSM-RS d. 16 minutos.
Em uma cultura irrigada por um cano que tem área de sec- e. 21 minutos.
ção reta de 100 cm2, passa água com uma vazão de 7 200 litros
por hora. A velocidade de escoamento da água nesse cano, em 12. UEL-PR
m/s, é: O voo de um avião depende do acoplamento de vários
a. 0,02 d. 20 fatores, dentre os quais se destaca o formato de suas asas,
b. 0,2 e. 200 responsáveis por sua sustentação no ar. O projeto das asas
c. 2 é concebido de tal maneira que, em um mesmo intervalo
de tempo, uma corrente de ar passando acima da asa tem
10. de percorrer um caminho maior que uma corrente de ar que
Num conduto de vazão constante, a velocidade de escoa- passa abaixo dela. Desde que a velocidade do avião seja
mento de um líquido é inversamente proporcional à área de adequada, isso permite que ele se mantenha no ar. Assinale
sua secção transversal. a alternativa que identifica corretamente a razão para que
Esse é o enunciado isso aconteça.
a. do teorema de Bernoulli. a. A velocidade do ar acima da asa é maior do que abaixo
b. do teorema de Torricelli. da asa, ocasionando uma pressão maior acima da asa.
c. da equação da continuidade. b. A velocidade do ar acima da asa é menor do que abaixo
d. do teorema de Venturi. da asa, ocasionando uma pressão menor acima da asa.
e. do teorema de Pascal. c. A velocidade do ar acima da asa é maior do que abai-
xo da asa, ocasionando uma pressão maior abaixo
11. Enem da asa.
Eclusa é um canal que, construído em águas de um rio d. A densidade do ar acima da asa é menor do que abaixo
com grande desnível, possibilita a navegabilidade, subida ou da asa, ocasionando uma pressão menor abaixo da asa.
descida de embarcações. No esquema, está representada a e. A densidade do ar acima da asa é maior do que abai-
EMI-16-190

descida de uma embarcação, pela eclusa do porto Primavera, xo da asa, ocasionando uma pressão maior abaixo
do nível mais alto do rio Paraná até o nível da jusante. da asa.
13. ITA-SP 15. Cesgranrio-RJ
26

Durante uma tempestade, Maria fecha as janelas do seu Um tanque cilíndrico possui área de base 1 m2 e altura 2 m
apartamento e ouve o zumbido do vento lá fora. Subitamente e encontra-se inicialmente vazio. Uma torneira é ligada na parte
221

o vidro de uma janela se quebra. Considerando que o vento superior desse tanque com o intuito de enchê-lo de água. Saben-
tenha soprado tangencialmente à janela, o acidente pode ser do que a velocidade de saída da água da torneira é de 0,8 m/s e
mais explicado pelo(a): sua área de secção transversal é de 2 cm2, calcule o intervalo de
a. princípio de conservação da massa. tempo gasto para encher completamente esse tanque.
b. equação de Bernoulli.
c. princípio de Arquimedes. 16. Unicamp-SP
d. princípio de Pascal.
Física

e. princípio de Stevin. Tornado destrói telhado do


ginásio da Unicamp
14. UFG-GO Um tornado com ventos de 180 km/h destruiu
No sistema circulatório humano, o sangue é levado do o telhado do ginásio de esportes da Unicamp [...]
coração aos demais órgãos do corpo por vasos sanguíneos Segundo engenheiros da Unicamp, a estrutura
de diferentes características. Na tabela a seguir, estão relacio- destruída pesa aproximadamente 250 toneladas.
nados dois vasos, I e II, com valores médios de algumas de Folha de São Paulo, 29 nov. 95.
suas características.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Uma possível explicação para o fenômeno seria consi-


Características I II derar uma diminuição da pressão atmosférica, devida ao
Número total de vasos 1 2 · 109 vento, na parte superior do telhado. Para um escoamento de
Área total 240 mm2 2 400 cm2 ρ⋅ v 2
ar ideal, essa redução de pressão é dada por , em que
2
O sangue, que pode ser tratado como um fluido ideal e
incompressível, tem velocidade média de 30 cm/s no vaso I. ρ = 1,2 kg/m3 é a densidade do ar e v, a velocidade do vento.
O nome do vaso I e a velocidade média do sangue em cm/s no Considere que o telhado do ginásio tem 5 400 m2 de área e
vaso II são, respectivamente: que estava apoiado nas paredes (dado: g = 10 m/s2).
a. cava e 3,0. a. Calcule a variação da pressão externa devido ao vento.
b. aorta e 3,0. b. Quantas toneladas poderiam ser levantadas pela for-
c. aorta e 0,03. ça devida a esse vento?
d. arteríola e 0,03. c. Qual a menor velocidade do vento (em km/h) que le-
e. arteríola e 300,0. vantaria o telhado?
138

EMI-16-190
221

AT 222
Capítulo 20..............140
Módulo 55 ............154
M
Módulo 56 ............157

a
Módulo 57 ........... 160

sic


Q
O
BI
O
LP
IS
H
FI GEO
L

S
C
SO


S
RE
1. Introdução 142
2. Breve histórico dos
modelos cosmológicos 142
3. Medidas astronômicas 143
4. Estrelas 144
5. Sistema Solar 145
6. Galáxias 150
7. Nascimento, vida e morte das estrelas 150
8. Leis de Kepler 151
9. Organizador gráfico 153
Módulo 55 – Noções de astronomia I 154
Módulo 56 – Noções de astronomia II 157
Módulo 57 – Leis de Kepler 160

• Diferenciar os modelos geocêntrico e


heliocêntrico do Universo e reconhecê-los
como modelos criados a partir de
referenciais diferentes.
• Associar a natureza cíclica de movimentos
da Terra, Sol e Lua a fenômenos naturais, ao
calendário e a influências na vida humana.
• Reconhecer instrumentos e operações de
medidas astronômicas antigas e modernas.
• Reconhecer os conceitos de velocidade e
aceleração, considerando as leis de Kepler
sobre o movimento dos planetas.
• Estimar e comparar características e
dimensões espaciais de corpos celestes.

ISTOCK / GETTY IMAGES


Astronomia
e gravitação universal 20
141

A astronomia é uma das ciências mais antigas de que se tem conhecimento. Todos os fenômenos que
ocorrem no céu como, por exemplo, as fases da Lua, os eclipses e os cometas sempre intrigaram o ser
humano. O fascínio por essa ciência é muito grande desde os primórdios dos tempos. Para os povos da
Antiguidade, a preocupação era entender os fenômenos observados a olho nu e relacioná-los diretamen-
te com seu dia a dia. Atualmente, a preocupação é construir equipamentos para investigar a composição
dos planetas do Sistema Solar e observar a presença de condições que possam abrigar vida em outros
sistemas. Essa busca que para muitos parece inútil favorece grandemente o desenvolvimento de novas
tecnologias, que são, na maioria das vezes, utilizadas para fins militares, porém, com o passar do tempo,
são absorvidas pelas indústrias de consumo e transformam-se em produtos utéis para o uso cotidiano.
1. Introdução Coube aos povos da Mesopotâmia, cerca de
20

A maioria dos povos de que se tem notícia fez observações 4 000 a.C., estabelecer que o dia dura 12 horas e a noite
astronômicas sistemáticas e muitos deles deixaram registros. dura 12 horas. Cada hora foi dividida em 60 minutos e cada
222

Os chineses, os mesopotâmicos e os gregos, por exemplo, regis- minuto foi dividido em 60 segundos. Foram também os
traram fenômenos observados no céu há pelo menos 4 000 a.C. povos da Mesopotâmia que notaram a presença de astros
Eles sabiam prever eclipses por meio de observatórios rudimen- errantes no céu, ou seja, corpos celestes que mudavam de
tares feitos com rochas e diferenciar as estrelas dos planetas, por posição com o decorrer do tempo em relação aos astros fi-
causa da mudança de posição dos planetas em relação a elas. xos (estrelas). Hoje sabemos que esses astros errantes são
Com o desenvolvimento da agricultura, os filósofos anti- os planetas. Naquela época eram conhecidos cinco astros
gos necessitaram desenvolver calendários para o cultivo e a errantes (os que eram visíveis a olho nu: Mercúrio, Vênus,
Física

colheita dos alimentos. Isso os levou a perceber a duração do Marte, Júpiter e Saturno) e, obviamente, a Lua e o Sol. Esses
ano e de suas quatro estações. Com isso, podiam prever épo- astros errantes eram considerados deuses. Criaram, então,
cas de chuvas, fazendo adequadamente os calendários para a semana de sete dias, em que cada dia era dedicado a um
o plantio e a colheita dos alimentos. deus, conforme a tabela a seguir.

Sol Lua Marte Mercúrio Júpiter Vênus Saturno


Português Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Inglês Sunday Monday Tuesday Wednesday Thursday Friday Saturday


Italiano Domenica Lunedi Martedi Mercoledi Giovedi Venerdi Sabato
Espanhol Domingo Lunes Martes Miercoles Jueves Viernes Sábado

2. Breve histórico dos A. O sistema de Ptolomeu


Apesar de o modelo geocêntrico de Aristóteles ser mui-
modelos cosmológicos to bem aceito, ele não podia explicar algumas observações
Os gregos tiveram bastante sucesso na construção de feitas na época. Segundo essas observações, os astrônomos
modelos cosmológicos para descrever e explicar suas ob- perceberam que as trajetórias dos planetas não eram perfei-
servações sobre os astros. Aristóteles criou um modelo em tamente circulares: alguns momentos, os planetas pareciam
que a Terra ficaria totalmente imóvel no centro do Universo, retroceder, como se executassem pequenas laçadas, e de-
enquanto os outros astros descreveriam trajetórias circula- pois voltavam à sua órbita circular.
res concêntricas ao seu redor. Esse modelo ficou conhecido
como geocêntrico, já que geo significa “Terra” em grego. Por

CENK E. TEZEL, TUNÇ TEZEL


concordar com as concepções religiosas da época e por ser
142

calcado na simples observação do céu, esse modelo foi muito


pouco questionado.

Mercúrio
Vênus
Lua
Sol
Terra Marte

Júpiter
Essa imagem, uma composição de fotos espaçadas
de 5 a 7 dias – do final de outubro de 2011 (na parte
superior direita) até o começo de julho de 2012 (na parte
Saturno inferior esquerda), traça o movimento retrógrado do
avermelhado planeta Marte no céu noturno da Terra.

Isso intrigou o astrônomo Cláudio Ptolomeu, que escre-


veu um tratado sobre astronomia conhecido como Almagesto,
O modelo geocêntrico propunha a seguinte ordem dos astros conhecidos no qual ele aperfeiçoou o modelo de Aristóteles, deslocando
na época: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno e por a Terra do centro do sistema e acrescentando o conceito de
fim as estrelas fixas. Essas estrelas também eram conhecidas por
primum mobile ou “primeiro motor”, já que se acreditava que eram
epiciclos. Segundo ele, os planetas descreveriam órbitas cir-
EMI-16-19

elas as responsáveis pelos movimentos de todo o sistema. Após as culares em torno de pontos centrais, os quais circundavam a
estrelas fixas, não haveria movimento, nem espaço, nem tempo. Terra em órbitas chamadas de deferentes.
20
Esfera das estrelas

Marte

222
Saturno Lua
Vênus Terra
Epiciclo Saturno
de Júpiter Mercúrio
Deferente
de Marte Sol
Marte
Sol

Física
Júpiter
Vênus Júpiter

Mercúrio
Modelo heliocêntrico de Copérnico. Note que a Lua gira em
Terra torno da Terra, o que facilita a explicação dos eclipses.
Lua

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Apesar de o modelo de Copérnico não ser tão preciso
Modelo de Ptolomeu, no qual podemos ver os epiciclos nos resultados, se comparado ao de Ptolomeu, seus cálcu-
acrescentados ao modelo de Aristóteles. los eram muito mais simples, o que popularizou seu uso.
Em relação ao sistema heliocêntrico defendido por Copér-
nico, pouca coisa mudou atualmente. Sabemos que o Sol
Epiciclo não está no centro do Universo. Ele é apenas mais uma
estrela, assim como as demais que estão na nossa e nas
outras galáxias.
Após Copérnico, a astronomia ganhou um notável de-
Planeta fensor da teoria heliocêntrica: Galileu Galilei (1564-1642).
Terra Ao aperfeiçoar a luneta criada por Hans Lippershey (1570-
1619), Galileu pôde observar o céu com mais detalhes, des-
Centro da cobrindo, por exemplo, as luas de Júpiter. Foi observando os
deferente eclipses dessas luas que Galileu brilhantemente concluiu
que o modelo heliocêntrico estava correto.
Deferente

143
Essa ilustração mostra com mais detalhe as contribuições de Ptolomeu.
Veja que a Terra fica um pouco deslocada do centro da deferente. É importante notar que, até esse momento, a Igreja
Católica não se opunha ao heliocentrismo. Isso começou a
Com essas modificações, o problema do movimento re- ocorrer quando alguns adeptos desse modelo, como Gior-
trógrado dos planetas estava resolvido; originavam-se, po- dano Bruno (1548-1600), usaram essa teoria para criticar
rém, cálculos muito complicados, restringindo esse modelo a filosofia escolástica da Igreja. Segundo Bruno, o Universo
a poucos estudiosos. seria infinito e composto de muitos sóis; assim, cada estre-
la que vemos no céu representa um sol que poderia conter
B. O sistema de Copérnico um sistema de planetas, os quais poderiam abrigar vidas,
Ao estudar o Almagesto, Nicolau Copérnico interessou- como acontece com o nosso planeta. A partir daí, os adeptos
-se pelos modelos cosmológicos e seus estudos o levaram a do heliocentrismo sofreram muita perseguição por parte da
conhecer os trabalhos de Aristarco de Samos (310-230 a.C.). Inquisição e, em 1600, Bruno foi condenado à morte e aca-
Ele defendia a ideia de que o Sol seria muito maior que a Terra bou sendo queimado vivo. Em 1663, Galileu foi condenado
e a Lua e, portanto, deveria ficar no centro do Universo, o que à prisão domiciliar até o fim de sua vida.
o ajudava a explicar também os eclipses. Para explicar o dia e
a noite, Copérnico dizia que a Terra girava uma vez por dia em
torno de seu próprio eixo.
Com seus estudos, Copérnico propôs um modelo helio- 3. Medidas astronômicas
cêntrico (Hélios significa Sol em grego), em que o Sol estaria Estamos acostumados a medir distâncias entre dois pon-
imóvel no centro e todos os outros planetas, incluindo a Terra, tos aqui na Terra. Essas distâncias variam de milímetros até
girariam em órbitas circulares em torno dele. Copérnico costu- quilômetros. Para os astros, essas unidades de medida são
mava argumentar: “No meio de tudo reside o Sol. Quem na ver- inviáveis, pois a distância entre duas galáxias pode ser tão
dade, neste belíssimo tempo, colocaria a tocha em qualquer grande que a luz, com velocidade de 300 000 km/s, leva bi-
EMI-16-19

outro lugar ou em lugar melhor do que naquele onde possa lhões de anos para percorrê-la. Para isso, criaram-se na astro-
iluminar o todo ao mesmo tempo?” nomia algumas unidades de medida mais adequadas.
A. Unidade astronômica (UA) 4. Estrelas
20

A distância média da Terra ao Sol é de 149,6 · 106 km. Com o passar de milhões ou bilhões de anos, a matéria
Essa distância passou a ser denominada unidade astronô- presente em uma dada região do espaço começa a juntar-se
222

mica, assim a distância média da Terra ao Sol é de 1 UA. O sob a ação da atração gravitacional, fazendo que os gases,
planeta Marte, por exemplo, dista do Sol 227,9 · 106 km, que principalmente o hidrogênio, concentrem-se, formando um
corresponde à distância de 1,523 UA. corpo. Se a massa desse corpo for aproximadamente 81 ve-
zes a massa de Júpiter, ele se tornará uma estrela. Júpiter é
1 UA ≈ 1,5 · 108 km ou 1 UA ≈ 1,5 · 1011 m um planeta gasoso e só não se tornou uma estrela porque não
tem massa suficiente para isso.
No momento em que a quantidade de gases é suficiente
Física

B. Ano-luz para elevar a pressão e a temperatura no centro da estrela,


Chamamos de ano-luz a distância no vácuo que a luz per- inicia-se, então, a fusão de núcleos atômicos, formando ele-
corre em 1 ano. Apesar de aparecer o termo “ano” nessa uni- mentos cada vez mais pesados. Nessa fusão nuclear, parte
dade, ela corresponde à medida de distância e não de tempo. da massa dos núcleos é convertida em energia, a qual é emi-
Cálculo do ano-luz tida para o espaço em forma de ondas eletromagnéticas, in-
Como já vimos ao estudar ondulatória, a velocida- cluindo-se a luz.
de da luz no vácuo é constante, de aproximadamente No interior de uma estrela, ocorrem vários tipos de reação
3 · 108 m/s, assim: nuclear, conforme sua massa e composição. No interior do Sol,
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

v = c = 3 · 108 m/s por exemplo, com o seu núcleo à temperatura de 15 milhões


∆t = 1 ano = 365 dias de graus Celsius, ocorre a fusão de quatro núcleos de hidrogê-
∆t = 365 · 24 h = 8 760 h nio (prótons), formando um núcleo de hélio, em uma reação
∆t = 8 760 · 3 600 s = 31 536 000 s nuclear chamada de cadeia próton-próton.
d = v · ∆t = 3 · 108 · 31 536 000 A reação começa com 2 pares de núcleos de 11 H fun-
dindo-se e originando 2 núcleos de deutério 12 H, liberando
d ≈ 9,5 · 1015 m ou d ≈ 9,5 · 1012 km 2 pósitrons e 2 neutrinos. Em seguida, cada núcleo de deu-
tério funde-se com outro núcleo de 11 H, originando 2 núcleos
A estrela mais próxima da Terra, exceto o Sol, é a Próxima de He-3 ( 32 He) e 2 raios gama (γ). Finalmente, os 2 núcleos
Centauri, da constelação de Centauro, que dista 4,2 anos-luz assim formados fundem-se, originando um núcleo de He-4
de nosso planeta. Então, a luz percorre essa distância em (24 He ) e mais 2 núcleos de 11 H.
4,2 anos, que em metros será: Os raios gama produzidos nessa cadeia são, em grande
4,2 · 9,5 · 1015 ≈ 4 · 1016 m parte, responsáveis pela radiação eletromagnética observada
do Sol.
APRENDER SEMPRE 25 1
1 H
144

e–
01. 2
1 H
A galáxia de Andrômeda dista 2,5 milhões de anos-luz 3
2 He
da Terra. Expresse essa distância em quilômetros. Se, em ve 1
1 H
uma situação hipotética, uma nave espacial realizasse 1
1 H
essa viagem com a velocidade da luz, quantos anos demo-
1
1 H
γ 4
2 He
raria a viagem de ida e volta? 1
H
1
1
1 H 1
H
Resolução ve
1

d = 2,5 milhões de anos-luz = 2,5 · 106 anos-luz


3
2 He
d = 2,5 · 106 · 9,5 · 1012 km 2
1 H
Neutrino Próton
d = 2,4 · 1019 km e –
Positron
A viagem da nave espacial demoraria 2,5 milhões de 1
H Raio gama Neutron
1
anos na ida e 2,5 milhões de anos na volta, portanto a dura-
ção dessa viagem seria:
∆t = 5 milhões de anos • Pósitron: antipartícula do elétron (partícula seme-
lhante ao elétron, porém com carga elétrica positiva).
02. • Neutrino: partícula neutra de massa extremamente
A distância média de Plutão ao Sol é de 5 910 000 000 km pequena.
e a distância média da Terra ao Sol é 150 000 000 km. Calcule • Deutério: hidrogênio pesado; apresenta 1 próton e
a distância média de Plutão ao Sol em unidades astronômicas. 1 nêutron em seu núcleo.
• Raio gama: radiação eletromagnética de alta energia.
Resolução
Nessa reação nuclear próton-próton, a cada segundo
d = 5 910 000 000
150 000 000 600 milhões de toneladas de hidrogênio são convertidos em
EMI-16-19

d = 39,4 UA 596 milhões de toneladas de hélio. Essa diferença de massa


(4 milhões de toneladas) é convertida em energia. A equação
que determina a energia obtida em função da diferença de passou a ser considerado um planeta-anão), luas, asteroides,

20
massa é uma das equações mais famosas da Física. planetas-anões e cometas.
Os planetas são agrupados em duas categorias, de acordo

222
E = ∆m · c2 com a diferença de tamanho, massa e composição. Os plane-
tas internos ou telúricos (semelhantes à Terra) são os quatro
Em que: planetas interiores do Sistema Solar — Mercúrio, Vênus, Terra
• E é a energia obtida na reação nuclear; e Marte; os planetas externos ou jovianos (semelhantes a Jú-
• ∆m é a diferença entre as massas antes e após a rea- piter) são os “gigantes gasosos”, que se encontram depois de
ção nuclear; Marte — Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
• c é a velocidade da luz no vácuo (3 · 108 m/s).

Física
NASA
No capítulo 20 do setor 221, essa fórmula será mais bem
explorada.

A. O Sol
A vida na Terra está ligada ao Sol. Sem a energia emi-
tida por essa estrela, não haveria vida vegetal nem animal
no nosso planeta. Além de o Sol ser a nossa principal fonte

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


de energia, esta pode ser aproveitada de forma limpa, por
exemplo com aquecedores solares, já utilizados em muitas
residências, e com células fotovoltaicas, dispositivos que
transformam energia solar em energia elétrica. Algumas resi-
dências já utilizam células fotovoltaicas. Sistema Solar, atualmente com oito planetas.
Estima-se que o Sol exista há cerca de 4,6 bilhões de Plutão foi cortado da lista em 2006.
anos e ele deverá existir por mais 4,5 bilhões de anos, assim
ele tem combustível nuclear para mais 4,5 bilhões de anos. A. Mercúrio
A temperatura do Sol começa em 5 500 °C nas camadas Mercúrio dista do Sol, em média, 57 909 175 km; é o
mais externas e chega a 15 milhões de graus Celsius no cen- planeta mais próximo do Sol e o menor planeta em tamanho.
tro. A pressão gasosa no centro do Sol chega a 250 milhões Esse planeta é rochoso e praticamente não apresenta atmos-
de atmosferas. fera, portanto não poderia abrigar vida.

JPL / NASA / SPACE SCIENCE

145
ISTOCK / GETTY IMAGES

Vista parcial de Mercúrio


Detalhe do Sol e as explosões solares
Dados de Mercúrio
Dados do Sol • Massa → 3,30 · 1023 kg
• Massa → 1,99 · 1030 kg • Densidade → 5,43 g/cm3
• Densidade → 1,41 g/cm3 • Aceleração da gravidade → 3,7 m/s2
• Aceleração da gravidade → 274 m/s2 • Raio → 2 439,7 km
• Raio equatorial → 695 000 km • Período de rotação → 58,65 dias terrestres
• Período de rotação → de 25 dias terrestres no equa- • Período de translação → 88 dias terrestres
dor a 36 dias nos polos • Número de luas → 0
• Faixa de temperatura da superfície → –173/179 °C
(mín./máx.)
5. Sistema Solar
Atualmente, o Sistema Solar é formado pelo Sol e por oito B. Vênus
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planetas (oficialmente, pois, desde agosto de 2006, Plutão Vênus dista do Sol, em média, 108 208 930 km; é o se-
gundo planeta mais afastado do Sol e o sexto em tamanho.
Esse planeta rochoso apresenta atmosfera, cuja pressão na • Número de luas → 1
20

superfície pode chegar a 93 atm. • Faixa de temperatura da superfície → –88/58 °C


Foi visitado por mais de vinte sondas americanas e so- (mín./máx.)
222

viéticas. • Idade → 4,56 bilhões de anos

NASA
Física
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
NASA / JPL

Lua
Vênus
A Terra tem um satélite natural: a Lua, da qual dista
Dados de Vênus 384 400 km. O raio equatorial da Lua é 1 737,4 km. Esse saté-
• Massa → 4,87 · 1024 kg lite natural gira ao redor da Terra com período de translação de
• Densidade → 5,24 g/cm3 27 dias, 7 horas e 43 minutos; seu período de rotação é igual
• Aceleração da gravidade → 8,87 m/s2 ao de translação. A aceleração da gravidade na superfície da
• Raio → 6 051,8 km Lua é de 1,6 m/s2.
• Período de rotação → 243,02 dias terrestres
• Período de translação → 224,7 dias terrestres D. Marte
• Número de luas → 0 Marte dista do Sol, em média, 227 936 640 km; é o quarto
• Temperatura média → 462 °C planeta mais afastado do Sol e o sétimo em tamanho. Esse
planeta rochoso apresenta atmosfera muito rarefeita e sua
C. Terra pressão na superfície é 0,01 atm.
Foi visitado por muitas sondas americanas.
IMAGE SCIENCE AND ANALYSIS LABORATORY / NASA / JOHNSON SPACE CENTER
146

NASA

Terra
Marte
A Terra dista do Sol, em média, 149 597 890 km; é o tercei-
ro planeta mais afastado do Sol e o quinto em tamanho. Esse Dados de Marte:
planeta apresenta atmosfera, cuja pressão na superfície é de • Massa → 6,42 · 1023 kg
1 atm. • Densidade → 3,93 g/cm3
Dados da Terra • Aceleração da gravidade → 3,71 m/s2
• Massa → 5,97 · 1024 kg • Raio → 3 389,5 km
• Densidade → 5,513 g/cm3 • Período de rotação → 1,03 dia terrestre
• Aceleração da gravidade → 9,80665 m/s2 • Período de translação → 687 dias terrestres
• Raio equatorial → 6 371,00 km • Número de luas → 2
EMI-16-19

• Período de rotação → 1 dia (23,934 horas) • Faixa de temperatura da superfície → –153/20 °C


• Período de translação → 365,256 dias (mín./máx.)
E. Cinturão de asteroides

NASA / THE HUBBLE HERITAGE TEAM (STSCI / AURA)

20
Entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter, existe uma
faixa muito espessa de asteroides contendo corpos minúscu-

222
los e também corpos grandes, com diâmetro de até 1 000 km.

Física
Saturno

Dados de Saturno
• Massa → 5,68 · 1026 kg
• Densidade → 0,69 g/cm3
ISTOCK / GETTY IMAGES

• Aceleração da gravidade → 10,4 m/s2


• Raio → 58 232 km

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


• Período de rotação → 10,656 horas
• Período de translação→ 29,4 anos terrestres
Cinturão de asteroides • Número de luas→ 60
• Temperatura média → – 178 °C
F. Júpiter
H. Urano
Júpiter dista do Sol, em média, 778 412 020 km; é o quin- Urano dista do Sol, em média, 2 870 972 200 km; é o sé-
to planeta mais afastado do Sol e o primeiro em tamanho. timo planeta mais afastado do Sol e o terceiro em tamanho.
Esse planeta é um “gigante gasoso”. De composição gasosa foi o primeiro planeta a ser descoberto
com telescópio.

NASA / JPL

147
NASA / JPL / SPACE SCIENCE INSTITUTE

Urano

Dados de Urano
• Massa → 8,68 · 1025 kg
• Densidade → 1,27 g/cm3
• Aceleração da gravidade → 8,87 m/s2
Júpiter • Raio → 25 362 km
• Período de rotação → 17,24 horas
Dados de Júpiter • Período de translação → 84,02 anos terrestres
• Massa → 1,90 · 1027 kg • Número de luas → 2 790
• Densidade → 1,33 g/cm3 • Temperatura média → –216 °C
• Aceleração da gravidade → 24,79 m/s2
• Raio → 69 911 km I. Netuno
• Período de rotação → 9,925 horas Netuno dista do Sol, em média, 4 498 252 900 km; é o
• Período de translação → 11,8565 anos terrestres oitavo planeta mais afastado do Sol e o quarto em tamanho.
• Número de luas → 63 Netuno é outro planeta gasoso que foi descoberto graças a
• Temperatura média → – 148 °C previsões matemáticas. Por ser menor que Urano e estar mais
afastado, não era possível detectá-lo com os telescópios da
G. Saturno época, porém, com as observações sistemáticas feitas sobre
Saturno dista do Sol, em média, 1 426 725 400 km; é o Urano, perceberam-se irregularidades em sua órbita. Então,
sexto planeta mais afastado do Sol e o segundo em tamanho. com cálculos refinados descobriu-se que deveria existir outro
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Saturno é um planeta gasoso e apresenta um complexo sis- planeta além de Urano, fato que posteriormente foi comprova-
tema de anéis, facilmente visível com pequenos telescópios. do em observações feitas com telescópios mais avançados.
Atualmente são conhecidos cinco planetas-anões:
20

Diâmetro
Massa Distância Período
222

equatorial
Nome aproximada do Sol orbital
aproximado
(kg) (UA) (anos)
(km)
Ceres 975 0,96 · 1021 2,77 4,6
Plutão 2 306 13,1 · 1021 39,48 248,1
Haumea 1 500 4,2 · 10 21
43,34 285,4
Física

Entre 1 600
Makemake 3,0 · 1021 45,79 309,9
e 2 000
NASA / JPL

Éris 2 400 16,7 · 1021 67,67 557

Netuno

Dados de Netuno
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

• Massa → 1,02 · 1026 kg Os pesquisadores da Universidade


• Densidade → 1,638 g/cm3 Caltech encontraram evidências de
• Aceleração da gravidade → 11,15 m/s um nono planeta no Sistema Solar
• Raio → 24 622 km No dia 20 de janeiro de 2016, os pesquisado-
• Período de rotação → 16,11 horas res da Universidade Caltech publicaram um arti-
• Período de translação → 164,79 anos terrestres go no periódico The Astronomical Journal com o
• Número de luas → 13 título “Evidence for a distant giant planet in the
• Temperatura média → – 214 °C Solar System”. Eles disseram ter evidências para
a existência de um planeta gigante traçando uma
J. Plutão órbita bizarra, muito alongada no Sistema Solar
Plutão dista do Sol, em média, 5 906 380 000 km. Em 24 exterior. Ele foi apelidado de Nono Planeta, sua
de agosto de 2006, a União Astronômica Internacional classi- massa é cerca de 10 vezes a massa da Terra e
ficou Plutão como um planeta-anão. De maneira simplificada, está em média 20 vezes mais distante que Netu-
planeta-anão é um objeto que orbita o Sol, grande o suficiente no. Essa descoberta foi feita pelos pesquisadores
para ter formato esférico, porém não é gravitacionalmente do- Konstantin Batygin e Mike Brown por meio de
minante na sua órbita. simulações matemáticas e modelagem compu-
148

No caso de Plutão, seu maior satélite, Caronte, é excessi- tacional. O próximo passo agora seria encontrar
vamente grande comparado a ele. Isso faz com que o centro o tal Nono Planeta. Com seus cálculos ainda não
de massa do sistema esteja fora de Plutão e, assim, Caronte é possível localizar a sua posição, mas é possível
não orbita exatamente Plutão, mas ambos formam um siste- encontrá-lo em sua órbita; o problema é que ela
ma que orbita seu centro de massa (CM). é muito excêntrica. Se o planeta estiver no pe-
riélio, é provável que já tenha sido fotografado
por algum telescópio, mas, se ele estiver no afé-
lio, será necessária uma minuciosa busca com os
maiores telescópios do mundo.
Disponível em: <http://www.caltech.edu/news/caltech-researchers-
find-evidence-real-ninth-planet-49523>. Acesso em: 1 abr. 2016.
CALTECH/R. HURT (IPAC)
NASA

Plutão (direita) e sua maior lua, Caronte (esquerda)

Dados de Plutão
• Massa → 1,3 . 1022 kg
• Densidade → 2,0 g/cm3
• Aceleração da gravidade → 0,81 m/s2
• Raio → 1 151 km
• Período de rotação → 6,39 dias terrestres
• Período de translação → 247,92 anos terrestres Ilustração dos seis objetos conhecidos mais distantes do Sistema
EMI-16-19

• Número de luas → 3 Solar depois de Netuno, em rosa, e o Nono Planeta, em alaranjado.


• Temperatura média → – 229 °C
Como essa publicação é muito recente, ela ainda pode fenômeno luminoso chama-se Meteoro, são as conhecidas

20
ser refutada. A publicação original desse trabalho pode ser “estrelas cadentes”.
encontrada em inglês no link:

222
ISTOCK / GETTY IMAGES
Disponível em: <http://iopscience.iop.org/
article/10.3847/0004-6256/151/2/22>.
Acesso em: 25 jan. 2016.

Ou numa linguagem mais acessível:

Física
Disponível em: <http://www.caltech.edu/news/
caltech-researchers-find-evidence-real-ninth-
planet-49523>. Acesso em: 24 fev. 2016.

Uma reportagem em português pode ser encontrada no link:


Disponível em: <http://mensageirosideral. Ilustração de um meteoro “queimando” na atmosfera terrestre.
blogfolha.uol.com.br/2016/01/20/astronomos-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


calculam-orbita-do-hipotetico-nono-planeta-
do-sistema-solar/>. Acesso em: 24 fev. 2016.

ISTOCK / GETTY IMAGES


K. Cometas
A maior parte dos cometas está localizada além da órbi-
ta de Netuno, a mais de 30 UA. Uma pequena parte desses
cometas entra no Sistema Solar interno, numa órbita muito
elíptica, que os deixa bem próximos do Sol e, depois, deixa-os
bem distantes. O final provável desses cometas é uma coli-
são com o Sol ou com algum dos planetas gigantes.
A composição dos cometas é de gelo e poeira solidifica-
dos quando estão longe do Sol. Ao passar próximos ao Sol,
parte do gelo deles sublima e forma uma cauda de vapor de Meteoros no céu noturno
água. Essa cauda, ao refletir a luz do Sol, pode ficar acentua-
damente visível no céu. Se o meteoroide for grande, sólido e resistente o suficien-

149
te para não se desintegrar totalmente, ele cairá no solo e pas-
sará a chamar-se meteorito; assim, as rochas provenientes
do espaço que são encontradas na Terra são meteoritos.

ISTOCK / GETTY IMAGES


ISTOCK / GETTY IMAGES

Meteorito
Cometa
Em Meteorologia (ciência que estuda a atmosfera e os
L. Meteoroides, meteoros e meteoritos fenômenos atmosféricos), o termo meteoro é mais amplo e é
Viajando pelo espaço, observa-se um número muito aplicado a qualquer fenômeno óptico ou acústico que se pro-
grande de rochas, desde minúsculos fragmentos até grandes duz na atmosfera terrestre, como o vento, a chuva, o arco-íris,
rochas. Esses asteroides pequenos são chamados de meteo- os raios etc.
roides e, média, são menores que 10 m de diâmetro. Observação
Quando um meteoroide entra na atmosfera da Terra, ele Os dados referentes ao Sistema Solar foram obtidos no site
passa a sofrer o atrito com o ar por causa da sua grande ve- da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço, dos
EMI-16-19

locidade, e esse atrito o faz “queimar-se” emitindo um rastro EUA, na sigla em inglês). Disponível em: <https://www.nasa.
luminoso e, na maioria das vezes, desintegra-se no céu. Esse gov/topics/solarsystem/index.html>. Acesso em: 25 jan. 2016.
ções de fusão nuclear. Nesse momento, nasce uma estrela.
20

Objetos com massas menores que 8% da massa do Sol não


Construa seu próprio Sistema Solar com esse simulador. conseguem transformar-se em estrela.
222

A estrela emitirá radiação eletromagnética, por causa das


Disponível em: <https://phet.colorado. reações nucleares, durante milhões ou bilhões de anos, con-
edu/pt_BR/simulation/legacy/my-solar- sumindo inicialmente hidrogênio. Quanto menor a massa das
system>. Acesso em: 24 fev. 2016.
estrelas, mais tempo elas gastam consumindo seu estoque
de hidrogênio. Depois de consumir seu estoque de hidrogê-
nio, o futuro dela dependerá de sua massa.
a. Para uma estrela com massa entre 0,08 vez e 4 vezes
Física

6. Galáxias a massa do Sol, ao final do seu estoque de hidrogênio,


Chamamos de galáxia os imensos aglomerados de es- ela se expande e sua superfície externa esfria, transfor-
trelas contendo milhões ou bilhões delas. O Sistema Solar faz mando-se numa gigante vermelha; quando o Sol, daqui
parte da Via Láctea, que é a nossa galáxia. Ela tem mais de a 5 bilhões de anos, transformar-se em uma gigante
200 bilhões de estrelas e muitas delas têm um sistema pla- vermelha, ele terá engolido Mercúrio e Vênus. Depois
netário igual ao Sistema Solar. dessa expansão, a estrela esfria e começa a contrair-se,
A Via Láctea tem a forma de um disco achatado cujo diâmetro mas seu núcleo se contrai mais rapidamente, aquecen-
é de 100 000 anos-luz, ou seja, a luz gasta 100 000 anos para do-se novamente. Esse núcleo se torna uma pequena
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

atravessar toda a Via Láctea. O Sol está a cerca de 30 000 anos-luz estrela azulada e esbranquiçada envolta por uma casca
do centro da Via Láctea. de gás mais frio, formando uma nebulosa planetária.
Essa pequena estrela terá massa semelhante à do Sol,
mas tamanho comparável ao da Terra, portanto será ex-
tremamente densa (1 centímetro cúbico de seu interior
terá massa em torno de 100 toneladas). Essa estrela
pequena e densa é chamada de anã-branca, e será o
NASA/ JPL/ CALTECH

fim de muitas estrelas parecidas com o Sol.


b. Quando a massa inicial de uma estrela for entre 4 e 8
massas solares, ela poderá passar inicialmente por
uma etapa em que seria parecida com o Sol, mas, como
Esquema da Via Láctea sua massa é maior, ela se transformará numa supergi-
gante vermelha e seu núcleo poderá esquentar muito,
Existem bilhões de galáxias. Muitas delas são conhecidas de maneira a transformar hélio em carbono. Quando se
como, por exemplo, a de Andrômeda, muito maior que a Via Lác- esgotar o hélio em seu núcleo, ela esfriará e se con-
tea e distante cerca de 2,5 milhões de anos-luz. Ela tem muito trairá. Essa contração poderá aquecer de tal forma seu
150

mais estrelas e é muito mais brilhante que a nossa galáxia. núcleo que ela passará a transformar o carbono em
oxigênio, expandindo-se novamente até consumir seu
estoque de carbono. A estrela ficará nessa sequência
de expansão e contração, originando elementos cada
PAULINE BARMBY (HARVARD-
SMITHSONIAN CFA) ET AL.,

vez mais pesados, até não mais conseguir se aquecer


JPL, CALTECH, NASA

o suficiente para originar novos elementos pesados. A


partir desse momento, a atração gravitacional se torna
tão intensa que os prótons e os elétrons começam a
fundir-se, formando nêutrons. Essa estrela de nêu-
Andrômeda trons terá uma densidade inimaginável: 1 centímetro
cúbico de seu interior terá massa de 100 milhões de
A galáxia mais distante de que se tem conhecimento foi toneladas. Em algumas dessas estrelas, ao ocorrer a
detectada em 2004 e dista cerca de 13,2 bilhões de anos-luz fusão do hélio, a transformação de matéria em energia
de nós. Isso significa que a luz que chega hoje na Terra saiu poderá ser tão intensa que a pressão em seu interior
dessa galáxia há 13,2 bilhões de anos. crescerá assustadoramente e a estrela explodirá, emi-
tindo grande quantidade de matéria e luz, situação em
que será chamada de supernova.
7. Nascimento, vida e c. Se a estrela tiver massa superior a 8 massas solares,
sua evolução será muito rápida. Inicialmente, seu
morte das estrelas processo de evolução é como o das outras estrelas
Uma estrela nasce da concentração de gases, na sua massivas, ocorrendo a fusão de H em He e, posterior-
maioria hidrogênio, numa dada região do espaço. Com o pas- mente, do He em C, mas, como sua massa é muito
sar dos milhões ou bilhões de anos, cada vez mais gases grande, a pressão gravitacional é enorme e a tendên-
vão se juntando nessa região em razão da força de atração cia é a contração contínua, sem que nada possa de-
gravitacional. No momento em que a quantidade de gases for tê-la, o que faz a estrela entrar em colapso gravitacio-
EMI-16-19

suficiente para produzir elevadas temperaturas e pressões nal. Em razão dessa contração, o campo gravitacional
no interior dessa porção de massa gasosa, iniciam-se as rea- nas proximidades desse corpo se torna elevadíssimo,
a ponto de a própria luz não conseguir escapar de sua

20
gravidade. Além disso, toda luz que passar nas suas
proximidades será atraída. Ocorre, então, um buraco Elipse

222
negro, que é o final das estrelas de grande massa. A elipse apresenta dois focos, F1 e F2, e a soma das dis-
tâncias a um ponto qualquer, d1 e d2, é sempre constante.
Assim, é fácil construir uma elipse usando um barban-
APRENDER SEMPRE 26 te. Em uma pequena placa de madeira, fixe dois pregos,
que corresponderão aos focos.
01. Corte um pedaço de barbante maior que a distância en-
Qual é a diferença entre galáxia e estrela? tre esses pregos (focos) e amarre neles as extremidades

Física
do barbante.
Resolução Com um lápis, estique o barbante e trace a elipse.
Estrela é um astro que emite luz proveniente de rea-
ções nucleares que ocorrem em seu interior. Galáxia é um
aglomerado de milhões ou bilhões de estrelas.

02.
É possível ver um buraco negro? Explique.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


P
d1 d2
Resolução
Não. Não podemos ver um buraco negro porque ele não F1 F2
emite luz. Além disso, toda luz que chega até ele provenien-
te de outras estrelas é absorvida.

03.
Se não é possível ver um buraco negro, como é conhe- Assim, podemos entender de maneira simplificada que
cida a existência dele? elipse é uma “circunferência achatada”. A metade da dis-
tância entre a maior extremidade é o semieixo maior (a),
Resolução a metade da distância entre a menor extremidade é o se-
Os astrofísicos notam que certas estrelas executam mieixo menor (b) e a distância entre o centro da elipse e o
órbitas em torno de um centro que não é visível. Para a foco é a distância focal da elipse (c).
estrela executar essa órbita, é necessário que exista uma
força de atração gravitacional dirigida para o centro. Assim, B2
deve existir ali um corpo invisível causando essa atração.

151
Esse corpo seria o buraco negro. Distância
focal b Semieixo
c menor
A1 A2
8. Leis de Kepler F1 F2
Na Idade Moderna (1453-1789), um astrônomo dinamar- a
quês, Tycho Brahe (1546-1601), estudou detalhadamente Semieixo
em seu observatório a variação da posição dos astros no céu. maior
B1
Essas anotações foram usadas pelo seu assistente, Johannes
Kepler (1571-1630), para formular suas três leis do movi-
mento planetário em torno do Sol. Excentricidade
Nos desenhos das órbitas dos planetas que você en-
A. Primeira lei de Kepler contrará neste capítulo, a elipse é didaticamente muito
“achatada”, para evidenciar a primeira lei de Kepler; na rea-
Todo planeta gira ao redor do Sol em órbita elíptica. lidade, porém, o “achatamento” da maioria das órbitas é tão
Nela, o Sol ocupa um de seus focos. pequeno que seria imperceptível em um desenho. A esse
“achatamento” dá-se o nome de excentricidade.
Ele pode ser calculado pela razão entre a distância fo-
cal e o semieixo maior.

Sol e= c
a
Planeta
Quanto maior a excentricidade, mais “achatada” será a
O movimento circular é um caso particular do formato elipse, consequentemente, quanto menor a excentricida-
EMI-16-19

elíptico, em que os focos são coincidentes e estão localiza- de, menos “achatada” ela será.
dos no centro da circunferência.
A excentricidade pode assumir valores entre 0 e 1; com
20
v aumenta
excentricidade 0, a elipse degenera-se em uma circun- A
ferência e, com excentricidade 1, ela se degenera em um
D
222

segmento de reta. Veja que, com excentricidade 0,1, não se Sol vmín.
consegue perceber visualmente a diferença de uma elipse Periélio A1 A2 Afélio
e uma circunferência. Ao aumentar a excentricidade, ela irá
se "esticar", tendendo a uma reta, como no exemplo da ex- vmáx.
Planeta C
centricidade igual a 0,9. B
a v diminui
c
Física

C. Terceira lei de Kepler


O quadrado do período de translação de um planeta ao
F F’ redor do Sol é diretamente proporcional ao cubo da sua dis-
tância média até o Sol.
e = 0,1
T2 = k · R3
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

a
c

F F’ d1 d2
e = 0,9

Veja a excentricidade dos planetas do Sistema Solar:

Planeta Excentricidade da órbita dos planetas


R
Mercúrio 0,206
Vênus 0,007
R é a média entre as distâncias d1 e d2, também conheci-
Terra 0,082 do como semieixo maior.
Marte 0,093
Júpiter 0,048 d1 + d2
R=
Saturno 0,056 2
152

Urano 0,047
A constante k depende da massa do Sol e do planeta.
Netuno 0,012 Como a massa do Sol é muito maior que a massa dos plane-
tas do Sistema Solar, podemos dizer que a constante depen-
de basicamente da massa do Sol e será a mesma para todos
B. Segunda lei de Kepler os planetas do Sistema Solar.
Observação
O segmento que liga o planeta ao Sol varre áreas iguais Essa fórmula também é válida para outros sistemas pla-
em intervalos de tempos iguais. netários e também para planetas e seus satélites, porém com
outros valores para a constante.

Sol
∆t1 A1 A2 ∆t2
Cuidado: o senso comum diz que as estações do ano
estão relacionadas à órbita elíptica da Terra, ou seja, quando
a Terra está próxima do Sol (periélio) ocorre o verão e, quan-
Planeta do ela está mais afastada (afélio), ocorre o inverno. Essa
explicação está totalmente errada, pois, na realidade, as
estações do ano estão relacionadas à inclinação do eixo da
A1 A
= 2 Terra em relação ao seu plano de translação ao redor do Sol.
∆t1 ∆t2 Para saber mais, acesse:

Se A1 = A2 e ∆t1 = ∆t2, então o planeta tem maior veloci- <http://www.cdcc.usp.br/cda/ensino-


dade quando se encontra mais próximo do Sol. A velocidade fundamental-astronomia/parte2.html>.
EMI-16-19

do planeta é maior no periélio (ponto mais próximo do Sol) do


que no afélio (ponto mais afastado do Sol).
9. Organizador gráfico

20
A. Cosmologia

222
ISTOCK / GETTY IMAGES

Física
Cosmologia

Modelos cosmológicos

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Marte

Saturno Lua
Mercúrio Vênus Terra
Vênus
Lua
Mercúrio
Sol Marte
Terra
Sol
Jupiter

Saturno
Aristarco de Samos
Júpiter
Nicolau Copérnico
Giordano Bruno
Galileu Galilei
Geocêntrico Heliocêntrico

Geocêntrico
Sistema Solar

Aristóteles
Planetas Planetas Planetas
Cláudio Ptolomeu Asteroides
internos externos anões

Mercúrio Júpiter Ceres Meteoroides


Vênus Saturno Plutão Meteoros
Terra Urano Haumea Meteoritos
Marte Netuno Makemake
Éris

153
EMI-16-19

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 55
20

Noções de astronomia I
222

Exercícios de Aplicação
01. 03.
A Grande Nuvem de Magalhães é a galáxia mais próxima A Via Láctea tem a forma de um disco cujo diâmetro é
Física

da Terra. de, aproximadamente, 100 000 anos-luz; assim, a luz gasta


100 000 anos para atravessar toda a Via Láctea. O Sol está a
cerca de 30 000 anos-luz do centro da Via Láctea.

NASA/ JPL/ CALTECH


Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Supondo que a Via Láctea seja uma circunferência perfei-


ta, o maior e o menor tempo, respectivamente, para que a luz
do Sol escape da Via Láctea é:
NASA

a. 120 000 anos e 80 000 anos.


A Grande Nuvem de Magalhães e a nebulosa b. 100 000 anos e 30 000 anos.
da Tarântula, acima, à esquerda c. 80 000 anos e 20 000 anos.
d. 60 000 anos e 30 000 anos.
Ela está a cerca de 160 mil anos-luz da Terra. Expresse e. 40 000 anos e 20 000 anos.
essa distância em quilômetros.
Resolução
Dados
As distâncias que a luz deverá percorrer saindo do Sol
154

Velocidade da luz no vácuo = 3 · 105 km


Duração de um ano = 31 536 000 s são 80 000 anos-luz e 20 000 anos-luz, assim os tempos são
80 000 anos e 20 000 anos.
Resolução Alternativa correta: C
d = 160 · 103 anos-luz Habilidade
Como 1 ano-luz corresponde a aproximadamente Diferenciar os modelos geocêntrico e heliocêntrico do
9,5 · 1012 km, a distância em quilômetros é: Universo e reconhecê-los como modelos criados a partir de
d = 160 · 103 · 9,5 · 1012 referenciais diferentes.
d ≈ 1,5 · 1018 km

02.
Expresse a distância da Terra à Grande Nuvem de Maga-
lhães em unidades astronômicas.
Resolução
Cada UA equivale a aproximadamente 1,5 · 108 km; assim:
1,5 ⋅ 1018
d≈
1,5 ⋅ 108
d ≈ 1,0 ⋅ 1010 UA
EMI-16-19
Exercícios Extras

20
04. UEL-PR contrariado séculos depois, principalmente

222
Nas origens do estudo sobre o movimento, pelos estudos realizados por Galileu, Kepler e
o filósofo grego Aristóteles (384/383-322 a.C.) Newton.
dizia que tudo o que havia no mundo pertencia
ao seu lugar natural. De acordo com esse mo- Com base no texto e nos conhecimentos sobre cosmogo-
delo, a Terra apresenta-se em seu lugar natural nia, é correto afirmar que a concepção aristotélica apresenta
abaixo da água, a água abaixo do ar, e o ar, por um universo:
sua vez, abaixo do fogo, e acima de tudo um a. acêntrico.

Física
local perfeito constituído pelo manto de estre- b. finito.
las, pela Lua, pelo Sol e pelos demais planetas. c. infinito.
Dessa forma, o modelo aristotélico explicava o d. heliocêntrico.
motivo pelo qual a chama da vela tenta esca- e. policêntrico.
par do pavio, para cima, a areia cai de nossas
mãos ao chão, e o rio corre para o mar, que se 05.
encontra acima da terra. A mecânica aristoté- O modelo de Aristóteles, embora muito preciso na época,
lica também defendia que um corpo de maior não podia explicar algumas observações. Cite uma observa-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


quantidade de massa cai mais rápido que um ção que o modelo de Aristóteles não podia explicar e qual foi a
corpo de menor massa, conhecimento que foi solução encontrada por Ptolomeu.

Seu espaço
Sobre o módulo Para mostrar o movimento retrógrado dos planetas, use
Neste primeiro tópico de noções de astronomia, é im- esta simulação:
portante mostrar aos alunos os dois principais modelos pla-
Disponível em: <http://gruposputnik.com/
netários, fazendo uma paralelo e contextualizando-os histo-
Paginas_com_Flash/Retrograde%20Motion.
ricamente. Evidencie para eles que a questão central dessa htm>. Acesso em: 24 fev. 2016.
discussão é o referencial, que ficou mais bem entendido após
os trabalhos de Galileu sobre relatividade do movimento. Simulador de excentricidade
Se possível, usar esta simulação, que mostra o efeito da
Disponível em: <http://gruposputnik.com/Paginas_
troca de referenciais.
com_Flash/Planetary%20Orbit%20Simulator%20

155
Disponível em: <http://gruposputnik.com/ %28NAAP%29.htm>. Acesso em: 24 fev. 2016.
Paginas_com_Flash/Epicycles%20Demo.
htm>. Acesso em: 24 fev. 2016. Disponível em: <http://gruposputnik.
com/Paginas_com_Flash/Eccentricity%20
Demonstrator.htm>. Acesso em: 24 fev. 2016.

Exercícios Propostos
Da teoria, leia os tópicos 1, 2, 2.A, 2.B, 3, 3.A e 3.B. cientistas. Ela é de difícil observação, devido à quantidade
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento de partículas existentes ao seu redor. Essa estrela tem mas-
sa 200 vezes maior que a do Sol e seu brilho pode chegar a
40 milhões de vezes o brilho do Sol. Sua distância até a Terra
06. é de aproximadamente 45 mil anos-luz. Expresse a distân-
Diferencie a teoria geocêntrica da heliocêntrica. cia em metros dessa estrela até a Terra.

07. 08.
EMI-16-19

Em 2004, astrônomos da Universidade da Flórida des- Com relação ao exercício anterior, calcule a distância da
cobriram a estrela LBV 1806-20, a maior já observada pelos estrela até a Terra em unidades astronômicas.
09.
20

Os povos da Mesopotâmia, cerca de 4 000 a.C., estabeleceram que o dia dura 12 horas e a noite dura 12 horas. Cada hora
foi dividida em 60 minutos e cada minuto foi dividido em 60 segundos. Foram também os povos da Mesopotâmia que notaram
222

a presença de astros errantes no céu, ou seja, astros que mudavam de posição com o decorrer do tempo em relação aos astros
fixos (estrelas). Hoje sabemos que esses astros errantes são os planetas. Naquela época eram conhecidos apenas cinco astros
errantes (os que eram visíveis a olho nu): Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno e, obviamente, a Lua e o Sol. Esses astros
errantes eram considerados deuses. Foi, então, que criaram a semana de sete dias, em que cada dia era dedicado a um deus,
conforme a tabela a seguir.

Sol Lua Marte Mercúrio Júpiter Vênus Saturno


Física

Português Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado


Inglês Sunday Monday Tuesday Wednesday Thursday Friday Saturday
Italiano Domenica Lunedi Martedi Mercoledi Giovedi Venerdi Sabato
Espanhol Domingo Lunes Martes Miercoles Jueves Viernes Sábado

Segundo o modelo heliocêntrico, o dia e a noite ocorrem devido:


a. ao movimento de translação do Sol em torno da Terra.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

b. ao movimento de translação da Terra em torno do Sol.


c. ao movimento de translação da Lua em torno da Terra.
d. ao movimento de rotação do Sol em torno de seu próprio eixo.
e. ao movimento de rotação da Terra em torno de seu próprio eixo.

10. 14.
Explique o que é ano-luz e expresse essa medida em km. Qual a distância da Terra ao Sol em UA? Justifique.

11. 15.
O que é unidade astronômica? Expresse 1 ano-luz nessa A estrela visível a olho nu mais próxima da terra, exceto o
unidade. Sol, é a Alfa, que se localiza na constelação de Centauro. Essa
estrela dista da Terra 4,3 anos-luz. Se for enviada uma sonda
12. para aquela estrela com velocidade escalar média de 10% da
A luz do Sol demora 8 minutos e 18 segundos para chegar velocidade da luz no vácuo e considerando que sua trajetó-
à Terra, qual seria, então, a distância entre o Sol e a Terra em ria seja retilínea, qual seria a duração dessa viagem em anos
156

minutos-luz? terrestres?
a. 8,30 minutos-luz d. 8,14 minutos-luz
b. 8,28 minutos-luz e. 8,12 minutos-luz 16.
c. 8,18 minutos-luz Outra unidade de medida para grandes distâncias usa-
das na astronomia é o parsec, cujo símbolo é (pc). Faça uma
13. PUCCamp-SP pesquisa, descubra seu valor e calcule a distância em pc da
Andrômeda é uma galáxia distante 2,3 · 106 anos-luz da estrela LBV 1 806-20 até a Terra.
Via Láctea, a nossa galáxia. A luz proveniente de Andrômeda, Dado
viajando à velocidade de 3,0 · 105 km/s, percorre a distância A distância da estrela LBV 1 806-20 até a Terra é 45 mil
aproximada até a Terra, em km, igual a: anos-luz.
a. 4 · 1015 d. 7 · 1021
b. 6 · 1017
e. 9 · 1023
c. 2 · 1019
EMI-16-19
Módulo 56

20
Noções de astronomia II

222
Exercícios de Aplicação
01. UFPE (adaptado) 03.
Em relação ao Universo, assinale V (verdadeira) ou F (fal- Em 24 de agosto de 2006, a União Astronômica Inter-

Física
sa) nas afirmações a seguir. nacional classificou Plutão como planeta-anão. Isso acon-
( ) Entre todas as galáxias, a Via Láctea é a que mais nos teceu porque:
interessa, pois nela está situado o Sistema Solar. a. seu raio é menor que o de todos os outros planetas.
( ) O planeta mais afastado do Sol é Plutão. b. ele não é gravitacionalmente dominante em sua órbita.
( ) Gravitando entre as órbitas de Marte e Júpiter encon- c. sua densidade é menor que a de todos os outros pla-
tram-se os pequenos astros denominados asteroides. netas.
( ) Os únicos planetas que não apresentam luas são d. sua órbita é irregular.
Mercúrio e Vênus. e. não apresenta lua.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Resolução Resolução
V–F–V–V Planeta-anão é um objeto que orbita o Sol, grande o sufi-
Verdadeira. O nosso sistema solar está na Via Láctea, por- ciente para ter formato esférico, porém não é gravitacional-
tanto é ela a que mais nos interessa.Falsa. Plutão não é mais mente dominante na sua órbita. No caso de Plutão, seu maior
considerado planeta. satélite, Caronte, é excessivamente grande comparado a ele, o
Verdadeira. É o cinturão de asteroides. que faz com que o centro de massa do sistema esteja fora de
Verdadeira. Todos os outros apresentam luas. Plutão.
Alternativa correta: B
Habilidade
Estimar e comparar características e dimensões espa-
ciais de corpos celestes.

02.
Sabe-se que o Sol transforma, a cada segundo, 600 mi-

157
lhões de toneladas de hidrogênio em 596 milhões de tone-
ladas de hélio. Essa diferença de massa (4 milhões de tone-
ladas) é convertida em energia. Calcule a energia em joules
liberada pelo Sol a cada segundo.
Dado: c = 3 · 108 m/s
Resolução
E = ∆m · c2
E = 4 · 109 · (3 · 108)2
E = 3,6 · 1026 J
EMI-16-19
Exercícios Extras
20

04. 05. UEPG (adaptado)


222

Ao olhar para o céu noturno, não é raro vermos estrelas Sobre o Sistema Solar e as teorias a ele relacionadas, dê a
cadentes. Esse fenômeno é causado por corpos celestes que soma dos números dos itens corretos.
entram na atmosfera terrestre e se desintegram, devido à alta 01. A teoria de um Sistema Solar geocêntrico foi proposta
temperatura que resulta do atrito desses corpos com o ar. Ao pelo astrônomo grego Ptolomeu e, mais tarde, con-
entrar na atmosfera, esses astros são denominados: testada por Nicolau Copérnico.
a. cometas. 02. A teoria heliocêntrica foi defendida por Galileu Galilei,
b. meteoroides. que aceitou as ideias propostas por Nicolau Copérnico.
Física

c. meteoros. 04. Os planetas internos são gasosos e os externos são


d. meteoritos. os planetas terrestres.
e. asteroides. 08. Os maiores planetas do Sistema Solar estão mais
próximos do Sol, enquanto os menores, por sofrerem
menor atração gravitacional, estão mais afastados.

Seu espaço
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Sobre o módulo
Esta aula é muito teórica, por isso, para não ficar cansativa para os alunos, forme grupos e peça-lhes que leiam a teoria na
própria sala e respondam aos exercícios de aplicação. Vá tirando as dúvidas dos alunos grupo a grupo.
Outra opção é exibir o vídeo: O universo – a formação do Sistema Solar e pedir-lhes que complementem os ensinamentos
em casa, lendo a teoria e fazendo os exercícios.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AVc-X2gigYI>. Acesso em: 24 fev. 2016.

Oriente os alunos a acessar o simulador presente no box Para Explorar.

Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/my-solar-system>. Acesso em: 29 abr. 2016.


158

EMI-16-19
Exercícios Propostos

20
Da teoria, leia os tópicos de 4 a 8. 13.

222
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento A galáxia de Andrômeda, possui formato espiral e está lo-
calizada a cerca de 2,54 milhões de anos-luz de distância da
Terra. Seu raio é de, aproximadamente, 110 mil anos-luz e é a
06. galáxia espiral mais próxima da Via Láctea. Se um feixe de luz
Explique de que maneira uma estrela emite luz. puder atravessar, em linha reta, toda a galáxia de Andrômeda,
ele levará um tempo de:
07. a. 55 mil anos.

Física
Os cometas podem ser considerados mensageiros do es- b. 110 mil anos.
paço. Eles percorrem grandes distâncias e só se extinguem c. 220 mil anos.
quando colidem com algum astro ou quando passam, muitas d. 254 mil anos.
vezes, próximos das estrelas. Por que os cometas se extin- e. 2,54 · 106 anos.
guem quando passam muitas vezes próximos de uma estrela?
14.
08. Pesquise o tamanho da estrela Eta Carinae e explique o
Cite a diferença entre meteoro, meteorito e meteoroide. que possivelmente ocorrerá com ela após a etapa supernova.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


09. 15.
Os chamados buracos negros, que apresentam elevada A galáxia mais distante detectada até hoje dista 12,8 bi-
densidade, seriam regiões do universo capazes de absorver lhões de anos-luz da Terra. Se houver vida inteligente em algum
matéria, que passaria a ter a densidade dessas regiões. Se a planeta nessa galáxia, eles saberiam da nossa existência?
Terra, com massa da ordem de 1027 g, fosse absorvida por um
buraco negro de densidade 1024 g/cm3, ela ocuparia um volu- 16. Fuvest-SP
me comparável ao: Um consórcio internacional, que reúne dezenas de paí-
a. de um nêutron. ses, milhares de cientistas e emprega bilhões de dólares, é
b. de uma gota de água. responsável pelo Large Hadrons Colider (LHC), um túnel cir-
c. de uma bola de futebol. cular subterrâneo, de alto vácuo, com 27 km de extensão,
d. da Lua. no qual eletromagnetos aceleram partículas, como prótons
e. do Sol. e antiprótons, até que alcancem 11 000 voltas por segundo
para, então, colidirem entre si. As experiências realizadas
10. no LHC investigam componentes elementares da matéria e
Estimativas apontam que, daqui a 5 bilhões de anos, o reproduzem condições de energia que teriam existido por

159
Sol deve tornar-se gigante vermelho. Quando isso acontecer, ocasião do Big Bang.
ele vai formar um buraco negro? Explique sua resposta. a. Calcule a velocidade do próton, em km/s, relativamen-
te ao solo, no instante da colisão.
11. b. Calcule o percentual dessa velocidade em relação à
O planeta Júpiter, que contém apenas gases, poderá no velocidade da luz, considerada, para esse cálculo,
futuro ser uma estrela? Explique sua resposta. igual a 300 000 km/s.
c. Além do desenvolvimento científico, cite outros dois
12. interesses que as nações envolvidas nesse consórcio
A maior parte dos cometas está localizada além da órbita teriam nas experiências realizadas no LHC.
de Netuno, a mais de 30 UA. Uma pequena parte desses co-
metas entra no Sistema Solar interno, numa órbita bem elípti-
ca, o que os deixa bem próximos do Sol e, depois, bem longe.
O final provável desses cometas é uma colisão com o Sol ou
com algum dos planetas gigantes. Sabendo que a distância
da Terra ao Sol é de 1,5 · 108, a localização da maioria dos
cometas em quilômetros é:
a. 1,5 · 108 d. 4,5 · 109
b. 2,5 · 108 e. 3,5 · 109
c. 4,5 · 108
EMI-16-19
Módulo 57
20

Leis de Kepler
222

Exercícios de Aplicação
01. Unicamp-SP 02. UFRGS-RS
A primeira lei de Kepler demonstrou que os A elipse, na figura, representa a órbita de um planeta em
Física

planetas se movem em órbitas elípticas e não torno de uma estrela S. Os pontos ao longo da elipse represen-
circulares. A segunda lei mostrou que os plane- tam posições sucessivas do planeta, separadas por intervalos
tas não se movem a uma velocidade constante. de tempo iguais. As regiões alternadamente coloridas repre-
PERRY, Marvin. Civilização ocidental: uma história concisa. sentam as áreas varridas pelo raio da trajetória nesses inter-
São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 289. Adaptado. valos de tempo. Na figura, em que as dimensões dos astros e o
tamanho da órbita não estão em escala, o segmento de reta SH
É correto afirmar que as leis de Kepler: representa o raio focal do ponto H, de comprimento p.
a. confirmaram as teorias definidas por Copérnico e são
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

exemplos do modelo científico que passou a vigorar a C D


partir da Alta Idade Média. B
E
b. confirmaram as teorias defendidas por Ptolomeu e
permitiram a produção das cartas náuticas usadas no F
período do descobrimento da América.
c. são a base do modelo planetário geocêntrico e se tor- S1 G
naram as premissas científicas que vigoram até hoje. H
A
d. forneceram subsídios para demonstrar o modelo pla- S
netário heliocêntrico e criticar as posições defendidas
S2 I
pela Igreja naquela época.
J
Resolução
Na Idade Moderna, o Renascimento Científico aparece N K
vinculado ao Renascimento Cultural. O espírito renascentista M L
é pautado pela investigação, pela busca do conhecimento,
seja pelo método indutivo vinculado ao empirismo, seja pelo Considerando que a única força atuante no sistema estre-
método dedutivo associado ao racionalismo. Copérnico, Gali-
160

la-planeta seja a força gravitacional, são feitas as seguintes


leu e Kepler estão entre os defensores da teoria heliocêntrica, afirmações.
em oposição ao geocentrismo aristotélico-ptolomaico da An- I. As áreas S1 e S2, varridas pelo raio da trajetória, são
tiguidade, ainda reconhecido como único possível pela Igreja iguais.
Católica, no início da Idade Moderna. II. O período da órbita é proporcional a p3.
Alternativa correta: D III. As velocidades tangenciais do planeta nos pontos A e
H, vA e vH são tais que vA > vH.
Quais estão corretas?
a. Apenas I
b. Apenas I e II
c. Apenas I e III
d. Apenas II e III
e. I, II e III.
Resolução
I. Correta. A segunda lei de Kepler afirma que o segmen-
to de reta Sol-planeta varre áreas iguais em intervalos
de tempo iguais.
II. Incorreta. O quadrado do período (T) da órbita é propor-
cional ao cubo do raio médio (r) da trajetória (semieixo
maior da elipse): T2 = k · r3.
III. Correta. O movimento do planeta é acelerado de H para
A e retardado de A para H, portanto, vA > vH.
Alternativa correta: C
EMI-16-19
03. FGV-SP Resolução

20
Em seu livro O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry Rx = 10 ⋅ RT
imaginou haver vida em certo planeta ideal. Tal planeta teria Sendo: 
 TT = 1 ano

222
dimensões curiosas e grandezas gravitacionais inimagináveis
na prática. Pesquisas científicas, entretanto, continuam sen- Pela 3a lei de Kepler, obtemos:
do realizadas e não se descarta a possibilidade de haver mais Rx3 RT 3
=
planetas no Sistema Solar, além dos já conhecidos. Tx2 TT 2
Imagine um hipotético planeta, distante do Sol 10 vezes
(10 ⋅ RT )
3
mais longe do que a Terra se encontra desse astro, com mas- RT3
=
sa 4 vezes maior que a terrestre e raio superficial igual à me- Tx2 12

Física
tade do raio da Terra. Considere a aceleração da gravidade na 1000
superfície da Terra expressa por g. =1
Tx2
Esse planeta completaria uma volta em torno do Sol em
Tx2 = 1 000
um tempo, expresso em anos terrestres, mais próximo de:
a. 10 Tx = 1 000
b. 14 Tx » 32 anos
c. 17
d. 28 Alternativa correta: E

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


e. 32 Habilidade
Reconhecer os conceitos de velocidade e aceleração,
considerando as leis de Kepler sobre o movimento dos pla-
netas.

Exercícios Extras
04. Unesp
Saturno é o sexto planeta a partir do Sol e o segundo maior, em tamanho, do Sistema Solar. Hoje, são conhecidos mais de
sessenta satélites naturais de Saturno, sendo que o maior deles, Titã, está a uma distância média de 1 200 000 km de Saturno
e tem um período de translação de, aproximadamente, 16 dias terrestres ao redor do planeta.

Tétis
Saturno

161
Titã

Fora de escala

Tétis é outro dos maiores satélites de Saturno e está a uma distância média de Saturno de 300 000 km.
Considere:

1a lei de Kepler – lei das órbitas 2a lei de Kepler – lei das áreas 3a lei de Kepler – lei dos períodos
Planeta
Sol Sol Sol
∆t A2 ∆t periélio p a
A1 afélio
F2 F1

r = a + p e r2 = K
3

2 T

O período aproximado de translação de Tétis ao redor de Saturno, em dias terrestres, é:


a. 4 c. 6 e. 10
b. 2 d. 8

05.
EMI-16-19

Cite dois motivos que explicam por que a órbita elíptica não causa as estações do ano.
Seu espaço
20

Sobre o módulo
222

É possível explicar as três leis de Kepler usando o simulador disponível no link:

<http://astro.if.ufrgs.br/Orbit/nebraska.htm>. Acesso em: 24 fev. 2016.


Física
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
162

EMI-16-19
Exercícios Propostos

20
Da teoria, leia o tópico 8. e. pela presença da Lua em órbita ao redor da Terra, exer-

222
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento cendo influência no período de translação da Terra ao
redor do Sol.

06. UFMG 09. Unesp


O quadro a seguir mostra dados astronômicos de Gani- No dia 5 de junho de 2012, pôde-se observar, de determi-
medes e Io, dois satélites de Júpiter. nadas regiões da Terra, o fenômeno celeste chamado trânsito
de Vênus, cuja próxima ocorrência se dará em 2117.

Física
Distância Período de Periodo de
Distância
média ao translação translação
média Trânsito de Vênus
centro de em torno em torno
ao Sol N
Júpiter do Sol de Júpiter
Júpiter 7,8 · 108 km — 11,8 anos — 19
Ápice
Ganimedes — 5 · 105 km — 7 dias 20 21
22 02
Io — 2 · 105 km — T1 23 0h

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


01
Hora de Brasília
Com base nos dados fornecidos, calcule o período de
L O
translação T1 de Io em torno de Júpiter.

07. Fuvest-SP
Considere um satélite artificial em órbita circular. Dupli-
cando a massa do satélite sem alterar o seu período de revo-
lução, o raio da órbita será: Início: 19h09
Ápice: 22h29 S
Fim: 01h49

Tal fenômeno só é possível porque as órbitas de Vênus


I J
e da Terra, em torno do Sol, são aproximadamente coplana-
res e porque o raio médio da órbita de Vênus é menor que
o da Terra.
Portanto, quando comparado com a Terra, Vênus tem:

163
a. o mesmo período de rotação em torno do Sol.
b. menor período de rotação em torno do Sol.
a. duplicado. c. menor velocidade angular média na rotação em torno
b. quadruplicado. do Sol.
c. reduzido à metade. d. menor velocidade escalar média na rotação em torno
d. reduzido à quarta parte. do Sol.
e. o mesmo. e. menor frequência de rotação em torno do Sol.

08. IFSP 10.


Muitos ainda acreditam que, como a órbita da Terra em A Lua tem período de translação em torno da Terra de
torno do Sol é uma elipse e o Sol não está no centro dessa aproximadamente 27 dias. Se o planeta Terra tivesse mais
elipse, as estações do ano ocorrem porque a Terra ora fica uma lua à meia distância da nossa lua até o centro da terra,
mais próxima do Sol, ora mais afastada. Se isso fosse verda- calcule qual seria o período de translação dessa nova lua.
de, como se explica o fato de o Natal ocorrer numa época fria
(até nevar) nos países do hemisfério Norte e no Brasil ocorrer 11.
numa época de muito calor? Será que metade da Terra está Se a massa da Terra fosse duplicada e mantido o raio de
mais próxima do Sol sentido. A existência das estações do sua órbita em torno do Sol, qual deveria ser seu novo período
ano é mais bem explicada: de translação?
a. pelo fato de o eixo imaginário de rotação da Terra ser
perpendicular ao plano de sua órbita ao redor do Sol. 12. Unifei-MG adaptado
b. pelo fato de, em certas épocas do ano, a velocidade Um planeta descreve uma órbita elíptica em torno do Sol.
de translação da Terra ao redor do Sol ser maior do que Pode-se dizer que a velocidade de translação desse planeta é:
em outras épocas. a. maior quando se encontra mais longe do Sol.
c. pela inclinação do eixo imaginário de rotação da Terra b. maior quando se encontra mais perto do Sol.
em relação ao plano de sua órbita ao redor do Sol. c. menor quando se encontra mais perto do Sol.
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d. pelo fato de a velocidade de rotação da Terra em rela- d. constante em toda a órbita.


ção ao seu eixo imaginário não ser constante. e. aleatória em toda sua órbita.
13. PUC-SP 15. Unicamp-SP
20

A sonda Galileu havia terminado sua tarefa de capturar A terceira lei de Kepler diz que “o quadrado do período
imagens do planeta Júpiter quando, em 29 de setembro de de revolução de um planeta (tempo para dar uma volta em
222

2003, foi lançada em direção ao planeta depois de orbitá-lo torno do Sol) dividido pelo cubo da distância do planeta ao
por um intervalo de tempo correspondente a 8 anos terres- Sol é uma constante”. A distância da Terra ao Sol é equiva-
tres. Considerando que Júpiter está cerca de 5 vezes mais lente a 1 UA (unidade astronômica).
afastado do Sol do que a Terra, é correto afirmar que, nesse
intervalo de tempo, Júpiter completou, em torno do Sol: Terra Marte
Cinturão de
a. cerca de 1,6 volta. asteroides
b. menos de meia volta.
Física

c. aproximadamente 8 voltas. Mercúrio


Sol
d. aproximadamente 11 voltas.
Vênus
e. aproximadamente 3/4 de volta.

14. UFSM-RS
0,0 1,0 2,0 3,0
Os avanços nas técnicas observacionais têm permitido aos
astrônomos rastrear um número crescente de objetos celestes Unidades astronômicas
que orbitam o Sol. A figura mostra, em escala arbitrária, as ór-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

bitas da Terra e de um cometa (os tamanhos dos corpos não a. Entre Marte e Júpiter existe um cinturão de asteroi-
estão em escala). Com base na figura, analise as afirmações: des (veja figura). Os asteroides são corpos sólidos
que teriam sido originados do resíduo de matéria
existente por ocasião da formação do Sistema Solar.
Se, no lugar do cinturão de asteroides, essa matéria
tivesse se aglutinado formando um planeta, quanto
Sol Terra Cometa duraria o ano desse planeta (tempo para dar uma
volta em torno do Sol)?
b. De acordo com a terceira lei de Kepler, o ano de Mer-
cúrio é mais longo ou mais curto que o ano terrestre?

16. ITA-SP
I. Dada a grande diferença entre as massas do Sol e do Considere dois satélites artificiais S e T em torno da Terra.
cometa, a atração gravitacional exercida pelo cometa S descreve uma órbita elíptica com semieixo maior a e T, uma
sobre o Sol é muito menor que a atração exercida pelo órbita
  circular de raio a, com os respectivos vetores posição
Sol sobre o cometa. r S e r T com origem no centro da Terra. É correto afirmar que:
164

II. O módulo da velocidade do cometa é constante em a. para o mesmo intervalo  de tempo, a área varrida por r S
todos os pontos da órbita. é igual à varrida por r T . 
III. O período de translação do cometa é maior que um b. para o mesmo intervalo de tempo, a área varrida por r S
ano terrestre. é maior que a varrida por r T .
Está(ão) correta(s): c. o período de translação de S é igual ao de T.
a. apenas I. d. apenas II e III. d. o período de translação de S é maior que o de T.
b. apenas III. e. I, II e III. e. se S e T têm a mesma massa, então a energia mecâni-
c. apenas I e II. ca de S é maior que a de T.

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