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Tema – Princípios Orçamentários e Ciclo Orçamentário

Projeto Pós-graduação
Curso MBA em Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal
Disciplina Contabilidade Governamental
Tema Princípios Orçamentários e Ciclo Orçamentário
Professor(a) Tatiane Antonovz

Introdução
Assim como na vida pessoal, na vida pública é preciso seguir princípios,
ou seja, regras que devem ser seguidas e, nesse caso, que devem ser
observadas durante a elaboração do orçamento. É isso que você estudará
neste tema!
Inicialmente serão destacados os princípios da Unidade, Universalidade
e Anualidade como importantes bases de elaboração do orçamento das três
esferas: Municípios, Estados e União.
Além disso, serão observados outros princípios seguidos na
administração pública e abordaremos o Ciclo Orçamentário, como funciona,
sua elaboração e suas bases.
(Vídeo disponível no material on-line)

Problematização
Pense em sua vida. Você sabia que boa parte dela é regulamentada?
Quando pensamos em uma pessoa física surgem questões morais e éticas,
ligadas à legislação, dentre outros pontos, ou seja, sempre existem regras.
É óbvio que para um país também existem regras. Se você quiser ter
uma vida organizada, harmoniosa e de acordo com a Lei, terá que obedecer a
essas regras, certo? Pois bem, com um país funciona do mesmo jeito. Para
que um país seja organizado, existem leis e para que as finanças de um país

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sejam organizadas temos o que chamamos de Princípios Orçamentários. Mas
o que seria isso?
Os três princípios orçamentários mais importantes são o Princípio da
Unidade, ou seja, por mais que cada esfera (União, Estados e Municípios) seja
responsável pela elaboração de um orçamento, no final ele deverá ser uno, ou
seja, um único orçamento.
É importante entender que cada esfera tem as suas responsabilidades e
que elas precisam se “ajudar”, uma vez que a elaboração do PPA é de extrema
complexidade, justamente por sua importância e pelo tamanho do país. Na vida
pública é preciso que sejam anotadas e reconhecidas todas as receitas e
despesas. O princípio que norteia essa ideia é o Princípio da Universalidade.
Assim, se algum gasto não estiver previsto no orçamento ele não poderá ser
concretizado.
Por fim, outro princípio bastante importante que completa a nossa ideia é
o Princípio da Anualidade, que tem relação com a autorização de gastos que
deverá ser dada para cada exercício financeiro, de acordo com a LDO. Dessa
forma é usado o período de um ano para essa autorização, assim como nas
empresas particulares.
Agora o questionamento que surge é: diante do entendimento desses
três principais princípios, como é possível que haja a elaboração de
orçamentos por cada uma das esferas do governo, ou seja, Estados,
Municípios e União, uma vez que é preciso respeitar tantas regras? Você não
precisa responder agora! Realize seus estudos sobre este tema e escolha a
melhor alternativa para a sua situação mais adiante.
(Vídeo disponível no material on-line)

Princípios orçamentários e ciclo orçamentário


Para que o orçamento seja elaborado de forma correta é necessário que
haja uma linha norteadora, ou seja, uma indicação do que deverá ser seguido.
Mas como isso é feito?

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Justamente para definir o que é certo ou não é que foram delineados os
princípios orçamentários, que são premissas básicas que devem ser
observadas na concepção da lei orçamentária.
Kohama (2013) relata que o orçamento deve ser uma expressão fiel do
programa do governo e uma ferramenta para a solução dos problemas da
comunidade, contribuindo de forma eficaz para a ação estatal, o
desenvolvimento econômico e social, além de ser um instrumento de
administração do governo que reflete as aspirações da sociedade. Mas para
isso é indispensável que alguns princípios sejam obedecidos. Então vamos
conhecê-los?
Antes de qualquer coisa é preciso destacar que segundo a Lei 4.320/64
existe a definição dos princípios que são considerados mais importantes:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e
despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o
programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de
unidade universalidade e anualidade (Lei 4.320/64, grifo nosso).

Porém além desses três princípios há outros que foram incluídos de


acordo com a própria doutrina e a jurisprudência observada na elaboração do
processo orçamentário. Então vamos conhecer alguns desses princípios?
(Vídeo disponível no material on-line)

Unidade
O orçamento deve ser uno, sendo assim cada esfera do governo (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios) deverá ter um único orçamento,
baseado em uma única política orçamentária e que se ajuste com um método
único. Esse princípio está presente na Constituição Federal de 1988 e também
na Lei 4.320/64 que relata em seu artigo 2º.
A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de
forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de
trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.

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Justamente com a promulgação da Constituição Federal de 1988 o
princípio da Unidade passou a ter mais efetividade junto ao Princípio da
Universalidade, uma vez que os dois são complementares, alinhando todas as
receitas e despesas de todos os Poderes da União em um documento único
formal e em uma conta única, evidenciando a política econômico-financeira e o
programa de trabalho do governo.
De acordo com o artigo 165 da Constituição Federal de 1988, a lei
orçamentária anual deve compreender:
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I. o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta,
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II. o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
com direito a voto;
III. o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta
ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público.

Kohama (2013) levanta um ponto muito importante discutido com


relação ao princípio da Unidade, pois em 1988 houve a inclusão do orçamento
de investimentos em empresas estatais, que são aquelas em que a União
detém, de forma direta ou indireta, a maior parte do capital social e com direito
a voto.
A inserção das estatais na elaboração do orçamento é explicada por
Giacomini (2007) apud Kohama (2013), relatando que o orçamento de algumas
dessas entidades, as sociedades de economia mista, por exemplo, não devem
fazer parte da lei orçamentária. Para ele, operando em condições e exigências
de mercado, as finanças dessas empresas não são públicas, principalmente no
que diz respeito as suas receitas e despesas. Assim, não se justifica a inclusão
no orçamento.
Não é possível dizer, então, que houve a quebra da Unidade
Orçamentária, apenas há de se observar que somente as Estatais (empresas
públicas ou sociedades de economia mista) dependentes dos recursos do

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Tesouro deverão estar incluídas integralmente no orçamento fiscal. Tal
distinção está na Lei 12.309/10, conforme segue:
Art. 6o Os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social compreenderão
o conjunto das receitas públicas bem como das despesas dos
Poderes e do Ministério Público da União - MPU, seus fundos,
órgãos, autarquias, inclusive especiais, e fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, bem como das empresas públicas,
sociedades de economia mista e demais entidades em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto e que dela recebam recursos do Tesouro Nacional,
devendo a correspondente execução orçamentária e financeira, da
receita e da despesa, ser registrada na modalidade total no SIAFI.

Kohama (2013) também ressalta que é importante compreender, de


acordo com muitos autores, que o termo unidade é relativo a todo o setor
público, porém esse princípio tem profunda relação com as propostas
orçamentárias de cada instituição em particular e não, como alguns podem
achar, relaciona todas as receitas e despesas em uma única só peça.
O autor destaca que em virtude da existência de um grande número de
entidades autárquicas, em todos os níveis do governo, cada uma delas irá
possuir um orçamento próprio, independente do aprovado pelo Poder
Legislativo.
Assim, é necessário, para o respeito do Princípio da Unidade que cada
orçamento se ajuste em seu conteúdo, metodologia e expressão, evitando
dessa forma a duplicação de funções ou ainda a superposição de entidades na
realização de alguma atividade, isso irá colaborar de maneira valiosa para a
racionalização dos recursos (KOHAMA, 2013).

Universalidade
Esse princípio está ligado ao fato da necessidade da inclusão de todas
as despesas e receitas no orçamento. Tal princípio está disposto no artigo 165
§ 5º da Constituição Federal e também nos artigos 2º, 3º e 4º da Lei 4.3240/64:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e
despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o
programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de
unidade universalidade e anualidade.

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Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas,
inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias
dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por
intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo
2°.

Kohama (2013) afirma que esse princípio está intimamente ligado com a
programação, relatando que se algo estiver faltando no orçamento, os objetivos
socioeconômicos que se quer alcançar poderão ser afetados de forma
negativa. Além disso, pode ser que jamais seja alcançada a racionalidade dos
recursos, se parte dele for manipulada sem a devida programação. Assim, o
documento orçamentário deverá conter todos os aspectos dos elementos
programáveis que o constituem.

Anualidade
Rosa (2013) afirma que esse princípio, conforme o próprio nome aponta,
relaciona-se com o fato de que a autorização legislativa do gasto deve ser dada
para cada exercício financeiro, observando o disposto nas Leis de Diretrizes
Orçamentárias correspondentes.
Assim, de forma convencional, será utilizado o critério de um ano para o
período orçamentário, uma vez que esse é o adotado pela maior parte das
empresas particulares.
Além disso, o orçamento é utilizado em base anual, pois quanto maior a
época para qual se projeta um orçamento maior a possibilidade de um erro, por
outro lado, é conveniente se programar para períodos mais curtos por se tratar
de um orçamento complexo. O período de um ano se adequa mais às
exigências mínimas necessárias, atendendo, assim, à concretização dos
objetivos econômicos e sociais a que esse se propõe.

Exclusividade
De acordo com esse princípio somente deverão ser incluídos no

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orçamento, assuntos que lhe sejam pertinentes. Kohama (2013) explica que
deve-se evitar a inclusão, na lei do orçamento, de normas relativas a outros
campos jurídicos, estranhas à previsão da receita e fixação da despesa.

Equilíbrio
Como já destacado várias vezes, o orçamento deverá respeitar o
equilíbrio entre os valores de receitas e despesas, ou seja, procura-se evitar ao
máximo o endividamento do Estado, que ocorre quando há mais despesas que
receitas.

Princípio do orçamento bruto


Rosa (2013) relaciona esse princípio com o princípio da Universalidade.
Assim, todas as parcelas da receita e da despesa são consideradas pela lei
orçamentária em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução.
Um exemplo desse princípio está na arrecadação e transferência do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esse imposto é arrecadado pela
União, entretanto há a necessidade, de acordo com a Constituição de que esse
tenha uma parcela transferida para os Estados e Municípios. Assim, quando do
seu lançamento na LOA, não se deve lançar o valor líquido do confronte entre
a parte arrecadada pela União e a parte destinada aos outros entes, mas sim a
parte relativa a cada um deles, configurando assim o Princípio do Orçamento
Bruto.

Princípio da não afetação das receitas


A ideia básica desse princípio é de que não haverá comprometimento da
receita geral com determinados gastos. Rosa (2013) relata que o cumprimento
desse princípio é difícil no orçamento brasileiro, que possui um alto grau de
vinculações. Devem ser ressalvados os casos constantes no artigo 167 da
Constituição Federal de 1988:

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IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).

Esse procedimento de não vinculação das receitas com as despesas é


feito para que o administrador público tenha mais liberdade na distribuição dos
valores, uma vez que há o impedimento de que esses fiquem extremamente
vinculados.
Entretanto há algumas exceções: por exemplo, as receitas relativas às
taxas; as contribuições de melhoria poderão ser vinculadas à atividade
específica; contribuições cobradas de servidores públicos para o custeio de
suas aposentadorias, que já nascem vinculadas a esse tipo de despesa, assim
como as contribuições de melhoria que também já nascem vinculadas a um
objetivo final.
Um exemplo clássico de não vinculação é o caso dos impostos, uma vez
que são pagos e não há necessidade de contrapartida do Estado, ou seja, não
há necessidade de um serviço em troca, o que caracteriza a não vinculação.
(Vídeo disponível no material on-line)

No vídeo a seguir você poderá compreender melhor o que são os


princípios orçamentários:
http://www.youtube.com/watch?v=FUkQbufvI1Y

Ciclo orçamentário
Qual é a função do Estado? Por que há a necessidade de um
orçamento? Bem a responsabilidade básica do Estado é buscar o nível máximo
de satisfação das necessidades da população e há a necessidade de um

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orçamento para que sejam relatadas todas as entradas e saídas de forma
organizada. E como funciona a elaboração desse orçamento?
É ai que entra o Ciclo Orçamentário, que pode ser definido como a
sequência de etapas que devem ser desenvolvidas para a elaboração do
orçamento. São elas:

 Elaboração.

 Estudo e aprovação.

 Execução.

 Avaliação.

Elaboração
De acordo com o disposto na LDO, a etapa de elaboração compreende
a fixação de objetivos para o período considerado, incluindo o cálculo dos
recursos humanos, materiais e financeiros que serão necessários para a sua
concretização.
Kohama (2013) destaca que uma parte importante dessa etapa é a
formalização de um documento em que fique demonstrada a fixação dos níveis
de atividades governamentais feitos por formulação de programas de trabalho
das unidades administrativas que em uma última etapa irão compor a proposta
orçamentária.
No que diz respeito às propostas parciais, essas guardarão
conformidade estrita com a política econômico-financeira, o programa anual de
trabalho do governo e também com os limites fixados para cada unidade
administrativa.
As propostas deverão ser encaminhadas em formulário próprio,
acompanhadas de tabelas explicativas da despesa realizada no período
imediatamente anterior, da despesa fixada para o exercício da proposta e da
justificativa de cada dotação, com a indicação dos atos de aprovação dos
projetos e orçamentos de obras a que se destina.

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Já a receita deverá ser estimada com base nas demonstrações mensais
de cada receita arrecadada, utilizando os três últimos exercícios pelo menos.
O Poder Executivo deverá enviar o projeto de Lei orçamentária, ao
Poder Legislativo, dentro dos prazos estabelecidos. No âmbito federal, o prazo
é 31 de agosto (KOHAMA, 2013). De acordo com a Lei 4.320/64:
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará
ao Poder Legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituições e
nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:
I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação
econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida
fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e
outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação
da política econômica-financeira do Governo; justificação da receita e
despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;
II - Projeto de Lei de Orçamento;
III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e
despesa, constarão, em colunas distintas e para fins de comparação:
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele
em que se elaborou a proposta;
b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;
c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;
d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;
e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e
f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.
IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados
por dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em
estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar,
acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e
administrativa.

Estudo e aprovação
Fase que compete ao poder Legislativo e, de acordo com Kohama
(2013, p.51) “o seu significado está configurado na necessidade de que o povo,
através de seus representantes, intervenha na decisão de suas próprias
aspirações, bem como na maneira de alcançá-las”.
O Poder Executivo deverá enviar o projeto de lei orçamentária ao Poder
Legislativo respeitando os prazos estabelecidos, porém somente depois do
encerramento da sessão legislativa o Poder Legislativo poderá devolvê-lo para
sanção.
Essa fase é aquela em que podem ser feitas as emendas ao processo

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orçamentário, compatíveis com o PPA e a LDO, indicados os recursos
necessários, bem como outras características que são necessárias para que
sejam aceitas.
Após a discussão, o projeto de lei orçamentário, assim que aprovado
pelo Poder Legislativo, será enviado para sanção do chefe do poder Executivo.

Execução
A execução como o próprio nome indica irá constituir a concretização
anual dos objetivos e metas traçados para o setor público, isso implicará a
mobilização de recursos humanos, materiais e financeiros.
Para que seja alcançada a máxima racionalização, a execução deverá
estar fundamentada na programação, isso irá fazer com que haja também um
melhor aproveitamento de todos os recursos envolvidos no processo. Depois
da promulgação da Lei do Orçamento e com base em seus limites, o executivo
aprovará um quadro de cotas trimestrais de cada despesa que cada unidade
orçamentária poderá ter.
A fixação de cotas de despesa tem o propósito de fixar autorizações
máximas em um subperíodo orçamentário para que as unidades gestoras
possam empenhar ou realizar pagamentos (KOHAMA, 2013). Assim, essas
constituem instrumentos de regulação para condicionar os recursos financeiros
às necessidades de trabalho.

Avaliação
Por fim a etapa de avaliação! Essa está ligada à organização, aos
critérios e trabalhos destinados ao julgamento dos objetivos fixados no
orçamento bem como às modificações ocorridas na execução.
Kohama (2013) afirma que de posse dos dados coletados, o grupo que
fará a avaliação orçamentária deverá elaborar tabelas, calcular indicadores
bem como calcular e apresentar informes periódicos que serão utilizados para

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a tomada de decisões.
A avaliação deve ser feita à vista dos dados relativos à execução
orçamentária que são apurados. Assim, caso seja verificado, ao final do
bimestre, que a realização da receita não irá comportar o cumprimento das
metas de resultado primário ou nominal que foram estabelecidos no anexo das
Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão por ato próprio,
nos trinta dias subsequentes, a limitação de empenho e movimentação
financeira segundo os critérios da LDO.
(Vídeo disponível no material on-line)

A seguir, você pode estudar como funciona o ciclo orçamentário, além


de outros aspectos envolvidos em sua elaboração:
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/cidadania/orcamento/mod02/sec0
2.html

Revendo a problematização
Muito bem! Acredito que você já teve tempo suficiente para refletir sobre
o caso apresentado no início dos estudos deste tema. Agora escolha dentre as
alternativas a seguir aquela que em sua opinião é a mais adequada para o
problema.
a. Cada Estado e Município têm o seu próprio PPA, ou seja, elaboram
de forma prévia o seu Plano Plurianual.
b. Os municípios têm responsabilidade ligada às atividades do dia a dia
das cidades e que irão garantir seu bom funcionamento.
c. Respeitando-se os princípios da Unidade, Universalidade e
Anualidade, a Esfera Federal deverá repassar os recursos para
Estados e Municípios, pois esses auxiliaram e demonstraram suas
necessidades de gastos na elaboração do PPA.

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Feedbacks:
a. Sim, isso é verdade, uma vez que o PPA, elaborado de quatro em
quatro anos possui grande dificuldade, por sua amplitude. Os Estados
e Municípios podem e devem elaborar o seu plano, sem que com isso
sejam feridos os princípios da Unidade, Universalidade e Anualidade,
uma vez que esses repassam à esfera Federal as suas necessidades.
b. Cada cidade tem sua própria vida, ou seja, acaba tendo suas próprias
necessidades, como por exemplo, manutenção de ruas e praças,
coleta de lixo, entre outros. Ainda assim deverão respeitar os
princípios orçamentários, pois as cidades apresentarão sua
programação para a esfera Federal.
c. Sim, é preciso lembrar, em um primeiro momento, que a maior parte
dos recursos vem da arrecadação de tributos e que existem os
tributos Municipais, Estaduais e Federais. Em outro momento, são
repassados aos Estados e Municípios, respeitando todo o processo
orçamentário, os recursos para que esses possam cuidar de sua vida
financeira e de seus cidadãos.

Síntese
Na presente aula foram apresentados os principais princípios
norteadores da elaboração do orçamento público, ou seja, o que deverá ser
observado como regra para a elaboração do orçamento.
Além disso, foi estudado o Ciclo Orçamentário, ou seja, todas as etapas
de concepção do orçamento e como eles funcionam.

Referências
KOHAMA, H. Contabilidade pública: teoria e prática. 13. ed. São Paulo: Atlas,
2013.
ROSA, M. B. Contabilidade do setor público. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

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Atividades
De acordo com a Lei 4.320/64 há a definição dos princípios que são
considerados mais importantes e que devem ser observados quando da
execução da contabilidade pública. Quais seriam eles?
a. Centralidade, universalidade e anualidade.
b. Unidade, universalidade e anualidade.
c. Dualidade, centralidade e anualidade.
d. Unidade, universalidade e bimestralidade.

Uma empresa de economia mista, não dependente dos recursos do


Tesouro, ao elaborar o seu orçamento não o incluiu no orçamento da
União, justificando a sua não inclusão de acordo com o princípio da
Unidade. Como isso pode ser visto?
a. Houve quebra do princípio da Unidade.
b. Houve desrespeito à Lei 4.320/64.
c. Apenas as estatais (empresas públicas ou sociedades de economia
mista) que sejam dependentes dos recursos do Tesouro deverão estar
incluídas integralmente no orçamento fiscal.
d. Houve quebra dos princípios da unidade, universalidade e anualidade.

Qual tipo de recurso é caracterizado como não afetação/vinculação das


receitas?
a. Taxas.
b. Contribuições de melhoria.
c. Contribuições cobradas de servidores públicos.
d. Impostos.

De acordo com as etapas que o ciclo orçamentário apresenta, qual é a


alternativa correta.
a. A etapa de execução é aquela em que podem ser feitas as emendas ao

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processo orçamentário, entretanto essas deverão estar compatíveis com
o PPA e a LDO, devem ser indicados os recursos necessários, bem
como outras características necessárias para que sejam aceitas.
b. De acordo com o disposto na LDO, o estudo e aprovação compreendem
a fixação de objetivos para o período considerado, incluindo o cálculo
dos recursos humanos, materiais e financeiros que serão necessários
para a sua concretização.
c. A etapa de elaboração como o próprio nome indica irá constituir a
concretização anual dos objetivos e metas traçados para o setor público,
isso irá implicar a mobilização de recursos humanos, materiais e
financeiros.
d. A etapa de avaliação está ligada à organização, aos critérios e trabalhos
destinados ao julgamento dos objetivos fixados no orçamento, bem
como às modificações nele ocorridas na execução.

Na etapa de execução, depois da promulgação da Lei do Orçamento e com


base em seus limites, o executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais
de cada despesa que cada unidade orçamentária poderá utilizar. Qual é o
objetivo da fixação de cotas?
a. Tem o propósito de fixar autorizações máximas em um subperíodo
orçamentário para que as unidades gestoras possam empenhar ou
realizar pagamentos.
b. Tem o propósito de fixar autorizações mínimas em um subperíodo
orçamentário para que as unidades gestoras possam empenhar ou
realizar pagamentos.
c. Tem o propósito de fixar autorizações mínimas em um subperíodo
orçamentário para que as unidades gestoras possam fazer provisões.
d. Tem o propósito de fixar autorizações máximas em um subperíodo
orçamentário para que as unidades gestoras possam fazer captação de
recursos.

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