Assunto, como de costume, muito comentado e debatido: o significado da simbologia na
existência do ser humano. Na verdade, a vida é cercada por uma gama infinita de símbolos, uns criados somente para um motivo temporário, outros se mantêm intactos, pois ultrapassam a barreira do tempo. Religiões; esoterismo; assuntos científicos, enfim, os sinais fazem a vida ser melhor compreendida e interpretada. Vem à tona a indagação de sempre: por quê o homem adotou os símbolos para se fazer entendido, isto é, por qual motivo passou se portar desta forma tão metafórica? Capacidade de síntese ou compreensão limitada? As próprias pinturas rupestres indicam que o indivíduo começou a se comunicar de maneira simbólica, seja de forma textual ou em termos sonoros e gráficos. Cada símbolo, portanto, tem um significado característico dirigido exclusivamente para um tipo específico de público e cultura. A título de exemplo, ninguém se esquece do significado sagrado da cruz, o símbolo mais conhecido do cristianismo, usado também como proteção contra o mal. O mesmo se pode dizer da estrela, encontrada na simbologia esotérica e com significados diversos de acordo com o número de pontas que tiver. E por aí vai. O poder de um símbolo é, pois, maior do que se imagina. Será que o resultado de sua eficiência não dependeria do grau de auto sugestão da pessoa? Talismãs funcionariam se houvesse desconfiança acerca de sua força simbólica? É certo que não. E o que dizer do poder de persuasão presente nos símbolos comerciais? Por que uma pessoa fica logo influenciada quando vê, por exemplo, a logomarca de um produto alimentício ou mesmo relativa a um objeto qualquer? Que poder é este que o símbolo exerce sobre a mente e, por conseguinte, sobre a vontade? Similarmente seria a mesma postura com relação aos símbolos ligados às profecias e à “leitura” do destino, como as cartas de tarô, quiromancia, astrologia, etc. A matemática e outras matérias que lidam com números estão recheadas de elementos gráficos que possuem significação específica, porém empírica. Ao que se pressupõe, sem os símbolos, a compreensão mútua seria mais difícil, sobretudo entre as pessoas de países diferentes ou de épocas distintas. O fato é que a mente necessita de símbolos para poder “traduzir” certos ensinamentos, do contrário não poderia assimilá-los corretamente. Assim, a cérebro já nasce predisposto (talvez porque a sua ancestralidade já tenha “desenhado” na cadeia de DNA a sua compreensão) e, por isso, detecta e lê o significado simbólico de acordo com a cultura da pessoa. À medida que cada símbolo adquire a forma, ele se torna tradição e costume, independente de tempo e espaço. Em outras palavras, segundo a maioria dos enunciados sobre o assunto, “símbolos são um meio para um determinado fim e não um fim em si mesmo”, o que denota que a simbologia é o meio de captar a essência de uma mensagem e não uma regra de conduta rígida e imutável como muitos consideram. Que o diga a suástica e outros símbolos que passaram a ser do mal por causa da compreensão errônea de seus pseudo-intérpretes. Em suma, os símbolos ainda podem também ter significado secreto, mas o que importa é a idéia central que eles encerram tendo em vista, evidentemente, a sensatez dos seus autores e de seus leitores. Eis outra questão: nos dias atuais, o homem precisaria ser tão dependente dos símbolos tanto quanto o foi antigamente? Que fascínio é este que os símbolos exercem sobre a personalidade humana a ponto de mudar opiniões? Presume-se, por fim, que a humanidade necessita de imagens pictóricas - que ilustram seus pontos de vista e conceitos - para se fazer compreendida e para sobreviver. Caso contrário, sua inter-comunicabilidade seria excessivamente pragmática e pouco objetiva, além de desprovida de sentimento. Toda cultura necessita de símbolos e sinais a fim de manter suas tradições que assim continuariam incólumes e imunes ao tempo... Então quer dizer que os símbolos são vitais para o ser humano?