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76-MISTÉRIO DOS SÍMBOLOS-Junho 2006

Assunto, como de costume, muito comentado e debatido: o significado da simbologia na


existência do ser humano. Na verdade, a vida é cercada por uma gama infinita de símbolos,
uns criados somente para um motivo temporário, outros se mantêm intactos, pois
ultrapassam a barreira do tempo. Religiões; esoterismo; assuntos científicos, enfim, os
sinais fazem a vida ser melhor compreendida e interpretada. Vem à tona a indagação de
sempre: por quê o homem adotou os símbolos para se fazer entendido, isto é, por qual
motivo passou se portar desta forma tão metafórica? Capacidade de síntese ou compreensão
limitada? As próprias pinturas rupestres indicam que o indivíduo começou a se comunicar
de maneira simbólica, seja de forma textual ou em termos sonoros e gráficos. Cada
símbolo, portanto, tem um significado característico dirigido exclusivamente para um tipo
específico de público e cultura. A título de exemplo, ninguém se esquece do significado
sagrado da cruz, o símbolo mais conhecido do cristianismo, usado também como proteção
contra o mal. O mesmo se pode dizer da estrela, encontrada na simbologia esotérica e com
significados diversos de acordo com o número de pontas que tiver. E por aí vai. O poder de
um símbolo é, pois, maior do que se imagina. Será que o resultado de sua eficiência não
dependeria do grau de auto sugestão da pessoa? Talismãs funcionariam se houvesse
desconfiança acerca de sua força simbólica? É certo que não. E o que dizer do poder de
persuasão presente nos símbolos comerciais? Por que uma pessoa fica logo influenciada
quando vê, por exemplo, a logomarca de um produto alimentício ou mesmo relativa a um
objeto qualquer? Que poder é este que o símbolo exerce sobre a mente e, por conseguinte,
sobre a vontade? Similarmente seria a mesma postura com relação aos símbolos ligados às
profecias e à “leitura” do destino, como as cartas de tarô, quiromancia, astrologia, etc. A
matemática e outras matérias que lidam com números estão recheadas de elementos
gráficos que possuem significação específica, porém empírica. Ao que se pressupõe, sem os
símbolos, a compreensão mútua seria mais difícil, sobretudo entre as pessoas de países
diferentes ou de épocas distintas. O fato é que a mente necessita de símbolos para poder
“traduzir” certos ensinamentos, do contrário não poderia assimilá-los corretamente. Assim,
a cérebro já nasce predisposto (talvez porque a sua ancestralidade já tenha “desenhado” na
cadeia de DNA a sua compreensão) e, por isso, detecta e lê o significado simbólico de
acordo com a cultura da pessoa. À medida que cada símbolo adquire a forma, ele se torna
tradição e costume, independente de tempo e espaço. Em outras palavras, segundo a
maioria dos enunciados sobre o assunto, “símbolos são um meio para um determinado fim
e não um fim em si mesmo”, o que denota que a simbologia é o meio de captar a essência
de uma mensagem e não uma regra de conduta rígida e imutável como muitos consideram.
Que o diga a suástica e outros símbolos que passaram a ser do mal por causa da
compreensão errônea de seus pseudo-intérpretes. Em suma, os símbolos ainda podem
também ter significado secreto, mas o que importa é a idéia central que eles encerram tendo
em vista, evidentemente, a sensatez dos seus autores e de seus leitores. Eis outra questão:
nos dias atuais, o homem precisaria ser tão dependente dos símbolos tanto quanto o foi
antigamente? Que fascínio é este que os símbolos exercem sobre a personalidade humana a
ponto de mudar opiniões? Presume-se, por fim, que a humanidade necessita de imagens
pictóricas - que ilustram seus pontos de vista e conceitos - para se fazer compreendida e
para sobreviver. Caso contrário, sua inter-comunicabilidade seria excessivamente
pragmática e pouco objetiva, além de desprovida de sentimento. Toda cultura necessita de
símbolos e sinais a fim de manter suas tradições que assim continuariam incólumes e
imunes ao tempo... Então quer dizer que os símbolos são vitais para o ser humano?

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