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Saúde Integrada
REVISTA DA SAÚDE DO
INSTITUTO CENECISTA
ISSN: 1983-2230
Comissão Editorial: Emanulle Mallet, Lisandra Carrilho, Armindo Holler, Débora Pedroso.
Conselho Editorial: Dra. Salete Oro Boff (IESA/UNISC), Dr. Doglas Cesar Lucas (IESA/UNIJUI),
Dr. José Hermes Ribas do Nascimento (IESA), Dr. Renato Przyczynski
(IESA), Matias Nunes (IESA/UNIJUI), Emanuelle Mallet (IESA); Armindo
Heller (IESA), Débora Pedroso (IESA).
Semestral
ISSN: 1983-2230
CDU: 612
615.82
Vanessa Machado
Thais do Nascimento Gomes
TESTE DE PATERNIDADE:
UMA ANÁ� LISE DAS QUESTÕ� ES TÉ� CNICAS E LEGAIS ENVOLVIDAS NO EXAME....................... 39
Alice Kunzler
Emanuelle Kerber Viera Mallet
APRESENTAÇÃO
Apresentamos a Revista Saúde Integrada, uma publicação anu-
al, que integra os cursos de Biomedicina e Fisioterapia do Instituto
Cenecista de Santo Ângelo, que tem por missão disseminar estudos
e pesquisas realizadas na área de saúde.
Desta forma, é com satisfação que apresentemos os assuntos
abordados nesta edição da revista: a relação entre Diabetes Mellitus
tipo 2, suas complicações e o estresse oxidativo; análise comparativa
entre a aplicabilidade dos protocolos reabilitativos de pós-operatório
de artroplastia total de joelho osteoartrose; demonstrar como são
realizados os testes de paternidade em laboratórios clínicos; des-
crever a anatomia funcional da coluna cervical, o entendimento da
cervicalgia e a aplicação da terapia manipulativa; a relação existente
entre a epigenética e a gênese tumoral; mecanismos utilizados pela
estabilização central pélvica através da análise de seu funcionamen-
to; relação do estresse oxidativo com a aterosclerose; benefícios do
reforço muscular na gonartrose, através das respostas fisiológicas
dos recursos fisioterapêuticos empregados; verificar a prevalência
de hepatite B e C em pacientes atendidos no Pronto Atendimento de
Santo Ângelo; e por fim um estudo de caso sobre carbonato de lítio e
os danos que este medicamento pode causar no organismo quando
utilizado por longo período e em doses altas.
Assim, esperamos que a leitura destes escritos possa propor-
cionar ao leitor, a elucidação de possíveis dúvidas, bem como gerar
ponderações e questionamentos.
RESUMO
A Diabetes Mellitus caracteriza-se por anormalidades endócrinas e metabólicas. O objetivo deste trabalho é descrever a
relação entre diabetes, suas complicações e o estresse oxidativo. Foi realizada uma pesquisa em literatura especifica da
área, abrangendo uma extensa seleção de artigos. A Diabetes tipo 2 é uma deficiência parcial da secreção de insulina,
e suas complicações apresentam origem multifatorial, em que mecanismos bioquímicos e patológicos as associam à
hiperglicemia crônica e ao estresse oxidativo como principais desencadeadores. O estresse oxidativo é o desequilíbrio
entre os sistemas oxidantes e antioxidantes. Devido à capacidade de oxidar lipídios, proteínas e DNA, sabe-se que o
estresse oxidativo tem um papel fundamental nas complicações diabéticas. Há evidências que o aumento na formação
de radicais livres e a redução da capacidade de defesa antioxidante, pelo estado hiperglicêmico, estão envolvidos na
patogênese das complicações da diabetes. O mecanismo mais aceito para o desenvolvimento das complicações consiste
que o estado hiperglicêmico e o aumento dos ácidos graxos livres, resultem, na fisiopatologia inicial da diabetes,
ativando as EROs e ERNs através do dano macromolecular, levando à ativação de diversas vias celulares sensíveis ao
estresse oxidativo. O estresse oxidativo tem recebido cada vez mais importância, e o maior conhecimento sobre sua
gênese e seus efeitos faz com que haja uma associação com a etiologia de diversas doenças, que no passado não
possuíam fatores desencadeantes bem esclarecidos, auxiliando na busca por novos e mais eficazes tratamentos.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo 2. Estresse Oxidativo. Complicações diabéticas.
ABSTRACT
Diabetes mellitus is characterized by metabolic and endocrine abnormalities.The objective is describe the relationship
between diabetes, their complications with the oxidative stress. Performed a literature search in specific area, covering
a wide selection of items. Diabetes type 2 is a partial deficiency of insulin secretion, and its complications appear to
be multifactorial, in which the pathological and biochemical mechanisms associated with chronic hyperglycemia and
oxidative stress as the main triggers. The oxidative stress is the imbalance between oxidant and antioxidant systems.
Because of the ability to oxidize lipids, proteins and DNA, it is known that oxidative stress plays a key role in diabetic
complications. There is evidence that increased formation of free radicals and reduced antioxidant defense capability,
because the hyperglycemic state, are involved in the pathogenesis of diabetic complications. The most accepted
mechanism for the development of complications is that the state of hyperglycemia and increased free fatty acids,
resulting in the initial pathophysiology of diabetes, ROS and activating RNSs by macromolecular damage, leading to
activation of several cellular pathways sensitive to oxidative stress. Oxidative stress has received increasing importance
and greater knowledge about its genesis and its effect is such that there an association with the etiology of several
diseases in the past had no precipitating factors elucidated by assisting in the search for new and more effective
treatments.
Keywords: Diabetes mellitus type 2. Oxidative Stress. Diabetic complications.
1 Acadêmica Concluinte do Curso de Biomedicina, 2010. Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. andy.berwanger@
uol.com.br
2 Mestre em Biologia Celular e Molecular (PUCRS); Professor do Curso de Biomedicina CNEC/IESA. mmfrizzo@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
O Diabetes Mellitus (DM), é conhecido como uma síndrome clí-
nica heterogênea, que se caracteriza por anormalidades endócrinas
e metabólicas. Disfunções das células β-pancreáticas e disfunções
quanto à resistência insulínica estão associadas ao desenvolvimen-
to do diabetes (WHO, 2009). Existem muitos tipos de Diabetes, as
mais comuns são a Diabetes tipo 1 e a Diabetes tipo 2. A diabetes
tipo 1 é o resultado de uma destruição das células beta da ilhota de
Langerhans do pâncreas. A Diabetes tipo 2 é uma deficiência parcial
da secreção de insulina, associado com a resistência insulínica (BE-
CKMAN et al., 2002; NORWOOD; INLANDER, 2000).
Os outros tipos de diabetes que podemos citar aqui são: diabe-
tes gestacional, diabetes relacionada a defeitos genéticos na função
das células β (MODY 1, 2, 3, 4, 5 e 6), defeitos genéticos na ação da
insulina, relacionada a doenças do pâncreas exócrino, relacionada a
endocrinopatias, induzido por medicamentos ou agentes químicos,
relacionada a infecções e diabetes relacionada a síndromes genéti-
cas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2009).
O diabetes está entre as cinco doenças que mais matam no mun-
do. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), na primeira
metade do século XXI, havia cerca de 171 milhões de pessoas com
diabetes no mundo, sendo que a organização prevê que, em 2030,
metade da população mundial possua a patologia (WHO, 2009).
Uma estimativa realizada nos Estados Unidos demonstrou que fo-
ram gastos US$132 bilhões de dólares com pacientes diabéticos,
durante um ano (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2007).
O DM e suas complicações apresentam origem multifatorial, me-
canismos bioquímicos e patológicos tem associado a hiperglicemia
crônica e o estresse oxidativo como os principais desencadeadores
das complicações diabéticas (REIS et al., 2008).
Dentre as principais complicações do diabetes relacionadas com
o estresse oxidativo e a hiperglicemia destacam-se, a níveis micro-
vasculares, como a retinopatia diabética, a nefropatia diabética e a
neuropatia diabética, e as complicações macrovasculares, que são
as disfunções endoteliais como doença isquêmica do coração, a do-
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2. DIABETES MELLITUS
O DM é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas pela
hiperglicemia e associada a complicações, disfunções e insuficiência
de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, cora-
ção e vasos sangüíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou
ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por
exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de
insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da
insulina, entre outros (BRASIL, 2006).
Existem dois tipos de diabetes, o tipo 1 e o tipo 2, com fisio-
patologias diferentes, porém com as mesmas complicações finais
(RESENDE, 2006). O DM tipo 1, presente em 5 a 10% dos casos,
é uma doença auto-imune, em que geralmente é resultado de uma
destruição das células beta da ilhota de Langerhans do pâncreas,
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3. ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo é definido como um desequilíbrio entre os
sistemas oxidantes e antioxidantes, sempre em favor do primeiro.
São geradas inúmeras espécies reativas: os radicais livres, no qual
obtemos um elétron desemparelhado na última camada eletrônica, e
as espécies reativas, não radicais, favorecendo assim a ocorrência
de danos oxidativos (HALLIWELL; WHITEMAN, 2004). Por sua vez,
são desenvolvidos os mecanismos protetores, que têm a função de
neutralizar os compostos reativos e, conseqüentemente prevenir os
efeitos adversos do estresse oxidativo, os chamados antioxidantes
(MAYNE, 2003).
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se ou ácidos graxo para vários tipos de células, o que leva, por sua
vez, a insulino-resistência e ao desenvolvimento das complicações
tardias da diabetes (EVANS et al., 2003).
Por fim, a Via Celular do Poliol esta via é iniciada a partir do
momento em que os níveis glicêmicos aumentam, a hiperglicemia
condiciona uma estimulação da enzima aldose redutase, e forma-
ção subsequente de sorbitol, a acumulação intracelular de sorbitol os
efeitos do sorbitol são exacerbados, aumentando o estresse oxidati-
vo que desencadeia as complicações diabéticas como a retinopatia,
nefropatia, neuropatia, bem como contribuir para o desenvolvimento
de cataratas (HAMILTON et al., 2007).
O estado hiperglicêmico faz com que o processo de estresse oxi-
dativo desencadeie suas vias de ativação, relacionando-se assim as
complicações do diabetes, a níveis microvasculares, como a retino-
patia diabética, a nefropatia diabética e a neuropatia diabética, e as
complicações macrovasculares, que são as disfunções endoteliais
como doença isquêmica do coração, a doença arterial periférica e o
pé diabético (RODRIGUES et al., 2005, MONNIER et al., 2006).
Complicações Microvasculares são conhecidas também como
microangiopatia. O estresse oxidativo, é o processo final de lesão
celular da grande maioria dos fatores de risco cardiovascular, que
se caracteriza por uma produção aumentada de EROs, ou por uma
redução das defesas anti-oxidantes. Estas alterações resultam em
inativação da produção do oxido nítrico endotelial, com conseqüente
diminuição do seu efeito endotélio-protetor, que pode ser reproduzi-
da, do ponto de vista de pesquisa clínica, na diminuição da respos-
ta vasodilatadora endotélio-dependente. A disfunção endotelial está
definitivamente relacionada com estados pró-oxidantes, diretamente
relacionados com o processo inflamatório vascular. Não só o DM,
mas também a obesidade estão associados a estados inflamatório
e de estresse oxidativo, reversíveis com restrição dietética (WAJ-
CHENBERG, 2002; BIERMAN, 1999).
Entre elas podemos citar a neuropatia, a nefropatia e a retinopa-
tia. Com relação a neuropatia Diabética, que é uma das principais
complicações que aparecem com o tempo de evolução crônica do
DM, caracterizada pela degeneração progressiva dos axônios das
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5. MATERIAL E MÉTODO
O presente artigo foi realizado através de uma pesquisa biblio-
gráfica em literatura especifica da área, abrangendo DM e estresse
oxidativo, a partir de uma extensa seleção de artigos, obtidos junto
aos principais bancos de dados e bibliotecas virtuais de saúde e me-
dicina, como o PubMed, Scielo, Bireme, Elsevier, além de revistas,
periódicos e livros da Biblioteca do Instituto Cenecista de Ensino Su-
perior de Santo Ângelo. A busca foi realizada no período de agosto
de 2009 a outubro de 2010, privilegiando artigos datados a partir do
ano de 1993, não havendo restrições de idioma.
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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O principal causador das complicações do diabetes é a exposi-
ção dos tecidos a altos níveis de glicose, além de uma provável perda
da capacidade antioxidante nos indivíduos diabéticos. A resistência
a insulina também é um ponto muito importante no diabetes tipo 2,
indivíduos com obesidade abdominal são mais resistentes a insulina,
pois há vários depósitos de gordura abdominal (WAJCHENBERG,
2002; GOSTTSCHALL; BUSNELLO, 2009).
O estresse oxidativo funciona como uma ligação entre um es-
tado hiperglicêmico e as características fisiopatológicas associadas
ao início e à progressão das complicações do diabetes (GANDHI et
al., 2009). Há evidências de que o aumento na formação de radicais
livres e a redução da capacidade dos sistemas fisiológicos de defe-
sa antioxidante estão envolvidos na patogênese e desenvolvimento
das complicações da diabetes. A patogenicidade multifatorial da DM
requer uma abordagem terapêutica baseada em diferentes agentes
para atuar nas diferentes características da doença e nos seus di-
ferentes estágios de evolução (LOPES et al., 2008: BRASIL, 2006).
As complicações do diabetes ocorrem pela junção de diversos
fatores, mas o estado hiperglicêmico que desencadeia o processo
de estresse oxidativo é fundamental para tal. A importância da forma-
ção de EROs na indução do dano celular induzido pela hiperglicemia
tem sido apontada em diferentes estudos, a hiperglicemia apresenta
várias vias de sinalização sensíveis ao estresse oxidativo (REIS et
al., 2008; AGUIAR et al., 2007).
O mecanismo mais aceito para o desenvolvimento das complica-
ções (figura 1) consiste em que com o estado hiperglicêmico e o
aumento dos ácidos graxos livres, resultem, então, na fisiopatologia
inicial da diabetes, ativando assim as EROs e ERNs através do dano
macromolecular diretamente ou indiretamente, levando à ativação
de diversas vias celulares sensíveis ao estresse oxidativo. Na diabe-
tes tipo 2 existe uma evidência crescente que as vias sensíveis ao
estresse oxidativo (NF-kB, o P38MAPK e JNK/SAPK), que são ativa-
das através da hiperglicemia, levem a um estado de insulinoresistên-
cia, bem como a diminuição da excreção de insulina. Assim, os EROS
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↑ ÁCIDOS GRAXOS
HIPERGLICEMIA
LIVRES
↑ ERO
MITOCONDRIAL
Diretamente Indiretamente
NF-kB
p38 MAPK
JNK/SAPK
COMPLICAÇÕES DIABÉTICAS
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7. CONCLUSÃO
Com o passar dos anos o estresse oxidativo tem recebido cada
vez mais importância, visto que, o maior conhecimento sobre sua
gênese e seus efeitos fazem com que haja, cada vez mais, uma as-
sociação com a etiologia de diversas doenças, que no passado não
possuíam causas, ou fatores desencadeantes, bem esclarecidas.
O aumento na prevalência da DM na população, e principalmen-
te, o incremento dos gastos para seu tratamento e do tratamento de
suas complicações, tornaram a DM um grande problema de saúde
pública a ser resolvido, ou ao menos, contido.
Diversos medicamentos são usados para o controle glicêmico
de pacientes diabéticos, em sua grande maioria para compensar a
deficiência insulínica causada pela doença, e evitar, assim, o estado
hiperglicêmico. No entanto, a elucidação das origens das complica-
ções através do estresse oxidativo pode fazer com que sejam desco-
bertas novas formas de combate as complicações da DM.
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8. REFERÊNCIAS
AGUIAR, Luiz G. et al. A microcirculação no diabetes: implica-
ções nas complicações crônicas e tratamento da doença. Arquivo
Brasileiro de Endocrinologia Metabólica, v. 51, n. 2, p. 204-211,
2007.
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Diabetes Statistics,
2007. Disponível em: <http://www.diabetes.org>. Acesso em: 10 ago.
2010.
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v.350, n.1, p.103-108, 1996.
BARNES, P J; KARIN M. Nuclear factor-kB: a pivotal transcrip-
tion factor in chronic inflammatory diseases. New England Journal
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BECKMAN, Joshua. et al. Diabetes and atherosclerosis - Epide-
miology, Pathophysiology, and management. Journal of the Ameri-
can Medical Association, v. 287, n. 19, p. 2570-2581, 2002.
BEISSWENGER, Paulo J. et al. Susceptibility to Diabetic Nephro-
pathy is related to Dicarbonyl anf Oxidative Stress. Diabetes, v. 54,
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BIERMAN, Edwin. Atherogenesis in Diabetes. Journal of the
American Heart Association, v. 12, n. 6, p. 647-656, 1999.
BOELTER, Maria C. et al. Fatores de risco para a retinopatia dia-
bética. Arquivo Brasileiro de Oftalmologia, n. 2, v. 66, 2003.
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Vanessa Machado1
Thais do Nascimento Gomes2
RESUMO
A evolução patológica da osteoartrose do joelho pode levar à indicação cirúrgica de artroplastia total de joelho,
quando o tratamento conservador não é mais efetivo. Os protocolos de reabilitação pós-operatórios são recursos que
podem ser utilizados para guiar a conduta fisioterapêutica pós-operatória quando se quer trabalhar sobre os déficits
funcionais como a amplitude de movimento (ADM), força muscular (FM) e marcha. A pesquisa objetivo fazer uma
análise comparativa sobre a aplicabilidade dos protocolos reabilitativos de pós-operatório de artroplastia total de joelho
e foi baseada em bibliografias disponíveis em livros e no meio eletrônico através de sites de busca como Google, Bireme,
Scielo. A comparação dos protocolos mostrou que os autores têm uma abordagem bastante semelhante ao tempo de
duração de cada fase e dos exercícios aplicados na reabilitação pós-operatório. Ambos concordam com o início precoce
da fisioterapia pós-operatório e a gradual inserção de exercícios para a ADM passivos, ativo-assistidos e ativos, a MPC
(mobilização passiva contínua), de reforço muscular e de treino de marcha, inicialmente com apoio parcial, evoluindo
para apoio total. Ainda referem sobre a importância do treino de coordenação, propriocepção e das atividades de vida
diárias. Embora haja mínima diferença quanto ao tempo para o avanço de cada fase reabilitativa e alta do paciente nos
protocolos analisados, percebe-se a relevante necessidade de avaliar a resposta fisiológica de cada indivíduo após a
cirurgia e a cada fase do tratamento, levando em conta suas particularidades.
Palavras-chave: osteoartrose, artroplastia, protocolos de reabilitação.
ABSTRACT
Pathological changes of knee osteoarthritis can lead to surgical indication of total knee arthroplasty when conservative
treatment is no longer. The protocols of post-operative rehabilitation are resources that can be used to guide the
conduct in post-operative physiotherapy when we want to work on the functional deficits and the Range Of Motion
(ROM), muscular strength (MS) and march. The study was based on bibliographies available in books and electronic
media through search websites like Google, BIREME, Scielo. Comparison of protocols showed that the authors has a
very similar approach to the duration of each phase and to the exercises applied in rehabilitation after surgery. Both
agree with the early onset of post-operative physiotherapy and the gradual insertion of exercises for passive ROM,
active-assisted and active, the CPM (Continuous Passive Mobilization) of muscle strengthening and march training,
initially with partial support, evolving for full support. The authors also show concern about the importance of training
coordination, proprioception and the daily life activities. Although there are minimal difference in the time to advance
the phases of the patient and high in the analyzed protocols, we find relevant the need to evaluate the physiological
response of individuals after surgery and every phase of treatment, taking into account their particularities.
Keywords: osteoarthritis, arthroplasty, rehabilitation protocols.
1 Acadêmica Concluinte do Curso de Fisioterapia, 2010. Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. vanessamachado.
mv@gmail.com
2 Mestre em Educação nas Ciências. Orientadora. Professora do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo, IESA- RS.
gomesnthais@gmail.com
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1. INTRODUÇÃO
O joelho constitui-se de uma articulação de ossos, músculos,
ligamentos, meniscos e demais componentes, em que cada parte
atua para sustentação do corpo e movimentos de deslocamento.
A osteoartrose, também conhecida como osteoartrite ou artrose, é
uma doença reumática degenerativa que atinge o joelho, causando
principalmente dores e limitações no decorrer das atividades de vida
diária. Ela ocorre com maior freqüência a partir da terceira década
de vida, tendo como indicação a artroplastia total de joelho, quando
o tratamento conservador para esta patologia não faz mais efeito.
A artroplastia total de joelho é um procedimento cirúrgico, no qual
se realiza a substituição de todos os componentes da articulação
do joelho, fixando-se uma prótese total. O procedimento é bastante
complexo, exigindo muitos cuidados antes e depois da cirurgia. No
tratamento pós-operatório de cirurgias como a artroplastia total de
joelho dispõe-se de diversos recursos fisioterapêuticos, entre eles a
utilização de protocolos de reabilitação que são planos de tratamen-
to pré-determinados e que servem como base para cada fase deste
processo, tendo em vista um melhor resultado funcional e mais pre-
coce possível (BARBOSA, 2005). Pelas limitações que a artroplastia
total do joelho causa, após o procedimento, a fisioterapia deve inter-
vir de forma a desenvolver protocolos pós-operatórios criteriosos e
embasados teoricamente para garantir efetividade em sua prática,
alcançando assim resolutividade no processo reabilitativo. Por isso,
o presente trabalho buscou, através de fundamentação teórica, ana-
lisar e comparar dois protocolos pós-operatórios de artroplastia total
de joelho do tipo cimentada nas diferentes fases do processo reabi-
litativo, objetivando verificar os ganhos funcionais de amplitude de
movimento, força muscular e marcha. A busca teórica e a reflexão
sobre a adequação de protocolos é importante pela multiplicidade
de casos e diferentes reações ao tratamento, pois cada organismo
responde aos estímulos de uma forma diferenciada e fatores como
idade, sexo, atividade funcional e estilo de vida devem ser conside-
rados.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho se desenvolveu através de estudo bibliográfico
descritivo, buscando fundamentar teoricamente os protocolos de re-
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A fisioterapia no pré e no pós-operatório de artroplastia total de
joelho deve ser incentivada, pois a possibilidade desta prática garan-
te mais rapidamente o retorno físico funcional do paciente às suas
atividades da vida diária, atividades laborais, grupos sociais, entre
outros. A reabilitação pós-operatória da artroplastia total de joelho
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4. CONCLUSÃO
A fisioterapia pós-operatória baseou-se em protocolos de reabili-
tação, os quais propuseram exercícios para ganho de amplitude de
movimento, restauração da força, marcha e retorno às atividades.
Os estágios da cicatrização tecidual são considerados importantes
no estabelecimento das fases do tratamento pós artroplastia total de
joelho.
Durante a busca, por um motivo da aplicação de protocolos de
reabilitação no pós-operatório de artroplastia total de joelho do tipo
cimentada, diversos fatores que interferem no sucesso ou não do
processo reabilitativo foram encontrados. Entre eles está a adesão
do paciente pelo plano de tratamento, o respeito às limitações de
cada paciente e a escolha por seguir um programa de fisioterapia
após ser submetido a uma substituição total da articulação do joelho
por uma prótese decorrente da osteoartrose.
Na comparação dos protocolos não houve grandes discordâncias
entre os autores, ambos são muito semelhantes. Contudo, alguma
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5. REFERENCIAS
BARBOSA, D; FARIA, ETB. Fisioterapia em Artroplastias Totais
de Joelho: IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica
e V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação. São José dos
Campos: Universidade do Vale do Paraíba; 2005.
BRASIL, Ministério da Saúde: Instituto Nacional de Ortopedia
e Traumatologia. Rio de Janeiro: CEI; 2003.
KISNER, C; COLBY, LA. Exercícios Terapêuticos: Fundamen-
tos e Técnicas. 4ª ed. Barueri: Manole; 2005.
LENSSEN, AF. et al. Efficiency of immediate postoperative
inpatient physical therapy following total knee arthroplasty: an
RCT. BMC Musculoskeletal Disorders. Maastricht: BioMed Cen-
tral Ltd; 2006. Lianza S. Medicina Física e Reabilitação. 3ª ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001.
MARQUES, AP; KONDO, A. A fisioterapia na osteoartrose: uma
revisão da literatura. Rev bras reumatol 1998; 38 (2): 83 - 90.
MAXEY, L;, MAGNUSSON, J. Reabilitação: pós-cirúrgica para
o paciente ortopédico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003.
PRENTICE, WE; VOIGHT, ML. Técnicas em Reabilitação Mus-
culoesquelética. Trad: Terezinha Oppido e Maria Alice Quartim Bar-
bosa de Araújo. Porto Alegre: Artmed; 2003.
PORTER, SB. Fisioterapia de Tidy. Tradução: Eliane Ferreira
Et. Al. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005.
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38
TESTE DE PATERNIDADE:
UMA ANÁLISE DAS QUESTÕES
TÉCNICAS E LEGAIS ENVOLVIDAS NO
EXAME
PATERNITY TESTING:
AN ANALYSIS OF TECHNICAL AND LEGAL ISSUES
INVOLVED IN EXAM
Alice Kunzler1
Emanuelle Kerber Viera Mallet2
RESUMO
Diante dos grandes avanços sofridos nos últimos anos na área da biologia molecular, os testes de paternidade podem
hoje presumir de fato uma paternidade legítima. Este fato se deve graças ao surgimento de várias técnicas de análise
em DNA, que permitem que este seja um teste relativamente rápido e preciso. No entanto, a solicitação deste teste
possui exigências e cuidados especiais que devem ser tomados por parte do laboratório, já que pode servir como prova
pericial. A partir destes dados o objetivo do trabalho é demonstrar como são realizados os testes de paternidade em
laboratórios clínicos e quando o laboratório tem a autorização legal para fazê-lo.
Palavras-Chave: Impressões digitais de DNA; técnicas de diagnóstico molecular; genética forense; paternidade.
ABSTRACT
Facing the great advances that the molecular biology area had suffer in the last few years, paternity testing can now
assume indeed a legitimate paternity. This fact is due to the emergence of many analytical techniques in DNA that allows
it to be a relatively fast and accurate test. However, the solicitation of this test has requirements and special cares which
has to be taken by the laboratory, because the results can be used as forensics evidence. From this information, this
work aimed to show how paternity testing is performed and when the laboratory has the legal authorization to do it.
Keywords: DNA fingerprints; molecular diagnostics techniques; forensics genetics; paternity
1. INTRODUÇÃO
Atualmente no Brasil, existe uma onda de testes de DNA em labo-
ratórios públicos, com dinheiro do estado e em clínicas particulares.
A iniciativa de fazer o teste muita vezes provem de mães desespe-
radas, que nos levam a crer que são elas as que mais se beneficiam
da nova tecnologia. Este fato coincide com o surgimento de novas
leis de paternidade, como um meio para fortalecer e ampliar laços
1 Acadêmica Concluinte em Biomedicina (IESA, 2010); Mestranda em Bioquímica e Bioprospecção (UFPel). alice.bio@hotmail.com
2 Mestre em Genética e Diagnóstico Molecular (ULBRA, 2008); Graduação em Biomedicina (FEEVALE,2006); Coordenadora do Curso
de Biomedicina e professora titular (IESA).emanuelle@iesanet.com.br
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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42
2.2. Técnicas
A biologia molecular é uma área que tem sofrido muitos avanços
nos últimos anos. O surgimento de novas técnicas e de novos mar-
cadores para análise em DNA para identificação pessoal tem apri-
morado e facilitado os testes, uma vez que cada vez menos material
é necessário, sem que ocorra perda da qualidade das análises.
Dentre as técnicas disponíveis para a análise de paternidade,
três se destacam: PCR- STR, sondas unilocais e sondas multilocais.
Estes testes têm substituído os tradicionais métodos de investiga-
ção de paternidade: marcadores sanguíneos, séricos, enzimáticos
e leucocitários HLA, pois esses marcadores apresentam uma varia-
bilidade pequena entre os indivíduos. Já o DNA se constitui de uma
extrema variabilidade de seqüências gênicas, fazendo com que a
freqüência de cada marcador seja extremamente baixa na popula-
ção. No ano de 2006, de acordo com a AABB (American Association
of Blood Banks), que regula e realiza a acreditação dos laboratórios,
a tecnologia da PCR foi utilizada em 98,53% dos testes de paterni-
dade realizados, e em contra - partida não foi relatado nenhum caso
de teste realizado com utilização de HLA (JOBIM, 2008).
Nos últimos anos, a maioria dos laboratórios que disponibilizam
este exame o realiza através da técnica de PCR-STR. A PCR, ou
reação em cadeia da polimerase, é um método muito eficaz na ava-
liação da individualidade humana. Esta técnica se baseia na amplifi-
cação do material genético, ou seja, através do uso de uma enzima
– DNA polimerase- o fragmento desejado durante vários ciclos é co-
piado e replicado, gerando bilhões de cópias da seqüência desejada
em um espaço curto de tempo. Por ser uma técnica muito específica,
a PCR determina que se conheça a seqüência a ser copiada. As
principais regiões do genoma utilizadas, portanto, são as denomina-
das microssatélites, constituídas por STRs (short tandem repeats),
ou “fingerprints”, que são seqüências curtas de nucleotídeos que se
repetem em tandem por todo genoma. Para análise de paternidade
utiliza-se em média mais que 12 locos gênicos. Já técnicas utilizando
43
44
2.3. Materiais
O DNA humano está disponível em quantidade suficiente para
análise em todas as células nucleadas do sangue e tecidos, em me-
nor concentração no soro ou no plasma, e no líquido amniótico pla-
centário. No cabelo, ele está bem representado nos bulbos capilares,
enquanto que nos ossos fica enclausurado nas células conhecidas
como osteoclastos. No caso de pessoas falecidas há mais tempo,
em que os materiais dos tecidos já se encontram degradado, os os-
sos e os dentes são de grande importância para a obtenção de DNA
(JOBIM, 2008).
Na realização do teste de paternidade, pode-se fazer uso de
diversos materiais biológicos, com os quais o único objetivo é a
obtenção de uma amostra de DNA. Os materiais mais comumen-
te utilizados são sangue, esperma, saliva e cabelos. O sangue é o
material preferencial de escolha, visto que ele representa uma fonte
abundante de informação genética e por fornecer DNA íntegro e de
boa qualidade para análise. A escolha de cabelo como material é
utilizada quando um dos envolvidos realizou transplante de medula
óssea ou transfusão sanguínea nos últimos noventa dias. Pessoas
que fazem uso de medicamentos ou drogas podem fazer o exame,
pois o seu padrão genético não será afetado, assim como não há
necessidade de jejum nem mudanças na rotina (CROCE; CROCE
JR, 2009; RASKIN, 2009).
A coleta do material exige um controle extremo, já que as amos-
tras passam a ter uma cadeia de custódia, na qual todos técnicos
que realizaram provas, e todas as análises são documentadas, para
que o material colhido possa ser passível de confiança e possua
45
los, conclui-se como uma exclusão, enquanto que a inclusão por ser
de fácil detecção fornece resultados estatisticamente importantes. A
segunda maneira é através na análise dos filhos legítimos e irmãos
do possível pai. Quando os filhos legítimos são analisados é impor-
tante o estudo da mãe e da viúva do investigado. Entre os irmãos, só
é possível observar o máximo de quatro alelos ou bandas diferentes.
Nestes casos a exclusão de paternidade se dá na presença de mais
de quatro alelos diferentes entre os irmãos e o alelo paterno do autor.
Analisando a viúva e seus filhos a exclusão ocorre quando os dois
alelos paternos forem identificados nos filhos do falecido e não forem
identificados no autor. A maioria destes casos são resolvidos, sen-
do a conclusão proporcional a quantidade de pessoas disponíveis
para análise, ou seja, quanto mais filhos ou tios disponíveis, maior
a possibilidade de resultados conclusivos. É sempre mais desejável
que se faça a análise do maior número possível de ascendentes e
descendentes, pois pode ocorrer de que o alelo paterno presente no
autor não seja o mesmo existente nos suposto irmãos (FIGINI et al.,
2003).
Em situações nas quais o investigado falecido não deixou des-
centes para análise, parte-se para a exumação do corpo. São ana-
lisados os dentes molares, pré-molares e fêmur. Em caso de mor-
te recente, de horas ou dias, pode-se recolher amostras de sangue
puncionando veias ou o coração, ou coletar cabelos, com bulbo, em
uma amostra de pelo menos 20 fios. Até quatro semanas de morte
pode-se usar amostras de músculo esquelético (FIGINI et al., 2003;
JOBIM et al., 2008).
3. MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura cujo enfo-
que é testes de paternidade realizados em laboratórios clínicos. Para
tanto, foram consultados livros, periódicos e artigos científicos.
48
Fonseca (2005), afirma que muitos casos nem chegam a ser jul-
gados. Alguns processos acabam sendo arquivados porque não foi
possível localizar o suposto pai, e mesmo quando localizado é co-
mum o homem não comparecer na primeira convocação para fazer
o exame. Nos casos que são julgados na Vara de Família, a criança
consegue colocar na certidão o nome de algum “pai”. Se menor, a
criança ainda tem o direito de receber pensão. Porém, essa identida-
de oficial nem sempre traz consequências no plano prático e muito
menos no plano afetivo. Desta forma, nada garante que o homem
declarado pela corte como pai cumpra seu compromisso paterno,
pois a afirmação de um fato biogenético, o cumprimento de uma lei
e o desenvolvimento de uma relação social são processos muitos
distintos.
Pode – se afirmar que com o advento do teste em DNA é hoje
praticamente possível garantir se um indivíduo é ou não filho bioló-
gico de um determinado casal. Da mesma forma, é possível excluir
pessoas falsamente acusadas e obter probabilidades de inclusão
extremamente próximas a 100%. Com a nova geração de testes em
DNA, é muito difícil encontrar duas pessoas iguais em diversos locos
genéticos analisados, ficando a única exceção a cargo dos gêmeos
univitelinos que possuem, a princípio, 100% de seu DNA igual.
Muitas técnicas são hoje disponíveis para análises em DNA. Em
relação a testes de paternidade, a técnica PCR – STR se destaca
como sendo utilizada majoritariamente por laboratórios que prestam
este serviço. De acordo com Jobim (2008), a técnica de PCR – STR
tem sido muito utilizada na análise pericial de casos de identificação
humana, pois é um método extremamente poderoso na avaliação
da individualidade humana. A abundância de STRs no genoma hu-
mano é uma fonte inesgotável de variabilidade, e não encontram
problemas como as altas taxas de mutações encontradas nos locos
utilizados por sondas uni e multi-locais, já que os STRs apresentam
baixa taxa de mutação (RASKIN, 1997). Ainda de acordo com Raskin
(2009), a escolha da técnica deve ficar a critério de cada laboratório,
pois não existe metodologia melhor ou pior, qualquer uma utilizada
– sondas unilocais, sondas multilocais ou STRs (microssatélites)-, é
capaz de esclarecer absolutamente todos os casos, cada uma com
suas facilidades ou dificuldades. A utilização de sondas apresenta
49
50
5. CONCLUSÃO
Desta forma, conclui-se que a técnica mais utilizada em testes de
paternidade é a PCR através da análise dos microssatélites, por ser
uma técnica mais prática e eficiente. Dentre os materiais disponíveis
para análise, recomenda-se a utilização de sangue para a extração
de DNA, e a situação preferencial é aquela que constam os três en-
volvidos no caso, suposto pai, mãe e filho. Os testes de paternidade
podem ser realizados em laboratórios clínicos quando solicitado por
meio de um processo jurídico, ou quando solicitado por uma pessoa
física, nestes casos, com algumas precauções e exigência de docu-
51
6. REFERENCIAS
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Summary for Testing in 2006. Disponível em: < www.aabb.org>.
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queline J. S. Doenças Infecciosas: Diagnóstico Molecular. Rio de
52
53
FISIOTERAPIA MANIPULATIVA NO
TRATAMENTO DA CERVICALGIA
MANIPULATIVE PHYSIOTHERAPY TREATMENT NECK
PAIN
ABSTRACT
Cervical pain is a relatively common complaint, affecting about 70% of individuals at some point in their lives. The cervical
spine is considered a flexible link between the skull and torso. It has a function that combines mobility and stability at
the same time, supporting his head, and protection for the vascular and nervous structures. Being anarea of
great mobility has a high propensity to injury. To achieve success in their clinical intervention the physiotherapist needs
a broad understanding of functional anatomy and biomechanics clinic in order to perform an accurate and correctly
apply the manipulative techniques. This study aims to describe the functional anatomy of the cervical spine,neck of the
understanding and application of manipulative therapy. A review of the literature in books, scientific articles
and sites related to the subject.
Keywords: cervical spine, neck and manipulative physiotherapy.
1. INTRODUÇÃO
A coluna cervical tem como função primordial suportar e orientar
a cabeça no espaço relativamente ao tórax para servir os sistemas
sensoriais (JULL et al., 2008). Esta tarefa exige um sistema muscu-
loesquelético complexo a fim de combinar mobilidade e estabilidade.
A grande mobilidade associada a fatores extrínsecos e intrínsecos
propiciam a instalação de disfunções na região cervical.
1 Fisioterapeuta, FURB; Mestre em Fisioterapia, UDESC; Especialista em Fisioterapia Ortopédica, ACE; Aperfeiçoamento em
Fisioterapia Manipulativa. E-mail: mabracht@gmail.com.
2 Fisioterapeuta, Mestre em Educação, Professor no curso de Fisioterapia do IESA – Santo Ângelo – RS. E-mail: riegerhol@yahoo.com.
br.
55
2. METODOLOGIA
O trabalho consistiu numa revisão bibliográfica sobre a aborda-
gem da Fisioterapia Manipulativa no tratamento da cervicalgia. Foram
consultadas bases de dados através da Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS) da BIREME, bibliografia atualizada utilizando os descritores:
“Cervicalgia” and “Terapia Manual” or “Fisioterapia Manipulativa”.
3. DISCUSSÃO
A região cervical é dotada de grande mobilidade permitindo mo-
vimentos de 45º de flexão e extensão. Flexiona-se lateralmente 45º
e é capaz de girar aproximadamente 60º (THOMPSON; FLOYD,
1997). Devido a sua mobilidade a cervical sofre mecanicamente pe-
los esforços a que é submetida no trabalho e na vida diária. Para
minimizar o impacto é constituída de uma lordose fisiológica de con-
cavidade posterior (SOBOTTA, 2008). Segundo Hoppenfeld (2001),
a coluna cervical possui as funções de suporte, estabilidade e mobi-
lidade para a cabeça; abriga e conduz a medula espinhal, a artéria
vertebral e as veias jugulares internas; a cadeia simpática do siste-
ma nervoso autônomo.
A coluna cervical se constitui em duas categorias anatômicas e
funcionais distintas, ou seja, em coluna cervical superior, suboccipital
ou atípica (C0,C1, C2) e coluna cervical inferior ou vértebras típicas (
C3 a C7) (GOULD, 1993). A coluna cervical superior que é composta
pelo atlas e áxis, isto é, as duas primeiras vértebras, as quais estão
unidas entre si, além do occipital, por uma complexa cadeia articu-
lar com três eixos e três graus de liberdade. As demais vértebras
56
57
59
60
61
62
63
65
66
68
70
4. CONCLUSÃO
Através deste estudo percebemos o grande número de estrutu-
ras envolvidas na coluna cervical as quais possibilitam os diversos
movimentos dessa região com o objetivo de dar suporte ao crânio.
Um número significativo da população é acometido com cervicalgia
em algum momento da vida. Um dos fatores causais é a grande
quantidade de movimento da região cervical o que gera uma grande
propensão de lesão.
Com base na bibliografia consultada constatou-se que terapia
manipulativa é uma das possíveis alternativas no tratamento da cer-
vicalgia caracterizando-se como uma das ferramentas da fisioterapia
no controle da dor. A Terapia Manipulativa é uma técnica de ação
direta que trabalha com o objetivo de melhorar a amplitude de mo-
vimento fisiológico e acessório, reduzindo a dor e tensão muscular
em pacientes que apresentam o quadro de cervicalgia. Consideran-
do que cada indivíduo possui diversos fatores causais e respondem
de maneira diferenciada ao tratamento é necessária uma avaliação
constante dos sinais e sintomas a fim de nos certificarmos da efi-
cácia das técnicas manipulativas. Tendo em vista os estudos que
demonstram a eficácia da Fisioterapia Manipulativa no tratamento da
cervicalgia, sugere-se que as técnicas de manipulação e mobiliza-
ção sejam inseridas dentro dos currículos acadêmicos de Fisiotera-
71
5. REFERÊNCIAS
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72
73
74
A RELAÇÃO DA EPIGENÉTICA NA
GÊNESE TUMORAL
THE RELATIONSHIP OF TUMOR EPIGENETIC IN
GENESIS
ABSTRACT
Introduction: Due to high mortality and high cost involved in the diagnosis and treatment of cancer, it is necessary to
adopt new techniques for diagnosis and treatment of tumors. Faced with this issue comes the application of epigenetics,
which is the study of all reversible heritable changes in the genome that do not alter the nucleotide sequence of DNA.
Objectives: Assess the relationship between epigenetics and tumor genesis, rise into account statistical data on the
influence of Hipermetilações hipometilações and in tumorigenesis. Method: We conducted a survey of production
in the electronic database PubMed, and selected 90 articles, 25 were chosen for this integrative review based on the
statistical relevance and presentation of a greater number of genes. Results: It was noted that the origin of cancer and
metastasis, have direct links with DNA methylation, whether as a triggering factor for genetic alterations, or its effects,
as the final result of epigenetic changes, such as silencing or overexpression . Epigenetic changes appear earlier than
genetic ones, and this fact changes the idea that all tumors arise from genetic mutations and epigenetic modifications
pose as the seminal possible changes for the initiation of the tumor. Conclusion: The study showed that there are
still important gaps in the fence of epigenetics to be clarified in order to have a broader knowledge of the molecular
processes involved in tumorigenesis.
Keywords: Epigenetics; Genesis tumor, cancer, DNA methylation, histone acetylation.
1 Biomédico com Habilitação em Análises Clínicas pelo Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo- CNEC/IESA. Enviar
correspondência E-mail: gunthersott@hotmail.com São Luiz Gonzaga, RS, Brasil. CEP: 97800000.
2 Mestre em Biologia Celular e Molecular na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Professor do curso de
Biomedicina, Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo CNEC-IESA, Santo Ângelo, RS, Brasil. CEP 98801-015. Enviar
correspondência E-mail: mnfrizzo@hotmail.com.
75
1. INTRODUÇÃO
Segundo a American Cancer Socciety (ACS) o câncer é um gru-
po de doenças caracterizadas por crescimento celular descontrolado
que tem como causa tanto fatores endógenos como estado imune e
alterações genéticas, quanto exógenos, que compreendem desde
substâncias químicas, tabagismo, radiação entre outros (GARCIA,
2007).
Estima-se que uma a cada oito mortes ocorridas no mundo seja
causada por algum tipo de câncer, isso significa que o câncer mata
mais pessoas do que a AIDS, Tuberculose e Malária juntos. Nos
países com economia desenvolvida ele é a segunda maior causa de
mortalidade, logo atrás de doenças coronarianas e está em terceiro
nos países com economia subdesenvolvida, superado pelas mes-
mas doenças coronarianas e diarréia (GARCIA et al., 2007).
No Brasil, o câncer foi responsável por 17% dos óbitos com cau-
sa conhecida em 2007, atingindo o segundo lugar em mortalidade
naquele ano.Para os anos de 2010 e 2011 a projeção é de que se-
jam diagnosticados 489.270 pacientes com câncer, sendo desses
236.240 casos novos para o sexo masculino e 253.030 para sexo
feminino (BRASIL, 2009).
Segundo dados do DATASUS, somente no intervalo de 2001 à
2005 o Brasil gastou cerca de 4,35 bilhões de reais em procedimen-
tos cirúrgicos, radio e quimioterápicos com pacientes portadores de
câncer, excluindo-se aqui os demais gastos gerados com o diagnós-
tico, medicação e atividades indiretas (BRASIL, 2006).
Devido a essa elevada mortalidade e o alto custo que envolve
o diagnostico e tratamento do câncer é necessário à adoção de no-
vas técnicas para diagnostico e tratamento dos tumores. Frente a
esse problema surge a aplicação da epigenética, que é o estudo
de todas as mudanças reversíveis e herdáveis no genoma que não
alteram a sequência de nucleotídeos do DNA. Essas alterações se
dão por mecanismos físicos, como o estiramento ou a compactação
da cromatina, possibilitando ou evitando a transcrição, assim como
por maneiras químicas que compreendem a adição ou subtração de
radicais metil em sítios genômicos próximos de regiões promotoras
que respectivamente silenciam ou ativam genes (ESTELLER, 2007).
76
2. MATERIAL E MÉTODO
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura. Para tanto, foi
realizada busca eletrônica na base de dados PubMed (http://www.
ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez/) entre Março e Agosto de 2010, utili-
zando os descritores: epigenetic, methylation, cancer.
A busca primaria foi feita com os descritores isolados, afim da
obtenção de informações acerca de cada assunto. Após isso, foram
cruzadas as três palavras-chave, sendo encontrados 594 artigos pu-
blicados no espaço de 1990 a 2010.
Desses, 90 artigos foram selecionados para leitura analítica, nos
quais se empregou os critérios de elegibilidade: contemplar o maior
número possível de proto-oncogenes e supressores tumorais envol-
vidos no estudo; apresentar variados tipos de neoplasias relaciona-
das com as epimutações. Já os critérios exclusivos foram: pesquisas
com linhagens celulares e animais e demais artigos que não orbita-
vam no objetivo geral desse trabalho.
77
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Epigenética
Estamos acostumados com a idéia de que o potencial codifica-
dor do genoma está restrito apenas ao arranjo de quatro bases ni-
trogenadas: Adenina, Timina, Citosina e Guanina. Entretanto tem
se descoberto alguns mecanismos adicionais que interagem com o
genótipo de forma flexível e que tem o poder de alterar o fenótipo
sem causar qualquer tipo de mutação ou alteração na sequência já
estabelecida do DNA (DIMITRIJEVIC, 2005).
Esses mecanismos foram agrupados em uma nova área de es-
tudo da Biologia Molecular denominada Epigenética, palavra que
descende do Grego e significa ‘’Sobre a genética’’.Os dois principais
mecanismos epigenéticos conhecidos são a metilação do DNA, no
qual ocorre uma modificação química covalente na base nitrogenada
citosina e a acetilação da Histona, uma proteína responsável pelo
enovelamento do DNA (DIMITRIJEVIC, 2005; MANOHARAN et al.,
2007).
A metilação da citosina foi descoberta em 1948 e desde então
tem gerado muitas duvidas sobre a sua real função fisiológica, che-
gando a ser até chamada de a quinta base nitrogenada: 5-Metilcito-
sina. Esse processo químico envolve a adição de um radical metil
(CH3) na posição 5 – C da citosina. Essa reação é catalisada por um
grupo de enzimas denominadas DNA Metiltransferases (DNMT) e é
flexível e herdável (SANTOS; MAZZOLA; CARVALHO, 2005).
Mas, o que chama a atenção é que a 5-Metilcitosina é quase que
exclusivamente encontrada em regiões genômicas que possuem por
característica uma longa repetição dos nucleotídeos Citosina e Gua-
nina. Essas regiões são chamadas CpG islands, e são muitas vezes
encontradas próximas a promotores gênicos, mais precisamente em
quase todos os genes de controle celular e em cerca da metade dos
outros promotores humanos (ANSELMO et al., 2006).
78
79
81
82
83
- TP73
- MSH2
- VHL
- MLH1
- RASSFIA
- FHIT - P15
- P14, P16
- APC
- GSTP1
- SMARCA3 - RB
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
- SSI1 - HIC1
- TP53 - STK11
- SMAD4 - NF2
- CDH1 - NF1 - SMARCB1
- BRCA1 - TIMP3
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
84
85
87
88
4. CONCLUSÃO
Alguns pesquisadores acreditam que a epigenética representa a
ultima fronteira para o domínio total da informação genética, outros
preferem tratá-la com mais cautela, mas o fato é que ela se con-
solidou como um importante mecanismo molecular no controle da
expressão, regulação e transmissão da informação gênica e causa
até hoje a excitação em alas da ciência.
Hoje, a epigenética é apontada como uma das formas nas quais
o meio ambiente consegue modular o biológico, estreitando assim a
relação entre o estilo de vida e as suas conseqüências, bem como
deixando as suas marcas na evolução e perpetuação celular.
89
5. REFERÊNCIAS
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CHRISTOFORI, Gerhard; SEMB, Henrik. The role of the cell-ad-
90
91
92
ABSTRACT
This study was completed by using the technique of central pelvic stabilization in the treatment of low back pain. Lumbar
pain is multifactorial causes may lead to physical, emotional and functional wear impairing quality of life. This research
aimed to investigate the mechanisms used by the central pelvic stabilization through the analysis of its operation, its
interrelations with backache and the static and dynamic muscle imbalance of the trunk musculature found that the
improvement in muscle imbalances extension and flexion of the trunk and paraspinal and abdominal muscles can help
stabilize and support the spine for a wide and healthy movement. Therefore the treatment of low back pain through
the pelvic core stabilization work aims static and dynamic balance in musculoskeletal disorders. The study showed that
the central pelvic stabilization may allow the practitioner to return to their daily activities at a high level of functionality,
improving postural control, neuromuscular system, ensuring the balance of the muscles of the trunk and abdomen.
Key-words: Back Pain. Central Pelvic Stabilization. Pilates Method.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente diversos estudos vêm demonstrando preocupação
com distúrbios relacionados à coluna lombar. Nota-se que cerca de
2,4% homens e 1,7% mulheres da população economicamente ati-
va já presenciou ou presencia episódios de algias lombares. A dor
1 Fisioterapeuta, Pós-Graduanda em Fisioterapia Dermatofuncional- CBES- Porto Alegre- RS. E-mail: bezerra.juliane@yahoo.com.br
2 Mestre em Educação nas Ciências. Orientadora. Professora do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo, IESA- RS.
E-mail: gomesnthais@gmail.com
93
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo desenvolveu-se como uma pesquisa bibliográfica base-
ado em artigos científicos, livros e demais periódicos. Foram utiliza-
das para a pesquisa as palavras-chave: Dor Lombar, Estabilização
Central Pélvica e Método Pilates.
3. DISCUSSÃO
A dor lombar é uma resposta adaptativa e protetora ao estresse
imposto a coluna vertebral e que se reflete através de resposta irri-
tável dos músculos quando realizam movimentos rápidos de torção
94
97
98
4. CONCLUSÃO
Através do presente estudo pode-se constatar que o desequilí-
brio muscular e a deficiência do controle neuromuscular ocasiona-
dos na musculatura extensora e flexora do tronco são uma das mais
importantes causas dos distúrbios que ocorrem na coluna lombar e
que por sua conseqüência levam a dor desta região. Para mante-
rem-se funcionais estes músculos devem estar fortes e capazes de
fornecer sustentação a pelve e a coluna lombar auxiliando também
na proteção e suporte as demais estruturas.
A estabilização central pélvica se dá pelo controle mecânico arti-
cular, através da contração muscular isométrica considerando como
um centro de força que estabiliza a coluna e conseqüentemente ali-
viando a dor. Assim a técnica visa manter ou restabelecer um centro
neuromuscular integro fornecendo força e resistência para impedir
movimentos compensatórios.
Portanto, a estabilização central pélvica permite que o indivíduo
em tratamento retorne as suas atividades diárias em um nível alto
de funcionalidade, melhorando todo o sistema postural, neuromus-
cular e reequilibrando a musculatura que dá suporte e sustentação
a coluna lombar consequentemente diminuindo a dor e permitindo a
normatização da estabilidade lombar.
5. REFERÊNCIAS
BISSCHOP, Pierre. Instabilidade Lombar: Implicações para
o fisioterapeuta. Revista Terapia Manual, Londrina, v.1, n4, p.122-
126, abr-junh/2003.
CHOLEWICKI, Jacek PhD; PANJABI, Manohar M. PhD; KHA-
CHATRYAN, Armen MD. Função dos músculos flexores e exten-
sores do tronco na estabilização da coluna em uma posição
neutra. Revista Volume 22(19), 1 Outubro, 1997, pp. 2207-2212.
CRAIG, C. A função do transverso do abdômen na promoção da
99
101
ABSTRACT
Topic of many studies in the latest decades, free radicals are focus of interest for participating in physiological and
pathological processes. An exacerbated production of free radicals causes instability in the body, since the antioxidant
system is unable to neutralize all the substances produced. This kind of instability is named oxidative stress, a
phenomenon related to several diseases such as cancer, diabetes, aging, Alzheimer’s, Parkinson’s and atherosclerosis.
Atherosclerosis is the major source of morbidity and mortality in developed countries. Considered a multifactorial
disease, it is related to blood vessels’ hardening, causing flow obstruction, stenosis and reduction of oxygen’s arrival
to different parts of the body. This way, the goal of this study is, through a bibliographic research, evaluate the relation
between oxidative stress and atherosclerosis. Its main events include endothelial dysfunction and inflammation which
may be caused by oxidative stress, through low density lipoproteins (LDL) oxidation and nitric oxide (NO) bioavailability
reduction. Besides, oxidative stress acts in the disease’s progression and contributes to the formation and rupture of
atherosclerotic plaque. Considering studies performed, although some authors still disagree with this relation, it is
undeniable the role of oxidative stress in biochemical processes linked to atherosclerosis.
Keywords: Oxidative stress. Atherosclerosis. LDL oxidation. Reactive species. Free radicals.
1. INTRODUÇÃO
Os radicais livres tornaram-se foco de interesse nas últimas dé-
cadas pelo papel desempenhado por essas moléculas em mecanis-
1 Acadêmica Concluinte do curso de Biomedicina do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo- CNEC/IESA.
2 Acadêmica Concluinte do curso de Biomedicina do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo- CNEC/IESA.
3 Mestre em Biologia Celular e Molecular na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Professor do curso de
Biomedicina, Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo CNEC-IESA, Santo Ângelo, RS, Brasil. CEP 98801-015. Enviar
correspondência E-mail: mnfrizzo@hotmail.com.
103
2. Estresse Oxidativo
O estresse oxidativo é um fenômeno relacionado a ação de ra-
dicais livres no organismo (ĎURAČKOVÁ, 2010). Compreende-se
como radical livre, átomo ou molécula que possui elétrons não em-
parelhados na sua camada orbital externa (VASCONCELOS et al.,
2007).
Entretanto, o termo radical livre não é ideal para designar os
agentes reativos patogênicos, pois muitos deles não possuem elé-
trons desemparelhados na última camada (FERREIRA; MATSUBA-
RA, 1997). Assim, os termos ERO e ERN são considerados mais
apropriados para descrever melhor esses agentes químicos (CA-
VALCANTE; BRUIN, 2009; ĎURAČKOVÁ, 2010). As ERO são divi-
didas em dois grupos: radicalares, nos quais estão o hidroxila (HO-),
superóxido (O2-), peroxila (ROO.) e alcoxila (RO-); e não radicalares,
105
parelhado na sua última camada orbital, o que lhe confere alta rea-
tividade com outros radicais, e ainda com moléculas como lipídios,
proteínas e ácidos nucléicos (VANNI et al., 2007).
Para a produção acentuada das espécies reativas, tanto de
oxigênio quanto nitrogênio, o organismo dispõe de um sistema de
defesa conhecido como sistema antioxidante. Os antioxidantes do
organismo são divididos em dois grupos: os não enzimáticos e os
enzimáticos (VASCONCELOS et al., 2007).
Os antioxidantes enzimáticos são produzidos pelo organismo e
compreendem três sistemas. O primeiro é composto por enzimas
superóxido dismutase (SOD), que catalisam a lise do radical ânion
superóxido (O2•−), convertendo-o em oxigênio e peróxido de hidro-
gênio. O segundo, formado pela enzima catalase (CAT), que atua na
dismutação do peróxido de hidrogênio (H2O2) em oxigênio e água. E
o terceiro é composto pela glutationa (GSH) em conjunto com duas
enzimas, a glutationa peroxidase (GPx) e glutationa redutase (GR)
e também catalisa a dismutação do peróxido de hidrogênio em água
e oxigênio, sendo que a glutationa opera em ciclos entre sua forma
oxidada e sua forma reduzida (BARREIROS et al., 2006).
O sistema antioxidante não enzimático é formado por diversas
substâncias, que podem ser produzidas in vivo ou adquiridas na
dieta. Dentre os principais antioxidantes não enzimáticos, podemos
citar a glutationa (GSH), tocoferóis, ascorbato, ácido úrico e β-caro-
teno, além de proteínas de transporte de metais de transição, como
a transferrina (transporte do ferro) e ceruloplasmina (transporte do
cobre e oxidação do ferro para ser captado pela transferrina) (VAS-
CONCELOS et al., 2007; RIBEIRO et al., 2005).
A célula, em condições fisiológicas, necessita de um equilíbrio
entre os sistemas pro-oxidante e antioxidante. O desequilíbrio en-
tre esses sistemas é denominado estresse oxidativo e ocorre, ge-
ralmente, quando os antioxidantes não são suficientes para conter a
produção exacerbada de ERO e ERN. Está relacionado a diversas
patologias, dentre elas a aterosclerose, artrite, isquemia, envelhe-
cimento, diabetes, câncer e doenças neurodegenerativas como Al-
zheimer e Parkinson (RIBEIRO et al., 2005; ĎURAČKOVÁ, 2010).
107
3. Aterosclerose
A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica, bem como
um distúrbio do metabolismo lipídico, que afeta essencialmente to-
das as artérias do organismo, principalmente a aorta (LIBBY, 2002;
SHIBATA & GLASS, 2010). Caracteriza-se como uma doença pro-
gressiva, na qual ocorre acúmulo de lipídios e elementos fibrosos nas
artérias, que leva ao enrijecimento dos vasos e pode comprometer
o fluxo sanguíneo, desencadeando diversas doenças cardiovascu-
lares como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e
aneurisma da aorta (GIROLDO et al., 2007; AIKAWA; LIBBY, 2004).
O desenvolvimento dessa doença é lento, podendo iniciar na in-
fância, a partir dos três anos de idade quando surgem estrias gordu-
rosas que são precursoras das placas ateroscleróticas. Mas, de ma-
neira geral, suas manifestações clínicas evoluem silenciosamente, e
os sintomas começam a aparecer a partir dos 50 anos (GIROLDO et
al., 2007).
Alguns fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimen-
to da aterosclerose como dislipidemia, tabagismo, diabetes mellitus,
obesidade, hipertensão arterial, histórico familiar e sedentarismo.
Outros fatores não tradicionais, como inflamação, estresse oxidativo,
infecção persistente, proteinúria e hiperfosfatemia, parecem exercer
um papel relevante no desenvolvimento do processo aterosclerótico
(DUMMER et al., 2007; HALPERN et al., 2010).
Os principais eventos da aterosclerose são disfunção endotelial
e inflamação. O endotélio tem função de regulação do tônus vagal,
modulação da inflamação, da agregação plaquetária e promoção e
inibição do crescimento neovascular. Além de ser responsável pela
síntese de fatores vasoconstritores e vasodilatadores (PINHO et al.,
2010). Nas fases iniciais da doença, um acúmulo de LDL e radi-
cais livres estimulam as células endoteliais a expressar moléculas de
adesão específicas, como a molécula de adesão da célula vascular
(VCAM-1), que participa do processo inflamatório mediando a en-
trada de leucócitos, como monócitos para a camada íntima do vaso
(HULTE; FABERGER., 2002; TSUBOSAKA et al., 2010).
108
111
5. MATERIAL E MÉTODO
O presente estudo constitui-se de uma pesquisa bibliográfica a
respeito do tema estresse oxidativo e aterosclerose, realizada atra-
vés de artigos de periódicos, revistas e materiais científicos disponi-
bilizados em bibliotecas médicas virtuais e portais de busca. Sendo
assim, foram utilizados portais como PubMed, Scielo, Bireme, PNAS
e Elsevier.
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A aterosclerose é uma doença relacionada a doenças cardiovas-
culares e constitui-se como a principal causa de morbidade e mor-
talidade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Segundo
Ross (1999) inicialmente era considerada uma doença de acúmulo
de lipídios e cálcio na parede celular, mas durante as últimas dé-
cadas vem sendo reconhecida como uma patologia complexa que
envolve inflamação e disfunção endotelial. Acredita-se que a infla-
mação esteja intimamente ligada a disfunção endotelial e ao estres-
se oxidativo. Segundo Pinho et al (2010) o estresse oxidativo tem
papel fundamental na fisiopatologia da disfunção endotelial e atua
na migração de células e na formação da placa aterosclerótica. Além
disso, são ERO e ERN, produzidas demasiadamente, as responsá-
veis pela oxidação da LDL.
Dentre as teorias que explicam a aterosclerose a mais encon-
trada na literatura é a hipótese oxidativa. A modificação oxidativa
da LDL é um evento precoce na aterosclerose e contribui para a
aterogênese. Para comprovar essa teoria, Stocker e Keaney (2004)
apontam estudos nos quais há presença de LDL oxidada in vivo e
estruturas antioxidantes inibindo a aterosclerose em animais. Singh
e Jialal (2006) afirmam que a evidência mais direta para o papel do
113
114
7. CONCLUSÃO
Patologia importante nas sociedades modernas, a aterosclerose
encontra-se entre as principais causas de morte no mundo. Fatores
de risco, relacionados ao estilo de vida, são alguns entre os muitos
motivos que levam à patologia nos indivíduos. Porém, é necessário
descobrir outros mecanismos pelos quais a aterosclerose se desen-
volve, dentre eles o estresse oxidativo.
Diante dos estudos demonstrados, verificou-se que, em inúme-
ros trabalhos, é descrita uma relação entre o estresse oxidativo e a
aterosclerose. A hipótese oxidativa da aterosclerose tem sua consis-
tência pela grande quantidade de estudos nos quais é validada atra-
vés da avaliação do estresse oxidativo desde o início da aterogênese
até a progressão e ruptura da placa. São muitas as evidências que
apontam as modificações oxidativas na LDL como um importante
mecanismo para o desenvolvimento das lesões, sendo observadas
em pacientes com doenças cardiovasculares e obrigatoriamente em
todos os estágios da aterogênese. Também fica claro que não é só
através da oxidação da LDL que o estresse oxidativo atua na patolo-
gia. Como já evidenciado, ERO e ERN contribuem para o desenvol-
vimento de uma disfunção do endotélio, bem como são relacionados
aos processos inflamatórios do vaso. Além disso, inúmeras doenças
estão relacionadas ao estresse oxidativo, nas quais, também, evi-
dencia-se uma relação de dano aos tecidos mediado pelo acúmulo
de ERO e ou ERN.
Portanto, torna-se importante o esclarecimento dos processos
que envolvem o estresse oxidativo, seus mecanismos e atuação nas
patologias. Do mesmo modo, a expansão dos conhecimentos so-
bre os diferentes fatores relacionados à aterosclerose torna-se in-
dispensável, bem como compreender os mecanismos envolvidos na
formação e evolução dessa patologia. Uma nova visão do papel da
116
8. REFERÊNCIAS
ABDALLA, Dulcinéia Saes P.; SENA, Karine Cavalcanti M.. Bio-
marcadores de peroxidação lipídica na aterosclerose. Rev. Nutrição,
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BAHIA, Luciana; AGUIAR, Luis Guilherme K.; VILLELA, Nivaldo
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BARREIROS, André L. B. S.; DAVID, Jorge M; DAVID, Juceni
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BATLOUNI, Michel. Hipótese Oxidativa da Aterosclerose e Em-
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CAVALCANTE, Antonio George de Matos; BRUIN, Pedro Felipe
Carvalhedo de. O papel do estresse oxidativo na DPOC: conceitos
117
119
120
121
OS BENEFÍCIOS DO REFORÇO
MUSCULAR EM PORTADORES DE
GONARTROSE
THE BENEFITS OF SUPPORT IN PATIENTS WITH
MUSCULAR GONARTHROSIS
Aline Fróes Tavares1
Thais do Nascimento Gomes2
RESUMO
A gonartrose é uma patologia reumatológica que afeta a articulação do joelho, manifestando-se devido a muitos
fatores como o processo natural do envelhecimento ou ao acúmulo excessivo de carga que a articulação suporta o que
desequilibra as forças musculares e aumenta a exigência do joelho. O reforço muscular é uma alternativa preventiva e/
ou curativa para o restabelecimento das funções normais do joelho. Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão
bibliográfica sobre os benefícios do reforço muscular na gonartrose, através das respostas fisiológicas dos recursos
fisioterapêuticos empregados. Evidenciou-se através desta pesquisa que objetivou verificar os benefícios do reforço
muscular em pacientes com gonartrose, que o cálcio tem um papel importante na contração e principalmente na
geração de força, sendo que sua falta é fator de fraqueza muscular e desequilíbrios que tornam suscetíveis patologias
como a gonartrose. Os tipos de contração muscular, de acordo com cada músculo, podem favorecer o tipo de exercício
mais indicado, acelerando os benefícios frente ao tratamento de reforço muscular. Dessa forma tal análise permitiu
concluir que as mudanças fisiológicas causadas pela gonartrose podem ser prevenidas ou amenizadas a partir do reforço
muscular quando utilizado através do conhecimento do tipo de musculatura e do exercício, que deve ser personalizado
e adaptado ao estilo de vida.
Palavras-chave: contração muscular, gonartrose, reforço muscular.
ABSTRACT
The gonarthrosis is a rheumatic disease that affects the knee joint, manifesting due to many factors such as the natural
process of aging or excessive accumulation of load that the joint support which impairs muscle strength and increases
the requirement knee. Muscle strengthening is a preventive and / or curative alternative for the restoration of normal
knee functions. This study aims to review literature on the benefits of muscle strengthening in gonarthrosis by the
physiological responses of physiotherapy resources employees. It was evident through this research aimed to verify the
benefits of muscle strengthening in patients with gonarthrosis, that calcium plays an important role in contraction and
mainly in power generation, with its absence of muscle weakness and imbalances factor that makes them susceptible
pathologies as gonarthrosis . The types of muscle contraction, according to every muscle, may favor the most appropriate
type of exercise, accelerating the benefits to the treatment of muscle strengthening. Thus this analysis concluded that
physiological changes caused by gonarthrosis can be prevented or mitigated from muscle strengthening when used
through knowledge of muscles and the type of exercise, which should be personalized and tailored to the lifestyle.
Keywords: twitch, gonarthrosis, muscle strengthening
1. INTRODUÇÃO
O sistema musculoesquelético com o passar do tempo sofre mui-
tas modificações, seja pelo processo natural de envelhecimento ou
1 Fisioterapeuta, pós-graduada em ortopedia e traumatologia com ênfase em atendimento na Clínica de Fisioterapia (CBES). E-mail:
alifroes@yahoo.com.br
2 Mestre em educação nas ciências. Docente do Curso no Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo CNEC/IESA.
E-mail:gomesnthais@gmail.com
123
124
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados no presente artigo os seguintes materiais: arti-
gos, livros, revistas, revistas online, sites relacionados da web. Atra-
vés do método de consulta, leitura e análise do conteúdo para ela-
boração do artigo.
3. DISCUSSÃO
Na gonartrose, a diminuição de líquido pela inatividade funcional
e pela fraqueza muscular gera tensão articular, sobrecarga, fricção
e desgaste dos elementos presentes no joelho. O reforço muscular
faz com que seja preservado o movimento funcional e a produção
de líquido de forma adequada, fazendo com que as estruturas se-
jam preservadas e as forças continuem agindo corretamente. A ge-
ração de força muscular se dá através de dois tipos de contração:
a contração isotônica, gerando movimento de forma concêntrica e
excêntrica, e de forma isométrica quando não acontece movimento
(SILVERTHORN, 2003).
Devido a hipotrofia muscular ocorre o desequilíbrio muscular e
ação incorreta de agonistas e antagonistas. A ação agonista do reto
femoral fica prejudicada, pela compensação gerada no movimento,
os vastos laterais e médios precisam entrar em ação no movimento
de extensão de joelho e os isquiotibiais acabam por funcionar como
sinergistas ao auxiliar o movimento. Os músculos, quadríceps e is-
quiotibiais tornam-se hipotróficos geralmente devido ao desuso ou
quadro álgico, que limita o movimento e a função (OLIVEIRA; CAR-
VALHO; SILVA, 2008).
A gonartrose é responsável por 50-60% de redução de torque
máximo de quadríceps, aliado a dor e a rigidez muscular são deter-
minantes da diferença de torque e trabalho isocinético nos pacientes
portadores de gonartrose. Por isso, a diminuição de torque demons-
tra a perda de força muscular, principalmente em quadríceps, que
pacientes com gonartrose apresentam o que leva a um desequilíbrio
muscular e alteração funcional. Para geração de torque, movimento
e de força, deve haver a ação das musculaturas agonistas e antago-
nistas que de forma recíproca e ordenada trabalhem para que estas
125
126
127
128
129
130
131
4. CONCLUSÃO
Dentre os benefícios do reforço muscular em portadores de go-
nartrose estão: a redução de alterações funcionais, a facilitação das
atividades diárias, a redução da dor, o aumento de amplitude de mo-
vimento e força muscular e a melhora da postura e do condiciona-
mento físico.
Os tipos de exercícios, de acordo com cada músculo, podem
favorecer o fortalecimento, acelerando os benefícios que o mesmo
proporciona frente à gonartrose. Como no caso da contração tipo
isotônica que aumenta a resistência e a isocinética que vai propor-
cionar ao paciente graduar a mesma.
Entre os apresentados, o método DeLorme foi o que menos pa-
receu viável já que necessita de um elevado tempo de duração para
que seja realizado, apresenta a utilização de cargas com pesos in-
definidos, exige alta resistência do indivíduo praticante, além de se-
rem restritas a alguns usuários em vistas as suas contra-indicações.
Já o Biofeedback foi considerado um auxílio para que os exercícios
dentro de cada técnica sejam mais bem aproveitados e indique qual
a deficiência ou a condição da musculatura trabalhada. Tem gran-
de importância para a reeducação dos pacientes e treino, mas nem
sempre é um recurso disponível ao paciente.
A musculatura dos joelhos deve ser priorizada, mas não deve ser
esta apenas o foco reabilitativo, uma vez que toda musculatura de
forma global deve ser estimulada. As técnicas que se enquadraram
nestes quesitos foram: os exercícios isométricos, o Isostreching, a
musculação, o método Pilates, a hidroterapia, o método Qi Gong, o
método Kabat ou FNP e a corrente russa.
5. REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Leiliane. Músculos agonistas e antagonis-
tas. Fisioweb WGate, dez 2003.
132
133
134
PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES
NA POPULAÇÃO ATENDIDA EM
PROJETO DE EXTENSÃO DO CURSO SE
BIOMEDICINA IESA – RS
PREVALENCE OF INTESTINAL PARASITES IN THE
POPULATION ATTENDED IN PROJECT SCOPE OF
COURSE IF BIOMEDICINA IESA - RS
ABSTRACT
Intestinal parasitic infection is an important public health problem, especially in developing countries where play an
important role between the neglected diseases. Mainly affect the poor population that live in low sanitation conditions
increasing the infection risk and spread of diseases mainly in children. The present study was carried out between
the period of October 2009 to October 2010 and an investigation about the intestinal parasites occurring in children
between 6-15 years old, students of the Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). One hundred ninety eight
fecal samples were analyzed of 66 children and positivity rates were observed in 31 (46.9%) theirs. The most prevalent
parasites were Ascaris lumbricoides (25%), Entamoeba coli (21.1%), Trichuris trichiura (19.2%), Endolimax nana
(15.4%). Infected children received medical treatment. In this study, the high parasitic infection rates reflect the lack
of sanitation in the studied region. Here is notified the intestinal parasites prevalence in this population and further
extension’s work aiming at the prevention and control of intestinal parasites.
Keywords: Prevalency, Intestinal Parasitasis, Parasitism
1 Acadêmico concluinte do curso de Biomedicina, 2010. Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo
2 Mestrado em Física (UFRGS); Especialista em Docência no Ensino Superior (IESA); Físico e Matemático (URI). Docente do curso de
Biomedicina do Instituto Cenecista de Santo Ângelo.
3 Mestre em Parasitologia (UFPEL); Especialista em Análises Clínicas (UFRGS); Biomédica (FEEVALE); Docente do curso de
Biomedicina do Instituto Cenecista de Santo Ângelo.
135
1. INTRODUÇÃO
As parasitoses intestinais constituem um grave problema de saú-
de pública, sobretudo em países em desenvolvimento, onde ocu-
pam lugar de destaque entre as doenças negligenciadas. Estudos
de diferentes regiões do Brasil mostram freqüências diferentes entre
espécies de helmintos e protozoários. Variam de acordo com as ca-
racterísticas da amostra estudada, localidade, fatores climáticos, só-
cio-econômicos, educacionais e de saneamento (SILVA; SANTOS,
2001; BASSO et al., 2008; FONSECA; SILVEIRA, 2010).
Em relação á ocorrência, estudos demonstram que as enteropa-
rasitoses acometem principalmente crianças e adultos jovens, cons-
tituindo um fator agravante na subnutrição, refletindo diretamente no
rendimento escolar (FONSECA; SILVEIRA, 2010). Segundo Andreis,
Schuh e Tavares (2008), apesar de isoladamente não apresenta-
rem alta letalidade, as parasitoses intestinais podem ser analisadas
como co-fatores da mortalidade infantil, podendo afetar o equilíbrio
nutricional, induzir sangramento intestinal , além de competir pela
absorção de nutrientes e interferindo o desenvolvimento cognitivo
da criança.
A escolha do tema de pesquisa teve como justificativa dois as-
pectos importantes, (I) vivências adquiridas no projeto de extensão
Parasitologia na Comunidade: Uma Prática de Educação em Saúde
no curso de Biomedicina (II) a gravidade que assumem as parasito-
ses intestinais na infância.
O presente trabalho estima a prevalência de enteroparasitos em
crianças de 6 a 15 anos incompletos, atendidas em Centro de Refe-
rência de Assistência Social (CRAS), analisa alguns aspectos epide-
miológicos, sociais e sanitários da população atendida no projeto de
extensão da disciplina de Parasitologia.
137
138
4. MATERIAIS E MÉTODOS
140
5. RESULTADOS
141
142
Sim 42 63,6%
A residência possui rede de agosto?
Não 24 36,4%
Fossa fechada 23 34,8%
Qual o tipo de depósito do dejeto casa? Rio 20 30,3%
Outros 23 34,8%
Não 9 13,6
Possui animais domésticos em casa? Quantos?
Sim 57 86,6%
Cão 34 51,5%
Cão e gato 16 24,2
Quais animais estão presentes?
Outros 7 10,6%
Não possui animal 9 13,6%
Pátio 45 68,2%
Onde vivem? Casa 12 18,2%
Não possui animal 9 13,6%
Feminino
28,70%
27,20%
24,20%
19,60%
Positivos Negativos
144
53,10%
MONOPARASITISMO
24,20% 22,70% POLIPARASITISMO
NEGATIVISMO
6. DISCUSSÃO
Em nosso país as taxas de prevalência de parasitoses sempre
foram altas, como foi relatado por Chieff et al. (1992), que referem
o estudo epidemiológico das enteroparasitoses brasileiras realizado
na década de 10, quando as prevalência foram de 78,2% a 99,4%
conforme a região do país. Estudos posteriores mostravam taxas
mais altas, nos anos de 50 e 60, que variavam entre 20 e 98% (RO-
QUE et al., 2005).
Em comparação a estudos realizados com crianças de idades
parecidas no Rio Grande do Sul, a prevalência de parasitoses in-
testinais positivas neste estudo (46,9%) mostrou-se semelhante. De
acordo com BIASSI et al. (2009) de 235 amostras analisadas foi en-
contrado em 2008 na cidade de Erechim (RS), 37,9 % de positivida-
de em crianças, já em Passo Fundo foram analisadas 36 amostras
(RS), Silva (2009) obteve um total de 38,8% de casos positivos. Já
em Caxias do Sul RS, Pezzi e Tavares (2007) obtiveram um total
145
146
7. CONCLUSÃO
Através deste estudo constatou-se que existe forte relação entre
as condições de vida destas crianças e que na maioria das vezes é
precária, com a frequência de parasitos intestinais.
As condições higiênico-sanitárias do ambiente, dos hábitos higiê-
nicos, do grau de escolaridade do responsável, podem contribuir de
forma significativa para uma maior prevalência de enteroparasitoses
na faixa etária considerada e que existe forte relação.
Os resultados encontrados nesse trabalho se assemelham bas-
tante aos encontrados a nível nacional, esse trabalho serve também
para conscientizar da necessidade de melhoria de investimentos á
saúde, saneamento básico, escolaridade e infra-estrutura, além da
continuidade das atividades de extensão pelos novos alunos da dis-
ciplina de Parasitologia, visando à prevenção e controle das entero-
parasitoses.
8. REFERÊNCIAS
AFIUNE, Luana A. F. de; RIBEIRO, Hidelberto S. de; COSTA, C.
V. Correlação entre as condições de saneamento básico e parasi-
toses intestinais em duas creches, uma no município de Barra dos
Garças – MT e a outra em Pomtal do Araguaia – MT; XI EREGEO
– Simpósio Regional de Geografia, Campus Jataí-GO, pág 1106-
1117, set, 2009.
ANDREIS, Andréia; SCHUH, Graziela M.; TAVARES, Rejane G.
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148
149
151
PREVALÊNCIA DE HEPATITE B E
C EM PACIENTES ATENDIDOS NO
PRONTO ATENDIMENTO DR. ERNESTO
NASCIMENTO SOBRINHO NA CIDADE DE
SANTO ÂNGELO - RS, BRASIL
PREVALENCE OF HEPATITIS B AND C IN PATIENTS
TREATED IN READY CALL DR. ERNESTO NEPHEW
BORN IN THE CITY OF SANTO ANGELO - RS, BRAZIL
ABSTRACT
This work aims to verify the prevalence of hepatitis B and C in patients assisted at Dr. Ernesto Nascimento Sobrinho
Emergency Care Post, in the city of Santo Ângelo. The population studied has been assisted by public health service,
between January, 2008 and July, 2010, who looked for primary attendance in order to evaluate the infection caused by
hepatitis B or C and the clinical and laboratory data obtained in medical records. From 45 patients, the prevalence of
infection by HVB was 26,6% and by HCV was 73,3%, with 66,6 % of distribution in the male gender , the virus HVB and
63,64% for the virus HCV. Compared to the female gender, the prevalence was 33,33% and 36,36%, respectively. The
prevalence of infections according to the age group was predominant in the age group between 24-29 years old(25%),
29-34 years old (25%) and 34-39 years old(25%) for the HVB and 41-49 years old (30%) for HCV. In the analysis of the
enzyme dosage, transaminase has prevailed increased for both infections. In the analysis of changes in total bilirubin
1 Acadêmica Concluinte do curso de Biomedicina, 2010. Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo.
2 Mestre em Diagnóstico Genético e Molecular (ULBRA), Biomédica (FEEVALE); Coordenadora do curso de Biomedicina e Professora
Titular (IESA) e Responsável técnica pelo Laboratório Hemoclin.
153
and direct bilirubin an average of 3,1 mg/ml and 2,43 mg/dL for HVB has been found and 1,22 mg/dL and 0,7 mg/dL
for HCV. In the analysis of the platelets an average of 121.500 mm3 for HVB and 108.272 mm3 for HCV has been found.
In the analysis of prthrombin time the average for HVB and HCV were 12,2 s and 15,3 s, respectively. The genotype of
HCV 3 was predominant. The risk factors observed were illicit drug use, blood transfusion before the 90s and chronic
alcoholism. Given the frequency of infections and complications it may lead to, it becomes important to perform similar
analysis in order to monitor the behavior of hepatitis B and C in the city of Santo Ângelo.
Keywords: Hepatitis B, Hepatitis C, laboratory abnormalities.
1. INTRODUÇÃO
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes
etiológicos, que possuem tropismo primário pelas células hepáticas,
apresentando características epidemiológicas, clínicas e laborato-
riais semelhantes, porém, com importantes particularidades (BRA-
SIL, 2008).
A distribuição das hepatites é universal e sua extensão difere de
região para região. No Brasil, também há grande variação na preva-
lência de cada um dos agentes etiológicos. A importância das hepa-
tites virais não se retrata apenas ao grande número de pessoas in-
fectadas; expande-se também às complicações das formas agudas
e crônicas (CARVALHO; ARAÚJO, 2008).
No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 15% da população
já foram expostas ao vírus da hepatite B, e que 1% sofra de hepatite
crônica. Quanto à hepatite C ainda não existem estudos capazes
de estabelecer sua real prevalência no país. Um estudo de base
populacional realizado na região Sudeste revelou 1,42% de portado-
res do vírus da hepatite C na cidade de São Paulo (BRASIL, 2005a;
BRASIL, 2005b).
Fatores como custo elevado do diagnóstico precoce e a inefici-
ência do sistema de saúde, a ausência de sintomas das infecções
pelo VHB (hepatite B) e VHC (hepatite C), o crescimento do número
de usuários de drogas injetáveis e inaláveis, o compartilhamento de
objetos perfurocortantes e a precariedade ou a não existência de
sistemas de esgotos e de abastecimento de água contribuem para a
disseminação das hepatites. Esses fatores fazem com que as hepa-
tites tornem-se preocupantes endemias, especialmente nas regiões
mais pobres do Brasil (TURA et al., 2008).
Os vírus das hepatites B e C compartilham do mesmo mecanis-
mo de transmissão, ou seja, através da troca de fluídos corporais. A
154
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As hepatites virais constituem doença de notificação compulsória
e representam um grave problema de saúde pública mundial devido
à elevada prevalência. A Organização Mundial de Saúde estima que
cerca de 2 bilhões de pessoas já se infectaram com o vírus HBV e
350 milhões destes são portadores crônicos. Estudos relatam a ocor-
rência de 600 mil mortes por ano relacionadas à hepatite B. Quanto
à hepatite C, estima-se que aproximadamente 150 a 200 milhões de
pessoas estão infectadas com o VHC e 130 milhões evoluíram para
hepatite crônica e cirrose, com cerca de um a dois milhões de óbitos
ao ano (AQUINO et al., 2008; CRUZ et al., 2009; MORAES et al.,
2010).
As hepatites são doenças que se caracterizam pela agressão
ao tecido hepático. Está agressão se manifesta pela inflamação do
fígado e dos hepatócitos, sendo responsáveis pelas manifestações
clínicas e laboratoriais. As infecções causadas pelos vírus VHB e
155
161
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.2. Amostra
Composta por pacientes atendidos pelo SUS entre janeiro de
2008 a julho de 2010, que buscaram atendimento primário para ava-
liar a infecção por hepatite B ou C.
3.3. Procedimentos
Os dados de natureza clínica e laboratorial foram coletados nos
prontuários médicos de pacientes que buscaram atendimento pri-
mário no Pronto Atendimento Dr. Ernesto Nascimento Sobrinho, no
município de Santo Ângelo-RS, Brasil.
Os dados obtidos foram digitados em planilha, e posteriormente
foram submetidos à estatística. Para a construção dos gráficos uti-
lizou-se o software BR Office 3.2. A análise estatística dos exames
foi realizada apenas nos prontuários que apresentavam o resultado
dos mesmos.
26,60%
Hepatite B
Hepatite C
73,30%
163
164
24 l - - 29
17%
25% 29 l - - 34
8%
34 l - - 39
39 l - - 44
25% 25%
44 l - - 150
17 l - - 25
9%
15%
25 l - - 33
18%
15% 33 l - - 41
41 l - - 49
12% 49 l - - 57
31%
57 l - - 65
165
Pacientes
Pacientes alterados Média
Exames analisados analisados
n n (%)
TGO 10 30 574 U/L
TGP 10 30 977 U/L
Bilirrubina Total 8 37,5 3,1 mg/dL
Bilirrubina Direta 4 50 2,43 mg/dL
Plaquetas 7 28,5 121.500 mm3
TP 8 0 12,2 s
*Valores de referência: TGO –5 a 38 U/L; TGP – 10 a 40 U/L; BT – até 1,2 mg/dL; BD –
até 0,4 mg/dL; Plaquetas – 150.000 a 450.000 mm3; TP – 10 a 14 s.
166
Tabela 3. Resultados dos exames analisados dos pacientes infectados com o vírus
VHC
VHB foi 3,1 mg/dL e 2,43 mg/dL, respectivamente. Quanto aos pa-
cientes alterados infectados com o VHC a média dos resultados para
a bilirrubina total foi 1,22 mg/dL e para a bilirrubina direta foi 0,7 mg/
dL, conforme tabela 2 e 3.
As alterações das bilirrubinas apresentaram valores superiores
aos de referência (BT: até 1,2 mg/dL e BI: até 0,4 mg/dL). Contudo, a
média das alterações encontrada nos pacientes contaminados com
o vírus da hepatite C mostrou valores inferiores aos encontrados na
literatura. Estudos relatam que as bilirrubinas podem encontrar-se
elevadas nas hepatites crônicas e avançadas, podendo alcançar
níveis de até 20% superior a normalidade (GARCIA; JOVILIANO,
2006; FILHO; GALIZZI, 2008).
Ao analisarmos as alterações de plaquetas a média para os pa-
cientes alterados infectados com o VHB foi 121.500 mm3. Dos sete
pacientes analisados, apenas 28,5% (2) apresentaram plaquetope-
nia. Quanto aos pacientes alterados com hepatite C, a média de pla-
quetas foi 108.272 mm3. Dos 21 pacientes observados, 52,2% (11)
revelaram plaquetopenia, conforme mostra a tabela 2 e 3.
A plaquetopenia é uma das mais freqüentes alterações hemato-
lógicas encontradas em pacientes com hepatite crônica. Segundo o
trabalho revisado, as causas de trombocitopenia podem estar rela-
cionadas à produção ineficiente de trombopoetina pelo fígado, uso
de fármacos depressores da medula óssea como interferon e ribavi-
rina e ligação dos vírus aos receptores de membrana nas plaquetas
(THOFEHRN; MUNHOZ, 2006).
Mesmo sendo uma manifestação comum em pacientes com do-
enças hepáticas crônicas, os mecanismos envolvidos na tromboci-
topenia não estão completamente elucidados. Um estudo realizado
por Fusegawa et al. (2002), demonstrou maior ativação de plaque-
tas, que podem contribuir para os mecanismos de trombocitopenia
nos pacientes analisados e que a fibrose também pode ter um papel
na ativação de plaquetas na hepatite crônica.
Ao examinarmos o tempo de protrombina a média dos resultados
para os pacientes alterados contaminados com o vírus da hepatite
B foi 12,2 segundos. Já para os pacientes alterados contaminados
168
15%
15%
2
3
70%
169
4. CONCLUSÃO
A análise final deste trabalho mostra que os resultados das pre-
valências das hepatites B e C se relacionam com outros estudos
epidemiológicos realizados no Brasil, em que há maior prevalência
de hepatite C, sendo o sexo masculino o mais acometido por ambas
as infecções. Os vírus das hepatites B e C são transmitidos através
da troca de fluídos corporais e o diagnóstico das infecções pode ser
feito através de testes imunológicos e moleculares. A biópsia hepá-
tica é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico da fibrose na
hepatite crônica. A prevenção da hepatite B pode ocorrer por vacina-
ção. Para os casos de hepatite C ainda não existe vacina disponível,
e a única forma de profilaxia é orientação aos indivíduos que fazem
parte dos grupos de risco.
Na análise dos exames pode-se concluir que os resultados en-
contrados nos mostram que a grande maioria dos pacientes estuda-
dos se encontrava na fase crônica da infecção desencadeada pelo
VHB e VHC, em estágios iniciais.
Portanto, diante da freqüência de infecções e das complicações
que podem acarretar, torna-se importante a realização de análises
semelhante para que se possa monitorar o comportamento da hepa-
172
5. REFERÊNCIAS
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173
175
POTENCIAL TOXICIDADE DO
CARBONATO DE LÍTIO
POTENTIAL TOXICITY OF LITHIUM CARBONATE
ABSTRACT
The Lithium Carbonate is very used in the psychiatric area, for its excellent therapeutic efficacy. This related clinical
case it’s about a patient who suffered poisoning by lithium, which is aimed to describe the damage that this drug can
cause at the body when it´s used for long periods and at high doses. Although this is a drug proven effective in the
treatment of bipolar disorder, the paper aims to demonstrate the various changes and risks that can occur. Emphasizing
the importance of a thorough laboratory control of these patients, since only through regular screening is possible
prevent a intoxicating and potentially fatal process. Thus, it is observed that the lithium carbonate has a beneficial effect
on psychiatric treatments, but so that we can achieve a better quality of care, it is necessary to perfect adherence to
the treatment and strict clinical monitoring with biochemical and hematological dosages to avoid a drug intoxication.
Keywords: Diagnosis laboratory. intoxication. lithium. Afective Bipolar Disorder.
1. INTRODUÇÃO
O Carbonato de Lítio é um medicamento amplamente utilizado
na área psiquiátrica há vários anos. Sua eficácia foi comprovada
através de diversos experimentos durante o decorrer do século XX
e, desde então tem sido utilizado por especialistas do mundo todo
como a droga de escolha no tratamento do (TAB) Transtorno Afetivo
Bipolar, CID 10 - F: 31.
O Carbonato de Lítio é um medicamento de índice terapêutico
muito baixo e farmacocinética individualizada. A margem entre a
1 Acadêmica concluinte do Curso de Biomedicina, ano 2010. Instituto Cenecista de Ensino Superiror de Santo Ângelo.
2 Professora da disciplina de Toxicologia do IESA; Farmacêutica e Bioquímica - UNICRUZ, 2000; Especialista em Toxicologia Aplicada
– PUCRS, 2002; Mestre em Biologia Celular e Molecular – PUCRS, 2007; Pós-graduanda em Docência para o Ensino Superior - IESA.
179
183
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.2. Amostra
A amostra do estudo de caso será constituída por uma paciente
com 42 anos de idade, sexo feminino, portadora da doença classifi-
cada no CID 10 sob o código F 31 (TRANSTORNO AFETIVO BIPO-
LAR).
2.3. Procedimentos
O quadro clínico da paciente será avaliado com base em exames
laboratoriais, como Hemograma, Creatinina, Sódio, Lítio e TSH.
186
3. DISCUSSÃO
Desde meados do século XX o Lítio é usado como o estabilizador
de humor clássico, por conter propriedades anti-maníacas (VIEIRA
et al., 2006). Embora haja outras opções terapêuticas para o trata-
mento do TAB, nenhum dessas drogas causam efeito superior ao do
Lítio, o qual apresenta um efeito benéfico em cerca de 60% a 80%
dos pacientes (MENDES, 2008).
O caso clinico em questão trata de uma paciente do sexo femi-
nino, adulta, portadora de sofrimento psíquico há muitos anos, em
acompanhamento médico, que passa a apresentar quadro de aluci-
nações auditivas, visuais, idéias de perseguição, oscilações na P.A.
e; nos resultados dos exames laboratoriais realizados ao primeiro
dia de sua internação, foram observadas diversas alterações, dentre
elas, uma intoxicação pelo Carbonato de Lítio.
Pardini (2003) afirma que os níveis de lítio aumentado podem es-
tar relacionados a insuficiência renal, desidratação, hiponatremia; e
ao uso de alguns medicamentos, tais como: diuréticos, inibidores da
ECA, haloperidol, clorpromazina e antiinflamatórios não esteróides.
Soares (2010) descreve que o lítio em níveis superiores a 3 mEq/L
é potencialmente fatal e passível de seções de hemodiálise em ca-
ráter de internação intensiva. A paciente em estudo, no momento da
internação fazia uso de diurético, anti-hipertensivo, clorpromazina e
haloperidol quando em estado de agitação, dentre suas medicações
de uso contínuo; fato que justificaria os níveis elevados de lítio em
seu organismo 2,50 mEq/L e as seções de hemodiálise que foram
realizadas para desintoxicar o organismo da paciente.
Os rins tem papel fundamental na absorção e excreção do lítio,
pois cerca de 80% do lítio é reabsorvido pelo organismo e a clearan-
ce do lítio cerca de 20% da creatinina (LEAL; FERNANDES, 2010).
Sendo por esse motivo que a Creatinina da paciente apresentava-se
elevada: 2,2 mg/dl, uma vez que os rins não estavam em seu funcio-
namento normal.
Quando o sódio está em seus níveis normais no organismo, os
rins conseguem fazer a excreção do lítio com uma meia vida apro-
ximada de 24 horas; porém, se o sódio estiver com níveis baixos o
187
188
4. CONCLUSÃO
A pesquisa sobre a terapia com o lítio demonstra que ele é a
melhor escolha nos tratamentos do TAB e patologias associadas,
mas para que se obtenha os efeitos benéficos que a droga oferece é
necessário um rigoroso controle destes pacientes.
Conforme o estudo de caso realizado, observou-se que a pacien-
te sofreu intoxicação pelo medicamento, necessitando várias seções
de hemodiálise, além da suspensão do uso do Lítio, da Furosemida
e do Enalapril, pois a interação medicamentosa é um dos fatores que
mais contribuem para uma intoxicação.
Com essa pesquisa foi possível evidenciar os benefícios e male-
ficios que o medicamento pode trazer ao organismo, porém através
do relato de caso da paciente em questão, pode-se enfatizar a im-
portância do monitoramento através dos exames laboratoriais, pois
sem ele não há como saber os níveis em que ele se encontra e nem
os danos que ele pode estar causando.
5. REFERÊNCIAS
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189
190