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Aula de Português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender
[...]
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
Camelôs
Manuel Bandeira
2
Aqui se faz pertinente todo o investimento de Orlandi (1985, 1988, 1997, dentre outros) em
refletir sobre a compreensão da língua como fato igualmente histórico e simbólico, com a
oferta de um outro dispositivo metodológico.
recursos que trazem, de fato, expressividade. Esses recursos, ao serem
trabalhados como fios da textualidade, são os que pelo viés da Análise de
Discurso podem ser entendidos como operadores discursivos. Operadores
que, além do trabalho de coesão, trabalham na tessitura do texto, ou seja,
no eixo da discursividade. Ou, retomando Pêcheux, na horizontalidade,
lugar onde se instituem o movimento de paráfrases (movimento de
espelho) e os efeitos metafóricos. À guisa de ilustração, trazemos a foco
um trecho adaptado da crônica “A borboleta amarela”, de Rubem Braga.
Trata-se de um texto que compõe uma coletânea de crônicas escritas no
antigo jornal Correio da Manhã, nos anos de 1950.
A BORBOLETA AMARELA
Rubem Braga
À guisa de conclusão