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MÉDIO AMAZONAS
- 1980 –
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APRESENTAÇÃO
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MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II
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ALVORADA DE FÉ
TUPINAMBÁS E TUPINAMBARANA
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Por exemplo, cavando os alicerces da Prelazia, debaixo da
camada de terra preta, foram encontrados vários cacos antigos. A
mesma coisa aconteceu ao Sr. Jorge Kawakami nas escavações do
novo armazém da Caçapava, onde foi descoberta uma boa
quantidade dessas peças cerâmicas, mais d’um metro abaixo do atual
nível do terreno.
Também as escavações dos alicerces da Catedral forneceram
achados arqueológicos antigos, especialmente machados de pedra,
dos quais guardamos um para o engastar no futuro altar fixo da
Catedral.
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Um grupo deles por exemplo foi até o Peru, mas tendo
encontrado lá hostilidade, voltara, novamente para a Ilha
Tupinambarana.
À diferença dos índios locais, falavam a língua geral, por isso
tinham a privativa dos contatos com os brancos, com quem
traficavam...
Além disso eram empregados em “tropas de resgate”, como
diz Pe. Samuel Fritz em carta de 26 de junho de 1689. (S. Leite, III,
pag. 385). O cacique CUMIARU acompanhava aquelas tropas com
seus índios, auxiliando os brancos a capturar os aborígenes. “E fazia
isso com tanta eficiência, que só ao nome dos Tupis não há nenhuma
tribo indígena que não se renda.” (Acuña, pag. 262).
Entre os Tupis havia um grupo chamado PARINTINTINS, de
que se originou o nome da Serra e desta à nossa Cidade. Eram
inimigos ferozes dos demais índios, especialmente dos Mundurucus;
e pela sua cruel animosidade acabaram sendo escorraçados da região
rumo ao Madeira, onde existem alguns descendentes no Município
de Humaitá.
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Parintins: por do sol no Rio Amazonas
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Vitória Régia
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Tupinambarana “doente como o retrato da morte” e morre a vinte e
quatro de junho de 1660.
Na viagem deve ter sido acompanhado pelo Pe. Manuel Pires,
que ao que parece ficou encarregado principal de nossa região,
dispondo entretanto de algum colaborador.
De fato, lemos em S. Leite, III, pag. 384, que “os primeiros
padres que se ocuparam dos Tupinambaranas foram Manuel Pires e
Manuel Souza em 1660”. Mas a açõa do Pe. Manuel Pires estendia-se
até o Rio Negro e o Solimões, onde entrou pela primeira vez em 1671
em companhia do Pe. João Maria Gorzoni. No ano seguinte, em 1672,
perdeu a vista e mesmo assim quase ia guiar uma nova expedição ao
Rio Negro, desistindo pelas insistências carinhosas dos confrades.
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Betendorf, ao escrever sua Crônica em 1698, o apresenta “teso
como se fosse moço, sendo de 73 anos de idade ou pouco menos”
Faleceu a 10 de outubro de 1711.
3 – Falando dos Padres Manuel Pires e Manuel Souza “que em
1660 se ocuparam dos Tupinambaranas”, o provincial Pe. João Felipe
Betendorf narra que os mesmos “levantaram cruzes, catequizaram e
rezaram Missas para os Aruaques numa aldeia situada num rio
particular entre o Nhamundá e o Urubu. Lá fizeram a catequese
habitual e muitos batismos e conversões maravilhosas” e a 31 de
dezembro dedicaram uma capela à S. Cruz.
Na opinião de Arthur C. F. Reis dita capela surgiu no próprio
Urubu; mas expressão “entre o Nhamundá e o Urubu” sufraga mais a
sugestão de que se trate da boca do Jatapu ou melhor ainda do
Remanso, onde a imensa quantidade de restos de cerâmica aponta
um antigo aldeamento central.
Infelizmente essa vila em 1663 viu chegar um cabo de tropa,
Antônio de Arnau Vilela, que foi morto numa cilada de índios.
“Parece que ele deu ocasião para isso”. (/s. Leite pag. 282)
É um fato, segundo Betendorf, que os Aruaques “eram gentio
de Paz, onde tinham sempre estado em nossas missões”.
Parece que morreu também um carmelita. O Governador do
Pará organiza uma expedição punitiva e quer obrigar os jesuítas a
reconhecer como justa a guerra contra a aldeia. Os padres se negam;
entretanto mesmo assim a expedição foi punir os índios e “os cativou
quantos pode”, eliminando praticamente a aldeia.
4 – Em 1669 o Pe. Betendorf, acompanhado pelo italiano Pe.
Píer Luigi Consalvi e pelo irmão Domingos da Costa, realiza uma
visita aos jesuítas e suas missões em nossa região, onde já há
residências de base. Em sua Crônica fala expressamente de 6 aldeias,
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das quais uma, Irurires, no Madeira, e 5 entre nós, São Miguel dos
Tupinambaranas, Andirázes, Curiatós, Maguases (Maués) e Abacaxis.
A 29 de setembro dedica uma capela em honra a S. Miguel
“na aldeia dos Tupinambaranas”, “que ficava umas cinco jornadas do
Rio Tapajós, em ponta alta sobre o rio”.
É a nossa Parintins, cuja posição é bastante alta com relação à
várzea circunstante.
Infelizmente não há lembrança de capela com S. Miguel por
orago; afinal eram capelas improvisadas em populações ainda
móveis.
Há incerteza quanto a localização das aldeias dos “Andirázes”
e “Curiatós”; a segunda deve pertencer ao lago do Uaicurapá e a
primeira ao Andirá.
O padre narra que na Aldeia Tupinambarana achou também
índios Pataruana e que a população lhe pediu de excomungar os
mosquitos, por que lhes aperreavam demais a vida. O padre
respondeu sorrindo que os bichinhos estavam em suas terras; os
Tupinambás que se mudassem.
Muitos de fato mudaram-se “uma jornada pouco mais pela
terra dentro, sobre um belo lago ou rio, que vindo partes dos
Andirázes, parte do Rio Amazonas, vai dar pelos Curiatós.
Praticamente os próprios padres constataram que à causa dos
mosquitos “não havia meio nem de viver nem de dormir; por isso
acharam imprudente demorar-se mais, para não adoecerem eles e os
remeiros” (Crônica 260).
A descrição de novo lugar e a distância apontada avalizam a
hipótese que o novo lugar escolhido foi o Rio Andirá, provavelmente
Freguesia, que vinte anos depois seria deixado pelo Pe. Fonseca em
favor do Uaicurapá. É que os jesuítas, tendo decidido em 1669 em
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diante se consagrar mais à evangelização dos Tupinambaranas e do
Madeira, procuravam uma adequada base central, até que a acharam.
Do companheiro de viagem do Pe. Betendorf, Pe. Píer Luigi
Consalvi, se diz que por ele “foi visitada a aldeia de Muruapig
(Oriximiná) ao voltar dos Tupinambaranas”. (S. Leite III, pag. 276).
5 – Em 1678 numa lista dos jesuítas aparece S. CRUZ DOS
ANDIRÁZES, “da qual dependem os Curiatós”, do Uaicurapá. É ao
nosso entender Freguesia do Andirá, como já dissemos.
A lista e os demais dados são compilados por superiores bem
distantes da região e em tempos de comunicações muito precárias,
por isso é compreensível certa vagueza e confusão.
A esta Aldeia em 1689 chega o Pe. Antônio Fonseca, “que veio
para ficar assento entre os Tupinambaranas” (S Leite III, pag. 385).
Quer dizer veio para cuidar principalmente dos Tupinambaranas”.
Ele, para facilitar seu trabalho apostólico, operou logo
mudança “não total” para um lugar mais central e mais perto da
Tupinambarana da beira do Amazonas. Deixando parte dos índios na
aldeia dos Andirázes, fundou uma nova aldeia dos Tupinambaranas
“um pouco mais para cima, num formoso outeiro que olhavam para
um belo e espaçoso lago, com bons ares, boa vista e bons
mantimentos; e unindo-o pela origem ao seu primitivo orago,
construiu igreja e grande casa em honra a S. Inácio. O chefe era João
Cumiarú, afamado na guerra”.
A residência melhor centralizada ficou “mais para cima” no
lugar hoje chamado “Tauaquera” (Taua = aldeia, Quera = aquela que
já foi, antiga) entre S. Carlos e Marauarú, onde se podem observar
ainda hoje as ruínas e onde o povinho credulão tem cavado à procura
de ouro...
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A aldeia tornou-se centro das missões Jesuítas na região; de lá
atendia-se “Curiatós e Condurises (do Nhamundá) para baixo e
Andirázes e Maraguares (Maués) para cima”.
Era “uma aldeia pobre mas bem governada... Os missionários
que por ali passavam se edificavam do zelo deste primeiro grande
apóstolo dos Tupinambaranas”.
“Demacrado e doente cedeu o posto ao italiano Pe. João Justo
de Luca em 1697, e este por sua vez adoentado foi substituído por
outros”.
A essa residência em 1691 retirou-se o Pe. Angelo Bonomi,
italiano, quando adoeceu na missão de Irurires, Madeira. Os brancos
aproveitaram de sua ausência para escravizar os índios; então os
padres desgostosos se concentraram em Tupinambarana e Abacaxis.
(S. Leite III, pag. 392).
6 – Em 1691 passou por Tupinambarana o já citado célebre Pe.
Samuel Fritz, jesuíta alemão nascido na Boêmia. Chegara missionário
no Peru em 1686 e amansara os índios OMAGUAS, AISUARAS,
IBANAMAS, TARUMÃS, criando missões no Rio Solimões, as atuais
S. Paulo de Olivença, Tefé e Coari.
Em 1689 doente de hidropisia resolveu ir a Belém. Passou na
boca do Rio Negro a 26 de junho. “A 28 – anota em seu Diário –
encontramos um cacique dos portugueses, da nação Tupinambarana,
chamado Cumiarú, que ia acompanhando tropa de resgate. Os índios
Chuchivaras que eu trazia, julgando que fossem Tarumãs, seus
inimigos do Rio Negro, logo armaram suas flechas. Plantei minha
cruz na proa, até que aproximando-se as canoas se reconheceram por
amigos e o cacique Cumiarú me deu um índio guia para a aldeia do
Urubu”.
Lá foi recebido pelo Pe. Gorzoni, que lhe cedeu um irmão
para acompanha-lo até Belém.
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Fritz fez um bom mapa do Rio Amazonas que infelizmente
pára nos limites ocidentais de Parintins. Sendo defensor dos direitos
da Espanha, passou os dois anos de Belém vigiado, até ser
reacompanhado à fronteira do Peru por vinte soldados.
Em seu lugar foi enviado nas missões do Solimões frei Manuel
da Esperança, carmelita, que aprendeu dos índios Camberas (S. Paulo
de Olivença) o uso do leite de seringueira.
Na volta de Belém ao Peru, o Pe. Fritz chegou ao meio dia de
17 de agosto de 1691 na boca do Rio Tupinambarana (Paraná do
Ramos) e alcançou a aldeia às 8 da noite. Aí descansou 9 dias.
É de supor que o descanso foi na Tupinambarana do
Uaicurapá, mais do que na Tupinambarana de fora, a atual Parintins.
7 – Em 1714 é missionário dos Tupinambaranas o Pe. Bartolomeu
Rodrigues, nascido em Coimbra a 24 de agosto de 1674, profundo
conhecedor da língua Tupi.
Guarda-se dele uma longa carta, enviada do Uaicurapá ao seu
da região e “dos descimentos” operados pelos missionários ao
provincial Pe. Jacinto de Carvalho, com preciosas notícias das tribos
longos dos Paranás Urariá e Ramos e seus afluentes.
Deixando no capítulo de Maués o que interessa àquela
Paróquia, refiro o que pertence à região de Parintins.
“É povoado o sertão dos Andirázes das nações: Unaniá,
Guaranaguá, Abauturiá, Uipitiá, Riauiá, Acaicaniá, Pirapeiguá,
Abuquá, Jacaraná, Piraguá, Piritiá, Avueteriá, Uematré.
No sertão do Mariacoã, por outro nome rio dos Curiatós, se
encontram as seguintes: Mariaroi, Abucaoniá, Nuricirú, Janhanguá,
Sacorimatiá, Itixinguaniá, Mutrietré, Arixarui, Muraá, Mateupu,
Ocoiporiá, Içuaiuá.
Pelo rio Guamuru, que braço deste se entra nas terras do
Gentio dos Maniqueras e Abiariá.
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Estas são as nações de que tenho notícias, não contando aqui
as quatro aldeias já domesticadas, situadas nas enseadas do Rio
Canumã, Guarinamã, Andirás, Acuriatós” (S. Leite III, 395).
Quanto aos “descimentos”.
“o primeiro descimento que fiz para esta aldeia foi parte da
nação dos Arerutus, o segundo foi dos Comandis e Ubuquaras..., o
terceiro dos principaes dos Andirázes com seus vassalos que
habitavam as cabeceiras do rio Mariacoã; o quarto foi dos poucos
lapucuitabijaras, que havia nos Magués, posto que isso se possa mais
chamar mudança que descimento; o quinto foi a nação Paraiuaniá; o
sexto foi a nação Capiurematiá, ambos neste rio dos Acuriatós; o
sétimo toda a nação Majuariá, com parte da nação Monçaú e
Ubuquara do rio Magués.
Por último os Sapupés, cujo descimento ainda continua.
Para a aldeia dos Andirás tenho descido parte da nação
Amoriá e parte da nação Acaiuniá”.
A carta lembra também alguns episódios interessantes.
O tuxaua da nação Maioariá, “que foi causa de descer toda a
sua nação, larga uma das mulheres e estuda e reza com os curumins”.
“Com o desejo de converter um principal do Rio Guamuru
(Mamuru)...resolvi ir às suas terras; três semanas padeci”, mas
confessa e prepara a bem morrer um índio batizado.
“No rio Uamucá havia muita gente; mandei chamá-la, mas
depois fui eu mesmo e trouxe trinta pessoas”.
Lembra dois casos de mães que enterram vivas suas crianças.
E manifesta sua satisfação em ser missionário.
“Suaviza grandemente os trabalhos que padecem nestes
descimentos a consolação que resulta da consideração das muitas
almas que se ganham para o céu... E juntamente ver a prontidão com
que as crianças desta gente nova, e alguns de maioridade, assistem a
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doutrina, em que brevemente instruídos, se fazem capazes de receber
o santo batismo... Tem-se sucedido parentes pagãos explicar aos
moribundos o necessário ao batismo. Todas estas coisas são o acepipe
(iguaria) com que temperam os inconsideráveis trabalhos que com
esta gente nova se padece”.
A carta é datada: “Guaiacurapá dos Tupinambaranas, 2 de
maio de 1714”.
O Pe. Bartolomeu morreu aí mesmo pouco depois, a 6 de
dezembro de 1714.
8 – Em 1719 é o próprio Pe. Jacinto de Carvalho que escreve:
“Do rio Tapajós a cento e trinta léguas está situada a residência dos
Tupinambaranas... posta num lago de 5 léguas largo e 20 de
cumprido”. (S. Leite, pag. 389)
É difícil saber a que correspondia a légua daquele tempo, em
todo caso as medidas são dadas por ouvido dizer, por isso
aproximativas e exageradas.
De fato, o lago do Uaicurapá é largo e bonito mas não de
tantas léguas.
9 – Em 1723 é missionário dos Tupinambaranas Pe. Manuel
dos Reis e a aldeia é chamada S. Francisco Xavier dos
Tupinambaranas. Isso obriga a pensar que o Pe. Reis começou a
residir mais na aldeia do Amazonas, a atual Parintins e que em
substituição da antiga capela provisória em honra de S. Miguel
construiu outra em honra de S. Francisco Xavier. (S. Leite, pag. 386).
O aumento da população e a limpeza do lugar reduziu de
muito a praga dos mosquitos.
Em 1725 o missionário italiano Pe. Sebastião Fusco chegou a
pedir ao Superior Geral a faculdade de conservar de modo
permanente a Eucaristia.
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A aldeia afirma-se cada vez mais. Em 1730 era habitada por
495 índios, dos quais 284 catecúmenos.
No entanto breve começaram a aparecer epidemias. Por isso
por volta de 1737 alguns moradores transferiram-se para o Rio
Tapajós, na aldeia de São José (Boim) levados pelo Pe. José Lopes.
Outros foram para abacaxis, que de 500 pessoas que contava em 1696
passou a ter 932 habitantes em 1730.
10 – Começou assim a decadência das duas aldeias
Tupinambaranas.
A 24 de fevereiro de 1749 Alexandre de Gusmão escrevia ao
embaixador de Portugal: “Os indígenas têm a aldeia Tupinambarana
em supersticiosa apreensão; e não sem acatamento que por ela
passam, e dizem ouvir tocar sinos de noite, e que se atribui à tradição
de algum estabelecimento, que abandonado tenha sido invadido pelo
mato e em sua espessura perdido os sinos”. (Desbravadores, pag.
201).
No mesmo ano de 1749 José Gonçalves de Fonseca escrevia a
respeito dos índios de Abacaxis e Tupinambaranas: “Pelas
mortandades que têm experimentado pela malignidade do clima e
pelos contágios de bexigas e sarampo que afligiram o Estado em 1743
até o presente ano de 1749, se acha com menos da terça parte dos
habitantes”. (Desbravadores, pag. 201).
A mesma notícia será registrada no DIÁRIO DA VIAGEM DE
VISITA E CORREÇÃO em 1774 e 1775 pelo intendente geral
Francisco Xavier Ribeiro Sampaio; e é confirmada também na
VIAGEM FILOSÓFICA do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira
realizada em 1783 e 1792.
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POLITICA DE POMBAL APAGA TUPINAMBARANA
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cultura e da civilização do Brasil desde o tempo de Nóbrega e
Anchieta.
Algumas vilas nossas assim desapareceram, como a do
Uaicurapá e como a da própria Tupinambarana, que foi invadida
novamente pelo mato, ficando com poucos habitantes.
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O APÓSTOLO DA TUPINAMBARANA
TUPINAMBARANA RENASCE
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Imagem tradicional de N. Sra. do Carmo
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mesmos effeitos que em Ega e Tabatinga resultarão da Caridade e
zelo com que Vra. se emprega na Vinha do Senhor”.
A carta prossegue pedindo a frei José de apaziguar Cordovil e
Rodrigues “neste momento escandalozamente inimizados de que
resultarão tantos males ao progresso espiritual e material d’ambas as
Povoaçoens...”
E continua:
“Sendo a ociosidade incontestavelmente a fonte dos outros
vícios, já se vê que Eu posso deixar de pedir a Vra. que muito
particularmente dirija contra este objecto as mais enérgicas
deligencias ou do Púlpito, ou do Confissionario, athe mesmo nas
praticas familiares, pois que a preguiça tem sido a única infeliz cauza
da ruína deste Estado. Em conseqüência ordeno a José Pedro
Cordovil para que ao menos um terço de indivíduos da Povoação
estejão effectiva e imperturbavelmente empregados em quaesquer
trabalhos, particularmente nos das Rossas tão necessários como
desprezados nesta Capitania”...
“Ocupar o mayor numero de Índios no exercício da Pesca he
objecto de outra ordem muito recommendada a José Pedro Cordovil
da que segue sendo aquelle emprego o mais análogo a propensão, e
ideas anteriores daquelles indivíduos não só elles so prestarão a este
exercício de melhor vontade mas entreter-se-a a fartura na Povoação;
conhecerão elles mesmos e apreciarão o uso do sal, verão que elle lhes
conserva a comida que antes apodrecia; que lha offerece com novo
sabor...”
Lembra enfim de enviar 10 ou 12 casais de índios a S. João do
Crato (Manicoré).
3 – Dá gosto de ver o Conde dos Arcos, Governador da
Amazônia, de Belém, interessado no desenvolvimento da região de
Parintins, dando orientações de ordem espiritual e normas práticas
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para o bem material do povo, escrevendo às autoridades civis e ao
padre, fomentando sempre concórdia e colaboração.
Também ao Cordovil recomenda de favorecer agricultura e
pescaria e pede que faça construir: “6 embarcações de diferentes
tamanhos... para promover a atividade”.
A 4 de novembro de 1804 escreve a Cordovil:
“eomesmo Ordeno nesta Ocazião ao R. do Pe. Missionário
com o qual Vm. deve ter sempre amelhor intelligencia visto que elle
está encarregado da vastíssima extenção entre os dois Rios...”
“Lembro igualmente a Vm.ce. que a Verdadeira riqueza he o
trabalho das terras, então o ridículo Commercio do Matto de que
sessegue, que Eu nunca considerei Nigociantes do Matto, etrei
grandíssima concideração sempre com Lavradores de quem serei
sempre amigo e protector.”
4 – O Conde dos Arcos sabia que o campo de trabalho
confiado a frei José era imenso. “Vastíssima extensão entre os dois
Rios, Tapajós e Madeira”; por isso se interessa que goze das mais
amplas faculdades do bispo de Belém e de sua ordem religiosa.
A 5 de abril de 1804 pedira ao Provincial dos Carmelitas:
“Tendo sido nomeado o Mo. Re. Pe. Fr. José Álvares das
Chagas actual Prior desse Convento Missionário da Gentilidade que
habita entre os Rios Tapajoz, e Madeira, Previno a V. Rma. que estão
para como importante Missão de maneira nenhuma deve interromper
os privilégios, prerrogativas e direitos que pertencem a aquelle
Missionário pelo Systema da Ordem em qualidade de Prelado local,
no que S. Ex.cia Rma convem.”
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FREI JOSÉ E A CAPITANIA DO RIO NEGRO
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FREI JOSÉ E CORDOVIL
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LUTA PELO AMAZONAS
Destino de Parintins
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Nosso povo ficou sempre consciente desse seu destino
“muitíssimo notável, interessante” no Amazonas.
Por isso, pedindo o vigário mais tarde em 1824 “Uma Câmara
com autonomia de Silves” dizia:
“A nossa será uma das vilas mais poderosas e interessante da
Capitania e que servira de defesa à Província inteira, por ser pra dizer
a fonte de toda a Rio Negro”.
O Padre dizia isto depois que seu povo tinha dado provas
claras na defesa da autonomia do Amazonas.
A Capitania
Como vimos a aldeia Tupinambarana foi fundada entre 1660 e
1680 ao tempo do Grão Pará.
Na mesma época, exatamente em 1669, foi construído o forte
de S. José do Rio Negro, na Barra (hoje Manaus).
No século seguinte, a 03 de março de 1755 foi criada a
Capitania de S. José do Rio Negro (o nome era homenagem ao rei
Dom José), subordinada a Belém.
A Capitania foi sugestão de Mendonça Furtado, a fim de
garantir a posse de Portugal e Espanha.
Infelizmente, como dissemos, a Capitania coincidiu com a
expulsão dos Jesuítas e a conseqüente decadência de Tupinambarana.
Sede da Capitania foi Mariuá, que Mendonça Furtado chamou
Barcelos.
Mas em 1791, por sugestão de José Joaquim Vitório da Costa,
Mendonça Furtado levou a sede para a Barra, junto do forte, onde
organizou olaria, fábrica de tecidos etc. Quando ele, acusado pelos
invejosos de esbanjar dinheiro, saiu do governo, a povoação da Barra
entrou em declínio e a própria Capitania perdeu muito de seu poder.
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Foi nesse prazo, exatamente em 1796, que Cordovil chegou na
Tupinambarana e três anos depois, em 1799 a sede da Capitania da
Barra voltou para Barcelos, cada vez com poderes mais reduzidos.
As ordens vinham de Belém e Barcelos praticamente só
executava e fiscalizava.
Assim veio de Belém em 1803 a decisão de entregar
Tupinambarana a frei José como Missão.
E se Barcelos tomava alguma providência, pedia autorização
de Belém, como foi o caso da transferência do Registro (exatoria) da
Serpa para a Serra de Parintins.
De fato José Antônio Salgado em carta de 03 de agosto de 1804
apresentou de Barcelos o problema ao Conde dos Arcos nestes
termos:
“O Tenente Comandante do Registro de Serpa me participou
que por detráz da Villa da Serpa por hum igarapé que ahi há, que
vem sair abaixo logo de Villa Nova da Rainha, passaram três Canoas
grandes de negócio, só por não pagarem os Dízimos de Sua Alteza,
porque vão vendendo pelos engenhos e mais... O que participo a V.
Excia. e que me parece justo passar este Registro para Villa Nova da
Rainha... onde com o vegia na ponta de hua ilha que fica defronte não
pode passar cousa alguma”.
Deve ter havido outra correspondência entre Belém e
Barcelos: no fim o Comandante do Registro recebe uma carta de 29 de
junho de 1806, assinada pelos três membros da Junta da Capitania,
Joaquim Victorio da Costa, Caetano Pereira dos Santos e Antônio de
Mattos:
“O Governo actual da Capitania do Rio Negro, convencido da
necessidade de estabelecer à entrada da Capitania hum Registro, o
qual sendo a porta única por onde seja franqueada a Capitania possa
ao mesmo tempo surpreender os Dezertores... informando a este fim
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que o Sitio denominado de Parintins (atual Serra) sobre o Amazonas,
limite desta Capitania com o Pará, e o mais vantajoso para um tal
Estabelecimento (pois que sendo em huma garganta do Amazonas à
entrada da Capitania, feixa também todos os canaes de comunicação
do interior da Capitania) tento dado em assento estabelecer alli hum
Registro permanente, ressolveo encarregar a Vm. de execução da
obra...
Portanto logo que Vm. receber esta, passará ao Sítio
denominado... fará sem demora limpar e terraplenar perfeitamente a
falta do morro de Parintins pela sua parte de cima sobre o Igarapé, ou
lago que alli há... e desbastadas as madeiras de uacaricuara ou acapu,
que constam da relação inclusa dada pelo mestre de obras desta
Capital... dará aviso afim de passar ahi o mestre de obras e erguer os
pés direitos d’Edifficios... Edifficios tem de ser porora cobertos de
palha, ainda que hão de ficar com o ponto para telha, aqual ao depois
hirá com o tempo...”
Afinal o Registro foi transferido, depois de tanto estudo e com
ordens tão pomenorizadas. Só que não foi colocado na Vila, mas na
Serra.
A Província
O aumento da população e do progresso da Barra, da Vila
Bela e de outros lugares da Região fazia crescer as justas exigências
de maior autonomia. Por isso Belém começou a dar mais autoridade à
Capitania, cuja sede voltou para a Barra a 29 de março de 1808.
Mas o povo, especialmente da Vila Bela, aspirava a completa
autonomia.
Até a Vila Bela deu-se a lutar abertamente para esse fim.
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Em 1818 tomou a decisão de enviar ao rei Dom João um
requerimento formal pedindo a autonomia da província do
Amazonas.
Infelizmente nem recebeu resposta. Entretanto aquele passo
serviu para acender uma chama que se alastrará pela região até
conseguir seu objetivo. E em todo caso coube a Parintins a glória de
fazer partir o primeiro grito em favor da autonomia do nosso
Amazonas.
Proclamando a Independência do Brasil a 07 de setembro de
1822, só a 15 de agosto de 1823 foi abafada a resistência portuguesa
em Belém.
Tal notícia chegou a Vila Nova a 09 de novembro, com grande
júbilo do povo que com a independência do Brasil esperava ver
realizada logo também a autonomia do Amazonas.
De fato a notícia da adesão de Belém à Independência,
chegando na Barra a 22 de novembro, fez crer o povo autorizado a
uma Província autônoma e a organizar um governo da Província sob
o amazonense Binifácio de Azevedo.
Mas infelizmente o Império suprimiu a Província, e dissolveu
a Junta.
Ficou mandando um Governador enviado a Belém, com
poucos poderes.
Parintins, que lutava pelo Amazonas e por si, procurava pelo
menos melhorar sua condição. Assim a 14 de setembro de 1824, pelo
vigário Pe. Bernardino de Sena e Souza (nascido em Cametá no ano
de 1800 e ordenado a 17 de agosto de 1823 por Dom Romualdo
Seixas) é enviado um pedido ao Presidente do Pará:
“Sendo hum dos meus primeiros deveres como pároco zeloso
desta igreja concorrer quanto estiver ao meu alcance, e à medida de
minhas forças para o augmento della em benefício da Religião e do
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Estado... tem a honra de pedir as necessárias providencias para o seu
augmento e fertilidade...
A providencia de uma Câmara neste lugar, he de maior
necessidade... pois he athé escandaloso, e fora de toda razão, que
havendo dobradas proporções para ser Villa, e estabelecer huma
Câmara, tanto pela maior porção de brancos que tem, como por
outras atendíveis circunstâncias seja necessário recorrer-se a Silves
com incômodos e perigos pela distância, e arriscada navegação, nas
deliberações da Justiça.
Será uma das Vilas mais populosas e interessantes da
Capitania e que servirá de defesa à Província inteira por ser, para
dizer bem, a fonte de todo o Rio Negro”.
O povo Amazonense não se conforma em depender do Pará,
que acentua ainda mais sua incompreensão.
“Em Villa Nova (é o Cônego Bernardino de Souza que narra
em Lembranças e Curiosidades do Valle do Amazonas) seus
habitantes, reunidos pelos missionários Ignácio Guilherme da Costa,
maranhense da Ordem dos Mercedários, José dos Inocentes e
Joaquim de Santa Luzia, paraense carmelitas, planejam o movimento
para a proclamação da Província do Rio Negro, facto que deveria
realizar-se na Villa da Barra”.
É um propósito justo. Até o bispo de Belém Dom Romualdo
Seixas dava razão aos amazonenses.
A 12 de abril de 1832 acontece um fato grave na Barra: os
soldados em revolta matam Joaquim Felipe dos Reis, que governava
durante em nome do Pará. Cresce o fermento no meio do povo, que
assim a 22 de junho realiza a projetada proclamação da Província.
Entretanto Belém reage e envia o navio de guerra
“independência” para sedar a revolta.
45
O mesmo chega de Villa Bella de domingo e prende o padre
Ignácio Guilherme em vestes sagradas, fazendo-lhe interromper a
Missa.
Prossegue depois para Manaus, onde a 1º de agosto fica
dissolvida a Província.
As violências e arbitrariedade cometidas pelo comandante
foram ao extremo; tanto que o Presidente do Pará será obrigado a
condenar aquele procedimento.
A Província foi dissolvida; mas no fim pela Lei nº 582 de 5 de
setembro de 1850 a grande aspiração dos Amazonenses foi premiada
com a constituição da Província do Amazonas, sendo primeiro
Presidente João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha.
46
LEMBRANDO FATOS E HOMENS DO PASSADO
CIDADE DE PARINTINS
A nossa cidade tinha sido declarada Vila com o nome de Villa
Bella da Imperatriz, por Lei do Pará de 14 de março de 1838; mas não
valeu a declaração “por falta de preenchimento de formalidades
estabelecidas em Lei”.
Entretanto o Amazonas, agora Província autônoma pela Lei nº
2 de 15 de outubro de 1852 elevou-a validamente a Vila e Minicípio,
sendo autores da Lei os Deputados Pe. Torquato Antônio de Souza,
Joaquim da Silva Meirelles e José Bernardo Miquiles. A instalação
deu-se a 14 de março de 1853.
Deste modo a Província premiava a cidade que mais se
esforçara para a autonomia do Amazonas.
Seu nome continuou sendo Vila Bela da Imperatriz; o nome de
PARINTINS será adotado na sua elevação a cidade, pela Lei 499 de 30
de outubro de 1880, sobre projeto do Deputado Emilio José Moreira.
Em 1832, 6 de junho, pelo Conselho do Governo do Pará foi
criada a agencia do Correio. E a 22 de junho de 1847 foi nomeado
agente José Joaquim da Silva Meirelles, que já há tempo funcionava
como “ajudante”.
Ganhava 50% dos portes arrecadados, que não dava para
nada...
Silva Meirelles foi também comerciante, coletor e deputado
provincial; foi outrossim inspirador e colaborador do Con.
Bernardino de Souza em escrever o livro “Lembranças e Curiosidades
do Valle do Amazonas”. Era padrasto de José Furtado Belém, nosso
advogado na questão do Contestado.
COMARCA
47
Até 1833 Parintins foi Termo dependente de Maués, por cuja
Câmara Municipal a 21 de maio de 1834 foi classificada como 2º
Distrito Judiciário. Mas pela Lei de 4 de setembro de 1858, por
emenda do Deputado Pe. Torquato, Villa Bella da Imperatriz foi
elevada a Comarca com o nome de Parintins, que em 1880 será dado
também a Cidade.
Deste modo, Maués ficou dependendo de Parintins, até ser
promovida ela também a Comarca em 1895.
ESCOLA
Em 1848 foi criada a primeira Escola para meninos pela Lei
146 de 24 de outubro do Governo do Pará; mas só teve professor
quando foi confirmada pela Lei do Amazonas nº 15 de 18 de
novembro de 1853; e o primeiro professor efetivo foi o Pe. Torquato;
ao qual mais tarde a Lei nº 32 de 27 de setembro de 1858 impôs a
obrigação de ensinar “música vocal aos jovens que a ella se
quizessem aplicar”, aumentando-lhe o ordenado por mais esse
serviço de trinta mil réis.
Motivação da Lei: “Fazendo a música uma parte necessária da
educação do homem e concorrendo grandemente a fazer brilhantes as
festas religiosas... deve a assembléia promover por todos os meios... o
ensino duma arte de tanta utilidade”.
Quando foi aprovada a Lei, presidia a assembléia o próprio
Pe. Torquato, que naturalmente se absteve na votação.
A primeira escola para o “sexo feminino” foi criada em 1857,
por projeto do Deputado Pe. Torquato; e a primeira professora efetiva
foi D. Anna Joaquina Cardoso de Souza Ribeiro, nomeada em 1863
48
CABANOS
Em 1835 rebentou no Pará a revolução dos Cabanos.
Manaus, preocupada, a 6 de julho pede à Câmara de Luzea,
de quem na época dependia Vila Bela da Imperatriz, que seja enviado
um destacamento no “Posto de Parintins” (a Serra) “afim de obstar a
entrada dos anarquistas”.
Mas estes, do Tapajós, pelo Arapiuns e pelas matas,
alastraram a revolta na nossa região, onde os caboclos, pretos, índios
que moravam na beira dos rios, aderem numerosos, procurando a
melhoria de sua vida política, social e econômica.
Crispim Leão assume o comando no Andirá, espanta Parintins
e ocupa Lusea.
É interessante ler um proclama de Miguel Apolinário
Moparajuba e Firmeza, um dos chefes rebeldes; é um verdadeiro
sermão com referências bíblicas, exortando à obediência e humildade
as tropas cabanas.
A força legalista em Manaus é comandada por Ambrósio
Aires e Pe. Sanches de Britto; a revolta é encabeçada por Francisco
Bernardo de Sena.
Depois de tantas lutas e atrocidades de ambos os lados, volta
a paz com uma generosa anistia. Em Parintins é o Capitão João
Valente do Couto, que pelo Governo, na boca do Ramos, recebe a
entrega das armas de 300 homens.
DECLARAÇÃO DA REPÚBLICA
A 15 de novembro de 1889 é declarada a República do Brasil.
A notícia chega em Parintins rapidamente a 19 de novembro,
comunicada pelo paquete “Pernambuco”, que joga na água, no
Itaboray e no Boto, garrafas contendo impressos republicanos e
notícias.
49
No dia 21 a cidade realiza uma passeata de adesão e no dia 28
celebra-se um ato oficial, com manifesto e abaixo-assinado
reconhecido em Cartório.
NOMES ILUSTRES
- Na guerra do Paraguai, 1865-1868, morre o parintinense
Tenente Joaquim Benjamim da Silva.
Voluntário de guerra, atuou admiravelmente no corpo de
engenheiros, tanto que mereceu ser agraciado com os Hábitos de
Cristo e da Rosa.
Foi um dos heróis da “Ilha do Cabrito” e morreu atingido por
granada inimiga defendendo a trincheira de “Capão do Pires”.
- Coronel José Augusto da Silva, do Piauí, chegou muito moço
em Vila Bela, casou com D. Maria Ana da Silva. Forneceu lenha aos
primeiros vapores que trafegaram ao Amazonas. Foi encarregado do
50
alistamento militar na guerra do Paraguai, primeiro coletor da mesa
de rendas, deputado estadual várias vezes, vice-presidente da
Província. Era muito caridoso e morreu em 1909 com 89 anos.
- Ten. Coronel Joaquim Ferreira Gomes foi o maior
proprietário de cocais no município e de prédios na cidade. Era
natural de Cametá.
- Francisco Caetano da Silva Campos foi Promotor público e
Juiz de Direito muitos anos em Parintins, e Deputado Estadual ao
primeiro Congresso Constituinte do Amazonas.
Aposentou-se no cargo de Desembargador do Superior
Tribunal e passou os últimos anos em Parintins, na fazenda Santa
Clara.
- José Furtado Belém, nascido em Parintins em 1867 a 7 de
setembro. Fez os estudos primários em Óbidos e o curso secundário
em Belém. Em Parintins foi administrador da Mesa de Rendas,
Superintendente Municipal, Deputado Estadual e vice-governador do
Estado.
Foi o grande advogado do Amazonas na questão do
Contestado, publicando dois livros: “Limites orientais do Estado do
Amazonas” e “Amazonas-Pará: questões de limites”.
Em 1914 conseguiu o diploma de Bacharel em Direito. Fundou
os periódicos “Tacape” e “Parintins”.
A propósito do “Tacape”, quando nos dias 10-20 de julho de
1903 esteve em visita pastoral em Parintins o bispo Dom Lourenço da
Costa Aguiar, Furtado Belém, adepto do espiritismo, pelo seu
periódico quis ridicularizar a presença do Prelado. Este perante todo
povo, no dia 16, festa de N. S. do Carmo, deu uma eloqüente
resposta, depois de ter pregado toda noite durante o novenário contra
o espiritismo.
51
- Joaquim José da Silva Meirelles foi comerciante, coletor e
deputado provincial. Foi inspirador e colaborador do livro
“Lembranças e Curiosidades do Valle do Amazonas”, escrito pelo
Cônego Francisco Bernardino de Souza.
- Júlio Furtado Belém, filho de Furtado Belém, nasceu a 29 de
novembro de 1912. foi funcionário da Mesa de Rendas, Prefeito
Municipal de 1948 a 1952 e Deputado Estadual em várias legislaturas.
Homem de grande bondade e generosidade, morreu pobre a 6
de setembro de 1971.
- Gentil Augusto Belém nasceu a 11 de julho de 1901, de uma
irmã de Furtado Belém. Foi um precursor das indústrias em
Parintins, organizando beneficiamento de arroz, de pau-rosa e óleo
de babaçu.
Introduziu em Parintins a primeira bicicleta e o primeiro
veículo motorizado.
Foi prefeito de 1952 a 1956, de honestidade incomum e justo
para todos.
Dona Eleonora, sua irmã, ainda há pouco lembrava que uma
manhã, não tendo enviado o cartão na hora, não conseguiu receber a
carne no mercado; o irmão proibiu a entrega dizendo: “A lei deve
começas de casa”.
Quando saiu da Prefeitura foi carregado pelo povo.
Passou os últimos anos sem poder andar, mas sempre lúcido
da mente. Faleceu com o conforto dos Sacramentos da Igreja a 11 de
outubro de 1979.
- Ryota Oyama, digno representante da Colônia japonesa,
nasceu no Japão a 1.12.1882. Chegou em Parintins em 1933 com 50
anos de idade e introduziu a juta em nossa região.
Dois episódios caracterizam sua têmpera.
52
Em 1956 o Pe. Jorge Frezzini, estando em Manaus, precisou
enviar-me uma carta urgente em Parintins. Por isso foi procurar no
aeroporto de Ponta Pelada um portador que viajasse pelo Catalina da
Panair. Achou Oyama, que gentilmente prometeu entregá-la
imediatamente.
Era uma manhã de domingo e eu estava pregando a homilia
na Santa Missa. O velho, na atenção geral, pelo corredor central
avançou até à balaustrada onde estava pregando, fez-me uma mesura
profunda e entregou a correspondência.
Missão cumprida.
No fim da vida, em plena lucidez pediu o santo batismo.
Depois de recebê-lo, fez questão de se levantar e servir pessoalmente
o guaraná a amigos e parentes, para festejar o feliz acontecimento.
Faleceu a 15 de maio de 1972, com noventa anos de idade,
enquanto estava trabalhando no quintal de casa.
- José Raimundo Esteves, filho de Maués, foi comerciante e
industrial em Parintins. Foi ele que organizou a Fabriljuta.
Eleito Prefeito Municipal, pela sua progressista administração
projetou-se ao ponto de chegar em seguida a ser Deputado Federal e
Senador da República, vindo a falecer em Manaus a 23.01.1978.
53
VIGÁRIOS DE PARINTINS ATÉ A PRELAZIA
59
retiro-me daqui, e sirva o pouco que levo dito de aviso para os meus
irmãos de hábito, esta classe tão despregiada no Norte!”
Pouco antes da transferência do pe. Martins, e precisamente
na festa de julho esteve em Parintins em visita pastoral Dom José
Lourenço da Costa Aguiar. No termo da visita também o bispo vê
algo a desaprovar:
“É-nos grato consignar a religiosidade do povo, de boa índole,
mas infelizmente mui trabalhado de vícios como sejam o concubinato
e a embriagues. A docilidade porém com que ouvem a palavra de
Deus e o prompto proveito que d’ella tiram, fazendo esperar que aqui
se forme em melhores tempos uma optima christandade”.
A seguir o bispo reprova o abuso de aplicar “esmolas de
festividades religiosas não para o culto divino mas em cousas
completamente extranhas e as vezes até pecaminosas”; e pede que se
faça o balanço imediatamente depois da festa e o saldo não fique em
mãos de particulares.
60
Além de vigário de Parintins e encarregado de Urucará, ficou
encarregado também de Barreirinha e Maués.
Lendo no Tombo as datas de suas longas e numerosas viagens
no interior mais distante, admira-se sua disponibilidade e seu
trabalho.
Logo que chegou cuidou do conserto da matriz e deu-se a
incentivar a devoção do povo, organizando em outubro o mês do
Rosário. Passou o mês de novembro fazendo uma viagem de vinte
dias no Mamuru e outras semanas gastou visitando Urucurituba.
Logo depois do Natal a 5 de janeiro, atendendo ao chamado
do Bispo, vai a Manaus e de lá, a 22 de março, no Rio Negro até
Cucuy. Quando chega de volta a Parintins, a 22 de junho “grande foi
a alegria do povo”.
“Com minha chegada achei acabado o telhado da torre, que
foi totalmente renovada”.
Na festa de julho vem novamente Dom Costa Aguiar, que
mais uma vez anota “O povo continua sob o jugo de seus dois vícios
dominantes”; e na ocasião confia ao padre Alexandre também as
paróquias de Barreirinha e Maués.
Por isso a 7 de janeiro de 1904 o padre vai a Maués “para fazer
a festa de S. Sebastião, do Espírito Santo e dos Inocentes”,
estendendo-se até o Marau e voltando a Parintins a 25 de fevereiro.
A 2 de março embarca doente para a Holanda, voltando a
Parintins a 8 de julho.
Na sua ausência é substituído pelo Padre Amaro Castro
Brasil.
A 1º de janeiro de 1908 entrega a paróquia de Maués ao Pe.
Martins, ficando só em Parintins e Barreirinha.
Padre Hubers foi dono da propriedade “Amsterdam”, perto
do Campo Grande, e da Cristina.
61
Morava em companhia duma velha na esquina de cima, rua
Hebert de Azevedo com Sá Peixoto.
Em 1913 e 1914 passou um tempo suspenso de ordens, sendo
substituído pelo vigário de Maués Pe. Avelino Domingues.
O velho mestre Raimundo Bentes, bom mariano, contava-me
que de jovem gostava de dança; mas não freqüentava a “pagode da
Macaela”, dançava apenas na casa de Furtado Belém, o atual Grupo
Escolar Araújo Filho, ou na rua Paes de Andrade, chamada “dos
cearenses”, onde só brincavam as famílias cearenses e seus
convidados. Pois bem, uma noite estava dançando, quando ouviu
bater o sino da Matriz.
Tinha morrido de improviso o Pe. Alexandre.
Chegando na casa do vigário, encontrou-o caído no chão,
tendo perdido muito sangue pela boca; tanto que alguns caboclos
disseram: “Quem diria que um padre tão forte e corado fosse
tuberculoso”. Na realidade devia ter espoucado alguma veia. Já há
meses vivia recolhido em casa por uma espécie de paralisia nas
pernas.
Morreu, como se lê na lápide da sepultura no Cemitério de
Parintins a 12 de dezembro de 1919.
62
Chamado para algum doente do interior, atendia
prontamente, levando-lhe os confortos da fé, seja qual fosse a
distância da viagem.
Comprou para sua moradia a casa de Manuel Tavares, que em
seguida pertenceu ao Pe. Victor e, adquirida pela Prelazia, permitiu
organizar o Jardim da Infância e a quadra das Castanholeiras.
Foi infeliz na construção da torre da Matriz de Parintins,
porque caiu. Consegui ter êxito na construção da antiga igreja de
Barreirinha.
Em 1937 deixou de assistir Maués, porque ofendido pela
Prefeitura por questões de terreno. Homem bondoso de grande
sensibilidade, não sabia suportar malquerenças.
E foi por isso que em 1939 saiu de Parintins. Tendo ido de
férias, na sua ausência um certo João Fleury, funcionário da Mesa de
Rendas, com ameaças e enganos prometeu um abaixo-assinado
calunioso contra o Padre. Este interado do fato, em sua volta, chegou
a chorar de mágoa; e apesar das súplicas e da benevolência do povo,
preferiu abandonar a paróquia e transferir-se para S. Paulo, onde
passou os últimos anos de sua vida como Capelão duma comunidade
de irmãs adoradoras.
O velho Antônio Assis, confirmado o fato, acrescentava que a
família do cabeça do abaixo-assinado em pouco tempo se acabou com
o morbo de Hansen e vários assinantes também sofreram sérias
infelicidades. O velho fazia nomes de pessoas que eu mesmo conheci
e que realmente carregaram sérias desgraças.
Em 1957 Padre Paulo, já velho, encontrou-se no navio de
viagem da Itália ao Brasil com o nosso Pe. Sante Cortese; lembrava
com carinho Parintins, de que tinha grande saudade.
64
Zeloso do decoro do culto, Pe. Victor em 1943 iniciou a Obra
do Tabernáculo, para equipar de paramentos dignos as igrejas, que
tornou mais devotas com bonitas imagens.
A imagem de N. Sra. das Graças foi adquirida pelo povo em
1948, quando dona Antonia Ferreira recuperou a vista por intercessão
de N. Senhora.
A 27 de dezembro de 1950 foi desmembrada da paróquia a
região do Ramos ao Pará e ficou anexa à paróquia de Barreirinha,
entregue aos padres Redentoristas. Estes colocaram sua residência em
S. Maria de Vila Amazônia e tiveram a colaboração das irmãs do
Preciosíssimo Sangue. Redentoristas e irmãs deixaram Barreirinha e
Santa Maria em fevereiro de 1953.
Em 1952 Pe. Victor chamou os Redentoristas para uma santa
Missão de duas semanas em Parintins. Em frente a Matriz foi elevado
um bonito Cruzeiro como lembrança.
Em 1953 foi festejado o sesquicentenário da paróquia, a partir
de frei José Álvares das Chagas. O hino de autoria de Antônio Sérgio
da Silva tinha algumas expressões inexatas, que o bispo mandou
corrigir.
A 4 de agosto do mesmo ano de 1953 passou o “Navio
Cristóforo Victoria”, com Dom Alberto Ramos e outros Prelados.
Conduzia o Santíssimo para o 6º Congresso Eucarístico Nacional de
Belém.
O navio atracou às 10:30 e se fez uma Procissão Eucarística até
a Matriz.
Às 15:00 seguiu viagem, tendo embarcado vários
congressistas de Parintins, com seu vigário.
A 11 de setembro, sempre de 1953, Parintins acolheu a
Imagem Peregrina de N. Sra. de Fátima, que esteve também na Vila
65
Amazônia e foi acompanhada à fronteira do Pará no Barco de Agenor
Dinelli.
Pe. Victor mais duma vez foi alvo de ataques de protestantes.
Houve uma áspera polemica por ocasião das Santas Missões,
provocada pelo boletim “Arauto Cristão”. Pior ainda foi em 1954, por
ocasião do centenário do dogma da Imaculada Conceição, quando os
católicos, ofendidos durante uma procissão com a Imagem de N.
Senhora, reagiram vivamente.
Dom Alberto esteve pessoalmente em Parintins de 23 a 27 de
novembro, em desagravo ao vigário, que estava sendo processado.
A 6 de março de 1955 Pe. Victor foi de férias para a Alemanha.
Na volta transferiu-se ao Sul e de lá retirou-se na Alemanha, donde
envia continuamente cartas de saudade e afeto.
Com as fperias do Pe. Victor, a 7 de março de 1955, foi
nomeado vigário o culto Pe. Raimundo Nonato Pinheiro, que tomou
posse no dia seguinte. Cumpriu bem sua missão de criar um clima
espiritual propício a criação da Prelazia.
Fundou a Ação Católica e os Vicentinos; organizou uma ótima
semana Eucarística.
A 7 de outubro foi substituído pelo capuchinho frei Silvestre
de Pontepáttoli até que a 13 de novembro foi instalada a Prelazia.
CRIAÇÃO DA PRELAZIA
67
A 26 de abril de 1955 Pe. Arcângelo Cerqua, superior do PIME
no Amazonas, em companhia dos padres João Airaghi e Jorge
Frezzini, realizava uma visita a Parintins para colher dados e enviar à
Nunciatura.
A 24 de junho o Osservatore Romano, jornal do Vaticano,
publica a notícia da criação da Prelazia de Parintins.
A 29 de junho o “Universal” de Manaus publicava um
comunicado de Dom Alberto em que anunciava a próxima criação da
Prelazia.
A 12 de julho do mesmo ano de 1955 o Papa Pio XII emanava
a Bula Pontifícia “Céu Boni Patris Familias” (como bom pai de
família) que criava a Prelazia de Parintins com os municípios de
Parintins, Maués e Barreirinha, sob o patrocínio de N. Sra. do Carmo,
cuja igreja era elevada a Catedral.
Na bula há uma recomendação especial para se fundar um
seminário e pede-se ao Núncio Lombardi de instalar a Prelazia.
A 4 de outubro o Núncio delega Dom Alberto a instalar a
Prelazia, dando-lhe as devidas normas.
A 21 de outubro chegam em Parintins os Padres Jorge Frezzini
e Sante Cortese do PIME, recebidos pelo Frei Silvestre de Pontepáttoli
capuchinho, que estava substituindo o Pe. Nonato Pinheiro, sucedido
a meses ao Pe. Victor de férias na Alemanha.
A 23 de outubro o Pe. Jorge assume o cargo de Vigário.
A 8 de novembro chega o arcebispo dom Alberto para
preparar a instalação da Prelazia, que se realiza no dia 13 de
novembro.
Às 6 da manhã chega em Manaus a lancha “João Cleofas” com
o Pe. Arcângelo, a Federação Mariana de Manaus, com Faraco, e
seminaristas.
68
Às 9:30 há Missa Pontifical celebrada por Dom Alberto. Às 13
chega uma numerosa romaria de Barreirinha com a imagem de N.
Sra. do Bom Socorro, que é levada em S. Benedito, onde já tinham
sido levadas as Imagens de N. Sra. do Carmo de Parintins e a de S.
Francisco Xavier de Vila Amazonas.
Às 16 sai de S. Benedito a procissão com as sagradas Imagens.
Em frente à Matriz, às 17:30, há leitura das Bulas. A Prelazia
fica pois instalada no hora da Ave Maria, ao bimbalhar dos sinos em
honra da Virgem.
Celebra a Missa o Pe. Arcângelo Cerqua, constituído Vigário
Geral, enquanto Dom Alberto assume como Administrador
Apostólico.
O Vigário de Parintins é nomeado Pe. Jorge Frezzini, tendo
como cooperadores Pe. Danilo Cappelletto e Pe. Luiz Bolzanello.
Vigário de Barreirinha continua Pe. Bernardino Micci e vigário de
Maués é nomeado Pe. Sante Cortese, tendo como cooperador Pe. Iseo
Sandri.
No mês seguinte chegaria o Pe. Silvio Miotto, da Itália, e iria
como cooperador em Maués.
No dia 15 de março de 1956 será nomeado Administrador
Apostólico da Prelazia Pe. Arcângelo Cerqua, tomará posse a 1º de
maio, com a presença de Dom Alberto.
69
No mês de dezembro a festa de S. Benedito com sua renda
custeou bons trabalhos no Colégio Nossa Senhora do Carmo, tanto
assim que no março seguinte sob a direção de dona Anita Freitas,
recebeu algumas turmas de curso primário no lado direito do andar
térreo.
A 15 de março de 1956 foi nomeado Administrador
Apostólico da Prelazia o Pe. Arcângelo Cerqua. Com o nosso povo,
participaram da posse Dom Alberto Ramos e uma numerosa comitiva
de Marianos de Manaus, acompanhados pelo Procurador da Prelazia
Pe. Francisco Luppino.
O Pe. Jorge foi escolhido para Vigário Geral.
A 24 de maio visitou Parintins a irmã Hermínia Matos a fim
de estudar a possibilidade duma fundação das Filhas da Caridade,
que de fato vieram no fim do ano iniciando com as Irmãs Bezerra,
Genoveva (Zenir) Álvares e Mariana seu precioso apostolado entre
nós, quer formando a juventude, quer assistindo os pobres.
Na festa de julho de 1956 foi maravilhoso o espetáculo de 300
crianças da primeira Comunhão. E a generosa renda permitiu
comprar o casco Pio XII, levar adiante as obras do Colégio e melhorar
a Matriz.
Em agosto o Prelado foi ao Rio com suspeita fundada de
câncer; mas felizmente a operação cirúrgica revelou tratar-se de
“pâncreas anular”. Operado gratuitamente pelo grande médico Dr.
Fernando Paulino, tratado com afeto de irmão pelo Dr. Carvalho e
assistido carinhosamente pelas Irmãs da Assunção, voltou
restabelecido na véspera de Natal.
Em Parintins encontrou em plena atividade os recém-
chegados da Itália padres Januário Cardarelli e Pedro Vignola e os
Irmãos Francisco Galliani e Bruno Mascarin.
70
A Prelazia ao ser criada, além das Igrejas Matriz e S. Benedito
e suas praças, não possuía nem um palmo de terreno. Tanto que os
padres foram morar numa casa emprestada gratuitamente pelo
saudoso Renato Batista, que pelo seu amor à igreja mais tarde
receberia a comenda Pontifícia de S. Gregório Magno.
O Prelado portanto, no fim de 1956, animado pelo Sr. Luiz
Souza, adquiriu uma velha casa no porto, onde começou a ser
construída a atual sede da Prelazia, que seria benta a 2 de fevereiro de
1959 pelo Pe. Augusto Lombardi, superior Geral do PIME.
No ano de 1957 o Pe. Jorge viajou para a Itália, mas com o Pe.
Januário continuaram firmes e animadas todas as atividades.
A 8 de dezembro de 1957 foi fundada a Federação Mariana
com estatuto provisório e Diretoria também provisória, sendo
Presidente João do Lago Vieira, secretário Nazir Mourão e tesoureiro
Raimundo Osmar Araújo. Na assembléia houve 400 participantes e
foram entregue 6 bandeiras a seções do interior.
Houve um consolador fortalecido também das outras
irmandades, em modo especial da Cruzada Eucarística e da Legião de
Maria, para a qual no mês de março tinha sido fundada a Cúria “Flos
Carmeli”.
Em 1959, depois de onze anos de Brasil, o Prelado foi gozar
férias na Itália, porque uma chapa mal batida fez com que a sombra
da barba parecesse mancha de tuberculose nos pulmões...
Aproveitou o descanso para escrever dois livros sobre a
atividade Missionária na Amazônia, “Missione nell’Amazzonia” e
“Nell’ Inferno Verde”.
A 16 de novembro foi recebido em audiência pelo Papa João
XXIII.
Os Marianos em 1960, quando na Prelazia eram já mais de
1.000, fizeram naquele ano seu Retiro de Carnaval em Barreirinha.
71
DOM ARCÂNGELO BISPO DE PARINTINS
74
Benjamin Constant; Lindalva Acioli do Colégio N. Sra. do Carmo,
Dom Alberto, Dom Arcângelo e o Núncio.
A banda do Benjamin Constant tocou bons números e o nosso
Colégio cobriu-se de glória cantando em modo impecável números
selecionados, entre os quais “Sul mare Lúccica”.
Sem dúvida o dia constitui-se em marco indelével na história
de Parintins.
O Osservatore Romano de Roma a 5, 7, e 11 de outubro
publicou três artigos sobre a viagem do Núncio e a Sagração;
suponho terem sido escritos por Mons. João Benelli, futuro sub-
secretário de Estado e Cardeal Arcebispo de Florença, que
acompanhou em Parintins o Núncio como Secretário da Nunciatura e
ficou até hoje grande amigo do bispo e de nossa Prelazia.
75
1ª Assembléia dos Marianos na Prelazia – Parintins, 31 de maio
de1956
76
Macapá (Amapá) 29 de maio de 1948 – Pe. Arcângelo Cerqua chega
em companhia de Dom Anselmo Pietrulla bispo de Santarém, e de Dom
Aristides Pirovane e no mesmo dia é empossado vigário de Macapá.
77
PRELAZIA A CAMINHO
(Apontamentos)
78
A 22 de novembro, encerrada a 3ª sessão do Vaticano II, Dom
Arcângelo vai em peregrinação na Palestina, onde recebe grande
estímulo e consolação e reza muito pela Prelazia, especialmente no
Calvário e no Presépio.
1965 – A 18 de janeiro chegam da Itália os padres Henrique
Pagani e Antônio Turra.
A 22 de abril o Pe. Rafael Magni, bom professor do Colégio e
orientador na montagem da Rádio Alvorada, viaja para a Itália.
Entretanto chegam de lá a 5 de novembro os novos missionários
Padres Gino Malvestio, Leão Martinelli e José Peschechera.
A 23 de dezembro o Governador Arthur Cézar Ferreira Reis
paraninfa os neo-normalistas do Colégio Nossa Sra. do Carmo,
enaltecendo a atuação da Prelazia.
No mês de maio com entusiasmo e fervor nosso povo lucra a
indulgência do Ano Santo, participando em categorias, com romaria e
concentração na Catedral, e no fim Missa e bênção com indulgência.
Dia 08 os rapazes, a 15 moças, a 22 senhoras, a 29 marianos e
membros das comunidades do interior. Estes últimos vieram
numerosos, dando um espetáculo de fé. Desfilaram 35 comunidades
com suas bandeiras e as Imagens dos Padroeiros.
Proferiu o sermão conclusivo Dom Milton Pereira, arcebispo
coadjutor de Manaus e Dom Arcângelo impartiu a Bênção Papal.
1966 – A 26 de agosto Parintins recebe a imagem de N. Sra.
Aparecida, trazida em avião da FAB por Dom Antônio Macedo.
Ela é levada ao Hospital do Sesp, para benzer os doentes, e
depois na Capela da Catedral, onde o povo reza devotamente o terço.
Em seguida é acompanhada procissionalmente para o aeroporto,
donde segue para Santarém.
A 21 de novembro o Pe. Pedro Vignola vai de férias para a
Itália e o Pe. Januário fica como vigário da Catedral e Vigário Geral.
79
1967 – No início de fevereiro realiza-se o tradicional retiro dos
Marianos. Desta vez participa uma multidão de 1.100 homens, que
deixam encantado Mons. Henrique Riemslag, prelado de Cametá.
Outros 300 marianos fazem retiro no Limão de Maués.
13.02.67 – Comunica-se à Liga Esportiva o início do
Campeonato de futebol da Federação Mariana (hinterlandino)
A 09 de abril chegam os novos missionários Pe. Domingos
Cânone e Pe. Emílio Buttelli.
Em junho a enchente extraordinária obriga o Governo do
Estado a declarar calamidade pública em nossa região. Formamos
uma Comissão de Defesa, que consegue dar muita ajuda aos
ribeirinhos, especialmente em alimentos.
É confortante ver os marianos de Uaicurapá vender barata sua
farinha para ser levada aos das comunidades de cima, que estavam
sendo explorados pelos comerciantes.
A 26 de junho com uma grande concentração na Catedral de
Parintins abre-se o Ano da Fé.
A 14 de agosto o Governador Danilo de Mattos Areosa, vindo
inaugurar os galpões do porto, visita admirado nossas obras,
elogiando especialmente a Olaria Pe. Colombo e Rádio Alvorada.
A 1º de outubro é inaugurada solenemente a Rádio Alvorada,
pelo Núncio Apostólico Dom Sebastião Baggio. Este no dia seguinte
celebra missa na capela do Maranhão e almoça em Barreirinha. O
povo avisado pela Rádio, aguarda a passagem do seu barco
enfileirado na beira, para receber sua bênção. O povo de Vila S.
Graça, tendo caído a noite, esperou com velas na mão.
A 06 de novembro o Pe. Januário vai para Manaus, e o Pe.
Pedro reassume a paróquia da Catedral e o cargo de Vigário Geral. E
a 08 de dezembro chegam da Itália os novos missionários: Pés. Mário
Pasqualotto e Bento Di Pietro.
80
08.12.67 – No Estádio Municipal realiza-se pela primeira vez a
final do Interlandino da Federação Mariana entre Maranhão,
Araçatuba, Corocoró, Vila Carvalho.
1968 – O bispo participa em Melgar, Colômbia, d’um encontro
missionário do CELAM, durante a semana de 21 a 27 de abril,
presidido pelo Secretário de Propaganda Dom Sérgio Pignedoli.
A 14 de maio vem de Manaus Dom João de Souza Lima, com
o Pe. Mateus George, Secretário do Norte I, e com o Pe. Casimiro
Bestka. O Arcebispo benze a nova casa da olaria e prega um dia de
retiro aos padres reunidos.
Nos dias 15, 16 e 17 padres, irmãos e leigos realizam a 1ª
Assembléia Pastoral.
- Dia 26 de junho vem o Secretário de Educação Vinício
Câmara com o Deputado Estadual Rafael Faraco.
Resolve-se dar amparo e colaboração estadual às escolinhas
construídas pela Prelazia nas comunidades do interior, onde
funcionaram até hoje em capelas e humildes barracas, mantidas por
roçados e serviços comunitários.
Secretário e comitiva hospedam-se no Seminário.
- Dia 05 de julho pela Rádio alvorada desmente-se um boato
tolo, que infelizmente estava recebendo crédito entre o povo simples:
no dia da festa os padres lançariam uma bomba para matar todo
mundo.
Falaram na rádio do Prefeito, o Delegado de Polícia Mozart de
Freitas Vieira, etc. O boato partiu de políticos interessados a denegrir
a igreja.
- Nos dias 09 e 10 de julho há um Encontro de Pastoral, para
programar as atividades apostólicas na Prelazia. Apesar de certas
dificuldades por parte de alguns, chega-se a boas conclusões.
81
- A 16 de julho o bispo publica os decretos que criam o
Conselho Presbiteral e o Conselho Pastora.
- No dia 19 de julho Dom Arcângelo, pela Assembléia
Nacional dos Bispos do Brasil, é eleito membro da Comissão Central,
Secretário Nacional do SNAM (Secretariado Nacional da Atividade
Missionária), por 04 anos. Logicamente para cumprir esta missão de
vez em quando deverá ausentar-se da Prelazia.
- De 15 a 28 de agosto o bispo participa do Congresso
Eucarístico Internacional de Bogotá, aonde no dia 15 chega de Roma
o Papa Paulo VI, a quem uma comissão de Deputados Estaduais do
Amazonas, integrada por Rafael Faraco, filho da Prelazia, apresenta
oficialmente a homenagem de nosso Estado.
- A 10 de dezembro chegam os dois primeiros jovens
“Técnicos cristãos” de Milão, para tomarem conta das oficinas do
Seminário. Logo depois vem um terceiro, seguido um ano depois por
mais três.
A vinda destes jovens italianos afinal foi bastante positiva,
pois realizaram bons serviços na Prelazia. Entretanto por falta de
maior preparação espiritual e de prévia ambientação, não foi perfeito
seu entrosamento com a Prelazia, diminuiu assim a força apostólica
de sua tarefa técnica.
Posteriormente, Jorge Campoleone engajar-se-á em ótimo
trabalho social em Urucará, enquanto dois companheiros tornar-se-ão
industriais, montando a bem equipada Serraria Agromadeiral.
1969 – No dia 1º de fevereiro a Prelazia publica o primeiro
número do semanário “Horizonte”.
- A 07 de junho o Papa Paulo VI recebe em audiência
particular Dom Arcângelo e Dom Giocondo Grotti, bispo de Rio
Branco do Acre.
82
Dom Arcângelo, em nome da CNBB, pode uma espécie de
reconhecimento do caráter missionário das Prelazias por parte da
Santa Sé. O Papa, que aprecia imensamente o trabalho que elas
realizam, faz entender que as mesmas poderiam muito bem serem
ajudadas pelo próprio Brasil, deixando as Pontifícias Obras pensarem
mais nas missões do resto do mundo.
Daí nascerá no Brasil o projeto “Igrejas Irmãs”, seguindo o
exemplo da diocese de Caxias do Sul.
- A 19 de junho, o major Pereira, vindo apurar o fundamento
de calúnias e boatos contra a Prelazia, faz questão de manifestar seu
apreço e agradecimento à Prelazia, pedindo que continue em sua
maravilhosa missão, sem ligar a calúnias e boatos.
- No dia 07 de agosto Dom Arcângelo recebia em Manaus o
título de cidadão brasileiro pelas mãos de Dr. Aderson Dutra, filho da
Prelazia nascido em Parintins, de família de Barreirinha.
O fato foi festejado com calor e afeto pelo nosso povo,
especialmente em Parintins e Barreirinha.
- De 23 a 30 de novembro tivemos a sorte de ver entre nós
Dom Lucas Moreira Neves, secretário Nacional do Apostolado dos
Leigos, da C.N.B.B.
Além de pregar o Retiro aos padres, quis conhecer nossas
comunidades rurais, que elogiou comovido. Chegou a celebrar missa
no Maranhão e na Barreira do Andirá. Em homenagem a ele foi
realizada no dia 30 de novembro a Assembléia Mariana, em lugar de
celebra-la como de costume a 08 de dezembro.
No dia 14 de dezembro chegou mais um missionário da Itália,
o Pe. José Filandia.
1970 – A 16 de fevereiro o Presidente da República assinou o
decreto de utilidade Pública Federal em favor da Prelazia.
83
No entanto, o Centro do Macurany melhora cada vez mais e já
começa a servir para retiros e encontros, além do retiro dos Marianos.
Assim em março a irmã Sá, diretora do Colégio, organizou um curso
para 111 catequistas; foi também realizado um encontro
interparoquial da Legião de Maria, cujos numerosos membros
trabalham com fé e perseverança.
A 05 de abril chega à Prelazia o Pe. Antônio Accurso.
A 1º de maio é instalada uma terceira Paróquia em Parintins, a
de S. José Operário sendo vigário Pe. Augusto Gianola, coadjuvado
pelo Pe. Henrique Pagani. Funcionando como Sede um grande
barracão de palha, conserva-se o Santíssimo em S. Benedito.
No terreno ao lado do barracão já está adiantada a construção
da escola S. José, tanto que na ala de baixo a 04 de maio começa a
funcionar o curso primário para muitas crianças pobres do bairro.
No dia 09 de setembro o Pe. Pedro Vignola é transferido para
a importante paróquia de Adrianópolis, Manaus, e em seu lugar fica
o Pe. Silvio Miotto, como vigário da Catedral e Delegado Geral da
Prelazia.
1971 – No retiro do carnaval participam 740 marianos.
Nos dias 11 – 14 de março realiza-se o primeiro Cursilho de
homens, na Vila Amazonas.
- A 1º de maio é lançada a pedra fundamental da Igreja de S.
José Operário. E durante o mês é reavivada a Comissão de Defesa
contra a enchente, que neste ano atingiu um nível assustador.
A 16 de junho, estando Dom Arcângelo na Itália, para
representar os bispos do PIME no Capítulo Geral, mais uma vez é
recebido pelo Papa Paulo VI.
A 22 de dezembro, voltando ao Brasil, acompanha um novo
missionário, o Pe. Henrique Uggé.
84
- Durante o ano de 1971 foram concluídas as obras do Teatro
da Paz e deu-se andamento à construção da casa paroquial do S.
Coração.
1972 – A treze de janeiro Dom Arcângelo mais uma vez
saboreou os ferros dos cirurgiões, em S. Paulo, Hospital S. Catarina.
Em Roma tinham prognosticado câncer e assim em S. Paulo;
no entanto achou-se um tumor que chamam de benigno só porque
não... mata.
- O retiro do Carnaval dos Marianos só acolheu na Olaria os
de Parintins. Os de Barreirinha, tendo crescido de número fizeram-no
à parte.
- A treze de setembro chega um novo missionário, o Pe. João
Risatti, que por ora se dedica mais ao interior da paróquia do S.
Coração.
- A 10 de outubro inaugura-se o jogo noturno no Estádio Tupy
Cantanhede com uma bonita iluminação. O material é doação da
Prelazia, que favorece o esporte sadio. Para isso cede até uma sede à
Liga para suas atividades.
- A 26 de novembro a Prelazia, com ofertas de fora, adquire
um ponto de apoio em Manaus, uma modesta casa na Rua
Governador Vitório, perto da Catedral.
- Em dezembro os Cursilhistas organizam o Natal dos pobres
em ajuda a muitas famílias necessitadas.
1973 – A 30 de junho escolhe a Prelazia como seu campo de
apostolado o Pe. Vicente Pavan, enquanto três companheiros
preferem Manaus.
- Durante todo mês de agosto no Centro de Treinamento da
Olaria funciona o Seminário Operacional da UNESCO.
85
Na Madrugada do dia 31, enquanto a turma está dormindo
sossegada, um dos costumeiros tufões destelha todo o salão
refeitório, espalhando cacos de telhas por todo lado.
- No dia 27 de setembro instala-se em Parintins o Sistema
MEB (Movimento de Educação de Base), destinado a realizar um
mundo de bem em favor de nossas comunidades do interior.
A instalação deve-se ao Presidente Dom Luciano Duarte,
muito amigo de nosso Prelado.
- A 05 de novembro Dom Arcângelo participa da reunião da
Representativa da CNBB, para a qual foi eleito pelos irmãos bispos do
Norte I.
E no dia 09 é eleito Membro do Conselho Diretor do MEB.
- A 24 de abril Pe. Risatti é vigário do S. Coração, pois Pe.
Domingos vai para a Itália.
1974 – A 27 de abril chega da Itália o Pe. Sossio Pezzella, que
depois de ensinar S. Escritura aos alunos de teologia na Itália, por
tantos anos, vem apóstolo de bem entre nosso povo humilde.
1975 – A 07 de abril os padres iniciam seu Retiro anual,
pregado pelo Pe. Celso Ferreira Pinto, enviado pelo Cardeal do Rio
Dom Eugênio Sales, que considera nossa Prelazia como uma espécie
de Igreja Irmã.
- De 29 de maio a 1º de junho celebramos o nosso Congresso
Eucarístico em adesão ao Congresso Nacional de Manaus.
Na missa do dia 29 o bispo ordena Leitor e Acólito Dílson
Ferreira Brandão que está estudando teologia no Seminário S. José do
Rio de Janeiro.
No dia 29 há uma grande concentração de povo, em romarias
vindas de todos os bairros com bandeiras e faixas. Infelizmente a
chuva obriga o povo a se refugiar na Catedral para a Santa Missa.
86
O dia 30, sempre de noite, há missa para os casados, com
renovação das promessas matrimoniais. Otávio Guedes e esposa
celebram 40 anos de casamento e Taumaturgo Bulcão e Filomena 54
anos.
No dia 31 é a Missa da Juventude. No início 07 jovens pedem
perdão aos adultos; no ofertório além de montar um altar, um jovem
oferece respeito ao velho Mundico Parruda e uma jovem oferece
auxílio a uma menina paralisada.
No dia 1º de junho há uma procissão triunfal com o
Santíssimo, carregado num carro e segurado por Dom Milton Correa,
arce-bispo coadjutor de Manaus. Na missa Dom Arcângelo confere o
diaconato a Dílson Pereira.
A praça está decorosamente enfeitada; e o palanque está em
frente ao arco central da fachada, entre um grande cruzeiro e um
artístico cálice de ferro.
- Colaboramos com o Congresso de Manaus, enviando no dia
nosso cálice de ferro.
Encerrada a festa de N. Sra. do Carmo, na madrugada de 17
de julho uma comitiva de Parintins, com o bispo, o Prefeito Benedito
Azedo e o vice-prefeito Alberto Kimura Filho e muita gente, em
motor especial vai para Manaus.
No dia 20 na Igreja de Adrianópolis Dom Arcângelo celebra
Missa para os parintinenses que estão na capital.
- A 16 de novembro, por ocasião dos vinte anos da Prelazia,
Dom Arcângelo confere a ordenação sacerdotal ao Diácono Dílson
Brandão Pereira.
Com o povo de Parintins participa da cerimônia a família do
padre, vinda de Maués e participam igualmente cerca de 300 filhos de
Maués vindos de propósito a Parintins.
87
- Irmã Marta (Odete) Barbosa, depois de trabalhar tantos anos
com grande amor entre nós, deixa Parintins. Houve outra mudança
este ano: a 07 de fevereiro veio substituir a Irmã Jane, como superiora,
a Irmã Lídia Vicentin.
1976 – A 08 de fevereiro Padre Mário Pasqualotto é nomeado
vigário da Catedral e Vigário Geral da Prelazia.
A 07 de maio vem da Itália o Pe. Egídio Mozzato, que vai
coadjutor a Maués.
A 24 de maio Pe. Sossio Pezzella é nomeado vigário de S. José
Operário.
- Inicia na noite de dez de maio e termina no dia 13, com
concelebração na Catedral, presidida por Dom Arcângelo, a
Assembléia Pastoral da Prelazia. Dom Milton Pereira passa esses dias
conosco dando-nos preciosa colaboração.
- No dia 30 de julho Pe. José Zanelli, que durante três anos foi
superior dos padres e reitor do seminário, viaja para a Itália,
convocado pela Direção Geral do PIME para a equipe de Seminário
de Teologia.
- A 04 de setembro inaugura-se o Hospital Padre Colombo da
Prelazia.
- A 14 de setembro Bruno Mascarin vai estudar teologia no
seminário de Londrina.
No dia 29 seguinte, a Prelazia ganha mais um sacerdote, Pe.
Alfredo Ferronato. Vem dos Estados Unidos, 20 anos depois de ter
passado alguns dias em Parintins, quando recém-ordenado foi
celebrar sua Primeira Missa na Argentina junto de seus pais.
A 11 de dezembro, na praça da Catedral, o MEB organiza pela
primeira vez a Feira Cultural, com interessantes trabalhos de artesãos
do interior.
-115-
88
1977 – Espalha-se na cidade uma carta anônima cheia de
pesadas calúnias contra o Bispo. O interessado é obrigado pelos
amigos a refutar a carta pela rádio. O povo por seu lado reage
organizando uma concentração na Catedral, com milhares de jovens
das escolas, numa Missa de desagravo.
- A 07 de maio conclue-se um frutuoso seminário Vocacional,
coordenado pelo professor Marcílio Coelho Dias e orientado pelo Pe.
Fernando Guimarães, Redentorista, enviado pelo Cardeal do Rio.
Pe. Fernando de 09 a 12 de maio pega o Retiro de padres.
- No dia 14, aniversário da sagração do bispo, o povo em
romaria de todos os bairros, participa da Missa na Catedral. É mais
uma resposta à carta anônima.
- No dia 15 de maio morre o popular Santana, Joaquim de
Freitas Vieira, líder sindical e mariano fervoroso. Foi sempre fiel à
Igreja, sendo um dos primeiros Ministros extraordinários da
Eucaristia.
- No dia 30 de julho uma equipe de Manaus veio fundar a
Escola de Pais; mais um bom movimento para ajudar a pastoral da
família.
- No dia 26 de setembro, completando o Papa VI oitenta anos
de idade, foi-lhe prestada devota homenagem numa alocução
radiofônica do Bispo e numa fervorosa Hora Santa na Catedral, de
noite, por um grande número de jovens.
1978 – O Pe. Francisco Luppino que pelo passado tanto se
esforçou pela nossa Prelazia, como seu procurador primeiro em
Manaus e depois em Brasília, no dia 02 de abril veio fazer parte de
nosso clero.
- Na assembléia Geral da Conferência dos Bispos Dom
Arcângelo no dia 23 de abril foi eleito com mais 36 bispos Delegado à
assembléia de Puebla.
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No dia 30 de julho o Pe. Mário Pasqualotto, vigário Geral da
Prelazia, participa com uma seleta comitiva de Parintins à Sagração
Episcopal de Dom Jorge Marskerll na cidade de Itacoatiara. Na hora
do ofertório, depois da Dra. Terezinha Pinto proferir umas palavras
comovedoras, o Sr. Prefeito Raimundo R. Ferreira e senhora oferecem
ao Bispo valiosos presentes em nome de Parintins.
Dom Arcângelo foi um dos consagrantes de Dom Jorge,
depois de ter participado no dia 23 passado à Sagração episcopal de
Dom Gutemberg Regis Freire na cidade de Coari.
- A 09 de setembro nossos padres recebem a honrosa visita do
Pe. Fedele Giannini, Superior Geral do PIME, que veio passar um
tempo conosco.
1979 – No dia 25 de janeiro Dom Arcângelo chega em Puebla
para participar da 3ª Conferência do Episcopado Latino-Americano.
Dia 27 de janeiro o Bispo participa da Concelebração com o
Papa na Basílica de N. Sra. de Guadalupe, cidade do México.
No dia 28 o Papa, com um discurso maravilhoso, inaugura a
Conferência de Puebla que se encerra no dia 13 de fevereiro com a
votação unânime dos Documentos Finais, preparados por 21
comissões.
No dia 16 de fevereiro Dom Arcângelo chega de volta a
Parintins, feliz por ter rezado na Basílica de Guadalupe e ter
conhecido o México e seu povo tão gentil; mais feliz ainda por ter
dado uma parcela de colaboração à grande Conferência.
- Com data de 03 de março, o bispo envia ao Governador
Henoch Reis dos pedidos: um com 700 assinaturas para que o
governo reestabeleça os Agentes Voluntários de polícia nas
comunidades do interior, pois sua eliminação prejudica gravemente a
ordem e a paz nas comunidades.
90
Outros pedidos é para que interceda em favor da Junta de
Conciliação, pois há ameaça de remove-la para Manaus.
- No dia 25 de março é publicado o Diretório das Festas
Religiosas na Prelazia, de acordo com as normas aprovadas pela
Assembléia Pastoral realizada de 12 a 14 de dezembro passado.
- Na Catedral durante o mês de março renasce a seção juvenil
da Congregação Mariana.
- A 03 de maio o Bispo em Manaus pede ao novo Governador
José Lindoso o reestabelecimento dos Agentes Voluntários do
interior; recebe promessa favorável.
- A 12 de julho, depois de estudar língua e cultura no CENFI
de Brasília, durante três meses, chega na Prelazia seu novo
missionário Pe. John Majka, americano de família polonesa nascido
na Áustria. O mesmo no dia 19 vai coadjutor a Maués.
- A 06 de agosto entra em vigor na Prelazia o Diretório das
Comunidades Eclesiais da Prelazia, de acordo com as sugestões
votadas por 150 Dirigentes do interior durante os dois Cursos de
Dirigentes de 05 a 08 de maio e de 01 a 04 de julho.
- A 22 de agosto morre José Mozart de Freitas Vieira,
Presidente da Federação Mariana há vários anos. Seu enterro foi uma
festa Mariana: o povo que lotou a Catedral só cantou hinos em honra
de Maria SS.
- Durante o mês de agosto, a Prelazia através do MEB
promove um levantamento da população que vive na região da Vila
Amazonas à fronteira do Pará; para derrubar a pretensão dum
engenheiro português radicado em Belém, que se diz dona de toda
aquela terra. Sendo ele o comprador da Vila Amazonas, proclama-se
herdeiro de todos os privilégios da antiga colônia japonesa. Na
realidade a concessão, em que se escora, concedida apenas a
91
faculdade de colocar famílias na região e por um prazo determinado,
que esgotou em 1968.
A Prelazia, irmanada com o Prefeito e os Vereadores, dirige
forte campanha contra a pretensão, em defesa dum povo de mais de
5.000 pessoas, distribuídas em 21 Comunidades com escolas e capelas
e colônias.
Felizmente nossas Comunidades estão bem conscientizadas e
colaboram maravilhosamente.
- 25 de setembro: Dom Arcângelo, em Visita Pastoral às
Comunidades de Cima, para também no Mocambo do Arari,
celebrando em duas das quatros comunidades do lago.
Em S. João releva com satisfação o crescimento da Vila, no
terreno que custou anos de lutas à Prelazia e não pouco dinheiro, e
que no fim foi dado de presente aos padres da região.
A Prefeitura felizmente está secundando o fortalecimento das
comunidades do interior, particularmente d’algumas Centro-setores,
construído até escolas de alvenaria, para nelas organizar o interior
Curso Fundamental.
Tomara que se cuide também das estradas que interligam
algumas comunidades, como fazia o Prefeito Benedito Azedo, de
coração virado para os pobres.
-118-
- A 1º de outubro inaugura-se a Onda Tropical da Rádio
Alvorada, depois de anos de espera. Agora até os mais distantes
poderão receber, com a palavra da Fé, também orientação para sua
libertação do atraso e da miséria.
O nosso Pe. Emilio Buttelli, com sua técnica aprimorada,
cuidou de todas as instalações e até da transformação e montagem do
transmissor.
92
- A 19 de outubro uma equipe nacional da Renovação
Carismática, chefiada pelo Pe. Edoardo, dirige um retiro de dois dias
para os membros da Renovação e um dia de retiro para os padres e
irmãs.
- A 03 de outubro uma numerosa delegação de Parintins,
chefiada por Dom Arcângelo, vai de barco para Óbidos, onde toma
parte na Sagração Episcopal do Prelado local Dom Martinho
Lammers.
- A 19 de novembro Parintins recebe novamente Pe. José
Zanelli, que de boa vontade volta a trabalhar em nossa Prelazia.
- Pe. Emilio Buttelli no dia 30 de novembro, na Câmara dos
Vereadores, pelas mãos do Prefeito Raimundo Reis recebe o título de
Cidadão Honorário de Parintins. É uma resposta eloqüente e oficial a
pasquins “primário”, alimentados por certos exploradores do povo,
que não toleram a incomum perícia radiotécnica do padre,
reconhecida oficialmente pelo DENTEL, e menos ainda toleram sua
atuação de justiça e amor em favor das comunidades do interior.
- O irmão Bruno Mascarin na Missa das 06 do dia 08 de
dezembro, na Catedral de Parintins, recebe de Dom Arcângelo a
ordem de Diácono, à presença dos marianos reunidos para a sua
Assembléia da Imaculada.
1980 – A 1º de abril Dom Arcângelo viaja para Roma em
“Visita ad limina” e passa na Itália dois meses, depois duma ausência
de nove anos.
No dia 16 de abril tem na praça S. Pedro um primeiro
encontro com o Papa João Paulo II; e no dia 19 é recebido em
audiência particular durante meia hora, apresentando no fim os
padres Gabriel Módica e Gino Malvestio.
- Em abril, o Governador Lindoso nomeia de novo os Agentes
Voluntários das Comunidades do interior.
93
- De 04 a 06 de julho realiza-se em Parintins um Congresso de
Jovens com cerca de 3.000 participantes de toda a Prelazia e
delegações de Manaus, Santarém, Óbidos e Urucará. O empenho e o
entusiasmo dos jovens e a palavra de Neymar de Barros conseguem
êxito extraordinário.
- Nos dias 10 e 11 de julho muitos romeiros de Parintins e da
Prelazia tem a felicidade de ver o Papa e receber sua bênção em
Manaus.
Dom Arcângelo janta com sua Santidade na noite do dia 10 e
no dia seguinte concelebra com ela a S. Missa na Bola da Suframa.
Antes de deixar Manaus e o Brasil, o Papa, às 14:12h. pelo
telefone do arcebispo, através de nossa Rádio Alvorada, envia à
Prelazia a maravilhosa mensagem com que se abre o presente livro.
- No dia 13 de julho, há na Catedral Missa Solene do Pe. Bruno
Mascarin, ordenado sacerdote pelo Papa no Maracanã do Rio a 02 do
corrente mês.
- A 15 de julho Dom Jozef Tomko, Secretário do Sínodo dos
Bispos, vindo de Roma em breve visita, concelebra Missa na Catedral
com Dom Arcângelo e ajuda a crismar numerosos jovens.
- A 16 de julho, na Missa de encerramento dos festejos de N.
Senhora do Carmo, Francisco de Assis Serrão Dinelli é ordenado
Leitor e Acólito.
- A 31 de julho, Patriarca Cardeal Marcos Ce de Veneza, pela
manhã, visita o Pe. Pavan em Barreirinha; e de tarde passa quase
duas horas visitando as obras da Prelazia em Parintins.
- A 06 de agosto o bispo visita S. Sebastião do Cabori; a vila
está tendo um grande desenvolvimento, com apoio da Prefeitura e
pelo interessamento do presidente Denizal Pereira. A antiga capela
de alvenaria deverá ser substituída por uma maior.
94
- A 1º de setembro Dom Arcângelo em companhia do
Deputado Gláucio B. Gonçalves visita em Manaus o Governador
Lindoso. Pede-lhe de não deixar instalar em Parintins o projetado
frigorífico da CCE de 450 toneladas, para a exportação de peixe, a fim
de não prejudicar o nosso povo. Seria muito ajudar a colônia dos
pescadores a conseguir um pequeno frigorífico para sua cooperativa;
assim ficaria garantida a alimentação básica de nosso povo e
melhorariam as condições dos pobres pescadores, sem que acabe o
peixe na região.
O Deputado federal Rafael Faraco apóia a tese do povo, e
nossa, com um bonito discurso na Câmara Federal. O mesmo em
maio passado comemorou na Câmara dos Deputados, com
significativo discurso, os 25 anos da Prelazia.
- A 07 de setembro, o desfile do Dia da Pátria, com milhares
de estudantes de tantas escolas, fez ver que a Parintins de hoje não é
mais uma cidadezinha de 3.000 habitantes como na criação da
Prelazia. Hoje sua população é calculada entre 35.000 e 40.000
moradores, com 11.000 estudantes.
É realmente a Capital do Médio Amazonas, cheia de vida e
progresso.
No desfile do Colégio N. Sra. do Carmo, com seus 1.500
alunos, celebrou a vinda do Papa a Manaus e os 25 anos da Prelazia,
com belíssima coreografia, obra do nosso artista Jair Mendes.
- A 12 de outubro realiza-se uma Assembléia extraordinária
dos Marianos, em preparação ao jubileu de prata da Prelazia, que
será festejado de 13 a 16 de novembro, com a presença do Cardeal do
Rio Dom Eugênio de Araújo Sales.
95
Parintins, 14 de maio de 1961 – Sagração episcopal de Dom
Arcângelo Cerqua: ao seu lado o Núncio Dom Armando Lombardi e Dom
João de Souza Lima, arcebispo de Manaus.
97
“EU ME AJOELHO”
Homenagem aos Missionários da Amazônia
98
Vamos pois lembrar as figuras dos missionários que
morreram durante os 25 anos da Prelazia, perante as quais o Papa se
ajoelha.
101
O veículo investidor pertencia a um grande amigo e tinha sido
consertado pelo padre na mesma semana anterior. Foi jogado de mau
jeito no canto da calçada, construída naqueles dias. Bateu com o lado
direito, onde tinha latinha e garrafinha.
Chegou em casa carregado por amigos; socorrido pelo
médico, recuperou colorido e fala, e tendo boa pressão aliviou nossa
apreensão. Mas infelizmente durante a noite as dores e os vômitos
revelaram hemorragia interna.
Amanhecendo o dia 05, o governador Gilberto Mestrinho, fez
tudo para mandar da capital um avião militar para buscar o padre,
mas não foi possível. Então resolveu fretar um aéreo da Panair e
enviar um cirurgião e anestesista. Porém na hora do vôo a situação do
acidentado fez renunciar ao socorro; apresar de abundante transfusão
de sangue, só o Dr. Inaldo ofertou meio litro, não havia mais
possibilidade de sobrevivência.
Às 13:00 o padre confessou-se piedosamente com Pe. Januário
e com aperto de Mão e sorriso despediu-se dos confrades. Consolava-
se beijando o Crucifixo e apertando o Bentinho de N. Sra. do Carmo.
A um certo momento quis pedir perdão ao Bispo, ele que lhe
fora sempre um dos mais devotos amigos. Suas últimas palavras
foram: “Monsenhor, escreva para mamãe”. Seu corpo velado durante
a noite no hospital, de manhã foi levado na matriz para as Santas
Missas.
A cidade suspendeu o Carnaval e toda população participou
do enterro. Quando o esquife era levado pela rua da frente, entrava
no porto um navio com abordo o torno mecânico há tempo esperado
pelo padre.
Era o melhor mecânico da cidade e amigo e mestre dos
mecânicos e motoristas.
102
Nascido em Buffalora Ticino, Itália, de Mario Colombo e
Ettorina Manente, em 27.02.1925, entrara no seminário para as
Missões aos vinte anos de idade, quando era experiente mecânico da
grade firma “SAFFA” de Magenta, que sempre o amou quando
missionário na Amazônia, enviando-lhe ofertas e maquinários.
Ordenado sacerdote em 27.06.1954, veio para Manaus em
1955; de lá passou à nossa Prelazia, a 23 de junho de 1958.
Sabia conciliar trabalho material e espiritual.
No apostolado exigia muito de si e dos outros, embora fosse
paternal e compreensivo. O trabalho material era caminho para Deus
e para a caridade.
Pode-se dizer que a bomba d’água e motor de luz da cidade só
viraram naquele tempo pela vigilante assistência de Pe. Colombo.
A ele devemos o início da nossa Olaria, juntamente dedicada a
seu nome.
Seu corpo repousa em nosso cemitério, alvo contínuo de
homenagens devota de nosso povo.
Sua mãe, a velha Ettorina, todo ano por ocasião da Páscoa e
Natal, escreve prometendo orações pela Prelazia e agradecendo pelo
carinho com que Parintins honra a sepultura do filho.
104
Pe. ISEO SANDRI
105
Não conseguiu aprender a língua deles; mas o amor que seu
coração lhes devotou foi uma linguagem altamente clara e cativante.
106
Faleceu de hemorragia cerebral, enquanto levava conforto ao
velho pai gravemente enfermo.
Padre humilde, mas sensato e zeloso, gozou sempre do afeto e
da estima de seus confrades; por isso foi consultor diocesano na
Prelazia e membro do Capítulo Geral do PIME.
107
seu trabalho apostólico, somente a um mês da morte entregou-se aos
médicos, que lhe descobriram o pâncreas já desfeito pelo câncer.
Prostrado em leito de dor, deu exemplo fúlgido de aceitação
jovial do sofrimento e daquele santo otimismo que o distinguiu em
sua vida.
O bispo aguarda com delicada religiosidade suas últimas
cartas da Itália, perpassadas de amizade profunda para ele e a
Prelazia.
A mãe do Padre faz questão de enviar a Parintins a
medalhinha de ouro que o filho costumava carregar no pescoço.
108
Pe. Vitório Giurin falando com João Paulo II
109
IGREJAS EM PARINTINS
115
Pe. fazia questão de “pagá-lo bem”, como o mestre aos 84 anos de
idade em 1980 lembrava comovido.
Igreja adquiriu também novas imagens. A de Cristo morto foi
ofertada por João Mello, a de Cristo Crucificado por Renato Baptista,
enquanto Luiz Souza deu os quadros da Via Sacra.
Em 1948 Agenor Dinelli ofertou a imagem de N. Sra. do
Perpetuo Socorro, Maria de Nazaré Teixeira deu a imagem de S. João
Batista e o povo de N. Sra. das Graças (Tombo, pag. 21).
Em 1951 a torre ganhou sinos novos:
1º, de 210 kg, oferecido por Renato Batista com o nome de
“Deum Laudo” louvo ao Senhor.
2º oferecido pelos paroquianos com nome “Vivos voco”,
chamo os vivos.
3º ofertado por Homero Fonseca com o nome de “Mortuos
plango”, choro os mortos.
No mesmo ano toda a igreja foi pintada de novo e a torre foi
melhorada com dois pisos de massa e cimento.
Em 1952, nos meses de setembro e outubro, durante a Missão
dos padres redentoristas, foi levantado o Cruzeiro e foi colocado na
torre o relógio, que pela metade foi pago pelo Sr. Francisco Braga “O
Malagueta”, esposo de Dona Clarina Bulcão.
Instituída e instalada a Prelazia, a igreja a 13 de novembro de
1955 passou a ser Igreja Catedral.
Naturalmente seu decoro recebeu grandes cuidados por parte
dos padres.
O Pe. Jorge Frezzini em 1956 mandou fazer o forro novo e
pintura na Capela à direita, no templo dedicada ao S. Coração, com a
colaboração de Olimpio Guarany e sua esposa Dona Nena.
116
Foi feito um novo altar mor, dois altares laterais, dois nichos
em marmotite; calçadas em redor da igreja e pintura interna e
externa.
Em 1958 teve que ser escorado o templeto da torre dos sinos
com viga e lage de concreto armado, pois os pisos de massa e cimento
feitos em 1951 estavam cedendo.
A 31 de maio de 1962 a Imagem de N. Sra. do Carmo passou
para a Capela provisória da Catedral, para onde foi transferida a
Catedral e a paróquia N. Sra. do Carmo.
Entretanto no mesmo dia foi criada a nova paróquia do S.
Coração e como sede foi escolhida a antiga Igreja de N. Sra. do
Carmo.
Nos anos de 1965-1966 o vigário Pe. Januário Cardarelli,
seguindo um projeto de Pe. Silvio Miotto construiu meia igreja
completamente nova, desde os alicerces: isto é, altar mor, capelas
laterais e sacristias.
Em 1966 o Pe. Antônio Caliciotti terminou os serviços,
mandando fazer reboco e pavimentação, e colocando nincho
apropriado o Titular da Paróquia, o S. Coração.
É claro que de tempo em tempo vem sendo renovada a
pintura. A última foi realizada, a custa dos Srs. Jorge Kawakami e
Luiz Lobato Teixeira em outubro de 1979, quando foi reformado o
nincho do S. Coração de Jesus e o Irmão Miguel De Pascale pintou
anjos na parede da abside.
117
CATEDRAL DE NOSSA SENHORA DO CARMO
118
Em alguns casos valeu muito o apoio moral do Prefeito José Esteves,
que até doou uma sua casa em favor d’um ocupante.
1960 – No encerramento do mês de maio, o Pe. Jorge inventa a
cerimônia do “primeiro golpe de picareta” dado pelo Prefeito no
lugar da Catedral, para alimentar o entusiasmo do povo.
No dia 16 de julho, coloca-se a Pedra Fundamental da
Catedral, ao término da Procissão de N. Sra. do Carmo. Na hora a
Comissão recebe boas ofertas dos que assinam o pergaminho
lembrança.
- 26 de setembro – O Governador Gilberto Mestrinho visita as
obras em andamento e deixa seu óbulo.
- 1961 – 20 de agosto – Pe. Jorge traz o projeto completo de São
Paulo, de autoria do engenheiro italiano Giovanni Butori, que o
prepara gratuitamente por amizade aos nossos padres e em
homenagem a Maria Santíssima.
Passando por Recife, Pe. Jorge compra uma boa quantidade
de cimento.
- 05 de novembro – Inicia a construção da Capela, Catedral
provisória. Um que morava há dois anos de graça no lugar, só saiu
quando viu cavar os alicerces no meio da barraca.
01.05.62 – Benção da Capela, Catedral provisória, e nomeação do Pe.
Pedro Vignola vigário da Paróquia da Catedral. A velha
matriz fica sede da nova paróquia intitulada ao S. Coração
de Jesus e como seu vigário é nomeado o Pe. Januário
Cardarelli.
- Os festejos de julho realizam-se na praça da velha matriz;
mas a procissão final conclui-se na praça da nova
Catedral.
1963 – Em fevereiro sobem as paredes da abside e das alas laterais.
119
Em abril, pela Semana Santa, as santas cerimônias dividem-se
entre as duas igrejas. A Procissão do Encontro entretanto
concentra-se na praça da nova Catedral.
Em julho, organiza-se o arraial dentro do terreno da paróquia,
à direita da capela provisória; por sinal desenvolve-se muito
ordeiro e poético no meio do arvoredo.
1964 – Durante os festejos de julho, operários voluntários em grande
número lançam a aguada no piso da Catedral, trabalhando de
noite nas horas do arraial. Tanto que no dia 15 a Novena
celebra-se dentro da Catedral.
1965 – As cerimônias na Catedral em construção, na Semana Santa,
enfrentam vento, que apaga o Círio no Sábado, e chuva, que
obriga a encurtar o Pontifical na tarde da Páscoa.
Todo o novenário dos festejos de julho celebra-se na Catedral
em construção e no dia 17 o Bispo lê na igreja os 120 nomes
dos que ofereceram vales.
– Por sugestão do Sr. José, da Casa Preferida realiza-se em favor da
Catedral o Primeiro Festival Folclórico de Parintins, na quadra
paroquial inaugurada no ano anterior a 06 de junho.
1967 – No retiro do Carnaval o bispo lança a campanha do
madeirame para o telhado. Os marianos do interior oferecem
mais de 15.000 palmos de itaúba de primeira. Com a resolução
posterior de fazer a cobertura com armação de ferro, a venda
da madeira cobre quase toda a despesa do ferro.
1968 – A 15 de fevereiro assina-se com Cibresme o contrato da
armação de ferro do telhado e no dia 21 de maio vem o
engenheiro José Maria para estudar melhor in loco o projeto,
especialmente da abside.
1969 – A 13 de março começa a ser montada a estrutura metálica do
telhado e fica pronta o seguinte 03 de abril.
120
No dia 24 de maio uma boa salva de foguetes festeja o
completamento da cobertura com telhas de amiato e cimento
vindas da Colômbia.
A 10 de outubro os marceneiros da cidade tomam o
compromisso de oferecer as 13 portas da igreja e das
sacristias.
1970 – A 20 de junho é sentada a última porta, a central de entrada.
1971 – Neste ano e em 1972 rebocam-se as paredes internas. A capela
do Santíssimo recebe um bonito altar de mármore de Carrara.
Fora preparado para uma Catedral da Birmânia, mas à causa
da guerra e das mudanças políticas naquele país, ficou
armazenado na Itália. Nosso Bispo conseguiu que o Pe.
Pascoal Ziello, seu conterrâneo, grande devoto da Virgem, o
desse de presente a N. Sra. do Carmo.
1972 – A 06 de julho chega da Itália o ferro de cantoneira e começam
logo a ser montadas as janelas na oficina do Seminário.
1973 – A 05 de abril chega da Itália também o acrílico, para as janelas.
Durante o resto de 1973 e no ano todo de 1974 continuam os
serviços das janelas e do reboco das paredes.
1975 – A 03 de maio termina o nivelamento do piso com uma camada
de massa.
No entanto o preito Dr. Benedito Azedo melhora a praça com
calçadas e pavimentação da parte central.
1976 – A 23 de agosto inicia a pavimentação do piso com tijolinhos da
Olaria Pe. Colombo, seguindo o conselho do Dr. Severiano
Porto, conhecedor da Olaria e da Catedral.
1977 – O irmão Miguel De Pascale de 06 de janeiro até 22 de julho (dia
que vai de férias na Itália) ilustra a Catedral com
impressionantes pinturas. Na Capela da Eucaristia desenha a
Ceia no centro aos lados a Multiplicação dos Pães e os
121
Discípulos de Emaús. Na Capela de Penitência pinta a
Crucificação de Jesus, no meio e aos lados o Bom Pastor e o
Filho Pródigo.
A 25 de janeiro está pronta a pavimentação do transeto.
A 11 de julho inicia a construção do trono de Nossa Senhora.
1978 – Para a festa de julho pinta-se o trono da Virgem e pavimenta-
se o piso da nave principal e do átrio.
1979 – O Irmão Miguel pinta na abside, à direita, cenas do Novo
Testamento (Anunciação, Natal, Cana da Galiléia) e à
esquerda episódio do Antigo Testamento (Elias no Monte
Carmelo, A Promessa no Paraíso Terrestre, Ester).
Coloca-se novo aparelho de som e procede-se às escavações
da torre.
A fachada da Catedral é revestida de ladrilhos de barro,
produto de nossa Olaria.
1980 – A 24 de março terminam os trabalhos de fundição dos alicerces
da torre, cujo estudo técnico foi preparado pela SUPLAN, por
ordem do engenheiro Dr. Simão Assayag, que dá toda a
assistência técnica à construção da torre.
Sendo modesta demais a renda da festa de julho de 1980, o
Bispo em companhia de Sebastião Araújo e outros voluntários
consegue um Livro de Ouro um bom auxilio para a torre, que
vai subindo lentamente.
122
O terreno, tinha sido já adquirido anteriormente do Sr.
Juvenal Ribeiro, acrescentando uma faixa doada pelo Deputado
Federal José Esteves.
A paróquia foi instalada a 1º de maio de 1970, tendo como
sede um barracão de palha, levantado pelo Pe. Augusto Gianola, que
foi constituído o primeiro vigário.
Naquela mesma semana ficou pronta uma parte da Escola São
José que começou logo a receber alunos do curso primário. Mais
tarde, para o ano escolar de 1972 todo o prédio estava pronto.
A pedra fundamental da igreja foi lançada a 1º de maio de
1971. O projeto foi obra do Pe. Fulvio Juliano, sacerdote italiano,
missionário em Macapá. A construção pelo empenho do Pe. Augusto
e do povo, e pela cooperação da Prelazia que ofereceu 8.000 tijolos.
Foi realizada em pouco tempo, sendo inaugurada a 1º de maio de
1972.
Notável um Crucifixo pintado na parede atrás do altar pelo
Pe. Henrique Uggé.
A 19 de abril de 1973 foi nomeado vigário da paróquia o Pe.
Vittorio Giurin, o pai dos pobres e doentes. A 1º de maio de 1976
assumiu como vigário o Sóssio Pezzella, que em 1977 construiu a casa
paroquial em alvenaria, em 1980 o Jardim da Infância.
124
CAPELA DE SANTA CLARA
125
Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Parintins
já Matriz de N. Sra. do Carmo
126
Parintins, 16.07.1960 – Bênção da pedra fundamental da Catedral
de N. Sra. do Carmo
127
Catedral de N. Sra. do Carmo – Parintins
Parintins – 12.10.1980
128
N. Sra. do Carmo: Imagem no altar Mor da Catedral de Parintins
129
Parintins, Igreja paroquial de S. José Operário
131
132
OBRAS DA PRELAZIA EM PARINTINS
133
comércio anêmica e moribunda; para cursos superiores era preciso ir
a Manaus, o que era permitido apenas a alguns ricos pecuaristas.
-183-
No fim de janeiro de 1961 foi autorizado o Curso Pedagógico.
Por um convênio de 10 de novembro de 1975 a partir de 1976 o 2º
grau foi assumido pelo Governo Estadual.
No presente ano de 1980 o estado assumiu também o Curso
Ginasial; e a matrícula geral do Colégio é a seguinte: 576 alunos nas
primeiras quartas séries; 301 no ginásio; e 626 no 2º Grau, sendo 316
de Básico, 237 do Magistério e 154 do Técnico.
Além das pioneiras, todas as irmãs que trabalharam e
trabalham no Colégio merecem nossa gratidão, especialmente a Irmã
Maria Amélia de Amorim Sá, Diretora de 1964 a 1972 e a Irmã Lídia
Vicentin que o vem dirigindo desde fevereiro de 1975.
134
Assim a olaria Padre Colombo tornou-se uma opinião do
Coronel Engenheiro Walter de Andrade, Governador do Estado, a
melhor olaria do Amazonas.
Aproveitando o ótimo limo do Macurany, fabrica produtos
cerâmicos de ótima qualidade: tijolos, combogós, ladrilhos para piso e
revestimento, lajotas, manilhas, telhas etc...
Administrada sem visar lucro, mas apenas para
autosustentação, é uma verdadeira obra social, ganha-pão para um
exército de operários no ramo das construções.
-184-
RÁDIO ALVORADA
138
Orlando Hatta, que cuidou também da elevação da torre e da
colocação dos radiais.
A 07 de maio de 1967 o Diário Oficial publicava a aprovação
das instalações.
-187-
A 1º de outubro a Rádio Alvorada foi oficialmente inaugurada
pelo Núncio Apostólico Dom Sebastião Baggio.
Sendo nossos padres de nacionalidade estrangeira naquele
tempo, formou-se uma sociedade de 3 pessoas sob a presidência de
Rafael Faraco, que sempre confessou tratar-se de capital de Prelazia, e
que ele, prestara seu nome para beneficiar nosso povo, nunca
valendo-se da rádio por seu interesse particular, presidindo-a com
uma discrição admirável.
Depois de três anos de luta e de interessamento do Sen. José
Lindoso, a 27 de fevereiro de 1978 o Presidente Geisel aprovou a
concessão da Onda Tropical que foi inaugurada a 27 de fevereiro do
ano passado, graças ao trabalho altamente técnico e diuturno do Pe.
Emilio Buttelli.
Ultimamente na sua viagem a Itália para a visita ad limina
Dom Arcângelo conseguiu US$ 20.000,00 de Propaganda Fide e
10.000 de Adveniat para um novo transmissor de Ondas Médias de 5
Kw que está sendo construído.
140
Houve colaboração da SPVEA, mas as contribuições
substanciais vieram de:
Total $
84.000
141
Neste ano o seminário tem 18 alunos: 04 do Supletivo, 03 de
ginásio, 04 do básico e 06 do 2º Grau.
Estudam atualmente no Rio de Janeiro:
Francisco de Assis Dinelli no último ano da PUC;
Manuel do Carmo Campos no último ano de Filosofia em S.
Bento;
João Vitor Fontes Ramos; e
Josemir Nogueira Teixeira no primeiro ano de Filosofia sem.
Bento.
145
Colégio N. Sra. do Carmo – Parintins
146
Centro de Treinamento do Macurany
147
Parintins, 1º de outubro de 1967 – Inauguração da Rádio Alvorada
– Chegada do Núncio Dom Sebastião Baggio
148
Parintins – Seminário Escola Profissional João XXIII
149
Escola Profissional João XXIII de Parintins
150
1º Congresso de jovens em preparação aos 25 anos da Prelazia
Parintins 04 – 06 de julho de 1980 no Parque das Castanholeiras.
151
Hospital Pe. Colombo – Parintins
Médicos e enfermeiros
MAUÉS
SUAS ORIGENS
153
havia nos Magués...; o sétimo toda a nação Majuariá, com parte da
nação Monçaú e Ubuquara do Rio Magués”.
Ao que parece Maués foi residência missionária, mas não
permanente; os padres residiam mais em Tupinambarana e Abacaxis
e visitavam Maués de quando em quando. Mas mesmo assim
incidiram fortemente naquele povo índio, pois com toda
probabilidade remontam à atuação dos jesuítas aqueles cânticos
religiosos que são lembrados devotamente até hoje.
Infelizmente veio a tempestade Pombalina e também aquela
missão sumiu do mapa. Ficaram entretanto no lugar encravadas no
chão numerosas igaçabas que antes da pavimentação todo mundo
podia admirar nalgumas ruas.
Os MUNDURUCUS, MAUÉS e MURAS que habitavam a
região sem os missionários tornaram novamente ariscos. Na segunda
metade do século dezessete os Maués eram tão arredios, que a 03 de
outubro de 1769 o Governador do Grão Pará, Ataíde Teive, proibiu
qualquer aproximação com eles.
Em 1785 foram pacificados os Muras.
Em 1793 Lobo D’Almada, graças ás suas habilidades e ao seu
espírito de fraternidade, conseguiu pacificar os Mundurucus.
Em 1795 deu ordem à sua escolta de “agarrar dois índios e
traze-los à presença do governador, que os mandou curar dos
ferimentos recebidos na luta com os soldados e depois repô-los entre
seus fartos de presente”. (Encicl. Dos Municípios, pag. 208).
O ardil foi eficaz e ajudou na pacificação, tanto que em pouco
tempo foi possível criar povoado como Lusea, Canumã, Juruty e
reavivar outros como Abacaxis e Tupinambarana.
2 – Em 1796 foi para Maués José Rodrigues Preto em companhia de
Luiz Pereira da Cruz, que em 1798 fundaram LUSEA, tirando o nome
da combinação de duas sílabas de seus nomes com o acréscimo do
154
“a”. O nome índio era “Uacituba”. Não demorou, nasceram sérios
atritos entre Cordovil da Tupinambarana e José Rodrigues,
especialmente porque Cordovil aliciava os Maués para o seu
comércio.
- 210 -
155
A Junta responde que é “hum grande problema de difícil
resolução” e que a proposta era contra “a liberdade de comércio a
qualquer com os Gentios”.
Quanto à jurisdição temporal do padre sobre os índios, a
mesma é como “do Pay sobre o filho ou do Tutor sobre o Popilo”;
pelo resto “os descidos devem ficar sujeitos à jurisdição civil”.
Entretanto “tais cazos da sua competência tomará delles conta
pelo modo entre V.M.ce ambos ajustado, mais adaptado às
circunstância dos Gentios”.
Ao que parece não era fácil para o Pe. Pacheco andar de
acordo com José Rodrigues, pois a última modalidade de “Missão”
colocava as autoridades civil e religiosa em sérias perplexidades pela
mistura de mútuas competências.
- 211 -
156
Em 1827 o Pe. Pacheco assina o livro de batizados “vigário
interino” (Livro dos batizados de Maués); e no Livro de Parintins
lemos que a 28 de maio de 1834 autoriza a abertura do mesmo na
qualidade de Vigário Geral do alto Amazonas.
A pag. 38 do livro de Maués assina ainda Vigário Geral do
Alto Amazonas a 15 de abril de 1839.
5 – Em 1832 Lusea “foi teatro de barbaridades praticadas pelos índios
Maués, que em seu furor assassinaram diversos indivíduos” sob a
direção do tuchaua Manuel Marques. Eles estavam convencidos que
se planejava escraviza-los; por isso mataram o destacamento local de
30 soldados e outros brancos que lhes caíram às mãos. (Encic. Dos
Munic., pag. 208).
Em 1833, a 25 de junho, Lusea foi elevada a Vila e logicamente
a Minicípio.
Em 1835 os Cabanos fizeram de Lusea um dos seus principais
redutos, onde resistiram logicamente. Foi só a 25 de março de 1840
que a luta acabou, quando 980 cabanos depuseram as armas nas mãos
do comandante governativo Coronel Miranda Leão, sendo
intermediário frei Joaquim de Santa Luzia, missionário de Canumã e
vigário coadjutor para Lusea.
-212-
157
6 – Em agosto de 1847 Lusea recebe a Visita Pastoral do Bispo de
Belém Dom José Afonso de Moraes Torres.
No dia 1º o Prelado parou no Massauari, na capela construída
pelo Padre Pacheco. Lá havia uma casa de propriedade do Vigário
Geral do Alto Amazonas, Pe. Antônio Manoel Sanches de Brito.
O bispo ajudado por um capuchinho nas pregações, crismou
170 pessoas.
No dia 13 chegou em Lusea, hóspede de José Coelho Miranda
Leão. (Voz de Nazaré, 20.08.1978).
7 – Ao criar-se a Província do Amazonas em 1852, Lusea era um dos
04 municípios existente na região.
Em 1853 de Lusea foi desmembrado o município de Villa
Bella da Imperatriz (Parintins).
Pela Lei nº 151 de 11 de setembro de 1865 Lusea passou a ser
chamada Vila da Conceição; até que em 1892, por força da Lei nº 35
de 04 de novembro, foi adotado o nome de MAUÉS, que dos índios
passou ao rio e deste à cidade.
158
depois foi transferida para Juruty Novo pelo Pe. João Brás em 1823
(pag. 65-50 de Santarém). Pe. Sanches fora vigário de Óbidos em 1838.
-213-
Na realidade há batizados dele de 1841 a 1850,
ADMINISTRADOS NO Massauary, onde tinha uma propriedade.
Até 1845 é anotado como Vigário Geral do Alto Amazonas; mas com
certeza permanecia no mesmo cargo em 1847, durante a visita
pastoral de Dom José Afonso Moraes Torres. Este se hospedou na
fazenda do Sanchez em Parintins, com casa bem avarandada e capela
dedicada ao espírito Santo, e na outra propriedade que o mesmo
possuía no Massauary.
Há livros paroquiais autorizados por ele, como Vigário Geral;
assim por exemplo o Livro I de Parintins.
Ele foi com Ambrosio Aires chefe dos legalistas na guerra da
Cabanagem.
- De 1844 a 1847 é vigário interino o Pe. Manuel Ferreira
Barreto. Mas em maio de 1845 há batizados administrado pelo Pe.
João Monteiro da Cunha, vigário de Juruty; e em 1846 há outros
conferidos pelo vigário interino Pe. Gaspar Porpino Delgado.
- Em 1848 no Livro I de Parintins aparece o Pe. Domingos
Pires Cardoso, vigário de Maués e encarregado de Parintins.
- Em 1848 a 1853 é vigário interino Pe. Joaquim do Espírito
Santo Dias e Silva.
- Em 1855 é lembrado o nome do Frei Marcelo de Santa
Catarina de Sena; mas é dado como vigário colado o Pe. Julião
Joaquim D’Abreu, ordenado em Belém a 15 de março de 1854. Assim
se resume do Livro I de Barreirinha.
- Em 1856 inicia a paróquia do Pe. Joaquim Gomes Freire da
Silva, que vai até 1873. Este padre assina “vigário interino” até 1860,
quando começa a assinar “vigário collado”. Homem cuidadoso
159
transcreveu os batizados administrados por seus antecessores por
vários anos.
- Em 1873, de 14-08 a 08-10 é vigário interino Pe. JOSÉ
TOMAS DE ALBUQUERQUE, que voltará a passar alguns meses em
Maués em 1891.
A respeito deste padre vou referir algumas noticias
(“Desbravadores” de V. Hugo, pag. 200, Vol. II):
Nascido em Cajazeiras (Paraíba) em 1828, exerceu apostolado
em vários lugares, como Meruoca, Tiangá etc... Em 1873 passou uns
meses em Maués, voltando logo depois ao Ceará.
O pároco de Canindé Pe. José Laurindo dos Santos, em
.....15.02.1881, escrevia ao Comendador José Francisco Monteiro de
Humaitá que o Pe. Albuquerque desejava voltar para o Amazonas e
precisamente em Humaitá.
-214-
164
eleito prefeito o candidato de Homero de Miranda Leão, o “Donga”,
José Batista Miquiles, de religião adventista.
O fato contristou fortemente o padre, que resolveu deixar
Maués. Porém, tendo pena do povo, agüentou até a festa de 1948,
quando já sabia da vinda dos padres do PIME.
1948 – Na realidade a 16 de junho de 1948 foi estudado um
Convênio entre Dom João da Mata e o PIME, representado pelo Pe.
Aristides Pirovano. O bispo comprometia-se a dar uma Prelazia ao
Instituto, incluindo Maués.
O Convênio foi aprovado pela Santa Sé a 18 de setembro. Mas
já antes, exatamente a 31 de julho, tinham chegado em Maués, pelo
Aquidaban, o Pe. Mário Giudici, nomeado vigário, e o Superior dos
Padres Pe. Alberto Morelli, que por enquanto ajudaria como
coadjutor.
-218-
165
1952 – O Pe. Mário Giudici adoece e vai se tratar no Sul e o Pe.
Bellini torna-se vigário, ajudado pelo Pe. Sante Cortese, desde
outubro de 1950 trabalhando em Maués.
1953 – O Pe. Bellini vai ao Sul doente, e em fevereiro assume a
paróquia o Pe. Jorge Frezzini, que movimenta cidade e interiorcom
um apostolado intenso, dando vigor às irmandades, particularmente
aos Marianos, e, através da coleta de Guaraná, construindo o Colégio
São Pedro, com a colaboração do Sr. Henrique Magnani, que orienta
toda a construção.
1954 – Chegam em Maués os Padres Iseo Sandri e Danilo.
1955 – Visitam Maués dois Arcebispos da China, Dom
Lourenço Balconi e Dom Caetano Pollio, já na iminência da criação da
Prelazia.
A PARÓQUIA NA PRELAZIA
167
1966 – A 21 de janeiro é nomeado Vigário Pe. João Andena,
pois o Pe. Danilo por motivo de saúde é transferido ao Sul do País.
Em setembro iniciam reuniões de grupos de famílias, no
bairro da Maresia, criando espírito comunitário.
-220-
168
“Fraternidade”, com sócios contribuintes, em prol dos doentes
necessitados.
- A 14 de setembro pelo incentivo do Padre Luciano Basílico
inicia a construção da capela “Cristo Pescador” no bairro Ramalho
Junior (Aldeia).
1973 – Em dezembro celebra-se uma semana vocacional, em
preparação à primeira Missa, em sua terra natal, do neo-sacerdote
redentorista Carlos Fernando Viana Barbosa.
1974 – A Campanha da “Fraternidade” resolve construir uma
casa de recuperação para os doentes de T.B.C.
- A 15 de setembro começa a atuar o Conselho Paroquial de
Pastoral.
1975 – A 12 de outubro, presentes o Prefeito Theodomiro
Muniz e algumas autoridades de Manaus, inaugura-se a Casa de
Recuperação “Pe. Jorge Frezzini”.
-221-
169
1977 – A 28 de maio Dom Arcângelo benze a nova Matriz,
faltando só piso e pintura.
1979 – A 19 de julho chega em Maués como vigário coadjutor,
o padre John Maika, americano de origem polonesa, nascido na
Áustria.
- A 19 de agosto o Pe. Andena despede-se com uma Missa
Campal ao sair de férias para a Itália.
- O substituto Pe. Egídio aumenta a capela do “Cristo
Pescador”; legaliza algumas propriedades da paróquia; compra da
Senhora Maria Mafra um terreno que no futuro poderia servir de
Centro de Treinamento.
No campo do apostolado, além de manter bem vivas as várias
iniciativas do Pe. Andena, aviva os antigos movimentos e
irmandades, especialmente os Marianos, tão beneméritos do passado.
- As irmãs são as redatoras principais do boletim paroquial, o
“Taoca”.
1980 – A 28 de janeiro chega de volta da Itália o Pe. João
Andena e reassume a direção da paróquia.
- Na última semana de fevereiro realiza-se a primeira etapa
deste ano do curso de Catequese. Até hoje há 45 diplomados e 120
continuam estudando.
- No fim de junho Pe. Egídio viaja para a Itália.
-222-
171
- A 11 de maio, no almoço com o Núncio Lombardi no Palácio
Rio Negro, o Prelado de Parintins congratula-se com o Governador
Gilberto Mestrinho pela criação do Município de Boa Vista.
-223-
172
1974 – O Pe. Gabriel Módica, coadjutor de Maués, toma conta
da região de Boa Vista.
Cuida logo da construção da nova capela e dedica-se com
incomum interessamento ao progresso da Vila e da região, ao ponto
de ser chamado pelo povo “Governador do Ramos”.
1977 – Pelo Pe. Gabriel é levantada a projetada mini-
residência paroquial.
1979 – Pe. Gabriel vai para a Itália em viagem de férias e
estudos e é substituído pelo Pe. Henrique Pagani, durante sua
ausência.
1980 – Em agosto Pe. Henrique Pagani vai de férias para a
Itália e o Pe. Gabriel volta novamente a cuidar de Boa Vista, por
enquanto.
-224-
173
Maués – Igreja Paroquial
174
Parintins, 16 de novembro de 1975 – Ordenação sacerdotal de Pe.
Dílson Brandão Pereira
175
Francisco de Assis Serrão Dinelli
ordenado diácono em Maués a 03.08.1980
BARREIRINHA
A CRUZ NO ANDIRÁ
177
Mais tarde, já no inicio do século décimo oitavo, aparece
novamente “Andirá”, mas já como fazenda de Manuel da Silva
Lisboa.
Em seguida fala-se de Andirá como duma espécie de distrito,
sendo seu inspetor o índio Crispim Leão.
Aurélio Andrade (Sinope histórica do Mun. de Barreirinha,
pag. 15) diz dele:
“Vaidoso, prepotente, enfeitiçado pelo cargo, se tornou
atrabiliário, sanguinário e verdugo de seu povo”.
Na realidade Aurélio transmite a opinião do Cônego
Bernardino de Souza no seu livro “Comissão do Madeira, Pará e
Amazonas”.
Citemo-la textualmente:
“No exercício do cargo de director dos índios praticou este
homem de índole perversa actos de tanta barbaridade, que foi
necessário destituí-lo. Não desanimou porém Crispim com essa
resolução, e seguindo furtivamente para a Capital, por tal forma
iludiu o Governo, que obteve deste brindes para uma povoação de
índios, cuja existência phantasiou, como recomendações às
autoridades de Villa Nova da Rainha, para o protegerem e
dispensarem consideração. Contando com elementos tão favoráveis,
não parou Crispim Leão nos desatinos, até que envolvendo-se na
revolução de 1835 (Cabanagem), pagou com a vida os males que
tinha causado. A última façanha desse mau homem foi o incêndio
lançado por suas próprias mãos à nascente povoação do Andirá.
Antes porem que a imensa fogueira houvesse desaparecido, morria
Crispim Leão atravessado por uma bala”.
-232-
178
Neste quadro tão fosco de Crispim é difícil não suspeitar um
certo exagero do cônego, traído pela mentalidade interesseira dos
invasores das regiões indígenas.
“Iludiu” ou convenceu mesmo as autoridades da capital ser
vitima, pelo menos em boa parte, de intrigas e ataques injustos?
Quanto ao seu envolvimento na Cabanagem, é bom lembrar
que a luta foi encarniçada de ambos os lados; e que afinal no índio
havia também o compreensível desespero na defesa da cultura e
sobrevivência de seu povo, acuado pelo poderio branco.
4 – Nos dias 30 e 31 de junho de 1847, proveniente de Vila
Bela da Rainha, o bispo de Belém, Dom José Afonso de Moraes
Torres, realiza a Visita Pastoral na Vila do Andirá, mandando batizar
19 crianças. Depois, naturalmente a remo pelo estreito, numa viagem
de 04 dias chega no lago do Massauari. (Relação publicada na Voz de
Nazaré, Belém, a 20.08.1978).
Em Andirá pedem-lhe calorosamente um padre; e o
atendimento não demora.
Pela Resolução nº 76 de 02 de outubro de 1848, Belém cria a
Missão do Andirá, e o bispo a confia ao capuchinho missionário frei
Pedro de Ceriana, nascido na Úmbria, Itália, a 1º de julho de 1813 e
ordenado padre a 26 de outubro de 1835. Tinha sido já missionário
em Tonantins, onde construira a igreja.
A respeito da atuação de frei Pedro no Andirá há uma
apreciação bastante negativa do Cônego Bernardino de Souza no seu
livro “Lembranças e Curiosidades do Valle do Amazonas”.
“Dominado das melhores intenções a favor da catequese dos
índios... o Conselheiro Jerônimo Francisco Coelho... julgou dever
nomear o capuchinho italiano frei Pedro Cenena para missionar o
povo do Rio Andirá, que na havia muitos annos tinha sido vítima das
depredações e das violências do feroz índio Crispim de Leão. Aquelle
179
religioso porem, longe de procurar corresponder à confiança que
nelle depositara o benemérito administrador, tratou de fazer por
assim dizer, do Andirá um Paraguay em miniatura, tendo apenas
como único incentivo os seus interesses particulares... afastando para
longe os negociantes que giravam por aquellas paragens, não
consentia que os índios ainda os mais civilizados, vendessem seus
gêneros a outro que não a elle, pondo-se a negociar em larga escala...
No fim partiu para a Itália carregado de importante pecúlio...” (Bit.
o.c. pag. 91).
-233-
180
“No lago denominado Andirá existe uma Missão composta de
índios Maués, missionada pelo capuchinho frei Pedro de Ceriana,
floresce, que tem tido grande aumento, depois que ai se estabeleceu
aquele Missionário, que é incansável em seu zelo em fazer prosperar
o aldeamento e na proteção que oferece aos índios”. (Voz de Nazaré,
13.08.1978).
Tomei a liberdade de substituir as ultimas palavras, porque
dão a chave das queixas dos comerciantes, impedidos de explorar os
pobres índios; palavras que explicam a publicidade malévola por eles
levantada, e que enganou o cônego.
Nós preferimos ficar com o Bispo.
5 – A Enciclopédia dos Municípios, transcrita por Aurélio,
relata que “a 27 de outubro de 1851” aportou em Andirá o jesuíta Pe.
Manuel Justiniano de Seixas, “quando o povoado tinha apenas seis
ou oito barracas cobertas de palha”.
-234-
Nestas duas linhas há dois enganos. O primeiro é a data da
chegada do Padre Seixas no Andirá, que não se deu em 1851, mas em
1856.
Pela Cronologia de Dom Alberto Ramos sabemos que a
ordenação sacerdotal do padre deu-se a 12 de outubro de 1851, em
Belém. Não poderia o padre estar no Andirá só quinze dias depois.
Além do mais, na época não havia os recursos motorizados de hoje.
Mais ainda, o próprio cônego acrescenta que frei Ceriana
deixou a aldeia após a mesma ter sido elevada a Curato e Freguesia.
Passou a Curato, subordinada a Villa Bella da Imperatriz, a 23
de outubro de 1852, Lei nº 6 da Província do Amazonas. E foi elevada
a Freguesia pela Lei nº 4 de 17 de novembro de 1853, sob a
administração do Presidente Herculano Pena.
181
O livro dos batizados prova que frei Pedro, que iniciara a
batizar a 22 de abril de 1849, batizou até 21 de fevereiro de 1854,
enquanto o primeiro batizado do Pe. Seixas é de 1º de março de 1856.
Depois de frei Pedro e antes de Pe. Seixas há outros padres.
Pe. João Estevão da Cunha Oliveira registra seus batizados de
21.02.1854 a 26.02.1854.
O vigário collado de Maués, Pe. Julião Joaquim de Abreu,
registra de 04.01.1855 a 07.08.1855. Numa nota ele diz que “foi-me
encarregada” a igreja de Andirá verbalmente a 11.08.1854 pelo
Vigário Geral da Província do Amazonas, Cônego Joaquim Gonçalves
de Azevedo, e a 31.04.1855 pelo próprio Bispo.
Em janeiro de 1856 quem batiza é Frei Bernardo de N. Sra. de
Nazaré.
Somente a 1º de março de 1856 se encontra o primeiro
batizado do Pe. Seixas, que até 1864 se assina “vigário interino”.
Os livros de assentamentos de casamentos confirmam as
mesmas datas.
Segundo engano da Enciclopédia: na chegada de Pe. Seixas
não havia somente “seis ou oito barracas”. O Diário Oficial do
Amazonas de 07.09.1920 informa que o povoado ao ser elevado a
Curato de Freguesia (1852 e 1853) “tinha 60 casas armadas e prontas,
uma igreja decente e outra para acabar, cemitério e quartel”.
-235-
182
PARÓQUIA EM BARREIRINHA
184
Em 1949 pela primeira vez neste século Barreirinha teve um
padre para as cerimônias da Semana Santa, o Pe. Mario Giudici.
Em 1950 o Prefeito cedeu como moradia do padre em suas
visitas a Barreirinha uma salinha da Prefeitura, “para o padre não
morrer na sacristia pelo fedor dos morcegos”.
Em geral era o Pe. Luiz Bellini que de Maués, com grande
zelo, ia assistir o povo da cidade e do interior.
A 27 de dezembro de 1950 Dom Alberto Ramos desmembra
da Paróquia de Parintins o território de Vila Amazônia até o Pará e o
anexa à Paróquia de Barreirinha, que confia aos padres redentoristas,
cuja residência habitual torna-se Vila Amazônia desde o dia 28 do
mês anterior.
-237-
185
logo num barracão de palha uma escola primária e um jardim de
infância.
A 29 de junho de 1955, no santuário N. Sra. das Dores do Rio
de Janeiro, é ordenado sacerdote o Pe. Raymundo Agnaldo Pereira
Trindade, nascido em Barreirinha a 15 de março de 1924, de
Maximiliano Trindade Filho e Francisca Pereira Trindade.
Maximiliano por alguns anos foi tabelião e juiz municipal de
Barreirinha e o Pe. Trindade, preferiu exercer seu apostolado no
Norte e precisamente no Acre, na Prelazia do Alto Juruá, onde é
vigário da Catedral de Cruzeiro do Sul.
188
- Em 1967, a 17 de julho, o Pe. Amadeu viaja para a Itália de
férias, e fica em seu lugar o Pe. Domingos Cannone, que com sua voz
é sua música dá o devido esplendor à liturgia.
A 13 de agosto, à presença do Governador Dr. Danilo Areosa,
o bispo benze a nova Prefeitura, Celetramazon e outros prédios
construídos no governo da Prefeitura dona Socorro Dutra.
No dia 15 seguinte Dom Arcângelo benze também a majestosa
Imagem do Cristo Redentor, levantada no lugar do velho Cruzeiro de
madeira.
A 02 de outubro para e toma refeição em Barreirinha o Núncio
Dom Sebastião Baggio em companhia do Arcebispo de Manaus dom
João de Souza Lima e de Dom Arcângelo, de volta da inauguração da
Rádio Alvorada.
-240-
190
- Em 1974, por ocasião da Semana Santa, é representada a
Paixão de Cristo.
Mais tarde a celebração do Ano Santo causa um consolador
despertar de fé, especialmente entre os homens.
No entanto além do Matopiri, para encontros e retiros, servem
também as comunidades do Piraí e Cristo Redentor.
Pelo Natal é posta em cena a “História da Salvação”.
- Em 1975 a 05 de janeiro Barreirinha leva no Cine-Teatro da
Paz de Parintins a “História da Salvação” e a 21 de março “A Paixão
de Cristo”, entre a mais grata admiração dos parintinenses.
A 30 de março o Pe. Mario sai de férias para a Itália e a 25 de
junho reassume como vigário o Pe. Amadeu.
A grande enchente aconselha a celebrar a festa a 12 de
outubro.
- Em 1976 a enchente, ainda maior do que a de 1973, provoca
o crescimento do bairro S. Luzia. A água é tão alta que a 02 de junho
o bispo alcança a casa das irmãs de canoa. Por isso novamente a
Padroeira é festejada em outubro, no dia 03; e no mesmo dia é
colocado à frente da paróquia o Pe. Vicente Pavan, que comenta o
povo de Parintins “com suas pernas compridas não irá facilmente no
fundo em Barreirinha durante as enchentes”.
- Em 1977, de fevereiro, sai o boletim semanal “Comece em
sua casa”.
A 02 de abril é constituído o Conselho Paroquial restrito de 04
membros; em seguida são nomeados os presidentes de setores da
cidade.
Para os catequistas é organizado um pequeno Centro de
Catequese, sob a orientação da Irmã Alzira Munhoz.
Durante o mês de outubro tomam-se várias iniciativas em
favor das missões.
191
-242-
-243-
192
Nova Matriz de N. Sra. do Bom Socorro de Bom Socorro de
Barreirinha
Praça alagada pela enchente de junho 1976
193
Barreirinha: Vigário e Irmãs Missionárias da Imaculada
194
NHAMUNDÁ
QUESTÃO DO CONTESTADO
PARÓQUIA DE NHAMUNDÁ
202
- De 23 a 29 de setembro Dom Arcângelo com alguns
Cursilistas de Parintins, prega uma semana do Ano Santo em
Nhamundá com muito fruto.
- O ano de 1975 é muito feliz para a Paróquia, porque no dia
16 de agosto é inaugurada a Nova Matriz, construída com arte e amor
pelo Pe. Antônio, com generosa colaboração do povo.
- A 17 de março de 1976 chegam em Nhamundá as Irmãs
Missionárias da Imaculada, coordenadas pela Irmã Tarcila Tedesco,
iniciando um apostolado de fé e caridade mais que precioso.
E a 16 de junho a paróquia ganha um bom barco motorizado,
da Adveniat, e por gratidão registra-o com este nome.
- Em 09.04.1977 Pe. Bento, terminada sua missão na Itália,
reassume a direção da Paróquia, em lugar do Pe. Antônio, convocado
por sua vez na Itália, desde 16 de agosto do ano anterior.
Com o Pe. Zezinho Filândia e as irmãs o vigário intensifica a
assistência às comunidades, organizando séries de Cursos Bíblicos,
encontros e Doutrina cristã, Retiros espirituais.
No entanto em várias comunidades, constroem-se capelas em
alvenaria.
- A 25 de dezembro de 1977 na comunidade do Cutipaná uma
tragédia enluta muitas famílias. Enquanto o povo está brincando
perto da capela, ao som duma eletrola, um raio na madrugada mata
07 pessoas e fere mais 20.
- No ano de 1978 o Pe. Bento reforma o Centro Social,
permitindo o funcionamento do Centro de Catequese e equipando
melhor a sede dos garotos para as tantas atividades do Pe. Zezinho
em favor deles.
Na festa de agosto, no dia 15, o bispo Dom Arcângelo tem o
prazer de inaugurar o bonito salão paroquial e elogiar o Boletim
“Bemtevi” que a paróquia publica.
203
-256-
205
Praça da cidade de Nhamundá com o monumento a N. Sra. da
Assunção e Igreja Matriz
206
OS ÍNDIOS DA PRELAZIA
207
No ano de 1968, para podê-los visitar mais facilmente, Pe.
Danilo, com a cooperação dos próprios índios, por desejo da
Aeronáltica manifestado através de Dom Floriano, abriu um pequeno
campo de pouso em sua maloca.
Mas a 03 de outubro de 1968, uma infeliz aterrissagem
danificou a Cessna da Prelazia em modo de não poder voar,
deixando os padres Danilo e Vignola ilhados com os índios da
maloca.
No dia 06, um avião da FAB, vasculhando a região, deu-se
conta do acidente e assim no dia 07 um “Piper” pousou levando
socorro; mas deixou lá um missionário, o Pe. Augusto. Dias depois os
três desceram pelo rio, numa voadeira levada pelo Pe. Luciano.
Voltaram todos com malária. A 12 de dezembro também o avião foi
posto em condições de ser trazido a Parintins. No entanto os amigos
da onça tinham espalhado a calúnia de que o aéreo passara aquele
tempo contrabandeando ouro para Georgetown. Naturalmente o
boato fez com que a Polícia Federal viesse indagar dois anos seguidos
sobre a Prelazia, até que chegando afinal na maloca averiguou a
realidade da queda e da imobilização do velívolo.
Permaneceu em seguida durante alguns anos, com o apoio da
FUNAI, um protestante de língua inglesa, do Instituto de Línguas de
Verão; praticamente atuou como pastor e procurou formar os índios
na sua religião, embora muitos deles tivessem já recebido o batismo
católico.
Uma norma da FUNAI, de que onde havia uma crença
religiosa não chegasse outra diferente atiçando discórdia, tornou
quase impossível aos nossos padres chegar entre os Iskarianás. Neste
ano entretanto foi-lhes novamente concedida licença de entrada; e o
Pe. Zezinho aproveitou logo para passar em abril duas semanas entre
eles.
208
3 – No fundo dos municípios de Barreirinha e Maués, numa região
que ladeia o Alto Andirá do talvegue do Mamuru ao Rio Urupadi,
vivem cerca de três mil índios Maués – Sateré, cultivando
tranquilamente suas terras, agora demarcadas oficialmente, sem
riscos de invasões.
Desde a chegada dos padres do Pime em Maués, em 1948 deu-
se a eles a devida atenção.
O Pe. Luiz Bellini foi incansável em visitas demoradas aos do
Município de Maués.
- 262-
210
A 21 de novembro de 1974 o bispo conseguiu, em S. Paulo, da
Provincial das Missionárias da Imaculada, uma equipe de três irmãs,
para cuidarem exclusivamente dos índios juntas ao Pe. Henrique
Uggé. Foram escolhidas as Irmãs Estefânia Berrini, Rita Pasqua e
Adele Colombo.
Mais tarde a irmã Estefânia foi substituída pela irmã Verônica.
Em 1973 em Ponta Alegre foi construída uma discreta
residência em alvenaria, para hospedar melhor os missionários.
É pena que nos últimos tempos Pe. Uggé, por doença, tenha
demorado fora da Prelazia. Mas agora completamente restabelecido,
reiniciou sua generosa atividade com uma programação bem
atualizada e eficiente.
No início do corrente ano de 1980 nossos índios receberam da
Prelazia uma embarcação motorizada para suas viagens dentro e fora
da área indígena.
E em setembro ficou pronta em Parintins a Casa do Índio,
para receber aqueles irmãos condignamente nas suas constantes
viagens. Com a Prelazia tem contribuído para essa casa de coração
aberto o povo de Parintins na Campanha da Fraternidade 1980.
6 – Nosso índios tem participado constantemente de retiros e
encontros com os demais fiéis das comunidades; e tiveram também
retiros e assembléias só para eles.
As escolinhas das malocas do Andirá, organizadas pela
Prelazia em colaboração com a Prefeitura de Barreirinha, estão
preparando as novas gerações a viver em pé de igualdade com os
demais habitantes da região, conservando entretanto seus preciosos
valores.
Na noite de 10 de julho de 1980, entre os índios que estiveram
com o Papa no Arcebispado de Manaus, havia também alguns Sataré-
Maué do Marau e o Tuchaua geral Donato.
211
-264-
212
Os ISCARIANÁ moram no alto Nhamundá, acima da
cachoeira Caçauá e numa maloca só chamada Caçauá. Seu número é
em aumento: atualmente são 305.
A tribo SATARÉ-MAUÉ está localizada em sua maioria no
Alto Andirá e no Marau, afluente do Rio Maués; e sua área de cerca
de 639.500 ha, foi demarcada pelo Decreto nº 76.999.
Aproximadamente são 2.500 pessoas.
-265-
213
Maloca Tuxaua Capela Padroeiro
RIO ANDIRÁ
Ponta Alegre Antônio alvenaria S. João Batista
Castanhal Amado
Molongotuba Manoel taipa
Simão Donato Lopes taipa S. Pedro
São Luis Itelvino taipa S. Luis
Torrado Leonidas taipa
Kukui Leonidas taipa
Campo Amado taipa
Santa Cruz Timaço taipa Sta. Cruz
Fortaleza Geraldo taipa
Terra Preta Franki taipa
São Raimundo Candido S. Raimundo
São Paulo Paulino só armação S. Paulo
Livramento Antônio taipa N. Sra. do
Conceição Darico só armação Livramento
N. Sra. da
RIO MAJARU Conceição
Curuatuba Alexandre taipa
Santa Maria Luis taipa
Ascensão
RIO MARAU Santa Maria
São José Carminho taipa
Nazaré Targino taipa
Cinco Kilos Antônio taipa S. José
214
Marau Novo Guedo taipa N. Sra. de Nazaré
Sto. Antônio
RIO MIRITI S. Pedro
Miriti Armindo taipa
Menino Deus
-266-
215
Dom Arcângelo em visita à capela do Simão no Alto Andirá –
Índios Maué-Sataré
216
Família Iskarianá do Alto Nhamundá
217
Indiazinhas da tribo Iskarianá do Alto Nhamundá
“A VINHA E OS OPERÁRIOS”
Superfície da Prelazia
218
jurisdição os três municípios daquela época: Parintins, Maués e
Barreirinha.
Em 1956 houve a instalação do novo município de
Nhamundá, por simples desmembramento do território de Parintins.
Mas a 13 de abril de 1961 foram desmembrados de Maués os
municípios de Mundurucus e Paracony (este com sede em Abacaxis),
e ambos em 1963 foram cedidos à nova Prelazia de Borba. E a cessão
ficou valendo mesmo na extinção dos dois municípios à obra da
Revolução de 1964. Só que a região até o rio Paracuny foi devolvida a
Maués e à Prelazia de Parintins, ficando pois, aquele rio como linha
divisória.
Em compensação faz parte de Parintins e da Prelazia a região
do Alto Mamuru, embora situada além da linha traçada há mais dum
século no mapa e considerada teoricamente limite entre os Estados do
Pará e Amazonas.
Qual é pois a área da Prelazia?
Penso que poderemos sabe-la só depois que forem publicados
os estudos que vem sendo feitos pelo Projeto Radam do Exército. Por
enquanto não é possível dá-la com exatidão; não só pela dificuldade
de calcular a faixa do Mamuru, quanto pela incerteza dos atuais
dados dos municípios e particularmente de Maués.
-273-
“ 58.669
“ 60.000 (incluindo o Alto
Mamuru).
POPULAÇÃO
125.000
habitantes
-274-
PARÓQUIAS
2 – S. Coração, de Parintins.
Foi criada a 31 de maio de 1962, com sede na antiga matriz de N.
Sra. do Carmo.
221
A ela pertencem, por enquanto, os bairros Palmares e S. Clara e as
Comunidades Rurais de Baixo.
-275-
222
DIREÇÃO DA PRELAZIA
223
- Carrega barba a quarenta anos, desde sua ordenação sacerdotal; mas
agora não é mais preta e solene como na Itália ou nos primeiros
anos de seu apostolado no Amapá e na Prelazia; afetada ela
também pelo desmatamento da Amazônia, tornou-se branca e
desgalhada, à espera de reflorescer... na vida eterna.
-276-
CONSELHO DE CONSULTORES
CONSELHO ADMINISTRATIVO
Presidente: o Bispo
Secretário: Contador José de Matias Vieira Rodrigues
Membros: Contador Alberto Kimura Filho
Contador José Benedicto Marinho
Engenheiro Agrônomo Harald Dinelly de Souza
TRIBUNAL ECLESIÁSTICO
-277- / -278-
225
PADRES QUE TRABALHAM NA PRELAZIA
Casa do PIME
3 – Pe. Amadeu Bortolotto, Superior 12.02.1933 29.06.1957 15.10.195
Paróquia S. Coração
6 – Pe. Francisco Luppino, vigário 20.05.1921 07.07.1946 26.11.194
7 – Pe. Alfredo Ferronato, Coadjutor em 03.11.1929 26.05.1956 17.09.197
Parintins 28.01.1941 28.06.1966 09.04.196
8 – Pe. Emillio Buttelli, coadjutor e técnico da
Rádio Alvorada
14.10.1921 07.07.1946 05.04.197
Paróquia S. José 28.03.1936 29.06.1965 24.12.196
9 – Pe. Sossio Pezzella, vigário
10 – Pe. Antônio Accurso, coadjutor
30.03.1931 26.06.1955 24.11.195
EM MAUÉS 05.06.1935 30.03.1963 18.11.196
11 – Pe. João Andena, vigário 01.19.1940 22.06.1968 1975
12 – Pe. Gabriel Módica, coadjutor 03.09.1945 06.05.1972 11.01.197
13 – Pe. Egídio Mozzato, coadjutor
226
14 – Pe. João Majka, coadjutor
15.06.1936 30.03.1963 01.10.1
Curato de Boa Vista 23.01.1929 03.08.1980 28.10.1
15 – Pe. Henrique Pagani, curato
16 – Pe. Bruno Mascarin, coadjutor
12.01.1944 21.06.1970 13.02.1
EM BARREIRINHA
17 – Pe. Vicente Pavan, vigário
22.07.1942 27.06.1970 31.12.1
Curato de Ponta Alegre e Marau
18 – Pe. Henrique Uggé, curato
28.08.1936 30.03.1963 08.12.1
EM NHAMUNDÁ 01.05.1941 21.07.1968 19.11.1
19 – Pe. Bento Di Pietro, vigário
20 – Pe. José Filandia, coadjutor
05.11.1930 28.06.1953 18.11.1
AJUDA NA REGIÃO DO PAURÁ
Pe. Augusto Gianola
-279-
OBSERVAÇÕES
227
partes do Brasil ou da
Itália.
a) em Manaus: Pe.
Pedro Vignola;
b) no Sul do Brasil: Pe.
Leão Martinelli, Pe.
Danilo Cappelletto, Pe.
Antônio Turra, Pe.
Braz Simonetti, Pe.
Rafael Langone;
c) na Itália: Pe. Silvio
Miotto, Pe. Domingos
Cannone, Pe. Gino
Malvestio, Pe. Rafael
Magani.
3 – Nasceram na Prelazia,
além do Pe. Dílson
Brandão Pereira, o
Cônego Alcides
Peixoto (Maués) e Pe.
Raymundo Agnaldo
Pereira Trindade
(Barreirinha). O
primeiro trabalha em
Manaus, o segundo em
Cruzeiro do Sul.
IRMÃOS DO PIME
228
nascido Profissão Cheg
Prela
1 – Miguel de Pascale (Episcópio) 18.02.1917 06.09.1942 16.05.1
2 – Francisco Galliani (Casa PIME) 03.03.1925 12.09.1954 28.10.1
3 – Agostinho Sacchi (Casa PIME) 02.08.1939 29.06.1971 13.07.1
-280-
(em Barreirinha)
(em Nhamundá)
-281-
230
Dom Arcângelo Cerqua, jovem sacerdote em 1941
Professor no Seminário de Ducenta – Itália
231
Pe. Arcângelo Cerqua em 1943 entre seus dois irmãos
Miguel e Domingos
232
Giugliano (Nápoles – Itália) 22 de fevereiro de 1948 – Pe. Arcângelo
Cerqua despede-se do clero de sua terra natal, partindo para o
Amapá – Brasil
233
Parintins, 09.09.1978 – Os padres da Prelazia com o bispo e
Pe. Fedele Giannini, Superior Geral do PIME
234
Irmãs Missionárias da Imaculada viajando de barco
235
3ª Assembléia de Pastoral de 12 a 14.12.1978
236
Parintins, 12.10.1980 – Assembléia dos Marianos
237
Concentração das Senhoras do Apostolado da Oração
Parintins, 05.05.1980
PASTORAL DA PRELAZIA
238
intencionada, foi pouco benévola a meu respeito, maltratando-me
desde o nome.
Se houvesse solidariedade entre ângelos e arcângelos deste
mundo, aquela jornalista deveria ter falado comigo, antes de publicar
sérias inexatidões; ou pelo menos deveria ter conferido a realidade
dos fatos aqui em Parintins. Pouco importa ter-me ambiguamente
qualificado “missionário bem no estilo tradicional, isto é, basicamente
assistencialista e de preferência construtor de templos e olarias na
selva”.
Importa-me sim a paternidade das comunidades rurais, que
seria injusto atribuir a chegou quase um decênio após sua fundação.
O cuidado de reunir os caboclos dispersos no interior em
comunidades foi idéia chave da Prelazia desde o ano de 1955 em que
a mesma foi instalada. No fim do ano de 1963 havia já um bom
número de comunidades, em terreno independente de padrões ou
comerciantes exosos, com capela e anexa escolinha, onde o povo vivia
em espírito de fé e fraternidade, respirando progresso e dignidade.
Quanto a “construir olarias na selva”, os que conhecem nossa
região, e lembrar a Parintins com cerca de 3.000 habitantes e casas em
maioria de palha e taipa, sabem que a montagem de uma olaria, por
sinal bem equipada, foi um alto mérito, porque satisfez a uma
urgente necessidade social. Basta dizer que em 1957, para construir
uma residência decente para os missionários, fui obrigado a ir
comprar tijolos em Óbidos, Estado do Pará.
-301-
239
habitações e prédios sólidos e modernos em alvenaria para os seus
atuais 40.000 habitantes.
A alusão a “templos na selva” não penso que revele uma
espécie de alergia aos edifícios de culto; é que uma tal suspeita é
insinuada também pelo Especial do Jornal do Brasil de 29 de junho
passado. Nele a Ziroldo, ao definir as tendências dos bispos do Brasil,
declara o de Parintins “conservador” porque “sua pastoral é
tradicionalista e fez construir a enorme e suntuosa Catedral de
Parintins”.
“Enorme”? Em muitos dias do ano não basta ao nosso povo,
que reza e gosta de Igreja.
“Suntuosa”? É de simples tijolos de barro da beira do rio. Não
há dúvida, para nossa glória e felicidade, a Catedral é linda e
majestosa. È um monumento de arte digno do esplendor da floresta
amazônica e do encontro do Rio Mar; é testemunha da fé ardente de
nosso povo e sua devoção filial à amada Padroeira. N. Senhora do
Carmo.
Amiga Ângela, para sua maior surpresa ou escândalo, saiba
que Parintins além da Catedral tem mais 05 igrejas, uma para cada
bairro, sendo duas anteriores à Prelazia e três novas. E todas as
cidades da Prelazia possuem matrizes novas; e no interior há dezenas
de capelas de alvenaria e, se Deus quiser, breve serão todas de
alvenaria, pelo menos nas da terra firme.
Entretanto não há somente “templos” em Parintins; há
também três grandes escolas, quatro Jardins de Infância, o Hospital
Pe. Colombo, Rádio Alvorada, o Seminário e Escola Profissional João
XXIII, três quadras de esportes, o Centro de Treinamento do
Macurany, etc...
Ângela, poderia dar um pulo até Parintins e ver todas estas
obras sociais; ao mesmo tempo aprenderia que Dom Arcângelo
240
fundou e ajudou a fundar sindicatos; virou-se para obter a Junta de
Conciliação e brigou para que não saísse; é defensor dos pobres e
injustiçados contra indivíduos e grupos poderosos; é o incentivador
de tantas comunidades e colônias, que conseguem demarcação de
terra, embarcações comunitárias, etc...
-302-
241
forma de preparar cristãos que façam aquilo numa linha de profunda
inspiração cristã e sem risco de desvios”.
-303-
243
-306-
CONSELHO PASTORAL
Equipe Coordenadora:
Coordenador: Pe. João Risatti
Membros: Pe. Mario Pasquallotto, Irmã Lydia Vicentin, Irmã
Conceição Maia, Professora Luísa Estela Lobato Teixeira,
manuel Aporcino Colares.
244
Luiza Estela Lobato Teixeira (Focolarinos), João de Souza
Glória (Federação Mariana), Derzuila Vieira da Silva
(Apostolado da Oração), Maria de Nazaré Souza de Jesus
e José Walmir de Souza (Cursilho e Cristandade), Maria
do Perpetuo Socorro Blanco Pardo (Renovação
Carismática)
Linha FAMÍLIA
Pe. Alfredo Ferronato,
Irmã Lydia Vicentin (Escola de Pais), Médico Ricardo
Alexandre Guimarães e Francisca Maria Rodrigues
Guimarães,Benedito de Oliveira Rodrigues e Maria
Perpétua Reis de Oliveira (Diálogo de Casais), Advogado
Algenor Maria da Costa Teixeira e Maria Sônia Sales
Teixeira.
-307-
Linha CATEQUESE
Pe. José Zanelli,
Irmã Conceição Maia, Cecília Sá Miranda, Liça Aparecida
Costa, Miguel Arcanjo Menezes, Rosa de Fátima Gemaque
de Oliveira.
245
Manuel Aporcino Colares e Lourenço Antônio Libório de
Queiroz (MEB), Raimunda Ribeiro da Silva (Diretora da
Rádio Alvorada).
Linha JUVENTUDE
Pe. Dílson Brandão Pereira,
Aderaldo Rodrigues Reis (T.L.C), Eneida Picanso (Gen),
Edilene Teixeira e Ernandes Pereira (Renovação
Carismática), Maria Ilma Silva de Oliveira, Emilio
Amazonas e Tomaz Vitor Costa de Souza (Grupos
paroquiais).
-308-
247
menos provisória; n’alguns casos até aponta o tempo em que se
construiu a capela de alvenaria.
É bom lembrar que antes da Prelazia havia somente: em
Parintins a capela de Vila Amazônia; em Maués as de Massauari,
Mucajá e Freguesia do Apoquitaua: em Barreirinha as de Pedras e
Cametá do Ramos, e Freguesia, Ariau e Ponta Alegre no Andirá; e em
Nhamundá havia só a capela de S. Antônio, atual matriz paroquial de
N. Sra. da Assunção.
Um grande números dessas comunidades, particularmente no
primeiros anos, nasceu como Congregações Marianas de homens,
com capelas para culto e reuniões formativas. No entanto, em redor
de cada capela, não demoraram a surgir escola, campo de jogo,
cantina comunitária etc..., tudo em terreno doado ou vendido à
Prelazia; e aos Marianos foram se acompanhando outros movimentos
e irmandades, como as Senhoras do Apostolado da Oração, a
Cruzada Eucarística infantil, Clubes de Jovens etc...; e foram se
organizando as várias atividades comunitárias coordenadas por
pessoas responsáveis, qualificadas em cursos administrados pela
Prelazia no Centro de Treinamento ou no próprio interior.
-311-
-312-
-313-
-314-
-315-
39 – Varre - Nossa - -
Vento Senhora
Aparecida
RIO URARIÁ
259
DE CIMA
40 – Cristo - Cristo - -
Redentor Redentor
41 – Ponta - Nossa - -
Alegre Senhora das
Graças
42 – Curuçá - Nossa 26.03.1967 Diniz
Senhora de Machado
Lourdes Melo
43 – Vila - Santíssima - -
Trindade Trindade
44 – Vila - Nossa - -
Fátima Senhora de
Fátima
45 – Vila - Menino - -
Menino Deus Deus
46 – Vila Nova alvenaria Divino 1979 -
Espírito
Santo
47 – Vila São - São Pedro - -
Pedro
PARACONI
48 – Vila alvenaria Sagrado 1978 -
Pinheiro Coração de
Jesus
49 – Osório alvenaria Santo 1977 -
Fonseca Antônio
50 – Cacual - São João - -
Batista
51 – Caiaué - Santa Maria - -
260
URARIÁ DE
BAIXO
52 – Mucura - Nossa - -
Senhora de
Nazaré
53 – Jacaré - São - -
Sebastião
54 – Vila Nova - Nossa - -
Senhora do
Carmo
55 – Lago das - Santíssima - -
Graças Trindade
56 – Castanhal alvenaria São Pedro 1971 -
57 – Urubu - Santo - -
Antônio
58 – Urubu T. - Nossa - -
Preta Senhora de
Fátima
-316-
-317-
-318-
266
COMUNIDADES DA PARÓQUIA DE NHAMUNDÁ
-319-
269
O povo da Comunidade do Mocambo do Arari aguarda a chegada
Do quadro de S. João Batista – 24.06.1980
270
Comunidade de terra firme: S. Antônio do Tracajá
271
Comunidade da várzea – Paraná de Parintins
272
Passando o domingo na quadra da Capela
DOCUMENTAÇÃO E BIBLIOGRAFIA
273
Bittencourt, Antônio Clemente R. – Memória do Município de
Parintins, Manaus, Livraria Palais Royal, 1924.
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros
XIV volume – Rio de Janeiro 1957
Leite, Seratim S. I. – História da Companhia de Jesus no Brasil,
Imprensa Nacional, 1943.
Ramos, Dom Alberto Gaudêncio – Cronologia Eclesiástica da
Amazônia, Manaus, Tipografia Fênix, 1952.
Souza, Cônego Bernardino de – Lembranças e Curiosidades
do Valle do Amazonas – Pará, 1873.
Vitor Hugo – Desbravadores, Missão Salesiana de Humaitá,
1959.
-329-
INDICE
Pag.
Apresentação
......................................................................................................... 5
Mensagem do Papa João Paulo II
......................................................................... 9
ALVORADA DA FÉ
............................................................................................ 11
Tupinambás e Tupinambarana
..................................................................... 11
Evangelização dos Tupinambaranas
............................................................ 21
274
Política de Pombal apaga Tupinambarana
................................................... 29
O APÓSTOLO DA
TUPINAMBARANA............................................................ 33
Tupinambarana renasce
................................................................................ 33
Missão de frei José Álvares das
Chagas........................................................ 41
Frei José e a Capitania do Rio Negro
........................................................... 45
Frei José e Cordovil
..................................................................................... 47
275
Escola
........................................................................................................... 62
Cabanos
........................................................................................................ 62
Declaração da República
.............................................................................. 63
Telégrafo
....................................................................................................... 63
Nomes ilustres
.............................................................................................. 64
276
VIGÁRIOS DE PARINTINS ATÉ A PRELAZIA
.............................................. 69
Pe. Antônio Torquato
................................................................................... 70
Pe. Manuel José de Sena Martins
................................................................ 72
Pe. Alexandre José Maria Hubers
................................................................ 74
Pe. Paulo Raucci
........................................................................................... 76
Pe. José Victor Heinz
................................................................................... 77
PRELAZIA A CAMINHO
.................................................................................... 107
EU ME AJOELHO
................................................................................................ 135
Homenagem aos Missionários da Amazônia
................................................ 135
277
Pe. Jorge Frezzini
.......................................................................................... 136
Pe. Ferruccio Colombo
................................................................................. 137
Pe. Demétrio Sanna
...................................................................................... 139
Pe. Iseo Sandri
.............................................................................................. 140
Pe. Sante Cortese
.......................................................................................... 141
Pe. Vitório Giurin
......................................................................................... 142
IGREJAS EM PARINTINS
................................................................................... 151
Primeira Igreja de Parintins
........................................................................... 151
Nova Capela de São Benedito
....................................................................... 153
Igreja do Sagrado Coração
............................................................................ 154
Catedral de Nossa Senhora do Carmo
........................................................... 157
Igreja São José Operário
............................................................................... 161
Capela de Nossa Senhora de Lourdes do Palmares
...................................... 162
Capela Santa Clara
........................................................................................ 163
278
OBRAS DA PRELAZIA EM PARINTINS
........................................................... 183
Colégio Nossa Senhora do Carmo
................................................................. 183
Olaria Pe. Colombo
....................................................................................... 184
Centro de Treinamento do Macurany
............................................................ 185
Obras anexas à Catedral
................................................................................ 185
Rádio Alvorada
............................................................................................. 187
MAUÉS
................................................................................................................. 209
Suas origens
.................................................................................................. 209
A Paróquia antes da Prelazia
........................................................................ 213
A Paróquia na Prelazia
................................................................................. 219
Boa Vista do Ramos
..................................................................................... 223
BARREIRINHA
.................................................................................................... 231
A Cruz no Andirá
.......................................................................................... 231
A Paróquia em Barreirinha
........................................................................... 236
A Paróquia na Prelazia de Parintins
.............................................................. 238
NHAMUNDÁ
........................................................................................................ 249
Paisagem de lendas e poesia
......................................................................... 249
Questão do Contestado
................................................................................. 250
280
Primeiros passos da fé no Nhamundá
........................................................... 251
Paróquia de Nhamundá
................................................................................. 252
Apontamentos históricos da Paróquia
.......................................................... 254
OS ÍNDIOS DA PRELAZIA
................................................................................. 261
População indígena atual
.............................................................................. 265
A VINHA E OS OPERÁRIOS
.............................................................................. 273
Superfície da Prelazia
.................................................................................... 273
População
...................................................................................................... 274
Paróquias
....................................................................................................... 275
Direção da Prelazia
....................................................................................... 276
Padres que trabalham na Prelazia
................................................................. 279
Irmãs
............................................................................................................. 280
A Pastoral da Prelazia
................................................................................... 301
Assembléias e Linhas de Pastoral
................................................................. 305
281
Conselho de Pastoral e Diretores das Irmandades
........................................ 307
BIBLIOGRAFIA
................................................................................................... 329
HINO DE PARINTINS
......................................................................................... 331
HINO DE PARINTINS
282
a-fago do Rio Ama-zonas, enci-mada do sol e da Cruz. Parin-tins,
meiga flor do
A-ma-zonas, doce mimo das mãos do Se-nhor; terra virgem por Deus
esco-lhida para
283
3 – Nela há jovens e tantas crianças
a caminho do bem e do amor;
são do amado Brasil esperança,
são aurora dum mundo melhor.
284