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(Theodor De Bry (Pedro Américo.

de tal maneira que a caserna logo ficou


– século XVI) Tiradentes cheia deles. Aqueles que dormiram assim
Esquartejado, 1893) puderam confirmar o quanto esta maneira
é apropriada tanto para evitar os vermes
quanto para manter as roupas limpas(...).
Neste texto, Jean de Léry
a) despreza a cultura e rejeita o patrimô-
nio dos indígenas americanos.
b) Revela-se constrangido por ter de re-
correr a um invento de “selvagens”.
c) Reconhece a superioridade das socie-
dades indígenas americanas com rela-
A comparação entre as reproduções pos- ção aos europeus.
sibilita as seguintes afirmações: d) Valoriza o patrimônio cultural dos in-
I. Os artistas registraram a antropofagia e dígenas americanos, adaptando-o às
o esquartejamento praticados no Brasil. suas necessidades.

II. A antropofagia era parte do universo e) Valoriza os costumes dos indígenas


cultural indígena e o esquartejamento americanos por que eles também eram
era uma forma de se fazer justiça entre perseguidos pelos católicos.
luso-brasileiros. 18. Segundo Samuel Huntington (autor do li-
III. A comparação das imagens faz ver como vro, O choque das civilizações e a recom-
é relativa a diferença entre “bárbaros” e posição da ordem mundial), o mundo está
“civilizados”, indígenas e europeus. dividido em nove “civilizações” conforme
o mapa abaixo
Está correto o que se afirma em:
Na opinião do autor, o ideal seria que cada
a) I apenas. d) I e II apenas. civilização principal tivesse pelo menos
b) II apenas. e) I, II e III. um assento no Conselho de Segurança
das Nações Unidas.
d) III apenas.
21. Jean de Léry viveu na França na segunda
metade do século XVI, época em que as
chamadas guerras de religião opuseram
católicas e protestantes. No texto abaixo,
ele relata o cerco da cidade de Sancerre
por tropas católicas.
(...) desde que os canhões começaram
a atirar sobre nós com maior freqüência,
tornou-se necessário que todos dormis-
sem nas casernas. Eu logo providenciei
para mim um leito feito de um lençol ata-
do pelas suas duas pontas e assim fiquei Sabendo-se que apenas EUA, China, Rússia,
suspenso no ar, à maneira dos selvagens França e Inglaterra são membros perma-
americanos (entre os quais eu estive du- nentes do Conselho de Segurança, e anali-
rante dez meses) o que foi imediatamen- 45
sando o mapa acima pode-se concluir que
te imitado por todos os nossos soldados,

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a) atualmente apenas três civilizações ra. Mas quando pouco mais de dez foram
possuem membros permanentes no mortos em Nairóbi Dar-es-Salaam, o Afe-
Conselho de Segurança. ganistão e o Iraque foram bombardeados
e a hipocresia ficou atrás da cabeça do in-
b) O poder no Conselho de Segurança
fiéis internacionais. Digo a eles que esses
está concentrado em torno de apenas
acontecimentos dividiram o mundo em
dois terços das civilizações citadas pelo
dois campos, o campo dos fiéis e o campo
autor.
dos infiéis.
c) O poder no Conselho de Seguran-
Que Deus nos proteja deles.
ça está desequilibrado, porque seus
membros pertencem apenas à civiliza- (adaptados de O Estado de S. Paulo,
8/10/2001)
ção Ocidental.
d) Existe uma concentração de poder, já Pode-se afirmar que
que apenas um continente está repre- a) a justificativa das ações militares en-
sentado no Conselho de Segurança. contra sentido apenas nos argumentos
e) O poder está diluído entre as civiliza- de George W. Bush
ções, de forma que apenas a África b) a justificativa das ações militares en-
não possui representante no Conselho contra sentido apenas nos argumentos
de Segurança. de Osama Bin Laden.
22. No dia 7 de outubro de 2001, Estado Uni- c) Ambos apóiam-se num discurso de
dos e Grã-Bretanha declaram guerra ao fundo religioso para justificar o sacrifí-
regime Talibã, no Afeganistão. cio e reivindicar a justiça
Leia trechos das declarações do presiden- d) Ambos tentam associar a noção de
te dos Estado Unidos, George W. Bush, e justiça a valores de ordem política,
Osama Bin Laden, Líder muçulmano, nes- dissociando-a de princípios religiosos.
sa ocasião: e) Ambos tentam separar a noção de jus-
George Bush: tiça das justificativas de ordem religio-
sa, fundamentando-a numa estratégia
Um comandante-chefe envia os filhos e militar.
filhas dos Estados Unidos à Batalha em
território estrangeiro somente depois de 23. Os dados abaixo referem-se à origem do
tomar o maior cuidado e depois de rezar petróleo consumido no Brasil em dois di-
muito. ferentes anos.
Origens do consumo em 1890 Origens do consumo em
Pedimos-lhes que estejam preparados para (em %) 2002(em %)
o sacrifício das próprias vidas. A partir de 100 100
11 de setembro, uma geração inteira de 80 80
60 60
jovens americanos teve uma nova percep- 40 40
ção do valor da liberdade, de seu preço, 20
0
20
0
do seu dever e do seu sacrifício. Que Deus Produção Importação Produção Importação
interna interna
continue a abeçoar os Estados Unidos.
Origens das importações em 1990 Origens das importações em 2002
Osama Bin Laden (milhares de barris) (milhares de barris)

Árabia
Deus abençoou um grupo de vanguarda Saudita
158 Nigéria 114

de muçulmanos, a linha de frente do Islã, Iraque 150 Argélia 77


para destruir os Estados Unidos. Um mi-
46 lhão de crianças foram mortas no Iraque, Irã 100
Árabia
Saudita 60

e para eles isso não é uma questão cla- Catar 37 Iraque 33


Analisando os dados, pode-se perceber
que o Brasil adotou determinadas estra-
tégias energéticas, dentre as quais pode-
mos citar:
a) a diminuição das importações dos paí-
ses muçulmanos e redução do consu-
mo interno.
b) A redução da produção nacional e di-
minuição do consumo do petróleo pro-
duzido no Oriente Médio.
c) A redução da produção nacional e o
aumento das compras de petróleo dos
países árabes e africanos.
d) O aumento da produção nacional e re-
dução do consumo de petróleo vindo
dos países do Oriente Médio.
e) O aumento da dependência externa de
petróleo vindo de países mais próxi-
mos do Brasil e redução do consumo
interno.

Anotações

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QUESTÕES DO ENEM 2004
01. As Olimpíadas são uma oportunidade para Nas últimas cinco Olimpíadas, esse au-
o congraçamento de um grande número mento ocorreu devido ao crescimento da
de países, sem discriminação política ou participação de
racial, ainda que seus resultados possam
a) homens e mulheres, na mesma pro-
refletir características culturais, socioeco-
porção.
nômicas e étnicas. Em 2000, nos jogos
Olímpicos de Sydney, o total de 300 me- b) Homens, pois a de mulheres vem di-
dalhas de ouro conquistadas apresentou a minuindo a cada Olimpíada.
seguinte distribuição entre os 196 países
c) Homens, pois de mulheres pratica-
participantes como mostra o gráfico.
mente não se alterou.
d) Mulheres, pois a de homens vem di-
minuindo a cada Olimpíada.
e) Mulheres, pois a de homens pratica-
mente não se alterou.
EUA Rússia China Austrália Alemanha Outros

Número de medalhas 40 32 28 16 13 171


03. Em 2003, deu-se início às discussões do
Plano Amazônia Sustentável, que rebatiza
o Arco do Desmatamento, uma extensa
Esses resultados mostram que, na distri- faixa que vai de Rondônia ao Maranhão,
buição das medalhas de ouro em 2000, como Arco de Povoamento Adensado, a
a) cada país participante conquistou pelo fim de reconhecer as demandas da po-
menos uma. pulação que vive na região. A Amazônia
Ocidental, em contraste, é considerada
b) Cerca de um terço foi conquistado por
nesse plano como uma área ainda am-
apenas três países.
plamente preservada, na qual se preten-
c) Os cinco países mais populosos obtive- de encontrar alternativas para tirar mais
ram os melhores resultados. renda da floresta em pé do que por meio
do desmatamento. O quadro apresenta
d) Os cinco países mais desenvolvidos
as três macrorregiões e três estratégias
obtiveram os melhores resultados.
que constam do Plano.
e) Cerca de um quarto foi conquistado
pelos Estados Unidos.
02. O número de atletas nas Olimpíadas vem
aumentando nos últimos anos, como mos-
tra o gráfico. Mais de 10.000 atletas par-
ticiparam dos jogos Olímpicos de Sydney,
em 2000.

12000
10624 10321
9421 9364
10000
7802
Números de Atletas

8000 7247
6086
5348 5140 5531 5353 7075 Total
6000
6484 6683 6659 5416
5848 Homens
2705 3905
4000 4750 Mulheres
4238 4457 4634 4265 2438 2705
1299 1251 1088 1498

48
2000
610 683 781

0
1960 1964 1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000

Ano
Estratégias: c) A cultura do milho teve taxa de cresci-
mento superior à da soja.
I. Pavimentação de rodovias para levar a
soja até o rio Amazonas, por onde será d) As culturas voltadas para o mercado
escoada. mundial decresceram.

II. Apoio à produção de fármacos, extra- e) As culturas voltadas para a produção


tos e couros vegetais. de ração animal não se alteraram.

III. Orientação para a expansão do plantio 05. Em uma fábrica de equipamentos eletrô-
de soja, atraindo os produtores para nicos, cada componente, ao final da linha
áreas já desmatadas e atualmente de montagem, é submetido a um rigoroso
abandonadas. controle de qualidade, que mede o desvio
percentual (D) de seu desempenho em re-
Considerando as características geográfi- lação a um padrão ideal. O fluxograma a
cas da Amazônia, aplicam-se às macror- seguir descreve, passo a passo, os proce-
regiões Amazônia Ocidental, Amazônia dimentos executados por um computador
Central e Arco do Povoamento Adensado, para imprimir um selos em cada compo-
respectivamente, as estratégias nente testado, classificando-o de acordo
a) I, II e III. com o resultado do teste:

b) I, III e II. Início D>5,0% ?


Não
D>3,0% ?
Não
Escolher
a cor D>1,0% ?
Não Escrever
azul “1ª Classe”

c) III, I e II
Sim Sim
Entrar Sim
D Escolher a Escolher a
Escrever Imprimir
cor vermelha cor amarela selo
“2ª Classe”
d) II, I e III. Escrever
“Rejeitado”
Escrever
“3ª Classe”
Fim
e) III, II e I.
04. A produção agrícola brasileira evoluiu, na Os símbolos usados no fluxograma têm os
última década, de forma diferenciada. No seguintes significados:
caso da cultura de grãos, por exemplo,
verifica-se nos últimos anos um cresci- Entrada e saída de dados
mento significativo da produção da soja e
do milho, como mostra o gráfico.
Decisão (testa uma condição, execu-
60 tando operações diferentes caso essa
55
50
Soja Milho Arroz Feijão condição seja verdadeira ou falsa)
Milhões de Toneladas

45
40
35
30 Operação
25
20
15
10
5 Segundo essa rotina, se D= 1,2%, o com-
0
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
ponente receberá um selo com a classifi-
(Ministério de Agricultura e Produção Agropecuária)
cação
a) “Rejeitado”, impresso na cor verme-
Pelos dados do gráfico é possível verificar
lha.
que, no período considerado,
b) “3ª Classe”, impresso na cor amarela.
a) a produção de alimentos básicos dos
brasileiros cresceu muito pouco. c) “3ª Classe”, impresso na cor azul.
b) A produção de feijão foi a maior entre d) “2ª Classe”, impressão na cor azul.
49
as diversas culturas de grãos. e) “1ª Classe”, impresso na cor azul.

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06. As “margarinas” e os chamados “cremes 07. Um leitor encontra o seguinte anúncio en-
vegetais” são produtos diferentes, comer- tre os classificados de um jornal:
cializados em embalagens quase idênti-
cas. O consumidor, para diferenciar um VILA DAS FLORES
produto do outro, deve ler com atenção Vende-se terreno plano me-
os dizeres do rótulo, geralmente em letras dindo 200m2. Frente volta-
muito pequenas. As figuras que seguem da para o sol no período da
representam rótulos desses dois produ- manhã.
Fácil acesso.
tos.
(443) 0677-0032

Peso Líquido 550g Interessado no terreno, o leitor vai ao en-


MARGARINA dereço indicado e, lá chegando, observa
66% de Lípidios um painel com a planta a seguir, onde es-
tavam destacados os terrenos ainda não
Valor energético por
vendidos, numerados de I a V:
porção de 10g 59
kcal.
Rua dos Cravos
Peso Líquido 550g
N
MARGARINA VEGETAL
35% de Lípidios III
Valor energético por porção de

Rua das Margaridas


I II
Rua dos Jasmins

Rua das Rosas

10g:32 kcal
Não recomendado para uso culi-
nário

V
IV
Uma função dos lipídios no preparo das
massas alimentícias é torna-las mais ma-
cias. Uma pessoa que, por desatenção, use Rua das Hortências
200g de creme vegetal para preparar uma 0 10 20 m
massa cuja receita pede 200 g de marga-
rina, não obterá a consistência desejada,
pois estará utilizando uma quantidade de Considerando as informações do jornal, é
lipídios que é, em relação à recomendada, possível afirmar que o terreno anunciado
aproximadamente éo
a) o triplo. a) I.
b) o dobro. b) II.
c) a metade. c) III.
d) um terço. d) IV.
e) um quarto. e) V.

50
08. Para medir o perfil de um terreno, um mestre-de-obras utilizou duas varas (VI e VII), iguais
e igualmente graduadas em centímetros, às quais foi acoplada uma mangueira plástica
transparente, parcialmente preenchida por água (figura abaixo).
Ele fez 3 medições que permitiram levantar o perfil da linha que contém, em seqüência,
os pontos P1, P2, P3 e P4. Em cada medição, colocou as varas em dois diferentes pontos e
anotou suas leituras na tabela a seguir. A figura representa a primeira medição entre P1 e
P2.
VII

VI
nível de água
na mangueira
239 164
??

(Terreno fora de escala)


P1 P2 P3 P4

VARA I VARA2
PONTO LEITURA LEITURA DIFERENÇA
MEDIÇÃO PONTO
LI (cm) LII (cm) (LI – LII) (cm)

1ª P1 239 P2 164 75
2ª P2 189 P3 214 -25
3ª P3 229 P4 174 55

Ao preencher completamente a tabela, o mestre-de-obras determinou o seguinte perfil


para o terreno:

a) b) c) d) e)

P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4

09. Uma empresa produz tampas circulares de alumínio para tanques cilíndricos a partir de
chapas quadradas de 2 metros, de lado, conforme a figura.
Para 1 tampa grande, a empresa produz 4 tampas médias e 16 tampas pequenas.
GRANDE MÉDIA PEQUEN A
2m

51
2m

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As sobras de material da produção diária Instruções: As questões de números 11
das tampas grandes, médias e pequenas e 12 referem-se ao poema abaixo.
dessa empresa são doadas, respectiva-
Brasil
mente, a três entidades: I, II e III, para
efetuarem reciclagem do material. A par- O Zé Pereira chegou de caravela
tir dessas informações pode-se concluir
E preguntou pro guarani da mata virgem
que
– Sois cristão?
a) a entidade I recebe mais material do
que a entidade II. – Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
b) a entidade I recebe metade de mate- Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
rial do que a entidade III. Lá longe a onça resmungava Uu! ua! Uu!
c) a entidade II recebe o dobro de mate- O negro zonzo saído da fornalha
rial do que a entidade III.
Tomou a palavra e respondeu
d) as entidade I e II recebem, juntas,
menos material do que a entidade III. – Sim pela graça de Deus
e) as três entidades recebem iguais quan- Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
tidades de material. E fizeram o Carnaval
10. (Oswald de Andrad)

11. Este texto apresenta uma versão humorís-


tica da formação do Brasil, mostrando-a
como uma junção de elementos diferentes.
Considerando-se esse aspecto, é correto
afirmar que a visão apresentada pelo tex-
to é

A conversa entre Mafalda e seus amigos a) ambígua, pois tanto aponta o caráter
desconjuntado da formação nacional,
a) revela a real dificuldade de entendi- quanto parece sugerir que esse pro-
mento entre posições que pareciam cesso, apesar de tudo, acaba bem.
convergir.
b) Inovadora, pois mostra que as três ra-
b) Desvaloriza a diversidade social e cul- ças formadoras – portugueses, negros
tural e a capacidade de entendimento e índios – pouco contribuíram para a
e respeito entre as pessoas. formação da identidade brasileira.
c) Expressa o predomínio de uma forma c) Moralizante, na medida em que aponta
de pensar e a possibilidade de enten- a precariedade da formação cristã do
dimento entre posições divergentes. Brasil como causa da predominância
d) Ilustra a possibilidade de entendimen- de elementos primitivos e pagãos.
to e de respeito entre as pessoas a d) Preconceituosa, pois critica tanto ín-
partir do debate político de idéias. dios quanto negros, representando de
e) Mostra a preponderância do ponto de modo positivo apenas o elemento eu-
vista masculino nas discussões políti- ropeu, vindo com as caravelas.
cas para superar divergências. e) Negativa, pois retrata a formação do
52 Brasil como incoerente e defeituosa,
resultando em anarquia e falta de se-
riedade.
12. A polifonia, variedade de vozes, presente Assunto Modo de apresentar Finalidade
no poema resulta da manifestação do a) caso imagi-
descrição objetiva provocar o riso
a) poeta e do colonizador apenas. nário
b)informação promover refle-
b) colonizador e do negro apenas. narrativa sugestiva
colhida xão
c) negro e do índio apenas. c)informação
descrição objetiva
definir um sen-
colhida timento
d) colonizador, do poeta e do negro ape- d)experiência
nas. narrativa sugestiva provocar o riso
pessoal
e) poeta, do colonizador, do índio e do e)experiência exposição argumenta- promover refle-
negro. pessoal tiva xão

13. 14. Cândido Portinari (1903-1962), em seu li-


vro Retalhos de Minha Vida de Infância,
O jivaro descreve os pés dos trabalhadores.
Um Sr. Matter, que fez uma viagem de explo- Pés disformes. Pés que podem contar uma
ração à América do Sul, conta a um jornal sua história.Confundiam-se com as pedras e espi-
conversa com um índio jivaro, desses que sa- nhos. Pés semelhantes aos mapas: com mon-
bem reduzir a cabeça de um morto até ela ficar tes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos
bem pequenina. Queria assistir a uma dessas com muitos e muitos quilômetros de marcha.
operações, e o índio lhe disse que exatamente Pés que só os santos têm..Sobre a terra, difí-
ele tinha contas a acertar com um inimigo. cil era distingui-los. Agarrados ao solo, eram
como alicerces, muitas vezes suportavam ape-
O Sr. Matter:
nas um corpo franzino e doente.
– Não, não! Um homem, não. Faça isso com (Cândido Portinari, Retrospectiva, Catálogo
a cabeça de um macaco. MASP)
E o índio: As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversi-
– Porque um macaco? Ele não fez nenhum dade da natureza e do homem americano e a
mal! crítica social foram temas que inspiraram mui-
tos artistas ao longo de nossa História. Dentre
(Rubem Braga)
estas imagens, a que melhor caracteriza a crí-
O assunto de uma crônica pode ser uma tica social contida no texto de Portinari é
experiência pessoal do cronista, uma in-
formação obtida por ele ou um caso ima-
ginário.
O modo de apresentar o assunto também
varia: pode ser uma descrição objetiva,
uma exposição argumentativa ou uma
narrativa sugestiva. Quanto à finalidade
pretendida, pode-se promover uma refle-
xão, definir um sentimento ou tão-somen-
te provocar o riso.
Na crônica O jivaro, escrita a partir da re-
portagem de um jornal, Rubem Braga se
vale dos seguintes elementos:
53

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15. O movimento hip hop é tão urbano quan- 16. Nesta tirinha, a personagem faz referên-
to as grandes construções de concreto e cia a uma das mais conhecidas figuras de
as estações de metrô, e cada dia se tor- linguagem para FRANK & ERNEST /Bob
na mais presente nas grandes metrópoles Thoves
mundiais. Nasceu na periferia dos bairros
pobres de Nova Iorque. É formado por
três elementos: a música (o rap), as artes
plásticas (o grafite) e a dança (o break).
No hip-hop os jovens usam as expressões
artísticas como uma forma de resistência
política.
Enraizado nas camadas populares urba-
nas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no a) condenar a prática de exercícios físicos.
mundo com um discurso político a favor
dos excluídos, sobretudo dos negros. Ape- b) Valorizar aspectos da vida moderna.
sar de ser um movimento originário das c) Desestimular o uso das bicicletas.
periferias norte-americanas, não encon-
d) Caracterizar o diálogo entre gerações.
trou barreiras no Brasil, onde se instalou
com certa naturalidade – o que, no en- e) Criticar a falta de perspectiva do pai.
tanto, não significa que o hip-hop brasilei-
ro não tenha sofrido influências locais. O Instruções: As questões de números 17
movimento no Brasil é híbrido: o rap com e 18 referem-se ao poema abaixo.
um pouco de samba, break parecido com
capoeira e grafite de cores muito vivas. Cidade grande

(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004) Que beleza, Montes Claros.


Como cresceu Montes Claros.
De acordo com o texto, o hip-hop é
uma manifestação artística tipicamen- Quanta indústria em Montes Claros.
te urbana, que tem como principais Montes Claros cresceu tanto,
características
ficou urbe tão notória,
a) a ênfase nas artes visuais e a defesa
do caráter nacionalista. prima-rica do Rio de Janeiro,

b) A alienação política e a preocupação que já tem cinco favelas


com o conflito de gerações. por enquanto, e mais promete
c) A afirmação dos socialmente excluídos (Carlos Drummond de Andrade)
e a combinação de linguagens.
d) A integração de diferentes classes so- 17. Entre os recursos expressivos empregados
ciais e a exaltação do progresso. no texto, destaca-se a

e) A valorização da natureza e o compro- a) metalinguagem, que consiste em fazer


misso com os ideais norte-america- a linguagem referir-se à própria lin-
nos. guagem.
b) intertextualidade, na qual o texto reto-
ma e reelabora outros textos.

54 c) ironia, que consiste em se dizer o con-


trário do que se pensa, com intenção
crítica.
d) denotação, caracterizada peço uso das Comparando-se os dados dos gráficos,
palavras em seu sentido próprio e ob- pode-se concluir que
jetivo.
a) o aumento relativo da população rural
e) prosopopéia, que consiste em perso- é acompanhado pela redução da taxa
nificar coisas inanimadas, atribuindo- de fecundidade.
lhes vida.
b) Quando predominava a população ru-
18. No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ ral, as mulheres tinham em média três
(...), / que já tem cinco favelas”, a pa- vezes menos filhos do que hoje.
lavra que contribui para estabelecer uma
c) A diminuição relativa da população ru-
relação de conseqüência. Dos seguintes
ral coincide com o aumento do número
versos, todos de Carlos Drummond de
de filhos por mulher.
Andrade, apresentam esse mesmo tipo de
relação: d) Quanto mais aumenta o número de
pessoas morando em cidades, maior
a) “Meu Deus, por que me abandonaste
passa a ser a taxa de fecundidade.
/ se sabias que eu não era Deus / se
sabias que eu era fraco.” e) Com a intensificação do processo de
urbanização, o número de filhos por
b) “No meio-dia branco de luz uma voz
mulher tende a ser menor.
que aprendeu / a ninar nos longes da
senzala – e nunca se esqueceu / cha-
Anotações
mava para o café”.
c) “Teus ombros suportam o mundo / e
ele não pesa mais que mão de uma
criança.”
d) “A ausência é um estar em mim. / E
sinto-a, branca, tão pegada, aconche-
gada nos meus braços, / que rio e dan-
ço e invento exclamações alegres.”
e) Penetra surdamente no reino das pala-
vras. / Lá estão os poemas que espe-
ram ser escritos.”

19. Ao longo do século XX, as características


da população brasileira mudaram mui-
to. Os gráficos mostram as alterações na
distribuição da população da cidade e do
campo e na taxa de fecundidade (núme-
ro de filhos por mulher) no período entre
1940 e 2000.
POPULAÇÃO URBANA E RURAL NO BRASIL (%) TAXA DE FECUNDIDADE NO BRASIL
7
100
Urbana Rural 6
80
5
60 4

40 3
2
20
1

0
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000
0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 55
(IBGE)

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QUESTÕES DO ENEM 2005
As questões 1 e 2 referem-se ao poema e) O movimento diretamente ligado ao
psiquismo do indivíduo e, por conse-
A DANÇA E A ALMA qüência, ao seu desenvolvimento inte-
A DANÇA ? Não é movimento, lectual e à sua cultura.
súbito gesto musical. 02. O poema “A Dança e a Alma” é construí-
É concentração, num momento, do com base em contrastes, como “mo-
da humana graça natural. vimento” e “concentração”. Em uma das
estrofes, termo que estabelece contraste
No solo não, no éter pairamos, com solo é:
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos: a) éter.
seiva, força, perene estar. b) seiva.
c) chão.
Um estar entre o céu e o chão,
novo domínio conquistado, d) paixão.
onde busque nossa paixão
e) ser.
libertar-se por todo lado...
03. Um professor apresentou os mapas abaixo
Onde a alma possa descrever numa aula sobre as implicações da forma-
suas mais divinas parábolas ção das fronteiras no continente africano.
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra com-
pleta. Rio de Janeiro:Aguilar. 1964. p. 366.)

01. A definição de dança, em linguagem de


dicionário, que mais se aproxima do que
está expresso no poema é
a) a mais antiga das artes, servindo como
elemento de comunicação e afirmação
do homem em todos os momentos de
sua existência.
b) A forma de expressão corporal que ul-
trapassa os limites físicos, possibilitando
ao homem a liberação de seu espírito.
c) A manifestação do ser humano, for-
mada por uma seqüência de gestos,
Com base na aula e na observação dos ma-
passos e movimentos desconcertados.
pas, os alunos fizeram três afirmativas:
d) O conjunto organizado de movimentos I. A brutal diferença entre as fronteiras
do corpo, com ritmo determinado por políticas e as fronteiras étnicas no con-
instrumentos musicais, ruídos, cantos, tinente africano aponta para a artifi-
emoções etc. cialidade em uma divisão com objetivo
56 de atender apenas aos interesses da
maior potência capitalista na época da
descolonização.
II. As fronteiras políticas jogaram a África sos. Várias são as dietas e os remédios
em uma situação de constante tensão que prometem um emagrecimento rápido
ao desprezar a diversidade étnica e e sem riscos. Há alguns anos foi lança-
cultural, acirrando conflitos entre tribos do no mercado brasileiro um remédio de
rivais. ação diferente dos demais, pois inibe a
ação das lípases, enzimas que aceleram a
III. As fronteira artificiais criadas no con- reação de quebra de gorduras. Sem serem
texto do colonialismo, após os proces- quebradas elas não são absorvidas pelo
sos de independência, fizeram da áfrica intestino, e parte das gorduras ingeridas é
um continente marcado por guerras ci- eliminada com as fezes. Como os lipídios
vis, golpes de estado e conflitos étnicos são altamente energéticos, a pessoa ten-
e religiosos. de a emagrecer. No entanto, esse remé-
É verdadeiro apenas o que se afirma em dio apresenta algumas contra-indicações,
pois a gordura não absorvida lubrifica o
a) I. b) II. c) III.
intestino, causando desagradáveis diar-
d) I e II. e) II e III. réias. Além do mais, podem ocorrer casos
de baixa absorção de vitaminas lipossolú-
04. A situação abordada na tira torna explícita
veis, como as A, D, E e K, pois
a contradição entre a
a) essas vitaminas, por serem mais ener-
géticas que as demais, precisam de li-
pídios para sua absorção.
b) A ausência dos lipídios torna a absor-
ção dessas vitaminas desnecessária.
c) Essas vitaminas reagem com o remé-
dio, transformando-se em outras vita-
minas.
a) relações pessoais e o avanço tecnoló- d) As lípases também desdobram as vita-
gico. minas para que essas sejam absorvidas.
b) Inteligência empresarial e a ignorância e) Essas vitaminas se dissolvem nos lipí-
dos cidadãos. dios e só são absorvidas junto com ele.
c) Inclusão digital e a modernização das 06. No gráfico abaixo, mostra-se como variou
empresas. o valor do dólar, em relação ao real, en-
d) Economia neoliberal e a reduzida atua- tre o final de 2001 e o início de 2005. Por
ção do Estado. exemplo, em janeiro de 2002, um dólar
valia cerca de R$ 2,40.
e) Revolução informática e a exclusão di-
gital. 4.00

05. A obesidade, que nos países desenvolvi- 3.60

dos já é tratada como epidemia, começa 3.20

a preocupar especialistas no Brasil. 2.80

Os últimos dados da Pesquisa de Orça- 2.40

mentos Familiares, realizada entre 2002 e 2.00


2003 pelo IBGE, mostram que 40.6% da 1.60
população brasileira estão acima do peso, 57
1.20
ou seja, 38,8 milhões de adultos. Desse Jan 2002 Jan 2003 Jan 2004 Jan 2005
total, 10,5 milhões são considerados obe-
(Fonte: Banco Central do Brasil.)

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Durante esse período, a época em que o 08. Observe o fenômeno indicado na tirinha
real estava mais desvalorizado em relação abaixo.
ao dólar foi no
a) final de 2001. d) Final de 2004. Vou levantar a
garrafa sem puxar o
b) Final de 2002. e) Início de 2005. fio ou o peso...

c) Início de 2003. peso

07. Observe a situação descrita na tirinha


abaixo.

Assim que o menino lança a flecha, há


transformações de um tipo de energia em
outra. A transformação, nesse caso, é de
energia
(Adaptado. Luisa Daou & Francisco Caruso, Tirinhas
a) potencial elástica em energia gravita- de Física, vol. 2, CBPF, Rio de Janeiro, 2000.)
cional.
A força que atua sobre o peso e produz o
b) Gravitacional em energia potencial. deslocamento vertical da garrafa é a força
c) Potencial elástica em energia cinética. a) de inércia. d) centrípeta.
d) Cinética em energia potencial elástica. b) gravitacional. e) elástica.
e) Gravitacional em energia cinética. c) de empuxo.

09.

DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO EM ALGUNS PAÍSES (EM %)

Países “maduros” Em transição Países “jovens”

Estados Unidos Suécia Brasil Bangladesh Nigéria

Jovens (até 19 anos) 25,7 19,8 43,2 50,2 55,4

Adultos (de 20até 59 anos) 57,4 56,7 48,5 44,8 40,1


Idosos (60 anos ou mais) 16,9 23,5 8,3 5,0 4,5
(Elaborada a partir de dados do US Bureau of Census. World Population Profile: 1999.)

Os brasileiros tiveram, em junho, o maior tempo de navegação residencial na internet entre


11 países monitorados pelo Ibope/NetRatings: média mensal de 16 horas e 54 minutos por
58 pessoa. O país ficou à frente de nações como a França, Japão, Estados Unidos e Espanha.
(Adaptado. Folha de S. Paulo, 23/07/2005.)
Com base na tabela e no texto anterior analise os possíveis motivos para a liderança do
Brasil no tempo de uso da internet.
I. O país tem uma estrutura populacional com maior percentual de jovens do que os países
da Europa e os EUA.
II. O uso de internet em casa se distribui igualmente entre as classes A, B e C, o que de-
monstra iniciativas de inclusão digital.
III. A adesão ao sistema de internet por banda larga ocorre, porque essa tecnologia promo-
ve a mudança de comportamento dos usuários,
Está correto apenas o que se afirma em
a) I. d) I e II.
b) II. e)II e III.
c)III.

Texto para as questões 10 e 11.


Na investigação forense, utiliza-se luminol, uma substância que reage com o ferro presente
na hemoglobina do sangue, produzindo luz que permite visualizar locais contaminados com
pequenas quantidades de sangue, mesmo em superfícies lavadas.
É proposto que, na reação do luminol (l) em meio alcalino, na presença de peróxido de
hidrogênio (ll) e de um metal de transição (Mn+), forma-se o composto 3-amino ftalato (lll)
que sofre uma relaxação dando origem ao produto final da reação (lV), com liberação de
energia (hv) e de gás nitrogênio (N2) .
(Adaptado. Química Nova, 25. nº 6, 2002. pp. 1003-1011.)

I II III IV
NH2 O * NH2 O
NH2 O

NH O O + hv +N2
+ H2O2 + Mn+
NH O O

O O O

Dados: pesos moleculares: Luminol – 177


3 – amino ftalato – 164
10. Na reação do luminol, está ocorrendo o fenômeno de
a) fluorescência, quando espécies excitadas por absorção de uma radiação eletromagnéti-
ca relaxam liberando luz.
b) Incandescência, um processo físico de emissão de luz que transforma energia em ener-
gia luminosa.
c) Quimiluminescência, uma reação química que ocorre com a liberação de energia eletro-
magnética na forma de luz.
d) Fosforescência, em que átomos excitados pela radiação visível sofrem decaimento, 59
emitindo fótons.
e) Fusão nuclear a frio, através de reação química de hidrólise com liberação de energia.
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11. Na análise de uma amostra biológica para 12. Das quatro obras reproduzidas, assinale
análise forense, utilizou-se 54 g de lumi- aquelas que abordam a problemática que
nol e peróxido de hidrogênio em excesso, é tema do poema.
obtendo-se um rendimento final de 70%,
a) 1 e 2 b)1 e 3
Sendo assim, a quantidade do produto fi-
nal (lV) formada na reação foi de c) 2 e 3 d)3 e 4 e) 2 e 4
a) 123,9. d) 35,0. 13. No texto de Portinari, algumas das pesso-
as descritas provavelmente estão infecta-
b) 114,8. e) 16,2.
das com o verme Schistosoma mansoni.
c) 86,0. Os “homens de enorme ventre bojudo”
corresponderiam aos doentes da chama-
Texto para as questões 12 e 13 da “barriga d’água”.
Cândido Portinari (1903 – 1962), um dos O ciclo de vida do Schistosoma mansoni e
mais importantes artistas brasileiros do as condições sócio-ambientais de um lo-
século XX, tratou de diferentes aspectos cal são fatores determinantes para maior
da nossa realidade em seus quadros. ou menor incidência dessa doença. O au-
mento da incidência da esquistossomose
deve-se à presença de
a) roedores, ao alto índice pluvial e à ine-
xistência de programas de vacinação.
b) Insetos hospedeiros e indivíduos infec-
tados, à inexistência de programas de
vacinação.
c) indivíduos infectados e de hospedeiros
intermediários e à ausência de sanea-
mento básico.
Sobre a temática dos “Retirantes”, Porti- d) mosquitos, a inexistência de progra-
nari também escreveu o seguinte poema: mas de vacinação e à ausência de con-
(...) trole de águas paradas.
Os retirantes vêm vindo com trouxas e e) gatos e de alimentos contaminados, e
embrulhos à ausência de precauções higiênicas.
Vêm das terras secas e escuras. Pedregu-
lhos 14. Analise o quadro acerca da distribuição da mi-
Doloridos como fagulhas de carvão aceso séria no mundo, nos anos de 1987 e 1998.
Mapa da Miséria
Corpos disformes, uns panos sujos, População que vive com menos de US$ 1 por dia (em %)
Região 1987 1990 1993 1996 1998*
Rasgados e sem cor, dependurados Extremo Oriente e
26,6 27,6 25,2 14,9 15,3
Pacífico
Homens de enorme ventre bojudo Europa e Ásia
0,2 1,6 4,0 5,1 5,1
Central
Mulheres com trouxas caídas para o lado América Latina e
15,3 16,8 15,3 15,6 15,6
Caribe
Oriente Médio e
Pançudas, carregando ao colo um garoto Norte da África
4,3 2,4 1,9 1,8 1,9
Sul da Ásia 44,9 44,0 42,4 42,3 40,0
Choramingando, remelento
África Subsaariana 46,6 47,7 49,7 48,5 46,3
(Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro: Mundo 28,3 29,0 28,1 24,5 24,0
60 J. Olympio, 1964.) *Preliminar (Fonte: Banco Mundial.) (Adaptado.
Gazeta Mercantil, 17 de outubro de 2001, p. A-6)
A leitura dos dados apresentados per- a) ocorreu um aumento da produtividade
mite afirmar que, no período conside- agrícola devido à significativa mecani-
rado, zação de algumas lavouras, como a da
soja.
a) no sul da Ásia e na África Subsaariana
está, proporcionalmente, a maior con- b) Verificou-se um incremento na pro-
centração da população miserável. dução de grãos proporcionalmente à
incorporação de novas terras produti-
b) registra-se um aumento generalizado vas.
da população pobre e miserável.
c) Registrou-se elevada produção de
c) na África Subsaariana, o percentual de grãos em virtude do uso intensivo de
população pobre foi crescente. mão-de-obra pelas empresas rurais.
d) em números absolutos a situação da d) Houve um salto na produção de grãos,
Europa e da Ásia Central é a melhor a partir de 91, em decorrência do to-
dentre todas as regiões consideradas. tal de exportações feitas por pequenos
e) O Oriente Médio e o Norte da África agricultores.
mantiveram o mesmo percentual de e) Constataram-se ganhos tanto na pro-
população miserável. dução quanto na produtividade agrí-
15. Considerando os conhecimentos sobre o colas resultantes da efetiva reforma
espaço agrário brasileiro e os dados apre- agrária executada.
sentados no gráfico, é correto afirmar
que, no período indicado,

Produção de Grãos*
Área plantada (milhões de hectares) 97,5
Produção (milhões de toneladas)

73,6

56,0

36,8 36,3 37,8

90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02**
*Soja, Trigo, Milho, Arroz e Algodão **Previsão
Obs.: Há ainda 13 milhões de hectares utilizados por plantações 61
das chamadas culturas permanentes, como hortifrutigranjeiros.
Fontes: Censo Agropecuário, Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e Ministério da Agricultura
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16. As tiras ironizam uma célebre fábula e a 18. O termo (ou expressão) destacado que
conduta dos governadores. Tendo como está empregado em seu sentido próprio,
referência o estado atual dos países peri- denotativo ocorre em
féricos, pode-se afirmar que nessas histó-
rias está contida a seguinte idéia: a) “(...)

a) crítica à precária situação dos traba- É de laço e de nó


lhadores ativos e aposentados. De gibeira o jiló
b) Necessidade de atualização crítica de Dessa vida, cumprida a sol (...)”
clássicos da literatura. (Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos.
c) Menosprezo governamental com relação Setembro de 1992.)
a questões ecologicamente corretas. b) “protegendo os inocentes
d) Exigência da inserção adequada da é que Deus, sábio demais,
mulher no mercado de trabalho.
põe cenários diferentes
e) Aprofundamento do problema social
do desemprego e do subemprego. nas impressões digitais.”
(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova.
17. Um estudo caracterizou 5 ambientes /s.n.b.)
aquáticos, nomeados de A e E, em uma
região, medindo parâmetros físicoquími- c) “O dicionário-padrão da língua
cos de cada um deles, incluindo o pH nos e os dicionários unilíngües são
ambientes. O Gráfico I representa os va-
lores de pH dos 5 ambientes. os tipos mais comuns de dicionários.
Em nossos dias,
Utilizando o gráfico ll, que representa a
distribuição estatística de espécies em di- eles se tornaram um objeto de
ferentes faixas de pH, pode-se esperar um consumo obrigatório para as
maior número de espécies no ambiente:
nações civilizadas e
Gráfico l
10
desenvolvidas.”
8 (Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-
padrão da língua. Alfa
6
pH

(28) , 2743. 1974 Supl.)


4
2 d)
0
A B C D E
Ambientes
Gráfico ll
40
Número de espécies

30

20

10

0
3 4 5 6 7 8 9 10 11
pH ótimo de sobrevida
62
a) A. b) B. c) C. O Globo. O menino maluquinho. agosto de 2002.

d) D. e) E.
e) “Humorismo é a arte de fazer có-
cegas no raciocínio dos outros. Há
duas espécies de humorismo: o trági-
co e o cômico. O trágico é o que não
consegue fazer rir; o cômico é o que é
verdadeiramente trágico para se fazer .”
Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br.
Acessado em julho de 2005.)

Anotações

63

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QUESTÕES DO ENEM 2006
01. 02.
Namorados

O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:


– Antônia, ainda não me acostumei com o seu
[corpo, com a sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
– Você não sabe quando a gente é criança e de As linhas nas duas figuras geram um efei-
to que se associa ao seguinte ditado po-
[repente vê uma lagarta listrada?
pular:
A moça se lembrava:
a) Os últimos serão os primeiros.
– A gente fica olhando...
b) Os opostos se atraem.
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
c) Quem espera sempre alcança.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
d) As aparências enganam.
– Antônia, você parece uma lagarta listrada.
e) Quanto maior a altura, maior o tombo.
O rapaz concluiu:
03.
– Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
Quando o português chegou
Manuel Bandeira. Poesia com-
pleta & prosa. Debaixo de uma bruta chuva
Rio de Janeiro: Nova Vestiu o índio
Aguíllar, 1985.
Que pena!
No poema de Bandeira, importante repre-
sentante da poesia modernista, destaca- Fosse uma manhã de Sol
se como característica da escola literária O índio tinha despido
dessa época
O português.
a) a reiteração de palavras como recurso
Oswald de Andrade. Poesias reunidas.
de construção de rimas ricas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
b) A utilização expressiva da linguagem
falada em situações do cotidiano. O primitivismo observável no poema aci-
ma, de Oswald de Andrade, caracteriza de
c) A criativa simetria de versos para re- forma marcante
produzir o ritmo do tema abordado.
a) o regionalismo no Nordeste.
d) A escolha do tema do amor romântico,
caracterizador do estilo literário dessa b) O concretismo paulista.
época. c) A poesia Pau-Brasil.
e) O recurso ao diálogo, gênero discursi- d) O simbolismo pré-modernista.
vo típico do Realismo.
64 e) O tropicalismo baiano.
04. e) Manifesta preconceito em relação a Tia
Depois de um bom jantar: feijão com car- Policena ao transcrever a fala dela com
ne-seca, orelha de porco e couve com angu, os erros próprios da região.
arroz-mole engordurado, carne de vento assa-
da no espeto, torresmo enxuto de toicinho da Texto para as questões 5 e 6
barriga, viradinho de milho verde e um prato
de caldo de couve, jantar encerrado por um Aula de português
prato fundo de canjica com torrões de açúcar,
Nhô Tomé saboreou o café forte e se estendeu
na rede. A mão direita sob a cabeça, à guisa 1 A linguagem
de travesseiro, o indefectível cigarro de palha Na ponta da língua
entre as pontas do indicador e do polegar, en-
vernizados pela fumaça, de unhas encanoadas Tão fácil de falar
e longas, ficou-se de pança para o ar, modor- 4 E de entender.
rento, a olhar para as ripas do telhado.
A linguagem
Quem come e não deita, a comida não apro-
veita pensava Nhô Tomé... E pôs-se a cochilar. Na superfície estrelada de letras,
A sua modorra durou pouco; Tia Policena, ao 7 sabe lá o que quer dizer?
passar pela sala, bradou assombrada;
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
Êêh! Sinhô! Vai drumi agora? Não! Num pres-
E vai desmatando
ta... Dá pisadêra e póde morre de ataque de
cabeça! 10 o amazonas de minha ignorância.
Depois do armoço num far-má... mais des- Figuras de gramática, esquipáticas,
pois da janta?!”
Atropelam-me, aturdem-me, seqües-
Cornélio Pires. Conversas ao pé do fogo. São Paulo: tram-me.
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1987.
13 já esqueci a língua em que comia,
Nesse trecho, extraído de texto publicado
originalmente em 1921, o narrador em que pedia para ir lá fora,
a) apresenta, sem explicitar juízos de va- em que levava e dava pontapé,
lor, costumes da época, descrevendo
16 a língua, breve língua entrecortada
os pratos servidos no jantar e a atitu-
de de Nhô Tomé e da Tia Policena. do namoro com a priminha.
b) Desvaloriza a norma culta da língua O português são dois; o outro, mistério.
porque incorpora à narrativa usos pró- Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para
prios da linguagem regional das perso-
Lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
nagens.
05. Explorando a função emotiva da linguagem,
c) Condena os hábitos descritos, dando
o poeta expressa o contraste entre marcas
voz a Tia Policena, que tenta impedir
de variação de usos da linguagem em
Nhô Tomé de deitar-se após as refei-
ções. a) situações formais e informais.
d) Utiliza a diversidade sociocultural e lin- b) Diferentes regiões do pais.
güística para demonstrar seu desres- c) Escolas literárias distintas.
peito às populações das zonas rurais
do início do século XX. d) Textos técnicos e poéticos. 65
e) Diferentes épocas.

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06. No poema, a referência à variedade pa- c) o trabalho quase artesanal com as pa-
drão da língua está expressa no seguinte lavras, despertando sentidos novos.
trecho: d) a produção de sentidos herméticos na
a) “A linguagem / na ponta da língua” (v. busca da perfeição poética.
1 e 2). e) a contemplação da natureza brasileira
b) “A linguagem / na superfície estrelada na perspectiva ufanista da pátria.
de letras” (v. 5 e 6). 08. No romance Vidas Secas, de Graciliano
c) “[a língua] em que pedia para ir lá Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se
fora” (v. 14). com o patrão para receber o salário. Eis
parte da cena:
d) “[a língua] em que levava e dava pon-
tapé” (c. 15). 1 Não se conformou: devia haver engano. (...)
Com certeza havia um erro no papel do branco.
e) “[a língua] do namoro com a primi-
Não
nha” (v. 17).
Se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estri-
07. No poema Procura da poesia , Carlos bos.
Drummond de Andrade expressa a con-
4 Passar a vida inteira assim no toco, entregando
cepção estética de se fazer com palavras o que era dele de mão beijada! Estava direito
o que o escultor Michelangelo fazia com aquilo?
mármore. O fragmento abaixo exemplifica
Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de
essa afirmação.
7 alforria?
(...)
O patrão zangou-se, repeliu a insolência,
Penetra surdamente no reino das palavras.
Achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
10 noutra fazenda.
(...) Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou.
Chega mais perto e contempla as palavras. Bem, bem. Não era preciso barulho não.
Cada uma Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.ªe 1.

tem mil faces secretas sob a face neutra Rio de Janeiro: Record, 2003.

e te pergunta, sem interesse pela resposta, No fragmento transcrito, o padrão formal


da linguagem convive com marcas de re-
pobre ou terrível, que lhe deres: gionalismo e de coloquialismo no voca-
trouxeste a chave? bulário. Pertence à variedade do padrão
formal da linguagem o seguinte trecho:
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo.
Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14. a) “Não se conformou: devia haver enga-
no” (L.1).
Esse fragmento poético ilustra o seguinte
tema constante entre autores modernis- b) “e Fabiano perdeu os estribos”(L.3).
tas: c) “Passar a vida inteira assim no
a) a nostalgia do passado colonialista re- toco”(L.4).
visitado. d) “entregando o que era dele de mão
b) a preocupação com o engajamento beijada!”(L.4-5).
66 político e social da literatura. e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amu-
nhecou” (L.11).
Para responder às questões 9 e 10, analise o quadro a seguir, que esquematiza a história
da Terra.

MILHÕES
ERA PERÍODO EVOLUÇÃO BIOLÓGICA PALEOGEOGRAFIA
DE ANOS
Faunas e floras atuais
0,01 Primeira manifestações de arte
QUATERNÁRIO
Sepultura mais antigas
Extinção dos mastodontes e dinotérios
1,8
CENOZÓICA

Aparecimento dos bois, cavalos e Elevação dos Himalaias


5,3
veados Ligação das duas Américas
NEOGÊNIO Primeiros utensillios de pedra Fecho e dessecação do Mediterrâneo
Aparecimento dos hominídeos
23,8
Elevação de Pirineus
34,6 Primeiros roedores Conclusão da abertura do Atlântico
PALEOGÊNICO 56 Primeiros primatas Norte
65
Constituição do continente Norte-
Últimos dinossauros Atlântico
Primeiras angiospermas
CRETÁCEO
MEZOZÓICA

Abertura do Atlântico Sul


145
JURÁSSICO
208 Primeiras aves
Primeiros dinossauros Início da fragmentação da Pangéia
TRIÁSSICO
Constituição da Pangéia
245
PERMIANO 290
CARBONÍFERO Aparecimento de répteis
363
Aparecimento dos anfíbios
PALEOZÓICA

DEVONIANO
Primeiras gimnospermas
409
Primeiras plantas e primeiros animais
SILURIANO terrestres
Primeiros peixes Fecho do oceano Lapetus
439
ORDOVICIANO
510
CAMBRIANO Abertura dos oceanos Lapetus e Rheio
544

Reprodução sexuada Constituição da Avelônia


1.000

1.400 Primeiros depósitos de carvão (algas) Constituição do continente Rodinia


1.800 Oxigênio livre na atmosfera
2.000 Aparecimento de organismo
eucariontes
PRÉ-CAMBRIANO
3.100 Primeiros microrganismos
procariontes
3.500 Primeiros vestígios de vida

4.600 Formação da Terra

67

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09. Considerando o esquema anterior, assinale a opção correta.
a) quando os primeiros hominídeos apareceram na Terra, os répteis já existiam há mais
de 500 milhões de anos.
b) Quando a espécie Homo sapiens surgiu no planeta, América do Sul e África estavam
fisicamente unidas.
c) No Pré-Cambriano, surgiram, em meio líquido, os primeiro vestígios de vida no planeta.
d) A fragmentação da Pangéia ocasionou o desaparecimento dos dinossauros.
e) A Era Mesozóica durou menos que a Cenozóica.
10. Entre as opções a seguir, assinale a que melhor representa a história da Terra em uma es-
cala de 0 a 100, com comprimentos iguais para intervalos de tempo de mesma duração.

100 Faunas e floras 100 Faunas e floras 100 Faunas e floras 100 Faunas e floras 100 Faunas e floras
atuais atuais atuais atuais atuais
primeiros peixes
primeiros peixes
primeiros
vestígios de vida primeiros peixes primeiros peixes

eucariontes eucariontes eucariontes


A 50 B 50 C 50 D 50 E 50
eucariontes eucariontes

primeiros primeiros
vestígios de vida vestígios de vida

primeiros peixes primeiros primeiros


vestígios de vida vestígios de vida
0 formação da Terra 0 formação da Terra formação da Terra 0 formação da Terra 0 formação da Terra
0

11. O que chamamos de corte principesca era, fazer referência a “classe média”, descre-
essencialmente, o palácio do príncipe. Os ve a sociedade utilizando a noção poste-
músicos eram tão indispensáveis, nesses rior de classe social a fim de
grandes palácios quanto os pasteleiros, os
a) aproximar da nobreza cortesã a con-
cozinheiros e os criados. Eles eram o que
dição de classe dos músicos, que per-
se chamava, um tanto pejorativamente,
tenciam ao 3º. Estado.
de criados de libré.
b) destacar a consciência de classe que
A maior parte dos músicos ficava satisfei-
possuíam os músicos, ao contrário dos
ta quando tinha garantida a subsistência,
demais trabalhadores manuais.
como acontecia com as outras pessoas de
classe média na corte; entre os que não se c) Indicar que os músicos se encontra-
satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas vam na mesma situação que os de-
ele também se curvou às circunstâncias a mais membros do3º. Estado.
que não podia escapar.
d) Distinguir, dentro do 3º. Estado, as
Norbert Elias: sociologia de um gênio. condições em que viviam os “criados
Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações). de libré” e os camponeses.
Considerando-se que a sociedade do Anti- e) Comprovar a existência, no interior da
go Regime dividia-se tradicionalmente em corte, de uma luta de classes entre os
68
estamentos: nobreza, clero e 3º. Estado é trabalhadores manuais.
correto afirmar que o autor do texto, ao
12. No princípio do século XVII, era bem in- 13. No início do século XIX, o naturalista ale-
significante e quase miserável a Vila de mão, Carl Von Martius esteve no Brasil em
São Paulo. João de Laet dava-lhe 200 ha- missão científica para fazer observações
bitantes, entre portugueses e mestiços, sobre a flora e a fauna nativas e sobre a
em 100 casas; a Câmara, em 1606, in- sociedade indígena. Referindo-se ao indí-
formava que eram 190 os moradores, dos gena, ele afirmou:
quais 65 andavam homiziados*. “Permanecendo em grau inferior da hu-
*homiziados: escondidos da justiça manidade, moralmente, ainda na infância, a
Nelson Werneck Sodré. Formação histórica civilização não altera, nenhum exemplo o ex-
cita e nada o impulsiona para um nobre de-
Do Brasil. São Paulo: Modema, 1998 (com adaptações).
senvolvimento progressivo (...). Esse estranho
Na época da invasão holandesa, Olinda e inexplicável estado do indígena americano,
era a capital e a cidade mais rica de Per- até o presente, tem feito fracassarem todas as
nambuco. Cerca de 10% da população, tentativas para concilia-lo inteiramente com a
calculada em aproximadamente 2.000 Europa vencedora e torná-lo um cidadão satis-
pessoas, dedicavam-se ao comércio, com feito e feliz.”
o qual muita gente fazia fortuna. Cronista Carl Von Martius. O estado do direito entre os
da época afirmavam que os habitantes ri- autóctones
cos de Olinda viviam no maior luxo. Do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/
Hildegard Féist. Pequena história do Brasil holandês. Edusp, 1982.

São Paulo: Modema , 1998 (com adaptações). Com base nessa descrição, conclui-se que
Os textos acima retratam, respectivamen- o naturalista Von Martius
te, São Paulo e Olinda no início do século a) apoiava a independência do Novo Mun-
XVII, quando Olinda era maior e mais rica. do, acreditando que os índios, diferen-
São Paulo é, atualmente, a maior metró- temente do que fazia a missão euro-
pole brasileira e uma das maiores do pla- péia, respeitavam a flora e a fauna do
neta. Essa mudança deveu-se, essencial- país.
mente, ao seguinte fator econômico:
b) Discriminava preconceituosamente as
a) maior desenvolvimento do cultivo da populações originárias da América e
cana-de-açúcar no planalto de Pirati- advogava o extermínio dos índios.
ninga do que na Zona da Mata Nordes-
c) Defendia uma posição progressista
tina.
para o século XIX: a de tornar o indí-
b) Atraso no desenvolvimento econômico gena cidadão satisfeito e feliz.
da região de Olinda e Recife, associado
d) Procurava impedir o processo de acul-
à escravidão, inexistente em São Paulo.
turação, ao descrever cientificamente
c) Avanço da construção naval em São a cultura das populações originárias da
Paulo, favorecido pelo comércio dessa América.
cidade com as Índias.
e) Desvalorizava os patrimônios étnicos
d) Desenvolvimento sucessivo da econo- e culturais das sociedades indígenas e
mia mineradora, cafeicultura e indus- reforçava a missão “civilizadora euro-
trial no Sudeste. péia”, típica do século XIX.
e) Destruição do sistema produtivo de
algodão em Pernambuco quando da
ocupação holandesa. 69

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14. A moderna democracia brasileira foi cons- representantes de seu povo. Foi a própria afir-
truída entre saltos e sobressaltos. Em mação do valor do homem brasileiro, como sa-
1954, a crise culminou no suicídio do pre- lientou bem o presidente da República. Que o
sidente Vargas. No ano seguinte, outra chefe do governo aproveite essa pausa, esse
crise quase impediu a posse do presiden- minuto de euforia e de efusão patriótica, para
te eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, meditar sobre a situação do país. (...) A reali-
o Brasil quase chegou à guerra civil de- dade do Brasil é a explosão patriótica do povo
pois da inesperada renúncia do presiden- ante a vitória na Copa.
te Jânio Quadros. Três anos mais tarde,
Danton Jobin. Última Hora, 23/6/1970
um golpe militar depôs o presidente João (com adaptações).
Goulart, e o país viveu durante vinte anos
em regime autoritário. O que explodiu mesmo foi a alma, foi a
paixão do povo: uma explosão incomparável
A partir dessas informações, relativas à de alegria, de entusiasmo, de orgulho. (...)
história republicana brasileira, assinale a Debruçado em minha varanda, [um velho ami-
opção correta. go] perguntava: - Será que algum terrorista
a) Ao término do governo João Goulart, se aproveitou do delírio coletivo para adiantar
Juscelino Kubitschek foi eleito presi- um plano seu qualquer, agindo com frieza e
dente da República. precisão? Será que, de outro lado, algum car-
rasco policial teve ânimo para voltar a torturar
b) A renúncia de Jânio Quadros represen- sua vítima logo que o alemão apitou o fim do
tou a primeira grande crise do regime jogo?
republicano brasileiro.
Rubem Braga. Última Hora, 25/6/1970
c) Após duas décadas de governos mili- (com adaptações ).
tares, Getúlio Vargas foi eleito presi- Avalie as seguintes afirmações a respeito
dente em eleições diretas. dos dois textos e do período histórico em
d) A trágica morte de Vargas determi- que foram escritos.
nou o fim da carreira política de João I. Para os dois autores, a conquista do tri-
Goulart. campeonato mundial de futebol provocou
e) No período republicano citado, suces- uma explosão de alegria popular.
sivamente, um presidente morreu, um II. Os dois textos salientam o momento po-
teve sua posse contestada, um renun- lítico que o país atravessava ao mesmo
ciou e outro foi deposto. tempo em que conquistava o tricampeo-
15. Os textos a seguir foram extraídos de duas nato.
crônicas publicadas no ano em que a sele- III. À época da conquista do tricampeonato
ção brasileira conquistou o tricampeonato mundial de futebol, o Brasil vivia sob regi-
mundial de futebol. me militar, que, embora politicamente au-
O General Médici falou em consistência toritário, não chegou a fazer uso de méto-
moral. Sem isso, talvez a vitória nos escapas- dos violentos contra seus opositores.
se, pois a disciplina consciente, livremente É correto apenas o que se afirma em
aceita, é vital na preparação espartana para o
rude teste do campeonato. Os brasileiros por- a) I. d) I e II.
taram-se não apenas como técnicos ou profis- b) II. e) II e III.
sionais, mas como brasileiros, como cidadãos
deste grande país, cônscios de seu papel de c) III.
70
16. A tabela abaixo indica a posição relativa Tadeu, camisa 2: – Não sei não... Pedro
de quatro times de futebol na classificação sempre foi muito esperto... Acho que ele está
geral de um torneio, em dois anos conse- levando alguma vantagem nessa proposta...
cutivos. O símbolo significa que o time
indicado na linha ficou, no ano de 2004, Ricardo, camisa 12: – Pensando bem
à frente do indicado na coluna. O símbolo ...você pode estar certo, pois, conhecendo o
significa que o time indicado na linha fi- Pedro, é capaz que ele tenha mais chances de
cou, no ano de 2005, à frente do indicado ganhar que nós dois juntos...
na coluna. Desse diálogo conclui-se que
a) Tadeu e Ricardo estavam equivocados,
A B C D pois a probabilidade de ganhar a guar-
da da taça era a mesma de todos.
A * b) Tadeu tinha razão e Ricardo estava
B * * equivocado, pois juntos, tinham mais
chances de ganhar a guarda da taça
C * * * do que Pedro.
c) Tadeu tinha razão e Ricardo esta-
D va equivocado, pois juntos, tinham a
mesma chance que o Pedro de ganhar
a guarda da taça.
A probabilidade de que um desses quatro
times, escolhidos ao acaso, tenha obtido a d) Tadeu e Ricardo tinham razão, pois os
mesma classificação no torneio, em 2004 dois juntos tinham menos chances de
e 2005, é igual a ganhar a guarda da taça do que Pe-
dro.
a) 0,00 d) 0,75
e) Não é possível saber qual dos jogado-
b) 0,25 e) 1,00.
res tinha razão, por se tratar de um
c) 0,50 resultado probabilístico, que depende
exclusivamente da sorte.
17. Um time de futebol amador ganhou uma 18. Os gráficos 1 e 2 a seguir mostram, em
taça ao vencer um campeonato. Os joga- milhões de reais, o total do valor das ven-
dores decidiram que o prêmio seria guar- das que uma empresa realizou em cada
dado na casa de um deles. Todos quiseram mês, nos anos de 2004 e 2005.
guardar a taça em suas casas. Na discus-
Vendas em 2004
são para se decidir com quem ficaria o
troféu, travou-se o seguinte diálogo: 8,0
7,5
milhões de reais

Pedro, camisa 6: - Tive uma idéia. Nós 7,0


somos 11 jogadores e nossas camisas estão 6,5
numeradas de 2 a 12; Tenho dois dados com 6,0
as faces numeradas de 1 a 6. Se eu jogar os 5,5
dados, a soma dos números das faces que fi- 5,0
carem para cima pode variar de 2 (1 + 1) até 4,5
12 (6+6). Vamos jogar os dados, e quem tiver 4,0
a camisa com o número do resultado vai guar- J F M A M J J A S O N D
dar a taça. 71
meses

Gráfico 1

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Vendas em 2005
Esse desempenho mostra que, nesse dia,
8,0 a meta estabelecida foi atingida
7,5
milhões de reais

7,0 a) nas primeiras 100 chamadas.


6,5 b) nas primeiras 200 chamadas.
6,0
5,5 c) nas primeiras 300 chamadas.
5,0 d) nas primeiras 400 chamadas.
4,5
4,0 e) ao final do dia.
J F M A M J J A S O N D
20. O gráfico abaixo foi extraído de matéria
meses publicada no caderno Economia & Ne-
Gráfico 2 gócios do Jornal O Estado de S. Paulo,
em 11/6/2006.
Como mostra o gráfico 1, durante o ano de
2004, houve, em cada mês, crescimento Inflação - acumulado em 12 meses no Brasil e nos
EUA, segundo índices de preços ao consumidor
das vendas em relação ao mês anterior. A
diretoria dessa empresa, porém, conside- – BRASIL - IPC - FIPE* ........ EUA - CPI**
rou muito lento o ritmo de crescimento na- EM PORCENTAGEM
quele ano. Por isso, estabeleceu como meta 16,00
mensal para o ano de 2005 o crescimento 14,00
das vendas em ritmo mais acelerado que o 12,00
de 2004. Pela análise do gráfico 2, concluí- 10,00
se que a meta para 2005 foi atingida em 8,00
6,00
a) janeiro, fevereiro e outubro.
4,00
b) fevereiro, março e junho. 2,00
0
c) março, maio e agosto.
2001 2002 2003 2004 2005 2006
d) abril, agosto e novembro. .........................................................................
* Índice de Preços ao Consumidor da FIPE – **
e) julho, setembro e dezembro. Consumer Price Index
Fonte: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE)
19. Uma cooperativa de radiotáxis tem como
meta atender, em no máximo 15 minu-
tos, a pelo menos 95% das chamadas É um título adequado para a matéria jor-
que recebe. O controle dessa meta é feito nalística em que esse gráfico foi apresen-
ininterruptamente por um funcionário que tado:
utiliza um equipamento de rádio para mo- a) Brasil: inflação acumulado em 12 me-
nitoramento. A cada 100 chamadas, ele ses menor que a do EUA.
registra o número acumulado de chama-
das que não foram atendidas em 15 mi- b) Inflação do terceiro mundo supera pela
nutos. Ao final de um dia, a cooperativa sétima vez a do primeiro mundo.
apresentou o seguinte desempenho: c) Inflação brasileira estável no período
de 2001 a 2006
Total acumulado
100 200 300 400 482
de chamadas d) Queda no índice de preços ao consu-
midor no período 2001-2005
72 Número acumulado de
Chamadas não e) EUA: ataques terroristas causam hipe-
6 11 17 21 24
atendidas rinflação
Em 15 minutos
21. No Brasil, verifica-se a Lua, quando está c) A soma das emissões de CO2 per capi-
na fase cheia, nasce por volta das 18 ho- ta de Brasil, Índia e Indonésia é maior
ras e se põe por volta das 6 horas. Na fase que o total lançado pelos EUA.
Nova, ocorre o inverso: a Lua nasce às 6
horas e se põe às 18 horas, aproximada- d) A emissão de CO2 é tanto maior quanto
mente. Nas fases crescente e minguante, menos desenvolvido é o país.
ela nasce e se põe em horários intermediá- e) A média de lançamento de CO2 em re-
rios. Sendo assim, a Lua na fase ilustrada giões e países desenvolvidos é superior
na figura abaixo poderá ser observada no a 15 toneladas por pessoa ao ano.
ponto mais alto de sua trajetória no céu
23. Com base em projeções realizadas por es-
por volta de
pecialistas, prevê-se, para o fim do século
a) meia-noite. XXI, aumento de temperatura média, no
b) três horas da madrugada. planeta, entre 1,4 ºC e 5,8 ºC.

c) nove horas da manhã. Como conseqüência desse aquecimento,


possivelmente o clima será mais quente
d) meio-dia. e mais úmido bem como ocorrerão mais
e) seis horas da tarde. enchentes em algumas áreas e secas crô-
nicas em outras. O aquecimento também
22. A poluição ambiental tornou-se grave pro- provocará o desaparecimento de algumas
blema a ser enfrentado pelo mundo con- geleiras, o que acarretará o aumento do
temporâneo. No gráfico seguinte, alguns nível dos oceanos e a inundação de certas
países estão agrupados de acordo com as áreas litorâneas.
respectivas emissões médias anuais de
CO2 per capita. As mudanças climáticas previstas para o
fim do século XXI
Brasil, Índia, Indonésia, países da a) provocarão a redução das taxas de
América Central e Caribe
evaporação e de condensação do ciclo
China, México, Chile, Argentina,
Países da União Européia e da água.
Venezuela

Japão, Canadá, Rússia, Ucrânia,


b) poderão interferir nos processos do ci-
Polônia e África do Sul
clo da água que envolvem mudanças
de estado físico.
EUA e Austrália

c) promoverão o aumento da disponibili-


0 5 10 15 20 25 30 35 40
toneladas de CO2 per capita
dade de alimentos das espécies mari-
nhas.
O Estado de S. Paulo, 22/7/2004 (com adaptações).
d) induzirão o aumento dos mananciais,
Considerando as características dos paí- o que solucionará os problemas de fal-
ses citados, bem como as emissões mé- ta de água no planeta.
dias anuais de CO2 per capita indicadas no
e) causarão o aumento do volume de to-
gráfico, assinale a opção correta.
dos os cursos de água, o que minimi-
a) O índice de emissão de CO2 per capita zará os efeitos da poluição aquática.
dos países da União Européia se equi-
para ao de alguns países emergentes.
b) A china lança, em média, mais CO2 per
capita na atmosfera que os EUA.
73

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24. A Terra é cercada pelo vácuo espacial e, e) a rede hidrográfica e a circulação at-
assim ela só perde energia ao irradiá-la mosférica.
para o espaço. O aquecimento global que
26.
se verifica hoje decorre de pequeno de-
sequilíbrio energético, de cerca de 0,3%, O aqüífero Guarani, megarreservatório hí-
entre a energia que a Terra recebe do Sol drico subterrâneo da América do Sul, com 1,2
e a energia irradiada a cada segundo, algo milhão de km², não é o “mar de água doce” que
em torno de 1 W/m². Isso significa que a se pensava existir. Enquanto em algumas áreas
Terra acumula, anualmente, cerca de 1,6 a água é excelente, em outras, é inacessível,
x 10²² J. escassa ou não-potável. O aqüífero pode ser
dividido em quatro grandes compartimentos.
Considere que a energia necessária para
No compartimento Oeste, há boas condições
transformar 1 kg de gelo a 0ºC em água
estruturais que proporcionam recarga rápida a
líquida a 3,2 x 105 J. Se toda a energia
partir das chuvas e as águas são, em geral, de
acumulada anualmente fosse usada para
boa qualidade e potáveis. Já no compartimen-
derreter o gelo nos pólos (a 0 ºC), a quan-
to Norte-Alto Uruguai, o sistema encontra-se
tidade de gelo derretida anualmente, em
coberto por rochas vulcânicas, a profundidades
trilhões de toneladas, estaria entre
que variam de 350 m a 1.200 m. Suas águas
a) 20 e 40. d) 80 e 100. são muito antigas, datando da Era Mesozóica, e
não são potáveis em grande parte da área, com
b) 40 e 60. e) 100 e 120.
elevada salinidade, sendo que os altos teores
c) 60 e 80. de fluoretos e de sódio podem causar alcalini-
25. Chuva ácida é o termo utilizado para de- zação de solo.
signar precipitações com valores de pH Scientific American Brasil, nº 47. abr./2006
inferiores a 5,6. As principais substân- (com adaptações).
cias que contribuem para esse processo
são os óxidos de nitrogênio e de enxofre
provenientes da queima de combustíveis
fósseis e, também, de fontes naturais. Os
problemas causados pela chuva ácida ul-
trapassam fronteiras políticas regionais e
nacionais.
A amplitude geográfica dos efeitos da chuva
ácida está relacionada principalmente com
a) a circulação atmosférica e a quantida-
de de fontes emissoras de óxidos de
nitrogênio e de enxofre.
b) a quantidade de fontes emissoras de
óxidos de nitrogênio e de enxofre e a
rede hidrográfica. Em relação ao aqüífero Guarani, é correto
c) a topografia do local das fontes emis- afirmar que
soras de óxidos de nitrogênio e de en- a) seus depósitos não participam do ciclo
xofre e o nível dos lençóis freáticos. da água.
d) a quantidade de fontes emissoras de b) Águas provenientes de qualquer um
74 óxidos de nitrogênio e de enxofre e o de seus compartimentos solidificam-
nível dos lençóis freáticos. se a 0 º C.
c) É necessário, para utilização de seu 28. A tabela a seguir apresenta dados relati-
potencial como reservatório de água vos a cinco países.
potável, conhecer detalhadamente o
aqüífero. taxa de mortalidade
saneamento básico (%)
Infantil (por mil)
d) A água é adequada ao consumo huma-
no direto em grande parte da área do país
anos de permanência
esgotamento das mães na escola
compartimento Norte-Alto Uruguai. abastecimento
sanitário
de água
e) O uso das águas do compartimento adequado de 8 ou
até 3
4a7 mais
Norte-Alto Uruguai para irrigação dei-
xaria ácido o solo. I 33 47 45,1 29,6 21,4
27. A situação atual das bacias hidrográficas II 36 65 70,3 41,2 28,0
de São Paulo tem sido alvo de preocu-
pações ambientais: a demanda hídrica é III 81 88 34,8 27,4 17,7
maior que a oferta de água e ocorre ex- IV 62 79 33,9 22,5 16,4
cesso de poluição industrial e residencial.
Um dos casos mais graves de poluição V 40 73 37,9 25,1 19,3
da água é o da bacia do alto Tietê, onde
se localiza a região metropolitana de São
Paulo. Os rios Tietê e Pinheiros estão mui- Com base nessas informações, infere-se
to poluídos, o que compromete o uso da que
água pela população. a) a educação tem relação direta com a
Avalie se as ações apresentadas abaixo saúde, visto que é menor a mortali-
são adequadas para se reduzir a poluição dade de filhos cujas mães possuem
desses rios. maior nível de escolaridade mesmo
em países onde o saneamento básico
I. Investir em mecanismos de reciclagem é precário.
da água utilizada nos processos indus-
triais. b) O nível de escolaridade das mães tem
influência na saúde dos filhos, desde
ll. Investir em obras que viabilizem a que, no país em que eles residam, o
transposição de águas de mananciais abastecimento de água favoreça, pelo
adjacentes para os rios poluídos. menos, 50% da população.
III. implementar obras de saneamento bá- c) A intensificação da educação de jovens
sico e construir estações de tratamento e adultos e a ampliação do saneamento
de esgotos. básico são medidas suficientes para se
É adequado o que se propõe reduzir a zero a mortalidade infantil.

a) apenas em I. d) Mais crianças são acometidas pela


diarréia no país III do que no país II.
b) apenas em II.
e) A taxa de mortalidade infantil é dire-
c) apenas em I e III. tamente proporcional ao nível de es-
d) apenas em II e III. colaridade das mães e independe das
condições sanitárias básicas.
e) em I, II e III.

75

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29. Na região sul da Bahia, o cacau tem sido cionar, visto que usa a energia da vazão
cultivado por meio de diferentes sistemas. de água de uma fonte. A figura a seguir
Em um deles, o convencional, a primeira ilustra uma instalação típica de carneiro
etapa de preparação do solo corresponde em um sítio, e a tabela apresenta dados
à retirada da mata e à queimada dos tocos de seu funcionamento.
e das raízes. Em seguida, para o plantio
da quantidade máxima de cacau na área, caixa

os pés de cacau são plantados próximos


uns dos outros. No cultivo pelo sistema
chamado cabruca, os pés de cacau são fonte carneiro
H
abrigados entre as plantas de maior por-
te, em espaço aberto criado pela derruba- h
da apenas das plantas de pequeno porte.
Os cacaueiros dessa região têm sido ata-
Vf
cados e devastados pelo fungo chamado Vb
h/H água da fonte
água
vassoura-de-bruxa, que se reproduz em altura da fonte necessária
bombeada
ambiente quente e úmido por meio de es- dividida pela para o
para a caixa
poros que se espalham no meio aéreo. altura da caixa funcionamento do
(litros/hora)
sistema (litros/hora)
As condições ambientais em que os pés 1/3 180 a 300
de cacau são plantados e as condições de
1/4 120 a 210
vida do fungo vassoura-de-bruxa, men-
cionadas acima, permitem supor-se que 1/6 80 a 140
sejam mais intensamente atacados por 720 a 1.200
1/8 60 a 105
esse fungo os cacaueiros plantados por
1/10 45 a 85
meio do sistema
a) convencional, pois os pés de cacau fi- A eficiência energética Є de um carneiro
cam mais expostos ao sol, o que facili- pode ser obtida pela expressão:
ta a reprodução do parasita. Vb
H
b) Convencional, pois a proximidade en- = x
h Vf
tre os pés de cacau facilita a dissemi-
nação da doença. Cuja variáveis estão definidas na tabela e
na figura.
c) Convencional, pois o calor das quei-
maduras cria as condições ideais de 30. No sítio ilustrado, a altura da caixa d´água
reprodução do fungo. é o quádruplo da altura da fonte. Compa-
rado a motobombas a gasolina, cuja efi-
d) Cabruca, pois os cacaueiros não supor-
ciência energética é cerca de 35%, o car-
tam a sombra e, portanto, terão seu
neiro hidráulico do sítio apresenta
crescimento prejudicado e adoecerão.
a) menor eficiência, sendo, portanto, in-
e) Cabruca, pois, na competição com outras
viável economicamente.
espécies, os cacaueiros ficam enfraque-
cidos e adoecem mais facilmente. b) Menor eficiência, sendo desqualificado
do ponto de vista ambiental pela quan-
Texto para as questões 30 e 31 tidade de energia que desperdiça.
O carneiro hidráulico ou aríete, dispositi- c) Mesma eficiência, mas constitui alter-
76 vo usado para bombear água, não requer nativa ecologicamente mais apropria-
combustível ou energia elétrica para fun- da.
d) Maior eficiência, o que, por si só, jus- b) apenas em II.
tificaria o seu uso em todas as regiões
brasileiras. c) apenas em I e III.

e) Maior eficiência, sendo economicamen- d) apenas em II e III.


te viável e ecologicamente correto. e) em I, II e III.
31. Se, na situação apresentada, H = 5 x h, 33. Em certas regiões litorâneas, o sal é obtido
então, é mais provável que , após 1 hora da água do mar pelo processo de cristali-
de funcionamento ininterrupto, o carneiro zação por evaporação. Para o desenvolvi-
hidráulico bombeie para a caixa d´água mento dessa atividade, é mais adequado
a) de 70 a 100 litros de água. um local

b) de 75 a 210 litros de água. a) plano, com alta pluviosidade e pouco


vento.
c) de 80 a 220 litros de água.
b) plano, com baixa pluviosidade e muito
d) de 100 a 175 litros de água. vento.
e) de 110 a 240 litros de água. c) plano, com baixa pluviosidade e pouco
32. Não é nova a idéia de se extrair energia vento.
dos oceanos aproveitando-se a diferença d) montanhoso, com alta pluviosidade e
das marés alta e baixa. Em 1967, os fran- muito vento.
ceses instalaram a primeira usina “maré-
motriz”, construindo uma barragem equi- e) montanhoso, com baixa pluviosidade e
pada de 24 turbinas, aproveitando-se a pouco vento.
potência máxima instalada de 240 MW,
suficiente para a demanda de uma cidade Texto para as questões 34 e 35
com 200 mil habitantes. Aproximadamen- Para se discutirem políticas energéticas, é
te 10% da potência total instalada são de- importante que se analise a evolução da
mandados pelo consumo residencial. Oferta Interna de Energia (OIE) do país.
Nessa cidade francesa, aos domingos, Essa oferta expressa as contribuições re-
quando parcela dos setores industrial e lativas das fontes de energia utilizadas em
comercial pára, a demanda diminui 40%. todos os setores de atividade. O gráfico
Assim, a produção de energia correspon- a seguir apresenta a evolução da OIE no
dente à demanda aos domingos será atin- Brasil, de 1970 a 2002.
gida mantendo-se
Oferta Interna de Energia (%)
I. todas as turbinas em funcionamento,
OUTRAS
com 60% da capacidade máxima de
produção de cada uma delas. 100% DERIVADOS DE CANA-DE-AÇUCAR

II. A metade das turbinas funcionando em 80%


LENHA E CARVÃO VEGETAL
capacidade máxima e o restante, com
60% HIDRELÉTRICA
20% da capacidade máxima.
40% CARVÃO NATURAL
III. Quatorze turbinas funcionando em ca-
pacidade máxima e as demais desliga- 20%
GÁS NATURAL
das. 0% PETRÓLEO E DERIVADOS

Está correta a situação descrita 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002
77
a) apenas em I. ANO
Ministério de Minas e Energia – MME/Brasil

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34. Com base nos dados do gráfico, verifica- 36. A figura abaixo ilustra uma gangorra de
se que, comparado ao do ano de 1970, o brinquedo feita com uma vela. A vela é
percentual de oferta de energia oriunda acesa nas duas extremidades e, inicial-
de recursos renováveis em relação à ofer- mente, deixa-se uma das extremidades
ta total de energia, em 2002, apresenta mais baixa que a outra. A combustão da
contribuição. parafina da extremidade mais baixa pro-
voca a fusão. A parafina da extremidade
a) menor, pois houve expressiva diminui-
mais baixa da vela pinga mais rapidamen-
ção do uso de carvão mineral, lenha e
te que na outra extremidade. O pingar da
carvão vegetal.
parafina fundida resulta na diminuição da
b) Menor, pois o aumento do uso de deri- massa da vela na extremidade mais baixa,
vados da cana-de-açúcar e de hidrele- o que ocasiona a inversão das posições.
tricidade não compensou a diminuição
Assim, enquanto a vela queima, oscilam
do uso de lenha e carvão vegetal.
as duas extremidades.
c) Maior, pois houve aumento da oferta
de hidreletricidade, dado que esta uti-
liza o recurso de maior disponibilidade
no país.
d) Maior, pois visto que houve expressivo
aumento da utilização de todos os re-
cursos renováveis do país.
e) Maior, pois houve pequeno aumento
da utilização de gás natural e dos pro-
dutos derivados da cana-de-açúcar.
35. Considerando-se que seja mantida a ten-
dência de utilização de recursos energéti- Nesse brinquedo, observa-se a seguinte
cos observada ao longo do período 1970- seqüência de transformações de energia:
2002, a opção que melhor complementa
o gráfico como projeção para o período a) energia resultante de processo quími-
2002-2010 é co energia potencial gravitacional
energia cinética.

A B C b) Energia potencial gravitacional


energia elástica energia cinética.
c) Energia cinética energia resultante
de processo químico energia po-
tencial gravitacional
d) Energia mecânica energia lumino-
2002 2010 2002 2010 2002 2010 sa energia potencial gravitacional
e) Energia resultante do processo quími-
D E
co energia luminosa energia ci-
nética

78
2002 2010 2002 2010
37. Uma artesã confecciona dois diferentes ti-
pos de vela ornamental a partir de moldes
REDAÇÃO – ENEM 1998
feitos com cartões de papel retangulares
de 20 cm x 10 cm (conforme ilustram as O Que É O Que É
figuras abaixo). Unindo dois lados opostos (...)
do cartão, de duas maneiras, a artesã for-
ma cilindros e, em seguida, os preenche Viver
completamente com parafina. E não ter a vergonha de ser feliz
Tipo I Cantar e cantar e cantar
20 cm A beleza de ser um terno aprendiz
Eu sei
10 cm

Que a vida devia ser bem melhor


E será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
(...)
Tipo II Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)

10 cm Redija um texto dissertativo, sobre o tema


“Viver e Aprender”, no qual você exponha
suas idéias de forma clara, coerente e em
conformidade com a norma culta da língua,
sem se remeter a nenhuma expressão do
texto motivador “O Que É O Que É.
20 cm

REDAÇÃO – ENEM 1999

Supondo-se que o custo da vela seja di-


retamente proporcional ao volume de pa-
rafina empregado, o custo da vela do tipo
I, em relação ao custo da vela do tipo II,
será
a) o triplo.
b) o dobro.
c) igual.
d) a metade. 79
e) a terça parte. (HENFIL. Fradim. Ed. Codecri, 1997, n. 20)

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O encontro “Vem ser cidadão” reuniu de seu ponto de vista, elabore uma pro-
380 jovens de 13 Estados, em Faxinal posta de ação social.
do Céu (PR). Eles foram trocar expe-
riências sobre o chamado protagonis- A redação deverá ser apresentada a tinta
mo juvenil. na cor azul ou preta e desenvolvida na fo-
lha grampeada ao Cartão-Resposta. Você
O termo pode até parecer feio, mas essas poderá utilizar a última página deste Ca-
duas palavras significam que o jovem não derno de Questões para rascunho.
precisa de adulto para encontrar o seu lu-
gar e a sua forma de intervir na socieda-
de.
REDAÇÃO – ENEM 2000
Ele pode ser protagonista.
([adaptado de] “Para quem se revolta e quer agir”,
Folha de S. Paulo, 16/11/1998)

Depoimentos de jovens participantes do


encontro:
Eu não sinto vergonha de ser brasi-
leiro. Eu sinto muito orgulho. Mas eu
sinto vergonha por existirem muitas
pessoas acomodadas. A realidade está
nua e crua. (...) Tem de parar com o
comodismo. Não dá para passar e ver
um criança na rua e achar que não é
problema seu. (E.M.O.S., 18 anos, Mi-
nas Gerais)
A maior dica é querer fazer. Se você
é acomodado, fica esperando cair no (Angeli, Folha de S. Paulo,
colo, não vai acontecer nada. Existe 14.05.2000)
muita coisa para fazer. Mas primeiro
É dever da família, da sociedade e do Es-
você precisa se interessar. (C.S.Jr., 16
tado assegurar à criança e ao adolescente,
anos, Paraná)
com absoluta prioridade, o direito à saú-
Ser cidadão não é só conhecer os seus de, à alimentação, à cultura, à dignidade,
direitos. É participar, ser dinâmico na ao respeito, à liberdade e à convivência
sua escola, no seu bairro. (H.A., 19 familiar e comunitária, além de colocá-
anos, Amazonas) los a salvo de toda forma de negligência,
(Depoimentos extraídos de “Para quem se re- discriminação, exploração, crueldade e
volta e quer agir”, Folha de S. Paulo, 16/11/1998) opressão”.
Com base na leitura dos quadrinhos e de- Artigo 227, Constituição da República Fede-
rativa do Brasil.
poimentos, redija um texto em prosa, do
tipo dissertativo-argumentativo, sobre o (...) Esquina da Avenida Desembargador
tema: Cidadania e participação social. Santos Neves com Rua José Teixeira, na
Ao desenvolver o tema proposto, procu- Praia do Canto, área nobre de Vitória. A.J.,
re utilizar os conhecimentos adquiridos ao 13 anos, morador de Cariacica, tenta ga-
longo de sua formação. Depois de selecio- nhar algum trocado vendendo balas para
80 nar, organizar e relacionar os argumentos, os motoristas. (...)
fatos e opiniões apresentados em defesa
“Venho para a rua desde os 12 anos. Não
gosto de trabalhar aqui, mas não tem ou-
REDAÇÃO – ENEM 2001
tro jeito. Quero ser mecânico”.
Gazeta, (ES), 9 de junho de 2000.

Entender a infância marginal significa en-


tender porque um menino vai para rua e
não à escola. Essa é, em essência, a dife-
rença entre o garoto que está dentro do
carro, de vidros fechados, e aquele que
se aproxima do carro, de vidros fechados,
e aquele que se aproxima do carro para
vender chiclete ou pedir esmola. E essa é
a diferença entre um país desenvolvido e
um país de Terceiro Mundo.
Gilberto Dimenstein. O cidadão de papel.
São Paulo, Ática, 2000. 19a. edição.

Com base na leitura da charge, do artigo


da Constituição, do depoimento de A.J. e
do trecho do livro O Cidadão de papel, re- (Carlos, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1978.
dija um texto em prosa, do tipo disserta-
tivo-argumentativo, sobre o tema: Direi- Conter a destruição das florestas se tor-
tos da criança e do adolescente: como nou uma prioridade mundial, e não ape-
enfrentar esse desafio nacional? nas um problema brasileiro. (...) Restam
Ao desenvolver o tema proposto, procure hoje, em todo o planeta, apenas 22% da
utilizar os conhecimentos adquiridos e as cobertura florestal original. A Europa Oci-
reflexões feitas ao longo de sua formação. dental perdeu 99,7% de suas florestas
Selecione, organize e relacione argumen- primárias; a Ásia, 94%. A África, 92%; a
tos, fatos e opiniões para defender o seu Oceania, 78%; a América do Norte, 66%;
ponto de vista, elaborando propostas para e a América do Sul, 54%. Cerca de 45%
a solução do problema discutido em seu das florestas tropicais, que cobriam ori-
texto. ginalmente 14 milhões de km quadrados
(1,4 bilhão de hectares), desapareceram
Observações: nas últimas décadas. No caso da Amazô-
nia Brasileira, o desmatamento da região,
Lembre-se de que a situação de produ-
que até 1970 era de apenas 1%, saltou
ção de seu texto requer o uso da mo-
para quase 15% em 1999. Uma área do
dalidade escrita culta da língua.
tamanho da França desmatada em ape-
Espera-se que o seu texto tenha mais nas 30 anos. Chega.
do que 15 (quinze) linhas. Paulo Adário, Coodernador da Campanha da Ama-
zônia do Greenpeace. http://greenpeace.terra.com.br
A redação deverá ser apresentada a
tinta na cor preta e desenvolvida na fo- Embora os países do Hemisfério Norte possu-
lha própria. am apenas um quinto da população do plane-
Você poderá utilizar a última folha deste ta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos
Caderno de Questões para rascunho. mundiais e consomem 70% da energia, 75%
dos metais e 85% da produção da madeira
mundial. (...) 81

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Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser per- Desenvolvimento e preservação am-
guntado se, depois da independência, a Ín- biental: como conciliar os interesses em
dia perseguiria o estilo de vida britânico, teria conflito?
respondido: “(...) a Grã-Bretanha precisou de
Ao desenvolver o tema proposto, procure uti-
metade dos recursos do planeta para alcan-
lizar os conhecimentos adquiridos e as refle-
çar sua prosperidade; quantos planetas não
xões feitas ao longo de sua formação. Sele-
seriam necessários para que um país como a
cione, organize e relacione argumentos, fatos
índia alcançasse o mesmo patamar?”
e opiniões para defender o seu ponto de vista,
A sabedoria de Gandhi indicava que os mode- elaborando propostas para a solução do pro-
los de desenvolvimento precisam mudar. blema discutido em seu texto. Suas propostas
O planeta é um problema pessoal – Desen- devem demonstrar respeito aos direitos hu-
volvimento sustentável. www.wwf.org.br manos.
De uma coisa temos certeza: a terra não per- Observações:
tence ao homem branco; o homem branco é
Lembre-se de que a situação de produ-
que pertence à terra.
ção de seu texto requer o uso da mo-
Disso temos certeza. Todas as coisas estão dalidade escrita culta da língua.
relacionadas como o sangue que une uma fa-
O texto não deve ser escrito em forma
mília. Tudo está associado.
de poema (versos) ou narrativa.
O que fere a terra, fere também os filhos da
O texto deverá ter no mínimo 15 (quin-
terra. O homem não tece a teia da vida; é an-
ze) linhas escritas.
tes um de seus fios. O que quer que faça a
essa teia, faz a si próprio. A redação deverá ser apresentada a
tinta e desenvolvida na folha própria.
Trecho de uma das várias versões de carta
atribuída ao chefe Seattle, da tribo Suqua- O rascunho poderá ser feito na última
mish. A carta teria sido endereçada ao pre- página deste Caderno.
sidente norte-americano, Franklin Pierce, em
1854, a propósito de uma oferta de compra
do território da tribo feita pelo governo dos REDAÇÃO – ENEM 2002
Estados Unidos.
PINSKY, Jaime e outros (Org.). História da
América através de textos. 3ª ed. São Paulo: Para que existam
Contexto, 1991.
hoje os direitos
Estou indignado com a frase do presidente políticos, o direito
dos Estados Unidos, George Bush. de votar e ser vo-
tado, de escolher
“Somos os maiores poluidores do mundo,
seus governantes
mas se for preciso poluiremos mais para evitar
e representantes,
uma recessão na economia americana”.
a sociedade lutou
R. K., Ourinhos, SP. (Carta enviada à seção Correio muito.
da Revista
Galileu. Ano 10, junho de 2001).
Comício pelas Diretas Já, em São Paulo, 1984.
Com base na leitura dos quadrinhos e dos
textos, redija um texto dissertativo-argu-
mentativo sobre o tema:
82
A política foi inventada pelos humanos como ções sociais de que o Brasil necessi-
o modo pelo qual pudesse expressar suas di- ta?
ferenças e conflitos sem transformá-los em
Ao desenvolver o tema, procure utilizar os
guerra total, em uso da força e extermínio re-
conhecimentos adquiridos e as reflexões
cíproco. (...)
feitas ao longo de sua formação.
A política foi inventada como o modo pelo Selecione, organize e relacione argumen-
qual a sociedade, internamente dividida, dis- tos, fatos e opiniões, e elabore propostas
cute, delibera e decide em comum para apro- para defender seu ponto de vista.
var ou reiterar ações que dizem respeito a to-
Observações:
dos os seus membros.
Lembre-se de que a situação de produ-
Marilena Chauí. Convite à filosofia. São
Paulo: Ática, 1994. ção de seu texto requer o uso da mo-
dalidade escrita culta da língua portu-
A democracia é subversiva. É subversiva no guesa.
sentido mais radical da palavra.
O texto não dever ser escrito em forma
Em relação à perspectiva política, a razão da de poema (versos) ou narração.
preferência pela democracia reside no fato de O texto deverá ter no mínimo 15 (quin-
ser ela o principal remédio contra o abuso do ze) linhas escritas.
poder. Uma das formas (não a única) é o con-
A redação deverá ser apresentada a
trole pelo voto popular que o método demo-
tinta e desenvolvida na folha própria.
crático permite pôr em prática. Vox populi vox
dei. O rascunho poderá ser feito na última
página deste Caderno
Norberto Bobbio. Qual socialismo? Discus-
são de uma alternativa.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. Texto
adaptado. REDAÇÃO – ENEM 2003
Se você tem mais de 18 anos, vai ter de votar
nas próximas eleições. Se você tem 16 ou 17 Para desenvolver o tema da redação, ob-
anos, pode votar ou não. O mundo exige dos serve o quadro e leia os textos apresen-
jovens que se arrisquem. Que alucinem. Que tados a seguir:
se metam onde não são chamados. Que sejam
encrenqueiros e barulhentos. Que, enfim, exi-
jam o impossível.
Resta construir o mundo do amanhã. Parte
desse trabalho é votar. Não só cumprir uma
obrigação. Tem de votar com hormônios, com
ambição, com sangue fervendo nas veias. Para
impor aos vitoriosos suas exigências – antes e
principalmentes depois das eleições.
André Forastieri. Muito além do voto. Épo-
ca. 6 de maio de 2002.
Texto adaptado. Época,(02.06.03)

Considerando a foto e os textos apresen-


tados, redija um texto dissertativo-argu- Entender a violência, entre outras coisas,
mentativo sobre o tema O direito de vo- como fruto de nossa horrenda desigualda- 83
tar: como fazer dessa conquista um de social, não nos leva a desculpar crimi-
meio para promover as transforma- nosos, mas poderia ajudar a decidir que

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tipo de investimentos o Estado deve fazer O texto deverá ter no mínimo 15 (quin-
para enfrentar o problema: incrementar ze) linhas escritas.
violência por meio da repressão ou tomar
A redação deverá ser apresentada a
medidas para sanear alguns problemas
tinta e desenvolvida na folha própria.
sociais gravíssimos?
O rascunho poderá ser feito na última
(Maria Rita Kehl, folha de S. Paulo)
página deste Caderno
Ao expor as pessoas a constantes ataques
à sua integridade física e moral, a violên-
cia começa a gerar expectativa, a fornecer REDAÇÃO – ENEM 2004
padrões de respostas. Episódios truculen-
tos e situações-limite passam a ser imagi- Leia com atenção os seguintes textos:
nados e repetidos com o fim de legitimar
a idéia de que só a força resolve conflitos.
A violência torna-se um item obrigatório
na visão de mundo que nos é transmitida.
O problema, então, é entender como che-
gamos a esse ponto.
Penso que a questão crucial, no momento, Caco Galhardo. 2001
não é a de saber o que deu origem ao jogo
da violência, mas a de saber como parar
um jogo que a maioria, coagida ou não, Os programas sensacionalistas do rádio e os
começa a querer continuar jogando. programas policiais de final de tarde em te-
(Adaptado de Jurandir Costa. O medo social.) levisão saciam curiosidades perversas e até
mórbidas tirando sua matéria-prima do drama
Considerando a leitura do quadro e dos de cidadãos humildes que aparecem nas dele-
textos, redija um texto dissertativo-argu- gacias como suspeitos de pequenos crimes.
mentativo sobre o tema: A violência na Ali, são entrevistados por intimidação. As câ-
sociedade brasileira: como mudar as meras invadem barracos e cortiços, e gravam
regras desse jogo? sem pedir licença a estupefação de famílias de
Instruções: baixíssima renda que não sabem direito o que
se passa: um parente é suspeito de estupro,
Ao desenvolver o tema proposto, pro- ou vizinho acaba de ser preso por tráfico, ou o
cure utilizar os conhecimentos adqui- primo morreu no massacre de fim de semana
ridos e as reflexões feitas ao longo de no bar da esquina. A polícia chega atirando; a
sua formação. Selecione, organize e mídia chega filmando.
relacione argumentos, fatos e opiniões
Eugênio Bucci. Sobre ética e imprensa. São
para defender seu ponto de vista, ela- Paulo: Companhia das Letras, 2000.
borando propostas para a solução do
problema discutido em seu texto. Suas Quem fiscaliza [a imprensa]? Trata-se de
propostas devem demonstrar respeito tema complexo porque remete para a questão
aos direitos humanos. da responsabilidade não só das empresas de
comunicação como também dos jornalistas.
Lembre-se de que a situação de produ- Alguns países, como a Suécia e a Grã-Breta-
ção de seu texto requer o uso da mo- nha, vêm há anos tentando resolver o pro-
dalidade escrita culta da língua portu- blema da responsabilidade do jornalismo por
guesa. meio de mecanismos que incentivam a auto-
84 regulação da mídia.
O texto não deve ser escrito em forma
de poema (versos) ou de narrativa. http://www.eticanatv.org.br Acesso em 30/05/2004.
No Brasil, entre outras organizações, existe • O texto deverá ter no mínimo 15 (quin-
o Observatório da Imprensa – entidade ci- ze) linhas escritas.
vil, não-governamental e não partidária-, que • A redação deverá ser apresentada a
pretende acompanhar o desempenho da mídia tinta e desenvolvida na folha própria.
brasileira. Em sua página eletrônica, lê-se:
• O rascunho poderá ser feito na última
Os meios de comunicação de massa são ma- folha deste Caderno.
joritariamente produzidos por empresas priva-
das cujas decisões atendem legitimamente aos
desígnios de seus acionistas ou representan-
tes. Mas o produto jornalístico é, inquestiona-
velmente, um serviço público, com garantias e
REDAÇÃO – ENEM 2005
privilégios específicos previstos na Constitui-
ção Federal, o que pressupõe contrapartidas Leia com atenção os seguintes textos:
em deveres e responsabilidades sociais.
http://www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br
(adaptado) Acesso em 30/05/04.

Incisos do Artigo 5º da Constituição Fede-


ral de 1988:
IX – é livre a expressão da atividade in-
telectual, artística, científica e de co-
municação. Independentemente de
censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a in-
denização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação. (O Globo. Megazine, 11/05/2004.)
Com base nas idéias presentes nos textos “A crueldade do trabalho infantil é um peca-
acima, redija uma dissertação em prosa do social grave em nosso País. A dignidade de
sobre o seguinte tema: milhões de crianças brasileiras está sendo rou-
Como garantir a liberdade de infor- bada diante do desrespeito aos direitos huma-
mação e evitar abusos nos meios de nos fundamentais que não lhes são reconhe-
comunicação? cidos: por culpa do poder público, quando não
atua de forma prioritária e efetiva, e por culpa
Ao desenvolver o tema proposto, procure
da família e da sociedade, quando se omitem
utilizar os conhecimentos adquiridos e as
diante do problema ou quando simplesmente
reflexões feitas ao longo de sua formação.
o ignoram em decorrência da postura indivi-
Selecione, organize e relacione argumen-
dualista que caracteriza os regimes sociais e
tos, fatos e opiniões para defender seu
políticos do capitalismo contemporâneo, sem
ponto de vista e suas propostas.
pátria e sem conteúdo ético.”
Observações: (Xisto T. Medeiros Neto. A crueldade do
trabalho infantil. Diário de Natal. 21/10/200.)
• Seu texto deve ser escrito na modali-
dade culta da língua portuguesa. “Submetidas aos constrangimentos da mi-
• O texto não deve ser escrito em forma
séria e da falta de alternativas de integração 85
social, as famílias optam por preservar a inte-
de poema (versos) ou de narrativa.

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gridade moral dos filhos, incutindo-lhes valo-
res, tais como a dignidade, a honestidade e a
REDAÇÃO – ENEM 2006
honra do trabalhador. Há um investimento no PROPOSTA DE REDAÇÃO
caráter moralizador e disciplinador do traba-
lho, como tentativas de evitar que os filhos se Uma vez que os tornamos leitores da pala-
incorporem aos grupos de jovens marginais e vra, invariavelmente estaremos lendo o mun-
delinqüentes, ameaça que parece estar cada do sob a influência dela, tenhamos consciência
vez mais próxima das portas das casas” disso ou não. A partir de então, mundo e pa-
lavra permearão constantemente nossa leitura
(Joel B. Marin. O trabalho infantil na agri-
cultura moderna. www.proec.ufg.br)
e inevitáveis serão as correlações, de modo
intertextual, simbiótico, entre realidade e fic-
“Art.4º. - É dever da família, da comunidade, ção.
da sociedade em geral e do Poder Público as-
segurar, com absoluta prioridade, a efetivação Lemos porque a necessidade de desvendar
dos direitos referentes à vida, à saúde, à ali- caracteres, letreiros, números faz com que
mentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à passemos a olhar, a questionar, a buscar de-
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao cifrar o desconhecido. Antes mesmo de ler a
respeito, à liberdade e á convivência familiar e palavra, já temos o universo que nos permeia:
comunitária.” um cartaz, uma imagem, um som, um olhar,
um gesto.
(Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei
no 8.069, de 13 de julho de 1990.) São muitas as razões para a leitura. Cada lei-
tor tem a sua maneira de perceber e de atri-
buir significado ao que lê.
Com base nas idéias presentes nos
textos acima, redija uma dissertação so- Inajá Martins de Almeida. O ato de ler.In-
ternet: (com adaptações).
bre o tema:
Minha mãe
O trabalho infantil na realidade brasileira. muito cedo me
introduziu aos
Ao desenvolver o tema proposto, procure livros.
utilizar conhecimentos adquiridos e as re-
flexões feitas ao longo de sua formação. Embora nos
Selecione, organize e relacione argumen- faltassem mó-
tos, fatos e opiniões para defender seu veis e roupas,
ponto de vista e suas propostas, sem ferir livros não po-
os direitos humanos. deriam faltar. E
estava absolu-
Observações: tamente certa.
• Seu texto deve ser escrito na modali- Entrei na universidade e tornei-me escritor.
dade culta da língua portuguesa. Posso garantir: todo escritor é, antes de tudo,
• O texto não deve ser escrito em forma um leitor.
de poema (versos) ou de narração. Moacyr Scilar, O poder das letras. In : TAM
Magazinem, Jul/2006, p. 70 (com adaptações).
• O texto deve ter, no mínimo 15 (quin-
ze) linhas escritas. Existem inúmeros universos coexistindo com
o nosso, neste exato instante, e todos bem
• A redação deverá ser desenvolvida na
perto de nós. Eles são bidimensionais e, em
folha própria e apresentada a tinta.
geral, neles imperam o branco e o negro.
86 • O rascunho poderá ser feito na última
Estes universos bidimensionais que nos ro-
folha deste Caderno.
deiam guardam surpresas incríveis e inimagi-
náveis! Viajamos instantaneamente aos mais
remotos pontos da Terra ou do Universo; fi-
camos sabendo os segredos mais ocultos de
vidas humanas e da natureza; atravessamos
eras num piscar de olhos; conhecemos civili-
zações desaparecidas e outras que nunca fo-
ram vistas por olhos humanos.
Estou falando dos universos a que chamamos
de livros. Por uns poucos reais podemos nos
transportar a esses universos e sair deles mui-
to mais ricos do que quando entramos.
Internet: www.amigosdolivro.com.br (com
adaptações).

Considerando que os textos acima têm ca-


ráter apenas motivador, redija um texto dis-
sertativo a respeito do seguinte tema:
O PODER DE TRANSFORMAÇÃO
DA LEITURA.
Ao desenvolver o tema proposto, procure
utilizar os conhecimentos adquiridos e as re-
flexões feitas ao longo de sua formação. Sele-
cione, organize e relacione argumentos, fatos
e opiniões para defender seu ponto de vista
e suas propostas, sem ferir os direitos huma-
nos.
Observações:
• Seu texto deve ser escrito na modali-
dade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma
de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quin-
ze) linhas escritas.
• A redação deve ser desenvolvida na
folha própria e apresentada a tinta.
• O rascunho pode ser feito na última
página deste Caderno.

Anotações

87

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COMENTANDO AS REDAÇÕES
Um Quadro demonstrativo, a bem da verdade uma ilustração, opiniões diversas de popu-
lares ou participantes de algum evento, que direta ou indiretamente vivenciam a problemática
e o texto legal, seja da constituição ou de algum similar que colaboram para introduzir o can-
didato à Temática Proposta.
Esses são os componentes dos textos redacionais do ENEM – Exame Nacional do Ensino Mé-
dio ao longo destes 8 anos de existência da avaliação brasileira do Ensino Médio, e fatalmente
é o que ocorrerá em 2007.
Por conta disso selecionamos aos temas abordados até o momento.
• 1998 – Viver e Aprender;
• 1999- Cidadania e Participação Social;
• 2000 – Direitos da Criança e do Adolescente: como enfrentar esse desafio nacional?
• 2001 – Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?
• 2002- O direito de votar> como fazer dessa conquista um meio para promover as transforma-
ções sociais de que o Brasil necessita?
• 2003 – A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?
• 2004 – Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação?
• 2005 – O trabalho infantil na realidade brasileira.
• 2006 – O Poder de Transformação da Leitura.

Sugestões sempre valiosas.


• Leia com atenção o tema proposto. Não corra o risco de receber uma nota baixa ou
“zerar” por ter se afastado do tema.
• Planejar ajuda a desenvolver o raciocínio. Defina sua idéia central, seu objetivo, esta-
beleça uma conclusão.
• Evite usar letra de forma, que dificulta a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma
boa grafia- legível e sem floreios – e limpeza são fundamentais. Não esqueça dos pin-
gos nos “i”: não vale usar bolinhas no lugar deles.
• Não comece com períodos longos, exponha logo suas idéias. Não use expressões como
“eu acho”, “eu penso” ou “quem sabe”, que mostram dúvidas em seus argumentos.
• Seja simples: não use palavras cuja grafia você não tenha certeza.
• Em dissertações, não use gírias – elas não fazem parte da norma culta da Língua Por-
tuguesa.
• Seja claro: evite usar palavras difíceis que possam prejudicar a compreensão do seu
texto; Tenha em mente que sua redação deve se destacar pela unidade, clareza, coe-
rência e concisão
• Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos ao longo
de sua formação. Depois de selecionar, organizar e relacionar os argumentos, fatos e
opiniões apresentados em defesa de seu ponto de vista e principalmente, elabore uma
proposta de ação social.
• Use os espaços destinados ao rascunho, nunca são corrigidos e auxiliam plenamente a
88 compreensão do enunciado com o respectivo cálculo para resolução.
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